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Midea abre inscrições para competição de instaladores

A Midea iniciou as inscrições para a competição Service Master Brazil 2025, voltada para instaladores de ar-condicionado. O evento busca incentivar a qualificação profissional e a adoção de novas tecnologias no setor.

A disputa será dividida em cinco etapas, com treinamentos online, provas classificatórias e fases presenciais em parceria com o SENAI. A final ocorrerá em São Paulo, no segundo semestre de 2025, com premiação para os três primeiros colocados durante a FEBRAVA, em setembro. O valor do prêmio pode chegar a R$ 6,6 mil.

Interessados podem se inscrever até 7 de abril.  As informações estão disponíveis no Midea Club.

SENAI conclui capacitação para curso sobre fluidos inflamáveis

A Escola SENAI Oscar Rodrigues Alves concluiu a capacitação de instrutores no curso de Boas Práticas em Condicionadores de Ar com Fluidos Inflamáveis. Com 40 horas de duração, a formação abordou técnicas de instalação e manutenção para equipamentos tipo split, seguindo normas ambientais, de saúde e segurança no trabalho.

O curso será oferecido gratuitamente a profissionais da área de refrigeração e climatização. As inscrições devem ser feitas presencialmente na secretaria da Escola.

A iniciativa faz parte do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e implementado pela Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.

Talentos da SPSkills 2025 avançam para a seleção nacional da WorldSkills

A estudante Keyla Carvalho Dias, do SENAI Oscar Rodrigues Alves, conquistou o primeiro lugar na modalidade Refrigeração e Ar Condicionado da SPSkills 2025, realizada entre os dias 10 e 14 de fevereiro. Com a vitória, Keyla garantiu vaga na Seletiva Nacional da WorldSkills Brasil, prevista para agosto deste ano. Murillo Henrique de Moraes Bueno Rosa e Juan Pablo Silva da Cruz ficaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente.

A WorldSkills, reconhecida como a maior competição de educação profissional do mundo, ocorre bienalmente desde 1950 e reúne jovens qualificados de diversos países. A próxima edição internacional está marcada para setembro de 2026, em Xangai, na China. O país asiático, que sediará o evento pela segunda vez, foi destaque na edição de 2024, realizada em Lyon, ao liderar o quadro de medalhas com 36 ouros em 59 categorias.

No Brasil, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) são responsáveis pela seleção dos competidores. O país tem um histórico expressivo na competição, acumulando 123 medalhas desde sua primeira conquista, uma prata na ocupação de Tornearia, em 1989. A melhor participação brasileira ocorreu em 2015, quando a delegação nacional ficou em primeiro lugar geral na disputa realizada em São Paulo.

Além de Refrigeração e Ar Condicionado, a competição abrange diversas ocupações técnicas, como Mecânica Industrial, Manufatura Integrada, Mecatrônica, Tecnologia da Moda, Indústria 4.0 e Segurança Cibernética.

A próxima fase para os competidores será a Seletiva Nacional, que definirá os representantes do Brasil na WorldSkills 2026.

SENAI abre curso de refrigeração residencial no Maranhão

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) está com inscrições abertas para quatro cursos gratuitos no Centro de Educação Profissional e Tecnológica Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti, em Açailândia (MA). As oportunidades, destinadas a pessoas de baixa renda, oferecem qualificação profissional e educação técnica de nível médio.

As inscrições seguem até 20 de dezembro de 2024 ou até o preenchimento das vagas. Os cursos incluem duas turmas de Mecânico de Refrigeração Residencial e duas de Eletricista Instalador Residencial, totalizando 10 vagas disponíveis.

O curso de Mecânico de Refrigeração Residencial será oferecido na modalidade presencial, com carga horária de 220 horas e aulas no turno vespertino. A primeira turma terá início no dia 3 de fevereiro de 2025 e terminará em 30 de abril, enquanto a segunda acontecerá de 5 de maio a 22 de julho.

Para se inscrever, os interessados ​​precisam comparecer ao Centro de Educação Profissional e Tecnológica Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti, localizado na Rua Dr. Luís Alfredo, S/N, Vila Bom Jardim, em Açailândia. É necessário apresentar cópias legíveis de RG, CPF, comprovante de residência, certificado de conclusão do ensino fundamental e uma autodeclaração de baixa renda.

