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Retrofit alia sustentabilidade, eficiência e preservação histórica

Com a crescente demanda por soluções sustentáveis e a necessidade de revitalizar o estoque imobiliário existente, o retrofit se posiciona como uma das principais tendências de mercado nos próximos anos

O termo “retrofit”, derivado da fusão das palavras “retro” do latim e “fit” do inglês, refere-se a uma modificação    de um equipamento, instalação ou edificação existente, visando à melhoria de seu desempenho e operação. Essa prática visa modernizar equipamentos e atender às atuais exigências de qualidade ambiental, mediante modificações que buscam exclusivamente aprimorar a eficiência.  Os retrofits, focados na modernização de edifícios já existentes, desempenham um papel importante nas estratégias de redução do consumo energético. Em casos específicos, essas intervenções podem resultar em reduções expressivas no consumo de energia destinada ao sistema de HVAC-R dos edifícios.

De acordo com Gutemberg Rios, Engenheiro Mecânico e Conselheiro Federal do CREA-CONFEA, estudos de retrofit indicam que as economias podem variar de 20% a 50% no consumo de energia dependendo das soluções adotadas, como chillers de alta eficiência que podem gerar economia de 30% a 40% no consumo de eletricidade, sistemas VRF que reduzem os gastos com climatização em até 35%, e automação predial, reduzindo desperdícios energéticos em até 50%.

“O retrofit de sistemas HVAC-R consiste na modernização ou substituição parcial/completa de equipamentos e infraestrutura de climatização e refrigeração em edificações existentes. O objetivo principal é aumentar a eficiência energética, melhorar o conforto térmico, reduzir custos operacionais e atender às normas ambientais e de segurança atuais. Essa economia não apenas contribui para a sustentabilidade ambiental, alinhando-se a padrões mais eficientes, mas também promove uma gestão mais racional dos recursos. As intervenções envolvem a substituição dos fluidos refrigerantes e a modernização do sistema com a instalação de tecnologias inovadoras, trazendo uma série de benefícios ambientais e econômicos, como o conforto térmico, iluminação, controle de ruído e redução de poluentes”, observa Rios.

Assim, o retrofit pode envolver a renovação de sistemas elétricos, hidráulicos, de climatização, isolamento acústico e térmico, além de modernizações em fachadas, elevadores e áreas comuns.

Gutemberg Rios, Engenheiro Mecânico e Conselheiro Federal do CREA-CONFEA

Desafios e soluções

A instalação de sistemas de HVAC-R modernos em edifícios antigos enfrenta desafios como: Infraestrutura inadequada – Muitos prédios antigos não foram projetados para suportar sistemas modernos de climatização; Restrições arquitetônicas e patrimoniais – Em edificações tombadas, há limitações na instalação de dutos, condensadores e sistemas de ventilação; Espaço limitado para equipamentos – Falta de shaft técnico e áreas apropriadas para componentes de grande porte; Capacidade elétrica insuficiente – Sistemas HVAC-R modernos demandam ajustes na rede elétrica, muitas vezes subdimensionada em edifícios antigos; Interferência na operação do prédio – Durante a instalação, pode haver impacto nas atividades normais do local, exigindo planejamento cuidadoso.

“De modo geral cada solução precisa ser estudada e adaptada às condições de operação locais, a rigor, não é possível estabelecer uma solução única e universal a todas as plantas e demandas, logo, um estudo inicial com análise de requisitos deve ser conduzido de forma prévia ao estabelecimento de uma solução viável e otimizada”, comenta Rios.

Ele aponta algumas soluções mais disseminadas, as quais incluem:

– Uso de sistemas HVAC-R compactos e modulares – Equipamentos VRF (Fluxo de Refrigerante Variável) e unidades rooftop são boas alternativas para espaços reduzidos.

– Aplicação de dutos flexíveis ou unidades sem dutos (Ductless Systems) – Evitam grandes intervenções estruturais.

– Integração de automação predial (BMS – Building Management Systems) – Garante controle inteligente e reduz consumo energético.

– Uso de refrigerantes ecológicos – Modernização com fluidos de menor impacto ambiental e maior eficiência energética.

– Planejamento estratégico de instalação – Execução do retrofit por etapas para minimizar impactos na operação do edifício.

“A escolha dos equipamentos tem impacto direto nos custos operacionais e no consumo energético do edifício. Optar por sistemas com tecnologia inverter, sensores de ocupação e controle automatizado pode gerar redução de até 40% no consumo de energia, segundo estudos da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), maior vida útil do sistema, reduzindo custos com manutenção corretiva, e melhoria no desempenho térmico e conforto dos ocupantes”.

Banco Interamericano de Desenvolvimento ganhou sistema de condensação a ar e parte dos ambientes é climatizada através de VRF

Rios cita como exemplo algumas obras como o Edifício Banco do Brasil (SP), que passou por uma modernização optando por instalar sistema VRF, automação predial e uso de chillers de alta eficiência; o Aeroporto de Brasília (DF), com a atualização de chillers e implementação de controle inteligente de climatização; e o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento (DF), onde a Central de Água Gelada teve substituição de chillers, ganhando sistema de condensação a ar e parte dos ambientes é climatizada através de VRF.

Outro exemplo de sucesso é o Edifício Martinelli (SP), um dos prédios mais icônicos de São Paulo, que passou por um processo de retrofit incluindo a modernização de suas instalações, mantendo a arquitetura histórica que o caracteriza.

Edifício Martinelli passou por um processo de retrofit incluindo a modernização de suas instalações, mantendo a arquitetura histórica

Integração das áreas

A colaboração entre engenheiros de HVAC-R, arquitetos e profissionais de restauração desempenha um papel importante no sucesso de um projeto de retrofit.

“A sinergia entre essas disciplinas envolvendo engenheiros de HVAC-R, arquitetos e profissionais de restauração, desde a fase inicial de planejamento até a execução, é essencial para garantir que o projeto de retrofit seja bem-sucedido, atendendo tanto às necessidades técnicas quanto estéticas do espaço renovado”, revela Rios.

Para isso é fundamental respeitar a identidade arquitetônica do edifício enquanto se implementam soluções modernas de climatização, garantir soluções técnicas viáveis, considerando limitações estruturais e de espaço, evitar impactos negativos no patrimônio histórico por meio de alternativas não invasivas, e otimizar os custos e prazos do projeto, garantindo compatibilidade entre sistemas elétricos, hidráulicos e de climatização.

No entanto, dificuldades surgem na colaboração entre diferentes áreas como divergências entre preservação estética e necessidade técnica – Arquitetos e restauradores podem resistir a mudanças que impactem a estrutura original; Compatibilização entre diferentes sistemas – Integração entre climatização, elétrica e estrutura pode ser complexa; e falta de normativas específicas – Nem sempre há regulamentação clara para retrofit de HVAC-R em edifícios históricos.

“Para mitigar esses desafios, é essencial que haja planejamento multidisciplinar desde a fase inicial do projeto. Os arquitetos focam na estética e funcionalidade do espaço, enquanto os engenheiros de HVAC-R garantem que os sistemas de climatização sejam eficientes e atendam às necessidades técnicas. A colaboração desde o início assegura que as soluções técnicas se integrem harmoniosamente ao design geral do espaço restaurado”, diz o Engenheiro.

Ele acrescenta ainda que engenheiros de HVAC-R podem oferecer análises sobre o melhor layout para sistemas de ventilação, refrigeração e aquecimento, considerando a estrutura existente e necessidades de energia, e propor soluções que melhorem a eficiência energética do edifício através de sistemas mais modernos e sustentáveis. Essas soluções não apenas reduzem os custos operacionais a longo prazo, mas também contribuem para a sustentabilidade ambiental do projeto. Isso permite um uso eficiente do espaço, otimizando tanto a funcionalidade quanto a estética.

“Profissionais de HVAC-R estão familiarizados com as normas técnicas e regulamentações que regem sistemas de climatização e refrigeração. A colaboração com arquitetos e restauradores garante que o projeto esteja em conformidade com todas as normas relevantes desde o início, evitando retrabalhos e atraso. Essa sinergia também permite considerar aspectos de manutenção e operação dos sistemas de HVAC-R após a conclusão do retrofit. Isso inclui acesso facilitado para manutenções periódicas e substituições de equipamentos, garantindo a durabilidade e eficiência contínua do sistema”, comenta.

