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Segurança, eficiência e melhores práticas no uso do R-32

Especialistas esclarecem dúvidas sobre o uso seguro do R-32, desde o cumprimento de normas até o treinamento adequado, incentivando uma transição consciente para alternativas mais sustentáveis.

Com a transição para alternativas de baixo impacto ambiental, o fluido refrigerante R-32 vem ganhando espaço no setor de HVAC-R. No entanto, o aumento de sua utilização também levantou dúvidas em diversos fóruns de refrigeração quanto à segurança, eficiência e manuseio adequado.

Questões frequentes coletadas no grupo “Refrigeração” do Facebook indicam uma necessidade clara de orientação. Exemplos incluem: “O R-32 pode ser usado em sistemas que antes utilizavam R-410A?”; “Como prevenir riscos de inflamabilidade?”, “Quais EPIs são necessários durante o manuseio?”.

Para esclarecer tais dúvidas, desenvolvemos este material técnico com a participação de profissionais, esclarecendo os principais pontos sobre segurança, substituição e melhores práticas.

Dados de mercado: R-32 veio para ficar?

O R-32 representa cerca de 40% do mercado de novos equipamentos de climatização no Brasil, com crescimento projetado de 15% até 2030. Esse avanço é impulsionado por sua menor potência de aquecimento global em comparação com o R-410A, tornando-o uma escolha para fabricantes e técnicos preocupados com a sustentabilidade, segundo dados da ABRAVA.

R-32 em comparativo

R-32 vs. R-410A: O R-32 é mais eficiente em transferência de calor e apresenta menor impacto ambiental. Contudo, é classificado como A2L (ligeiramente inflamável), demandando medidas de segurança específicas.

Embora o R-32 seja uma alternativa eficiente ao R-410A, sua aplicação requer considerações específicas. Componentes como trocadores de calor e válvulas de expansão devem ser adequados às pressões operacionais do R-32.

Natanael Oliveira Lima, diretor técnico da RLX Fluidos Refrigerantes

“A substituição é tecnicamente viável, mas recomenda-se o uso de equipamentos projetados para o novo fluido, maximizando desempenho e segurança. O R-32 é um HFC puro, possui elevada eficiência em transferência de calor e baixo impacto ambiental e foi desenvolvido para fazer parte das misturas de hidrocarbonetos refrigerantes azeotrópicos, recomendado para substituição em equipamentos de média e alta temperatura de evaporação, projetados exclusivamente para se trabalhar com ele”, informa Natanael Oliveira Lima, diretor técnico da RLX Fluidos Refrigerantes.

Dependendo do projeto, o R-32 pode ser usado em condicionador de ar doméstico e comercial, bomba de calor, refrigeração comercial e chillers. Os procedimentos básicos para instalação e manejo do produto são os mesmos utilizados para quaisquer outros fluidos refrigerantes comumente utilizados em sistemas de refrigeração.

Especificamente, para a instalação de sistemas splits, os procedimentos são as mesmas boas práticas aplicadas para o R-410 A, porém alguns cuidados adicionais devem ser tomados na manipulação do cilindro de transporte, e no carregamento suplementar do gás R-32 na unidade condensadora.

“Recomendamos a utilização de uma bomba de vácuo para uma perfeita evacuação do produto, pois antes da liberação do gás refrigerante para o sistema, não deve haver de forma alguma a presença de ar em parte alguma do sistema de refrigeração”, esclarece Lima.

Ele alerta que para sistemas que utilizam R-134a, o R-32 não é intercambiável devido às diferenças nas propriedades químicas e aplicações.

Normas de segurança

Para garantir a segurança no uso do R-32, as normas internacionais como a Standart ASHRAE 34/ A2L, ISO 817:2014, ISO 5149 e IEC 60335-2-40 são referenciais e no Brasil, a ABNT NBR 16069.

A norma ISO 817:2014 classifica substâncias refrigerantes com base em critérios de inflamabilidade e toxicidade, estabelecendo diretrizes para o uso seguro do R-32 em diferentes aplicações. Já a ISO 5149, composta por quatro partes, define os requisitos gerais de segurança para sistemas de refrigeração e bombas de calor, abordando desde o projeto até a operação e manutenção.

A segurança elétrica dos equipamentos que operam com o R-32 é regulamentada pela IEC 60335-2-40, que especifica requisitos para a fabricação de aparelhos de ar condicionado e bombas de calor, incluindo aspectos como ventilação, controle de vazamentos e proteção contra ignição acidental.

No Brasil, a ABNT NBR 16069 estabelece diretrizes para a manipulação, transporte, armazenamento e descarte de fluidos refrigerantes, padronizando boas práticas para técnicos e empresas do setor.

O manuseio seguro do R-32 requer equipamentos específicos, como bombas de vácuo à prova de faíscas e recolhedoras compatíveis com fluidos A2L, além do uso de cilindros dotados de válvula de segurança para evitar aumento excessivo de pressão. A adoção desses procedimentos reduz o risco de acidentes e garante conformidade com as normas técnicas vigentes. Profissionais do setor devem buscar capacitação contínua e seguir rigorosamente as recomendações normativas para assegurar a segurança operacional e a eficiência dos sistemas de climatização

Melhores práticas de uso

– Manuseio: Use ferramentas certificadas para medição e transferência do fluido. Utilize ferramentas certificadas para manipulação do fluido refrigerante. Evite armazenar o R-32 próximo a fontes de calor ou superfícies inflamáveis. Assegure que as cargas de refrigerante estejam em conformidade com as especificações do equipamento. Os técnicos devem utilizar EPIs (Equipamento de Proteção Individual) adequados para prevenir riscos no manuseio do R-32, incluindo luvas resistentes a agentes químicos, óculos de proteção e vestimenta antichamas quando necessário.

