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As apostas da refrigeração comercial

Segmento investe cada vez mais em tecnologias como conversores de frequência, condensadores de microcanal, fluidos refrigerantes de baixo impacto climático, trocadores de calor a placas e válvulas de expansão.

Capitaneado principalmente pelas vendas de ilhas e expositores frigoríficos, o segmento de refrigeração comercial cresceu sem parar na última década no Brasil, com resultados muito positivos alcançados pela indústria e pelo varejo mesmo durante a pandemia.

Para chegar ao atual cenário, esse mercado – que historicamente é um dos primeiros a sentir o impacto das crises econômicas – só saiu fortalecido dessa situação porque vem há algum tempo baseando sua evolução em três pilares – eficiência energética, miniaturização e uso de refrigerantes de baixo impacto ambiental.

Essas três tendências juntas também causam um enorme impacto nas metas de redução dos efeitos da refrigeração no meio ambiente, ajudando a preservar recursos, diminuir as emissões de CO2 e combater o aquecimento global.

Uma das tendências do varejo brasileiro, a busca por equipamentos energeticamente mais eficientes se intensificou especialmente em função do absurdo encarecimento da energia elétrica, item que pesa cada vez mais nos custos do negócio. Partindo dessa premissa, avançam as tecnologias capazes de mitigar essa e outras despesas, além de diminuir os gastos com manutenção e proporcionar uma gestão mais inteligente dos equipamentos.

“Como fabricantes de compressores e unidades condensadoras, nosso foco é desenvolver e lançar produtos que respondam a essas demandas. Uma das principais tecnologias para isso está nos compressores de velocidade variável, que podem resultar em até 40% de economia de energia, dependendo da aplicação, em comparação à tradicional tecnologia de velocidade fixa. Esses compressores oferecem ainda melhor desempenho na preservação dos alimentos e redução de ruído”, afirma o diretor de vendas e engenharia de aplicação para América Latina da Nidec Global Appliance, Sander Malutta.

Similarmente, o HVAC-R mundial tem apostado no avanço dos compressores com motor de ímã permanente, também conhecidos como BLDC, que estão ficando cada vez mais populares no segmento de refrigeração. Trata-se de um tipo de motor que vai dentro de um compressor de velocidade variável.

“Em testes reais, sistemas contando com compressores BLDC, válvulas de expansão eletrônicas e controle adaptativo conseguem entregar mais de 24% de economia de energia na comparação com as soluções tradicionais do mercado. Essa redução de consumo já é notada pelos supermercadistas que, uma vez em contato com esse tipo de tecnologia, dificilmente voltam a aceitar sistemas menos eficientes”, comenta o gerente técnico para a América Latina da Carel, Marcel Nishimori.

Desenvolvido para trabalhar em várias velocidades, o motor de ímã permanente permite que o compressor adapte seu funcionamento às necessidades do equipamento de refrigeração.

“Em um ambiente de constante abertura de portas, como um supermercado, por exemplo, ele recupera a temperatura ideal muito mais rapidamente do que um compressor de velocidade fixa (liga-desliga). Esse motor tem causado um impacto muito positivo no setor, visto que os modelos mais recentes podem economizar até 40% de energia elétrica, em comparação com os compressores de velocidade fixa”, concorda Malutta, da Nidec.

O executivo aponta também como tendência o uso do glicol como fluido secundário em aplicações de média temperatura, processo que já está consolidado em todos os tamanhos de supermercado no Brasil. Segundo ele, atualmente é muito comum encontrar unidades condensadoras dentro das lojas do tipo low condensing para expositores verticais e câmaras frias que operam em baixa temperatura.

“As unidades low condensing são pensadas para aproveitar as linhas de glicol que passam pelo estabelecimento e utilizar esse fluido como agente de condensação em vez de se instalar uma central de compressores na casa de máquinas e ter tubulações de cobre até os pontos de frio em toda loja. Essa nova modalidade de instalação aumenta a área de vendas, pois se faz necessário o uso de uma central de compressores para os evaporadores de congelados”, detalha Nishimori, da Carel.

Outro fator que colaborou decisivamente para os ganhos em refrigeração comercial são os projetos envolvendo o fechamento de expositores e ilhas com portas de vidro, que até então eram abertos, se configurou em outra tendência adotada pelos varejistas.

“Somente esse ajuste diminuiu significativamente a carga térmica dos expositores, proporcionando redução de carga frigorífica e dando espaço nos racks de frio alimentar à linha de compressores com tecnologia scroll e herméticos, em substituição aos tradicionais semi-herméticos, cuja eficiência é menor”, explica o coordenador de vendas na Danfoss, Oswaldo Maestrelli Junior.

Juntamente com a eficiência energética, o mercado do frio tem acompanhado a tendência tecnológica de redução de tamanho dos compressores, a chamada miniaturização.

A partir do uso de muita tecnologia embarcada, esse processo visa à fabricação de compressores menores, mas com a mesma capacidade de refrigeração e até mais eficiência energética do que seus antecessores.

“Há vários ganhos nisso, como a otimização do espaço interno do gabinete, liberando mais área para armazenamento de produtos e reduzindo o consumo de recursos naturais para fabricação dos compressores”, salienta o executivo da Nidec, fabricante da marca Embraco.

Baixo impacto

Outra forte tendência na refrigeração comercial, que utiliza anualmente toneladas de gases refrigerantes, é a busca por substâncias de baixo impacto ambiental, a exemplo do propano (R-290).

“Em 2021, 65% de nossos compressores, comercializados globalmente, tanto em setores residenciais quanto comerciais, já contavam com fluidos refrigerantes naturais”, descreve Sander Malutta.

A aplicação de fluidos refrigerantes de baixo GWP, especialmente o propano, o dióxido de carbono e misturas à base de hidrofluorolefinas (HFOs), tornaram-se outra alternativa aos refrigerantes que encontram-se em gradual processo de retirada do mercado.

“O desenvolvimento de novas tecnologias visa atender às demandas da Emenda de Kigali e procura, com isso, minimizar o consumo de energia elétrica. Fluidos refrigerantes de baixo GWP e controle de capacidade nos compressores são ações efetivas que trouxeram novas perspectivas para o futuro próximo”, complementa o gerente de engenharia da Eletrofrio, Rogério Marson Rodrigues, lembrando que são diversos os projetos em operação que já usufruem daquilo que será regra muito em breve.

De acordo com o executivo, a fabricante curitibana tem em seu portfólio equipamentos resfriadores de glicol (HighPack), considerados a vedete da refrigeração comercial brasileira no momento.

“São máquinas simples, de baixo custo, boa eficiência energética e reduzida carga de fluido refrigerante, ou seja, um conjunto de características consideradas estratégicas na análise de viabilidade de um projeto que busca atender às demandas atuais e futuras de um sistema de refrigeração para supermercados”, avalia Rodrigues.

Para o vendedor técnico da Danfoss Alex Pagiato, que atua nos segmentos de OEM e usuários finais, “a tecnologia de condensadores microcanal mostrou-se a mais favorável, pois reduz a carga de refrigerante em até 30%, atendendo aos requisitos e às normas que restringem o volume a 150 gramas, no caso do propano”, argumenta.

O representante da multinacional dinamarquesa informa que entre seus carros-chefes estão os compressores scroll homologados para os principais fluidos refrigerantes; inversores de frequência; válvulas de expansão eletrônicas do tipo passo e pulso; condensadores microcanal; trocadores de calor a placas; válvulas de balanceamento para fluido secundário; controladores eletrônicos e gerenciadores de sistema com acesso remoto. Todos estes produtos são importados das plantas globais da Danfoss localizadas na Europa, Ásia e América do Norte.

A japonesa Nidec, por sua vez, tem um rol bem diversificado de produtos voltados à refrigeração comercial, no caso dos compressores de velocidade variável, como as linhas FMF e VEM.