O SENAI exige idade mínima de 18 anos para o curso de Mecânico de Refrigeração Residencial e 16 anos para o de Eletricista Instalador Residencial. O resultado do processo seletivo será divulgado no dia 26 de dezembro de 2024.

Mayekawa destaca sustentabilidade na 11ª Semana Tecnológica

A Mayekawa do Brasil terá participação na 11ª Semana Tecnológica SENAI, no dia 18 de outubro,  com a palestra “Refrigeração Industrial com Fluidos Naturais: O Caminho para a Eficiência e Sustentabilidade”, apresentada por Leonardo Mitsugui. A empresa abordará a importância dos refrigerantes naturais, destacando os benefícios para o meio ambiente e a eficiência energética dos sistemas industriais.

“Vivemos numa época em que a questão climática está no topo dos assuntos urgentes. Vamos mostrar a importância dos refrigerantes naturais não apenas para o melhor desempenho dos sistemas, mas também para a preservação da Camada de Ozônio e a economia de energia”, afirma Caroline Braga, coordenadora de Marketing da Mayekawa para a América Latina.

A programação do evento inclui 24 palestras ao longo de quatro dias, destinadas a estudantes, técnicos, profissionais liberais, empresários e representantes de instituições de ensino.

Organizado pela Escola Senai em parceria com a Abrava, o encontro tem apoio do Sindratar-SP e oferece inscrições gratuitas.

Fujitsu destaca inovações com gás R-32 na Semana Tecnológica SENAI

A Fujitsu General do Brasil participará da 11ª Semana Tecnológica SENAI, que ocorrerá entre os dias 16 e 19 de outubro, em São Paulo. O evento é direcionado a estudantes, profissionais técnicos, empresários e especialistas dos setores de refrigeração e climatização.

No dia 17 de outubro, das 14h às 14h45, Jordão Ferreira, especialista de qualidade da Fujitsu General do Brasil, apresentará uma palestra sobre as inovações da empresa no uso do gás R-32, um fluido refrigerante que se destaca pela eficiência energética e menor impacto ambiental. Segundo Ferreira, “o uso do R-32 é um passo importante na direção de uma tecnologia mais eficiente, que atenda às demandas ambientais atuais sem comprometer o desempenho dos equipamentos.”

A Semana Tecnológica visa compartilhar informações e promover a qualificação dos profissionais dos setores de climatização e refrigeração (HVAC-R) por meio de palestras técnicas externas para novas tecnologias e inovações que impactam o futuro da indústria.

Futuro do ensino em um mundo cada vez mais digital

O aumento do uso das redes sociais tem transformado a educação de diversas maneiras. Enquanto o ensino tradicional ainda predomina em muitas instituições, o ensino via redes sociais tem ganhado espaço, mas é preciso estar atento ao que se aprende, em especial, no acesso a tutoriais de HVAC-R.

 A indústria de HVAC-R está enfrentando uma transformação significativa com a crescente influência das redes sociais e das plataformas digitais. Este fenômeno apresenta tanto desafios quanto oportunidades para o ensino e a formação profissional na área. Tanto o ensino tradicional quanto o ensino via redes sociais têm suas próprias vantagens e desvantagens. A escolha entre um método e outro depende das necessidades e circunstâncias individuais. Enquanto o ensino tradicional oferece uma estrutura e interação pessoal valiosas, o ensino via redes sociais proporciona flexibilidade e acessibilidade que podem ser essenciais para muitos. Idealmente, um modelo híbrido que combine o melhor dos dois mundos pode oferecer uma solução equilibrada, aproveitando a estrutura e os recursos do ensino tradicional com a flexibilidade e inovação das redes sociais.

Porém, há muita polêmica sobre o tema. Muitos profissionais desprezam o ensino e se apoiam no conhecimento de tutoriais publicados em várias plataformas digitais, comprometendo a qualidade de seus serviços, negligenciando aspectos como segurança, levando a erros que podem resultar em grandes avarias para os sistemas quanto a ele próprio, se envolvendo em acidentes a até levando a óbito.