Oportunidades de investimento

O retrofit é uma grande oportunidade para investidores imobiliários, especialmente em grandes cidades. Prédios antigos, muitas vezes subvalorizados, podem ser transformados em imóveis altamente competitivos e lucrativos com a modernização correta e mais econômico do que adquirir um imóvel novo em áreas valorizadas. Além disso, a valorização após o retrofit pode gerar um excelente retorno financeiro. Assim, representa uma solução moderna que alia sustentabilidade, eficiência e preservação histórica. Para compradores, investidores e desenvolvedores imobiliários, essa prática oferece uma forma de manter o charme dos imóveis antigos, ao mesmo tempo em que atende às exigências do mercado.

Com a crescente demanda por soluções sustentáveis e a necessidade de revitalizar o estoque imobiliário existente, o retrofit se posiciona como uma das principais tendências de mercado nos próximos anos.

Evolução da automação embarcada agrega IA, IoT e aprendizado de máquina

Os avanços em controles e automação transformaram a maneira como a climatização e refrigeração são gerenciadas hoje, com benefícios significativos em eficiência, custo e sustentabilidade, com abordagem à segurança cibernética.

A incorporação de tecnologias avançadas em sistemas de climatização e refrigeração através de controles e automação embarcada aprimoraram a eficiência, a confiabilidade e a segurança. A predição de falhas e manutenção preventiva baseadas em análise de dados é um dos benefícios proporcionados. Empresas líderes estão utilizando algoritmos preditivos para identificar potenciais problemas antes mesmo que ocorram, reduzindo significativamente custos com reparos emergenciais e aumentando a eficiência operacional.

A manutenção preditiva tem se mostrado uma abordagem eficaz para antecipar falhas e otimizar a manutenção de sistemas HVAC-R. Por meio da análise de dados coletados de sensores e dispositivos conectados, é possível monitorar o desempenho dos equipamentos em tempo real e identificar anomalias que possam indicar falhas iminentes. Um exemplo prático é o uso da termografia para monitorar painéis elétricos em sistemas de climatização. Através da detecção de variações de temperatura, é possível identificar conexões soltas, contatos defeituosos e sobrecargas, permitindo intervenções antes que ocorram falhas críticas. Além disso, empresas especializadas oferecem serviços preditivos que utilizam tecnologias de conectividade e ferramentas de diagnóstico para identificar e corrigir problemas antes que eles ocorram.

A Danfoss, por exemplo, implementa manutenção preditiva por meio do monitoramento de condição em seus equipamentos. Utilizando a computação de ponta inteligente dos conversores e o monitoramento baseado em condições, a empresa coleta dados em tempo real sobre o desempenho dos equipamentos. Esses dados são analisados para identificar padrões que indicam possíveis falhas, permitindo intervenções antes que ocorram problemas maiores.

“No cenário industrial acelerado de hoje, a importância de estratégias de manutenção proativa não pode ser subestimada. A manutenção preditiva, possibilitada pela computação de ponta inteligente do conversor e monitoramento de condição (CBM) surgiu como uma ferramenta poderosa para otimizar o desempenho do equipamento, aumentar o tempo de atividade e reduzir os custos de manutenção. O conceito de manutenção preditiva em relação ao monitoramento de condição e destaca as inúmeras vantagens em termos de eficiência econômica, desempenho do equipamento e economia de custos”, explica Nobert Hanigovszki, Head de Drivers da Danfoss Global.

Outro exemplo vem da Cool Automation, que oferece uma solução de manutenção preditiva para sistemas VRF utilizando algoritmos inteligentes para monitorar parâmetros específicos do sistema. Esses algoritmos detectam anomalias técnicas e operacionais, permitindo a correção de problemas antes que se transformem em falhas significativas.

“Os dados utilizados incluem informações contínuas sobre o desempenho do sistema, coletadas por meio de sensores integrados. Algoritmos inteligentes monitoram parâmetros específicos do sistema, permitindo a manutenção preditiva por meio da detecção de anomalias técnicas e operacionais. Relatórios complementares analisam até um ano de dados para fornecer metas de otimização e correção direcionadas”, informa Alexander Kholodenko, CTO da Cool Automation.

Exemplos ainda incluem empresas como a Trane, que utiliza análises avançadas e aprendizado de máquina para monitorar a integridade dos sistemas HVAC, observando anomalias e fornecendo recomendações de manutenção proativa; e a Johnson Controls – Hitachi, que oferece soluções de manutenção preditiva utilizando algoritmos avançados para analisar dados de sensores instalados em sistemas HVAC. Esses sensores monitoram parâmetros como vibração, temperatura e consumo de energia, permitindo a detecção precoce de anomalias e a programação de manutenção antes que ocorram falhas.

Empresas líderes estão utilizando algoritmos preditivos para identificar potenciais problemas e falhas

Tipo de dados utilizados

Sistemas embarcados que utilizam aprendizado de máquina (machine learning) permitem gerar relatórios e estatísticas através da forma como os sistemas de HVAC-R são gerenciados e usados para otimizar variáveis críticas como temperatura, umidade e fluxo de ar. Essas tecnologias não apenas ajustam automaticamente as condições ambientais conforme as necessidades, mas também aprendem com padrões históricos para ajustes precisos e eficiência energética.

Esses sistemas são capazes de analisar grandes volumes de dados em tempo real, aprendendo com os padrões de uso e ajustando automaticamente os parâmetros de operação para otimizar o desempenho. Por exemplo, algoritmos de aprendizado de máquina podem prever a demanda de resfriamento ou aquecimento com base em dados históricos e condições ambientais atuais, ajustando proativamente as configurações do sistema para manter o conforto e a eficiência energética. Além disso, podem identificar padrões que indicam desgaste ou falhas iminentes, permitindo a programação de manutenção antes que ocorram problemas.

Os algoritmos preditivos nos sistemas de climatização e refrigeração baseiam-se na coleta e análise de diversos tipos de dados, incluindo:

– Temperatura: Monitoramento de temperaturas internas e externas para avaliar o desempenho térmico.

– Vibração: Análise de padrões de vibração para detectar desalinhamentos ou desgastes em componentes mecânicos.

– Pressão: Medição de pressões em diferentes partes do sistema para identificar possíveis obstruções ou vazamentos.

– Fluxo de Ar: Avaliação do fluxo de ar para garantir a distribuição adequada e identificar bloqueios.

– Consumo de Energia: Monitoramento do uso de energia para detectar ineficiências ou comportamentos anômalos.

– Dados históricos de manutenção: Registro de manutenções anteriores para identificar padrões recorrentes de falhas.

“A análise desses dados permite que os algoritmos identifiquem padrões e tendências que indicam potenciais problemas, possibilitando intervenções proativas e a otimização da eficiência operacional dos sistemas. Um caso de sucesso apresentado no meu TCC na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi o desenvolvimento de um sistema de manutenção preditiva 4.0 para válvulas, utilizando inteligência artificial para prever falhas e evitar paradas não planejadas. Este sistema foi capaz de melhorar a rotina operacional e reduzir custos de manutenção, demonstrando o potencial do aprendizado de máquina na otimização de sistemas”, explica a engenheira de Automação e Controle, Marcela Coury Pinto.

Por meio da análise de dados coletados de sensores e dispositivos conectados, é possível monitorar o desempenho dos equipamentos em tempo real

Adoção de IoT e exemplos de implementação

Estatísticas recentes sobre a adoção da Internet das Coisas (IoT) no setor destaca sistemas embarcados e aborda vulnerabilidades em ambientes remotos, além de estratégias de mitigação.

A integração da Internet das Coisas (IoT) tem sido adotada por diversos fabricantes do setor para aprimorar a eficiência.

A Carrier, por exemplo, implementou soluções de monitoramento remoto e manutenção preditiva utilizando inteligência artificial (IA) em mais de 3.000 equipamentos conectados. Através de sua plataforma IoT baseada em nuvem, a empresa oferece ferramentas analíticas avançadas que permitem visualizar, aconselhar e otimizar o estado das máquinas, prolongando seu ciclo de vida.  “As previsões em tempo real mantêm os clientes da Carrier satisfeitos. Coletamos dados de nossos dispositivos e aplicamos algoritmos de machine learning para descobrir os padrões do cliente. Isso permite à empresa melhorar seus produtos, ajudar seus clientes diretamente, além de prever e solucionar problemas, antes que eles aconteçam. A migração para a nuvem proporcionou novas oportunidades, como a criação de casas conectadas e edifícios saudáveis, o que antes eram áreas inexploradas”, explica Adnan Haq, diretor executivo da Carrier Global.

