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Supermercados investem em sustentabilidade

A aplicação de fluidos refrigerantes combinada às novas tecnologias e práticas sustentáveis já são realidade em instalações de refrigeração comercial no Brasil.

A implementação de tecnologias que aumentam a eficiência energética é uma das principais estratégias de sustentabilidade adotadas por supermercados. A instalação de sistemas de refrigeração com fluidos refrigerantes naturais, compressores de alta eficiência, iluminação LED em toda a loja e o uso de sensores para controlar o consumo de energia são exemplos de como essas redes estão reduzindo o uso de eletricidade.

Em função de novas regulamentações e da maior conscientização ambiental, a utilização de fluidos refrigerantes naturais como propano (R-290) e CO2 (R-744), aliado as novas tecnologias em compressores, controles de capacidades e velocidade variável vem se tornando cada vez mais frequente, tanto em supermercados de grande e médio porte como em redes de atacarejo. O propano, por exemplo, indicado especialmente para sistemas de refrigeração em soluções de racks, resfriando o fluido secundário, no caso o propileno glicol, utilizado em equipamentos incorporados pode se tornar uma opção eficiente energeticamente e operacional.

“O desenvolvimento de novas tecnologias visa atender às demandas da Emenda de Kigali, além da busca pela eficiência energética. Fluidos refrigerantes de baixo GWP e controle de capacidade nos compressores são ações efetivas que trouxeram novas perspectivas e já é realidade em diversos supermercados. Temos projetos em operação que já usufruem deste tipo de aplicação”, informa Rogério Marson Rodrigues, gerente de engenharia da Eletrofrio.

Segundo Marson, a empresa oferece equipamentos HighPack, que são racks de refrigeração que operam tanto com propano como com CO2, resfriando um fluido secundário, proporcionado ao usuário final um ótimo retorno em termos de eficiência energética, quanto na redução de custos operacionais.

Rede Atacadão implementa sistemas de refrigeração com R-290 e compressores com tecnologia inverter

 

“São máquinas simples, de baixo custo, boa eficiência energética e reduzida carga de fluido refrigerante, ou seja, um conjunto de características consideradas estratégicas na análise de viabilidade de um projeto que busca atender às demandas atuais e futuras de um sistema de refrigeração para supermercados”, diz Marson.

Vários supermercados brasileiros estão adotando medidas eficientes em seus sistemas de refrigeração, combinado o R-290, especialmente devido às suas propriedades ecológicas e de eficiência energética. O Grupo Carrefour, em várias unidades de sua rede, tem investido em tecnologias sustentáveis, incluindo o uso de R-290 em seus sistemas de refrigeração para reduzir o impacto ambiental e melhorar a eficiência energética.

A Rede Atacadão é outro exemplo, em uma de suas lojas localizada na região metropolitana de Curitiba (PR), está implementando sistemas de refrigeração com R-290, buscando soluções mais sustentáveis e econômicas para suas unidades. O sistema de refrigeração integra um rack High Pack PRO composto por dois compressores com tecnologia Inverter operando a partir do R-290 no circuito primário (instalado na parte externa da loja) e resfriando o propileno glicol no circuito secundário, atendendo as médias temperaturas (entre 6°C a 10°C), resfriando balcões e expositores da loja.

“Conseguimos instalar um sistema com baixíssimo impacto ambiental, sem a utilização de fluidos sintéticos. Esse é o primeiro projeto com soluções de compressores com máxima eficiência que serão disponibilizados ao mercado a partir de outubro deste ano”, diz Marson.

Supermercado Verdemar, primeiro a adotar o CO2 em sua unidade em Nova Lima

Ele acrescenta que a combinação da tecnologia inverter com o propano oferece vantagens significativas, permite o ajuste contínuo da capacidade de refrigeração de acordo com a demanda, resultando em uma operação mais eficiente e econômica. O uso de propano, além de ser ambientalmente amigável, proporciona uma transferência de calor eficaz, o que se traduz em maior eficiência energética e menor consumo elétrico.

Já o CO2, utilizado há algum tempo em grandes instalações, principalmente em sistemas subcríticos em casas de máquinas remotas, conquistou supermercadistas como a Rede de Supermercados Verdemar de Belo Horizonte (MG). Primeira instalação na América a utilizar o CO2, há oito anos, os proprietários Alexandre Poni e Hallison Moreira, desde então vêm adotando medidas verdes.

“O caminho da sustentabilidade é algo que a gente quer levar na empresa como um todo. Quando se fala nisso, não é só a questão ecológica que tem que ser levada em conta, mas a econômica, reduzindo custos com a energia elétrica”, informam Poni e Moreira.

Primeiro projeto da Plotter & Racks em parceria com a Bitzer, a unidade localizada em Nova Lima, instalou o sistema Skyrack Breeze, que utiliza o dióxido de carbono (R-744) como fluido refrigerante. “Trata-se de um sistema de refrigeração em cascata que utiliza o CO2 como fluido refrigerante no estágio de baixa pressão com expansão direta para atender os equipamentos de congelados (câmaras e ilhas de congelados). Já nos equipamentos de resfriados, o propileno glicol é utilizado como fluido de transferência de calor num circuito bombeado que circula nos expositores e câmaras de resfriados”, explica Marcelo Merolli, diretor da Plotter & Racks.

Grupo Pão de Açúcar investe em certificação verde, como o LEED ofertado pelo GBC Brasil

Com esse sistema, o Supermercado Verdemar se destacou como um exemplo de pioneirismo na utilização de tecnologias verdes no setor de varejo, aliando responsabilidade ambiental com eficiência energética e operacional.

O Grupo GPA (Pão de Açúcar), por exemplo, é um dos que têm investido em lojas que operam com menor impacto energético, buscando certificações como o LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), concedido pelo Green Building Council Brasil.

A adoção de fontes de energia renovável, como a solar e a eólica, também é uma estratégia importante entre os supermercados que buscam a sustentabilidade. A Rede Assaí já utiliza energia solar em algumas de suas unidades, diminuindo os custos operacionais e o impacto ambiental, instalando painéis solares em suas lojas, contribuindo para a redução das emissões de carbono.

Rede Assaí já utiliza energia solar em algumas de suas unidades, instalando painéis fotovoltaicos

Retorno do investimento

Impulsionadas por uma combinação de benefícios econômicos, ambientais e de conformidade com regulamentações, a adoção de soluções sustentáveis por supermercadistas traz uma série de vantagens que vão além da sustentabilidade, impactando diretamente a operação e a imagem das empresas.

