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Scania adota novo fluido refrigerante

A Scania Brasil implementou o fluido refrigerante Opteon™ YF em toda a sua produção de caminhões. Desenvolvido pela The Chemours Company, o produto substitui alternativas com maior potencial de aquecimento global.

A transição está alinhada com regulamentações internacionais e já ocorre em mercados como Estados Unidos e Europa. Com a mudança, a frota fabricada no Brasil passa a utilizar um sistema de ar-condicionado compatível com normas ambientais mais rígidas.

Segurança, eficiência e melhores práticas no uso do R-32

Especialistas esclarecem dúvidas sobre o uso seguro do R-32, desde o cumprimento de normas até o treinamento adequado, incentivando uma transição consciente para alternativas mais sustentáveis.

Com a transição para alternativas de baixo impacto ambiental, o fluido refrigerante R-32 vem ganhando espaço no setor de HVAC-R. No entanto, o aumento de sua utilização também levantou dúvidas em diversos fóruns de refrigeração quanto à segurança, eficiência e manuseio adequado.

Questões frequentes coletadas no grupo “Refrigeração” do Facebook indicam uma necessidade clara de orientação. Exemplos incluem: “O R-32 pode ser usado em sistemas que antes utilizavam R-410A?”; “Como prevenir riscos de inflamabilidade?”, “Quais EPIs são necessários durante o manuseio?”.

Para esclarecer tais dúvidas, desenvolvemos este material técnico com a participação de profissionais, esclarecendo os principais pontos sobre segurança, substituição e melhores práticas.

Dados de mercado: R-32 veio para ficar?

O R-32 representa cerca de 40% do mercado de novos equipamentos de climatização no Brasil, com crescimento projetado de 15% até 2030. Esse avanço é impulsionado por sua menor potência de aquecimento global em comparação com o R-410A, tornando-o uma escolha para fabricantes e técnicos preocupados com a sustentabilidade, segundo dados da ABRAVA.

R-32 em comparativo

R-32 vs. R-410A: O R-32 é mais eficiente em transferência de calor e apresenta menor impacto ambiental. Contudo, é classificado como A2L (ligeiramente inflamável), demandando medidas de segurança específicas.

Embora o R-32 seja uma alternativa eficiente ao R-410A, sua aplicação requer considerações específicas. Componentes como trocadores de calor e válvulas de expansão devem ser adequados às pressões operacionais do R-32.

Natanael Oliveira Lima, diretor técnico da RLX Fluidos Refrigerantes

“A substituição é tecnicamente viável, mas recomenda-se o uso de equipamentos projetados para o novo fluido, maximizando desempenho e segurança. O R-32 é um HFC puro, possui elevada eficiência em transferência de calor e baixo impacto ambiental e foi desenvolvido para fazer parte das misturas de hidrocarbonetos refrigerantes azeotrópicos, recomendado para substituição em equipamentos de média e alta temperatura de evaporação, projetados exclusivamente para se trabalhar com ele”, informa Natanael Oliveira Lima, diretor técnico da RLX Fluidos Refrigerantes.

Dependendo do projeto, o R-32 pode ser usado em condicionador de ar doméstico e comercial, bomba de calor, refrigeração comercial e chillers. Os procedimentos básicos para instalação e manejo do produto são os mesmos utilizados para quaisquer outros fluidos refrigerantes comumente utilizados em sistemas de refrigeração.

Especificamente, para a instalação de sistemas splits, os procedimentos são as mesmas boas práticas aplicadas para o R-410 A, porém alguns cuidados adicionais devem ser tomados na manipulação do cilindro de transporte, e no carregamento suplementar do gás R-32 na unidade condensadora.

“Recomendamos a utilização de uma bomba de vácuo para uma perfeita evacuação do produto, pois antes da liberação do gás refrigerante para o sistema, não deve haver de forma alguma a presença de ar em parte alguma do sistema de refrigeração”, esclarece Lima.

Ele alerta que para sistemas que utilizam R-134a, o R-32 não é intercambiável devido às diferenças nas propriedades químicas e aplicações.

Normas de segurança

Para garantir a segurança no uso do R-32, as normas internacionais como a Standart ASHRAE 34/ A2L, ISO 817:2014, ISO 5149 e IEC 60335-2-40 são referenciais e no Brasil, a ABNT NBR 16069.

A norma ISO 817:2014 classifica substâncias refrigerantes com base em critérios de inflamabilidade e toxicidade, estabelecendo diretrizes para o uso seguro do R-32 em diferentes aplicações. Já a ISO 5149, composta por quatro partes, define os requisitos gerais de segurança para sistemas de refrigeração e bombas de calor, abordando desde o projeto até a operação e manutenção.

A segurança elétrica dos equipamentos que operam com o R-32 é regulamentada pela IEC 60335-2-40, que especifica requisitos para a fabricação de aparelhos de ar condicionado e bombas de calor, incluindo aspectos como ventilação, controle de vazamentos e proteção contra ignição acidental.

No Brasil, a ABNT NBR 16069 estabelece diretrizes para a manipulação, transporte, armazenamento e descarte de fluidos refrigerantes, padronizando boas práticas para técnicos e empresas do setor.

O manuseio seguro do R-32 requer equipamentos específicos, como bombas de vácuo à prova de faíscas e recolhedoras compatíveis com fluidos A2L, além do uso de cilindros dotados de válvula de segurança para evitar aumento excessivo de pressão. A adoção desses procedimentos reduz o risco de acidentes e garante conformidade com as normas técnicas vigentes. Profissionais do setor devem buscar capacitação contínua e seguir rigorosamente as recomendações normativas para assegurar a segurança operacional e a eficiência dos sistemas de climatização

Melhores práticas de uso

– Manuseio: Use ferramentas certificadas para medição e transferência do fluido. Utilize ferramentas certificadas para manipulação do fluido refrigerante. Evite armazenar o R-32 próximo a fontes de calor ou superfícies inflamáveis. Assegure que as cargas de refrigerante estejam em conformidade com as especificações do equipamento. Os técnicos devem utilizar EPIs (Equipamento de Proteção Individual) adequados para prevenir riscos no manuseio do R-32, incluindo luvas resistentes a agentes químicos, óculos de proteção e vestimenta antichamas quando necessário.

– Instalação: Na instalação de sistemas que utilizam R-32, é essencial garantir a ventilação adequada nos ambientes, sistemas de detecção de vazamentos para prevenção de acumulação do fluido, componentes compatíveis com o R-32.

– Substituição: Nunca misture o R-32 com outros fluidos ou óleos inadequados ao sistema.

– Treinamento técnico: Assegure que os profissionais estejam capacitados para lidar com fluidos A2L. Os profissionais que manipulam o R-32 devem receber treinamentos adequados para compreender as propriedades físico-químicas do fluido, as normas de segurança como a ABNT NBR 16069 e o uso correto de equipamentos de medição e transferência. Além disso, capacitações regulares garantem a atualização em técnicas e legislação aplicáveis.