A linha FMF é uma família de compressores para aplicações comerciais que apresenta os melhores níveis de eficiência energética do mercado na sua categoria de tamanho e capacidade de refrigeração. Com deslocamento máximo de 6 a 15 cc, a versatilidade deste portfólio o torna indicado para equipamentos de qualquer segmento, como varejo de alimentos, cozinhas profissionais, aplicações médicas e científicas e expositores (merchandisers). Conta com tecnologia de velocidade variável (inverter) e utiliza refrigerante R-290.

A linha VEM tem como destaque o modelo VEMT404U – compressor para aplicações comerciais como merchandisers e equipamentos de refrigeração de cozinhas profissionais ou outros serviços de alimentação. Funciona com R290 e é até 10% mais eficiente do que os modelos competidores equivalentes (inverters).

Entre as unidades condensadoras, alguns dos principais modelos vendidos para uso no varejo brasileiro são as UFMF, projetadas para refrigeração comercial e reconhecida por sua eficiência energética, o que as tornam ideais para aplicações que exigem alta estabilidade de temperatura, confiabilidade e baixo ruído.

Bivolts e de bifrequências, operam nas tensões nominais de 110 V e 220 V e nas frequências de 50 e 60 Hz, além de trabalharem em ampla faixa de rotações por minuto (RPM). São dotadas de um compressor de velocidade variável FMF que, por meio de gerenciamento eletrônico, mantém a temperatura estável, independente da demanda, e opera com R290.

Já na linha de compressores de velocidade fixa com alta eficiência energética, o destaque vai para o compressor NEX, voltado para aplicações no varejo de alimentos, como expositores refrigerados, e para serviços de alimentação, como máquinas de gelo, refrigeradores de cozinhas profissionais e refrigeradores de bebidas.

“Trata-se da quarta geração da família de compressores Embraco NE. Em comparação com as gerações anteriores, fornece entre 7% e 10% mais eficiência energética, menores ruído e vibração, e opera com refrigerante natural R290”, informa Sander Malutta, da Nidec.

Além do já citado conjunto de compressor BLDC, do tipo variável, a multinacional norte-americana Carel aposta no variador de velocidade Power+, na válvula de expansão eletrônica e no controle completo que possibilita a integração de todos os componentes em um sistema adaptativo para diversos tipos de aplicação.

O gerente técnico para a América Latina da Carel, Marcel Nishimori, comenta que a recém-lançada família de controles iJ tem como principal característica a conectividade, tanto de interface com o usuário quanto de troca de informações, em tempo real, com o módulo inversor do principal compressor VCC disponível no Brasil.

“Esta integração entre controle e inversor permite obter o máximo rendimento frigorífico, proporcionando maior estabilidade de temperatura ao produto e aumentando sua qualidade sensorial e vida de prateleira”, completa.

Principais tendências do mercado brasileiro

Conversores de frequência. São conhecidos também como inversores de frequência, ou inverters. Trata-se do dispositivo eletrônico que é acoplado ao compressor e controla a velocidade de funcionamento do motor de ímã permanente, que fica dentro do compressor. Juntos, eles compõem o chamado compressor de velocidade variável.

Condensadores de microcanal. Tecnologia que utiliza canais mais finos no condensador, aumentando a pressão exercida sobre o fluido refrigerante, permitindo o uso de uma quantidade menor de material.

Fluidos refrigerantes de baixo impacto climático. Nas últimas décadas, um esforço global tem sido para substituir os HFCs refrigerantes com alto potencial de aquecimento global, por fluidos de menor impacto ambiental. Os refrigerantes naturais estão entre as melhores e mais viáveis alternativas no campo da refrigeração comercial leve.

 

Aberta as inscrições para o Circuito dos Instaladores etapa João Pessoa-PB

A escola Senai ORC-PB (Odilon Ribeiro Coutinho) vai sediar nos dias 21, 22 e 23 de setembro, das 18h às 21h, a quinta etapa do Circuito dos Instaladores pela Valorização Profissional, um evento itinerante gratuito promovido pela Revista do Frio com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial e patrocínio de grandes empresas do mercado de refrigeração e ar condicionado. Durante o encontro, que será transmitido pelo Clube do Frio, especialistas do setor vão compartilhar com os participantes informações sobre as últimas inovações e tendências tecnológicas na indústria de climatização. Além disso, haverá sorteio de prêmios exclusivos para a audiência presente e remota.

Para participar do encontro, os interessados devem preencher o formulário de inscrição disponível no site da Revista do Frio. As vagas disponíveis para o evento presencial são limitadas.

Inscreva-se já!

Chemours promove webinar sobre soluções para refrigeração comercial

A Chemours promove no dia 11 de agosto, quinta-feira, a partir das 19h, um webinar com o tema “Soluções para Refrigeração Comercial”, que será apresentado por Lucas Fugita, especialista em Serviços Técnicos, Estratégia e Desenvolvimento de Negócios na empresa.

O webinar é o segundo encontro realizado para dar suporte à campanha “A Mudança que o Mundo Precisa”, lançada em junho pela Chemours.

No encontro, serão comparadas as diferentes soluções disponíveis no mercado e as tendências para fluidos refrigerantes de baixo impacto ambiental e que são essenciais para a redução das emissões de CO2 com baixo custo total de propriedade, tendo como público principal, profissionais em Refrigeração Comercial e Supermercadistas.

Senado aprova adesão do Brasil à Emenda de Kigali

O Senado aprovou nesta quarta-feira (13) o projeto de decreto legislativo que ratifica acordo para redução da emissão de gases hidrofluorcarbonos (HFCs), que provocam aquecimento global. O gás é usado como fluido refrigerante no setor de refrigeração e climatização e também em alguns produtos aerossóis.

No Senado, o projeto tramitou na forma do PDL 179/2022. Antes, na Câmara, havia tramitado na forma do PDL 1100/2018. Agora a matéria segue para promulgação.

O texto ratifica a Emenda de Kigali, assinada em 2016 com o objetivo de alterar o Protocolo de Montreal. Seguido pelo Brasil desde 1990, esse protocolo é o único tratado multilateral sobre temas ambientais com ratificação universal.

De acordo com o Protocolo de Montreal, os países se comprometem a substituir as substâncias responsáveis pela destruição do ozônio, como os clorofluorcarbonos (CFCs) e os hidroclorofluorcarbonos (HCFCs). No entanto, sua redação original não tratava dos hidrofluorcarbonos (HFCs), que são utilizados há décadas como alternativa aos CFCs e aos HCFCs. A Emenda de Kigali incluiu os HFCs no protocolo.

Apesar de não causarem danos à camada de ozônio, os hidrofluorcarbonos apresentam elevado impacto no sistema climático global — o HFC é milhares de vezes mais prejudicial que o dióxido de carbono (CO2), o principal responsável pelo aquecimento global.

Atraso

O texto desse acordo, enviado pelo Executivo ao Congresso em 2018, já havia sido aprovado pela Câmara dos Deptutados em maio deste ano. Durante a votação do projeto no Senado, nesta quarta-feira, a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), relatora da matéria, lembrou que dos 144 países em desenvolvimento somente Brasil e Iêmen ainda não tinham ratificado a Emenda de Kigali nem enviado carta-compromisso sobre o assunto à Organização das Nações Unidas (ONU).

Mara também observou que a adesão da China ao acordo, em 2021, aumentou a pressão para que o Brasil se posicionasse quanto à questão.

— Com a ratificação pela China, provavelmente haverá uma revolução em termos de tecnologia. E como a Emenda [de Kigali] está atrelada ao Protocolo [de Montreal], os países que a ratificam passam a ter acesso aos recursos do protocolo para adaptação dos processos industriais e capacitação técnica da mão de obra — ressaltou a senadora, que também afirmou que a estimativa é de recursos da ordem de US$ 100 milhões para o Brasil, para que as indústrias de capital possam adaptar seus processos produtivos.