Na opinião de Carmosinda Santos, técnica em refrigeração e ar condicionado, segurança do trabalho, engenheira mecânica e representante do CRT/SP (Conselho Regional Técnico do Estado de São Paulo), nenhuma rede social influencia sua forma de aprender e de se atualizar em relação ao HVAC-R.

“Eu tenho uma formação acadêmica antiga vinda da base do SENAI Oscar Rodrigues Alves e busco conhecimento em literaturas específicas da área, nas normas da ABNT, ASHRAE e SMACNA e catálogos técnicos dos produtos.

Carmosinda Santos

Não costumo buscar informações e conhecimento nas redes sociais, pois observo que a maioria das informações que chega através dessas plataformas digitais são vazias ou com contextualização distorcida. Eu não acredito que as informações via redes sociais irão substituir o ensino tradicional no HVAC-R, pois é necessário a dinâmica prática em laboratório. Então, quando falamos de disciplinas técnicas relativas à área de exatas, incluindo a elétrica, comandos, sistemas de refrigeração, ou seja, os trabalhos manuais que precisam da destreza humana, como aprender a utilizar ferramentas, temos que executar. Na minha opinião, o aprendizado, principalmente através de tutoriais, não vai vingar, uma vez que é fundamental a etapa prática deste processo, isso inclui a experiência 3D através de IA. Mesmo com simulações, isso não te dá a percepção real, a do tato. Já fiz alguns treinamentos em 3D, mas nada substitui o treinamento em campo”, informa Carmosinda.

Da mesma opinião compartilha Valdemir Oliveira da Silva, Coordenador de Manutenção da OAM Engenharia, sócio e instrutor da Oficina Escola: “Acredito que o aprendizado via redes sociais não vai substituir o ensino tradicional, vejo muito mais como uma ferramenta complementar, gerando novas vias para debates, resolução de problemas e até divulgação mais fácil de novos métodos, mas o ensino tradicional, se bem aplicado, é importante para a construção de uma base sólida em HVAC-R”.

Valdemir acrescenta que as redes sociais contribuíram muito para uma maior divulgação e valorização da área. “Hoje, temos diversos perfis de instrutores compartilhando seus conhecimentos, alunos publicando seus aprendizados, marcas divulgando novas tecnologias, escolas divulgando seus cursos, então acredito que o acesso ao conhecimento se tornou mais acessível e ágil.  Todo esse movimento permitiu um crescimento da comunidade refrigerista e as redes promovem uma conexão maior com essas pessoas e a troca de experiências com elas”.

 Desafios e benefícios do mundo digital

Para Carmosinda, o aprendizado em redes sociais é complicado. “Por exemplo, quando você recebe aprendizado técnico via academia, há uma grade curricular estipulada pelo Ministério da Educação, o que não acontece no ensino informal das plataformas digitais.  Nas redes sociais, as informações são avulsas e fragmentadas, nem sempre referenciam as fontes, tornando informação vulnerável. É preciso tomar muito cuidado com esse fato. Vejo que boa parte dessas informações chegam até nós por experiências em campo, mas isso é só uma parte de um todo, onde é preciso treinamento técnico. Outro ponto é que as informações das plataformas digitais se referem muito a produtos de determinadas marcas e não a técnica em si. Já no ensino tradicional, o profissional aprende a técnica que se aplica a qualquer produto ou marca, orientada por um profissional capacitado”.

Ela chama a atenção sobre as informações incorretas ou enganosas sobre HVAC-R nas redes sociais: “Vemos muitas pessoas divulgando informações técnicas, mas não sabemos qual formação ela tem, a sua expertise na área, que tipo de conhecimento ou atualização profissional recebeu. É um jeito rápido de aprendizado medíocre e muitos profissionais hoje se utilizam dessas informações para realizar serviços, comprometendo a qualidade de mão de obra especializada no setor de HVAC-R. O papel do 31hoje ganhou notoriedade, mas é preciso filtrar essas informações, pois não sabemos qual embasamento técnico ele utilizou, se o que ele está divulgando é realmente verdadeiro na questão do ensino profissional. Vejo que nas redes sociais, as pessoas se importam mais com número de seguidores, likes, do que as informações de qualidade”.