– Instalação: Na instalação de sistemas que utilizam R-32, é essencial garantir a ventilação adequada nos ambientes, sistemas de detecção de vazamentos para prevenção de acumulação do fluido, componentes compatíveis com o R-32.

– Substituição: Nunca misture o R-32 com outros fluidos ou óleos inadequados ao sistema.

– Treinamento técnico: Assegure que os profissionais estejam capacitados para lidar com fluidos A2L. Os profissionais que manipulam o R-32 devem receber treinamentos adequados para compreender as propriedades físico-químicas do fluido, as normas de segurança como a ABNT NBR 16069 e o uso correto de equipamentos de medição e transferência. Além disso, capacitações regulares garantem a atualização em técnicas e legislação aplicáveis.

Manutenção preventiva: Verificação regular de vazamentos e inspeção de componentes elétricos para evitar ignição. Realizar inspeções periódicas e manutenção preventiva minimiza riscos. Elementos importantes incluem monitoramento de pressão, testes de estanqueidade para evitar vazamentos, substituição de componentes desgastados.

Lucas Fujita, engenheiro da Chemours

“Para obter total conhecimento sobre as boas práticas de manuseio e instalação do R-32, um profissional deve seguir várias etapas essenciais que garantem a segurança e a eficácia no trabalho com este fluido refrigerante” reforça Lucas Fujita, engenheiro da Chemours.

Ele acrescenta ainda que é de extrema importância estudar as instruções e diretrizes fornecidas pelos fabricantes de fluidos refrigerantes e equipamentos de refrigeração e climatização.  “Estas diretrizes incluem especificações técnicas, recomendações de segurança e procedimentos de emergência para o uso correto do R-32, além de participar de cursos de formação e certificação específicos para o manuseio de fluidos refrigerantes inflamáveis, como o R-32. Esses cursos geralmente cobrem aspectos técnicos, de segurança, legislação ambiental e práticas recomendadas no manuseio”.

Para Fujita, manter-se atualizado com as últimas normas e regulamentações da indústria, bem como com as novas tecnologias e práticas de segurança garante sucesso ao profissional de HVAC-R.

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*As tabelas desta matéria foram elaboradas com a contribuição de Rafael Ferreira, instrutor da Escola Oficina da Refrigeração, e têm caráter informativo, não contribuindo com as recomendações dos fabricantes. A manipulação do fluido refrigerante R-32 deve ser feita por profissionais, com treinamento específico e uso de EPIs. Antes de qualquer procedimento, é essencial seguir as instruções dos fabricantes para garantir segurança e conformidade com as normas técnicas.

Johnson Controls-Hitachi lança linha airCore Sigma

A Johnson Controls-Hitachi Ar Condicionado do Brasil anunciou nesta terça-feira (3) o lançamento da linha de produtos airCore Sigma, voltada para aplicações em grandes espaços comerciais, como edifícios, indústrias e varejos de alimentos. O evento ocorreu em São José dos Campos, no interior paulista.

A nova linha é projetada para atender às demandas de projetos comerciais que priorizam a eficiência e a versatilidade das unidades externas. Segundo a empresa, os equipamentos oferecem maior desempenho e durabilidade, além de flexibilidade na instalação, com kits adicionais disponíveis para adaptações específicas.

Entre os principais destaques do airCore Sigma estão a melhoria da eficiência energética, alcançada por meio de um sistema de ventilador duplo e de um trocador de calor com formato Σ, tecnologia utilizada pela Hitachi em seu sistema VRF. De acordo com a empresa, o design reduz curtos-circuitos no fluxo de ar, aumentando a eficiência na troca de calor e na saída de ar.

As novas unidades também utilizam compressores scroll, que são conhecidos pela eficiência e baixo nível de ruído. A empresa afirma que esses compressores garantem uma operação econômica e eficaz.

A linha airCore Sigma foi desenvolvida para suportar condições adversas, como alta incidência de maresia, soluções salinas e poluição atmosférica. O gabinete dos equipamentos é revestido com pintura eletrostática, e as aletas são Gold Coated, o que oferece proteção adicional contra corrosão. Os parafusos externos são feitos de aço inoxidável com tratamento de superfície DacrometTM.

A Johnson Controls-Hitachi destaca ainda que o produto é leve e compacto, facilitando o transporte e a instalação, que pode ser feita com guindaste ou elevador. A unidade externa permite a escolha da direção de saída dos tubos de interligação, adaptando-se a diferentes espaços.

Outro ponto ressaltado pela empresa é a redução da área necessária para a instalação das unidades externas, uma demanda frequente do mercado. A nova linha apresenta diminuição significativa do espaço ocupado, com alguns modelos atingindo até 134% de redução em comparação com outros produtos da marca destinados à mesma aplicação.

O airCore Sigma já está disponível para o mercado brasileiro de HVAC, e a empresa acredita que o novo produto atenderá às necessidades específicas dos clientes, oferecendo um desempenho confiável e de longo prazo.