Cronograma

A Emenda de Kigali define um cronograma de redução da produção e consumo dos hidrofluorcarbonos (os HFCs). Segundo o texto, países em desenvolvimento, como o Brasil, deverão “congelar” seu consumo do gás HFC até 2024; reduzir seu consumo em 10% até 2029; e reduzir em 85% até 2045.

Já os países desenvolvidos se comprometeram a reduzir seu consumo de HFCs em 10% em 2019 até alcançar menos de 85% em 2036.

As emissões dos HFCs vêm aumentando globalmente em torno de 8% ao ano, podendo responder por até 19% das emissões de gases de efeito estufa em 2053, de acordo com dados da ONU. Essa entidade estima que, sem a Emenda de Kigali, a contribuição do HFC para o aquecimento global poderia por si só provocar um aumento médio da temperatura de aproximadamente 0,5 °C.

Com informações da Agência Câmara

Fonte: Agência Senado

Indústria e comércio homenageiam refrigeristas

Apesar das dificuldades enfrentadas no dia a dia, técnicos profissionais do setor conquistam mais reconhecimento.

Sistemas de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (HVAC-R, na sigla em inglês) são componentes das nossas vidas, mas sobre os quais a maioria absoluta das pessoas não pensa em seu dia a dia, a menos que algo dê errado.

Quando ocorrem contratempos, os clientes recorrem a um grupo especial de prestadores de serviços preparados para instalar e consertar equipamentos do gênero em casas, shoppings, hotéis, supermercados, hospitais, bancos de sangue, meios de transporte, data centers, indústrias e demais instalações essenciais à vida moderna.

Estamos falando dos engenheiros, técnicos, mecânicos e demais profissionais do HVAC-R, classe que costuma receber homenagens da indústria e do comércio de refrigeração em 7 de julho, data em que o setor tem comemorado, nos últimos anos, o Dia do Refrigerista.

Apesar de ainda ser uma comemoração informal, ou seja, não oficializada em nenhuma espécie de lei ou calendário de efemérides comerciais do País, se não fossem esses profissionais, quem, afinal de contas, estaria reparando geladeiras, freezers, condicionadores de ar, túneis de congelamento, câmaras frigoríficas, caminhões refrigerados, centros de distribuição, de alimentos, vacinas, medicamentos e milhares de outros produtos que dependem de sistemas de controle de temperatura para sua conservação?

Indiscutivelmente, viver sem refrigeração e ar condicionado é impensável hoje em dia. Entretanto, aos olhos do grande público, o setor parece continuar sendo uma indústria invisível, apesar de ser uma indústria imprescindível para manter nossa economia funcionando.

Afinal de contas, temos profissionais do setor trabalhando em uma grande variedade de ambientes, de escolas a fábricas. Eles desempenham um papel vital na construção de qualquer edifício que tenha sistemas de climatização e refrigeração, e suas funções são importantes porque ajudam a maximizar a eficiência dos equipamentos, principalmente em termos energéticos.

Ademais, apesar do número crescente de “aventureiros desqualificados” que desvalorizam a profissão no País, o mercado de refrigeração e ar condicionado apresenta ótimas perspectivas de trabalho e remuneração. Certamente, não é segredo que as pessoas continuarão usando geladeiras, sistemas de aquecimento e condicionadores de ar no futuro próximo, além de sistemas de comunicação que precisam ser mantidos em ambientes climatizados.

A expansão da construção civil, tanto comercial quanto residencial, é outro fator que impulsiona a demanda por técnicos e engenheiros de HVAC-R. E as perspectivas de emprego para os iniciantes que concluem um curso técnico, profissionalizante ou superior são realmente promissoras.

Sistemas de refrigeração e ar condicionado funcionando adequadamente não apenas reduzem o impacto ambiental, mas também ajudam a economizar o dinheiro dos consumidores e proporcionam conforto ideal em suas casas e ambientes de trabalho. Isso melhora sensivelmente sua qualidade de vida, o que é inestimável.

Por esses e outros motivos, deixamos aqui nossos parabéns e muito obrigado a todos aqueles que se dedicam a tornar nosso mundo mais seguro e confortável.

Vazamentos de fluidos refrigerantes na mira do setor

Perda desses insumos drena recursos consideráveis, prejudica o meio ambiente e expõe as pessoas a acidentes. Detectores usam tecnologia capaz de encontrar escapes imperceptíveis.

Responsáveis por gerar prejuízos de milhões de reais anualmente a donos de aparelhos de ar condicionado, refrigeradores e freezers domésticos, comerciais e industriais, os vazamentos de fluidos refrigerantes continuam sendo um poderoso gargalo da cadeia produtiva do frio.

A perda do insumo, muitas vezes imperceptível, pode acontecer por várias causas externas e internas, desde instalações malfeitas, realizadas sem obedecer aos parâmetros estabelecidos pelos fabricantes, até o uso de ferramentas inadequadas ou de forma incorreta.

Há também a ocorrência de processos de desgaste de materiais, por exposição ao clima, além de danos provocados por choques físicos nos equipamentos, tensão térmica ou ambiental e até mesmo pela natural vibração de componentes durante o funcionamento. As conexões mecânicas são identificadas como as mais críticas.

Anualmente, 80% das importações brasileiras de R-22, um refrigerante clorado amplamente utilizado nos supermercados, destinam-se ao mercado de reposição. Além dos prejuízos financeiros, os vazamentos contribuem para prejudicar o meio ambiente e acabam expondo técnicos e consumidores a acidentes, no caso de manipulação de refrigerantes tóxicos ou inflamáveis.

No Brasil, o mercado segue diretrizes da NBR 16186:2013 – Refrigeração comercial, detecção de vazamentos, contenção de fluido frigorífico, manutenção e reparos. A norma estabelece os requisitos mínimos e os procedimentos para redução da emissão de gases refrigerantes em equipamentos e instalações de refrigeração comercial.

De acordo com estimativas de especialistas do setor de refrigeração no Brasil, 60% dos vazamentos são causados pela má qualidade técnica nos serviços de manutenção, pela ausência de normas para a prática desta atividade, além da falta de conscientização ambiental. Os outros 40% dos vazamentos em sistemas frigoríficos devem-se à má qualidade do equipamento de refrigeração.

Vários são os métodos diretos recomendados para a detecção de vazamentos, conforme enumera o Guia de Boas Práticas e Controle de Vazamento, criado em 2015 para o Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ, em alemão) e com o apoio da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

Um dos processos mais simples, porém, efetivo, é o teste de espuma de sabão com pressão do fluido frigorífico. Algumas marcas podem ser fornecidas com um pincel aplicador ou uma bola absorvente de algodão ligada a um fio rígido no interior de uma tampa. Há também similares com um aplicador spray.

De baixo custo, rápido e confiável, o detector de vazamento hálide (lamparina) pode ser utilizado apenas para detectar fluidos frigoríficos clorados e vazamentos de até 150 gramas por ano. A lamparina funciona segundo o princípio de que o ar é arrastado ao longo de um elemento de cobre aquecido por um combustível de hidrocarboneto. Se o vapor do fluido frigorífico halogenado estiver presente, a chama muda da cor azul para verde.

Habitualmente usado em sistemas de ar condicionado automotivo, o método de contrastes ultravioletas de detecção de vazamentos funciona quando uma substância fluorescente ou colorida é inserida no sistema e se desloca com o lubrificante através dos componentes do circuito. A mancha de vazamento é indicada pelo escape de fluido frigorífico.

Baseado na tecnologia TCD, o detector de gás eletrônico geralmente é usado para rapidamente encontrar a área de vazamento de um sistema. O método é sensível a faixas de vazamento diminutas, a partir de três gramas por ano. O detector usa uma sonda que cria uma emissão elétrica na presença de um fluido refrigerante. O sinal elétrico, por sua vez, é convertido em sinal visual ou sonoro.

Capaz de encontrar vazamentos de pequena proporção – com uma taxa menor do que um grama por ano –, a detecção com o uso de gás marcador é um método muito confiável que permite aos técnicos a realização de testes em um sistema com baixa pressão.