Dentre os benefícios do aprendizado via redes sociais, Valdemir destaca a facilidade de acesso, a possibilidade de acesso a conteúdo em sua maioria gratuito, contudo, ao mesmo tempo que conecta diversas pessoas, isso dá margem para qualquer pessoa com conhecimento mínimo, propagar inverdades ou informações direcionadas tendo em vista benefício próprio, afinal, até perfis gratuitos precisam gerar lucro de alguma maneira.

Valdemir Oliveira da Silva

“Acho importante mensurar e avaliar em mais de um local as informações encontradas nas redes. Eu vejo que a maior dificuldade é transformar os conhecimentos teóricos em práticos, quando a plataforma não tem essa preocupação e cuidado em transformar a teoria em algo visual e prático, existe uma sensação de conhecimento incompleto. Então sempre tenho essa preocupação ao usar essas plataformas. Sempre ressalto que essa amplitude em comunicação abre margem para qualquer pessoa propagar sua opinião e conhecimentos, então, aquela pessoa pode estar desatualizada ou até mesmo propagando algum conhecimento a seu favor. Quando me deparo com situações como essa procuro propagar o conhecimento correto, divulgando as fontes do meu conhecimento e abrindo um diálogo para um debate com a pessoa/perfil, com trocas benéficas”, enfatiza Valdemir.

Ele acredita que o cenário futuro será o aproveitamento dos melhores aspectos do ensino tradicional conciliado ao mundo digital.” É exatamente esse cenário que venho buscando, não esquecer os fundamentos e a base muito forte do ensino tradicional, mas transformá-lo em um conhecimento acessível, inclusive financeiramente, prático e versátil, onde as pessoas possam escolher se manter em constante evolução e aprimorando seus conhecimentos usando todas as ferramentas possíveis ao seu favor. O mundo digital é muito benéfico quando usado com coerência e aliado a bons comunicadores e é isso que enxergo para o futuro. As plataformas digitais permitiram um olhar para a arte que é essa área, possibilitando aos profissionais conhecerem além do tradicional, aumentando sua capacidade de enxergarem não apenas um trabalho, mas também, uma profissão com um campo de conhecimento vasto e em completa ascensão, além da facilidade na busca para adquirir os conhecimentos necessários da área”, explica Valdemir.

Carmosinda complementa que, enquanto o segmento de HVAC-R não entender o papel de cada instituição, futuramente acontecerão muitos mais acidentes do que já presenciamos hoje: “Por exemplo, o CTR habilita o profissional para trabalhar em campo, porém, muitos profissionais recorrem a treinamentos de fabricantes, mas legalmente, esse profissional não tem embasamento e não possui a habilitação técnica e desempenha um papel fundamental para os instaladores dessa área. Ao oferecer diretrizes técnicas atualizadas e normas de segurança, o conselho assegura que os profissionais estejam sempre informados sobre as melhores práticas e inovações no setor. Além disso, promove treinamentos e certificações que garantem a competência e a qualidade dos serviços prestados, aumentando a confiança dos clientes e contribuindo para a segurança e eficiência das instalações”, conclui.

Alta empregabilidade no setor de Refrigeração e Climatização atinge 94,5%

Demanda da indústria por técnicos cresce com novas tecnologias e questões ambientais.

Um levantamento realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) entre 2021 e 2023 revelou que o curso técnico em Refrigeração e Climatização alcançou o 4º lugar em empregabilidade, com uma taxa superior a 94,5%. Esse dado impressionante reflete a crescente demanda da indústria por profissionais qualificados nessa área, especialmente em um cenário de aquecimento global e adoção de novas tecnologias.

O estudo, que analisou a empregabilidade de ex-alunos até um ano após a conclusão de seus cursos, destacou que 84,4% dos egressos de cursos técnicos estão empregados nesse período, marcando o melhor resultado desde a primeira edição da pesquisa. O curso de Refrigeração e Climatização figura entre os dez cursos com melhor desempenho, superando a marca de 90% em empregabilidade.