Segundo a Associação Paulista de Supermercados (APAS), o investimento em tecnologias sustentáveis por parte de supermercados tem se mostrado uma estratégia altamente vantajosa, tanto em termos econômicos quanto no fortalecimento da marca reputação os consumidores. Embora possa exigir um aporte inicial considerável, o retorno desse investimento (ROI) vem de diversas frentes, incluindo a redução dos custos operacionais, aumento da eficiência energética e valorização da marca.

“Tecnologias sustentáveis, como sistemas de refrigeração que utilizam fluidos naturais, iluminação LED, painéis solares e automação no controle de consumo de energia, resultam em economia significativa nas despesas operacionais. A eficiência energética gerada por esses sistemas reduz o consumo de eletricidade, que é uma das maiores despesas em supermercados. Por exemplo, a substituição de lâmpadas convencionais por LEDs pode reduzir o consumo de energia em até 75%, e os sistemas de refrigeração com fluidos naturais, como o R-290 e o CO2, tendem a operar com maior eficiência, gerando economia de até 30% nos custos energéticos”, informa Marcelo Souza, Coordenador de Operações de Loja da Associação Paulista de Supermercados.

Dentre os benefícios, podemos destacar a alta eficiência energética em aplicações com CO2 e propano, onde os sistemas de refrigeração conseguem operar com maior desempenho utilizando menos energia. A longo prazo, essa eficiência resulta em economia significativa nas contas de eletricidade, impactando positivamente os custos operacionais dos supermercados. Além da economia de energia, costumam ter maior durabilidade e exigem menos manutenção, estabilidade térmica e confiabilidade, otimizando o orçamento de operações de refrigeração.

“Supermercadistas que optam por esses sistemas se posicionam como pioneiros em inovação tecnológica, mostrando liderança no setor e promovendo um ambiente de negócios dinâmico e adaptado às demandas do futuro. As práticas sustentáveis, como o uso de refrigerantes naturais, a eficiência energética, a redução de resíduos e o apoio a produtores locais, não apenas reduzem o impacto ambiental, mas também trazem benefícios econômicos para as empresas, onde investir em sustentabilidade tornou-se uma estratégia essencial para o sucesso a longo prazo no setor supermercadista”, conclui Souza.

Avanços em HVAC-R na Eletrolar Show 2024

A 17ª edição da Eletrolar Show está sendo realizada em São Paulo. O evento, que se encerra no dia 18, espera receber mais de 30 mil visitantes, apresenta 12 mil produtos inovadores e conta com a participação de mais de 600 expositores nacionais e internacionais. Entre os destaques, o setor de HVAC-R ganha atenção especial, com grandes players exibindo as mais recentes inovações em tecnologias de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração.

Empresas como Brastemp, Consul, Embraco, Esmaltec, Gree, HQ Belmicro, Kugerl e Ventisol Agratto marcam presença com produtos que refletem avanços tecnológicos e sustentáveis, estabelecendo novos padrões para o setor. Esses expositores trazem ao evento soluções que vão desde sistemas de refrigeração com gases de baixo impacto ambiental até compressores de alta eficiência energética, demonstrando o compromisso com a precisão técnica e a sustentabilidade.

O futuro do setor aponta para uma maior integração com sistemas de casa inteligente e a eficiência energética. A Eletrolar Show, ao proporcionar um ambiente propício para a demonstração dessas tecnologias, reafirma seu papel como catalisador de inovação e desenvolvimento no mercado latino-americano.

Rafaela Ferreira, primeira mulher a conquistar o pódio na F4 Brasil

 

O Craque Neto fez presença na Eletrolar Show 2024

Inovação em tecnologias para bombas de vácuo e motores elétricos

No cenário atual, usuários de bombas de vácuo e motores elétricos estão buscando equipamentos mais eficientes energeticamente. Novos designs e tecnologias estão sendo desenvolvidos pelos fabricantes para reduzir o consumo de energia sem comprometer o desempenho, operar com os novos fluidos refrigerantes, além da integração de sensores e sistemas de monitoramento remoto, permitindo o acompanhamento em tempo real do desempenho das bombas e motores, otimizando a manutenção e minimizando o tempo de inatividade, incluindo-se ainda a análise de dados e algoritmos avançados aplicados para prever falhas antes que ocorram, permitindo programar manutenções preventivas e preditivas, reduzindo custos e aumentando a confiabilidade operacional.

Outra tendência são os novos materiais e revestimentos desenvolvidos para aumentar a resistência ao desgaste e à corrosão em bombas e motores, prolongando a vida útil dos equipamentos.

Com a evolução do segmento, hoje é possível encontrar nas lojas de refrigeração bombas de vácuo e motores elétricos nos mais variados designs, e com a facilidade para efetuar a substituição do óleo de lubrificação e selamento de forma rápida e eficiente, inclusive dotados de sistemas de arrefecimento e dissipação de calor, o que assegura eficiência e integridade do óleo, gerando economia entre as trocas de lubrificante.

Bombas de vácuo

De acordo com André Oliveira, diretor da Mastercool do Brasil e presidente do Departamento Nacional Automotivo da Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento), as bombas de vácuo mais atuais estão sendo equipadas com dispositivos ante faiscamento (Spark Free) para que estejam adequadas a trabalhar com novos fluidos refrigerantes, que possuem certos graus de inflamabilidade, sejam eles A2L e A3.

André Oliveira, diretor da Mastercool

“Além dos dispositivos implementados, uma tendência é a redução de tamanho e utilização de novos materiais, como por exemplo, o alumínio para que sejam mais leves e utilizem menos óleo no processo de vácuo. As bombas atuais também conseguem atingir um menor nível de vácuo final, o que contribui bastante para a eficiência dos equipamentos de HVAC-R, como também níveis de ruídos cada vez menores que tem maior influência no conforto sonoro ao técnico instalador durante o processo de instalação ou manutenção de sistemas de refrigeração”, informa Oliveira.

A utilização de inversores de frequência, segundo Oliveira, ainda não é comum devido ao valor agregado a bomba. Já para os motores elétricos em geral, o ganho é significativo em relação à economia de energia elétrica.

