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Febrava 2025 abre credenciamento gratuito para visitantes

Feira será realizada entre 9 e 12 de setembro, no São Paulo Expo, com novas áreas temáticas e congresso técnico

Está aberto o credenciamento online e gratuito para a 23ª edição da Febrava – Feira Internacional de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação, Aquecimento e Tratamento do Ar e de Águas. O evento ocorrerá entre os dias 9 e 12 de setembro de 2025, no São Paulo Expo, com participação de mais de 600 marcas nacionais e internacionais.

Com o tema “No Clima da Inovação”, a feira deste ano se organiza a partir de quatro eixos: eficiência energética, descarbonização, qualificação técnica e inovação. A expectativa é receber mais de 25 mil profissionais da cadeia HVAC-R, entre engenheiros, técnicos, projetistas, distribuidores e compradores corporativos.

A área de exposição cresceu 20% em relação à edição anterior. Entre as novidades, estão dois pavilhões inéditos: o WTE – Water Treatment Expo, voltado ao setor de tratamento de águas industriais, e o Smart Heat Expo, com foco em soluções para aquecimento.

A programação inclui também a Mostra Selo Inovação, organizada com curadoria da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), que destacará produtos selecionados por critérios técnicos.

Serão mantidas as ilhas temáticas sobre Cadeia do Frio, Ar-Condicionado Automotivo, Auditório FATEC e a tradicional Ilha do SENAI, com demonstrações práticas e atividades de formação profissional.

Paralelamente à feira, ocorre o CONBRAVA, que chega à sua 19ª edição. Com o tema “AVACR e os Desafios das Mudanças Climáticas”, o congresso abordará tópicos como qualidade do ar, eficiência energética, inteligência artificial e práticas ESG.

O credenciamento está disponível no site oficial da Febrava. A liberação para imprensa e assessorias será anunciada posteriormente.

HVAC-R responde por 2,3% da indústria brasileira

Setor marca o Dia da Indústria com foco em eficiência e sustentabilidade

Neste 25 de maio, Dia da Indústria, o setor de Aquecimento, Ventilação, Ar-Condicionado e Refrigeração (HVAC-R) destaca sua contribuição à economia e às atividades essenciais do país. Segundo estimativas da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA), o setor projeta faturar R$ 54 bilhões em 2025.

O montante representa cerca de 0,46% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro — que somou R$ 11,7 trilhões em 2024 — e 2,3% do PIB industrial, equivalente a aproximadamente 20% da economia nacional. A expansão é impulsionada por fatores como o aumento das temperaturas, crescimento da construção civil, maior consumo das famílias e avanços tecnológicos.

Com presença nos setores de saúde, alimentação, infraestrutura urbana e tecnologia, o HVAC-R tem investido em práticas de redução de impacto ambiental. Entre as medidas adotadas, destacam-se a substituição de fluidos refrigerantes por substâncias de baixo Potencial de Aquecimento Global (GWP), a adoção de equipamentos mais eficientes em termos energéticos e a integração de tecnologias digitais, como a Internet das Coisas (IoT) e sistemas de controle preditivo.

O setor também cumpre papel estratégico no cotidiano: climatiza ambientes urbanos e industriais, mantém a integridade de alimentos na cadeia do frio e assegura condições adequadas para o armazenamento de medicamentos e vacinas.

Em um cenário de transição energética e maior exigência por conforto ambiental e segurança sanitária, o setor busca ampliar o acesso a soluções compatíveis com os novos padrões regulatórios. Ao marcar o Dia da Indústria, o setor reafirma sua função essencial na economia brasileira e nos serviços fundamentais à população.

FEBRAVA 2025 terá mais de 600 marcas e foco técnico

Maior edição da história do evento reunirá público especializado, lançamentos e conteúdo técnico de HVAC-R em setembro, no São Paulo Expo


Com mais de 600 marcas expositoras confirmadas, a 23ª edição da FEBRAVA — Feira Internacional de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação, Aquecimento e Tratamento do Ar e da Água — será realizada entre os dias 9 e 12 de setembro de 2025, no São Paulo Expo.

Reconhecida como o principal evento da cadeia HVAC-R na América Latina, a FEBRAVA volta ao pavilhão com ampliação de quase 20% na área de exposição e expectativa de atrair mais de 25 mil visitantes. Segundo a ABRAVA (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento), o setor deve movimentar cerca de R$ 54 bilhões no país no próximo ano.

O evento contará com público altamente qualificado, formado por engenheiros, técnicos, instaladores, projetistas, distribuidores, gestores industriais e usuários corporativos. A programação técnica exclusiva terá ativações práticas e demonstrações voltadas à capacitação e atualização profissional.

Dois novos pavilhões temáticos integram a edição: o Water Treatment Expo (WTE), com foco no tratamento de águas industriais, e o Smart Heat Expo, voltado ao setor de aquecimento. Ambos terão exposição de equipamentos, rodadas de negócios e painéis segmentados.

O tema desta edição será “No Clima da Inovação”, com quatro eixos de discussão: eficiência energética, descarbonização, qualificação técnica e inovação.

Além dos lançamentos, a feira terá ilhas temáticas interativas, como o espaço da Cadeia do Frio, área de ar-condicionado automotivo, auditório da FATEC e a tradicional ilha do SENAI, que promove conteúdos de formação técnica.

A FEBRAVA ocorrerá simultaneamente à FIEE – Feira Internacional da Indústria Elétrica, Eletrônica, Energia, Automação e Conectividade, o que permitirá circulação entre os dois eventos e ampliará as possibilidades de negócios.

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FEBRAVA 2025
Data: 09 a 12 de setembro de 2025
Local: São Paulo Expo (Rodovia dos Imigrantes, 1,5 km – São Paulo/SP)

Midea abre inscrições para competição de instaladores

A Midea iniciou as inscrições para a competição Service Master Brazil 2025, voltada para instaladores de ar-condicionado. O evento busca incentivar a qualificação profissional e a adoção de novas tecnologias no setor.

A disputa será dividida em cinco etapas, com treinamentos online, provas classificatórias e fases presenciais em parceria com o SENAI. A final ocorrerá em São Paulo, no segundo semestre de 2025, com premiação para os três primeiros colocados durante a FEBRAVA, em setembro. O valor do prêmio pode chegar a R$ 6,6 mil.