Segundo Felipe Morgado, superintendente de Educação Profissional e Superior do Senai, a alta empregabilidade desses cursos está fortemente vinculada à demanda da indústria por mão de obra especializada. “O aquecimento global é um fator que impulsiona a demanda por técnicos em refrigeração, enquanto a inserção de novas tecnologias na indústria explica o bom desempenho de cursos como automação e eletromecânica”, explica.

A pesquisa demonstra a relevância dos cursos técnicos como um caminho eficaz para a inserção rápida no mercado de trabalho, especialmente em setores onde a demanda por profissionais qualificados continua a crescer.

Confira a lista dos cursos com as melhores taxas de empregabilidade:

  1. Mecânica – 96,5%
  2. Alimentos – 95,2%
  3. Mecânica de Manutenção – 94,7%
  4. Refrigeração e Climatização – 94,5%
  5. Eletromecânica – 94,4%
  6. Automação Industrial – 93,2%
  7. Fabricação Mecânica – 93%
  8. Eletrotécnica – 92,7%
  9. Soldagem – 91,3%
  10. Manutenção de Máquinas Industriais – 90,6%

Essa alta taxa de empregabilidade reflete a importância de investir em formação técnica, que se mostra alinhada às necessidades do mercado e garante aos egressos uma vantagem competitiva na busca por emprego.

Marcos Carvalho promove a busca por qualidade e não quantidade

Aos 52 anos, o goiano Marcos Aurélio Carvalho, proprietário da Du Ar Marcos, se considera multifunções em sua empresa fazendo um pouco de tudo, seja na área administrativa, como instalador, ajudante, até no marketing. Desde 2016 atuando na área de climatização e refrigeração, foi incentivado pelo primo a fazer um curso no SENAI de Goiânia (GO).

“Sempre com altas temperaturas em Goiânia, certa vez, na casa do meu primo trocamos uma ideia sobre o intenso calor em nossa cidade e incentivado por ele, fui procurar um curso na área e achei o SENAI de Goiânia, e em março de 2016, iniciei minha carreira na área de climatização. Conciliando o curso com o trabalho administrativo num colégio particular, no começo foi muito difícil porque eu tinha que utilizar o horário do almoço para estar com clientes, ir a campo e adquirir experiência. Sou uma pessoa muito curiosa, então, ao mesmo tempo que eu fazia cursos também estava de olho nos vídeos no YouTube publicados pelo Fernando Gaivota, que naquela época estava começando, como também os tutoriais do Rofran, além de participar de grupos de WhatsApp da área de climatização e refrigeração, em especial, o administrado pelo Carlos Djones. Essas pessoas se tornaram referência e incentivo para eu chegar até onde estou hoje”, comemora Marcos.

Dentre os principais desafios enfrentados atualmente em relação ao mercado de HVAC-R, Marcos chama a atenção sobre a quantidade de informações, muitas delas negativas e perigosas: “Não adianta o profissional buscar facilidades e simplificar algo que exige muito estudo e comprometimento. Hoje, o maior desafio é selecionar o que é importante, o estudo e a qualificação é a melhor defesa contra essa enxurrada de informações negativas e que prejudica o mercado, chegando a causar até algumas mortes pela falta de informação técnica de qualidade”.

Em seu canal no Instagram e grupos de WhatsApp que participa, ele tem o cuidado de filtrar as informações, publicar trabalhos em campo, ampliar sua rede de contatos e captar clientes através da sua visibilidade, além de incentivar seus seguidores a investirem em ferramentas, cursos, palestras e encontros do tipo Circuito dos Instaladores, que considera o mais importante que tem no país.

“Com certeza, o mercado hoje é mais competitivo, todas as empresas querem um pedaço e falta mão de obra qualificada, investimento, oportunidade e interesse das pessoas que moram nos grandes centros em buscar qualificação, pois as pessoas estão muito imediatistas”, enfatiza Marcos.

Do basquete ao rock and roll

Tanto no trabalho quanto na vida pessoal, Marcos também é eclético!