“Como a maioria dos dispositivos elétricos, a bomba pode estar sendo monitorada pela IoT (Internet das Coisas), principalmente quanto ao controle do seu funcionamento, tempo de operação e parâmetros de nível de vácuo atingido”, diz Oliveira.

Ele acrescenta que pesquisas têm sido realizadas para o desenvolvimento de bombas em lugares de difícil acesso a rede elétrica e bombas mais automatizadas, principalmente a seleção automática da tensão de trabalho.

A Mastercool oferece os modelos Spark Free sem faísca, testadas para resistir às condições mais exigentes e potência e a mobilidade necessárias para uma ampla variedade de aplicações.

Bombas de vácuo mais atuais possuem dispositivos ante faiscamento para trabalhar com novos fluidos refrigerantes

No portfólio de produtos da Suryha, o destaque são as bombas de vácuo com vacuômetro digital 5 e 10 CFM Inteligente e duplo estágio.

“A bomba de vácuo é uma das principais ferramentas para um técnico, uma vez que ela combate a umidade e os fabricantes têm estudado o comportamento dos técnicos para aprimorar suas ferramentas. Aliando design sofisticado, praticidade e uma incrível integração do passado com o futuro, desenvolvemos a bomba de vácuo de duplo estágio com vacuômetro digital de 5 e 10 CFM Inteligente. Entendemos que se empresas de ar condicionado estão em constante evolução, investindo em novas tecnologias nos equipamentos, e se os consumidores desses produtos aceitam e optam por ter essa sofisticação, os fabricantes de ferramentas devem acompanhar essa evolução, aplicando toda a tecnologia disponível em suas ferramentas”, comenta Luiz Felipe Lopes, gerente de produtos da Suryha.

Bombas de vácuo com vacuômetro digital integram sensores e sistemas de monitoramento remoto

Outra importante fabricante, a Symbol oferece uma linha completa de bombas de vácuo. Para Jorge Lameira, diretor comercial da Symbol, equipamentos com interfaces mais intuitivas e capacidades de controle remoto que facilitam a operação e a manutenção das bombas está na ponta das tendências e novidades, além do aumento da oferta de bombas modulares e personalizáveis que podem ser adaptadas para atender às necessidades específicas de diferentes aplicações e indústrias.

Motores elétricos

O desenvolvimento em controle de velocidade variável (Variable Speed Drive, VSD) para motores elétricos, impulsionado pela necessidade de maior eficiência energética e operacional em diversas indústrias está no topo das tendências para esses equipamentos. Os VSDs modernos são projetados para otimizar a eficiência energética dos motores elétricos ajustando a velocidade do motor às demandas de carga exatas, reduzindo o consumo de energia e minimizando o desgaste do motor, prolongando sua vida útil. Dentre as novidades estão o desenvolvimento de integração de VSDs com sistemas baseados em IoT permitindo monitoramento e controle remotos. Isso inclui a capacidade de ajustar configurações, realizar diagnósticos remotos e coletar dados para análise preditiva, tudo via conexões à internet; algoritmos de controle e software que permitem ajustes automáticos de maneira mais dinâmica e precisa às condições de operação; compatibilidade com uma variedade de tipos de motores, incluindo motores de indução, motores síncronos e motores de imã permanente; inversores de frequência modernos para reduzir harmônicos gerados durante o controle de velocidade; características de segurança, como detecção de falhas, proteção contra sobrecorrente e sobretensão, e mecanismos de parada de emergência; e designs mais compactos e robustos, permitindo sua instalação em espaços limitados e em ambientes com condições adversas, sem comprometer o desempenho.

Rodrigo Fumo, diretor superintendente de motores industriais da WEG

A WEG, por exemplo, contém no seu portfólio de produtos, motores elétricos com recursos de controle avançados com integração de IoT e conectividade para monitoramento remoto, diagnóstico de falhas e manutenção preditiva. A empresa disponibiliza motores elétricos com foco em sustentabilidade e ecoeficiência, utilizando materiais mais sustentáveis, processos de fabricação mais limpos e tecnologias que ajudem os clientes a reduzir seu impacto ambiental.

“A WEG é integrante do Industrial Liaison Program (ILP), programa desenvolvido para grandes organizações interessadas em relacionamentos estratégicos tecnológicos de longo prazo com o Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos. É uma excelente oportunidade de buscar novas tecnologias e validar nossas estratégias em um dos maiores centros de inovação do mundo. Precisamos estar à frente das tendências de mercado, trazendo mais inovação para as nossas soluções”, informa Rodrigo Fumo, diretor superintendente de motores industriais.

Em 2022, a companhia investiu R$ 646,9 milhões em Pesquisa & Desenvolvimento, representando 2,2% da receita operacional líquida. Os produtos lançados nos últimos cinco anos representaram 59,3% da receita, reforçando o desenvolvimento de soluções tecnológicas que atendem às últimas tendências de mercado.

O desenvolvimento de controle de velocidade variável para motores elétricos está no topo das tendências

Inovações e tendências em vitrines refrigeradas

Setor de refrigeração comercial acompanha mudanças que visam aprimorar a eficiência energética e funcionalidade dos equipamentos, além de atender às crescentes demandas dos consumidores por experiências de compra mais atraentes e sustentáveis.

À medida que avançamos para o futuro, as vitrines refrigeradas continuam a evoluir para atender às necessidades do mercado alimentar. A eficiência energética, sustentabilidade, conectividade dos equipamentos, autosserviço e uma abordagem centrada no consumidor, impulsionam as inovações neste setor. Estas tendências não apenas transformam a maneira como os produtos são exibidos, mas também garantem melhor conservação dos alimentos, evitando o desperdício, e aprimoram a experiência de compra, criando um ambiente mais eficiente e atraente para consumidores e varejistas.

Trata-se de um setor gigante! Segundo a Abras – Associação Brasileira de Supermercados, cada vez mais as empresas de autosserviço do Brasil e do mundo, estão se organizando em ecossistemas, agregando à sua atividade produtos e serviços complementares que trazem novas possibilidades de negócios e de benefícios aos consumidores. 17 das 20 maiores redes do Ranking Abras 2023 contam com operações de atacarejo e autosserviço.