A Revista TIME (EUA), publicou recentemente o caso de sucesso da empresa BrainBox AI, que implementou uma plataforma de IA em 14.000 edifícios em mais de 20 países, visando otimizar sistemas de HVAC em grandes edifícios comerciais. Utilizando dados extensivos, como níveis de umidade e taxas de ventilação, o sistema monitora continuamente essas informações, faz previsões e toma medidas proativas para melhorar a eficiência, como ajustar a temperatura interna. Essa abordagem tem o potencial de reduzir os custos de energia em até 25% e diminuir significativamente as emissões de gases de efeito estufa. Um exemplo é o Schreiber Center, um edifício de 10 andares no campus da Universidade Loyola, em Chicago (EUA). “A BrainBox AI implementou sua tecnologia de IA para HVAC, complementada por um algoritmo de Redução Automática de Emissões (AER). É aqui que o algoritmo AER entra em cena. Quando implantado, ele transforma o sistema de HVAC do edifício em uma bateria térmica que pode ser carregada com a energia renovável que, de outra forma, seria desperdiçada e descarregada mais tarde, quando as emissões da rede forem altas. Essa bateria é desbloqueada por um algoritmo orientado por IA tornando-a muito mais barata do que baterias elétricas (por exemplo, íons de lítio). Ela fornece uma solução elegante que transforma edifícios em um ativo para redes elétricas, ao mesmo tempo em que ajuda a acelerar o crescimento de energias renováveis”, revela Sam Ramadori, CEO da BrainBox AI.

Vulnerabilidades em ambientes remotos e estratégias de mitigação

A crescente conectividade dos sistemas de HVAC-R traz à tona preocupações com a segurança cibernética, especialmente em ambientes remotos. Vulnerabilidades como hacking, malware, phishing e ransomware podem comprometer a integridade e a disponibilidade dos sistemas, resultando em interrupções operacionais e perdas financeiras. Estratégias de mitigação incluem a implementação de firewalls robustos, atualizações regulares de software, autenticação multifatorial e conscientização contínua dos usuários.

Schreiber Center, Campus da Universidade Loyola, em Chicago (EUA), utiliza tecnologia de IA para HVAC por um algoritmo de Redução Automática de Emissões (AER)

Para mitigar esses riscos, é essencial implementar estratégias de segurança, incluindo:

– Segurança por design: Incorporar medidas de segurança desde a fase de projeto dos sistemas, garantindo que os dispositivos IoT e sistemas embarcados sejam resilientes a ameaças cibernéticas.

– Atualizações regulares de software: Manter todos os sistemas e dispositivos atualizados com os patches de segurança mais recentes para proteger contra vulnerabilidades conhecidas.

– Autenticação multifatorial: Implementar autenticação multifatorial para acesso aos sistemas, adicionando camadas extras de segurança além das senhas tradicionais.

– Monitoramento contínuo: Utilizar ferramentas de monitoramento para detectar atividades suspeitas em tempo real e responder rapidamente a possíveis incidentes de segurança.

– Treinamento de pessoal: Educar funcionários e operadores sobre as melhores práticas de segurança cibernética, incluindo a identificação de tentativas de phishing e a importância de senhas fortes.

Indústria de HVAC-R se reúne na AHR Expo 2025 em Orlando

Evento promete inovações tecnológicas e soluções sustentáveis para o setor

EUA – De 10 a 12 de fevereiro, o Orange County Convention Center, em Orlando, na Flórida, será palco da AHR Expo 2025, um dos maiores eventos da indústria de HVAC-R (aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração) no mundo. O encontro reunirá mais de 1.800 expositores e milhares de profissionais do setor, oferecendo uma vitrine de tecnologias avançadas, soluções inovadoras e produtos voltados para eficiência energética e sustentabilidade.

Entre os destaques da exposição estão tecnologias baseadas em inteligência artificial, novos refrigerantes de baixo GWP (Potencial de Aquecimento Global), sistemas de automação predial e equipamentos voltados para otimizar operações industriais e comerciais. Empresas como Copeland, Johnson Controls, Baltimore Aircoil Company (BAC), ebm-papst, Danfoss, Siemens, Opteon, Hitachi Air Conditioning e JUMO apresentarão soluções que refletem as tendências globais de sustentabilidade e digitalização do setor.

Inovações que prometem transformar o mercado

Copeland

Em seu estande na AHR Expo, a Copeland apresentará uma gama de soluções para sistemas HVACR, com foco na melhoria da eficiência do sistema e controle operacional. Uma das principais exibições incluirá seu novo recurso “Scout AI” orientado por IA, integrado ao seu aplicativo móvel. Esta ferramenta visa fornecer diagnósticos de sistema em tempo real e insights personalizados para contratantes, oferecendo orientação sobre manutenção e solução de problemas. A Copeland também apresentará compressores projetados para refrigerantes de baixo GWP, destacando sua compatibilidade com aplicações de resfriamento sustentáveis.

Controles Johnson

A Johnson Controls apresentará seus sistemas integrados de automação predial no evento. Esses sistemas são projetados para otimizar o desempenho de edifícios comerciais coordenando tecnologias de HVAC, iluminação e gerenciamento de energia. A exposição também incluirá chillers modulares e sistemas de bomba de calor destinados ao uso em reformas e novos projetos de construção, enfatizando a flexibilidade para atender às variadas necessidades de design de edifícios. Além disso, a Johnson Controls fornecerá demonstrações de ferramentas de monitoramento de energia que se integram com suas plataformas mais amplas de gerenciamento de edifícios.

Baltimore Aircoil Company (BAC)

A BAC planeja revelar várias soluções de resfriamento projetadas para lidar com desafios de eficiência em data centers e instalações industriais. Os produtos em destaque incluem seu novo tanque de resfriamento por imersão, feito sob medida para aplicações de data center de alta densidade. Este produto visa reduzir significativamente o consumo de energia, ao mesmo tempo em que melhora a confiabilidade do sistema. A BAC também apresentará seu resfriador adiabático TrilliumSeries e uma plataforma de resfriamento modular projetada para suportar operações de alta carga com uso reduzido de água e energia.

ebm-papst

A ebm-papst  apresentará uma gama de ventiladores e motores projetados para sistemas HVAC-R, incluindo sua tecnologia de ventilador EC de eficiência energética. Essa tecnologia incorpora motores comutados eletronicamente para consumo de energia reduzido e operação mais silenciosa. Eles também exibirão ventiladores e sopradores compactos personalizados para unidades de ventilação e tratamento de ar, bem como produtos projetados especificamente para aplicações de refrigeração. Uma característica notável de seu estande serão as capacidades de fabricação localizadas, garantindo que seus produtos estejam alinhados com os padrões do mercado norte-americano.

Danfoss

A Danfoss exibirá soluções voltadas para melhorar o desempenho e a sustentabilidade do sistema. Os produtos em destaque incluem componentes de eficiência energética para sistemas de refrigeração de supermercados e aplicações de resfriamento industrial. Os participantes podem explorar as tecnologias de bomba de calor da Danfoss projetadas para aplicações comerciais e residenciais, bem como acionamentos de velocidade variável que aumentam a eficiência energética em sistemas HVAC. Destaques adicionais incluirão soluções de resfriamento de data center e insights sobre como minimizar o tempo de inatividade do sistema e os custos operacionais.

Siemens

A Siemens apresentará seus últimos avanços em tecnologias de construção, com ênfase em sistemas inteligentes de automação de edifícios. Seu estande apresentará sistemas projetados para otimizar o uso de energia em sistemas de HVAC, iluminação e segurança em edifícios comerciais e industriais. Os visitantes também podem explorar a tecnologia digital twin da Siemens, que simula o desempenho do edifício para planejamento aprimorado do sistema e eficiência operacional. A empresa também destacará termostatos e controladores inteligentes que se integram perfeitamente em infraestruturas baseadas em IoT.

Opteon

A Opteon apresentará seu portfólio de refrigerantes de baixo GWP para aplicações de ar condicionado e refrigeração. Esses refrigerantes têm como objetivo ajudar as empresas a atender às regulamentações ambientais, mantendo o desempenho do sistema. Na exposição, a Opteon apresentará produtos formulados especificamente para refrigeração comercial, resfriamento de processos industriais e sistemas de ar condicionado automotivo. Os participantes também aprenderão sobre opções de retrofit para a transição de refrigerantes mais antigos e de alto GWP para suas alternativas mais novas.