“Meus hobbies preferidos são música, basicamente rock and roll, mas escuto praticamente tudo, e o basquete, meu esporte de infância. Toco meu violãozinho de vez em quando e já tive duas bandas de rock. Mantenho até hoje uma turma do basquete que toda semana a gente joga, e antes que eu esqueça, eu também mando bem em uma sinuquinha”.

Realizado em sua vida pessoal, Marcos tem quatro filhos de seu primeiro casamento: Kim de 29 anos; Abgail de 23; Arthur com 18; e Ana Maria, com 15 anos. Há quatro anos, Marcos mantém um relacionamento com Sheyla Ferreira, sua fonoaudióloga preferida e parceira de vida.

Marcos deixa uma mensagem a todos os profissionais do mercado de HVAC-R: “Sejam humildades! Vamos olhar para aquele que está iniciando sua carreira e ajudar no que for preciso, vamos lutar para que tenha mais escolas profissionalizantes e gratuitas em todos as regiões do país, principalmente no Centro-Oeste, Norte e Nordeste”, conclui Marcos.

Em família, Marcos gosta de jogar basquete, sinuca e ouvir um bom rock and roll

Ambiente universitário em HVAC-R

A pesquisa universitária desempenha um papel significativos no avanço e inovação de tecnologias para HVAC-R, mas ainda falta investimentos por meio de parcerias entre universidades, indústrias e órgãos governamentais.

As universidades desempenham um papel importante na inovação e desenvolvimento de tecnologias de HVAC-R. Através de cursos especializados, laboratórios bem equipados e projetos de pesquisa colaborativa, os estudantes são capacitados a contribuir para avanços significativos nesse campo, fundamental para o desenvolvimento de novas tecnologias, aprimoramento de sistemas existentes e melhoria da eficiência energética. Ela abrange diversas áreas, incluindo engenharia mecânica, engenharia civil, arquitetura, e ciência dos materiais.

“Quando os alunos participam de trabalhos de pesquisas, eles deixam de ver somente o processo operacional dos equipamentos e passam a perceber as questões que podem trazer gargalos aos sistemas completos. Também passam a perceber as diversas possibilidades de melhoria nos equipamentos e conseguem entender o porquê da técnica e dos componentes de uma máquina, podendo sugerir mudanças tanto na inclusão de novas peças, quanto na melhoria delas, além de pensarem no processo de gerenciamento do equipamento. A pesquisa abre os olhos e a criatividade para desenvolvimento de inovação e melhorias em diversas áreas” afirma Anna Cristina Dias, Prof. Dra. e diretora da FATEC Itaquera.

Ela aponta algumas áreas que merecem atenção no que tange as pesquisas acadêmicas, “A refrigeração e ar condicionado são áreas importantes devido as mudanças climáticas e o aquecimento global. Uma outra questão importante é o desenvolvimento de sistemas que tornem os equipamentos mais econômicos, além do trabalho de economia circular com os materiais descartados e os gases. A automação desses sistemas também é objeto de vários estudos; a área de ventilação também contribui para o conforto térmico e para a economia de energia, por isso é necessário pesquisas na área de dimensionamento de dutos, isolamento, limpeza e automação e controle dessas áreas; já na área comercial é importante a relação alimentos x conservação x eficiência energética.

Anna Cristina Dias, Prof. Dra. da FATEC Itaquera

A área comercial também precisa de um trabalho específico de PMOC. Os equipamentos são usados em grande quantidade e necessitam de entendimento de como usar melhor o equipamento e reduzir os custos de energia, bem como a pesquisa para reduzir o desperdício de alimentos, equipamentos mais seguros e automatizados. Os grandes data centers possuem equipamentos de grande porte que precisam consumir menos água e energia, por isso a importância de pesquisas no desenvolvimento de sensores, válvulas e sistemas mais eficientes. Também existe a necessidade de desenvolvimentos de metodologias de treinamentos e gestão mais eficiente desses equipamentos; e por fim e não menos importante, são as pesquisas na área de projeto, pois traz toda a estrutura de pesquisa, inovação e desenvolvimento. Nos projetos é possível identificar melhorias que o operacional não consegue ver. Provoca inovação na forma de criar produtos e na interdisciplinaridade existente”.