“O varejo de alimentos hoje é híbrido, trazendo uma nova proposta de valor para os consumidores, que têm ampliado a frequência de compras. O atacarejo tem procurado ganhar força em categorias como açougue e FLV (abreviação usada para a categoria de frutas, legumes e vegetais dentro do varejo), que impactam o custo operacional. Esse é o grande desafio para o setor continuar a crescer com rentabilidade”, afirma Roberto Butragueño, diretor de varejo da NielsenIQ Brasil.

A Research and Markets divulgou recentemente um relatório apontando que o mercado global de vitrines refrigeradas atingirá US$ 13,4 bilhões até 2030. Estimado em US$ 8,2 bilhões no ano de 2022, deverá atingir um tamanho revisado de US$ 13,4 bilhões até 2030, crescendo 6,3% durante o período de análise 2022-2030.

O relatório examina os expositores refrigerados (RDCs) e oferece insights sobre a participação percentual de mercado dos principais concorrentes globais em 2023, categorizando sua presença competitiva no mercado como forte e ativa, considerando o crescimento no segmento de operação remota em 5,6% para o próximo período de 8 anos. O estudo aponta também o impacto da pandemia no varejo alimentar e a emergência do “novo normal”, destacando o papel das alternativas digitais de delivery na condução do crescimento deste setor em 2020.

Autosserviço e design apontam tendências dos equipamentos

Mas você deve estar se perguntando qual o papel do setor de HVAC-R neste contexto! Um dos pontos destacados pelos fabricantes de vitrines refrigeradas, além da eficiência energética e conectividade, é o autosserviço aliado ao design dos expositores, se tornando cada vez mais importante para atrair os consumidores. Equipamentos com design moderno, iluminação LED atraente e opções de personalização para se alinhar à identidade da marca são tendências crescentes.

A Metalfrio, por exemplo, acaba de lançar a linha de refrigeradores Porta Dupla com mais capacidade de armazenamento otimizado e maior oferta de bebidas na temperatura ideal de consumo. Comporta diferentes embalagens com uso das prateleiras reguláveis e independentes, além de maior área para promoção e exposição de produtos refrigerados, iluminação em LED, porta de vidro antiembaçante e termostato frontal que possibilita selecionar as funções: Congelados para alimentos, e Refrigerados para bebidas. Seu sistema de refrigeração cold wall, garante baixo consumo de energia e opera com fluido refrigerante de baixo impacto ambiental. As prateleiras contam com precificadores, garantindo flexibilidade na exposição de produtos de acordo com o estoque ou necessidade. São ideias para utilização em conveniências, fastfoods, restaurantes, padarias, supermercados, grandes redes varejistas e lojas de autosserviço.

Já a Eletrofrio, entre outros equipamentos, disponibiliza uma linha completa de vitrines refrigeradas Autosserviço abertas para hortifrútis em diversos tamanhos e capacidades.

A solução alia as vantagens da simplicidade, do baixo custo no consumo de energia e da segurança operacional, além da baixa carga de refrigerante. Integradas aos sistemas com HighPack, proporcionam redução de mais de 90% da carga de gás quando comparados a sistemas de expansão direta para projetos com a mesma capacidade de refrigeração. Os equipamentos destinados a essas instalações atendem às diversas especificidades de cada unidade, embora haja sempre uma padronização dos espaços. Alguns modelos possuem umidificadores para a conservação dos alimentos frescos e são utilizados em supermercados de grande e médio porte, além das redes de hortifrútis.

Unindo vitrines verticais e horizontais, a Arneg fornece balcões de serviço refrigerados, desenvolvidos pensando na apresentação para o consumidor. Os expositores combinados incorporam dois compartimentos refrigerados separados com otimização de espaço. Combinam a facilidade de recolha de produtos típica de uma ilha com a visibilidade de um armário vertical.

São personalizáveis com diversos tipos de acabamentos, bases lineares ou moldadas e vidro reto ou curvo. Os expositores para congelados são fechados, evitando a perda do frio, mirando a eficiência energética.

A fabricante IMF Lince tem modelos de vitrines abertas e fechadas, desenvolvidas especialmente para se adequarem a cada necessidade do consumidor, tanto na questão de itens para a venda, quanto em equipamentos para a manutenção do estabelecimento. Entre os benefícios oferecidos, o destaque é a economia no consumo de energia elétrica. A empresa aposta na comercialização de expositores fechados passando a ideia de mais segurança aos consumidores.

Funcionalidade e desempenho

As tendências em vitrines refrigeradas para supermercados e estabelecimentos comerciais acompanham as inovações tecnológicas, as demandas dos consumidores e as preocupações ambientais. A conscientização ambiental está levando muitas empresas a adotar práticas mais sustentáveis, desenvolvendo equipamentos com melhor desempenho das máquinas e reduzindo os custos operacionais para os clientes, sistemas de refrigeração que utilizam refrigerantes naturais, centrais frigoríficas dotadas de compressores de velocidade variável, motoventiladores eletronicamente comutados, válvulas de expansão eletrônicas e sistemas de automação e monitoramento remoto.

No quesito eficiência energética, a utilização de compressores mais eficientes, isolamento térmico de última geração e sistemas de gerenciamento de energia inteligentes são algumas das características que têm se destacado. Sensores conectados à internet permitem monitorar o desempenho de um sistema de refrigeração em tempo real, ao fornecer dados precisos que podem ser usados para otimizar sua operação com monitoramento de parâmetros como temperatura, umidade e consumo de energia. Isso também possibilita prever e identificar rapidamente qualquer problema, o que ajuda a evitar gastos significativos em manutenções corretivas.

O processo de monitoramento remoto integra, hoje, todos os componentes e equipamentos de um sistema de refrigeração, permitindo que plataformas de gerenciamento de dados façam análise precisas da operação e do comportamento do sistema. Por meio da automação, realizam-se também a programação de horários de funcionamento e os ajustes automáticos com base nas condições ambientais e de demanda. Durante os períodos de baixa ocupação, por exemplo, os sistemas podem ser configurados para reduzir a capacidade de refrigeração ou ajustar a ventilação de acordo com a necessidade, resultando em considerável economia de energia.

Assim, abre-se caminho para que decisões sejam tomadas automaticamente, em busca da melhor performance e qualidade do frio. Ao atingir tal patamar, a automação dos equipamentos beneficia grandemente o varejo de alimentação.

