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Valdemir Oliveira: Da Olimpíada à Mestre do setor

Valdemir Oliveira da Silva, supervisor na OAM Engenharia e sócio da JOB Refrigeração Cursos e Serviços, técnico em Automação Industrial, começou a atuar na área de refrigeração e climatização em 2008, através do Programa Jovem Aprendiz da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) no Senai RJ, onde teve a oportunidade de aprender refrigeração domiciliar. Ao término do curso profissionalizante foi convidado a participar da Olimpíada do Conhecimento, experiência que despertou sua paixão pelo setor de HVAC-R, dedicando-se a aprender cada vez mais investindo em conhecimento e atualização profissional.

“Posso dizer que minha carreira profissional iniciou após a etapa nacional da Olimpíada do Conhecimento, em 2010, quando meu professor e mestre, João Vagner, me convidou para fazer parte da equipe na Brise Climatização, uma grande experiência profissional. Em 2011, surgiu a oportunidade de trabalhar na IURD, operando equipamentos de alta capacidade como chillers e selfs-containeds, almejando atuar nesse ramo. Na IURD, fui chamado para treinar alunos para a Olimpíada Nacional do Conhecimento, no Senai RJ, e fiquei fascinado por já ter sido aluno e participado de tudo aquilo, época em que ingressei no mundo da docência, permanecendo de 2011 a 2015. Durante esse tempo procurava outros horizontes, estudando novas tecnologias, prestava serviços externos, dava suporte técnico e assessoria à outras empresas, como a OAM Engenharia, onde atuo até hoje como supervisor, além da minha própria empresa, a JOB Refrigeração Cursos e Serviços, em sociedade com Jobney Palmeira, Mauro Wendel e Pedro Arruda”, informa Valdemir.

Atualmente, ele conta que cerca de 70% de sua rotina em campo é dedicada a equipamentos de grande porte como self, fan-coil e chiller em centrais de água gelada, além de splitões, VRF e sistemas de refrigeração industrial operando com etileno glicol.

“Além dos serviços em campo, me dedico também aos treinamentos e cursos na Escola JOB Refrigeração, onde ministramos os cursos de split convencional, split inverter, VRF, chiller e treinamentos personalizados para empresas”.

Serviços essenciais

Em 2020, no início da pandemia, Valdemir sentiu uma queda na demanda de serviços, causando certa insegurança em relação ao futuro.

“Não sabíamos o que estávamos enfrentando, todos os dias o medo de sair para o trabalho e se contaminar com a Covid-19, mas após a liberação dos serviços essenciais, a demanda aumentou e se intensificou, pois muitos equipamentos não poderiam parar sendo de extrema importância para a funcionalidade das indústrias e empresas. Continuamos trabalhando com período reduzido e dei continuidade a alguns projetos, desenvolvendo cursos e treinamentos. Os meios digitais tornaram-se uma ferramenta preciosa nas mãos de quem sabe usar e hoje podemos pesquisar sem sair do lugar, encontrar manuais, explicações no YouTube, se comunicar através do WhatsApp, e-mail, Facebook, entre outros. Os canais de digitais são prateleiras onde expressamos o que mais vemos no nosso dia a dia, minha página no Instagram, Facebook e meu canal no YouTube são meios que uso para esclarecer e veicular informações sobre esse universo gigantesco, sempre aprendendo algo novo e gerando atualização profissional, além de especialização em diversas áreas do setor”, comenta.

E ele não se intimida ao dizer que um de seus hobbies é estudar refrigeração!

“A Rayane, minha esposa, até brinca comigo e diz que meu maior amor é a refrigeração! Brincadeiras à parte, temos dois filhos abençoados, o Ruan Gabriel e a Ana Clara, família que construímos com muito amor e dedicação. No meu tempo livre gosto de ir à praia com eles ou fazer trilhas de moto. Gostaria de aproveitar a oportunidade e passar para nossos companheiros de profissão que tudo que se faz com amor e dar sempre o seu melhor a recompensa é certa. Que felicidade quando estou ministrando treinamento e encontro um aluno com olhos de paixão pela profissão, isso me motiva cada vez mais a ajudar nossa classe e continuar dedicando meu tempo, fazendo com que as informações de qualidade cheguem aos profissionais do nosso mercado. Então, meus amigos, estudem o máximo que puderem, pratiquem com dedicação, o que um dia era um sacrifício se tornará prazeroso”, conclui.

Casado com Rayane, ele é pai de Ruan Gabriel e a Ana Clara

A força e coragem de Jessyka Horn

Nascida em Curitiba (PR), aos 28 anos, Jessyka Horn, diretora comercial e proprietária da JH Clima Ar Condicionado, é reconhecida pelo setor de HVAC-R por seu empreendedorismo e habilidades para superar desafios.

Sua carreira profissional na área de climatização e refrigeração começou aos 15 anos, já visualizando um mercado com muitas oportunidades de crescimento, mas que não era levado a sério pela falta de profissionais para a realização de serviços onde morava, em São Bento do Sul (SC).

“Fiz uma proposta ao meu pai para abrir uma sociedade em São Bento do Sul (cidade da JH Clima), ele infelizmente não aceitou, pois dizia que isso não iria dar certo, que a cidade já possuía muitas empresas de climatização. Eu, com visão e estudo do mercado acreditava que São Bento do Sul era um mercado muito bom, com grandes oportunidades e com carência de uma empresa que oferecesse um diferencial. Assim, em 2016, abri a JH Clima Ar Condicionado, mesmo sem conhecimento técnico e empresarial, mas com muita vontade e determinação”, diz Jessyka.

Com muitos desafios, foi um longo processo de aprendizado para oferecer um diferencial e conquistar clientes, tanto financeiro como na aquisição de ferramentas para execução dos serviços. Em janeiro de 2018, Jessyka fechou seu primeiro contrato de manutenção com uma Universidade, mas enfrentou a mesma discriminação de muitas mulheres que atuam em campo.