Interessados podem se inscrever até 7 de abril.  As informações estão disponíveis no Midea Club.

Embora atrativa, venda direta apresenta desafios para a dinâmica do mercado

As vendas diretas ao consumidor final vêm transformando os setores de refrigeração e climatização. Com a ampliação do comércio eletrônico, a entrada de fabricantes e varejistas em plataformas digitais e o uso estratégico dos marketplaces, o mercado passa por um momento de adaptação e realinhamento de suas dinâmicas tradicionais.

O modelo oferece benefícios significativos, tanto para fabricantes quanto para consumidores finais. Porém, o sucesso depende de estratégias.

Segundo Alana Andrade, Coordenadora de marketplace da Leveros, “a venda direta digital nos possibilita atingir regiões onde antes a penetração do canal tradicional era limitada. Plataformas digitais também permitem personalização de ofertas, maior acesso a informações técnicas e comparação de produtos. Com o encurtamento da cadeia de distribuição, os consumidores podem ser beneficiados com preços mais acessíveis, ao mesmo tempo em que os fabricantes ganham margens melhores”.

Ela acrescenta que fatores como a digitalização do consumidor, a oferta diversificada de produtos e a rapidez na logística, tornam essas plataformas indispensáveis. Além disso, a possibilidade de operar em múltiplos canais, permite atender diferentes perfis de clientes de maneira eficaz. “Entre os benefícios, destacamos a conveniência de compras remotas, a ampla oferta de produtos e marcas, a transparência nos preços e condições, e a eficiência na entrega, garantindo uma experiência ainda mais integrada e personalizada”.

Alana Andrade, Coordenadora de marketplace da Leveros

Retirar intermediários em algumas etapas estratégicas pode tornar o processo mais ágil e eficiente. Neste contexto, fabricantes também estão utilizando lojas virtuais e canais diretos como forma de criar um relacionamento mais próximo com os clientes, disponibilizando atendimento personalizado e campanhas direcionadas.

Dados da Abrava registraram vendas diretas durante 22ª edição da FEBRAVA no valor de US$ 180 mil, indicando oportunidades de negócios no setor. Segundo a Associação, o setor de HVAC-R tem observado uma crescente adoção de vendas diretas ao consumidor final, impulsionada pelo avanço das plataformas digitais e marketplaces.

Modelo híbrido

Embora atrativo, o modelo de vendas diretas apresenta desafios que afetam diretamente a dinâmica do mercado. Muitos fabricantes planejam manter a parceria com distribuidores, ajustando os territórios e promovendo maior transparência nos preços entre os canais.

“Representantes comerciais levantam preocupações com a possível desvalorização de distribuidores locais, uma vez que o mercado de HVAC-R sempre dependeu de uma relação forte entre fabricantes e revendas. A quebra desse elo pode causar tensões no curto prazo”, informa Cássio Morelli, Diretor e Especialista em Estratégia, Competitividade Empresarial e Marketing da Thinkerest. Ele acrescenta que equipamentos de HVAC-R demandam instalação profissional e acompanhamento técnico contínuo. “A venda direta ao consumidor final requer novos mecanismos de controle de qualidade, suporte técnico e até treinamentos. A expansão das vendas diretas precisa ser acompanhada por serviços de qualidade, para evitar danos aos equipamentos e riscos ao consumidor”.

Outro ponto é que fabricantes e varejistas devem lidar com a forte concorrência nos marketplaces, onde disputam preços e visibilidade com outros players, e nem sempre o consumidor final está preparado para escolher o produto ideal ou compreender os requisitos técnicos de cada equipamento. Isso demanda investimento em informações acessíveis e claras.

Alexandre Fiss, CEO da Frigelar d,estaca que os clientes muitas vezes não recebem informações importantes do rendimento dos aparelhos (venda consultiva) e acabam comprando o mais barato sem entender que um equipamento mais eficiente tem um retorno econômico ali na frente pelo baixo consumo de energia.

“Embora as vendas diretas promovam práticas mais sustentáveis ao otimizar a cadeia de suprimentos, reduzir o desperdício de recursos e gestão integrada de logística, é necessário desenvolver programas de parceria com técnicos e empresas de instalação para mitigar os riscos associados à montagem e manutenção inadequadas, além do investimento em tutoriais, guias práticos, e ferramentas de suporte virtual para ajudar consumidores a tomarem decisões mais seguras”.

Perspectivas futuras

A integração de tecnologias emergentes, como inteligência artificial e análise de dados, pode aprimorar a personalização das ofertas e a eficiência operacional. Além disso, a formação de parcerias com instaladores e técnicos qualificados é vista como uma estratégia fundamental para assegurar a qualidade dos serviços prestados aos consumidores finais. A integração da inteligência artificial no atendimento online pode guiar consumidores finais para produtos que atendam exatamente às suas necessidades.

A adoção de vendas diretas no setor de HVAC-R apresenta tanto oportunidades significativas quanto desafios a serem superados. A chave para o sucesso reside na capacidade das empresas de equilibrar a inovação digital com a manutenção de padrões elevados de qualidade e suporte ao cliente.

Segundo Renato Moraes Torres, Digital Head da Climario, praticamente, 100% das decisões de compra se iniciam digitalmente.

Renato Moraes Torres, Digital Head da Climario

“A tomada de decisão do consumidor que acontece digitalmente (pesquisa de mercado). O cliente consegue pesquisar com maior velocidade diversas marcas e modelos que podem não estar em estoque nas lojas de sua região, além dos ganhos de escala nas vendas (volume), com reduções de custos nas negociações dos produtos e fretes com preços mais competitivos ao cliente. O ar-condicionado é um produto que, para capacidades maiores, necessita de um auxílio técnico na tomada de decisão, principalmente para projetos mais comerciais, com grande participação do projetista/técnico entre o distribuidor e o cliente final. O desafio é fazer esse link no digital, aproximando os dois”, explica.

A interação direta com clientes possibilita maior personalização de soluções, construção de confiança e melhor entendimento das necessidades específicas do consumidor. Com os consumidores mais conscientes e regulamentações mais rígidas, o apelo direto de produtos sustentáveis e inovadores no setor é um diferencial que cresce continuamente.