Sistemas VRF se consolidam no mercado brasileiro

Melhorias significativas nos compressores, controles eletrônicos e na eficiência geral dos sistemas VRF impulsionaram seu crescimento

Nos últimos anos, os sistemas VRF (Fluxo de Refrigerante Variável) têm ganhado uma crescente aceitação no mercado brasileiro de HVAC-R. Este crescimento se deve a vários fatores, incluindo a busca por maior eficiência energética, flexibilidade na instalação e controle preciso da temperatura.

Um dos principais impulsionadores do crescimento dos sistemas VRF no Brasil é a eficiência energética. Os sistemas VRF são projetados para ajustar a quantidade de refrigerante que flui para as unidades internas com base na demanda real de cada zona climatizada. Isso permite uma operação muito mais eficiente em termos de consumo de energia comparado aos sistemas tradicionais de ar condicionado.

Outros fatores como flexibilidade de instalação, os torna ideais para uma ampla gama de aplicações, desde pequenos edifícios comerciais até grandes complexos residenciais e corporativos. A capacidade de conectar múltiplas unidades internas a uma única unidade externa permite soluções personalizadas que atendem às necessidades específicas de cada projeto. Outra vantagem significativa dos sistemas VRF é o controle preciso da temperatura. Cada unidade interna pode ser controlada de forma independente, permitindo que diferentes zonas dentro de um edifício mantenham temperaturas distintas de acordo com as preferências dos ocupantes. Isso melhora o conforto e a satisfação dos usuários, um fator crucial em ambientes comerciais e residenciais.

Renan Santos Vieira, Gerente de Engenharia de Aplicação CAC da Gree

“Hoje, o VRF como conceito de ar-condicionado, já está amplamente difundido entre os atores especializados (projetistas, instaladores e distribuidores), o que permite questionar: qual setor ainda não usa VRF? A instalação de VRF em residências de médio e alto padrão já é a referência e foram impulsionadas pela disponibilidade maior nos distribuidores, por outro lado, não se fala mais de água gelada quando o assunto são lajes corporativas padrão A e Triplo A, e por aí passam aplicações tais como hotéis, e a área de quartos em hospitais. No setor industrial, quando se fala em sistemas de conforto térmico, o VRF é a solução mais procurada quando o requisito é eficiência energética, sendo imbatível quando comparado com outros sistemas centrais”, informa Renan Santos Vieira, Gerente de Engenharia de Aplicação CAC da Gree.

Segundo a Eletros, Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletrônicos, que consolida os dados de mercado, o VRF representa em torno de 5% do mercado total de HVAC-R, entretanto, essa métrica não representa o movimento real do mercado, uma vez que a porção residencial representa mais de 90%. “Quando olhamos somente o mercado de centrais, que compreende também os chillers, rooftops, selfs e splitões; o VRF representa 46% do mercado, e cresceu 17% quando comparados os mesmos períodos de 2023 e 2024 até o momento. Entendo que os principais benefícios podem ser resumidos em versatilidade, capacidade de automação e eficiência energética dos sistemas do tipo VRF em comparação com os sistemas tradicionais. No quesito versatilidade, os sistemas do tipo VRF se destacam pelas altas capacidades dos sistemas que vão de 3 a 128 HP de capacidade e até 20 tipos diferentes de unidades internas. Reduzindo o espaço necessário para instalação dos mais diversos sistemas, reduzindo o footprint (pegada de carbono) necessário para a instalação dos equipamentos”, diz Viera.

Ele destaca ainda a capacidade de automação dos sistemas VRF, que podem ser utilizados como o controle via Wi-Fi dos equipamentos ou rede KNX para automação em residências de alto padrão até sistemas mais complexos que utilizam Bacnet ou Modbus para conexão de múltiplos sistemas em um único BMS para clientes industriais, hotéis, entre outros.

Em relação à eficiência energética, os sistemas de fluxo variável contam com mais sensores, sistemas de controle de capacidade e controle dos componentes, permitindo maiores eficiências, principalmente em cargas parciais.

Rodrigo Fiani, vice-presidente de Vendas de B2B, IT e ar-condicionado da LG do Brasil

De acordo com o Rodrigo Fiani, vice-presidente de Vendas de B2B, IT e ar-condicionado da LG do Brasil, os sistemas VRF oferecem vários benefícios em comparação com os sistemas tradicionais. “Eles possuem eficiência energética superior devido ao sistema 100% inverter e tecnologias de controle avançadas, que permitem maior performance adaptada a diversas operações. Além disso, esses sistemas permitem a interligação de todas as unidades em um sistema central de automação, proporcionando baixo custo e alta segurança operacional. São adequados para locais segmentados, como escolas, hotéis, escritórios e residências, e possuem design moderno que se adapta a diferentes tipos de ambientes.  Outro benefício é a manutenção facilitada pela alta tecnologia embarcada, que permite fácil visualização de falhas e erros através de controles avançados. O maior desafio, no entanto, é o treinamento e capacitação da mão de obra, que se torna cada vez mais necessária à medida que o mercado cresce”, destaca Fiani.

Além da capacitação e treinamento, um outro desafio enfrentado na implementação dos sistemas do tipo VRF no Brasil é seu custo.