Atualmente, as pesquisas em HVAC-R nas universidades são diversificadas e focam em resolver problemas práticos e avançar o conhecimento técnico. As principais áreas de pesquisa incluem o desenvolvimento de tecnologias e métodos para reduzir o consumo de energia em sistemas HVAC-R, pesquisa de novos fluidos refrigerantes que sejam eficientes e tenham baixo potencial de aquecimento global, inovação em sistemas de controle para otimizar o desempenho e a eficiência dos sistemas e a integração de tecnologias sustentáveis e renováveis em HVAC-R.

Alberto Hernandez Neto, Prof. Dr. da POLI-USP

“Considero como promissoras pesquisas acadêmicas que envolvem controles inteligentes que otimizem o uso de sistemas HVAC-R com base em dados de ocupação, clima e outras variáveis, sistemas de refrigeração que utilizem fluidos refrigerantes de baixo impacto ambiental e que sejam mais eficientes em termos de consumo energético como o uso de geotermia e superfícies termicamente ativas, e pesquisa de novas tecnologias de filtragem e purificação do ar para melhorar a qualidade do ar interior em ambientes residenciais, comerciais e industriais. Baseado nesses dados, os futuros profissionais do mercado, a partir de pesquisas, os alunos desenvolvem habilidades práticas e teóricas, o aprimoramento de competências transversais (resolução de problemas, trabalho em equipe, gestão de projetos), além de contribuir para a inovação, criatividade, criar conexão com o mercado de trabalho e na formação de líderes e especialistas, o que se traduz em estímulo ao aprendizado contínuo”, enfatiza o Prof. Dr. Alberto Hernandez Neto, da POLI-USP.

Estrutura para estudos e pesquisas em HVAC-R

A estrutura acadêmica e as pesquisas no campo de HVAC-R para o desenvolvimento de soluções tecnológicas avançadas e sustentáveis necessitam de uma sólida formação teórica, experiência prática em laboratórios e projetos de pesquisa inovadores para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades no setor. As colaborações entre universidades e a indústria são fundamentais para a transferência de tecnologia e a implementação de inovações no mercado. Porém, ainda faltam investimentos através de parcerias no tripé universidade, indústria e órgãos governamentais.

“A universidade prove o espaço físico e respectiva infraestrutura para o desenvolvimento das pesquisas. O financiamento das pesquisas vem geralmente de órgãos de fomento como a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), entre outros, que fornece fundos para compra de equipamentos, retrofit de instalações e bolsas de estudo. Aqui na POLI-USP, por exemplo, os alunos de graduação podem participar dos projetos por meio de bolsas de iniciação científica ou desenvolvendo os trabalhos de conclusão de cursos. Na pós-graduação, os alunos podem desenvolver as suas teses e dissertações com o apoio da infraestrutura adequada. Mas ainda estamos longe de um panorama ideal”, informa Hernandez.

Atualmente, está sendo desenvolvida pesquisa sobre diferentes configurações de sistema de resfriamento geotérmico pela Escola Politécnica da USP, Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de Leeds (Inglaterra) e Universidade de Dundee (Escócia). Nesse projeto, estão sendo testadas diferentes configurações de sistemas de resfriamento geotérmico para avaliar a eficiência destas configurações para aplicações de sistema de climatização em edifícios comerciais e residenciais no Brasil e no Reino Unido. A equipe do projeto é formada por cinco professores, dois mestrandos, dois doutorandos e dois bolsistas de iniciação científica.