Portanto, o foco na inovação, nos canais digitais e no relacionamento direto com o cliente são os pilares que garantirão o sucesso da venda direta nos próximos anos.

Perspectiva otimista para o setor de HVAC-R em 2025

Especialistas do setor preveem um crescimento acelerado em função de novas oportunidades de negócios, com destaque para soluções inovadoras e demandas específicas impulsionadas pelo mercado.

Com avanços tecnológicos, regulações ambientais mais rigorosas e a busca por eficiência energética, o setor de HVAC-R promete atravessar 2025 com crescimento significativo e abertura de novas oportunidades de negócios. O ano de 2025 já desponta como promissor para o mercado de aquecimento, ventilação, ar-condicionado e refrigeração, impulsionado por uma combinação de fatores econômicos, avanços tecnológicos e a crescente preocupação com a sustentabilidade.  Entidades como a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA) e a Federação Internacional de Refrigeração (IIR) apontam que um dos grandes motores de crescimento para o setor será a adoção de soluções sustentáveis e a eficiência energética. De acordo com a ABRAVA, as vendas de equipamentos que utilizam fluidos refrigerantes naturais ou de baixo GWP (Potencial de Aquecimento Global) devem aumentar em até 25% em 2025. Há também uma expectativa de que novas legislações ambientais estimulem investimentos em equipamentos mais modernos e em projetos de retrofit, especialmente em sistemas industriais e comerciais, que ainda dependem de tecnologias antigas e menos eficientes.

A digitalização continua a transformar o setor de HVAC-R. Sistemas inteligentes de gerenciamento de energia, como a Internet das Coisas (IoT) e soluções em nuvem, estarão no centro dos novos negócios. Essas tecnologias permitem que empresas otimizem o desempenho de seus sistemas, reduzam custos operacionais e atendam aos requisitos de eficiência estipulados pelas normativas nacionais e internacionais. Estima-se que o segmento de controle inteligente de HVAC-R registre um crescimento anual composto (CAGR) de 8% até 2025, segundo um estudo recente da Allied Market Research.

Demanda por climatização

No mercado brasileiro, a venda de equipamentos para climatização residenciais também está em alta. Dados do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) indicam que a penetração do ar-condicionado em residências deve crescer 12% no próximo ano, reflexo de uma combinação entre aumento da renda disponível e programas de financiamento que facilitam a aquisição.

Walter Miyagi Corrêa, Fujitsu

Para 2025, a Fujitsu General do Brasil espera expandir sua atuação no mercado e investir em inovações tecnológicas, destacando-se pela eficiência energética e sustentabilidade de seus produtos. “A empresa planeja expandir o portfólio de produtos, com novas linhas e designs, sempre focados em tecnologia, qualidade e conforto. Em termos de negócios, a expectativa é incrementar ainda mais o market share e fortalecer nossa parceria juntos aos clientes e instaladores”, revela Walter Miyagi Corrêa, Gerente Nacional de Vendas da Fujitsu.

Por outro lado, o setor comercial prevê aumento na adoção de soluções completas, como sistemas de HVAC que combinam controle de qualidade do ar interno, eficiência energética e personalização para diferentes aplicações, incluindo hospitais, escolas e shopping centers.

Carlos Murano, Gree

A Gree projeta um crescimento de até 15% em 2025, ligado à evolução do portfólio da companhia, que foi atualizado em 2024 para incluir 100% de equipamentos com tecnologia inverter e gás R-32, uma escolha que visa alta eficiência energética e baixo impacto ambiental. “O R-32 é um fluido refrigerante que apresenta um potencial de aquecimento global 68% inferior ao R-410A, gás comumente utilizado no Brasil. Além disso, não causa danos à camada de ozônio, alinhando-se com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e as crescentes demandas por soluções ecológicas no mercado”, destaca Carlos Murano, gerente executivo da Gree.

Sistemas sustentáveis

Especialista preveem que em 2025, espera-se que o setor de HVAC-R atinja cifras recordes, com previsão de que o mercado global ultrapasse a marca de US$ 300 bilhões. O Brasil, em particular, se destaca pela adoção de sistemas sustentáveis, como os que utilizam propano e CO2 como fluidos refrigerantes.

O setor de refrigeração apresentou um desempenho sólido em 2024, impulsionado pela crescente demanda por tecnologias sustentáveis e eficientes. Para 2025, as expectativas são ainda mais positivas, com o mercado se consolidando em torno de soluções inovadoras que combinam sustentabilidade e tecnologia.

Joana Canozzi, Copeland

“No Brasil projetamos um aumento na demanda por soluções eficientes e compactas que proporcionam baixo impacto ambiental, tais como as que oferecemos para aplicação de propano e CO2 ‚ principalmente para refrigeração comercial. A narrativa da transição energética continuará guiando nossas ações em 2025, com investimentos em tecnologias que promovam eficiência energética e sustentabilidade”, informa Joana Canozzi, Diretora de Serviços de Engenharia para América do Sul da Copeland.

Segundo a diretora da Copeland, 2025 será um ano promissor para o setor de HVAC-R, impulsionado pela inovação, sustentabilidade e transição energética. “A eficiência energética, redução de emissões e conectividade serão os pilares para atender às demandas globais por soluções mais responsáveis e tecnológicas e estamos trabalhando para esse crescimento”, acrescenta.

Já a Elgin está mais cautelosa. “O desempenho de refrigeração foi muito bom para a Elgin em 2024, especialmente no primeiro semestre, garantindo um crescimento por volta de 25% em relação ao ano anterior. O cenário atual do mercado sugere cautela nas decisões. No momento, o real está fortemente desvalorizado e isso pode acarretar algum arrefecimento do mercado. Mesmo assim, temos planos de crescimento relevante para 2025, assim como nos anos anteriores”, diz Omar Martins Aguilar, Diretor Comercial de Refrigeração da Elgin.