“Sempre recebi muitas perguntas do tipo ‘Você é a dona da empresa? Quem executa os serviços’? Levava isso como um desafio por ser um mercado com poucas mulheres no ramo. Certa vez, passei por uma situação inusitada, que até então nunca havia ocorrido. Fui em uma clínica de exames bem conhecida na cidade fazer um orçamento para a colocação de equipamentos de multi split. Quando o médico me recebeu, ele me olhou dos pés à cabeça e falou assim: ‘Não iria vir um técnico homem’? Eu nem dei ouvidos e fui fazer o orçamento, ele me fazia várias perguntas e eu sempre respondendo com a maior firmeza e sabedoria. Mas, ele não ficou contente com minhas respostas e até o presente momento, nunca me retornou! Hoje, a JH Clima conta com mais de 200 clientes e estamos entrando no segmento de VRF oferecendo cada vez mais qualidade e tecnologia para nossos clientes. Temos uma equipe comprometida, que faz com que a JH Clima seja referência em serviços”.

A equidade feminina

“A equidade feminina é importante em todos os setores da nossa vida, tanto empresarial quanto pessoal. A mulher ainda sofre muito com essa desigualdade de gênero, mas estamos mudando essa realidade. Em 2020, o empreendedorismo feminino cresceu 40%, segundo dados da Rede da Mulher Empreendedora. As mulheres estão se posicionando mais no mercado de trabalho em geral. Faço parte do grupo do “Elas no AVAC-R”, que conta com mais de 200 integrantes e vejo muita determinação e força de vontade. Sei que estamos fazendo a diferença, a mão de obra feminina no mercado de HVAC-R contribuiu muito para a qualidade e comprometimento no nosso ramo. Temos mulheres que estão provando isso, como a Carmosinda Santos, Viviane Oliveira, Jossineide Silva, Leylla Lisboa e tantas outras que são admiradas por muitos profissionais do nosso ramo, vistas como ‘feras’, tanto em conhecimento, quanto no processo operacional”.

Nas redes sociais, Jessyka possui seu canal no Instagram e Facebook, com posts e vídeos dirigidos ao empreendedorismo, gestão financeira, liderança e trabalho em campo com explicações técnicas.

Muito intensa em tudo que faz, ela dá o melhor de si: “É assim que vivo com a minha família, maior benção que Deus me deu, sou muito grata a eles por tudo. Sou casada com um homem incrível, inteligente, esforçado e que me apoia em todos os meus sonhos, além de ser um ‘super’ pai! Temos duas meninas, a Eduarda de 9 anos, e a Valentina de 1 ano e 7 meses. São crianças iluminadas com um carisma enorme, nossa alegria diária. Agradeço a oportunidade de participar dessa matéria com pessoas incríveis. Trazer um pouco da minha trajetória é prazeroso e junto com outras mulheres iremos fazer o HVAC-R ser reconhecido e valorizado através da força feminina”, conclui.

Ao lado de seu marido, Jessyka ama estar com as filhas Eduarda e Valentina

A força feminina do HVAC-R

A REVISTA DO FRIO parabeniza todas as mulheres do setor de HVAC-R, que com muita luta, garra, posicionamento e determinação, conquistaram espaço e se destacam cada vez mais, mostrando que vieram para somar!

Em 05 de março último, o Comitê de Mulheres da Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento), realizou o “III Encontro Nacional de Mulheres do Setor AVAC-R”, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, celebrado mundialmente dia 8 de março.

O evento aconteceu no Sebrae SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), presencial e on-line, e contou com a presença de mulheres com grande expressão no mercado de ar condicionado e refrigeração.

A programação foi dividida em palestras técnicas e um painel sobre empreendedorismo.

Comitê de Mulheres da Abrava

Priscila Baioco, presidente do Comitê de Mulheres da Abrava.

Priscila Baioco, presidente do Comitê de Mulheres, durante a abertura enfatizou a presença feminina do setor, com histórias inspiradoras e, juntas, apoiando e incentivando umas às outras. “Nos orgulhamos do que vem sendo construído pelas mulheres do mercado de HVAC-R”.

O presidente executivo da Abrava, Arnaldo Basile, também ressaltou a importância do Comitê de Mulheres da Abrava e o trabalho realizado durante esses três anos, através de um movimento em prol de todas as mulheres deste mercado, reunindo engenheiras, técnicas, mecânicas, vendedoras, prestadoras de serviços, jornalistas, administradoras e empresárias.

Mulheres, liderança, equidade e inclusão

Painel discutiu empreendedorismo, liderança, equidade e inclusão

A primeira parte do programa contou com palestras técnicas dirigidas ao papel da mulher no setor de HVAC-R e atualização profissional.

Anna Cristina Dias, professora da Fatec Itaquera, apresentou “A Importância das Mulheres na Engenharia”; Thamyres Almeida, analista de aplicação de produto da Johnson Controls- Hitachi, palestrou sobre “Passado e Futuro da Tecnologia VRF”; Joana Canozzi, diretora de engenharia da Emerson, tratou o tema “Soluções Emerson para um Mundo mais Sustentável”; e Simone Pimenta, diretora de recursos Humanos da Danfoss, encerrou a primeira parte do programa expondo sobre “Catalisador de Mudança: A Covid-19 Revolucionando Competências de Liderança no Mundo Corporativo”.

A segunda parte da programação contou com um painel sobre “Desafios do Empresário” com a participação de Angela Farias, do Sebrae; Graciele Davince, diretora da Eletrofrigor; e Paula Souza como moderadora.

PMOC mantém padrões operacionais de sistemas VRF e multi-split

Técnico aplicando o PMOC em VRF

Instituído pela Lei Federal nº 13.589/2018, o Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) é o conjunto de documentos em que constam todos os dados da edificação, do sistema de climatização e responsável técnico, bem como procedimentos e rotinas de manutenção comprovando sua execução.

Deve ser executado nos sistemas de climatização de equipamentos, de qualquer capacidade, de edifícios de uso público e coletivo, como repartições, prédios comerciais, hospitais, shoppings, indústrias, supermercados, restaurantes, entre outros estabelecimentos. Nesses locais, ficam a maioria dos equipamentos com fluxo de refrigerante variável (VRF) e multi-splits vendidos no Brasil.

O VRF é mais robusto, permitindo tubulações mais longas e acoplamento de até 64 unidades evaporadoras. Cada unidade interna opera de forma individual e conta com uma válvula de expansão exclusiva. É ideal para locais de grande circulação. Já o multi-split permite acoplar até oito unidades evaporadoras em uma só condensadora, sendo mais indicado para instalações menores e residências.