Os técnicos podem trabalhar, em busca de vazamentos de fluidos, com detectores ultrassônicos ou infravermelhos, que pela grande diversidade de funções, têm preços variando de R$ 150 a R$ 5 mil (para uso em campo), podendo chegar a R$ 50 mil, no caso dos robustos dispositivos industriais.

Os aparelhos ultrassônicos detectam vazamentos de vapores ou gases em locais onde essas substâncias não podem ser visualizadas ou detectadas pela audição ou olfato. Geralmente são utilizados em aplicações industriais, para detectar vazamentos em componentes de grandes dimensões, podendo inclusive ser usados, com segurança, em operações com gases tóxicos ou inflamáveis.

Conforme o Guia de Boas Práticas, do MMA, o aparelho ultrassônico pode detectar as vibrações criadas no ar por minúsculos vazamentos de gás ou vapor sob pressão, e transformá-los em um som audível ou alarme que pode ser facilmente detectado pelo operador do detector.

Já os equipamentos infravermelhos, segundo a publicação, têm uma superfície de detecção ótica por onde o fluido, que absorve a radiação IV (infravermelha), passa. Assim, quando essa passagem é detectada, soa um alarme, que depende da quantidade de radiação absorvida. A tecnologia é muito precisa e menos sujeita à contaminação.

 

Perda de rendimento

“Usando os equipamentos splits como exemplo, o primeiro sintoma relacionado ao vazamento de fluido no sistema de refrigeração é a perda de rendimento e capacidade frigorífica por conta da redução da massa de refrigerante circulando na tubulação. Com a queda de pressão na sucção, ocorre também a diminuição indesejada da temperatura de evaporação do fluido, ocasionando, em algumas situações, a formação de gelo na serpentina do evaporador”, explica o consultor comercial Samuel Gonçalves, da Elitech Brasil.

Segundo ele, na pior das hipóteses, além da falta de rendimento, pode também ocorrer danos ao compressor, pois o fluido refrigerante também é responsável pelo resfriamento do motor. “Normalmente, os vazamentos ocorrem em pontos de conexões e soldas na tubulação. Em splits, são mais frequentes nas porcas flange por conta de má execução do flange nos tubos de cobre ou do aperto insuficiente da porca”, descreve o consultor.

A Elitech tem apostado muito nos detectores de vazamento de fluido refrigerante com sensor do tipo infravermelho. Nessa categoria, a empresa oferece os modelos ILD200 e o InframateD, equipamentos bem-sucedidos no mercado do frio. Falando especificamente da tecnologia presente nos dois modelos, o teste é feito usando o método de espectroscopia óptica, que analisa a presença de compostos halogenados no ar baseado na frequência eletromagnética que as moléculas absorvem da luz.

“Uma instalação bem-feita deve passar por teste de estanqueidade com nitrogênio e por estabilização do vácuo, pois por meio desses dois processos é possível identificar vazamentos”, complementa Gonçalves.

Atualmente, a empresa oferece os manifolds digitais MS2000 e MS4000 e as bombas de vácuo inteligentes série V1200, que permitem realizar esse acompanhamento, inclusive com conectividade bluetooth nos smartphones com o app Elitech Tools. “Com ele, pode-se até gerar um relatório do tipo laudo técnico para comprovar a realização do serviço ao cliente”, pondera.

A Elitech possui detectores para três tipos de aplicação – halogenados – CFC, HCFC, HFC, HFO e SF6 (todos que têm cloro ou flúor); hidrocarbonetos – HCs propano (R290) e isobutano (R600a); e CO2 (R744).

O gerente de marketing da Testo do Brasil, Victor Brogin, entende que os principais pontos de atenção nos sistemas de refrigeração e ar condicionado são as válvulas de serviços e conexões, principalmente as do tipo schrader.

“Os fluidos são classificados por toxicidade e inflamabilidade, e durante um vazamento, o contato direto com pessoas pode causar sérios danos à saúde, como queimaduras e lesões graves na pele. Além disso, há o risco de explosões, dependendo da concentração do fluido que escapou para o ambiente”, argumenta.

Especializada na produção e distribuição de instrumentos e sistemas de medição, a companhia, que comercializa manifolds digitais e vacuômetros, informa que ainda neste ano lançará novos aparelhos de medição de fluidos refrigerantes. Em seu portfólio, conta com a família de instrumentos Testo 316, composta por três modelos de detectores de vazamentos, com sensores capazes de identificar as fugas mais discretas dos fluidos mais variados.

“Nossos detectores funcionam com um sensor de diodo aquecido, que aquece o fluido após a fuga do sistema e quebra as suas moléculas. Ao serem quebradas, um cloro carregado positivamente (ou íon flúor) aparece, já que a maioria dos refrigerantes contém estas duas substâncias. O sensor detecta as substâncias e o instrumento soa um alarme ao profissional, indicando o vazamento”, explica Brogin.

Reconhecida pela inovação trazida pelo seu famoso alicate Lokring, a alemã Vulkan também tem se preocupado com os vazamentos de fluidos, conforme relata o vendedor técnico Paulo Vitor Dalla Torre.

“Os principais problemas ocorrem em locais de difícil acesso para a instalação ou a correção do equipamento. O mesmo acontece com os flanges, em novas instalações em que as tubulações ficam em forros ou em lugares com grandes riscos de incêndio. Os vazamentos são muito recorrentes por existir a dificuldade de acesso com o maçarico, e com o Sistema Lokring esta dificuldade deixa de existir, pois o nosso sistema oferece segurança e abrangência de instalação ou correção em ambientes confinados”, detalha.

A Vulkan oferece ao mercado o detector de vazamento TLD-500, que consegue detectar microvazamentos de até três gramas por ano. Segundo a fabricante, seu grande diferencial é a mistura de 95% de nitrogênio e 5% de hidrogênio injetadas nas linhas frigorígenas, fazendo com que o técnico descubra o vazamento sem ter que desmontar o equipamento.

“Vazamentos são sempre prejudiciais para o meio ambiente, e acompanhando a movimentação dos grandes fabricantes, é possível enxergar a preocupação com essa responsabilidade, seja com a adoção de selos ecológicos, ou de boas práticas de refrigeração, como a importância de se utilizar ferramentas apropriadas para o recolhimento e a correção do equipamento. Afinal, com tantas informações hoje disponíveis, é inadmissível que isso ainda aconteça em nosso segmento”, complementa Dalla Torre.

A origem do problema

Vazamentos de fluidos refrigerantes são causados pelo desgaste inevitável em um sistema de refrigeração, bem como por um projeto inadequado e falta de boas práticas de instalação e manutenção, tais como:

Técnicas de brasagem deficientes – Vazamentos podem resultar de técnicas de brasagem inadequadas, como limpeza inadequada da junta antes da brasagem, uso da liga de brasagem errada e falha no aquecimento da junta uniformemente ou na temperatura adequada antes de por liga de brasagem na junta.

 Conexões mal apertadas – Vazamentos ocorrem em conexões rosqueadas e alargadas quando não são apertadas o suficiente ou quando são apertadas demais e racham.

 Falta de tampas e vedações nas válvulas – Para reduzir vazamentos através de hastes de válvulas e núcleos Schrader, todas as hastes de válvulas projetadas para serem tampadas e todas as válvulas Schrader de acesso devem ter as tampas adequadas no lugar.

 Material incompatível com óleo ou refrigerante – As vedações expostas a refrigerantes HCFCs incham a uma taxa diferente das vedações expostas a refrigerantes HFCs. Se um sistema estiver sendo convertido (retrofit) de um refrigerante HCFC para um refrigerante HFC, especialmente se for necessário mudar o óleo de um óleo mineral para um óleo poliolester (POE), as gaxetas ou vedações no sistema podem precisar ser substituídas.