Omar Martins Aguilar, Elgin

Atualmente, o cenário econômico global se mostra muito desafiador, especialmente diante de tantos conflitos acontecendo ao redor do mundo, algo que sempre impacta a economia global. “Como o mercado de refrigeração usa muitos insumos adquiridos no mercado internacional, essas instabilidades econômicas afetam diretamente os custos de matéria prima. Estamos em fase adiantada de desenvolvimento de soluções para os produtos que ainda precisam de atualização, e já comercializamos em nosso portfólio diversos produtos que atendem essa demanda, como por exemplo a linha fracionária e as unidades inverter, que está em fase de lançamento. Mantemos uma postura otimista e seguiremos comprometidos com nosso trabalho firme e compromissado, com expectativas de mais um ano de sucesso e crescimento”, aponta o diretor da Elgin.

Capacitação e novos negócios

O setor também trabalha para capacitar mão de obra especializada. O Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX), lançado recentemente, é um exemplo claro de como investimentos em qualificação podem fortalecer as empresas e expandir seus horizontes no mercado internacional, promovendo crescimento e geração de trabalho especializado.

Eventos e feiras poderão promover o desenvolvimento de parcerias e apresentação de inovações como a FEBRAVA 2025, que acontece em setembro, e consequentemente, um crescimento significativo. A expectativa é que esses encontros movimentem bilhões em novos contratos e coloquem o Brasil como referência internacional na implementação de tecnologias limpas e seguras no setor de HVAC-R.

Os desafios permanecem, como a falta de componentes no mercado e a necessidade de avançar em regulamentações locais. Ainda assim, o momento é de otimismo.

Como Rodrigo Alves impacta o mercado de AC-R

Durante um curso de qualificação em mecânica naval, na cidade do Rio de Janeiro, em março de 2014, uma das disciplinas era refrigeração, foi o suficiente para Rodrigo Alves se identificar com a área e buscar cada vez mais qualificação na área. Atualmente em Brasília (DF), ao longo desses 10 anos de carreira, conquistou formação em Técnico de Fabricação Mecânica, Técnico em Mecânica Automotiva e Especialista em Mecânica de Refrigeração e Climatização Residencial, Elétrica Industrial e Predial.

“Durante o período entre 2014 e 2017, busquei me qualificar na área de climatização e refrigeração e, em julho de 2017, já em Brasília, iniciei na área da climatização residencial a qual atuo até hoje.  Com o avanço das tecnologias aplicadas aos equipamentos de climatização, busco me qualificar constantemente. No ano de 2023, viajei para o Rio de Janeiro para participar do curso de mecânico de split inverter, no mesmo ano, fui a São Paulo para participar da FEBRAVA, onde pude me qualificar e me atualizar a respeito dos produtos e tendências do segmento.  O mercado de HVAC-R sofre constantes modernizações, o que obriga os profissionais do segmento a aprimorarem os conhecimentos, investindo em qualificações e ferramentas para garantir excelente qualidade nos serviços prestados, e principalmente, segurança nos procedimentos adotados”, enfatiza Rodrigo.

Administrador de um dos grupos de HVAC-R, o Fundão da Refrigeração, ele utiliza a plataforma para interagir sobre dificuldades, opiniões, posicionamentos, qualidade de produtos, entre outros. Criado em 2020, o Fundão da Refrigeração é considerado uma grande família de profissionais que agregam conhecimento através do famoso “papo técnico”, extraindo aprendizado.  Hoje, o grupo reúne pessoas que conversam sobre o dia a dia, sobre dificuldades, sobre técnicas, formando elos resistentes de amizades, irmandade e provam isso diariamente na prática.

“Vejo as plataformas digitais como um fator de extrema importância para a indústria, pois é um modo muito importante de aproximar os profissionais da área, ouvindo as sugestões e reclamações, para juntos, oferecer um produto de qualidade para o consumidor final. Oferecer mão de obra de qualidade deixou de ser algo raro. Hoje, o conhecimento tem chegado de diversas formas, seja por treinamentos presenciais ou online, e é satisfatório ver o conhecimento chegar em locais que há um certo tempo não se via, porém, alguns insistem em continuar adotando procedimentos equivocados pelo fato de sempre terem feito assim. Vejo a competitividade em relação a mão de obra qualificada como algo positivo para todos, seja para os clientes, fabricantes ou profissionais”.

Inspirando pessoas

Natural de Salvador (BA), evangélico, torcedor do rubro-negro baiano, o Vitória, Rodrigo Alves gosta muito de praticar atividades físicas e fazer amigos.

Dentre desafios e conquistas, ele considera a empatia e compaixão prioridades em sua vida, tanto profissional quanto pessoal.

“Considero uma conquista sempre que consigo ajudar alguém, seja na área profissional ou na área pessoal mesmo, me sinto realizado quando encontro a melhor solução para um problema, creio que seja um legado que quero deixar como inspiração para quando me tornar pai, e meus filhos seguirem a mesma linha de pensamento.”

Para ele, qualificação, humildade e vontade de oferecer sempre o melhor serviço, a melhor ajuda ao próximo, são formas de agradecer a Deus tudo que Ele fez, tem feito e que irá fazer em nossa vida.

Rodrigo deixa a todos os profissionais do setor de refrigeração e climatização uma mensagem de Bill Hybels: “A excelência honra a Deus e inspira pessoas”.

Para ele, a excelência honra a Deus e inspira pessoas

Eficiência energética e desafios são destaques no V Seminário de Refrigeração

Nos dias 25 e 26 de junho, o Departamento Nacional de Refrigeração Comercial e Industrial da ABRAVA – Associação Brasileira de Refrigeração Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento realizará o V Seminário de Refrigeração Comercial e Industrial que abordará o tema “Eficiência Energética e os Desafios da Refrigeração”. Para o evento foram convidados especialistas que estarão reunidos acerca do tema, entre eles, representantes da ABRABE, ENBPAR, FIESP e BRF. O Seminário está acontecendo no auditório da FIESP – Federação das Indústrias de São Paulo.

O objetivo do evento é disseminar informações dos setores de refrigeração nos segmentos comercial e industrial, contribuir com o aprimoramento tecnológico para desenvolvimento e fortalecimento do setor. Para o evento são esperados profissionais que atuam direto ou indiretamente nos setores representados e setores clientes como supermercados, restaurantes, frigoríficos, bares, entre outros.

A programação do V Seminário conta com 16 palestras, divididas em dois dias de evento, quatro painéis que serão encerrados com mesas-redondas.