Manutenção preventiva: Verificação regular de vazamentos e inspeção de componentes elétricos para evitar ignição. Realizar inspeções periódicas e manutenção preventiva minimiza riscos. Elementos importantes incluem monitoramento de pressão, testes de estanqueidade para evitar vazamentos, substituição de componentes desgastados.

Lucas Fujita, engenheiro da Chemours

“Para obter total conhecimento sobre as boas práticas de manuseio e instalação do R-32, um profissional deve seguir várias etapas essenciais que garantem a segurança e a eficácia no trabalho com este fluido refrigerante” reforça Lucas Fujita, engenheiro da Chemours.

Ele acrescenta ainda que é de extrema importância estudar as instruções e diretrizes fornecidas pelos fabricantes de fluidos refrigerantes e equipamentos de refrigeração e climatização.  “Estas diretrizes incluem especificações técnicas, recomendações de segurança e procedimentos de emergência para o uso correto do R-32, além de participar de cursos de formação e certificação específicos para o manuseio de fluidos refrigerantes inflamáveis, como o R-32. Esses cursos geralmente cobrem aspectos técnicos, de segurança, legislação ambiental e práticas recomendadas no manuseio”.

Para Fujita, manter-se atualizado com as últimas normas e regulamentações da indústria, bem como com as novas tecnologias e práticas de segurança garante sucesso ao profissional de HVAC-R.

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*As tabelas desta matéria foram elaboradas com a contribuição de Rafael Ferreira, instrutor da Escola Oficina da Refrigeração, e têm caráter informativo, não contribuindo com as recomendações dos fabricantes. A manipulação do fluido refrigerante R-32 deve ser feita por profissionais, com treinamento específico e uso de EPIs. Antes de qualquer procedimento, é essencial seguir as instruções dos fabricantes para garantir segurança e conformidade com as normas técnicas.

Parceria entre Scania Brasil e Chemours impulsiona mobilidade sustentável

A Scania Brasil e a Chemours firmaram uma parceria para a utilização do fluido refrigerante Opteon™ YF (R-1234yf) em 100% da produção de caminhões na fábrica de São Bernardo do Campo (SP). A montadora é a primeira no país a adotar o fluido, que possui baixo potencial de aquecimento global (GWP), em linha com normas internacionais.

A decisão antecipa a adequação à regulação ambiental brasileira, que seguirá diretrizes internacionais para a substituição de fluidos refrigerantes com alto GWP. Nos Estados Unidos e na Europa, leis já determinam o uso de gases de menor impacto ambiental em sistemas automotivos.

O fluído é fabricado nos Estados Unidos e possui desempenho termodinâmico comparável ao do R-134a, fluido tradicionalmente usado em sistemas de ar-condicionado automotivo. No entanto, seu impacto ambiental é significativamente menor. Com potencial de aquecimento global 99% inferior ao do R-134a e sem risco à camada de ozônio (ODP zero), o fluido já é adotado como padrão na Europa e nos Estados Unidos, sendo utilizado em cerca de 250 milhões de veículos leves.

Para viabilizar a transição, a Scania Brasil reestruturou sua planta de produção. Um novo layout foi implementado, incluindo a instalação de um tanque estacionário com capacidade para 10 toneladas de armazenagem e uma máquina de carga para abastecimento de caminhões. A operação também contou com a participação das equipes de engenharia da Scania e da Chemours, que acompanharam os testes e a produção inicial.

Os caminhões equipados com o novo fluido refrigerante já estão sendo comercializados no mercado interno e também para exportação.

Chillventa encerra com sucesso, destacando inovação e sustentabilidade

A edição de 2024 da Chillventa, realizada em Nuremberg, destacou-se como um marco para a indústria de refrigeração, ar condicionado, ventilação e bombas de calor. O evento reuniu 1.010 expositores de 49 países, incluindo grandes nomes como Appion, Bitzer, Carrier, Chemours, Copeland, Daikin, Danfoss, EBM Papst, Elitech, Embraco, Fujitsu, Full Gauge, Mastercool, Mayekawa, Midea, Sanhua, Thermomatic, Testo, Harris e Ziehl-Abegg. Ao todo, mais de 32.796 visitantes especializados participaram, reafirmando o sucesso da feira e sua importância global.

Com foco em temas como sustentabilidade, economia circular e digitalização, o evento foi marcado por um programa robusto de mais de 250 apresentações técnicas. Esses debates ocorreram em fóruns especializados e no Chillventa CONGRESS, que aconteceu um dia antes da feira e atraiu cerca de 300 delegados internacionais.

“A Chillventa 2024 mostrou mais uma vez sua relevância ao abordar as principais questões do setor, como transição energética, refrigerantes ecológicos e eficiência nas bombas de calor,” destacou Daniela Heinkel, diretora do evento. O ambiente dinâmico da feira proporcionou oportunidades de networking e troca de conhecimento entre especialistas e líderes da indústria, consolidando o evento como uma referência global.

A qualidade do público presente também foi elogiada pelos expositores. Mais de 80% dos visitantes estavam diretamente envolvidos nas decisões de compra de suas empresas, atraindo a atenção de grandes marcas e gerando novos contatos comerciais. Empresas como Appion, Bitzer e Danfoss destacaram o impacto positivo de suas participações, com 94% dos expositores já confirmando presença para a próxima edição em 2026.

Imagem: NürnbergMesse / Thomas Geiger

LG inicia Expedição 2024 para capacitação de instaladores de ar-condicionado

A LG deu início, nesta quarta-feira (4), à Expedição LG 2024, evento anual que promove a capacitação de instaladores e profissionais de ar-condicionado. A edição deste ano passará por seis capitais, começando em Florianópolis (SC) e seguindo por Belo Horizonte (MG) no dia 11 de setembro, Goiânia (GO) em 18 de setembro, Teresina (PI) em 2 de outubro e Fortaleza (CE) em 9 de outubro. O encerramento será em São Paulo (SP) em 7 de novembro, com um evento fechado para instaladores convidados.

A programação da Expedição inclui palestras, treinamentos e dinâmicas que apresentam as últimas tendências e inovações do setor de climatização. O Esquadrão LG, formado por 12 profissionais embaixadores da marca, conduzirá simulações, explicará produtos e soluções, além de tirar dúvidas dos participantes.

Empresas parceiras do ecossistema de instalação de ar-condicionado, como Armacell, Chemours, Rothenberger, Brasil Soldas e Controlbox, também participam do evento com estandes, patrocínios e exposições de produtos.

Uma novidade desta edição é a ação social vinculada ao evento: os profissionais que desejam participar devem se inscrever no site da Expedição e doar 1 kg de alimento não-perecível. Os alimentos arrecadados serão destinados a instituições de caridade nas cidades-sede, escolhidas pelos próprios instaladores.