 Hitachi

A Hitachi Air Conditioning apresentará sua mais recente linha de sistemas VRF na exposição. Esses sistemas são projetados para aplicações comerciais e residenciais, fornecendo soluções flexíveis de resfriamento e aquecimento. Um destaque particular serão seus mini sistemas VRF de eficiência energética, adequados para espaços menores, e sua tecnologia de controle inteligente, que se integra com plataformas de IoT para gerenciamento aprimorado do sistema. A Hitachi também apresentará seus sistemas de recuperação de calor voltados para otimizar o uso de energia em edifícios de grande porte.

JUMO

A JUMO destacará suas tecnologias avançadas de sensores e automação na AHR Expo. As principais exibições incluirão seus sensores de pressão e temperatura projetados para uso em sistemas HVAC-R, bem como controladores que otimizam as operações do sistema. A JUMO também apresentará uma nova linha de dispositivos de medição digital que fornecem alta precisão e monitoramento de dados em tempo real para ambientes críticos. Esses produtos visam melhorar a confiabilidade do sistema e aumentar a eficiência energética em aplicações industriais e comerciais.

Barão do VRF: a trajetória de Anderson Soares de Oliveira

Aos 44 anos, Anderson Soares de Oliveira, conhecido como “Barão do VRF”, é um nome de destaque na climatização brasileira. Técnico em Refrigeração e Ar-Condicionado, atualmente ele gerencia projetos e supervisiona equipes na Artico Ar, empresa sediada em Belo Horizonte (MG).  Sua caminhada no mercado de climatização e refrigeração iniciou em janeiro de 1994, como ajudante na empresa Tecnoclima, onde participou de instalações de sistemas self e manutenções de fancoils. Durante seus estudos no CEFET-PE (Centro de Educação Tecnológica de Pernambuco), em Petrolina, ele conciliava trabalho e aprendizado, o que acelerou seu crescimento.  A mudança para Belo Horizonte foi um divisor de águas. Após um estágio na cidade, foi efetivado e, logo em seguida, assumiu uma posição de supervisão na Isotherm, na Bahia. Sua experiência continuou a se expandir com passagens pela Siemens e Huawei, onde aprofundou conhecimentos em sistemas de precisão e chiller.

“Enquanto trabalhava e estudava no CEFET-PE, unidade de Petrolina, no período de 1994 a 1999, cresci muito profissionalmente. Tive a oportunidade de estagiar em Belo Horizonte (MG), onde tenho parentes e, desde então, me apaixonei pela cidade. A adaptação foi rápida, e logo me destaquei na execução das atividades, que incluíam levantamento de materiais, execução de instalações e diagnóstico de corretivas. Após um ano de estágio, fui efetivado e recebi uma proposta para assumir a posição de supervisor na Isotherm, na Bahia. Essa nova fase foi fundamental para o meu crescimento, onde passei por diversos níveis de supervisão e pude evoluir dentro da empresa. Estou sempre em busca de novos desafios e oportunidades de aprendizado. Após cinco anos, fui para a Siemens, e depois para a Huawei, no Espírito Santo, onde aprofundei conhecimentos em selfs, chiller e sistema de precisão para o segmento de telecomunicações. Em 2011, retornei a Minas Gerais para atuar na Arminas, me consolidando no segmento de VRF/VRV, que se tornou minha grande paixão”.

Hoje, Anderson é uma referência em instalações, manutenção e orçamentos de sistemas de climatização VRF e dutados, especialmente no setor terciário, como clínicas, hospitais, museus e restaurantes.

Desafios e visão de mercado

Para Anderson, o mercado de HVAC-R está aquecido, com alta demanda desde sistemas split até centrais de ar. No entanto, ele destaca a escassez de mão de obra qualificada como um desafio central.

“Parece que os mais novos não querem evoluir ou assumir responsabilidades, e isso impacta setores como o de funilaria, que está em extinção. Muitos profissionais não querem mais ser carreiristas, e com a chegada das altas estações, a demanda é tão grande em instalações residências de split e se tornam mais atrativas, aumentando a concorrência com valores de serviços prestados muito abaixo da média, ou seja, muitas vezes sem noção. Mas, quem trabalha com sistemas centrais de VRF se diferencia na multidão, não tem frio ou calor para profissionais deste ramo”, comenta.

Ele vê nos sistemas centrais de VRF uma área promissora e menos vulnerável à sazonalidade do mercado. Para se destacar, Anderson reforça a importância da qualificação, especialmente em habilidades técnicas e elaboração de orçamentos.

Anderson utiliza as redes sociais e o YouTube para disseminar conhecimento. Seus perfis no Instagram (@grupoarticoar, @articotec.cursos) e o canal @barãovrf no YouTube são fontes de aprendizado e entretenimento para profissionais do setor. Além de dicas técnicas, ele compartilha conteúdos bem-humorados sob a persona do “Pai Barão”, o “exorcista de VRF”.

Fora do trabalho, ele valoriza o tempo com seus quatro filhos – Ana Luiza, Gustavo, Arthur e Anthony, além de apreciar momentos simples, como tocar violão, jogar xadrez e organizar churrascos com amigos. Suas conquistas vão além do profissional, com viagens em família e a realização de sonhos, como adquirir um carro novo.

Seus maiores objetivos são ver seus filhos felizes e bem-sucedidos, vivendo com menos preocupações e mais realizações.

“Eu gosto de passar um tempo com meus filhos. Eles são o meu legado. É gratificante ver o fruto do nosso trabalho, seja através do crescimento da empresa, da conquista de um carro ou das viagens em família, que proporcionam momentos de qualidade juntos. Meu maior sonho é ver meus filhos se tornando pessoas dignas e felizes, vivendo uma vida com menos preocupações e mais realizações”, revela.

Com sua trajetória, Anderson inspira profissionais a buscar excelência e inovação no setor de HVAC-R, provando que dedicação e paixão fazem a diferença.

“Qualificação é fundamental para se destacar no mercado. Ao investir em aprendizado, você se torna especialista, evolui e agrega valor ao seu trabalho. Cola comigo que você brilha!”, conclui.

Anderson valoriza o tempo com seus quatro filhos: Ana Luiza, Gustavo, Arthur e Anthony

Johnson Controls-Hitachi lança VRF para projetos comerciais

A Johnson Controls-Hitachi Ar Condicionado lançou o air365 Tech, novo modelo de sistemas VRF (Fluxo de Refrigerante Variável) para o mercado brasileiro de climatização. O equipamento é direcionado a aplicações comerciais, como escritórios, hospitais, hotéis, escolas e lojas, oferecendo variação de capacidade de até 112 HP por meio de interligação de módulos.

O air365 Tech foi projetado com um motor DC inverter,  e segundo a empresa, ajusta a velocidade do ventilador de forma contínua, aumentando o volume de ar com baixo nível de ruído. Outro aspecto positivo é em relação ao trocador de calor; Com uma circuitagem otimizada, possibilita o aumento da transferência de calor e conta também com a proteção hidrofílica, que evita o acumulo de sujeira no trocador.

O novo VRF utiliza o fluido refrigerante R-410A e possui sistema de backup para manter a operação estável em caso de falha de compressores ou ventiladores, uma medida externa para aumentar a confiabilidade do sistema. Em unidades com dois compressores ou ventiladores, a falha de um deles não interrompeu a operação, mantendo o funcionamento mínimo exigido.

Além disso, o equipamento conta com o Modo Noturno, que reduz o ruído externo com ajuste automático das rotações do compressor e ventilador, adaptando-se à temperatura externa e à carga térmica do ambiente.

Sistemas VRF se consolidam no mercado brasileiro

Melhorias significativas nos compressores, controles eletrônicos e na eficiência geral dos sistemas VRF impulsionaram seu crescimento

Nos últimos anos, os sistemas VRF (Fluxo de Refrigerante Variável) têm ganhado uma crescente aceitação no mercado brasileiro de HVAC-R. Este crescimento se deve a vários fatores, incluindo a busca por maior eficiência energética, flexibilidade na instalação e controle preciso da temperatura.

Um dos principais impulsionadores do crescimento dos sistemas VRF no Brasil é a eficiência energética. Os sistemas VRF são projetados para ajustar a quantidade de refrigerante que flui para as unidades internas com base na demanda real de cada zona climatizada. Isso permite uma operação muito mais eficiente em termos de consumo de energia comparado aos sistemas tradicionais de ar condicionado.