O evento conta com a correalização do SINDRATAR SP, e apoio de diversas entidades dos setores representados, entre elas: ABIMAQ, ABNT, ABRABE, ABRAFAC, ABRAINC, ABRAMAN, ABRAVA Exporta, ABRINSTAL, ANAMACO, ANPRAC, ASBRAV, ASHRAE, BRASINDOOR, FEBRAVA, FEI, IBAPE, IBF, Instituto de Engenharia, e SMACNA.

 

Conectando mulheres do setor de HVAC-R

Plataformas e iniciativas empresariais abrem caminhos para que mais mulheres ingressem e prosperem em um setor tradicionalmente dominado por homens.

Nas últimas décadas, houve uma crescente conscientização global sobre a importância da equidade de gênero em todos os setores da sociedade, alcançando o mercado de HVAC-R no Brasil há aproximadamente cinco anos. O empoderamento feminino no setor de HVAC-R tem ganhado força nos últimos anos, impulsionado significativamente pelas redes sociais e grupos empresariais focados em promover a inclusão e a diversidade.

Neste cenário, as plataformas digitais tornaram-se ferramentas significativas para conectar mulheres no setor de HVAC-R, permitindo a troca de experiências, conhecimentos e oportunidades. Grupos no WhatsApp, Facebook, LinkedIn, e Instagram, além de canais no YouTube dedicados ao tema, têm proliferado, oferecendo oportunidades para discussão, aprendizado e suporte mútuo, permitindo compartilhar suas histórias de sucesso, desafios superados, experiências profissionais e pessoais, inspirando outras a perseguirem suas carreiras no setor.

“Vejo muitos avanços através de eventos e movimentos para discutirmos o tema, como o Grupo Elas no AVAC-R e o Comitê de Mulheres da Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento), atualmente os mais representativos em nosso setor”, revela Graciele Davince, empresária, mentora da Rede Mulher Empreendedora e diretora da Eletrofrigor.

“Muitas mulheres começam a empreender em nosso segmento como parceiras de maridos profissionais. Os grupos que vêm sendo formados e os inúmeros eventos promovidos tem gerado senso de pertencimento e mais segurança, como também a busca por qualificação técnica e em gestão, e consequentemente, ao longo do tempo, esses movimentos geram também melhor qualidade de vida para ela e sua família. Fico feliz em pode viver esse momento de tanta transformação para todas nós, mulheres, e poder ouvir relatos em muitas conversas de avanços, e numa pequena porção, poder inspirar mais e mais mulheres a buscarem seu espaço em qualquer segmento. Sabemos que o caminho é longo, no entanto, vejo grandes avanços nos últimos anos, alavancados pelos movimentos femininos que dão visibilidade ao tema, pela questão da diversidade estar em evidência, além dos indicadores do sucesso da produtividade e do bom resultado em empresas que tem a mulher e a diversidade em seus quadros. A pandemia trouxe à tona grandes desafios para as mulheres que são mães, e nesse campo é necessário criar iniciativas públicas, com alcance em massa, que possam acolher as crianças em período escolar, num ambiente educativo de qualidade e segurança, para que mais mulheres tenham acesso ao trabalho, benefícios esses não só para o mercado de HVAC-R”, acrescenta Graciele.

Graciele Davince, mentora da Rede Mulher Empreendedora e diretora da Eletrofrigor

Neste contexto, as redes sociais facilitaram a mentoria e o networking entre mulheres, desde estudantes que buscam orientação até profissionais experientes dispostas a compartilhar seus conhecimentos.

Movimentos expressivos de dois grupos do setor, como o Comitê de Mulheres da Abrava e o Grupo Elas no AVAC-R, chamam a atenção com iniciativas específicas para capacitar mulheres em habilidades técnicas e de liderança, preparando-as para cargos de responsabilidade.

“O fato de o tema equidade de gênero estar entre os ODSs (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) que compõe a Agenda 2030, proposto pela ONU (Organização das Nações Unidas) e firmado por diversos países – entre eles o Brasil, seguramente fortaleceu as ações relacionadas a ele, trazendo as discussões para fóruns de maior importância e representatividade. O setor HVAC-R, assim como diversos setores da economia brasileira e mundial, vem se esforçando para tratar o tema da equidade de gênero com ações mais efetivas do que no passado, quando já se falava sobre o assunto, mas nenhuma atitude era tomada em relação a ele. Considero que, especificamente em nosso setor, este movimento vem ganhando força desde 2018, quando pela primeira vez em uma premiação do setor as mulheres deixaram de ser apenas homenageadas e passaram a ser indicadas aos prêmios – podendo mostrar que estavam qualificadas e preparadas para integrar o grupo dos profissionais de referência do nosso setor. Desde este acontecimento, muitos movimentos liderados por mulheres se formaram e as ações em prol do tema só aumentaram. Posso dizer que a evolução não é na velocidade que eu gostaria, mas ela está sendo construída de maneira sólida em nosso setor, que para mim é o que fará a diferença no futuro, não pode ser apenas ‘modinha’ se queremos um cenário diferente lá na frente. Acredito que as ações acabaram sendo muito impactadas com a pandemia da Covid, não só impedindo a evolução do tema, mas em alguns casos, como podemos ver em dados estatísticos disponíveis, houve retrocessos, um triste exemplo disso é o aumento da violência doméstica. Felizmente, acredito que as ações estão de volta ao seu curso normal, e que com o trabalho e a união de mulheres e homens, em prol deste assunto tão importante para o desenvolvimento sustentável da nossa sociedade, teremos uma realidade diferente num futuro próximo”, diz Priscila Baioco, presidente do Comitê de Mulheres da Abrava.

Idealizado e encabeçado por Carmosinda Santos, o Grupo Elas no AVAC-R, representa uma iniciativa pioneira e inspiradora focada no empoderamento feminino dentro do setor, surgindo como plataformas de apoio, networking, desenvolvimento profissional e promoção da inclusão e diversidade na indústria.