Rodrigo Fiani, vice-presidente de Vendas de IT, B2B e ar-condicionado da LG Business Solutions Brasil, destacou a importância da iniciativa: “A LG é pioneira no investimento em ações de capacitação para instaladores de ar-condicionado. Em 2023, conseguimos treinar mais de 900 profissionais em todo o Brasil. Estamos muito felizes em seguir com essa iniciativa, garantindo ao consumidor final uma assistência técnica melhor, já que a disseminação de conhecimento ajuda a qualificar essa mão de obra.”

Desmistificando o manuseio e aplicação do R-32

O fluido refrigerante R-32 tem ganhado popularidade no setor de HVAC-R devido às suas propriedades favoráveis de eficiência energética e menor impacto ambiental comparado a outros refrigerantes, no entanto, há muitos mitos e verdades em torno de seu manuseio e aplicação.

O R-32 é uma alternativa eficiente e ambientalmente mais amigável comparada a muitos outros fluidos refrigerantes, mas seu manuseio exige conhecimento e precauções específicas. Desmistificar os mitos e entender as verdades sobre o R-32 é fundamental para garantir sua aplicação segura e eficaz no setor de HVAC-R. Com treinamento adequado e respeito às normas de segurança, o R-32 pode ser uma excelente escolha para sistemas modernos.

“O R-32 é levemente inflamável, de acordo com o Standart ASHRAE 34/ A2L, e possui classificação de segurança ISO 817:2014, sendo assim, o importante é sempre trabalhar obrigatoriamente com ferramentas corretas para o R-32, como recolhedora, e bomba de vácuo antifaíscas, do restante, os procedimentos de manuseio são iguais de outros fluidos HFCs (HidroFluorCarbonetos). Vale ressaltar que, ao recolher o R-32 para uma reoperação, sempre utilizar recolhedora e cilindro com válvula de segurança. Existem muitas informações relevantes no mercado e muitas informações falsas (Fake News) sobre o R-32 e seus equipamentos, por isso é imprescindível procurar associações, escolas e profissionais sérios do setor caso tenha dúvidas, não tome conclusões sem antes buscar informações confiáveis”, orienta Paulo Neulaender, diretor da Frigga Refrigeração e Ar Condicionado.

Os executivos da RLX Fluidos Refrigerantes, Natanael Oliveira Lima, diretor técnico; e Cristiane Sena, responsável técnica, acrescentam que por ser um fluido inflamável não pode ser utilizado de forma alguma para retrofit (substituição) em equipamentos projetados para gás R-410A.

“Por ser um gás considerado de alta pressão, pode explodir se aquecido a temperaturas fora das especificações de segurança; é classificado como um gás inflamável, portanto pode incendiar em presença de uma fonte de ignição. Para maior segurança, escolha sempre um lugar conveniente (na sombra e o mais ventilado possível) para instalação ou manutenção, e não realizar estas atividades próximo a fontes de calor e ambientes inflamáveis ou explosivos; no caso de instalações internas, mantenha o local arejado, deixando sempre que possível, janelas e portas abertas”, destacam Cristiane e Natanael.

Boas práticas de manuseio e segurança

No que tange aos substitutos do R-410A, o R-32 um HFC puro, possui elevada eficiência em transferência de calor e baixo impacto ambiental. Apresenta reduzido potencial de aquecimento global (GWP), e zero de agressividade à Camada de Ozônio (ODP).

“O R-32 foi desenvolvido para fazer parte das misturas de hidrocarbonetos refrigerantes azeotrópicos, tais como:  R-407A, R-407B, R-407C, R-407D, R-407E e R407F, e principalmente, do R-410A, recomendado para substituição em equipamentos de média e alta temperatura de evaporação, projetados exclusivamente para trabalhar com ele. Dependendo do projeto, o R-32 pode ser usado em condicionador de ar doméstico e comercial, bomba de calor, refrigeração comercial e chillers. Os procedimentos básicos para instalação e manejo do produto são os mesmos utilizados para quaisquer outros fluidos refrigerantes comumente utilizados em sistemas de refrigeração. Especificamente, para a instalação de sistemas splits, os procedimentos são as mesmas boas práticas aplicadas para o R-410A, porém alguns cuidados adicionais devem ser tomados na manipulação do cilindro de transporte, e no carregamento suplementar do gás R-32 na unidade condensadora. Recomendamos fortemente a utilização de uma bomba de vácuo para uma perfeita evacuação do produto, pois antes da liberação do gás refrigerante para o sistema, não deve haver de forma alguma a presença de ar em parte alguma do sistema de refrigeração”, advertem os executivos da RLX.

Paulo Neulaender, diretor da Frigga Refrigeração e Ar Condicionado

Neulaender acrescenta que o R-32 é uma substância com pouca toxicidade. O índice de inalação de CL50 de 4 horas em ratos é de 1.107.000 mg / m3 (inalação tóxica OCDE 403) e o NOEL (avaliação de riscos) em relação a problemas cardíacos é de aproximadamente 735.000 mg / m3 em cães. As embalagens de R-32 devem ser armaze-nadas em locais frescos e ventilados, longe de chamas livres, faíscas e de fontes de calor. Deve-se evitar a exposição direta ao sol e a acumulação de carga eletrostática.

“Em caso de vazamento de R-32 é importante ter troca de ar no local, recolhimento e armazenagem em cilindro retornável com válvula de segurança (importante sempre colocar um filtro secador antes da entrada do cilindro para retirar umidade e acidez do fluido e com isso reutilizar o mesmo), sanar o vazamento e após isso completar a carga, sempre em peso (massa) pode ser feita de forma líquida ou vapor por ele ser um fluido puro, como por exemplo, o R-134a ou R-22, e lembrar sempre que o R-32 trabalha com óleo sintético”, informa o diretor da Frigga Refrigeração.

Ele recomenda a todos profissionais buscar conhecimento em escolas qualificadas como o SENAI, Fatec, ETP para conhecimento técnico com parceiros especializados e buscar informações no mercado, e sempre consultar o fabricante do equipamento.

Natanael Oliveira Lima, diretor técnico da RLX Fluidos Refrigerantes

“Basicamente, não há a necessidade de investir em ferramental específico para a instalar e reparar equipamentos de refrigeração que utilizam o gás R-32. As ferramentas básicas utilizadas, inicialmente podem ser as mesmas do R-410 A, com exceção do Kit Manifold para refrigeração, que deve conter manômetros com escalas para medição das pressões do R-32. Pelo motivo do gás R-32 ser considerado como inflamável, é aconselhável sempre o uso de uma bomba de vácuo para retirar totalmente o ar atmosférico das tubulações e da unidade evaporadora. Para obter total conhecimento sobre as boas práticas de manuseio e instalação do R-32, o profissional deve fazer cursos de reciclagem na sua área de atuação, principalmente se forem sobre fluidos refrigerantes novos, tal como o R-32. Buscar instituições de ensino sejam públicas ou particulares, que ministrem cursos de capacitação referente ao fluido R-32. Buscar informações de quais fabricantes de produtos de refrigeração estão ministrando cursos, seminários ou palestras sobre quaisquer assuntos referentes ao gás R-32, ler atentamente e seguir rigidamente, todas as instruções técnicas que constam nos manuais de Instalação e Manutenção dos produtos, antes de instalar ou fazer qualquer intervenção de manutenção nos mesmos”, orientam Natanael e Cristiane.