“O custo dos sistemas do tipo VRF ainda são superiores a sistemas tradicionais como o split e multi-split em residências e pequenos comércios e linhas de splitão e rooftop em grandes projetos. Para grandes centros ou obras maiores, não há problemas na implementação destes sistemas, pois são aplicados os conceitos de CAPEX e OPEX (custo de implementação e custos de operação), levados em consideração o espaço utilizado pela capacidade requerida e disponibilidade oferecida por equipamentos com maior tecnologia. Porém, em projetos de pequeno e médio porte, em que o cliente ou até mesmo o projetista está à procura de um menor custo de implementação do sistema de climatização, os sistemas de fluxo variável extrapolam o budget desejado e sistemas tradicionais são utilizados. Outro ponto quanto a implementação e manutenção, é a mão de obra qualificada para aplicação dos sistemas VRF. Embora os profissionais busquem expandir seus conhecimentos, muitos ainda lutam contra a evolução dos sistemas de climatização (vide o que foi a implementação dos sistemas do tipo inverter e agora o R-32) e se mantém apenas nos sistemas tradicionais, ou pela falta de locais de qualificação próximos (fato que ocorre longe das capitais) ou não querem investir em ferramental adequado para instalação e diagnósticos dos sistemas do tipo VRF”, enfatiza Vieira.

Tendências futuras

Atualmente, o VRF figura como uma das principais soluções de HVAC no mercado brasileiro, dividindo a liderança com sistemas de água gelada.

“A tendência é de crescimento contínuo no Brasil, impulsionado pelo desenvolvimento econômico e pela expansão da construção civil. Além disso, há uma migração de outros sistemas, como Split e Chiller para o VRF, atraídos pela eficiência e flexibilidade que este sistema oferece.  Os sistemas VRF têm sido um grande sucesso no Brasil devido à sua eficiência e versatilidade. Temos milhares de projetos espalhados por todo o país, atendendo a diversos segmentos, desde comerciais e residenciais até industriais, demonstrando sua adaptabilidade e eficácia”, revela Fiani.

Para Vieira, assim como o restante da indústria, o futuro do VRF irá seguir três caminhos principais: aumento da eficiência dos sistemas, utilização de IA (Inteligência Artificial) e fontes alternativas de energia.

“Os sistemas do tipo VRF já possuem uma elevada eficiência energética quando comparados com sistemas tradicionais, porém com o avanço de novas tecnologias a busca por melhores motores, compressores e sistemas de comunicação mais eficientes irão guiar a indústria em busca de soluções adequadas às novas necessidades. Com motores e compressores mais eficientes podemos diminuir o consumo direto dos equipamentos e com sistemas de comunicação e controle mais rápidos e eficientes podemos diminuir o tempo de resposta às variações de carga térmica requerida e atuar de forma mais rápida e eficaz no controle dos parâmetros de operação. A utilização de inteligência artificial nos equipamentos já é uma realidade em alguns países, porém, ainda dependem de uma complexa rede e infraestrutura para seu funcionamento eficiente no Brasil. Por exemplo, os sistemas GMV da Gree na China, utilizam banco de dados climáticos para otimizar a operação dos equipamentos de forma automática, além de ler e identificar os parâmetros de operação dos equipamentos e prever a troca de componentes antes que ocorra uma falha e parada do sistema por quebra de algum componente crítico. Quanto às fontes alternativas de energia, já existem sistemas do tipo VRF que utilizam placas fotovoltaicas para acionamento direto dos equipamentos e operação híbrida (rede + fotovoltaico), uma vez que sistemas inverter por padrão transformam a energia CA vinda da rede à CC para utilização no equipamento. Estes equipamentos têm como objetivo principal diminuir as perdas de conversão de energia e otimizar a utilização de sistemas fotovoltaicos para acionamento das unidades VRF. Um caso de sucesso que temos quanto a implementação de sistemas de fluxo variável é a própria fábrica da Gree em Manaus (AM), onde são utilizados equipamentos do tipo VRF da linha SOLAR para climatização do setor corporativo, onde são conectados diretamente às placas fotovoltaicas. O sistema opera de forma híbrida, onde quando há geração de energia suficiente para manter o equipamento, apenas as placas são utilizadas, quando não há energia suficiente das placas a rede é utilizada para complementar a o fornecimento de energia ao sistema e nos dias em que não há expediente, os equipamentos converter a energia gerada de CC à CA e fazem a inserção dessa energia na rede elétrica da concessionária, gerando créditos pela geração de energia dos painéis fotovoltaicos”, conclui Vieira.

Desmistificando o manuseio e aplicação do R-32

O fluido refrigerante R-32 tem ganhado popularidade no setor de HVAC-R devido às suas propriedades favoráveis de eficiência energética e menor impacto ambiental comparado a outros refrigerantes, no entanto, há muitos mitos e verdades em torno de seu manuseio e aplicação.

O R-32 é uma alternativa eficiente e ambientalmente mais amigável comparada a muitos outros fluidos refrigerantes, mas seu manuseio exige conhecimento e precauções específicas. Desmistificar os mitos e entender as verdades sobre o R-32 é fundamental para garantir sua aplicação segura e eficaz no setor de HVAC-R. Com treinamento adequado e respeito às normas de segurança, o R-32 pode ser uma excelente escolha para sistemas modernos.

