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China promete combater alta do cobre

O governo chinês anunciou, na semana passada, que pretende intervir no mercado de commodities metálicas. Um dos objetivos do principal órgão de planejamento econômico chinês é aprofundar mudanças no mecanismo de precificação delas nos próximos cinco anos.

A Comissão de Reforma e Desenvolvimento da China (NDRC, na sigla em inglês) ressaltou que vai implementar uma política de “tolerância zero” contra qualquer tipo de movimento especulativo ou de retenção de estoques que implique inflacionar os preços de minerais como cobre, ferro ou alumínio.

Fontes da NDRC destacaram que se essa tendência de alta dos preços continuar, a recuperação econômica do país asiático corre sérios riscos.

Elas disseram que “as autoridades reguladoras acompanharão de perto a tendência dos preços das commodities e fortalecerão a supervisão conjunta dos mercados futuros e à vista”, prometendo que “haverá tolerância zero para atividades ilegais”.

“O Ministério da Indústria vai trabalhar com os órgãos competentes para estabilizar os preços, evitar pânico nas compras ou retenção de estoques de produtos, e adotar medidas fortes contra o monopólio e a especulação maliciosa”, acrescentaram.

Impactos no HVAC-R

Segundo fabricantes brasileiros de tubos de cobre, um dos insumos mais utilizados no mercado de refrigeração e ar condicionado, a demanda pela matéria-prima subiu muito nos últimos meses, tanto no Brasil quanto no exterior, impulsionada principalmente pelo aumento do consumo na China, que hoje é responsável quase 50% da demanda global.

Para as empresa brasileiras, lidar com a alta desenfreadados preços da commodity não tem sido tarefa fácil, na avaliação do coordenador de vendas da Cobresul, Sandro Lopes Reis.

Entretanto, assegura o gestor, não está faltando catodo de cobre na companhia. “Estamos tranquilos quanto a isso”, disse.

Há pouco mais de 10 dias, circulou em grupos de profissionais do setor uma mensagem afirmando que, devido à falta de matéria-prima, a Termomecanica, outro grande player do setor, estaria solicitando prazo 200 dias para entrega de qualquer pedido posto em fábrica a partir de 17 de maio.

O superintende de vendas da empresa, Marcelo Silva, declarou, porém, que “a informação não procede, pois nossos clientes se programam com antecedência e a TM vem atendendo a necessidade de entrega conforme planejamento”.

“Para a linha de tubos utilizada na instalação de ar-condicionado (pancake), possuímos estoques estratégicos para atender de imediato os distribuidores que atuam no segmento de refrigeração e que são nossos parceiros comerciais”, justificou.

Já a Paranapanema, a maior produtora brasileira não-integrada de cobre refinado, vergalhões, fios trefilados, laminados, barras, tubos, conexões e suas ligas, enfrenta percalços para fornecer produtos, embora já esteja renegociando, juntamente com seus principais credores financeiros, seus débitos, cujo montante, até 31 de março,correspondia ao valor de US$ 481,7 milhões.

Em nota, a empresa esclareceu que “a pandemia da covid-19, a alta do cobre e dólar americano e a renegociação das dívidas da companhia, processo esse ainda em curso, naturalmente afetam os ritmos de produção e atendimento aos mercados nacionais e internacionais”.

“Por isso, diversas medidas foram tomadas na forma de atendimento aos clientes e na comercialização dos produtos para poder conciliar as limitações que a Paranapanema enfrenta no curto prazo e para continuar entregando produtos de qualidade aos consumidores”, informou a dona da marca Eluma.

“Hoje, a companhia trabalha fortemente para aumentar o fluxo de produção e vendas para a retomada do fornecimento integral ao mercado”, salientou.

Ministério da Indústria do maior consumidor global da matéria-prima vai trabalhar com órgãos competentes para estabilizar preços de commodities metálicas | Foto: Shutterstock.com

Calor aquece mercado de instalação e manutenção de ar-condicionado

Com os recordes de temperatura registrados no País nas últimas semanas, a procura por aparelhos de ventilação e ar condicionado aumentou expressivamente nas lojas físicas e pela internet. Inclusive, alguns estabelecimentos e instaladores não têm dado conta dessa demanda toda.

As ondas de calor também fizeram a procura por serviços de manutenção aumentar consideravelmente. O site GetNinjas registrou, em setembro, seis mil contratações de serviços, número 142% maior que o registrado em agosto.

Outro segmento que está se dando bem nas últimas semanas é o de climatização automotiva. As oficinas, em geral, estão registrando movimento bem acima da média, segundo profissionais do setor.

Confirmados primeiros apoiadores do Mercofrio 2020

Um dos mais importantes encontros de empresas e profissionais do setor no Brasil conta já com os primeiros patrocinadores confirmados. Sicflux, Trox e Johnson Controls Hitachi fecharam acordo para apoio do evento, que ocorre em setembro na capital gaúcha.

O tema central do Mercofrio 2020 será o HVAC&R e Sustentabilidade: compromissos, desafios e soluções. Será a 12a edição do encontro que promove a qualificação profissional, aprofundamento de debates de temas atuais e oportuniza o networking entre profissionais.

A realização é da ASBRAV – Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Aquecimento e Ventilação. Outras informações podem ser conferidas no site asbrav.org.br/mercofrio-2020/.

Um refrigerista na Presidência da República

Logo após receber a faixa presidencial de Michel Temer nesta tarde, em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro propôs a criação de um “movimento para restabelecer padrões éticos e morais que transformarão” o País.

Ele defendeu ainda que “a corrupção, os privilégios, as vantagens, os favores politizados, partidarizados” acabem e fiquem “no passado para que o governo e a economia sirvam de verdade para a nação”.

“Vamos tirar o peso do governo sobre quem trabalha e produz”, prometeu.

O discurso em praça pública seguiu a mesma linha de sua fala anterior no Congresso Nacional. No parlamento, Bolsonaro anunciou, sem mencionar detalhes, que fará reformas estruturantes e criará um círculo virtuoso de confiança na economia.

Remuneração polêmica

Desde o início da campanha à Presidência República, a maioria da classe refrigerista tem demostrado, nas redes sociais, grande entusiasmo em relação às propostas liberais de Jair Bolsonaro.

Em agosto, ele chegou a dizer que fez um curso de refrigeração doméstica em Madureira, no Rio de Janeiro, quando ainda servia o Exército, ao defender o ensino técnico e profissionalizante como o caminho mais curto para o mercado de trabalho.

Durante entrevista a um canal de TV a cabo, Bolsonaro garantiu que, se não fosse político e quisesse viver como refrigerista, faturaria alto no mercado.

“Há uma certa tara por parte da garotada em ter um diploma [de ensino superior]. Isso é importante? Sim. [Mas quando era tenente do Exército] eu fiz um curso de [manutenção de] máquina de lavar roupa e de geladeira. Te garanto: se hoje em dia eu quiser viver disso, vou ganhar, no mínimo, R$ 12 mil por mês, com um curso técnico”, afirmou.

À época, o assunto gerou calorosas discussões em grupos de profissionais do setor. Para alguns, essa remuneração não passa de um sonho. Para outros, é possível ganhar, inclusive, mais do que R$ 12 mil por mês trabalhando como técnico em refrigeração e ar condicionado, com a devida qualificação.