Outros fatores como flexibilidade de instalação, os torna ideais para uma ampla gama de aplicações, desde pequenos edifícios comerciais até grandes complexos residenciais e corporativos. A capacidade de conectar múltiplas unidades internas a uma única unidade externa permite soluções personalizadas que atendem às necessidades específicas de cada projeto. Outra vantagem significativa dos sistemas VRF é o controle preciso da temperatura. Cada unidade interna pode ser controlada de forma independente, permitindo que diferentes zonas dentro de um edifício mantenham temperaturas distintas de acordo com as preferências dos ocupantes. Isso melhora o conforto e a satisfação dos usuários, um fator crucial em ambientes comerciais e residenciais.

Renan Santos Vieira, Gerente de Engenharia de Aplicação CAC da Gree

“Hoje, o VRF como conceito de ar-condicionado, já está amplamente difundido entre os atores especializados (projetistas, instaladores e distribuidores), o que permite questionar: qual setor ainda não usa VRF? A instalação de VRF em residências de médio e alto padrão já é a referência e foram impulsionadas pela disponibilidade maior nos distribuidores, por outro lado, não se fala mais de água gelada quando o assunto são lajes corporativas padrão A e Triplo A, e por aí passam aplicações tais como hotéis, e a área de quartos em hospitais. No setor industrial, quando se fala em sistemas de conforto térmico, o VRF é a solução mais procurada quando o requisito é eficiência energética, sendo imbatível quando comparado com outros sistemas centrais”, informa Renan Santos Vieira, Gerente de Engenharia de Aplicação CAC da Gree.

Segundo a Eletros, Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletrônicos, que consolida os dados de mercado, o VRF representa em torno de 5% do mercado total de HVAC-R, entretanto, essa métrica não representa o movimento real do mercado, uma vez que a porção residencial representa mais de 90%. “Quando olhamos somente o mercado de centrais, que compreende também os chillers, rooftops, selfs e splitões; o VRF representa 46% do mercado, e cresceu 17% quando comparados os mesmos períodos de 2023 e 2024 até o momento. Entendo que os principais benefícios podem ser resumidos em versatilidade, capacidade de automação e eficiência energética dos sistemas do tipo VRF em comparação com os sistemas tradicionais. No quesito versatilidade, os sistemas do tipo VRF se destacam pelas altas capacidades dos sistemas que vão de 3 a 128 HP de capacidade e até 20 tipos diferentes de unidades internas. Reduzindo o espaço necessário para instalação dos mais diversos sistemas, reduzindo o footprint (pegada de carbono) necessário para a instalação dos equipamentos”, diz Viera.

Ele destaca ainda a capacidade de automação dos sistemas VRF, que podem ser utilizados como o controle via Wi-Fi dos equipamentos ou rede KNX para automação em residências de alto padrão até sistemas mais complexos que utilizam Bacnet ou Modbus para conexão de múltiplos sistemas em um único BMS para clientes industriais, hotéis, entre outros.

Em relação à eficiência energética, os sistemas de fluxo variável contam com mais sensores, sistemas de controle de capacidade e controle dos componentes, permitindo maiores eficiências, principalmente em cargas parciais.

Rodrigo Fiani, vice-presidente de Vendas de B2B, IT e ar-condicionado da LG do Brasil

De acordo com o Rodrigo Fiani, vice-presidente de Vendas de B2B, IT e ar-condicionado da LG do Brasil, os sistemas VRF oferecem vários benefícios em comparação com os sistemas tradicionais. “Eles possuem eficiência energética superior devido ao sistema 100% inverter e tecnologias de controle avançadas, que permitem maior performance adaptada a diversas operações. Além disso, esses sistemas permitem a interligação de todas as unidades em um sistema central de automação, proporcionando baixo custo e alta segurança operacional. São adequados para locais segmentados, como escolas, hotéis, escritórios e residências, e possuem design moderno que se adapta a diferentes tipos de ambientes.  Outro benefício é a manutenção facilitada pela alta tecnologia embarcada, que permite fácil visualização de falhas e erros através de controles avançados. O maior desafio, no entanto, é o treinamento e capacitação da mão de obra, que se torna cada vez mais necessária à medida que o mercado cresce”, destaca Fiani.

Além da capacitação e treinamento, um outro desafio enfrentado na implementação dos sistemas do tipo VRF no Brasil é seu custo.

“O custo dos sistemas do tipo VRF ainda são superiores a sistemas tradicionais como o split e multi-split em residências e pequenos comércios e linhas de splitão e rooftop em grandes projetos. Para grandes centros ou obras maiores, não há problemas na implementação destes sistemas, pois são aplicados os conceitos de CAPEX e OPEX (custo de implementação e custos de operação), levados em consideração o espaço utilizado pela capacidade requerida e disponibilidade oferecida por equipamentos com maior tecnologia. Porém, em projetos de pequeno e médio porte, em que o cliente ou até mesmo o projetista está à procura de um menor custo de implementação do sistema de climatização, os sistemas de fluxo variável extrapolam o budget desejado e sistemas tradicionais são utilizados. Outro ponto quanto a implementação e manutenção, é a mão de obra qualificada para aplicação dos sistemas VRF. Embora os profissionais busquem expandir seus conhecimentos, muitos ainda lutam contra a evolução dos sistemas de climatização (vide o que foi a implementação dos sistemas do tipo inverter e agora o R-32) e se mantém apenas nos sistemas tradicionais, ou pela falta de locais de qualificação próximos (fato que ocorre longe das capitais) ou não querem investir em ferramental adequado para instalação e diagnósticos dos sistemas do tipo VRF”, enfatiza Vieira.

Tendências futuras

Atualmente, o VRF figura como uma das principais soluções de HVAC no mercado brasileiro, dividindo a liderança com sistemas de água gelada.

“A tendência é de crescimento contínuo no Brasil, impulsionado pelo desenvolvimento econômico e pela expansão da construção civil. Além disso, há uma migração de outros sistemas, como Split e Chiller para o VRF, atraídos pela eficiência e flexibilidade que este sistema oferece.  Os sistemas VRF têm sido um grande sucesso no Brasil devido à sua eficiência e versatilidade. Temos milhares de projetos espalhados por todo o país, atendendo a diversos segmentos, desde comerciais e residenciais até industriais, demonstrando sua adaptabilidade e eficácia”, revela Fiani.

Para Vieira, assim como o restante da indústria, o futuro do VRF irá seguir três caminhos principais: aumento da eficiência dos sistemas, utilização de IA (Inteligência Artificial) e fontes alternativas de energia.

“Os sistemas do tipo VRF já possuem uma elevada eficiência energética quando comparados com sistemas tradicionais, porém com o avanço de novas tecnologias a busca por melhores motores, compressores e sistemas de comunicação mais eficientes irão guiar a indústria em busca de soluções adequadas às novas necessidades. Com motores e compressores mais eficientes podemos diminuir o consumo direto dos equipamentos e com sistemas de comunicação e controle mais rápidos e eficientes podemos diminuir o tempo de resposta às variações de carga térmica requerida e atuar de forma mais rápida e eficaz no controle dos parâmetros de operação. A utilização de inteligência artificial nos equipamentos já é uma realidade em alguns países, porém, ainda dependem de uma complexa rede e infraestrutura para seu funcionamento eficiente no Brasil. Por exemplo, os sistemas GMV da Gree na China, utilizam banco de dados climáticos para otimizar a operação dos equipamentos de forma automática, além de ler e identificar os parâmetros de operação dos equipamentos e prever a troca de componentes antes que ocorra uma falha e parada do sistema por quebra de algum componente crítico. Quanto às fontes alternativas de energia, já existem sistemas do tipo VRF que utilizam placas fotovoltaicas para acionamento direto dos equipamentos e operação híbrida (rede + fotovoltaico), uma vez que sistemas inverter por padrão transformam a energia CA vinda da rede à CC para utilização no equipamento. Estes equipamentos têm como objetivo principal diminuir as perdas de conversão de energia e otimizar a utilização de sistemas fotovoltaicos para acionamento das unidades VRF. Um caso de sucesso que temos quanto a implementação de sistemas de fluxo variável é a própria fábrica da Gree em Manaus (AM), onde são utilizados equipamentos do tipo VRF da linha SOLAR para climatização do setor corporativo, onde são conectados diretamente às placas fotovoltaicas. O sistema opera de forma híbrida, onde quando há geração de energia suficiente para manter o equipamento, apenas as placas são utilizadas, quando não há energia suficiente das placas a rede é utilizada para complementar a o fornecimento de energia ao sistema e nos dias em que não há expediente, os equipamentos converter a energia gerada de CC à CA e fazem a inserção dessa energia na rede elétrica da concessionária, gerando créditos pela geração de energia dos painéis fotovoltaicos”, conclui Vieira.