“O Grupo Elas no AVAC-R e iniciativas semelhantes desempenham um papel na transformação do setor, tornando-o mais inclusivo e diversificado. Ao oferecer apoio, recursos e uma voz para mulheres do setor, esses grupos não apenas empoderam as participantes, mas também indicam caminhos para uma indústria mais inovadora e resiliente. A presença e o sucesso de tais grupos evidenciam uma mudança positiva, refletindo um futuro no qual o gênero não define a capacidade profissional ou as oportunidades de carreira. O Elas no AVAC-R foi criado com a intenção de promover um ambiente inclusivo e acolhedor para mulheres no nosso setor, incentivando-as a seguir carreiras técnicas e de engenharia, além de facilitar o networking entre essas profissionais, desde estudantes a cargos expressivos, como também, oferecer oportunidades de mentoria para o desenvolvimento de carreira”, afirma Carmosinda.

Carmosinda Santos, idealizadora do Grupo Elas no AVAC-R

Esforços e ações

Os esforços para promover o empoderamento feminino no HVAC-R têm contribuído para aumentar a representação feminina no setor, embora ainda haja um longo caminho a percorrer. As mulheres que atuam na área relatam uma maior sensação de pertencimento e reconhecimento, além de uma mudança gradual nos ambientes de trabalho, que estão se tornando mais inclusivos e receptivos à diversidade.

“Considero que mapear as mulheres do setor, identificando quais eram suas necessidades e seus anseios profissionais, tenha sido uma das ações mais importantes, pois a partir disso, conseguimos desenhar no Comitê de Mulheres da Abrava, todos os planos e iniciativas construindo um calendário de atividades que efetivamente pudesse contribuir com o desenvolvimento profissional e pessoal destas mulheres. Com um projeto sólido, obtivemos apoio de outras entidades do setor e também, entidades e sindicatos em sinergias com HVAC-R, bem como escolas técnicas e movimentos internacionais que estão trabalhando em prol da equidade de gênero”, comenta Priscila.

Priscila Baioco, presidente do Comitê de Mulheres da Abrava

Ela diz que, desde 2019, foram muitas conquistas relevantes, mas três delas merecem um destaque especial:

– Em uma parceria entre o MMA, GIZ e SENAI Ocar Rodrigues Alves o Comitê de Mulheres montou a primeira turma feminina para o curso de Boas Práticas para melhor contenção de HCFC R-22 em Sistemas de Ar Condicionado;

– Em parceria com mídias do setor, oito artigos técnicos foram publicados no ano de 2023, escritos por mulheres voluntárias;

– Em 2024; temos mulheres integrando a diretoria das principais entidades e sindicatos do setor HVAC-R;

“Também conseguimos manter no calendário da Febrava, o Encontro Nacional de Mulheres do setor AVAC-R, atraindo mais de 200 profissionais, que contou com a participação especial de Chieko Aoki, CEO do grupo Blue Tree Hotels. São inúmeras as conquistas, muitas mulheres impactadas e muito trabalho realizado e ainda por realizar” comemora a presidente do Comitê de Mulheres da Abrava.

Ela acrescenta que o Comitê de Mulheres da Abrava seguirá trilhando esta jornada durante os próximos anos: “Mas em 2024, teremos um novo marco, no V Encontro Nacional de Mulheres, dirigido pelo novo grupo de liderança que assumirá a próxima gestão, contando com Juliana Reinhardt como presidente, e Ana Carolina Rodrigues Sousa, como vice-presidente”.

De acordo com Carmosinda, grupos como Elas no AVAC-R promoveram o networking entre mulheres, desde estudantes que buscam orientação até profissionais experientes dispostas a compartilhar seus conhecimentos através de conteúdos educativos sobre técnicas, tecnologias emergentes e melhores práticas no HVAC-R, contribuindo para o desenvolvimento profissional contínuo, além da ajuda mútua e troca de informações entre as profissionais que participam ativamente.

“Além das redes sociais, o Grupo segue engajado em promover workshops, seminários e cursos de formação específicos para ajudar as mulheres a adquirir novas habilidades e avançar profissionalmente. Uma das maiores conquistas foi a premiação do ‘Agora é que são Elas- Mulheres no AVAC-R’, realizada em 2018, na Fiesp, que expôs ao mercado a atuação da mulher no setor, abrindo caminho para discussão sobre o empoderamento feminino. Através do Elas no AVAC-R, o grupo chamou a atenção de empresas e organizações do setor para implementação de programas e iniciativas em promover a diversidade e a inclusão, além de recursos internos para mulheres, oferecendo um fórum para discussão, compartilhamento de recursos e apoio profissional. Ressalto ainda as colaborações com escolas técnicas para encorajar e apoiar mulheres que desejam entrar no setor”, esclarece Carmosinda.

Graciele comenta sobre a rede de mulheres Brasil afora que apoiam as ações do setor de HVAC-R para maior representatividade feminina: “Admiro muito o trabalho da Ana Fontes, da Rede Mulher Empreendedora, que tem grande abrangência nacional, integrando ações junto ao setor de HVAC-R através de sua rede de relacionamentos, além dos movimentos no nosso segmento, com o Grupo Mulheres do Brasil, que atua no país e em vários outros do mundo, e atende as mulheres em várias frentes”.

Comitê de Mulheres da Abrava

Desafios

Priscila destaca um dos principais desafios nos últimos três anos para manter o engajamento das mulheres, homens e empresas com as iniciativas em prol da equidade de gênero frente à pandemia: “Em particular, para nós do setor HVAC-R, tivemos que trabalhar muito para abrir espaço e trazer essa pauta para discussão, buscar o apoio das empresas e das entidades do setor, o que exigiu de nós um plano detalhado para mostrar que esta iniciativa era importante e benéfica para o setor, com a dedicação de várias mulheres, que de maneira voluntária, se propuseram a fazer isso pelo bem comum”.

Embora ainda haja disparidades significativas, incluindo representação política, igualdade salarial e acesso a oportunidades educacionais e econômicas, Graciele se mantém otimista: “Desde 2010, quando a ONU criou a Entidade das nações Unidas para a Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), incorporando o UNIFEM (assistência financeira e técnica para promover o fortalecimento da mulher e a igualdade dos gêneros), a pauta ganhou expressão internacional, fazendo com que as empresas e grandes corporações abrissem espaço para as mulheres. Acredito que essa foi uma grande iniciativa e tem trazido grandes conquistas nos últimos anos, com muitas gigantes do setor de HVAC-R incluindo mais mulheres em seus quadros de profissionais, porém, ainda precisamos trabalhar as questões da melhoria na igualdade salarial, programas de apoio a maternidade mais longos e linhas de crédito para microempresárias como o Fundo Dona de Mim”.