“É essencial que técnicos recebam treinamento específico sobre o manuseio seguro R- 32, que deve cobrir uma ampla gama de informações para garantir tanto a segurança quanto a eficiência dos sistemas de ar condicionado. Os técnicos devem aprender quais EPIs, ferramentas e procedimentos específicos para manuseio seguro do R-32, bem como as técnicas corretas para transferência do fluido refrigerante, conexão e desconexão de mangueiras, verificação de vazamentos e práticas de recolhimento recomendadas para evitar a liberação do fluido refrigerante para o ambiente. Além disso, é importante que o treinamento inclua medidas de emergência, como procedimentos em caso de vazamento ou incêndio, uso correto de extintores de incêndio, técnicas de evacuação e primeiros socorros. Conhecimento sobre legislação e normas regulatórias que governam o uso de fluidos refrigerantes inflamáveis também deve ser incluído, assegurando que todos os procedimentos estejam em conformidade com as exigências legais, bem como o conhecimento das informações relacionadas à segurança de produtos químicos que estará presente na FISPQ (Ficha de Informação de Segurança para Produtos Químicos) do fluido refrigerante. Esse treinamento não apenas fortalece a segurança no local de trabalho, mas também prepara os técnicos para manusear o R-32 de maneira eficiente e responsável, maximizando a performance do sistema de ar condicionado e minimizando os riscos para eles e para o meio ambiente”, esclarecem os executivos da Chemours, Lucas Figita e Amaral Gurgel.

Seguir essas diretrizes não apenas promove um ambiente de trabalho mais seguro, mas também assegura a operação eficaz e segura dos sistemas de refrigeração que utilizam esses fluidos refrigerantes ligeiramente inflamáveis.

Mito x Realidade

Mito: O R-32 é extremamente perigoso e não deve ser utilizado em residências.

Realidade: Embora o R-32 seja ligeiramente inflamável (classificação A2L), ele é seguro para uso em sistemas de ar condicionado doméstico quando manuseado e instalado corretamente. Os equipamentos projetados para o R-32 atendem a rigorosas normas de segurança.

Mito: O R-32 é idêntico ao R-410A, então pode ser usado nos mesmos sistemas sem ajustes.

Realidade: O R-32 tem diferentes propriedades de pressão e temperatura comparado ao R-410A. Sistemas projetados para R-410A não são compatíveis com R-32 sem modificações adequadas. É essencial usar equipamentos especificamente projetados para o R-32.

Mito: O manuseio do R-32 requer equipamentos totalmente novos e caros.

Realidade: Embora o manuseio do R-32 necessite de alguns equipamentos específicos, muitos dos instrumentos usados com o R-410A são compatíveis. As ferramentas precisam ser verificadas quanto à sua compatibilidade com refrigerantes ligeiramente inflamáveis.

Verdades

Verdade: O R-32 tem um impacto ambiental menor do que muitos outros refrigerantes.

Realidade: O R-32 possui um Potencial de Aquecimento Global (GWP) menor do que o GWP do R-410A, em cerca de 19% (1/3). Isso torna o R-32 uma escolha mais ecológica.

Verdade: A capacitação adequada é essencial para o manuseio do R-32.

Realidade: Devido à sua ligeira inflamabilidade, é crucial que os técnicos recebam treinamento adequado no manuseio do R-32, incluindo procedimentos de segurança específicos e conhecimento sobre seu comportamento físico e químico.

Verdade: O R-32 pode melhorar a eficiência energética dos sistemas de ar condicionado.

Realidade: Sistemas que utilizam R-32 podem alcançar maior eficiência energética, resultando em menor consumo de eletricidade e custos operacionais mais baixos a longo prazo.

Verdade: O R-32 requer cuidados específicos durante a instalação e manutenção.

Realidade: Devido à sua ligeira inflamabilidade, o R-32 requer medidas de segurança adicionais durante a instalação e manutenção, como garantir uma boa ventilação no local de trabalho e evitar fontes de ignição.

Revista do Frio divulga indicados ao 26º Troféu Oswaldo Moreira

Premiação anual homenageia empresas e personalidades do HVAC-R brasileiro | Foto: Nando Costa/Pauta Fotográfica

A Revista do Frio tem o prazer de anunciar os indicados para o Troféu Oswaldo Moreira (TOM) 2024.

O prêmio anual, considerado um marco na indústria de refrigeração e ar condicionado, será entregue em 20 de junho, na Casa Bisutti, em São Paulo, homenageando o trabalho bem-feito, a inovação e a contribuição para o avanço do setor.

Conforme a regra da premiação, os três indicados das seis categorias refletem a diversidade e a força do mercado do frio.

Em Comércio Distribuidor de Ar Condicionado, os finalistas são Dufrio, Friopeças e Poloar/STR.

Já a categoria Comércio Distribuidor de Refrigeração tem como indicadas Disparcon, Refricril e Refrigeração Basso.

Os indicados para Personalidade da Indústria são Anderson Bruno (Elgin), Júlio Passos (Daikin) e Fábio Bitencourt (Hitachi).

Em Personalidade do Comércio, os indicados são Graciele Davince (Eletrofrigor), Marli Garcia (Grupo Pantanal) e Rafael e Bruno Dias (A.Dias).

Na categoria Indústria de Refrigeração, Carel, Copeland e Full Gauge são os indicados deste ano.

Finalmente, na categoria Indústria de Ar Condicionado, Daikin, LG e TCL estão na concorrida disputa pelo prêmio máximo do HVAC-R brasileiro.

Chemours suspende venda de fluido de alto GWP nos EUA

EUA – A Chemours anunciou o encerramento das vendas dos refrigerantes R404A e R507A nos Estados Unidos. Esta decisão está alinhada com os regulamentos de redução gradual do HFC sob a Lei Americana de Inovação e Fabricação (AIM). Ambos os refrigerantes têm sido amplamente utilizados em sistemas de refrigeração comercial, incluindo em supermercados.

Introduzido na década de 1990 como substituto para refrigerantes CFC que prejudicam a camada de ozônio, o R404A e o R507A foram pressionados por seus altos GWPs. Com as proibições regulatórias na Europa em 2020, a Chemours interrompeu o fornecimento desses refrigerantes no continente.

Nos Estados Unidos, a Lei AIM exige uma redução gradual de 40% nas vendas e consumo de HFC até 2024, impulsionando a decisão da empresa em cessar as vendas desses produtos e oferecer substituições de GWP mais baixas desde 2015 para auxiliar os clientes na busca por metas de sustentabilidade.