Sobre os fluidos refrigerantes, os fabricantes de equipamentos têm buscado soluções alternativas aos compostos fluorados nocivos à camada de ozônio e/ou de alto impacto para o clima, acelerando a adoção de substâncias naturais. O fato é que essa transição será incentivada pelo setor de HVAC-R na adoção de práticas mais sustentáveis, a fim de cumprir compromissos corporativos e metas estabelecidas globalmente.

Nos quesitos design e layout, os sistemas de refrigeração estão sendo projetados para atender as necessidades de forma personalizada, inclusive no que tange à modularidade dos equipamentos, aspecto que permite escalabilidade e flexibilidade para acompanhar o crescimento das lojas. As unidades de refrigeração podem ser adicionadas ou removidas conforme a estratégia de vendas, adaptando-se às mudanças nas demandas de resfriamento.

A estética das vitrines refrigeradas também é uma consideração importante. Os fabricantes estão projetando produtos com design mais moderno e atraente para atrair os consumidores e melhorar a experiência de compra.

Soluções de exibição interativas nas vitrines refrigeradas já são realidade em alguns estabelecimentos comerciais e grandes redes do atacarejo, com a incorporação de tecnologias interativas, como telas sensíveis ao toque ou realidade aumentada, para fornecer informações adicionais sobre os produtos, promoções ou receitas aos consumidores, com designs modernos, linhas elegantes e opções personalizadas mais atraente nas lojas.

Para melhorar a visibilidade dos produtos e proporcionar uma experiência de compra mais agradável, expositores incorporam sistemas antiembaçamento para manter as superfícies de vidro transparentes.

Alguns modelos oferecem, ainda, controle preciso de umidade, garantindo que produtos sensíveis permaneçam frescos por mais tempo.

Também a utilização de iluminação LED nas vitrines refrigeradas não é apenas uma opção econômica, mas também destaca os produtos de maneira mais eficaz, além de ser mais duradoura e eficiente em comparação com outras formas de iluminação.

Rheinmetall fornecerá bombas elétricas de refrigeração de alta tensão.

O Grupo Rheinmetall, com suas marcas Kolbenschmidt (KS) e Pierburg, e a divisão Motorservice, investirá em 2026 na produção de bombas elétricas de refrigeração de alta tensão, com 800V – o dobro do padrão da indústria de mobilidade elétrica. Sendo fornecedor Tier 1 para uma das principais montadoras do mundo.

O componente é projetado como uma bomba sem gaxeta que, devido à falta de vedação mecânica, garante baixo atrito e longa vida útil. Além disso, oferece a máxima segurança para motores elétricos e inversores de alta tensão. A eletrônica interna regula a capacidade de resfriamento necessária por meio de um gerenciamento térmico inteligente, aumentando a autonomia e o conforto dos passageiros.

A tecnologia permite o uso de cabos mais finos e reduz a necessidade de metais nobres, garantindo a sustentabilidade.

Rheinmetall está decidida a tornar a mobilidade elétrica ainda mais atraente e acessível ao público em geral.

Edifícios descarbonizados, a nova fronteira da sustentabilidade na construção

Construções neutras em carbono e de alta performance energética fortalecem luta contra a crise climática.

As construções sustentáveis têm emergido como uma estratégia essencial para enfrentar as questões ambientais globais, como a escassez de recursos hídricos e a poluição causada pelos combustíveis fósseis.

Com a indústria da construção respondendo por cerca de 40%das emissões totais de carbono relacionadas à energia, a transição para edifícios verdes é mais do que uma escolha, é uma necessidade, na visão dos cientistas.

O conceito de construção sustentável envolve a criação de edifícios com menor impacto ambiental e maior eficiência energética. Além disso, a sustentabilidade também considera aspectos socioeconômicos relevantes, como a promoção da saúde e bem-estar dos ocupantes e a viabilidade financeira dos projetos de arquitetura e engenharia.

Principal fonte de informações – incluindo padrões (muitos dos quais são a base dos códigos de construção em todo o mundo), diretrizes, treinamento, educação continuada e pesquisa – para sistemas HVAC-R e desempenho de edifícios, a Associação Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar Condicionado (Ashrae, na sigla em inglês) tem desempenhado papel fundamental na promoção das construções verdes.

Uma das normas mais conhecidas e amplamente adotadas no setor é a Ashrae 90.1, que estabelece os requisitos mínimos para a eficiência energética de edifícios novos.

Outra norma relevante é a Ashrae 100, que trata da eficiência energética em edifícios existentes, além do padrão 189.1, que fornece estratégias para a construção de edifícios sustentáveis, servindo como base para o Código Internacional de Construção Verde.

Para seguir auxiliando na descarbonização do ambiente construído, a entidade técnica global publicou recentemente a Ashrae 228, seu primeiro padrão que estabelece critérios claros e abrangentes para a avaliação de desempenho de edifícios com emissões líquidas zero de carbono e consumo líquido zero de energia.

“Também temos guias avançados de design de energia que estão disponíveis para download gratuito e fornecem orientação educacional para reduzir o consumo de energia e a pegada de carbono, mantendo condições internas saudáveis e confortáveis”, diz o presidente do capítulo brasileiro, Walter Lenzi.

“Além disso, temos normas que abordam refrigerantes com baixo potencial de aquecimento global [GWP, na sigla em inglês], um componente importante para a descarbonização do ambiente construído”, diz o engenheiro, ao salientar que “a preocupação mundial com as mudanças climáticas aumentou à medida que as evidências científicas sobre o tema se tornaram mais definitivas, relacionando o aumento das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera com o aquecimento global”.

Para o engenheiro Lucas Fugita, especialista de serviços técnicos e desenvolvimento de mercado da Chemours no Brasil, “a transição para fluidos refrigerantes de baixo GWP é uma etapa inevitável na jornada rumo a construções mais sustentáveis”.

O gestor da indústria química americana afirma que, “com a contínua inovação e a adoção de novas práticas na construção civil, o setor tem o potencial de desempenhar um papel significativo na luta contra a crise climática”.

Entretanto, prossegue Fugita, a migração para substâncias de baixo impacto climático não está isenta de desafios. “Estamos falando de retrofits de grandes instalações, novos equipamentos, capacitação e ferramentas adequadas para garantir o manuseio seguro e eficiente desses novos fluidos”, explica.