Quatro tipos de evaporadoras podem ser usados em sistemas VRF – hi-wall, cassete, dutadas para baixa/média/alta pressão (para pequenos e grandes ambientes) e piso-teto. No caso da condensadora, opta-se ou por condensação a água (utilizada onde há pouco espaço para montagem e sem área de ventilação), ou por condensação a ar (indicada para área livre para montagem e com boa ventilação).

No caso de sistemas de climatização com capacidade acima de 5 TR (15.000 kcal/h = 60.000 BTU/h), os proprietários, locatários e prepostos deverão manter um responsável técnico habilitado. Esta obrigação está descrita no artigo 6º da Portaria 3.523/1998, do Ministério da Saúde.

“O PMOC é fundamental para aplicações de VRF, como forma de adequadamente manter os sistemas operacionais dentro de seu envelope de funcionamento, sob regime definido pelos fabricantes. Isto irá gerar um ambiente seguro – especialmente durante a pandemia –, econômico e de grande retorno de investimento e satisfação dos usuários”, afirma o engenheiro Arnaldo Lopes Parra, diretor de relações institucionais da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

Especialista em PMOC, ele salienta que a boa manutenção assegura a longevidade e performance dos equipamentos, economizando energia, água e protege o investimento, além de propiciar um ambiente agradável, incrementando a produtividade e combatendo o absenteísmo.

“As técnicas corretas de manutenção ainda diminuem substancialmente os custos com reposição de peças, pois os equipamentos irão operar com maior eficiência dentro dos parâmetros de fábrica”, completa.

Como exemplo, Parra lembra que um equipamento operando perto do seu ponto de “desarme por alta pressão”, está consumindo cerca de 40% a mais de energia, o que já justifica totalmente as intervenções de conservação. “Se considerarmos que para um edifício comercial médio, o gasto de energia elétrica com ar-condicionado se situa em 40%, podemos estimar o tamanho da economia”, pondera.

A falta de atenção à qualidade do ar interior e/ou a não observação dos requisitos do PMOC podem influenciar diretamente na saúde das pessoas de modo geral.

Segundo o diretor da Abrava, estas situações inevitavelmente levarão ao acúmulo de impurezas nos diversos componentes dos climatizadores, tais como excesso de pós e cargas de micro-organismos em filtros, bandejas, serpentinas, ventiladores e dutos, entre outras peças.

“O excesso de pó e outros poluentes proporciona crescimento de colônias de fungos, servindo inclusive para a propagação de cargas virais, de forma descontrolada. Quando um prédio chega a estas condições, dizemos que ele tem a chamada Síndrome do Edifício Doente”, ressalta Parra.

Negligência

Além dos problemas relacionados à saúde, o não atendimento às regras estabelecidas pelo PMOC traz reflexos legais, segundo a Lei Federal nº 13.589/2018, a Portaria nº 3.523/1998 e Resolução RE-09 (Anvisa), prevendo punições para eventual negligência.

O descumprimento total ou parcial do PMOC expõe o proprietário do estabelecimento às penalidades previstas na Lei nº 6.437/1977, com multa de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão, com base na gravidade e porte do estabelecimento, sendo dobrado na reincidência, além de sanções civis.

“Se também ocasionar níveis de poluição para os ambientes climatizados acima dos estabelecidos na RE-09 da Anvisa, acaba por infringir também a Lei Federal nº 6.938/1981 e a Resolução 491 (Conama), gerando crime de poluição, passível de punição conforme estabelece a Lei Federal nº 9.605/1998 (de um a quatro anos de detenção), o Decreto Federal nº 6.514/2008, com multa de R$ 5 mil a R$ 50 mil, além de outras sanções”, esclarece Parra.

O especialista explica que a falta do PMOC, ou mesmo a exposição de trabalhadores a níveis de poluentes acima do estabelecido na Resolução RE-09 Anvisa, pode ensejar também demanda trabalhista por trabalho em ambientes insalubres de grau médio a máximo, de acordo com as normas regulamentadoras da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

O engenheiro enfatiza que há uma preocupação crescente das autoridades em relação ao PMOC da climatização, especialmente neste momento de pandemia. “Entretanto, ainda temos uma grande missão a desempenhar para bem da população em geral”, considera.

Em passado recente, a Abrava desenvolveu um grande programa de treinamento para os agentes sanitários, objetivando que as fiscalizações ocorressem de modo técnico e justo, evitando incongruências.

“Colhemos bons resultados até aqui, e mais recentemente por conta do surto pandêmico, temos outras autoridades adquirindo consciência e preocupação com os aspectos da saúde dos trabalhadores e população em geral”, complementa.

Carrier assina acordo para adquirir Toshiba Carrier

A Carrier confirmou que assinou um acordo vinculativo para adquirir a participação acionária da Toshiba no negócio de ar condicionado da Toshiba Carrier por US$ 870 milhões.

A aliança global foi entre ambas as empresas foi estabelecida em 1999, com a Toshiba detendo uma participação de 60%. A Toshiba Carrier projeta e fabrica sistemas VRF e comerciais leves, flexíveis, energeticamente eficientes e de alto desempenho, utilizando sua própria tecnologia proprietária de inversor de frequência, bem como produtos comerciais, compressores e bombas de calor.

Em comunicado divulgado ontem, a Carrier disse que a aquisição planejada fortalecerá a posição da Carrier em um dos segmentos de HVAC de mais rápido crescimento, bem como escalará sua plataforma global de produtos VRF com tecnologia líder e diferenciada e a adição de uma marca renomada à sua portfólio”.

A aquisição incluirá todos os centros de pesquisa e desenvolvimento da Toshiba Carrier e operações globais de fabricação, linha de produtos e uso a longo prazo da marca Toshiba. Isso inclui a Toshiba Carrier Air Conditioning Sales (Shanghai), Toshiba Carrier Thailand, Toshiba Carrier China, Toshiba Carrier Europe, TCFG Compressor (Tailândia) e Toshiba Techno System.

O negócio de ar condicionado de trem da Toshiba, parte da divisão de sistemas e soluções de infraestrutura da Toshiba, não está sujeito à transferência. A fábrica europeia de 17.700 m2 da Toshiba Carrier em Gniezno, Polônia, foi inaugurada no ano passado. A aquisição deve ser concluída até 30 de setembro, sujeita às condições habituais de fechamento, incluindo aprovações regulatórias.