 Vibração – A maioria das vibrações em sistemas de refrigeração ocorre nas linhas de descarga do compressor ou perto delas e são causadas por pulsações de gás. Se graves, as vibrações da linha de descarga podem resultar em linhas ou conexões quebradas.

 Expansão e contração térmica – Os sistemas de refrigeração alteram a temperatura, resultando em expansão e contração da tubulação de refrigeração e componentes associados. Se uma linha for impedida de se expandir livremente, as forças de tensão térmica no tubo podem fazer com que ele quebre os encaixes nos pontos de suporte.

 Corrosão – As serpentinas de cobre do evaporador em contato com ácidos alimentícios, como vinagre, podem corroer com o tempo e desenvolver microvazamentos. Vazamentos causados por corrosão também podem ocorrer em componentes do rack do compressor pela formação de condensação ou gotejamento nos componentes metálicos do rack. Materiais de limpeza incompatíveis ou usados incorretamente também causam corrosão. Os técnicos devem usar apenas agentes de limpeza compatíveis com os componentes de refrigeração, especialmente os evaporadores e a tubulação associada

 Contato metal-metal da tubulação – Tubulação de cobre em contato direto com outra tubulação ou suportes de aço mais duros ou concreto pode criar vazamentos.

 Suporte inadequado da tubulação – A tubulação de cobre com suporte inadequado cederá entre os suportes ou em curvas de 90 graus, criando estresse indesejado. Esse estresse pode levar a linhas quebradas ou acessórios, eventualmente causando vazamentos.

Mercado do frio começa a adotar agenda ESG

Cada vez mais seguidas no Brasil, iniciativas de cunho ambiental, social e de governança baseiam-se em cinco pilares – estratégia e negócios, estrutura e gestão, políticas e práticas, divulgação de informações e relação com investidores.

Questões ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês) passaram a ser consideradas essenciais nas análises de riscos e nas decisões de investimentos, colocando uma forte pressão no setor empresarial e tornando-se driver estratégico para a inovação.

Hoje, é imprescindível que as companhias tenham um propósito claro no mercado, além de atuarem com aspecto social e de inovabilidade (junção dos termos sustentabilidade e inovação), segundo especialistas.

De acordo com levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 61% das organizações possuem pessoas dedicadas à inovação e 45% possuem orçamento – dois componentes que registram o ganho de comprometimento com a agenda ESG.

Basicamente, no meio corporativo, o olhar deve estar direcionado ao entendimento de quais são os temas importantes que determinada empresa consegue alcançar e as temáticas que afetam a companhia, pensando especialmente na agenda ESG.

Resumidamente, o ESG mede o engajamento das empresas em relação às iniciativas que diminuam os impactos negativos no meio ambiente e promovam uma sociedade mais justa. Sua agenda é baseada em cinco pilares – estratégia e negócios, estrutura e gestão, políticas e práticas, divulgação de informações e relação com investidores.

No campo corporativo, “a União Europeia tem sido a principal protagonista com avanços importantes e constantes em ESG, envolvendo planos para combater as mudanças climáticas e descarbonizar a economia, para atingir a meta de conseguir, até 2030, reduzir em 55% suas emissões de gases de efeito estufa em relação aos níveis de 1990. A busca pela neutralidade em carbono, a meta carbono zero, deixou de ser um sonho e se transformou em plano”, detalha o estudo “ESG e as empresas de capital aberto”, realizado conjuntamente por Grant Thornton Brasil, XP Inc. e Fundação Dom Cabral.

Ainda segundo a pesquisa, que teve a participação de 167 empresas brasileiras de capital aberto e foi lançada em 2021, o “Brasil começou a ampliar seu olhar para o ESG, as empresas estão avançando alguns passos nessa direção, mas ainda há lacunas que precisarão ser preenchidas para que o país não fique para trás nesse movimento – e as ações devem ser rápidas para que a agenda esteja inserida na cultura das organizações e atenda exigências urgentes que chegam do setor financeiro, já que as questões ambientais, sociais e de governança passaram a ser consideradas essenciais nas análises de riscos e nas decisões de investimentos”.

Para o CEO da Grant Thornton Brasil, Daniel Maranhão, o cenário global vem mudando rapidamente, visto que há dez anos a relevância dos aspectos ESG e negócios sustentáveis era percebida de forma completamente diferente do que é hoje.

“As questões ambientais, sociais e de governança colocam pressão sobre o setor empresarial, e podemos ver uma evolução nas práticas de sustentabilidade corporativa, deixando de tratar a sustentabilidade apenas como projetos socioambientais patrocinados pela empresa para se tornar uma estratégia do negócio. Também já está ficando claro que veremos cada vez mais o envolvimento ativo dos investidores na demanda por melhor qualidade de dados ESG”, complementa o executivo.

Cadeia de suprimentos

A cadeia de suprimentos também tem feito seu papel, a exemplo do Deutsche Post DHL Group, do qual a DHL Supply Chain faz parte e busca liderar este movimento na logística, tendo como uma de suas principais metas zerar suas emissões até 2050.

“Em 2021, o grupo anunciou um novo plano de sustentabilidade que inclui metas de ESG como eletrificar até 60% de sua frota, buscar a utilização de combustíveis alternativos, práticas de compensação de emissões e até uma proposta de vinculação da remuneração do conselho de administração com a execução deste plano”, explica Cybelle Esteves, diretora para a América Latina de QRA, HSE, BCM, ESG & GoGreen.

Com forte atuação nas áreas de armazenagem, distribuição e transporte de medicamentos, insumos e equipamentos médicos e hospitalares, o Grupo DHL tem destacadas operações no HVAC-R. A primeira se dá com a Polar, transportadora especializada na cadeia produtiva do frio, que instalou em alguns caminhões refrigerados placas solares ultrafinas que reduzem em 5% o consumo de combustível, diminuindo assim também as emissões.

“Em outra iniciativa, trocamos caixas descartáveis por caixas reutilizáveis para o transporte de medicamentos que requerem temperaturas mais baixas, o que proporcionou ganhos operacionais, de custos e também uma sensível redução de descarte de materiais, além do uso de gases ‘verdes’ em nossos sistemas de climatização de ambientes”, salienta Cybelle.

No Brasil, a empresa segue sua agenda ESG, com mais de 60 caminhões elétricos e tem como meta chegar a uma frota com mais de 120 ao final deste ano, o que expande bastante sua gama de cobertura de serviços zero emissão. Este projeto ganhou destaque global, porque mais de 50% dos motoristas são mulheres.

“Nesta mesma linha, lançamos em 2020 nosso primeiro centro de distribuição com uma usina solar no teto que gera quase toda a energia necessárias para operar. Esta instalação agrega também outras boas práticas sustentáveis, como aproveitamento de resíduos e medidas de uso racional de água e iluminação, o que garantiu as certificações Leed Gold e Leed Platinum.”

Metas ambiciosas

Na mesma onda de sustentabilidade, a dinamarquesa Danfoss mira 2030 visando integrar novas metas e ambições ESG com base na iniciativa Science Based Targets.

“A Danfoss aspira assumir posições de liderança em descarbonização, circularidade e diversidade e inclusão, seguindo comprometida em descarbonizar nossas operações globais até 2030 e melhorar a diversidade de gênero, com mulheres ocupando 30% dos cargos de liderança até 2025, ao mesmo tempo em que reformula sua abordagem para construir uma equipe diversificada e inclusiva”, comenta o presidente e CEO da multinacional, Kim Fausing.

Segundo o executivo, a empresa continuará investindo em sustentabilidade e melhorando sua pegada climática, definindo metas com base na iniciativa Science Based Targets e estendendo sua robusta abordagem para incluir toda a cadeia de valor. “Todo esse progresso em sustentabilidade será acompanhado da mesma forma que é feito na parte financeira, com dados sólidos e uma abordagem sistemática”, conclui.