“As questões de eficiência energética precisam ser consideradas durante o projeto e a instalação de sistemas de refrigeração e ar condicionado para garantir o menor custo total de propriedade, junto com menores emissões totais de CO2 equivalente”, pondera. Segundo o especialista, outros fatores relevantes, como “a escolha de materiais de construção sustentáveis, energia renovável, automação, integração com a Internet das Coisas [IoT], iluminação natural, isolamento térmico e gestão eficiente da água, também devem ser levados seriamente em conta pelos projetistas atualmente”.

Revolução em curso

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), as emissões diretas de CO2 dos edifícios precisam ser reduzidas pela metade até 2030 para encaminhar o setor para a neutralidade climática até 2050.

Devido ao Acordo de Paris, cujo objetivo é limitar o aumento da temperatura da Terra em 1,5 ºC até o fim do século, muitos governos ao redor do mundo estão implementando políticas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, que muitas vezes incluem metas para eficiência energética e descarbonização de edifícios.

Os players do setor imobiliário que se antecipam a essas tendências podem evitar o risco regulatório e se posicionar como líderes em um mercado em evolução, segundo especialistas.

Afinal de contas, esses edifícios não são apenas benéficos para o meio ambiente, mas também oferecem vantagens econômicas e sociais. Além disso, estudos têm mostrado que eles tendem a ter um valor de mercado mais alto do que os edifícios tradicionais. Por isso, para muitas empresas, a descarbonização de seus imóveis já é uma parte importante de suas estratégias de governança ambiental, social e corporativa (ESG).

No entanto, também é importante notar que a descarbonização de edifícios apresenta desafios, como o custo de implementação de tecnologias de eficiência energética e a necessidade de habilidades e conhecimentos especializados por parte dos empreiteiros, além da dificuldade de renovar edifícios existentes. A descarbonização, enfim, envolve uma abordagem de múltiplas facetas. No design e construção, particularmente, isso significa optar por materiais e processos de construção de baixo carbono, bem como garantir que os edifícios sejam tão eficientes em termos energéticos quanto possível.

De qualquer maneira, reduzir e, eventualmente, eliminar as emissões de carbono associadas à construção e operação de edifícios é uma das tendências emergentes mais significativas no setor.

Em todo o mundo, mais e mais edificações estão sendo projetadas e construídas com a descarbonização em mente, desde residências unifamiliares até grandes complexos industriais, o que gera impacto direto no dia a dia dos profissionais de arquitetura, engenharia e construção, entre os quais engenheiros, projetistas e instaladores de sistemas de climatização e refrigeração.

Nesse cenário de profundas mudanças, aqueles com experiência em práticas sustentáveis e descarbonização estão se tornando cada vez mais valorizados pelo mercado, abrindo novos caminhos para avanços em suas carreiras no HVAC-R e segmentos correlatos.

À medida que a demanda por soluções ecológicas aumenta na construção civil, as empresas que se especializam nessa área também têm a chance de expandir seus negócios e aumentar sua rentabilidade, além de construir uma marca sólida e respeitável.

Oportunidades

Apesar de o crescimento da construção civil não ter sido acompanhado por avanços suficientes nos esforços de eficiência, um relatório da Aliança Global para Edifícios e Construções (GlobalABC) aponta para sinais positivos e oportunidades para acelerar a ação climática, indicando que a descarbonização de edifícios e a eficiência energética estão se concretizando como estratégias sólidas de investimentos.

Até 2030, os edifícios verdes devem se tornar uma das principais oportunidades de investimento global, com um valor estimado em US$ 24,7 trilhões pela Corporação Financeira Internacional (IFC), instituição que se dedica a promover o desenvolvimento do setor privado em países em desenvolvimento, por meio da oferta de serviços de investimento, consultoria e gestão de ativos. Atualmente, os investidores estão sendo encorajados a redefinir suas estratégias imobiliárias, priorizando a eficiência energética e a redução de carbono.

Nessa perspectiva, todos os envolvidos na cadeia de valor devem acolher a economia circular, visando diminuir a necessidade de materiais de construção, minimizar o carbono incorporado e utilizar soluções mais ecológicas para melhorar a resiliência dos edifícios, destaca o documento.

O estabelecimento de ações mitigadoras que aprimorem o desempenho térmico e energético dos edifícios, reforça a instituição, constitui um elemento crucial para a sustentabilidade.

Tecnologias de monitoramento ampliam horizontes do HVAC-R

A intensa evolução deste segmento do HVAC-R demonstrou a crescente preocupação com a sustentabilidade ambiental e a eficiência energética, levando à invenção de equipamentos e componentes automatizados, mais precisos e inteligentes, visando minimizar o desperdício de energia e garantir um ambiente saudável e termicamente confortável para as pessoas.

Para atingir esses objetivos, players do setor do frio estão investindo em componentes automatizados e cada vez mais diminutos, com capacidade de gerenciamento a distância e dotados de inteligência artificial para gerar dados e análises.

Os sistemas atualmente embarcados em equipamentos e centrais de refrigeração e climatização têm capacidade de ajustar temperatura, umidade e fluxo de ar de forma dinâmica de acordo com as condições externas e internas.

As informações coletadas por sensores e sistemas de controle podem ser analisadas, em tempo real, para identificar possíveis problemas e evitar falhas catastróficas. Além disso, os dados de monitoramento podem ser usados para otimizar o desempenho do sistema em longo prazo, garantindo a vida útil de aparelhos, peças e componentes e reduzindo o custo total de propriedade.

“Existem hoje, no mercado, sistemas de gestão de edifícios que realizam o gerenciamento completo nas grandezas do HVAC-R, tais como temperatura, umidade, pressão do ar e/ou da água, vazão de ar e/ou de água, qualidade do ar, velocidade do ar e/ou da água e demais grandezas das disciplinas de climatização e refrigeração”, descreve o engenheiro Paulo Reis, presidente do Comitê de Normas e ESG da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

Para o dirigente, a fim de atender estes requisitos, é necessário contar com o trabalho de profissionais com a devida “expertise” na área de automação predial, “mas, acima de tudo, especificar os sistemas de fabricantes certificados e homologados”, complementa.

Este aspecto precisa ser definido nos projetos porque existem exigências específicas no gerenciamento dos sistemas de HVAC-R conforme o perfil do cliente e o tipo de edifício a ser gerenciado, por exemplo, prédios corporativos, shopping centers, hotéis, aeroportos e residências, onde o quesito principal são o controle de temperatura e a qualidade do ar, nos ambientes interiores.