“O R-32 é levemente inflamável, de acordo com o Standart ASHRAE 34/ A2L, e possui classificação de segurança ISO 817:2014, sendo assim, o importante é sempre trabalhar obrigatoriamente com ferramentas corretas para o R-32, como recolhedora, e bomba de vácuo antifaíscas, do restante, os procedimentos de manuseio são iguais de outros fluidos HFCs (HidroFluorCarbonetos). Vale ressaltar que, ao recolher o R-32 para uma reoperação, sempre utilizar recolhedora e cilindro com válvula de segurança. Existem muitas informações relevantes no mercado e muitas informações falsas (Fake News) sobre o R-32 e seus equipamentos, por isso é imprescindível procurar associações, escolas e profissionais sérios do setor caso tenha dúvidas, não tome conclusões sem antes buscar informações confiáveis”, orienta Paulo Neulaender, diretor da Frigga Refrigeração e Ar Condicionado.

Os executivos da RLX Fluidos Refrigerantes, Natanael Oliveira Lima, diretor técnico; e Cristiane Sena, responsável técnica, acrescentam que por ser um fluido inflamável não pode ser utilizado de forma alguma para retrofit (substituição) em equipamentos projetados para gás R-410A.

“Por ser um gás considerado de alta pressão, pode explodir se aquecido a temperaturas fora das especificações de segurança; é classificado como um gás inflamável, portanto pode incendiar em presença de uma fonte de ignição. Para maior segurança, escolha sempre um lugar conveniente (na sombra e o mais ventilado possível) para instalação ou manutenção, e não realizar estas atividades próximo a fontes de calor e ambientes inflamáveis ou explosivos; no caso de instalações internas, mantenha o local arejado, deixando sempre que possível, janelas e portas abertas”, destacam Cristiane e Natanael.

Boas práticas de manuseio e segurança

No que tange aos substitutos do R-410A, o R-32 um HFC puro, possui elevada eficiência em transferência de calor e baixo impacto ambiental. Apresenta reduzido potencial de aquecimento global (GWP), e zero de agressividade à Camada de Ozônio (ODP).

“O R-32 foi desenvolvido para fazer parte das misturas de hidrocarbonetos refrigerantes azeotrópicos, tais como:  R-407A, R-407B, R-407C, R-407D, R-407E e R407F, e principalmente, do R-410A, recomendado para substituição em equipamentos de média e alta temperatura de evaporação, projetados exclusivamente para trabalhar com ele. Dependendo do projeto, o R-32 pode ser usado em condicionador de ar doméstico e comercial, bomba de calor, refrigeração comercial e chillers. Os procedimentos básicos para instalação e manejo do produto são os mesmos utilizados para quaisquer outros fluidos refrigerantes comumente utilizados em sistemas de refrigeração. Especificamente, para a instalação de sistemas splits, os procedimentos são as mesmas boas práticas aplicadas para o R-410A, porém alguns cuidados adicionais devem ser tomados na manipulação do cilindro de transporte, e no carregamento suplementar do gás R-32 na unidade condensadora. Recomendamos fortemente a utilização de uma bomba de vácuo para uma perfeita evacuação do produto, pois antes da liberação do gás refrigerante para o sistema, não deve haver de forma alguma a presença de ar em parte alguma do sistema de refrigeração”, advertem os executivos da RLX.

Paulo Neulaender, diretor da Frigga Refrigeração e Ar Condicionado

Neulaender acrescenta que o R-32 é uma substância com pouca toxicidade. O índice de inalação de CL50 de 4 horas em ratos é de 1.107.000 mg / m3 (inalação tóxica OCDE 403) e o NOEL (avaliação de riscos) em relação a problemas cardíacos é de aproximadamente 735.000 mg / m3 em cães. As embalagens de R-32 devem ser armaze-nadas em locais frescos e ventilados, longe de chamas livres, faíscas e de fontes de calor. Deve-se evitar a exposição direta ao sol e a acumulação de carga eletrostática.

“Em caso de vazamento de R-32 é importante ter troca de ar no local, recolhimento e armazenagem em cilindro retornável com válvula de segurança (importante sempre colocar um filtro secador antes da entrada do cilindro para retirar umidade e acidez do fluido e com isso reutilizar o mesmo), sanar o vazamento e após isso completar a carga, sempre em peso (massa) pode ser feita de forma líquida ou vapor por ele ser um fluido puro, como por exemplo, o R-134a ou R-22, e lembrar sempre que o R-32 trabalha com óleo sintético”, informa o diretor da Frigga Refrigeração.

Ele recomenda a todos profissionais buscar conhecimento em escolas qualificadas como o SENAI, Fatec, ETP para conhecimento técnico com parceiros especializados e buscar informações no mercado, e sempre consultar o fabricante do equipamento.

Natanael Oliveira Lima, diretor técnico da RLX Fluidos Refrigerantes

“Basicamente, não há a necessidade de investir em ferramental específico para a instalar e reparar equipamentos de refrigeração que utilizam o gás R-32. As ferramentas básicas utilizadas, inicialmente podem ser as mesmas do R-410 A, com exceção do Kit Manifold para refrigeração, que deve conter manômetros com escalas para medição das pressões do R-32. Pelo motivo do gás R-32 ser considerado como inflamável, é aconselhável sempre o uso de uma bomba de vácuo para retirar totalmente o ar atmosférico das tubulações e da unidade evaporadora. Para obter total conhecimento sobre as boas práticas de manuseio e instalação do R-32, o profissional deve fazer cursos de reciclagem na sua área de atuação, principalmente se forem sobre fluidos refrigerantes novos, tal como o R-32. Buscar instituições de ensino sejam públicas ou particulares, que ministrem cursos de capacitação referente ao fluido R-32. Buscar informações de quais fabricantes de produtos de refrigeração estão ministrando cursos, seminários ou palestras sobre quaisquer assuntos referentes ao gás R-32, ler atentamente e seguir rigidamente, todas as instruções técnicas que constam nos manuais de Instalação e Manutenção dos produtos, antes de instalar ou fazer qualquer intervenção de manutenção nos mesmos”, orientam Natanael e Cristiane.