Vantagens significativas da ZFM estão nos incentivos fiscais e localização estratégica

A Zona Franca de Manaus (ZFM) oferece uma série de benefícios logísticos e fiscais para a indústria do frio, porém, manter investimentos e discutir alternativas é urgente para o desenvolvimento e crescimento do setor.

A Zona Franca de Manaus (ZFM) é um modelo consolidado desde 1967, com sua criação por meio do Decreto-Lei Nº 288, e com vigência prevista até 2073. Ao avaliar seu formato, em âmbito Federal e Estadual, existem vantagens tributárias, com redução ou isenção de impostos para os produtos e insumos, o que a torna atraente. Além disso, existe um contínuo trabalho de qualificação de mão de obra, melhorias na infraestrutura e diálogo com as autoridades para aquecer o ambiente de negócios, promovendo maior segurança jurídica dos investimentos por ser uma vantagem constitucional.

Grandes fabricantes da indústria do frio, como Midea Carrier, LG, Gree, Elgin, Samsung, Daikin, Consul, Electrolux, Panasonic, Fujitsu, Chemours, RLX Fluidos Refrigerantes, entre outras, possuem fábricas próprias em Manaus (AM). No começo de 2024, a Bel Micro e Friovix anunciaram a construção de suas novas fábricas de ar-condicionado, incrementando a produção local.

Carlos Ribeiro, Gerente de Vendas América do Sul da Chemours

“As vantagens de estabelecer a fábrica da Chemours na Zona Franca de Manaus são diversas. A localização estratégica de Manaus, na Região Amazônica, proporcionando fácil acesso a mercados nacionais e internacionais. Essa região conta com infraestrutura logística desenvolvida, incluindo portos fluviais e aeroportos, simplificando o transporte eficiente de nossos fluidos refrigerantes para todo o Brasil e exterior. Isso contribui para reduzir os custos de transporte e aumentar a competitividade de nossos produtos no mercado. A presença de mão de obra qualificada na região também é um diferencial para garantir a excelência em nossos processos industriais”, informa Carlos Ribeiro, Gerente de Vendas América do Sul da Chemours.

Durante a conferência “Indústria Brasileira de Ar-condicionado – o 2° maior polo fabricante do mundo”, realizada em outubro de 2023, reunindo as empresas do Polo de Ar-Condicionado do PIM (Polo Industrial de Manaus), reunindo empresários e políticos, José Jorge do Nascimento Junior, presidente executivo da Eletros (Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletro-eletrônicos), destacou que a atividade econômica desenvolvida na Zona Franca de Manaus (ZFM), têm papel fundamental no desenvolvimento sustentável e que o governo tem trabalhado para garantir a segurança jurídica dos investimentos.

Jorge Junior, presidente executivo da Eletros, destaca que o Governo do Amazonas trabalha para garantir a segurança jurídica dos investimentos

“Um dos principais exemplos de sucesso do modelo ZFM é ter concentrado no Polo Industrial de Manaus, o segundo maior polo fabricante de ar-condicionado do mundo, o que projeta o Brasil em posição de destaque na indústria global de eletroeletrônicos. Com 13 fábricas instaladas, entre grandes marcas multinacionais e de capital nacional, o setor de ar-condicionado gera mais de 10 mil empregos diretos e 35 mil indiretos na região, com produção média anual de 4,5 milhões de unidades. Isso a gente só consegue por alguns fatores. Primeiro, por uma política industrial do Governo Federal estabelecida que dá condições para que a gente continue atuando dessa forma; e segundo, o Governo do Estado tem uma política de incentivo fiscal condizente e que atrai empresas e as mantém aqui. Sem esse arcabouço tributário estadual, dificilmente a gente teria esse ambiente de negócio”, afirmou Jorge Junior.

De acordo com Leonardo Araujo, Gerente Sênior de Relações Institucionais e Governamentais da Midea Carrier, para cada tipo de investimento existe uma classificação de projeto técnico-econô-mico, realizado a partir da orientação das autoridades regionais. Entre os incentivos fiscais aplicáveis à comercialização da produção estão a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), as reduções específicas do Imposto de Importação (II), isenção do PIS/PASEP (Programa de Integração Social e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) e da COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), nas operações internas da Zona Franca de Manaus, além de outros incentivos de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e crédito estímulo de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço).

Leonardo Araújo, da Midea Carrier, ressalta o esforço contínuo entre as partes para a manutenção dos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus

“No início de 2024, a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), disponibilizou em seu portal eletrônico documentos que ajudam o investidor a entender os benefícios e exigências de cada investimento. Do ponto de vista logístico, no entanto, existe um desafio a ser superado. Se, por um lado, a sua localização é a mais próxima de grandes mercados externos, como a América Central e do Norte; por outro, ela está distante de alguns dos principais mercados consumidores do Brasil. Sabe-se que alguns produtos, como o ar condicionado, dependem de modais específicos para manter a sua competitividade, como o fluvial, e por isso, manter investimentos e discutir alternativas é urgente para que as empresas possam superar adversidades, como a enfrentada em 2023, momento em que houve um dos piores períodos de estiagem da história”, informa Araujo.

Ele acrescenta que há um esforço contínuo entre o Governo do Estado do Amazonas, a Superintendência da Zona Franca de Manaus e dos parlamentares que representam os interesses do Estado no Congresso Nacional, cada um em sua área de atuação, para a manutenção dos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus (ZFM), vigentes até o ano de 2073. Um exemplo recente foi a atuação positiva durante a reforma tributária, que garantiu a continuidade do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre os produtos concorrentes aos fabricados na ZFM.

“Existem exigências que visam a oferta e capacitação da mão de obra, incorporação de novas tecnologias, o desenvolvimento regional, a produtividade e a competitividade, além de investimentos para o incremento científico e tecnológico. Há ainda contrapartidas setoriais, com exigências específicas de acordo com cada tipo de projeto, mas uma contrapartida comum para as empresas que têm o objetivo de comercialização em outras partes do território nacional é o Processo Produtivo Básico (PPB), que é o conjunto mínimo de etapas a serem realizadas no estabelecimento fabril, para que a industrialização seja eletiva à fruição dos incentivos fiscais”, ressalta o Gerente Sênior de Relações Institucionais e Governamentais da Midea Carrier.

O Gerente de Vendas América do Sul da Chemours acrescenta que, as exigências para empresas estrangeiras se alocarem na Zona Franca de Manaus podem variar de acordo com a legislação brasileira e os acordos comerciais internacionais.

“No caso da Chemours, seguimos rigorosamente todas as regulamentações locais e os procedimentos de registro e licenciamento exigidos pelas autoridades competentes. Além disso, buscamos manter uma estreita colaboração com órgãos governamentais locais e consultorias especializadas para garantir o cumprimento de todas as exigências”.