A carreira notável de Kleber França de Barros Jr na refrigeração

Com diversas habilidades profissionais e cursos em várias disciplinas, incluindo-se a refrigeração, ar-condicionado, hidráulica, elétrica e automação predial, Kleber França de Barros Junior, aos 35 anos é exemplo de dedicação!

À frente da Milênio Refrigeração, sediada na capital pernambucana, ele começou sua carreira em 2007, na Thermotec Refrigeração, em Olinda (PE), atuando na refrigeração comercial em câmaras frigoríficas, balcões e ilhas expositores. Lá, aprendeu muito adquirindo vasta experiência. Avistando novas possibilidades, Kleber aceitou a proposta para ingressar na Ômega Refrigeração, onde teve seu primeiro contato com a climatização e se apaixonou, atuando com instalação, manutenção preventiva e conserto de equipamentos, em especial com serviço autorizado da marca LG.

“Iniciei em 2007, quando fiz o curso de Mecânico em Refrigeração na ONG Trapeiros de Emaus – BrazilFoundation, onde tive a honra de aprender com o excelente professor Ronaldo Medeiros e, ao contrário da maioria dos profissionais, eu iniciei na refrigeração comercial, e em 2008, na climatização, onde eu conheci meu amigo e irmão Kilvio Ferraz, professor da Escola Técnica Federal, meu mentor que mais me motivou e acreditou em mim. Agradeço a Deus por ter a honra de conhecê-lo. Em 2010, fui trabalhar na maior rede de fast food do Brasil, o McDonald’s, permanecendo até o final de 2013, passando pelo Outback Steakhouse onde aprendi a trabalhar com máquinas de sorvete e de refrigerantes, além de chapas e fritadeiras que requer bastante conhecimento em comandos elétricos, entre outros equipamentos. Dando um passo importante, em 2016 decidi abrir a minha empresa, a Milênio Refrigeração”, conta Kleber.

Atuando com câmaras frigoríficas, projetos de climatização, instalação de sistemas Split, Multi Split, Splitão e VRF, Kleber admite que hoje, o mercado de HVAC-R no Brasil está bem melhor que quando ele começou, porém, a oferta de profissionais dedicados a essas áreas está cada vez mais acirrada.

“Hoje, o mercado estar bem melhor do que à época que iniciei na questão de informações, principalmente através do contato com o fabricante. Antigamente, se eu não fosse serviço autorizado da marca, o instalador não tinha acesso. Também com o auxílio das redes sociais essas informações estão muito fáceis e nos ajudou bastante, além dos aplicativos que permitem acessar marcas, códigos de erros, etc. Agradeço muito ao Luiz Fernando Gaivota por começar esse movimento de levar informações ao nosso mercado e ao Jobney Palmeira por nós ajudar neste mesmo sentido. Sobre a competitividade de mercado, creio que existe uma competição na climatização, mas vejo que quem estuda e se atualizada constantemente sai em vantagem, pois não existe uma receita pronta para uma simples carga de fluido, por exemplo, requerendo mais do profissional em campo com experiência para enfrentar as dificuldades que aparecem ao longo do trabalho”.

Sonhos realizados

Filho de Elizete Barbosa, denominada “sua rainha”, Kleber tem dois pais, Kleber França, o biológico com quem tem um ótimo contato, e Julisson Santana, seu pai de criação que o educou e tem maior convivência. Casado com Valeria Silva, o amor de sua vida, ele tem dois filhos, o Kleber Julisson, seu amigão de todas as horas, e de Emily Kaylane, sua princesa linda, como ele a chama.

Kleber adora estar com Valeria e seus filhos Kleber Julisson e Emily Kaylane

“Eu sou uma pessoa simples e calma, que não gosta de injustiças e nem de confusão, prefiro me calar ao invés de causar uma situação incômoda. Minha vida pessoal é muito atrelada a refrigeração e climatização, quando eu viajo com a família, fico observando como são as instalações de ar condicionado naquela região, é até engraçado. Numa dessas, realizei o sonho de viajar para fora do país por duas vezes, uma para o Peru (Machu Picchu), e outra para o Panamá, foram experiências sensacionais e sou grato a Deus por tudo que já aconteceu em minha vida. Tenho muitos amigos, principalmente, os que trabalham comigo na Milênio Refrigeração, conquistei minha casa própria e ainda tenho um sonho não realizado: ter a minha própria escola e ensinar o que aprendi ao longo da vida”.

Torcedor do Sport Club do Recife, Kleber gosta de drone, som automotivo e fotografia, além da refrigeração e climatização, claro! Ele deixa uma mensagem a todos os profissionais de HVAC-R: “Estudem e trabalhem com aquilo que amam, pois quando fazemos o que gostamos o trabalho é divertido! Não achem que a vida do outro é perfeita e a sua vida é ruim, apenas faça a sua parte e ajude o próximo”, conclui.

 

Integração de controle automatizado atrai usuários de edificações

A automação embarcada desempenha um papel fundamental no controle e gerenciamento, tornando-os mais eficientes, econômicos e fáceis de operar.

A automação embarcada em sistemas de HVAC-R oferece uma gama de benefícios, desde a eficiência energética e redução de custos até a melhoria do conforto e qualidade do ar, contribuindo para a sustentabilidade e bem-estar dos ocupantes. Hoje, muitos fabricantes disponibilizam aos usuários finais equipamentos integrados que possibilitam o monitoramento contínuo através dos sensores instalados nos sistemas, fornecendo leituras em tempo real aos algoritmos de controle, desenvolvidos especialmente para cada tipo de sistema, permitindo o ajuste rápido para manter as condições desejadas, além do acompanhamento do desempenho, bem como a identificação precoce de falhas e desvios que poderiam levar a paralização das máquinas.

“A automação embarcada proporciona uma resposta rápida e adaptativa devido a análise em tempo real de variáveis e aos algoritmos de controle desenvolvido especificamente para cada aplicação de HVAC-R. Essa agilidade resulta em um funcionamento mais estável do sistema, garantindo que as variáveis controladas permaneçam dentro dos parâmetros especificados, o que por sua vez, contribui para o aumento da eficiência energética e prevenção de falhas. Através do gerenciamento remoto proporcionado pela automação embarcada, é possível o monitorar em tempo real, realizar diagnósticos antecipados de falhas, analisar os dados do sistema e realizar ajustes de parâmetros visando uma melhor performance. Qualquer anomalia é imediatamente comunicada aos responsáveis pela manutenção através do sistema supervisório, permitindo uma intervenção imediata. Entre os benefícios do gerenciamento remoto podemos citar o aumento na vida útil dos componentes, melhoria na eficiência energética do sistema, a prevenção de paradas inesperadas prolongadas e a otimização dos custos de manutenção”, informa Lucas Penalva, Engenheiro de Aplicação e Serviços da Copeland.

Engenheiro de Aplicação e Serviços da Copeland

Lucas Penalva, Copeland: “A automação embarcada proporciona uma resposta rápida e adaptativa”

A empresa oferece um portifólio de produtos, incluindo sistemas de controle específicos para cada aplicação de HVAC-R, como controle para centrais frigoríficas, controle de ambientes, controle de centrais de bombeamento, Controle para CAGs, Splitões, Iluminação e Utilidades.  “O sistema supervisório XWEB disponível em diferentes versões para atender os mais variados tamanhos de projetos, garante a integração e conectividade de todos os sistemas de automação da instalação, ele possui ferramentas avançadas, com protocolo de comunicação aberto ModBus RTU, permitindo agregar ao monitoramento outros sistemas de interesse, como centrais de incêndio, geradores, no-breaks, consumo de água e energia, entre outros. Isso garante o funcionamento adequado de todos os ativos, otimizando a manutenção e proporcionando economia de recursos”, informa Penalva.

Integração dos sistemas

Um dos pontos destacados por Marcio Pereira, Regional Product Manager South America da Johnson Controls- Hitachi, é o controle de operações de forma autônoma, sem a necessidade de intervenção humana constante. “Na Johnson Controls Hitachi, estamos constantemente aprimorando nossos produtos para oferecer recursos de automação embarcada através de uma variedade de produtos com recursos para comunicação e integração com diversos sistemas de ar condicionado e controles inteligentes, sensores de ambiente integrados, algoritmos de otimização de desempenho ou até controles através de aplicativos web.

Regional Product Manager South America da Johnson Controls- Hitachi

Marcio Pereira, Johnson Controls- Hitachi: “Melhoria do conforto e da qualidade do ar interior também integram o hall de benefícios”

Além disso, a capacidade de otimizar dinamicamente o uso de energia e ajustar as configurações de operação com base nas condições ambientais resulta em economias significativas a longo prazo, contribuindo ainda mais para a redução dos custos operacionais dos sistemas HVAC-R”, comenta Pereira.