A Toshiba manterá uma participação de 5% na empresa. Comentando sobre o acordo, o presidente e CEO da Carrier, Dave Gitlin, disse quea Carrier vê um potencial de crescimento significativo nos segmentos globais de VRF, comerciais leves e bombas de calor e está entusiasmada com a oportunidade de expandir nossos negócios por meio desta aquisição estratégica. A experiência comprovada em P&D da TCC, uma marca global forte e funcionários talentosos serão grandes adições à estratégia de canais multimarcas da Carrier.”

O colega de Gitlin, Satoshi Tsunakawa, presidente e CEO da Toshiba, comentou queestamos satisfeitos que os funcionários da TCC continuem a jornada de crescimento e inovação dos negócios de HVAC da Toshiba como parte da Carrier, beneficiando-se de seu alcance global incomparável, forte rede de revendedores e história compartilhada de inovação”.

Presenciais ou a distância, cursos reforçam importância da capacitação profissional

Durante a pandemia, escolas técnicas e profissionalizantes da área de refrigeração e climatização foram obrigadas a se reinventar e investir em parcerias para continuar operando, sobretudo no ambiente virtual/EAD.

Apesar das turbulências criadas pela disseminação do novo coronavírus, o segmento de cursos presenciais e a distância voltados para o mercado do frio foi impulsionado em 2021, com escolas técnicas registrando crescimento na procura por treinamentos voltados à formação e reciclagem de profissionais do HVAC-R.

Como as escolas já vinham investindo em plataformas de ensino on-line mesmo antes do estouro da pandemia, a transição para o EaD durante o período mais rígido do distanciamento social foi, de certa forma, facilitada.

A ausência de aulas presenciais foi sentida, é verdade, afinal há disciplinas que obrigatoriamente precisam da interação direta entre professor e aluno, fundamental para a absorção de conteúdo, por exemplo, acerca do modo correto de ser fazer determinados procedimentos.

De outro lado, o aprimoramento das tecnologias de transmissão de dados e a consequente adaptação de conteúdos provaram ser possível ensinar e aprender virtualmente conceitos básicos e avançados disponíveis nos tradicionais currículos da área de refrigeração.

“Mesmo com pesados investimentos em produção de material didático, com videoaulas de todas as práticas prontas para os alunos assistirem quantas vezes desejarem, é impossível ensinar um aluno a fazer brasagem, popularmente conhecida como soldagem, somente a distância”, exemplifica o professor Alexandre Fernandes Santos, proprietário da Escola Técnica Profissional (ETP) e da Faculdade Profissional (Fapro), de Curitiba (PR). Juntos, os estabelecimentos têm 700 alunos matriculados.

O empresário enfatiza que as instituições de ensino já tinham se adaptado para operar com a modalidade de EaD, independentemente da pandemia. Lembra ainda que, como havia muitas turmas do ensino presencial, foi muito difícil para a instituição, os professores e alunos fazerem a transição para o ambiente online.

“Perdemos alguns alunos da modalidade presencial, ao mesmo tempo em que aumentamos a quantidade de alunos no EaD. Nesse período, aceleramos o processo de aprovação do primeiro curso de graduação a distância na área de refrigeração e climatização do Brasil e do primeiro curso técnico em refrigeração e climatização”, explica.

A ETP fechou 2021 com um crescimento de 58,57% sobre uma meta que já era 40% maior que a anterior, batendo assim o recorde histórico de matrículas em um único curso da instituição. A meta para 2022 é expandir 20%.

Cooperação Alemã e o Ministério do Meio Ambiente. A partir de 2023, teremos os primeiros cursos em espanhol para ofertar para a América Latina”, comemora Alexandre.

Para o engenheiro mecânico Sérgio Eugênio da Silva, diretor da Super Ar, as aulas online vieram para ficar e já se tornaram uma realidade no mercado do frio, não sendo mais possível para qualquer instituição oferecer apenas aulas presenciais. De agora em diante, aprendizagem será hibrida com parte de aulas presenciais e as aulas laboratoriais será presencial, diz.

“A adoção do ensino a distância se mostrou um imenso desafio, pois tivemos de nos reinventar. Acreditava somente em aulas presenciais, mas com a pandemia, fizemos parcerias com alguns distribuidores e fabricantes para lançar a modalidade EaD, com o mesmo conteúdo do presencial”, salienta ele, frisando que mesmo

“Esse crescimento está pautado na oferta de novos cursos EaD, como a graduação de tecnólogo em refrigeração e climatização e tecnólogo em manutenção industrial. Além disso, teremos um dos maiores laboratórios de fluidos refrigerantes naturais com ênfase em CO2 e hidrocarbonetos em parceria com a GIZ [Agência de o curso online tendo um valor mais baixo, o aluno ainda prefere o presencial.

“Embora 2020 tenha sido surpreendente, com um crescimento próximo de 40% em relação ao ano anterior, 2021, entretanto, já foi tímido, muito em função da retração da economia do País. Em 2022, iremos inovar com sistemas e máquinas novas para atrair e captar novos alunos”, revela.

Escolas buscaram sistemas EAD

Parcerias

Estratégia adotada por algumas escolas durante a pandemia, a celebração de parcerias foi bastante positiva para incrementar a formação de mão de obra e manter a qualidade dos treinamentos.

A escola profissionalizante Thermo Cursos, de São José do Rio Preto (SP), por exemplo, foi bem-sucedida nesse tipo de solução. Fundada em 2013 e com mais de 3 mil alunos já formados, oferece atualmente 12 cursos na área de climatização, cinco na de refrigeração e um sobre comandos elétricos aplicados à climatização e refrigeração, todos com média de 40 horas. Com laboratório equipado com modernos equipamentos e ferramentais, o estabelecimento firmou parceria com a Midea Carrier, transformando-se em um centro de treinamento da multinacional no Brasil, onde técnicos da companhia são continuamente capacitados.

Em 2021, a Themo Cursos fechou convênio com a Escola Técnica Profissional (ETP), passando a oferecer treinamentos online dos cursos de técnico em refrigeração e climatização e de pós-graduação em engenharia de refrigeração e climatização. Em 2022, a ideia é incluir outros treinamentos, como manutenção em compressores.