Fábrica da Midea Carrier na ZFM: Qualificação de mão de obra, melhorias na infraestrutura e diálogo com as autoridades para aquecer o ambiente de negócios

Neoindustrialização como ponto positivo

A Nova Indústria Brasil (NIB) é o plano governamental de implantação da nova política industrial com o objetivo de contenção da desindustrialização brasileira, instituído pela Resolução CNDI/MDIC Nº 1, de 06 de julho de 2023, sob a chefia do vice-presidente Geraldo Alckmin, com o propósito de nortear as ações do Estado Brasileiro em favor do desenvolvimento industrial e de superar o atraso produtivo e tecnológico causado pela desindustrialização do país, que vem ocorrendo desde o início da década de 1990 e da promoção de  sua reindustrialização, denominada por estudiosos e agentes públicos como neoindustrialização. Concebido inicialmente para ser implantando entre os anos de 2024 e 2026, este plano de ação é resultado de trabalhos efetuados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) e está estruturado em seis missões que são as ações a serem promovidas pela nova política industrial e elas possuem áreas prioritárias para investimentos visando atingir as metas estipuladas até 2033. A NIB buscar ampliar a autonomia, a transição ecológica e a modernização do parque industrial brasileiro, direcionando os investimentos para a agroindústria, a saúde, a infraestrutura urbana, a tecnologia da informação, a bioeconomia e a defesa.

“Ao longo de 2024, teremos as regras estabelecidas por lei complementar, e estamos otimistas de que, com o diálogo entre autoridades, as entidades representantes das indústrias e a sociedade, serão garantidas as vantagens comparativas da região. Quando analisamos o contexto macroeconômico do Brasil, a desindustrialização do País é um dos problemas costumeiramente enumerado. Nesse sentido, a iniciativa do programa Nova Indústria Brasil (NIB) é positiva, pois traz a indústria para a agenda de governo de modo concreto. Em linhas gerais, o programa é ancorado no financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) com foco em alguns setores, como a agroindústria, a saúde e a bioeconomia, dentre outros, além de apoiar a transição ecológica e a modernização do parque industrial. Entretanto, há setores importantes para a economia, como o de linha branca e refrigeração, que também precisam de atenção para a manutenção de sua competitividade no Brasil”, destaca Araujo.

Neste sentido, o Governo do Estado de Manaus tem adotado uma série de medidas para incentivar os fabricantes de ar-condicionado, aproveitando as vantagens oferecidas pela (ZFM) e buscando impulsionar ainda mais o desenvolvimento desse setor com melhorias na infraestrutura e logística da região, facilitando o transporte de insumos e produtos acabados, incluindo a manutenção e expansão de portos, aeroportos e estradas, além do fortalecimento das conexões de transporte fluvial na região amazônica; promover a inovação na indústria de ar condicionado, incentivando investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D, incluindo benefícios fiscais para empresas que destinam recursos para essas atividades, bem como parcerias com instituições de pesquisa e universidades locais; apoio aos programas de formação profissional e educação técnica voltados para as necessidades da indústria de ar condicionado, garantindo que as empresas tenham acesso a mão de obra qualificada e especializada, capacitada para atender às demandas do setor do frio; além de estabelecer parcerias público-privadas para promover o desenvolvimento sustentável da indústria de ar condicionado. Isso pode envolver a cooperação em projetos de infraestrutura, programas de capacitação e iniciativas de inovação tecnológica.

Fábrica da Chemours: Colaboração com órgãos governamentais locais e consultorias especializadas para garantir o cumprimento de todas as exigências

“O programa Nova Indústria Brasil oferece diversos incentivos aos fabricantes que se estabelecem na Zona Franca de Manaus, incluindo isenção ou redução de impostos. Além disso, o programa pode oferecer apoio financeiro e técnico para projetos de investimento, pesquisa e desenvolvimento, o que contribui para aumentar a competitividade e a inovação na indústria de refrigeração. O Governo do Estado do Amazonas tem trabalhado ativamente para garantir a segurança jurídica dos investimentos na Zona Franca de Manaus. Isso inclui ações como a promoção de parcerias público-privadas, a criação de políticas de incentivo ao investimento e o fortalecimento do ambiente regulatório e institucional da região. Além disso, o governo busca estabelecer mecanismos de diálogo e cooperação com o setor privado e a sociedade civil para garantir um ambiente de negócios estável e favorável ao desenvolvimento econômico sustentável. Vale ressaltar que a Chemours está comprometida com práticas sustentáveis em todas as suas operações. Nossos fluidos refrigerantes são desenvolvidos com foco na eficiência energética e na redução do impacto ambiental, contribuindo para a preservação do meio ambiente e para o desenvolvimento sustentável da indústria de refrigeração. Investimos continuamente em pesquisa e desenvolvimento para oferecer soluções inovadoras que atendam às necessidades de nossos clientes e contribuam para o avanço do setor”, diz Ribeiro.

Em contrapartida, a política industrial vigente precisa ser aprimorada cada vez mais para englobar todo o processo produtivo, aperfeiçoando os mecanismos que influenciam diretamente na eficiência do setor e dos equipamentos produzidos, e promova um ambiente competitivo.

Integração do ESG às demandas do setor de HVAC-R

Práticas estão alinhadas com o desenvolvimento mais sustentável e resiliente, traduzido em benefícios como redução de custos operacionais, maior eficiência energética e impacto nos negócios.

As discussões sobre ESG (Environmental, Social and Governance), que corresponde às práticas Ambientais, Sociais e de Governança (ASG), estão em amplo crescimento e se tornou um conceito fundamental para o meio ambiente, à sociedade e à ética nos negócios. Seus critérios estão relacionados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pelo Pacto Global, iniciativa mundial que envolve a ONU (Organização das Nações Unidas) e várias entidades internacionais.

De acordo com dados da Anbima – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, existem hoje no Brasil cerca de R$ 10,5 bilhões alocados em 59 fundos de investimento sustentável (IS) e 30 fundos que integram em suas estratégias fatores ESG.

Apesar do seu início focar no mercado de investimentos, o conceito de ESG foi, ao longo dos anos, ganhando notoriedade em outros setores. A evolução em direção a práticas mais sustentáveis integradas ao setor HVAC-R, não apenas atende às demandas crescentes por responsabilidade ambiental, social e de governança, mas também oferece benefícios como redução de custos operacionais, maior eficiência energética e equipamentos operando com fluidos de baixo impacto ambiental, alinhados com a busca por um desenvolvimento mais sustentável e resiliente.

No quesito ambiental, questões sobre clima, esgotamento de recursos naturais e impacto dos negócios deixam clara a urgência de enfrentarmos as graves questões que afetam o planeta. Por isso, práticas ESG passaram a ter importância central na captação de recursos e investimentos. Conceitos como adequação das mudanças climáticas, precificação de carbono, sustentabilidade ambiental, gestão de resíduos e políticas de saúde ocupacional, já fazem parte do dia a dia empresarial e precisam ser compreendidos pelos gestores empresariais.