Para Carmosinda, desafios ainda persistem, incluindo a necessidade de combater estereótipos de gênero, garantir igualdade de oportunidades e remuneração, e continuar a criar ambientes de trabalho que suportem a inclusão de todos dentro da sociedade e não só no segmento de HVAC-R.

“Algumas empresas do nosso setor aderiram a Agenda 2030 e olham para o tema com carinho e cuidado, porém, muitas só cumprem a agenda e não têm uma liderança comprometida com o tema equidade de gênero. E devemos lembrar também, a inclusão dos homens no assunto. A realidade é que ainda temos um número de mulheres inexpressivo da presença feminina no setor em comparação a atuação dos homens, por isso, precisamos cada vez mais oferecer apoio e recursos para essas mulheres, não apenas para empoderar as participantes, mas também auxiliar no caminho para uma indústria mais inovadora e resiliente. A presença e o sucesso de tais grupos evidenciam uma mudança positiva, refletindo um futuro próspero, em defesa da capacidade profissional ou as oportunidades de carreira”, conclui Carmosinda.

Grupo Elas no AVAC-R

Trocadores de calor, uma área avessa à mesmice

Embora semelhantes ao cumprir suas funções elementares nos sistemas de HVAC-R, condensadores e evaporadores se diferenciam bastante – do projeto à manutenção –, dependendo da aplicação desejada.

Mesmo quem não conhece a fundo os setores de refrigeração e ar condicionado tende, a perceber que trocar calor por frio, ou vice-versa, constitui a base de qualquer engenho humano desenvolvido em nome do conforto térmico, assim como da conservação dos mais diversos produtos perecíveis e matérias-primas.

Por trás dessa missão de tão grande responsabilidade, se encontra a busca centenária por diferentes formas construtivas e características operacionais que hoje fazem da palavra inovação ponto de honra nas indústrias do segmento.

Também se multiplicaram, ao longo dos anos, os tipos de trocadores de calor, um claro exemplo de como o segmento tem acompanhado a profusão de lançamentos realizados pelas OEMs (Original Equipment Manufacturer, que em português quer dizer “Fabricante Original do Equipamento”) do HVAC-R.

Igual atenção tem merecido a eficiência energética, bem como o atendimento às exigências trazidas pela utilização de fluidos refrigerantes com baixo GWP, aspecto primordial no combate ao crescente aquecimento do planeta, um problema que – literalmente – todos já estamos sentindo na pele.

Diante da importância dos condensadores e evaporadores em todo esse cenário, e da gama de modelos e aplicações disponível atualmente no mercado, ouvimos nesta reportagem alguns dos seus fabricantes mais conhecidos, cada qual dizendo como enxerga essa realidade, assim como as tendências que vêm por aí.

Inovação constante

A ânsia por fazer diferente o que parecia fadado à mesmice é um traço marcante em fábricas deste nicho. “Somos os únicos no Brasil a fabricar tubos aletados do tipo truffin, com 29 aletas por polegada, tecnologia que oferece um excelente desempenho em troca térmica, além de uma área de contato muito maior para o fluido”, exemplifica o executivo de vendas da Apema, Luan Maximo.

Diferenciais assim, segundo o engenheiro mecânico, permitem o desenvolvimento de equipamentos mais compactos e eficientes por empresas como a dele, no tocante à condensação.

Já para os evaporadores da marca, ele afirma ter sido adotada pela Apema uma solução não menos inovadora, tendo em vista os mesmos objetivos, por meio da incorporação de tubos espiralados que também melhoram a performance e otimizam a transferência de calor.

Em matéria de tendências, ele garante que a empresa se encontra igualmente atenta em relação aos movimentos do mercado envolvendo os trocadores de calor brasados e os condensadores microcanal, em virtude da combinação entre alta eficiência e baixo custo em aplicações menos robustas, ao passo que para as de maior porte, a empresa ainda considera os modelos casco e tubos mais indicados.

Nas Indústrias Tosi, player igualmente tradicional da área, conhecido por produzir uma gama de evaporadores e condensadores a ar ou a água, ambas as modalidades de equipamentos têm incorporado soluções construtivas da mesma forma comprometidas com a meta de inovar.

As serpentinas dos seus equipamentos a ar, por exemplo, são do tipo multicanal, com aletas e tubos de 7 mm, seguindo assim uma tendência observada na Europa, onde eles já chegam a ter diâmetro cerca de 30% abaixo disso.

“Quanto aos modelos a água, inovamos ao ampliar o uso de trocadores de placa brasada, assim como de evaporadores inundados e do tipo fauling film”, acrescenta o engenheiro de produto e aplicação da empresa, Marcos Santamaria Alves Corrêa.

Também antenada com as principais demandas apresentadas pelos fabricantes de instalações frigoríficas e sistemas de climatização, a Trineva aposta em tubulações de menor diâmetro, sob medida para a utilização de fluidos refrigerantes de baixo GWP, como R-290, CO2 e A2L. “Em breve vamos oferecer aos nossos clientes aletados com bitolas assim”, assegura Julio Kemer, engenheiro de aplicação da empresa.

Mas como garantir as máximas eficiência e vida útil de um trocador de calor em meio à agressividade de ambientes corrosivos, como o das cidades litorâneas?

Essa pergunta intrigava a Deltafrio, cuja inventividade em procurar solução para um gargalo tão antigo quanto reconhecido por todos que atuam no segmento mereceu um Selo Destaque Inovação na última Febrava.

Batizado como Condensador Marinizado, o lançamento possui cinco fatores de proteção que chegam a quintuplicar sua vida útil, mesmo funcionando sob sol forte, maresia e até chuva ácida.

Uma delas, de acordo com o diretor da indústria, Marcelo Marx, são as aletas com 50% mais alumínio em sua composição, o que retarda significativamente reações químicas perigosas, como a conhecida pilha galvânica, decorrente do contato entre aletas de alumínio e tubos de cobre no interior dos aparelhos.

No campo da evaporação, por sua vez, a Deltafrio destaca outra inovação reconhecida pela comissão julgadora do mesmo prêmio: a evaporadora autolimpante, que se mantém higienizada sem a necessidade de esvaziamento periódico da câmara frigorífica, nem de verdadeiras escaladas para se chegar aos locais elevados onde a peça costuma ficar.