“É essencial que técnicos recebam treinamento específico sobre o manuseio seguro R- 32, que deve cobrir uma ampla gama de informações para garantir tanto a segurança quanto a eficiência dos sistemas de ar condicionado. Os técnicos devem aprender quais EPIs, ferramentas e procedimentos específicos para manuseio seguro do R-32, bem como as técnicas corretas para transferência do fluido refrigerante, conexão e desconexão de mangueiras, verificação de vazamentos e práticas de recolhimento recomendadas para evitar a liberação do fluido refrigerante para o ambiente. Além disso, é importante que o treinamento inclua medidas de emergência, como procedimentos em caso de vazamento ou incêndio, uso correto de extintores de incêndio, técnicas de evacuação e primeiros socorros. Conhecimento sobre legislação e normas regulatórias que governam o uso de fluidos refrigerantes inflamáveis também deve ser incluído, assegurando que todos os procedimentos estejam em conformidade com as exigências legais, bem como o conhecimento das informações relacionadas à segurança de produtos químicos que estará presente na FISPQ (Ficha de Informação de Segurança para Produtos Químicos) do fluido refrigerante. Esse treinamento não apenas fortalece a segurança no local de trabalho, mas também prepara os técnicos para manusear o R-32 de maneira eficiente e responsável, maximizando a performance do sistema de ar condicionado e minimizando os riscos para eles e para o meio ambiente”, esclarecem os executivos da Chemours, Lucas Figita e Amaral Gurgel.

Seguir essas diretrizes não apenas promove um ambiente de trabalho mais seguro, mas também assegura a operação eficaz e segura dos sistemas de refrigeração que utilizam esses fluidos refrigerantes ligeiramente inflamáveis.

Mito x Realidade

Mito: O R-32 é extremamente perigoso e não deve ser utilizado em residências.

Realidade: Embora o R-32 seja ligeiramente inflamável (classificação A2L), ele é seguro para uso em sistemas de ar condicionado doméstico quando manuseado e instalado corretamente. Os equipamentos projetados para o R-32 atendem a rigorosas normas de segurança.

Mito: O R-32 é idêntico ao R-410A, então pode ser usado nos mesmos sistemas sem ajustes.

Realidade: O R-32 tem diferentes propriedades de pressão e temperatura comparado ao R-410A. Sistemas projetados para R-410A não são compatíveis com R-32 sem modificações adequadas. É essencial usar equipamentos especificamente projetados para o R-32.

Mito: O manuseio do R-32 requer equipamentos totalmente novos e caros.

Realidade: Embora o manuseio do R-32 necessite de alguns equipamentos específicos, muitos dos instrumentos usados com o R-410A são compatíveis. As ferramentas precisam ser verificadas quanto à sua compatibilidade com refrigerantes ligeiramente inflamáveis.

Verdades

Verdade: O R-32 tem um impacto ambiental menor do que muitos outros refrigerantes.

Realidade: O R-32 possui um Potencial de Aquecimento Global (GWP) menor do que o GWP do R-410A, em cerca de 19% (1/3). Isso torna o R-32 uma escolha mais ecológica.

Verdade: A capacitação adequada é essencial para o manuseio do R-32.

Realidade: Devido à sua ligeira inflamabilidade, é crucial que os técnicos recebam treinamento adequado no manuseio do R-32, incluindo procedimentos de segurança específicos e conhecimento sobre seu comportamento físico e químico.

Verdade: O R-32 pode melhorar a eficiência energética dos sistemas de ar condicionado.

Realidade: Sistemas que utilizam R-32 podem alcançar maior eficiência energética, resultando em menor consumo de eletricidade e custos operacionais mais baixos a longo prazo.

Verdade: O R-32 requer cuidados específicos durante a instalação e manutenção.

Realidade: Devido à sua ligeira inflamabilidade, o R-32 requer medidas de segurança adicionais durante a instalação e manutenção, como garantir uma boa ventilação no local de trabalho e evitar fontes de ignição.

GP Auto Ar completa 42 anos

Neste mês de junho, a GP Auto Ar celebrou 42 anos de atividade. Fundada em 1982, a companhia, sediada em Jaraguá do Sul (SC) desde 1998, atua no mercado de instalação e manutenção de ar-condicionado automotivo.

A companhia tem se destacado pela dedicação de sua equipe e pela confiança depositada por seus clientes. A comemoração incluiu uma festa em reconhecimento ao mercado e em agradecimento a todos os que contribuíram para o sucesso da empresa ao longo de mais de quatro décadas.

Integração de controle automatizado atrai usuários de edificações

A automação embarcada desempenha um papel fundamental no controle e gerenciamento, tornando-os mais eficientes, econômicos e fáceis de operar.