As ações envolvem toda a cadeia do frio, desde fabricantes, distribuidores, importadores, comerciantes, consumidores e outras partes interessadas, desde cuidar do meio ambiente, ter preocupação social e adotar melhores práticas de governança, gerando resultado para as empresas, incluindo fatores como emissão de carbono e outros gases poluentes, aquecimento global, eficiência energética, gestão de resíduos, poluição do ar e da água, entre outros.

A Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento), através de seus Comitês de NR+ESG, Eficiência Energética (E.E.) e Qualindoor, vem orientando as empresas do segmento sobre estratégias de internalização do Programa de ESG, com objetivo de auxiliar a compreensão e implantação de práticas ESG no setor de HVAC-R.

Segundo Paulo Reis, presidente do Comitê de NR+ESG, a fim de construir a base no setor de HVAC-R para o atendimento das metas nacionais do desenvolvimento sustentável do Brasil e das metas de ESG da Agenda 2030, é de suma relevância que as empresas compreendam o papel que o setor tem para esta Agenda, a começar pelos quesitos ambientais na condução do programa ESG brasileiro. Ele salienta a preocupação do setor através do Qualindoor, que trata a qualidade do ar interior, e do Comitê de Eficiência Energética junto ao Procel Edifica, além medidas de tratamento e/ou reciclagem dos resíduos gerados nos processos de fabricação dos produtos e na utilização de gases de refrigeração com baixo ou nenhum impacto ambiental. A utilização de energia de fonte renovável também é importante, bem como a não utilização de materiais e utensílios descartáveis.

Evolução do setor

O setor de HVAC-R tem no meio ambiente uma de suas principais demandas com a redução de consumo de energia e redução da utilização de gases que contribuem para o efeito estufa, e hoje, conta com tecnologias de sistemas com maior automação que permitem melhor eficiência energética com menor custo total de propriedade, adoção de fluidos refrigerantes de baixo impacto ambiental que não degradam a camada de ozônio e possuem baixo potencial de aquecimento global por equipamentos e processos cada vez mais eficientes, além de tecnologias para a redução do consumo de água.

Indicadores apontam essa evolução através do desenvolvimento de equipamentos mais eficientes e o uso de tecnologias avançadas para otimizar o consumo de energia; integração de sensores inteligentes, sistemas de automação e tecnologias de comunicação para otimizar o desempenho dos sistemas; incorporação de fontes de energia renovável, como energia solar, eólica e fotovoltaica; refrigerantes com menor potencial de impacto ambiental, em conformidade com regulamentações globais, como o Protocolo de Montreal e o Acordo de Kigali; adoção de práticas de design e construção sustentáveis, considerando não apenas a eficiência operacional, mas também o impacto social e ambiental durante a construção e ao longo do ciclo de vida do edifício; iniciativas de treinamento, desenvolvimento e cursos de capacitação implementados para garantir que os profissionais do setor estejam atualizados com as práticas mais recentes; e gestão responsável de resíduos, tanto durante a fabricação quanto no final da vida útil dos equipamentos.

“O segmento de HVAC-R possui um grande potencial de colaboração dentro dos princípios do ESG por atuar diretamente com práticas que são naturalmente de impacto socioambiental. Um ponto de destaque é justamente o caráter interdisciplinar dos projetos, que acabam por impactar diversos aspectos dentro dos princípios e práticas do ESG. Todas as questões envolvendo conforto térmico dos ambientes e qualidade do ar interior são de responsabilidade deste segmento e demandam práticas especificas para garantir indicadores positivos. Além disso, pela necessidade cada vez maior da presença de sistemas de ar condicionado e ventilação mecânica nos edifícios, aliada à parcela significativa que os sistemas de HVAC-R representam no consumo de energia elétrica de uma edificação, a busca do setor pelo aumento da eficiência energética dos equipamentos e sistemas também é uma prática de impacto bastante positivo para todos os envolvidos.

Olhando especificamente para o E do ESG, environmental ou ambiente, é notória a importância do segmento e as práticas que podem ser adotadas em consonância com o conceito. De maneira geral, os fabricantes têm trabalhado com bastante dedicação no desenvolvimento de equipamentos cada vez mais eficientes, com ganhos de performance em cargas parciais, redução no consumo elétrico, menores níveis de ruído e a aplicação das novas famílias de fluidos refrigerantes ecológicos com baixos potenciais de aquecimento global e destruição da camada de ozônio.

Seguindo esse movimento, os projetos também têm se destacado pela sofisticação das soluções apresentadas na busca por instalações mais eficientes e com menores pegadas de carbono, ou seja, reduzidas emissões de CO2 – é crescente o número de projetos que utilizam recuperadores de calor, vigas frias e ciclos entálpicos para aumento da eficiência energética dos sistemas.

Muitos deles, principalmente em aplicações industriais e de processos, também têm olhado para o tema dos fluidos refrigerantes naturais e ecológicos, como é o caso da Amônia (R-717), do Dióxido de Carbono (R-744) e do Propano (R-290)”, informa Thiago Boroski, coordenador de eficiência energética e contas corporativas da Trox Brasil.

A maioria dos fabricantes de equipamentos e componentes são multinacionais com filiais no Brasil e já adotam mundialmente padrões razoavelmente satisfatórios.  Já as empresas que complementam a cadeia do frio, como as pequenas e médias, devem (ou poderiam, quando possível) investir mais em Certificações como ISO 14.000, ISO 9001, ISO 14001 e SA 8000, entre outras, que normatizam e direcionam questões prioritariamente ambientais.

“Uma boa prática na governança corporativa é, ademais, o ponto de partida para o estabelecimento de uma agenda ESG em qualquer empresa e vai refletir a visão da empresa na construção de uma operação sustentável e de baixo risco socioambiental.

O caminho natural da implementação da agenda ESG passa pelo planejamento inicial das ações e práticas sociais e ambientais que se deseja adotar e pela análise dos impactos positivos que podem proporcionar. O ponto crucial apontado pelos especialistas é que essas práticas e ações precisam ser medidas de forma bastante criteriosa, o que demanda a definição de indicadores-chave de desempenho (KPI).

São esses indicadores que serão divulgados para o mercado e que evidenciarão o baixo risco socioambiental da empresa, dentro dos princípios do ESG. Para que esse planejamento resulte em ações efetivas e indicadores positivos, a empresa deve contar com uma liderança engajada nas questões socioambientais e que estimule uma mudança cultural no ambiente corporativo, apontando sempre para as práticas sustentáveis, e isso independe do tamanho da empresa”, aponta Boroski.