Na opinião de Anna Cristina, o suporte da FATEC para estudos e pesquisas em HVAC-R ainda é insuficiente: “Trabalha-se nas áreas térmicas, mas as especificidades não são vistas. Tanto é que, só engenharia mecânica se preocupa com as pesquisas em HVAC-R. Mas essa é uma área multidisciplinar que precisaria de eletricidade, automação, eletrônica, fabricação, soldagem, projeto, alimentos, arquitetos, ambientalistas, sanitaristas, produção e outras áreas que fazem como que a área seja mais completa e ofereça soluções mais eficientes para as pessoas e para o meio ambiente. A UNICAMP, por exemplo, tem algumas pesquisas na área térmica e de alimentos; a USP tem algumas pesquisas na área térmica, eficiência energética, uso da água, conforto térmico; porém faltam professores nessa área que conheçam além da mecânica. É necessário envolver outras áreas para trabalhar novas pesquisas. Acho que as empresas poderiam usar a Lei do Bem (concessão de incentivos fiscais às pessoas jurídicas que realizarem pesquisa e desenvolvimento de inovação tecnológica) para trabalhar junto as Universidades, SENAI e FATEC. Assim, seria possível ter mestrado e doutorado para pesquisarem problemas específicos e desenvolvimento de inovações. As pós-graduações são importantes para desenvolver pessoas que possuam outra graduação e não conheçam a área da forma necessária. A interrelação entre os laboratórios que já existem é importante, pois é possível gastar menos e desenvolver treinamentos de uma forma mais integrada. Acho que temos alguns lugares que possuem bons laboratórios, mas eles são subutilizados. Poderia haver programas com uma integração maior desses laboratórios. A Lei do Bem é uma lei pouco usada pelas empresas que atuam no mercado nacional e poderiam ser melhores”, destaca Anna.

Ela cita a pesquisa desenvolvida sobre o controle do ar condicionado através de voz. O objetivo era otimizar o uso do aparelho de uma forma automatizada: “Existem muitos profissionais que apresentam propostas interessantes em congressos como no CONBRAVA (Congresso Brasileiro de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento) e que estão em várias regiões do país. Interessante é identificar esses locais e não os perder de vista. Importante a integração entre as empresas e a universidades em diversas atividades. Os Estados Unidos, Alemanha e outros países fazem isso e conseguem ter bons resultados. Outro exemplo muito interessante é a China. Eles têm investido pesado em educação e pesquisas aplicadas. Acho que dessa forma é possível ter uma melhoria do uso dos recursos e de pessoas que precisariam ser treinadas pelas empresas”, conclui.

Exemplo de caso

Em 2019, a POLI-USP anunciou a construção do CICS Living Lab, o edifício-laboratório do Centro de Inovação em Construção Sustentável, sediado no Campus da Cidade Universitária, com investimento total de cerca de R$ 3 milhões para os próximos cinco anos. Um dos estudos desenvolvidos é sobre o aproveitamento da energia térmica presente no subsolo para climatizar ambientes com potencial de reduzir significativamente os gastos com o uso de sistemas de ar-condicionado em edifícios comerciais, apartamentos e residências. O CICS Living Lab tem como objetivo acelerar a inovação e a sustentabilidade da construção, reunindo academia, empresas, entidades governamentais e sociedade civil, em uma iniciativa inovadora. Na área científica, o centro reúne pesquisadores da Poli, Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), Instituto de Energia e Ambiente (IEE), Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA), Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) e Laboratório de Eficiência Energética em Edifícios da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e será o único no país projetado, construído e operado para demonstrar e testar, em condições reais de uso, as soluções inovadoras necessárias para superar os desafios ambientais. O edifício deverá incorporar uma série de soluções para uso sustentável da água, geração descentralizada de energias renováveis, internet das coisas (IoT), novos materiais, componentes e soluções construtivas industrializadas e ecoeficientes. Os resultados serão medidos e avaliados tanto em termos de bem-estar dos usuários quanto por meio de modernos conceitos de ecologia da indústria e economia circular. Para tanto, usuários e os sistemas serão monitorados de forma constante, gerando um fluxo de dados para fomentar pesquisa. O desempenho dessa tecnologia geotérmica nas condições de clima e solo foi avaliado na tese de doutorado da pesquisadora Thaise Morais, da Escola de Engenharia de São Carlos-USP por meio de um projeto apoiado pela FAPESP e coordenado pela professora Cristina de Hollanda Cavalcanti Tsuha. Com previsão para ser inaugurado em 2023, as obras ainda não têm data para conclusão, pois foram interrompidas na pandemia.

Em obras, o CICS Living Lab da POLI-USP estudará sobre o aproveitamento da energia térmica presente no subsolo para climatizar ambientes