“Há, ainda, os edifícios como hospitais, clínicas de análises, consultórios e escolas, onde é necessário o controle mais efetivo da temperatura e umidade e, principalmente, da qualidade do ar, além da necessidade de neutralização de agentes biológicos nocivos em aerodispersoides dos ambientes. No caso dos centros cirúrgicos, as atenções também envolvem o controle da pressão atmosférica, com a manutenção da pressão positiva”, explica Reis.

O engenheiro salienta que em edifícios de indústrias farmacêuticas, de alta tecnologia e petroquímicas, os sistemas de gestão técnica são os mais completos e complexos para as disciplinas do HVAC-R, quanto à climatização, refrigeração, ventilação, exaustão e aquecimento.

“Infelizmente, o Brasil não conta com diretivas governamentais que, no mínimo, criariam um critério ou mesmo uma classificação baseada na eficiência energética para sistemas de refrigeração e climatização e para qualidade do ar interior para climatização. O que possuímos são normas técnicas da ABNT, internacionais da ISO e IEC e recomendações e procedimentos da Abrava e/ou da Ashrae para atender os quesitos de engenharia do HVAC-R”, comenta.

De acordo com ele, “como normas técnicas e recomendações não têm o chamado ‘poder de lei’, os procedimentos e padronizações são realizados e respeitados de acordo com o interesse do cliente”, completa.

 Mercado em transição

A busca por processos capazes de aumentar a eficiência energética dos equipamentos e o impacto ecológico das instalações da cadeia produtiva do frio colocou este setor, atualmente, em uma fase de transição de tecnologias.

Na Coel, por exemplo, a família de controladores de temperatura E34B, ET1 e ET3 dispõe de uma confiável conectividade embarcada, uma tecnologia que conquistou inclusive a confiança da Coca-Cola Company. A multinacional norte-americana decidiu usar esses controladores nos refrigeradores comerciais instalados em pontos de venda no Brasil e na América Latina, obtendo informações importantes sobre o funcionamento dos equipamentos em campo.

“A avaliação dos dados obtidos, como a análise das entradas, saídas e alarmes de funcionamento, permite a efetividade do uso do refrigerador, bem como uma melhor tomada de decisão na estratégia comercial do cliente”, revela o engenheiro Fernando Lemos, gerente de desenvolvimento de negócios da empresa.

O gestor destaca que a Coel também tem uma linha completa de controladores de temperatura e processos para o segmento de refrigeração e automação industrial, formada pela linha nanoPAC, que oferece uma plataforma modular para atender projetos de maior complexidade. Além disso, para o acompanhamento de falhas no equipamento ou na instalação, seus produtos são dotados de um conjunto de alarmes que permite melhor ação corretiva em campo.

“O mercado brasileiro tem um potencial gigantesco de modernização dos sistemas de controle nos segmentos que formam o HVAC-R, e estamos acompanhando de perto esta evolução. Entre essas transformações, estão as soluções focadas em retrofit, as quais permitem uma instalação fácil para sistemas que já estão em operação”, destaca Lemos, enfatizando que a companhia brevemente lançará produtos com novos protocolos de comunicação, permitindo ao cliente a escolha do padrão que melhor atenda o seu projeto.

Pensamento similar sobre a incorporação de novas tecnologias no setor tem vendedor externo Alex Pagiato, lotado no Departamento de Food Retail da dinamarquesa Danfoss. De acordo com ele, geralmente os clientes buscam soluções tecnológicas para minimizar impactos de perdas em sua cadeia.

“Mas, o que podemos constatar é que eles não desejam fazer o monitoramento, mas sim os benefícios que ele proporciona. Monitorar não significa dizer que todos os problemas vão desaparecer, mas sim, vão ser evidenciados, e para isso, ações terão de ser tomadas para alcançar performance. As tecnologias atuais proporcionam aos clientes desde o controle de temperatura em balcões, geladeiras etc. que podem garantir a qualidade de produtos comercializados como gerar alarmes que reduzem tempos de paradas”, comenta.

Hoje, a Danfoss oferece automação para todos os segmentos em que atua. Para refrigeração comercial, tem a linha ERC, que são controladores para geladeiras de bebidas, freezers horizontais, e entre as várias funções de controle, destaque para a economia de energia sobre o controle de abertura de portas e da frequência com que clientes passam em frente ao expositor.

Além disso, dispõe de uma função específica que indica se há algum problema com o sistema, o que tem reduzido a quebra de compressores neste segmento, garantindo a qualidade dos produtos expostos dentro dos equipamentos.

Para as centrais frigoríficas, há tecnologias como o modelo AK-PC 551, o qual possui um software de controle com alguns algoritmos específicos para compressores e dos ventiladores do condensador. “Ele traz também a possibilidade de controlar um chiller pensando na demanda com sistemas com glicol, otimizando a condensação de acordo com o delta T do condensador como uma das suas maiores virtudes”, descreve Pagiato.

No caso dos sistemas com CO2, a multinacional oferece o controlador AK-PC783A, que, além de controlar todo o sistema do frio, é capaz de analisar o balance de carga do sistema e entregar a melhor performance possível de acordo com a demanda. Ele também controla os periféricos, como bomba e aquecimento de água.

Para o controle de evaporadores, o modelo AK-CC55 é capaz de controlar válvulas de expansão eletrônica (AKVP-pulso ou a ETS-motorizada) e traz uma interface bluetooth para comunicação com o celular para facilitar a configuração, o comissionamento e a manutenção.

“Em uma instalação com muitos evaporadores, essa interface facilita a programação em massa, pois pode ser usada como um arquivo eletrônico armazenando as configurações e pode compartilhar a programação com outros controladores”, afirma.

A Danfoss dispõe ainda em seu portfólio o modelo EKE400, controlador para evaporadores aplicados com amônia. Já a linha MCX é formada por controladores programáveis.

Para todo o sistema, a empresa tem o gerenciador AK-SM-880A, que interliga todos os controladores que estão no sistema de refrigeração, ar-condicionado, medição de energia, dentre outros. Ele realiza leitura e armazenamento de dados (registros), gerenciamento de alarmes por nível de criticidade.

 Vanguarda

Assim como os demais concorrentes, a Carel também acelera em direção a tecnologias de vanguarda. Atualmente, a companhia oferece a família de supervisórios Boss, que atendem desde pequenas instalações (15 dispositivos) até grandes plantas (300 dispositivos).