Uma das empresas pioneiras na agenda ESG, a Chemours deu início, em 2017, ao programa Compromisso de Responsabilidade Corporativa (CRC), no qual definiu dez objetivos a serem atingidos até 2030 que contemplam os valores da companhia e os princípios dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Os objetivos da indústria química americana são possuir pelo menos 50% de mulheres no quadro de funcionários mundialmente e pelo menos 20% de diversidade étnica no quadro de funcionários dos EUA; melhorar em 75% o desempenho de segurança de funcionários, terceiros, processos e distribuição; investir US$ 50 milhões nas comunidades para elevar o acesso a ciência, tecnologia, engenharia e matemática, além de iniciativas de segurança e programas ambientais de sustentabilidade; e reduzir em 60% as emissões de gases de efeito estufa de suas operações.

“Além disso, a companhia buscará zerar as emissões de gases de efeito estufa em nossas operações até 2050; reduzir em 99% ou mais as emissões aquáticas e aéreas de compostos orgânicos fluorados e em 70% na intensidade do volume de aterros sanitários utilizados; possuir 50% ou mais da receita proveniente de produtos que suportam os ODS da ONU; e utilizar fornecedores 15% mais sustentáveis”, completa Arthur Ngai, gerente de marketing e desenvolvimento de negócios da multinacional na América Latina.

 

Circularidade em foco

As empresas que adotam práticas de ESG estão mais atentas e se preocupando em fazer o certo, inclusive no tocante à logística reversa de fluidos refrigerantes.

É o que afirma o economista Jorge Colaço, fundador da Recigases, lembrando que “essa cadeia envolve fabricantes, distribuidores, importadores, comerciantes, consumidores e outras partes interessadas”.

“Afinal de contas, proteger o meio ambiente é responsabilidade de todos”, diz o empresário.

Além de recuperar gases contaminados, empresas como a Recigases funcionam como gerenciadores desses resíduos, uma vez que armazenam os fluidos que não são passíveis de regeneração e devem ser encaminhados para a destinação final.

No ano passado, a prestadora de serviços fluminense regenerou 26.760 quilos de diferentes gases halogenados. “Nosso faturamento aumentou 34,5%”, informa Colaço, ao destacar que, “para este ano, esperamos um aumento de 80%, devido à disparada do preço dos fluidos refrigerantes e à maior conscientização do setor”.

“Temos vários clientes com contratações repetitivas ao longo dos anos. Isso é um grande reconhecimento. Também estamos nos equipando para conseguir recolher os fluidos em tempo recorde”, enfatiza.

“Além do barateamento do gás, a regeneração traz outro grande benefício: a mitigação de emissões de gases efeito estufa (GEE) para empresas que são obrigadas a apresentar ao mercado relatórios anuais de lançamento dessas substâncias na atmosfera”, acrescenta.

Chemours realizará webinar gratuito sobre fluidos refrigerantes

A Chemours Company, multinacional química, realizará no dia 10 de maio, das 19h às 22h, o Treinamento de Boas Práticas com Fluidos Refrigerantes, irá abordar sobre aspectos ambientais e de legislação, linha de produtos disponível por segmento de aplicação, limpeza de sistemas, além de dicas sobre boas práticas na refrigeração, como segurança e manuseio.

O webinar, voltado para profissionais e estudantes dos setores de climatização, refrigeração, ar-condicionado automotivo e transporte refrigerado, será apresentado por Amaral Gurgel, especialista em refrigeração, que atua como consultor da Chemours há mais de 25 anos, e será transmitido por meio da plataforma GoToWebinar.

Automação ajuda HVAC-R a virar o jogo contra o desperdício de energia

Irreversível, processo é aplicado em equipamentos, componentes e ferramentas, gerando ganho de tempo na execução de serviços e maior velocidade e precisão em ações de coleta, guarda, gerenciamento e análise de dados.

Presente em praticamente em todos os aspectos da nossa vida cotidiana – automóveis, residências, aviões e bancos, por exemplo –, a automação historicamente é um dos personagens centrais para o desenvolvimento da sociedade, e pelo menos nos últimos 10 a 15 anos tem sido decisiva para a expansão do HVAC-R, especialmente pela utilização disseminada por comunicação remota via internet, wi-fi e bluetooth.

Este processo agora começa a ganhar ainda mais corpo, em função da chegada da rede 5G para transmissão de dados, que vai ampliar a velocidade de tráfego de dados e, consequentemente, a interação dos técnicos com a interface dos produtos com esta tecnologia embarcada.

Os sistemas de refrigeração comerciais com centrais frigoríficas e multievaporadores foram os primeiros, há algum tempo, a receber automação. Segundo a gerente de marketing da brasileira Full Gauge Controls, Valéria Sales, as principais tendências na área “são os produtos que contribuem para a redução do consumo de energia elétrica em instalações e equipamentos, mas ainda pouco usados por aqui. Talvez pela falta de conhecimento técnico ou pelo mito que se criou de serem ‘equipamentos caros’, mas que na verdade representam um custo mínimo dentro de projetos de médio/grande porte e que se pagam em poucos meses com todos benefícios e segurança que oferecem”.

A gestora salienta que “a todo momento são disponibilizadas melhorias nos sistemas e nos controles. Atualmente, o uso de compressores e ventiladores variáveis superam os 40% de economia de energia, além das válvulas de expansão eletrônicas que permitem utilizar 100% da carga de um evaporador, evitando o coeficiente de erro no dimensionamento dos trocadores de calor. O monitoramento e o gerenciamento remoto de instalações e equipamentos, que há tantos anos divulgamos, estão cada vez mais populares também”.

“Dentro de nossa linha, oferecemos soluções voltadas para eficiência energética, como por exemplo, válvulas de expansão eletrônica (linha Valex), controladores inteligentes (linha Rackontrol), controladores para compressores de velocidade variável (linha +ECO), softwares para gerenciamento de instalações (Sitrad PRO) e outros”, acrescenta.

“Neste segmento, percebe-se que novas tendências, incluindo aplicações com fluidos naturais como demanda do mercado, estão gerando um controle muito maior para garantir que os sistemas mantenham os equipamentos dentro de uma zona de maior performance energética e de capacidade, além do balance entre a real demanda (compressores, degelo e capacidade) e a capacidade acionada”, argumenta o gerente regional de aplicação e serviços da Danfoss na América Latina, Eduardo de Castro Drigo.

Segundo ele, isso só é possível com a utilização de componentes como inversores de frequência nos compressores e bombas, ventiladores que também variam sua capacidade, sensores e algoritmos cada vez mais sofisticados.

Para o executivo da multinacional dinamarquesa, outras áreas que antes não utilizavam controles passaram a fazê-lo. Com o aumento do preço da energia e para reduzir perdas e diminuir custos operacionais, os players do HVAC-R, como os dos segmentos de refrigeração industrial e de câmaras frias, estão investindo pesado em desenvolvimento em uma área do mercado que sempre foi de baixo custo e que, gradualmente, vem demandando cada vez mais esta solução.

“Uma tendência forte é o controle mais preciso dos compressores e condensadores – entrega por demanda e não por controles fixos – e evaporadores – controle de injeção e refrigerante e Delta T para otimizar os degelos”, ressalta Drigo.

A Danfoss, por exemplo, oferece automação para todos os segmentos em que atua, como refrigeração comercial, ar condicionado e refrigeração industrial. No caso da refrigeração comercial, oferece a linha ERC, formada por controladores para geladeiras de bebidas, freezers horizontais e aplicações similares, que entre as várias funções de controle, têm como a principal a economia de energia sobre o controle de abertura de portas e da frequência com que clientes passam em frente ao expositor.

“Além disso, esses equipamentos dispõem de uma função específica que indica se há algum problema com o sistema, o que tem reduzido a quebra de compressores neste segmento, garantindo a qualidade dos produtos expostos para o consumidor. Há alguns modelos para centrais frigoríficas”, explica o executivo.