“Durante toda a pandemia, como as demais instituições, tivemos que nos reinventar. Ficamos fechados por nove meses. Neste período, as parcerias foram nosso grande alicerce. Começamos a oferecer cursos EaD da ETP e da Midea Carrier aos nossos alunos, processo que foi o nosso grande marco em 2021”, afirma o coordenador técnico da instituição, Américo Martins Junior. Com alunos em toda a América Latina, Portugal, Itália, Angola e Estados Unidos, a Thermo Cursos percebeu que, durante a pandemia, as pessoas sentiram que se não buscassem qualificação, ficaria muito difícil de se manter, pois muitos profissionais foram desligados das empresas.

“Os cursos EaD deverão dominar o mercado, e em 2022, tanto os fabricantes quanto as escolas deverão continuar inovando nesta área”, ressalta o professor, lembrando que a escola cresceu 30% em 2021 em relação a 2020, devendo obter um resultado ainda melhor em 2022.

Adaptação complexa

“Foram 127 dias nebulosos para a Caprerj”, descreve o CEO do Instituto de Capacitação de Refrigeristas e Eletricistas do Rio de Janeiro, Fábio Anderson de Freitas dos Santos. “Havia acabado de assumir a direção da escola e não tínhamos capital de giro nem tempo para hábil para realizar a gravação de cursos on-line e realizar vendas para ter um faturamento mínimo”, lembra.

A instituição retomou as atividades no final de julho de 2020, e o tempo da parada foi utilizado pela diretoria para aprimorar novos conhecimentos em finanças, pedagogia, administrativo, gestão de pessoas, PNL, refrigeração, marketing, comercial e fortalecer nosso network virtual. “A partir desse retorno, literalmente colocamos a mão na massa para fazer obras de reestruturação em nossa unidade”, afirma.

Atualmente, o Caprerj, com sede no bairro de Madureira, na cidade do Rio de Janeiro, conta com turma de 40 alunos mensalmente em capacitação na área da refrigeração, e a projeção para 2022 é dobrar esse número, uma vez que os departamentos comercial e de marketing digital foram reestruturados.

“Nossos projetos futuros consistem na capacitação hibrida (EaD/presencial) de todos os cursos, inclusive os que hoje estão em desenvolvimento, como reparo de placas eletrônicas, câmara frigorifica e PMOC/renovação de ar, treinamentos que deverão estar em funcionamento até junho ou julho deste ano”, projeta. Com média de 350 alunos em seus polos no bairro carioca de Cascadura e na cidade São Gonçalo (RJ), a escola Serae também teve uma adaptação complexa. Com o fechamento dos estabelecimentos durante o momento mais difícil da pandemia, a instituição começou a ofertar aulas em lives, sem, no entanto, substituir as aulas presenciais, que foram reativadas assim que a atividade foi liberada.

“Mesmo com todas as mudanças, a maioria dos alunos permaneceu. Com isso, nossas expectativas para este ano são as melhores possíveis. Estamos investindo para oferecer cada vez mais o que os nossos alunos e o mercado precisam”, salienta o sócio-diretor João Vagner Possani.

Atualmente, a Serae conta com treinamentos presenciais e on-line, tendo como destaques os cursos de refrigeração domiciliar, split system, split system inverter, self contained, chiller, VRF, câmara frigorífica e máquina de lavar e secar roupa.

Mas o ensino a distância nem sempre conquista alunos, conforme deixa claro o empresário Luiz Martins, sócio da Escola Argos, fundada em 1961 e que conta com duas unidades na capital paulista e em torno de 400 alunos.

“Embora a instituição tenha adaptado seu currículo presencial ao online e tentado promover atividades em plataforma virtual, não houve aceitação dessa mudança radical por parte de nossos alunos. Com a proibição das aulas regulares em salas de teoria, só nos foi possível ministrar aulas de prática em oficinas e laboratórios, com restrições”, conta.

Embora não divulgue números de 2021, o gestor diz estar esperançoso sobre o desempenho em 2022, mesmo porque a defasagem que já havia pela falta de profissionais no mercado do frio aumentou de maneira expressiva. “Continuamos nos empenhando para que nossa retomada seja satisfatória”, completa Martins.

Leonardo Guimarães de Araújo, o “Rey do Piso-Teto”

O mercado de HVAC-R é muito promissor, com crescimento exponencial nos próximos anos, além de mais técnicos com excelente mão de obra”, afirma Leonardo Guimarães de Araújo, diretor da Alfatech Climatizações, empresa sediada no Rio de Janeiro (RJ).

Atuando como técnico em refrigeração e climatização desde 2003, ele conta como ingressou nesta área.

“A minha história na refrigeração é até engraçada, tudo começou quando eu conheci a minha namorada, hoje minha esposa Joana. O Sr. João, pai dela, não gostava muito de mim, e comecei a puxar assunto sobre refrigeração, pois ele trabalhava nessa área e daí para frente começamos a interagir mais. Me interessei pelo assunto e decidi fazer um curso de refrigeração, porém não tinha dinheiro para esse investimento. Me indicaram um curso filantrópico através do Banco da Providência, em Realengo, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ingressei no curso de refrigeração especializado em linha branca. Foram tempos difíceis e sofri muito para concluir e agradeço essa oportunidade que tive, em especial ao professor Josias pelos seus ensinamentos que guardo até hoje”.

Já formado, Leonardo se deparou com outro desafio: recurso financeiro para investir em ferramentas.

“Meu principal desafio foi obter recurso financeiro para investir em ferramentas de refrigeração que eram caríssimas. Me lembro da minha primeira ferramenta, um cortador de tubos que ganhei do meu pai. Trabalho no ramo de refrigeração e climatização há 18 anos, e desde o início da minha caminhada no setor eu nunca parei de estudar, eu era chato comigo mesmo, não me contentava em resolver um problema sem antes investigar exaustivamente. Ao longo do tempo, mudei para Cabo Frio (RJ), tive diversas oportunidades profissionais, me especializei e quando resolvi retornar para a capital investi na minha carreira e inaugurei a Alfatech Climatizações. Deixei de lado a linha branca e comecei a me dedicar somente na área de climatização atendendo sistemas VRF, Mult Split, Splitão, entre outros, me tornando um técnico de referência no setor, dentre muitos no Brasil, e hoje faço parte do maior projeto de disseminação de informações sobre HVAC da América Latina, o Esquadrão do Clima LG”, conta Leonardo.