Dimensionar é preciso

Boa parte dos benefícios trazidos por tantas soluções inovadoras, promovidas pelas fabricantes de condensadores e evaporadores, corre o risco de cair por terra quando se dimensiona mal aquilo que deverá ser adquirido e instalado, dependendo das necessidades térmicas existentes.

“O dimensionamento adequado neste campo tem impacto direto na eficiência de um sistema de refrigeração, pois quando subdimensionados, os trocadores aumentam o diferencial entre as pressões de evaporação (baixa) e condensação (alta). E quanto maior este diferencial, superior é o consumo de energia para uma mesma capacidade frigorífica”, ensina Corrêa, da Tosi.

De acordo com o engenheiro, o projeto deve sempre encontrar o melhor ponto de equilíbrio entre eficiência energética e tamanho dos evaporadores e condensadores.

Já a vida útil, ele afirma depender muito do ambiente em que esses evaporadores vão operar. “No caso das serpentinas instaladas em ambientes agressivos, recomenda-se trabalhar com aletas de espessuras mais grossas, maior espaçamento entre aletas e, dependendo do caso, o uso de aleta de cobre e de tratamento fenólico”, completa o profissional.

O comprometimento de motores e outros componentes vitais de um sistema do HVAC-R é a ameaça trazida pelo dimensionamento inadequado de evaporadores e condensadores, na visão do engenheiro Julio Kemer, da Trineva.

“Superdimensionados, eles acarretam ciclos curtos, nos quais o ‘liga-desliga’ ocorre com frequência, desperdiçando energia por isso. No caso do evaporador, esse aumento desnecessário da área de troca impacta o aumento do superaquecimento útil”, adverte o especialista.

Mas se a falha for o subdimensionamento, Kemer frisa o risco de sobrecarga no compressor, o que leva, invariavelmente, ao maior consumo de energia, ou seja, na contramão de um dos principais mandamentos hoje na área.

Nos dias mais quentes, uma peculiaridade é lembrada pelo engenheiro da Trineva, além desta mesma elevação no gasto energético. Ou seja, o condensador subdimensionado tem sua capacidade reduzida, combinada ao aumento de pressão de descarga, resultando assim na rejeição ineficiente de calor e, em muitos casos, na parada pura e simples do sistema.

E quando se age da forma correta ao dimensionar evaporadores e condensadores? Bem, os resultados são completamente distintos.

Questionado a respeito, Luan Maximo, da Apema, enumera uma lista de benefícios que os usuários tendem a obter nessa hipótese: eficiência energética, vida útil prolongada, consistência de temperatura, eficiência ambiental, custos operacionais reduzidos e desempenho otimizado.

“É um procedimento fundamental para garantir que os sistemas de refrigeração funcionem de forma eficaz e sustentável ao longo de sua vida útil”, pondera o engenheiro.

Boas práticas

Tanto esmero por parte das indústrias, ao desenvolver condensadores e evaporadores para um número cada vez maior de aplicações, cada qual com seus próprios pré-requisitos operacionais, reclama cuidado semelhante dos profissionais de campo responsáveis por instalar e manter esses componentes básicos do HVAC-R.

Nos equipamentos da modalidade casco e tubos, por exemplo, o engenheiro Luan Maximo, da Apema, ressalta a importância da correta fixação das unidades, sempre na posição horizontal, apoiadas em suportes adequados e bem firmes.

Com isso, além do óbvio risco de acidentes, evitam-se vibrações indesejáveis, algo alcançado por práticas recomendáveis nesta hora decisiva de uma instalação, o que inclui fugir das soldas nesses suportes e utilizar, exclusivamente, seus próprios furos e parafusos.

Antes disso, contudo, o profissional recomenda a escolha do local correto para a colocação da unidade, “de preferência na saída das bombas de água de resfriamento”, ensina Maximo, acrescentando ainda a importância de se checar se o equipamento funciona com toda a sua capacidade de água preenchida, importante fator para o resfriamento eficaz.

Tão essenciais quanto esses aspectos, o profissional da Apema considera a eliminação de ar comprimido; garantia de fácil acesso dos técnicos aos bocais e válvulas, com destaque para a válvula de segurança, que previne sobrecargas no sistema e, por esse motivo, jamais deve ser obstruída por algum outro dispositivo do sistema.

Manuais salvadores

Aspectos assim estão nos manuais de todas as empresas da área, que tratam essa publicação com atenção especialíssima, por saber que seu perfeito entendimento, e a disposição dos seus destinatários em segui-lo, podem fazer toda a diferença entre o êxito ou fracasso de uma máquina que sai de fábrica com tudo para dar certo em campo.

No caso da Trineva, por exemplo, as orientações abrangem a localização definida para o evaporador na câmara frigorífica; a correta angulação do dreno da bandeja, para que retire de forma eficiente os condensados gerados durante a operação do evaporador; e o tubo de drenagem.

Condensadores, proteção, manutenção, tubulação e isolamento são outros pontos tratados pelos manuais da empresa, que convida os profissionais de instalação e manutenção a visitar o seu site, e assim mergulhar nesse verdadeiro mundo de informações úteis para o dia a dia.

“Os chillers de ar e os sistemas de expansão direta com condensadores externos, como os sistemas split, também têm na instalação desses componentes um ponto muito importante”, observa o gerente de negócios da Klimatix, George Szegö.

“Eles devem ser instalados em locais onde haja circulação de ar, tanto para a captação de ar fresco quanto para a exaustão de ar quente”, afirma ele, considerando crucial a obediência a esse aspecto para o bom funcionamento da máquina.

Um ponto básico nesse sentido, segundo ele, é se evitar a exposição direta dos condensadores à luz solar e qualquer outra fonte próxima de calor direcionada à parte do aparelho que executa a captação de ar.

Quanto às evaporadoras, normalmente situadas no interior dos ambientes, novamente a questão fácil acesso entra em cena, sob pena de dificultar uma simples remoção dos filtros para a essencial limpeza periódica.

“Isso é especialmente importante hoje em dia, com as novas normas hospitalares, como a 7256”, observa Szegö, para quem os manuais de fábrica são mesmo a fonte primária de informações confiáveis para o setor.