Para fluidos refrigerantes em geral, a Danfoss tem o AK-PC 551, cujo software de controle tem algoritmos específicos para compressores do mercado que demandam controles específicos e tradicionais. Voltado para todas as aplicações do mercado de refrigeração comercial, ele possibilita controlar um chiller de acordo com a demanda de sistemas com glicol, otimizando a condensação de acordo com o Delta T do condensador.

Para sistemas com CO2, a empresa oferece o controlador AK-PC783, que, além de controlar todo o sistema do frio, é capaz de analisar o balance de carga do sistema e entrega o melhor desempenho possível de acordo com as leituras. Ele também controla os periféricos, como por exemplo bomba e aquecimento de água, caso seja necessário usar a alta energia gerada pela descarga dos compressores.

Já para o controle de evaporadores, a Danfoss lançou recentemente o AK-CC55, controlador que é capaz de pilotar qualquer tipo de válvula de expansão eletrônica (AKVP-Pulso ou a ETS-Motorizada) e traz uma interface bluetooth para comunicação com o smartphone, para facilitar a configuração, o comissionamento e a manutenção.

“Além disso, em uma instalação com muitos evaporadores, essa interface facilita a programação em massa, pois pode ser usada como um arquivo eletrônico armazenando as configurações e compartilhando a programação com outros controladores”, detalha Drigo.

Para o controle de evaporadores aplicados com amônia, a multinacional tem o EKE400, controlador desenvolvido para todos os tipos de aplicação em evaporadores para sistemas com amônia, incluindo configurações bem específicas do nosso mercado.

“Por fim, o Alsense é uma solução de IoT para varejo alimentar, e o mais recente lançamento em nuvem da Danfoss para supermercados e aplicações de varejo de alimentos. A oferta de serviços inclui um portal escalonável e seguro para otimizar o desempenho das operações de varejo de alimentos, a partir de uma tecnologia que pode ajudar a alcançar as eficiências necessárias.”

“A solução permite rastrear facilmente o desempenho dos equipamentos de refrigeração que estão conectados ao gerenciador AK-SM800A, responder a alarmes, integrar monitoramento 24 horas por dia, sete dias por semana, reduzir o consumo de energia e muito mais, tudo em uma plataforma integrada”, complementa.

Segundo o gestor, a chegada da tecnologia 5G vai melhorar a integração entre os controladores e as soluções em nuvem, pensando em compartilhamento de informações.

“Como o acesso à internet será muito maior e a capacidade de interagir com outras plataformas online também, os hardwares terão menos responsabilidade direta sobre o controle e mais em compartilhar com a nuvem os dados do equipamento/instalação e os algoritmos ou as inteligências artificiais ficarão em nuvem enviando comandos para os hardwares nas plantas”, conclui Drigo.

O mercado de automação se beneficiou muito da evolução das redes móveis, nos últimos dez anos, com milhões de reais em investimentos em pesquisa e desenvolvimento. A introdução da tecnologia 4G, por exemplo, impactou naquele momento e abriu as portas para o que se tem hoje no HVAC-R.

“O 4G possibilitou, na União Europeia, sistemas de automação para o consumo energético e promoveu uma redução média de 37% em 2007 sobre o consumo que se tinha em 1998, isso só com a implantação do sistema de gestão técnica de edifícios”, descreve o engenheiro Paulo Américo dos Reis, presidente do Departamento Nacional de Automação da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

“A meta com o 5G é atingir um consumo de 2.000 W/mês por habitante na Europa, e outros 1.000 W/mês por habitante, sendo possível apenas pela autogeração alternativa, como foto solar, eólica ou geotérmica”, frisa.

De acordo com o especialista, no Brasil, infelizmente só a área financeira (bancos) vem utilizando em grande escala os produtos ofertados pelas empresas de tecnologia e automação. No varejo, somente os grandes grupos têm utilizados, e em nível pouco perceptível, vinculado só ao controle de logística e financeiro.

“Se pensarmos, por exemplo, que nos países de origem germânica (Alemanha, Áustria, Dinamarca, Holanda e Suíça) possuem desde um pequeno comércio até grandes redes de supermercados sistemas de automação, na verdade gestão totalmente automatizada e remota, em supermercados existe um número porcentual de caixas sem operador, tudo feito pelo cliente em um sistema completo de gestão”, compara.

Sensoreamento

Otimista com a transformação promovida pela expansão da automação no mercado do frio, a Johnson Controls também aposta em tecnologia. Para o diretor de soluções digitais da empresa para América Latina, João Paulo Oliveira, com o sensoreamento espalhado, é possível identificar como está o consumo de energia e frio, e quão eficiente está a planta em determinado instante.

“Assim, a partir desses dados, adotar estratégias, seja o retrofit dos equipamentos, a troca por equipamentos novos, a adoção de novas lógicas de controles ou o uso de soluções que hoje a nossa empresa já tem disponíveis, as quais permitem enviar os dados para a nuvem. A partir da análise dos dados e de diferentes simulações, com machine learning, inteligência artificial, é possível definir uma lógica ótima que irá gerar a economia de energia que o cliente busca”, enfatiza.

O executivo afirma que outra tendência do segmento é a troca da manutenção preventiva para uma mais preditiva, ou até mesmo para aquela que o mercado chama de prescritiva. “Muitas plantas seguem fazendo a manutenção sugerida pelo catálogo do equipamento. A partir do momento em que temos uma conectividade mais rápida e sensores disponíveis em protocolos abertos, passamos a ter a oportunidade de mandar esses dados também para nuvem, para entender como está o comportamento daquele equipamento, e, ao invés de fazer a manutenção baseada em horas de operação, passamos a ter a possibilidade de agir quando alguma coisa está mal”, especifica Oliveira

Na nuvem, enfatiza ele, tem-se a oportunidade não só de detectar um problema, mas descrevê-lo e listar as tarefas que têm de ser seguidas para resolve-lo. “Isso dá mais agilidade e aumenta a disponibilidade da planta, influenciando também na eficiência”, emenda.

Atualmente, a Johnson Controls tem um portfólio bem amplo de produtos dentro da categoria de automação e controle. Fabrica e vende desde sistemas de automação e controle para edificações, controles para todos os aspectos dos espaços refrigerados, para fluxo de ar, painéis de controle e termostatos, além do OpenBlue, plataforma agnóstica, totalmente aberta e conectada, que possui um conjunto de serviços sob medida, estruturadas com inteligência artificial, como diagnósticos remotos, manutenção preditiva, monitoramento de conformidade, avaliações avançadas de riscos, entre outras funcionalidades, que atende a diversos setores.

Nas próximas semanas, revela Oliveira, a Johnson Controls lançará um sensor próprio de qualidade do ar para oferecer monitoramento, mandando os dados colhidos para a nuvem. “Assim, conseguimos identificar para o cliente qual a lógica de controle ótima, ou qual a estratégia que pode ser implementada para melhorar a qualidade do ar em um espaço específico”, completa.

A mesma visão tem a Coel, fabricante de uma linha completa de instrumentos para toda a cadeia do frio, desde a casa de máquinas ao PDV, de termostatos eletrônicos a PLCs, interfaces de comunicação sem fio e softwares de monitoramento.

Para o gerente da engenharia de aplicações da companhia, Silvio Barbelli, com a diminuição dos custos, devido ao aumento de demanda, os dispositivos de automação, como inversores de frequência e válvulas eletrônicas estão sendo mais utilizados na cadeia do frio.

Sobre a rede 5G, o executivo reforça que as interfaces de comunicação 3G e 4G também atenderão ao 5G. A Coel, afirma ele, investe continuamente em desenvolvimento de softwares e hardwares em parceria com instituições de pesquisa e desenvolvimento de Manaus.

“O monitoramento do HVAC-R em nuvem já é uma realidade e a tendência é que todos os dispositivos de conservação e controle sejam conectáveis. Em curto prazo, o 5G possibilitará o monitoramento e controle da cadeia do frio a distância, garantindo a qualidade na fabricação, transporte e armazenamento dos produtos”, projeta.