A automação embarcada em sistemas de HVAC-R oferece uma gama de benefícios, desde a eficiência energética e redução de custos até a melhoria do conforto e qualidade do ar, contribuindo para a sustentabilidade e bem-estar dos ocupantes. Hoje, muitos fabricantes disponibilizam aos usuários finais equipamentos integrados que possibilitam o monitoramento contínuo através dos sensores instalados nos sistemas, fornecendo leituras em tempo real aos algoritmos de controle, desenvolvidos especialmente para cada tipo de sistema, permitindo o ajuste rápido para manter as condições desejadas, além do acompanhamento do desempenho, bem como a identificação precoce de falhas e desvios que poderiam levar a paralização das máquinas.

“A automação embarcada proporciona uma resposta rápida e adaptativa devido a análise em tempo real de variáveis e aos algoritmos de controle desenvolvido especificamente para cada aplicação de HVAC-R. Essa agilidade resulta em um funcionamento mais estável do sistema, garantindo que as variáveis controladas permaneçam dentro dos parâmetros especificados, o que por sua vez, contribui para o aumento da eficiência energética e prevenção de falhas. Através do gerenciamento remoto proporcionado pela automação embarcada, é possível o monitorar em tempo real, realizar diagnósticos antecipados de falhas, analisar os dados do sistema e realizar ajustes de parâmetros visando uma melhor performance. Qualquer anomalia é imediatamente comunicada aos responsáveis pela manutenção através do sistema supervisório, permitindo uma intervenção imediata. Entre os benefícios do gerenciamento remoto podemos citar o aumento na vida útil dos componentes, melhoria na eficiência energética do sistema, a prevenção de paradas inesperadas prolongadas e a otimização dos custos de manutenção”, informa Lucas Penalva, Engenheiro de Aplicação e Serviços da Copeland.

Engenheiro de Aplicação e Serviços da Copeland

Lucas Penalva, Copeland: “A automação embarcada proporciona uma resposta rápida e adaptativa”

A empresa oferece um portifólio de produtos, incluindo sistemas de controle específicos para cada aplicação de HVAC-R, como controle para centrais frigoríficas, controle de ambientes, controle de centrais de bombeamento, Controle para CAGs, Splitões, Iluminação e Utilidades.  “O sistema supervisório XWEB disponível em diferentes versões para atender os mais variados tamanhos de projetos, garante a integração e conectividade de todos os sistemas de automação da instalação, ele possui ferramentas avançadas, com protocolo de comunicação aberto ModBus RTU, permitindo agregar ao monitoramento outros sistemas de interesse, como centrais de incêndio, geradores, no-breaks, consumo de água e energia, entre outros. Isso garante o funcionamento adequado de todos os ativos, otimizando a manutenção e proporcionando economia de recursos”, informa Penalva.

Integração dos sistemas

Um dos pontos destacados por Marcio Pereira, Regional Product Manager South America da Johnson Controls- Hitachi, é o controle de operações de forma autônoma, sem a necessidade de intervenção humana constante. “Na Johnson Controls Hitachi, estamos constantemente aprimorando nossos produtos para oferecer recursos de automação embarcada através de uma variedade de produtos com recursos para comunicação e integração com diversos sistemas de ar condicionado e controles inteligentes, sensores de ambiente integrados, algoritmos de otimização de desempenho ou até controles através de aplicativos web.

Regional Product Manager South America da Johnson Controls- Hitachi

Marcio Pereira, Johnson Controls- Hitachi: “Melhoria do conforto e da qualidade do ar interior também integram o hall de benefícios”

Além disso, a capacidade de otimizar dinamicamente o uso de energia e ajustar as configurações de operação com base nas condições ambientais resulta em economias significativas a longo prazo, contribuindo ainda mais para a redução dos custos operacionais dos sistemas HVAC-R”, comenta Pereira.

A melhoria do conforto e da qualidade do ar interior em edifícios comerciais e residenciais também integram o hall de benefícios proporcionados: “Ao garantir um controle preciso da temperatura, umidade, vazão, quantidade de CO2 do ar, um equipamento com um sistema de automação pode criar um ambiente mais confortável para os ocupantes do edifício. Além disso, a automação embarcada permite a integração de sistemas de filtragem e purificação do ar, reduzindo a concentração de poluentes e alérgenos e melhorando significativamente a qualidade do ar interior. Essa combinação de controle preciso e melhorias na qualidade do ar resulta em ambientes mais saudáveis e agradáveis, promovendo o bem-estar dos ocupantes e aumentando a produtividade em ambientes comerciais”.

Exemplos de sucesso

Pereira cita diversos casos de uso e exemplos de sucesso que demonstram os benefícios tangíveis da automação embarcada em sistemas HVAC-R:

– Redução dos custos de energia: Em um edifício comercial, a implementação de sistemas VRF com automação embarcada resultou em uma redução significativa nos custos de energia, com uma diminuição de até 30% no consumo total de eletricidade devido ao uso mais eficiente dos equipamentos de climatização.

– Melhoria do conforto dos ocupantes: Em um ambiente de escritório, a automação embarcada permitiu ajustes precisos de temperatura, garantindo um ambiente de trabalho mais confortável para os funcionários. Isso resultou em uma diminuição das queixas relacionadas ao conforto e um aumento na satisfação dos ocupantes do edifício.

– Redução do tempo de inatividade: Em um hospital, a automação embarcada nos sistemas de climatização permitiu uma detecção precoce de problemas e diagnósticos proativos, resultando em uma redução significativa no tempo de inatividade não planejado dos equipamentos. Isso garantiu que os serviços de climatização essenciais estivessem sempre disponíveis para manter o conforto dos pacientes e funcionários.