Rey do Piso-Teto

Em 2017, Leonardo criou um canal no YouTube através da Alfatech Climatizações com a intenção de ajudar os profissionais da área a resolverem seus problemas em campo, com dicas e soluções práticas. Com centenas de seguidores, observando a quantidade de pessoas que acessavam seu canal, alcançando seu propósito, no começo de 2021 lançou um curso on-line denominado Rey do Piso-Teto, ampliando a sua atuação e disseminado informação através de seus vídeos. “Quando comecei no ramo HVAC-R não tive o privilégio de ter várias plataformas digitais na internet, onde hoje você pode contar com a ajuda de profissionais nas resoluções de problemas em campo. Devido à grande quantidade de acessos, investi nesta plataforma digital publicando uma quantidade enorme de vídeos das instalações que realizava. Recebia mensagens de técnicos espalhados por todo o Brasil para ajuda-los com suas dúvidas e problemas de defeitos em campo, por isso decidi desenvolver um curso dedicado a esses instaladores, denominado Rey do Piso-Teto, ajudando centenas de profissionais. Como profissional e instrutor da área, vejo uma ótima oportunidade para pessoas que querem atualizar-se e buscar crescimento profissional, mas nem tudo são flores, na verdade, quando o aluno ingressa em um curso da área, ele deve ser informado pelo instrutor quais são as dificuldades da área, por exemplo, a dificuldade em ter clientes no início, investimentos em ferramentas que são caras, e nem será ele terá garantias. Essas verdades precisam ser explicadas para o aluno para que ele não seja iludido e lá na frente desista, como já vi vários casos, porque grande parte destes profissionais só querem entrar para mercado de refrigeração e climatização devido ao grande lucro, mas repito e digo, nem tudo são flores”, ressalta o diretor da Alfatech. Além do sucesso profissional, Leonardo se considera abençoado também na sua vida pessoal. Ele diz que, com Joana, sua esposa, formou uma família linda. Fruto desse amor, hoje eles têm três filhos: João Victor, com 17 anos; Pedro Henrique, com 15 anos; e Lucas Gabriel, o caçula de 3 anos.

“Me considero muito abençoado. Tenho uma família linda, composta pela minha esposa e meus 3 filhos. A Joana é uma mulher guerreira, sempre ao meu lado desde o começo me ajudando a crescer como homem, marido, pai e profissional. Eles são o meu maior bem, assim como meus familiares, minha mãe Edineia, meu pai Celso e meu irmão Lean. Nos momentos de lazer, que são poucos, gosto de ficar com minha família, ir à igreja agradecer a Deus por tudo o que tem feito em minha vida. Também me dá um prazer enorme reunir os amigos em casa e confraternizar com eles. Já conquistei muitas coisas materiais que eu sonhava, e outras que ainda sonho em conquistar, me sinto muito realizado. Claro que sempre almejamos mais e mais, porém, só o fato chegar até aqui e poder ajudar as pessoas de alguma forma já e uma realização, eu nasci para isso, meu proposito na terra é esse, ajudar as pessoas, e em nome de Jesus tenho a certeza que ajudarei ainda mais dentro das minhas possibilidades”.

Leonardo deixa uma mensagem a todos os profissionais do setor: “Nunca pare de estudar, pois esse é o caminho que vai te levar ao sucesso profissional, seja sempre honesto e justo com seu cliente, assim ele te indicara a outras pessoas, criando um leque de contatos para o seu negócio”, finaliza.

Com Joana e seus três filhos, ele se diz realizado e abençoado

Américo Martins Júnior, um estudioso da refrigeração

A través da excelente influência de seu pai, Américo Martins, também refrigerista e muito conhecido no setor, Américo Martins Junior seguiu o caminho da refrigeração. Como ele mesmo diz: “Está na veia”!

“Estudioso da refrigeração e extremamente exigente na qualidade do trabalho, sem dizer da incansável busca pelo conhecimento, as atitudes do meu pai me convenceram que essa seria a minha profissão”, diz Américo.

Tudo começou na década de 1980, mais exatamente em 1981, quando estava finalizando seus estudos. Atento ao trabalho do pai, Américo via a dificuldade que ele tinha em obter materiais técnicos para desenvolvimento de projetos e acesso as informações. Perdia noites de sono projetando e aplicando o conhecimento na fabricação de produtos.

“Eu tinha tudo para não seguir a carreira de refrigerista. Por ver o sacrifício do meu pai, pensei muitas vezes sobre isso. Ele era muito dedicado, passava semanas viajando, montando grandes estruturas. Mas tudo mudou quando fui pela primeira vez trabalhar em campo.  E minha paixão pela refrigeração começou quando fomos desmontar uma grande fábrica de gelo em barras.  O compressor era quase do meu tamanho.  E aquilo me deixou fascinado e não parei mais”.

Ele lembra que, uma das maiores dificuldades foi o acesso ao material técnico para estudar.

“Naquela época, pouquíssimos fabricantes dispunham de material técnico e muitos até hoje são em inglês.  Gastávamos muito tempo traduzindo material.  E a minha insaciável busca por conhecimento fazia com que eu entrasse de cabeça nos estudos. Em 1989, fui convidado pela Recrusul, em Sapucaia do Sul (RS), a fazer parte da equipe de campo na área de refrigeração para transportes. Aprendi demais com alguns mestres da época, que tinham prazer em ensinar como Sr. Aliomar. Além da teoria, é em campo onde se aprende de verdade. Neste tempo, cresci muito profissionalmente e tecnicamente. Em 1993, recebi um convite para trabalhar na Thermo King do Brasil, que na época, a fábrica era em Monte Mor, região de Campinas, interior de São Paulo. Na TK participei como dieler (revendedor), além de participar de vários projetos na área de ar condicionado para ônibus, adquirindo mais conhecimento e com o inestimável apoio de Paulo Lane. Fiquei na TK durante 16 anos e aprendi demais, pois tínhamos treinamentos contínuos com especialistas vindos do EUA, e foi onde fiz minhas primeiras viagens em busca de especialização na fábrica da empresa em Minessotta – EUA. Em 2009, recebi um convite da Carrier Transicold para trabalhar com equipamentos para transportes.  Nesta época, também comecei a ministrar treinamento de manutenção em equipamentos para transporte, tanto em caminhões como equipamentos de ar condicionado para ônibus. Foram anos de muitos desafios, e muitas histórias para contar”.