Outro player que investe pesado em automação, a Elitech apresenta ao mercado sistemas de controle de temperatura em equipamentos de refrigeração e ferramentas digitais para uso em instalação e manutenção de equipamentos.

Além disso, possui uma vasta linha de dataloggers, que registram leituras de temperatura e/ou umidade relativa do ar, e esses dados são usados principalmente em aplicações nas áreas farmacêutica, alimentícia, laboratoriais e de transporte de produtos sensíveis à variação de temperatura.

“Nossas soluções auxiliam os profissionais do setor do frio, principalmente no ganho de tempo para executar tarefas”, destaca o diretor da multinacional no Brasil, Antonio Nascimento Junior.

“Cada vez mais a tecnologia se desenvolve para ajudar os profissionais a ganhar um precioso tempo na coleta e análise de informações geradas por instrumentos de automação, realidade que será cada vez mais explorada pela Elitech”, acrescenta.

Quais os caminhos para o setor de alimentos e bebidas prosperar?

Por mais que as instalações de Refrigeração Industrial obedeçam ao mesmo princípio há mais de 150 anos, alguns pontos nesta competência evoluíram. Quer sejam por questões econômicas ou sustentáveis – ou mesmo as duas juntas -, o fato é que para além de satisfeitas as necessidades industriais, no tangente à refrigeração e qualidade final do produto, equipamentos e sistemas podem e devem oferecer mais.

Por isso, o gerente da Mayekawa do Brasil, Ricardo César dos Santos elenca abaixo alguns pontos que fazem toda a diferença quando o assunto é excelência em Refrigeração Industrial.  Vamos a elas:  

Automação – O futuro imediato às novas instalações em indústrias de alimentos e bebidas – Com os constantes avanços tecnológicos na indústria de alimentos e bebidas é imprescindível que as empresas precisam estar atualizadas para manterem-se competitivas no mercado. Facilitadores envolvendo automação, inteligência de sistemas e integração de informações são desafios que precisam ser vencidos com o que há de melhor em tecnologia, engenharia e gestão, introduzindo assim a indústria 4.0. “Desde sempre antecipamos tendências tecnológicas, como estas, para desenvolver projetos que alinham o conhecimento de processos à base técnica de engenharia”, afirma Ricardo. Dados em nuvem também é um dos avanços que integram a modernização da indústria, assim como o IoT (Internet of Things) que incorpora a sensores, softwares e outras tecnologias com o objetivo de conectar a troca de dados com outros dispositivos e sistemas pela internet.

Sustentabilidade – Uma importante questão sobre a qual as indústrias de alimentos e bebidas devem estar atentas é a sustentabilidade. A eficiência energética é outro desafio que vem ganhando força nas fábricas, devido a necessidade de redução dos custos de produção, das políticas de sustentabilidade e da preocupação ambiental. As indústrias de bebidas, por exemplo, utilizam de forma considerável sistemas de refrigeração, vapor e de ar comprimido. Boa parte do consumo destas manufaturas está em função destas utilidades. Há tempos a Mayekawa realiza projetos sempre baseados na utilização de fluidos refrigerantes naturais e ecológicos, como é o caso, da Amônia (NH3 – R717), do Dióxido de Carbono (CO2 – R744) e do Propano (C3H8 – R290), que têm como alvo a otimização do consumo energético, principalmente água e utilidades, redução de custos, aumento de produtividade e sustentabilidade, confiabilidade e durabilidade do sistema/equipamentos, melhorias de operação. Ainda em função de questões sustentáveis, como a economia de energia, desempenho e mais segurança do sistema a utilização de baixa carga de fluido refrigerante, é um tema relevante a ser considerado, no que tange aos avanços nos sistemas de refrigeração em indústrias de alimentos e bebidas. “Por isso, buscamos excelência neste tripé, através do nosso Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, o resultado é que nossos sistemas sempre se diferenciaram pelo desempenho, segurança e eficiência energética”, garante Santos.

Fluidos Refrigerantes – Este tópico apresenta tendências desenhadas para o futuro próximo em instalações industriais, pois um sistema de refrigeração integrado a válvulas, sensores, controles automatizados, ou seja, que possam tomar ações autônomas sobre o ponto ideal do sistema de refrigeração, com a mínima necessidade de um operador, alinhado a redução de fluido refrigerante natural e segurança ambiental e de operação. Outro ponto é a introdução cada vez maior de sistema indiretos e fluidos secundários, que além de permitir baixíssima carga de refrigerante primário, proporciona segurança operacional e instalação simples. Dentre os fluidos secundários, temos:

Médias/Altas temperaturas: Etanol, Propileno Glicol; Mono Etileno Glicol;

Baixas temperaturas: CO2; Acetato de Potássio; Formato de potássio; Etanol;

Seguindo as tendências mundiais, as indústrias de refrigeração têm desenvolvido soluções de engenharia, utilizando fluidos refrigerantes naturais para um grande range de temperaturas em aquecimento e resfriamento. Os refrigerantes naturais mais utilizados nestas soluções são a Amônia (NH3 – R717), o Dióxido de Carbono (CO2 – R744) e o Propano (C3H8 – R290).

Estes refrigerantes naturais são aplicados em aquecimento, secagem, fornecimento de água quente, ar condicionado, resfriamento, refrigeração, congelamento e criogenia, em um range de temperaturas de +90 ℃  a -100 ℃.

Neste caminho o sistema de resfriamento indireto, que utiliza refrigerantes naturais no sistema primário em instalações de refrigeração industrial, tem sido uma ótima solução para a redução do GWP e do ODP, agregando alta performance energética.

“Quando olhamos para consumo energético, nos deparamos cada vez mais em aprimoramentos e reaproveitamentos do próprio sistema para suprir outros pontos. Podemos ter uma significativa melhora, substituindo o sistema de degelo, dos forçadores de ar, de elétrico para solução quente, realizando o aquecimento deste fluido, por meio de um trocador de calor placas brasadas, pelo calor da descarga ou do resfriamento de óleo do compressor. Além disso, também permite aproveitar o calor do sistema, que seria dissipado pelo condensador”, avalia o gerente da Mayekawa do Brasil.

Tecnologia Houve um tempo em que a amônia era usada apenas para sistemas de refrigeração industrial em grande escala. “A tecnologia de amônia de baixa carga significa que se pode aproveitar os benefícios deste refrigerante de forma segura e eficiente com a utilização de sistemas de refrigeração de pequena e média capacidade, por isso oferecemos uma ampla gama de URL ‘Unidades Resfriadoras de Líquido’, chillers, utilizando a amônia, como fluido refrigerante natural e com potencial zero tanto de destruição da camada de ozônio (ODP) quanto de aquecimento global (GWP). Nossos equipamentos fornecem alternativas de alta eficiência energética podendo ser aplicados para retrofit de instalações que utilizam fluidos refrigerantes sintéticos”, informa Ricardo. Ele acrescenta: “Ainda, nossos chillers podem ser desenvolvidos em sistema carenado, para instalação sob intempéries, construídos em estruturas metálicas robustas, gabinete de aço-carbono com pintura eletrostática e isolamento termoacústico, proporcionando um equipamento silencioso, atendendo a câmaras frigoríficas (resfriamento ou congelamento) em setores de logística (Centros de Distribuição)”, observa.

Futuro próximo – será um tempo em que haverá maior disponibilidade de desenvolvimento de sistemas de refrigeração com carga reduzida de fluido refrigerante natural, somado a um sistema de controle e automação, com os últimos avanços da indústria 4.0. Promovendo, assim, sistemas seguros – ambiental e operacional -, com baixo custo de construção e operação. Como se vê, estes novos caminhos da engenharia para os sistemas de refrigeração industrial evoluíram, oferecendo às indústrias melhores desempenho, gestão e controle no processo; também, redução em insumos, como água e energia elétrica,  disponibilizando ao consumidor final maiores segurança, confiabilidade e qualidade nos produtos consumidos.