A melhoria do conforto e da qualidade do ar interior em edifícios comerciais e residenciais também integram o hall de benefícios proporcionados: “Ao garantir um controle preciso da temperatura, umidade, vazão, quantidade de CO2 do ar, um equipamento com um sistema de automação pode criar um ambiente mais confortável para os ocupantes do edifício. Além disso, a automação embarcada permite a integração de sistemas de filtragem e purificação do ar, reduzindo a concentração de poluentes e alérgenos e melhorando significativamente a qualidade do ar interior. Essa combinação de controle preciso e melhorias na qualidade do ar resulta em ambientes mais saudáveis e agradáveis, promovendo o bem-estar dos ocupantes e aumentando a produtividade em ambientes comerciais”.

Exemplos de sucesso

Pereira cita diversos casos de uso e exemplos de sucesso que demonstram os benefícios tangíveis da automação embarcada em sistemas HVAC-R:

– Redução dos custos de energia: Em um edifício comercial, a implementação de sistemas VRF com automação embarcada resultou em uma redução significativa nos custos de energia, com uma diminuição de até 30% no consumo total de eletricidade devido ao uso mais eficiente dos equipamentos de climatização.

– Melhoria do conforto dos ocupantes: Em um ambiente de escritório, a automação embarcada permitiu ajustes precisos de temperatura, garantindo um ambiente de trabalho mais confortável para os funcionários. Isso resultou em uma diminuição das queixas relacionadas ao conforto e um aumento na satisfação dos ocupantes do edifício.

– Redução do tempo de inatividade: Em um hospital, a automação embarcada nos sistemas de climatização permitiu uma detecção precoce de problemas e diagnósticos proativos, resultando em uma redução significativa no tempo de inatividade não planejado dos equipamentos. Isso garantiu que os serviços de climatização essenciais estivessem sempre disponíveis para manter o conforto dos pacientes e funcionários.

– Aumento da vida útil dos equipamentos: Em um hotel, a programação dos sistemas de climatização baseada nos padrões de ocupação permitiu uma operação mais suave e eficiente dos equipamentos, reduzindo o desgaste e prolongando sua vida útil. Isso resultou em economias adicionais ao evitar custos de substituição prematura de equipamentos.

“Esses exemplos demonstram claramente os benefícios tangíveis da automação embarcada em sistemas de climatização, incluindo redução dos custos operacionais, melhoria do conforto dos ocupantes, redução do tempo de inatividade e aumento da vida útil dos equipamentos. Esses benefícios não apenas melhoram a eficiência e a confiabilidade dos sistemas de climatização, mas também contribuem para um ambiente de construção mais sustentável e econômico”, aponta Pereira.

Construções inteligentes

Com a integração dos sistemas de automação predial ao sistema de automação de equipamentos de HVAC-R é possível otimizar o consumo de energia do prédio, integrando disciplinas como iluminação, hidráulica e controle de acessos.

Engenheiro de Aplicação de Automação e Energia da Trane

Alexandre Sermarini, Trane: “Controle de iluminação reduz o consumo energético e a carga térmica dos ambientes”

Através do controle de acesso, por exemplo, é possível avaliar se existe mesmo a necessidade da operação dos fancoils que atendem à área na qual não há pessoas. Também é possível realizar o controle de iluminação de acordo com os níveis de luminosidade, reduzindo assim o consumo energético e a carga térmica dos ambientes, que por sua vez reduz o consumo do sistema de HVAC-R. “A aplicação da automação embarcada em sistemas de água gelada (Centrais de Água Gelada – CAG), por exemplo, quando comparados com a operação manual destes sistemas, constitui uma operação mais eficiente através da operação correta de chillers e bombas (apenas a quantidade necessária para a carga térmica instantânea demandada pelo sistema), através da modulação efetiva das bombas de água gelada secundárias, e através da modulação efetiva da velocidade das torres de resfriamento. Também é possível otimizar o controle do conjunto de torres e chillers através da alteração de set point dinâmico da temperatura de condensação dos chillers. Caso o sistema de controle da Central de Água Gelada esteja integrado ao sistema de automação embarcada dos fancoils que recebem esta água da CAG, é possível então realizar a alteração dinâmica do set point de pressão das bombas de água gelada secundárias, otimizando ainda mais o consumo de energia deste sistema, flexibilizando o sistema para se adequar à demanda atual de carga térmica”, explica Alexandre Sermarini, Engenheiro de Aplicação de Automação e Energia da Trane.

Outro exemplo de sucesso citado por Sermarini sobre a automação embarcada em fancoils é a realização do controle de velocidade dos ventiladores e de abertura da válvula de água gelada em função da temperatura ambiente (vazão de ar) e temperatura de insuflamento (válvula de água gelada). Para os casos de sistemas existentes, recomenda-se iniciar a implantação do controle a partir do sistema de maior demanda energética, de forma a reduzir ao máximo, em um primeiro momento, o consumo de energia da instalação. Em seguida, deve-se mapear os equipamentos críticos da instalação e realizar a automatização destes, visando garantir a segurança operacional da instalação. Por fim, se faz necessária a integração dos diversos equipamentos através do uso de um gerenciador de rede, garantindo assim as condições para otimização da operação do sistema. “Já nos casos de novos projetos de construção, recomenda-se a contratação de uma empresa especializada em sistemas HVAC-R para a elaboração de um projeto de automação que englobe todos os pontos de controle necessários para atendimento das demandas exigidas pelo cliente. É importante que este projeto contemple também as premissas de comissionamento que devem ser adotadas durante a implantação para garantir o atingimento das metas do projeto”. Sermarini orienta ainda sobre a importância que todos os equipamentos com automação embarcada estejam integrados em um gerenciador de rede de forma com que todo o sistema possa ser operado de forma conjunta, buscando uma melhor operação e ressalta a importância da utilização de sensores e atuadores de qualidade, assim como a sua manutenção correta.

 

Leo Amaral: De Afogados da Ingazeira, ele dá seu recado!

Pernambucano, nascido em Afogados da Ingazeira, desde os 10 anos de idade, Leonildo Góes Amaral Júnior ingressou no mercado de trabalho exercendo diversas funções nos vários negócios da família. Em 2007, a pedido dos seus pais, assumiu a pizzaria e restaurante no período noturno. Sem vida social e louco para casar-se, resolveu ir em busca de mais um trabalho no período comercial para ganhar um dinheiro extra.

Foi assim que surgiu uma oportunidade na empresa de climatização de um cliente do restaurante e amigo de seu pai. Prontamente, Irenildo, proprietário da Vento-Norte, lhe deu essa oportunidade e até hoje, é seu grande amigo e mentor. Permaneceu por quatro anos na empresa, sendo que durante esse período, sofreu um acidente fraturando o punho e para complementar o salário, trabalhou como vigilante noturno.

“Profissionalmente, já passei por várias áreas, desde supermercado, loja de material de construção, servente de pedreiro nas obras de meu pai, vendedor de chinelos nas feiras da minha cidade, vendi caldo de cana e pastel aos sábados e fui vigilante armado no horário noturno em um hospital da minha cidade. Foi em janeiro de 2013 que resolvi deixar de trabalhar de vigilante e na empresa Vento-Norte e fundei a Brasil Climatizações, dando início a minha jornada como empreendedor.

Sempre gostei de estudar e investi em conhecimento. Meu primeiro curso técnico foi de eletroeletrônica pelo Instituto Federal de Pernambuco – IFPE. Quando iniciei na área de refrigeração e climatização na Vento-Norte fiz minha segunda graduação técnica para o curso de refrigeração e climatização pelo Instituto Federal do Sertão – IFSERTÃO, além de várias especializações do segmento na Oficina Escola Rio de Janeiro (split inverter), câmara fria na Treinatec BH, em Belo Horizonte, como também todos os cursos disponíveis de vários fabricantes da área de climatização”, informa Leonardo. No começo de sua carreira profissional no setor, Leo conta que trabalhava com tudo o que aparecesse, desde freezers, balcão frigorífico, bebedouros, geladeiras e climatização. Mas em 2016, focou sua empresa 100% na climatização residencial, comercial e está se preparando para entrar na área industrial.