Em 2013, Américo recebeu a proposta da Midea Carrier para treinar técnicos e profissionais da área de climatização.

Segundo ele, foi uma mudança drástica em sua carreira, dedicando-se aos estudos para atender as demandas dos treinamentos.

“A tecnologia está cada vez mais avançada e temos que correr atrás desse conhecimento para passar aos nossos alunos. As empresas estão mudando sua forma de atuação com seus consumidores e instaladores. Temos observado um avanço muito grande neste sentido. Treinamentos online e farto material de estudo acessível nas mídias sociais, antes restrito às redes autorizadas. Considero a internet um multiplicador de conhecimento”.

Hoje, como diretor técnico da Thermo Cursos, Américo já treinou desde 2020, mais de 20 mil instaladores via online, o que considera um número jamais atingido com palestras ou treinamentos presenciais, onde o conhecimento pode ser acessado no conforto de casa ou de onde o profissional estiver. Ele acrescenta que só não busca conhecimento quem não quer realmente estudar ou se atualizar profissionalmente.

“Acredito que os treinamentos online serão um marco no ensino no Brasil. Conseguimos atingir lugares onde jamais as pessoas receberiam algum tipo de informação técnica. As mudanças foram extremamente positivas neste segmento e a tendência é que mais informação chegue dessa forma a partir dos anos seguintes. Sabemos da carência e da grande dificuldade de especialistas, principalmente nas máquinas de médio e grande porte como self, splitão, rooftop, VRF e chiller. Estamos enfrentando uma escassez de mão de obra como nunca tínhamos visto. E não estamos vendo nenhuma mudança positiva para os próximos anos. Infelizmente, está é a nossa realidade. Aqueles que se qualificarem para estes tipos de equipamentos sempre terão uma grande demanda de serviços. E em virtude da mão de obra escassa, os valores pagos a esses profissionais treinados serão muito acima da média”, enfatiza.

Mudando vidas

Residindo em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, seu maior sonho é continuar mudando vidas, compartilhando conhecimento e ser lembrado pelo seu trabalho, legado que deixará para seus três filhos: Renan, com 25 anos; Arthur, com 16 anos; e o caçula, Heitor, com 10 anos.

Américo, junto com sua esposa, Kelly Cristina Garcia, divide não só sua vida pessoal com ela, como também profissional, parceira de negócios, a frente da diretoria financeira da Thermo Cursos.

Nas horas de lazer, ele gosta de pescar, mas admite que mesmo assim sempre está com um livro à mão.

“Meu maior desafio é estudar todos os dias, apesar de toda carga diária. Gosto de compartilhar com todos os amigos, principalmente os da área de refrigeração, meu conhecimento, disseminando o saber. E aos que estão chegando agora no mercado, ajam enquanto é tempo. Estudem, busquem incansavelmente o conhecimento. Precisamos de profissionais habilitados e que amem a nossa profissão. Que trabalhem com honestidade, capricho, que sejam pontuais em seus serviços. Me sinto feliz por ajudar muitos profissionais a mudarem suas vidas. A minha missão aqui na terra é essa: Mudar vidas através do conhecimento. E graças a Deus, tenho conseguido fazer isso. Não existe preço por tudo que tenho passado nestes anos. Eu me divirto muito fazendo o que mais amo, que é ensinar. Meus planos para o futuro é fazer da Thermo Cursos a maior e melhor escola de refrigeração e climatização deste país, com estrutura de ponta e professores selecionados do mercado. Hoje, a Thermo Cursos é referência como escola profissionalizante e queremos muito mais. Queremos ser os melhores e para isso, estamos investindo pesado para os próximos anos”, comemora.

Américo e Kelly aproveitam os momentos de lazer junto com seus filhos

Roberto Luís Utida: colhendo bons frutos após árdua semeadura

Foi em janeiro de 2010, que Roberto Luís Utida lema Cristóvão iniciou sua carreira no mercado de ar condicionado e refrigeração, atuando como auxiliar em uma empresa de um conhecido seu, juntos até hoje. Atualmente, comandando a equipe de instalação e venda de equipamentos da Ecoar Ar Condicionado, empresa localizada na capital paulista, Roberto se especializou na instalação de sistemas multi split e mini VRF.

“Comecei a trabalhar prestando serviço em uma empresa localizada no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Porém, essa empresa só comercializava os aparelhos de ar condicionado e não prestava serviços de instalação e manutenção, assim comecei a prestar esses serviços para os clientes que adquiriam os equipamentos na loja. Em 2010, instalei meu primeiro multi split (um tri) e desse dia em diante não parei mais. Hoje, 95% das instalações que fazemos são de multi split e, aos poucos, migrando para o VRF”, diz Roberto.

Ele conta ainda que o maior desafio desde que começou sua vida profissional foi aprender a separar o dinheiro da empresa do seu pessoal e acredita que muitos sofrem com isso em todos os setores.

“Precisamos ter disciplina e uma boa visão administrativa e suporte da área financeira para gerenciar isso. Foi um grande desafio que superei”, comemora.

Para Roberto, hoje o mercado de climatização é promissor e exigente, por isso, os profissionais devem estar preparados e atualizados para atender as expectativas exigidas por parte dos clientes.

“Com a chegada de várias tecnologias, o mercado tornou-se mais exigente na questão da mão de obra qualificada, e o desafio é manter um preço justo, com instalação padrão, usando as melhores ferramentas que há no setor de climatização e refrigeração, porém, ainda é muito comum a política de preços bem abaixo do mercado. Acredito que o técnico deve ficar com olhos e ouvidos atentos, sempre acompanhando as atualizações no mercado para não ficar para trás. Existe mão de obra muito boa sim, mas também, existem profissionais que, às vezes, não conseguem valorizar ou não sabem o valor da sua mão de obra e isso acaba atrapalhando tanto ele mesmo quanto os outros profissionais”.