– Aumento da vida útil dos equipamentos: Em um hotel, a programação dos sistemas de climatização baseada nos padrões de ocupação permitiu uma operação mais suave e eficiente dos equipamentos, reduzindo o desgaste e prolongando sua vida útil. Isso resultou em economias adicionais ao evitar custos de substituição prematura de equipamentos.

“Esses exemplos demonstram claramente os benefícios tangíveis da automação embarcada em sistemas de climatização, incluindo redução dos custos operacionais, melhoria do conforto dos ocupantes, redução do tempo de inatividade e aumento da vida útil dos equipamentos. Esses benefícios não apenas melhoram a eficiência e a confiabilidade dos sistemas de climatização, mas também contribuem para um ambiente de construção mais sustentável e econômico”, aponta Pereira.

Construções inteligentes

Com a integração dos sistemas de automação predial ao sistema de automação de equipamentos de HVAC-R é possível otimizar o consumo de energia do prédio, integrando disciplinas como iluminação, hidráulica e controle de acessos.

Engenheiro de Aplicação de Automação e Energia da Trane

Alexandre Sermarini, Trane: “Controle de iluminação reduz o consumo energético e a carga térmica dos ambientes”

Através do controle de acesso, por exemplo, é possível avaliar se existe mesmo a necessidade da operação dos fancoils que atendem à área na qual não há pessoas. Também é possível realizar o controle de iluminação de acordo com os níveis de luminosidade, reduzindo assim o consumo energético e a carga térmica dos ambientes, que por sua vez reduz o consumo do sistema de HVAC-R. “A aplicação da automação embarcada em sistemas de água gelada (Centrais de Água Gelada – CAG), por exemplo, quando comparados com a operação manual destes sistemas, constitui uma operação mais eficiente através da operação correta de chillers e bombas (apenas a quantidade necessária para a carga térmica instantânea demandada pelo sistema), através da modulação efetiva das bombas de água gelada secundárias, e através da modulação efetiva da velocidade das torres de resfriamento. Também é possível otimizar o controle do conjunto de torres e chillers através da alteração de set point dinâmico da temperatura de condensação dos chillers. Caso o sistema de controle da Central de Água Gelada esteja integrado ao sistema de automação embarcada dos fancoils que recebem esta água da CAG, é possível então realizar a alteração dinâmica do set point de pressão das bombas de água gelada secundárias, otimizando ainda mais o consumo de energia deste sistema, flexibilizando o sistema para se adequar à demanda atual de carga térmica”, explica Alexandre Sermarini, Engenheiro de Aplicação de Automação e Energia da Trane.

Outro exemplo de sucesso citado por Sermarini sobre a automação embarcada em fancoils é a realização do controle de velocidade dos ventiladores e de abertura da válvula de água gelada em função da temperatura ambiente (vazão de ar) e temperatura de insuflamento (válvula de água gelada). Para os casos de sistemas existentes, recomenda-se iniciar a implantação do controle a partir do sistema de maior demanda energética, de forma a reduzir ao máximo, em um primeiro momento, o consumo de energia da instalação. Em seguida, deve-se mapear os equipamentos críticos da instalação e realizar a automatização destes, visando garantir a segurança operacional da instalação. Por fim, se faz necessária a integração dos diversos equipamentos através do uso de um gerenciador de rede, garantindo assim as condições para otimização da operação do sistema. “Já nos casos de novos projetos de construção, recomenda-se a contratação de uma empresa especializada em sistemas HVAC-R para a elaboração de um projeto de automação que englobe todos os pontos de controle necessários para atendimento das demandas exigidas pelo cliente. É importante que este projeto contemple também as premissas de comissionamento que devem ser adotadas durante a implantação para garantir o atingimento das metas do projeto”. Sermarini orienta ainda sobre a importância que todos os equipamentos com automação embarcada estejam integrados em um gerenciador de rede de forma com que todo o sistema possa ser operado de forma conjunta, buscando uma melhor operação e ressalta a importância da utilização de sensores e atuadores de qualidade, assim como a sua manutenção correta.

 

Thermomatic promove treinamento para projetistas e instaladores

A Thermomatic do Brasil abriu inscrições para o treinamento gratuito “Controle de Umidade e Temperatura: Treinamento Técnico para Projetistas e Instaladores”. O evento ocorrerá no dia 26 de junho na sede da CIESP Sul, em Santo Amaro.

O treinamento será ministrado por Thiago Martinelli, especialista em HVAC da Thermomatic com mais de 10 anos de experiência no setor. O objetivo é capacitar profissionais na área de desumidificação, com foco na aplicação industrial.

Martinelli destaca a importância do treinamento: “Em um ambiente industrial, há necessidades específicas de climatização para que a produção seja mais eficiente. O treinamento técnico capacitará projetistas e instaladores no desenvolvimento de projetos de desumidificação, buscando uma melhor eficiência em processos para seus clientes”.

As vagas são limitadas. Para se inscrever, é necessário acessar o site da Thermomatic. Ao final do curso, os participantes receberão um certificado.

O conteúdo do treinamento inclui:

  • Psicrometria
  • Métodos de desumidificação
  • Aplicações
  • Cálculos de carga úmida
  • Performance do desumidificador
  • Desenho de sistemas
  • Otimização de sistemas
  • Instalação

3º dia do Circuito dos Instaladores – Fortaleza

2º dia do Circuito dos Instaladores – Fortaleza

1º dia do Circuito dos Instaladores – Fortaleza