“Desde que comecei a trabalhar no segmento, enxerguei um mercado com crescimento exponencial e muito carente de mão de obra especializada, pelo fato de ser um setor em constante inovação de tecnologia embarcada nos aparelhos, em especial, a linha residencial e industrial, desde VRF até chillers de grande porte, e falta capacitação e suporte técnico para esses equipamentos. A boa notícia é o grande crescimento de escolas e cursos técnicos voltados para essas áreas, pois ainda há escassez de profissionais no HVAC-R”.

Digital influencer do segmento de HVAC-R desde 2023, ele integra a Seleção do Ar da Elgin junto com um time de 10 pessoas, ajudando os profissionais com informações e suporte técnico.

“Quero agradecer ao diretor, Anderson Bruno, pela oportunidade de fazer parte do time Elgin, nos motivando a divulgar novas tecnologias para facilitar a vida do técnico em campo, como também levando muita inovação tecnológica e eficiência energética em toda a linha de fabricação e montagens de seus produtos.

Também faço parte do time de digital influencer da Seleção Ar da Terra, empresa dedicada a produtos de limpeza descontaminantes voltados para sistemas de climatização. Ressalto ainda, a importância de fazer esse trabalho nas redes sociais, pois diariamente consigo ajudar e acrescentar na vida desses profissionais, informação e auxílio técnico, isso é o que mais me motiva em fazer esse belíssimo trabalho, pois nosso mercado ainda é muito carente de informações específicas”.

Mercado Competitivo

Em sua opinião, Leo afirma que o mercado de HVAC-R está cada vez mais competitivo, principalmente nas áreas de instalação de equipamentos de pequeno porte (linha de splits) e na parte de manutenção na limpeza dos sistemas de climatização.

“Todos os dias ingressam novos profissionais no setor, aumentando a competividade, porém, quando começamos a falar em manutenção corretiva, em especial os equipamentos da linha inverter, existe escassez de pessoas com conhecimento mais específico, e vejo uma certa resistência para estudarem mais a fundo essas novas tecnologias. Quando falamos de conserto de placas inverter, aí nem se fala! É grande a resistência dos técnicos em aceitar a tecnologia inverter, que veio para mudar nosso mercado e aumentar o nível de conhecimento dos nossos técnicos e “penduradores”, alerta.

Considerado uma pessoa bem família, Leonardo gosta e faz questão de estar presente na vida dos seus filhos, ao lado de seus pais e esposa, assistir bons filmes, viajar e conhecer novas pessoas e culturas diferentes e ir à praia sempre que pode.

“Já consegui realizar vários sonhos, um deles em especial, é fazer parte de um time de influencers da Elgin e Ar da Terra. Sempre que possível, gosto de estar com meus amigos fazendo um bom churrasco e colocar a conversa em dia, ler e ficar atualizado todos os dias sobre nosso segmento de HVAC-R e ver minha empresa sendo referência na Região Nordestina e a valorização gradativa de nosso trabalho no setor.

E aproveito para agradecer toda equipe da Revista Do Frio e Clube do Frio, em especial os meus amigos Naldo e Gustavo, pela oportunidade de contar um pouco sobre minha história. Parabenizo pelo belo trabalho que fazem em prol do nosso segmento e ressalto a extrema importância que o Circuito dos Instaladores vem fazendo, levando muita informação para o Brasil afora, elevando o nível do nosso mercado!”, finaliza.

Leo gosta e faz questão de estar presente na vida dos seus filhos, ao lado de seus pais e esposa.

VRF: Você ainda não viu nada

Sistemas de climatização com fluxo de refrigerante variável demonstram estar longe de esgotar o rol de recursos e características que tem feito deles um sucesso.

Quem chegou a pensar que o VRF já havia mostrado tudo a que veio em nosso país – onde desembarcou em meados da década de 1990 – errou feio. Mas isso certamente tem deixado satisfeitos até mesmo os autores desses prognósticos equivocados, pois desde então o mercado vem assistindo a um festival de instalações marcantes desse tipo, várias delas ano a ano premiadas pelas entidades do HVAC-R.

E pelo o que tudo indica, muitas outras estão a caminho, possivelmente revigoradas por novidades que tem migrado cada vez mais rápido dos laboratórios dos fabricantes para o cotidiano dos edifícios, onde esses tempos de aquecimento global fazem da climatização de qualidade e energeticamente eficiente algo tão necessário quanto urgente.

Até aqui, somam pontos preciosos para o êxito da modalidade aspectos totalmente amigáveis com esses dois pré-requisitos, com destaque para controle avançado e individualizado; design compacto e flexível; capacidade simultânea de resfriar e aquecer, conforme descreve o professor Américo Martins Júnior, da Thermo Cursos. Tudo isso, segundo ele, soma-se a aspectos como a utilização de compressores Inverter na maioria esmagadora das instalações de VRF, e a capacidade de se modular a quantidade de refrigerante destinada a cada unidade evaporadora, sem falar nas diferentes temperaturas nos espaços climatizados.

“Com isso, cada evaporadora pode operar em seu nível ideal, evitando o desperdício de energia acarretado pelo funcionamento a plena carga o tempo todo”, exemplifica o professor.

Recuperar o calor residual dos ambientes internos e remanejá-los para outros demandantes de aquecimento, igualmente dentro do prédio, é outro trunfo do VRF para ser uma escolha recorrente dos projetistas, a exemplo da precisão dos seus controles de ajuste fino, o que permite detectar, em tempo real, os parâmetros necessários para uma operação sempre eficiente.

E o futuro?

Prever como deve se comportar o fenômeno VRF nos próximos meses e anos é tarefa cujo o próprio presente da área tem facilitado. Por exemplo, as unidades desse tipo vêm aumentando sensivelmente suas capacidades, relata o professor, que vê nisso uma tendência, assim como a utilização de novos fluidos e o incremento na comunicação entre as unidades externas e internas.

Ao focar especificamente a questão dos refrigerantes, Martins Júnior destaca a busca do mercado por uma combinação entre impacto ambiental e operação mais econômica, pois ao substituir opções atuais como o R-410 obtém-se uma expressiva redução do GWP, ou seja, o potencial de contribuir para o aquecimento global. Soma-se a isso, segundo o estudioso, a necessidade de cargas menores, em se tratando do R-32, por exemplo. Há também a perspectiva de que as próximas gerações de VRF sejam mais leves, e tenham compressores e serpentinas menores, porém, resultando em maior poder frigorígeno.

O uso crescente de Bluetooth na área, por sua vez, deve simplificar outra questão nevrálgica dos sistemas do gênero: o gerenciamento e a manutenção dos equipamentos, agora sem a necessidade de softwares avançados e complexos. “No celular, o técnico cada vez mais poderá analisar o funcionamento e, até mesmo, efetuar alguma manutenção corretiva”, antevê o professor.

O que não muda

Mas nem tudo é novidade no mundo do VRF, pois permanece inalterada uma série de requisitos, iniciada a partir da decisão de se aderir ou não a essa modalidade de sistema.

Segundo o professor Américo, nem todos os ambientes podem aderir à modalidade, sobretudo aqueles nos quais a carga térmica necessária seja excessivamente alta ou baixa em alguns períodos.

“Os equipamentos VRF precisam trabalhar com pelo menos 30% de toda a sua capacidade, sob pena de ficarem sujeitos a constantes códigos de falhas e desligamentos, causados pelas próprias proteções do sistema”, ensina.

Uma vez resolvida a instalação de VRF, várias outras questões básicas aparecem. Dentre elas, o melhor produto para a carga térmica do ambiente a ser climatizado; a instaladora a ser contratada; o responsável técnico da obra; que fornecedores aparentam possuir um bom pós-venda e até mesmo se mão de obra qualificada e ferramentas adequadas serão empregados na instalação.

Por fim, quando tudo estiver funcionando, uma outra etapa crucial tem início: o cuidado especialíssimo com a manutenção preventiva, considerando-se que o VRF é muito exigido durante sua operação.

“A falta dessa conduta sempre acaba custando muito mais ao cliente, pois além do prejuízo financeiro, muitas vezes a complexidade de ações corretivas impede a desejada rapidez no restabelecimento dos sistemas”, observa Américo, acrescentando que, sem manutenção preventiva, acaba se perdendo boa parte da economia de energia inerente ao VRF.

Por trás de todas essas intervenções técnicas, ele frisa igualmente a presença imprescindível dos refrigeristas, aos quais recomenda que se preparem, diante de uma demanda que define como absurda a surgir nesse campo. “Cada vez mais os equipamentos serão eficientes, porém, mais sensíveis e, por isso, precisamos acelerar a formação desses profissionais”, arremata.