Ele enxerga o mercado de climatização com um crescimento absurdo nos próximos cinco anos e quem estiver preparado vai colher bons frutos, pois o ar-condicionado deixou de ser luxo e virou necessidade.

“Hoje, os fabricantes enxergam o instalador como amigo e querem trazê-los para perto. Isso foi muito positivo para o mercado, proporcionando ao instalador a consciência de que juntos somos mais fortes e por sua vez, o fabricante está procurando a cada dia melhorar seus equipamentos e facilitar a instalação para nós”.


A vitrine do seu negócio

“Nunca deixe de se especializar e seja honesto com seus clientes, pois eles são a vitrine do seu negócio, irão fazer o seu marketing e abrir inúmeras possibilidades através de indicações, além das redes sociais, que hoje são nossas aliadas para divulgarmos nosso trabalho, atualização profissional, entre tantas outras coisas, como ajudar um colega de profissão, tornando tudo mais fácil”. Roberto mantém seus canais digitais, tanto pessoal como profissional, no Youtube (Roberto Utida), onde apresenta várias dicas e obras que realiza dia a dia. Já no Facebook, ele tem seu perfil pessoal, mas sempre postando informações sobre seu trabalho, além de momentos em família. E no Instagram, alimenta o perfil profissional, o Ecoar_arcondicionadosp, além do perfil pessoal.

“Acredito que as redes sociais são ótimas opções para você mostrar seu trabalho, prospectar novos clientes e fidelizar os atuais. Mas, hoje nosso melhor marketing ainda é a famosa “boca a boca’”. Muito feliz com sua carreira profissional, Roberto comemora o convite feito este ano, por Anderson Bruno, para integrar o Esquadrão do Clima da LG do Brasil.

“Tenho muito a agradecer! Tanto profissionalmente como na vida pessoal. Sou o caçula de três filhos, nasci em São Paulo, e vim de uma família de feirantes, meus pais, que sempre me ensinaram a investir muito sangue e suor para alcançarmos onde queremos chegar”.

Casado há oito anos com Flávia e pai de uma linda e terrível princesa, como ele mesmo diz, Roberto é o tipo de pessoa bem caseira, que curte a vida como ela é, sem reclamar muito. Adora momentos em família, passear no parque aos domingos, viajar, ou até mesmo aquele filme debaixo do cobertor com sua esposa e filha.

“Gosto muito também de mexer com carros, é algo que me ajuda a relaxar. Enxergo a evolução através deles, mas apesar disso, ainda prefiro os antigos. Também curto demais uma praia e, recentemente, adquiri um imóvel no litoral, pensando a longo prazo, onde quero passar os restos dos meus dias quando me aposentar. Agradeço a Deus, a toda equipe da Revista do Frio e Clube do Frio, a minha família por sempre me apoiar e aos meus amigos que sempre torceram pelo meu sucesso”, conclui Roberto.

Tipo de pessoa bem caseira, que curte a vida como ela é, ele adora estar em família

 

Mercado de ar condicionado se recupera e volta a crescer

Relatório aponta que o segmento de splits hi-wall se beneficiou das altas temperaturas em algumas regiões e do investimento de consumidores em suas residências durante a pandemia.

A última atualização semestral da consultoria britânica BSRIA sobre tendências para os principais mercados de ar condicionado em todo o mundo mostra que 2021 está sendo um ano de recuperação e crescimento, à medida que o mundo começa a emergir da pandemia do novo coronavírus.

O relatório aponta que o segmento de splits hi-wall se beneficiou das altas temperaturas em algumas regiões e do investimento de consumidores em suas residências, uma vez que as pessoas, quando podem, continuam trabalhando, de forma total ou parcial, em casa.

O setor de data center também está se fortalecendo, em decorrência de compras online e atividades de construção, turismo e investimentos públicos, revela o documento.

Embora muitos revendedores na China tenham estocado produtos antes de aumentar os preços, as medidas restritivas do governo contra a covid-19 paralisaram as atividades comerciais.

No primeiro semestre de 2021, o desempenho do mercado de ar condicionado comercial leve, como dutos, cassetes e unidades piso-teto de alta capacidade, parece ter permanecido lento. As vendas na Índia no primeiro trimestre de 2021 foram promissoras, mas a BSRIA relata que a segunda onda da pandemia veio no pior momento possível para o mercado de splits (meados de abril) e durou o suficiente para atingir as vendas.

A China está prestes a implementar atualizações de eficiência energética a partir de janeiro de 2022, mas a BSRIA diz que ainda não está certo se a vigência dos novos padrões será adiada, a fim de dar mais tempo para os produtores locais se ajustarem.

Também há relatos de alguns atrasos em muitos projetos em andamento que mantiveram o mercado de chillers parcialmente parado.

No Oriente Médio, a Arábia Saudita implementou padrões mais rígidos de economia de energia para combater o rápido crescimento da demanda por eletricidade.

Nos Emirados Árabes Unidos, o custo das matérias-primas, impostos alfandegários e custos de frete aumentaram significativamente, resultando em um aumento de preço de cerca de 5% a 10%em todos os produtos de ar condicionado. Na Europa, a indústria registrou vendas positivas de splits hi-wall residenciais no primeiro semestre de 2021. Alemanha e França registraram crescimento de dois dígitos nesse segmento, enquanto o mercado de chillers na Itália está mostrando fortes sinais de recuperação. No entanto, na Turquia, a queda dramática da indústria da construção gerou grande impacto no mercado de plantas centrais.

O mercado de hi-wall também registrou expansão de dois dígitos no primeiro semestre do ano na Austrália.

Nos EUA, o aumento inesperado na demanda por splits encontrou um cenário de oferta cada vez menor. A escassez global de chips e semicondutores e um aumento geral do tempo de espera para a maioria dos componentes criaram gargalos na cadeia de suprimentos.

No México, com a maioria dos grandes projetos suspensos ou atrasados, a maior parte do crescimento do mercado de chillers se deu em razão dos projetos com equipamentos de médio porte.

No Brasil, apesar da crise econômica relacionada à pandemia, a indústria de ventilação e ar condicionado vem conseguindo se manter à tona. O mini VRF modular é, atualmente, um dos modelos preferidos no País, onde os fabricantes de chillers esperam um crescimento sustentável e rentável das vendas neste ano.