Exemplos de implementação

Entre vários exemplos de empresas no Brasil que implementaram e investem em ESG estão a Trox, que atua globalmente de forma integrada para implementar a agenda ESG, dentro de uma série de ações alinhadas com os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU: “Além disso, estabeleceu a meta de zerar globalmente as suas emissões de carbono até 2040, através de um plano de ação que envolve o mapeamento completo das emissões em todas as suas fábricas e escritórios comerciais para adoção de medidas mitigatórias e compensatórias.

Em paralelo, há um plano de metas a serem alcançadas até 2025 que serve como um guia para o plano de zerar as emissões de carbono. Dentre elas, estão o crescimento sólido em faturamento e EBIT, redução das emissões de carbono relativas a cada produto fabricado e aumento do ciclo de vida dos produtos, redução proporcional do consumo elétrico dos equipamentos e sistemas pelo aprimoramento e desenvolvimento contínuo, implementação do sistema de gerenciamento de resíduos com aumento da taxa de reciclagem, homologação e gestão de fornecedores alinhados com as práticas sustentáveis e programas de treinamento para os colaboradores”, comenta o engenheiro da Trox.

A Chemours possui a Agenda ESG que inclui metas de equidade de gênero, diversidade étnica e redução de emissões de gases de efeito estufa, entre outras ações alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

Já a Danfoss, celebra a redução de 28 mil toneladas de CO2 anualmente, correspondendo a uma queda de 23% nas suas emissões totais, visando ser líder em descarbonização, circularidade, diversidade e inclusão.

Para Ariel Gandelman, as empresas da Smacna Brasil (The Sheet Metal and Air Conditioning Contractors’ National Association) são parceiras de seus clientes e contribuem fortemente para a adoção de práticas ESG, buscando proteção ao meio ambiente, qualidade de vida dos usuários, impactos positivos na economia, redução nos gastos com energia e maior eficiência energética, sendo um resultado a ser alcançado por toda a cadeia do HVAC-R.

“Práticas mais sustentáveis como a mudança nos fluidos refrigerantes utilizados, especialmente para atender aos Protocolos de Montreal e Kyoto, sendo necessário em curto-médio prazo passar a utilizar aqueles com baixo GWP e zero ODP.  Inclusive, sistemas já existentes podem ser objeto de retrofit para operar com esses novos fluídos refrigerantes.

Dentro desse contexto, os usuários também precisam se atualizar para entender essas demandas, com tecnologias que atendam ao ciclo de vida do empreendimento. Para isso, projetistas, instaladores, mantenedores e fabricantes do setor estão em constate atualização e treinamento nas suas operações. Clientes também têm se atentado cada vez mais para adquirir sistemas de HVAC-R que garantam além da sustentabilidade, maior eficiência energética, ou seja, menor custo operacional, solicitando e investindo em soluções que incorporem essas questões.

Da mesma forma, toda a cadeia do setor tem sido bastante propositiva, apresentando e viabilizando novas soluções que atendam a essas demandas”, informa Gandelman.

Na questão social, o setor é bastante amplo e está em quase todas as partes do país. Onde tem uma padaria ou um supermercado, tem alguém do setor para prestar serviços de instalação e manutenção. Dada esta abrangência, cabe aos líderes trabalharem na capacitação profissional, segurança do trabalho e diversidade, dando oportunidades a todos os grupos de pessoas que fazem parte da sociedade brasileira.

O caminho é a conscientização da alta direção, que começará a difundir essa nova cultura, permeando a organização com novas normativas e procedimentos que irão estabelecer os novos parâmetros de comportamento, com a participação de gerentes por supervisores e um programa de treinamento para toda a equipe.

Como iniciar um processo ESG

Mas, como incorporar ações práticas de ESG na sua empresa? Para que as ações que envolvam questões ambientais, sociais e de governança deixem de ser um projeto e passem a ser efetivamente executadas, é preciso mudanças ou transformações no ambiente empresarial.

Um primeiro passo para iniciar uma estratégia de implementação ESG no seu negócio é conhecer os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável instituídos pela ONU e analisar quais os impactos positivos e negativos que podem ser gerados a partir da realidade da sua empresa. Todas as metas e estratégias devem estar condicionadas às questões financeiras e humanas da sua empresa.

Um ponto desafiador nessa transformação é, justamente, o alto custo para implementação de ações ESG. Pode ser preciso mobilizar e contratar pessoas e profissionais, mudar ou criar processos, adequar produtos e estruturas, dentre outros. Por isso, é importante manter a responsabilidade e o controle financeiro.

Um outro ponto importante para a implementação é o envolvimento das lideranças e de todos os colaboradores. Como trata-se de uma mudança na cultura organizacional, o engajamento de todos é primordial para que os processos de ESG sejam implantados de forma eficiente na empresa.

Compreender aspectos centrais e teóricos do ESG é importante para a construção de estratégias e para a implementação de uma política dentro do ambiente empresarial. No entanto, não basta a teoria. Vale ressaltar que é preciso mudanças, tanto nos processos internos quanto externos da empresa, para que haja uma consolidação da política ESG que não seja meramente conceitual.

O Sebrae desenvolveu uma ferramenta gratuita para que as empresas pudessem avaliar seu desempenho e identificar os pontos de melhoria na aplicação das melhores práticas relacionadas às diretrizes de ESG, buscando assim potencializar o seu impacto positivo na sociedade e no meio ambiente.

O objetivo deste diagnóstico é oferecer uma ferramenta para medir e acompanhar o desempenho do seu negócio, analisando as esferas econômica, social e ambiental. Com esse diagnóstico, você poderá rever a estratégia da sua empresa, construir uma cultura sustentável, tornando-a mais transparente, consciente e atuante.

Adotar práticas sustentáveis implicará em um melhor posicionamento de mercado, já que a empresa estará engajada em iniciativas sociais e ambientais para reduzir ao máximo seus possíveis impactos negativos no meio ambiente e na sociedade.

Pilares do ESG

Ambiental (Environmental)

O primeiro pilar, o “E,” se refere à preocupação com o meio ambiente. Isso inclui questões como a pegada de carbono, conservação de recursos naturais e a atitude da empresa em relação às mudanças climáticas. Empresas comprometidas com o ESG buscam minimizar seu impacto ambiental, reduzir emissões de carbono e adotar práticas sustentáveis em sua cadeia de suprimentos.

Social

O “S” aborda a relação entre a empresa e a sociedade. Isso envolve preocupações com a diversidade, equidade e inclusão, bem como questões trabalhistas, direitos humanos e responsabilidade com a comunidade local. Empresas ESG estão comprometidas em promover ambientes de trabalho justos, respeitar os direitos humanos em toda a cadeia de suprimentos e contribuir para o bem-estar das comunidades em que operam.

Governança (Governance)

O último pilar, “G,” diz respeito à governança corporativa. Isso envolve a estrutura de tomada de decisões, a transparência, a ética empresarial e o tratamento justo de acionistas e partes interessadas. Empresas ESG buscam uma governança sólida e ética, evitando conflitos de interesse e assegurando que as vozes de todos os acionistas sejam ouvidas.