“Nosso portfólio também oferece serviços de monitoramento remoto, como a plataforma IoT Tera, que pode monitorar até dez dispositivos por CloudGate com conectividade 4G integrada, ideal para pequenas instalações e locais onde não há provedor de internet disponível”, ressalta o engenheiro Rafael Valsani Leme Passos, analista pleno de suporte técnico.

O gestor projeta como principal tendência os serviços de computação em nuvem para HVAC-R, que agregam valor às instalações onde cada dispositivo pode ser conectado à internet, gerando dados importantes para o gerenciamento da planta.

“O registro de dados e a sua análise são fundamentais durante o processo de gerenciamento de plantas e instalações de HVAC-R. A partir dos dados coletados, é possível fazer análises de eficiência, otimização de funcionamento de máquinas por meio do ajuste de parâmetros e também detectar anomalias, tais como pequenas fugas de refrigerante”, exemplifica Passos, citando que a tecnologia pode otimizar remotamente o processo de degelo de balcões frigoríficos somente analisando a tendência de funcionamento do equipamento no sistema de supervisão.

A Carel contra-ataca no mercado com a plataforma em nuvem RED Optimise, que integra múltiplos supervisórios em um só portal, onde os dados de cada instalação são processados, gerando estatísticas, dashboards e alarmes. Por meio de um algoritmo avançado, a plataforma é capaz de identificar em cada instalação pontos de otimização, traduzindo em economia de energia.

Igual velocidade na tomada de decisões também permeia o dia a dia na Full Gauge Controls, conforme esclarece o diretor Antonio Gobbi. A empresa tem hoje uma linha com 147 produtos, além do software de gerenciamento remoto Sitrad PRO.

“Demos um grande salto migrando dos termostatos mecânicos para os controladores digitais. Depois, tivemos outra grande evolução com os softwares de gerenciamento e suas versões mobiles”, afirma Gobbi, para quem o futuro do setor pode estar ligado a tecnologias como Metaverso e ChatGPT, que em algum momento poderão oferecer soluções dentro do HVAC-R.

Avanços integrados

O avanço dos equipamentos integrados às tecnologias como 5G, Internet das Coisas (IoT), realidade aumentada e inteligência artificial está cada vez mais forte e veloz, e esta realidade também tem transformado o modelo de negócios de muitos players.

Nesta área tecnológica, especialistas acreditam que na utilização em definitivo e exclusivamente dos chamados controladores DDC, dedicados à gestão técnica de edifícios.

Os controladores são dedicados e distintos para cada finalidade. Para climatização, possuem características específicas e próprias para o controle total das condições do ambiente interior, e os controladores para refrigeração específicas para a geração e controle do frio.

“Hoje já são uma realidade no Brasil, estando disponíveis os sistemas de gestão técnica de edifícios com as mais novas tecnologias com 5G, IoT, backup em nuvem e segurança cibernética, e alguns até realidade aumentada, e a previsão é a de que até 2030 já ter sido incorporada à inteligência artificial”, comenta o engenheiro Paulo Reis, presidente do Comitê de Normas e ESG da Abrava.

Exemplo deste movimento, a multinacional Danfoss investiu na plataforma Alsense, que é uma solução de IoT para varejo alimentar e o mais recente lançamento em nuvem da empresa para supermercados e aplicações de varejo de alimentos.

“Trata-se de um portal escalonável e seguro para otimizar o desempenho das operações de varejo de alimentos, com uma tecnologia que pode ajudar a alcançar as eficiências necessárias, pois a solução Alsense permite rastrear facilmente o desempenho dos equipamentos de refrigeração que estão conectados ao gerenciador AK-SM880A, responder a alarmes, integrar monitoramento 24 horas por dia, sete dias por semana, reduzir o consumo de energia e muito mais – tudo em uma plataforma moderna e integrada”, detalha o vendedor externo Alex Pagiato, do Departamento de Food Retail.

“Acho que os hardwares terão menos responsabilidade direta sobre o controle e mais em compartilhar com a nuvem os dados do equipamento/instalação e os algoritmos ou as IAs ficarão em nuvem enviando comandos para os hardwares nas plantas. Os sistemas de gestão devem sair fisicamente das plantas e ficar na nuvem”, aposta o gestor.

Na mesma linha de pensamento, a Carel aposta na integração a serviços de IoT, inteligência artificial e Internet móvel por meio do sistema de supervisão Boss e também pelos sistemas de integração a serviços baseados na nuvem.

“Um sistema de água gelada pode ser integrado facilmente a serviços de IoT e monitoramento remoto com Internet móvel a partir do CloudGate. A integração dos dispositivos a serviços de computação impacta de maneira positiva o dia a dia dos clientes, uma vez que as instalações podem ser monitoradas e gerenciadas de forma totalmente remota”, arremata o engenheiro Rafael Valsani Leme Passos, analista pleno de suporte técnico.

Por fim, o engenheiro Fernando Lemos, gerente de desenvolvimento de negócios da Coel, entende que, no aspecto do controle de temperatura, o mercado oferece uma extensa gama de soluções. “Mas, quando abordamos essas novas frentes de conectividade de inteligência artificial, notamos que há muitas oportunidades a serem exploradas”, vislumbra.

Danfoss firma nova parceria

A Danfoss e a Salling Group anunciaram uma parceria em conjunto com a Microsoft para capacitar o varejo alimentar sustentável por meio da digitalização. O Salling Group pretende criar um negócio neutro em carbono e está investindo mais de 2,4 bilhões de coroas dinamarquesas nos próximos anos em projetos de energia e sustentabilidade. Parte dessa iniciativa inclui uma colaboração com a Danfoss e a Microsoft para desenvolver serviços digitais para controlar o uso de temperatura e energia da refrigeração do supermercado, permitindo a manutenção preventiva para evitar perdas de alimentos e desperdício de energia. As empresas trabalharão juntas para utilizar sistemas e componentes de refrigeração, para as lojas da Salling Group na Dinamarca. O Alsense da Danfoss, uma plataforma de Internet das Coisas (IoT) construída na Microsoft Cloud for Sustainability, será utilizado para mensurar o desempenho da refrigeração. “Já possuímos as tecnologias e medidas de eficiência energética disponíveis hoje para oferecer grandes reduções de emissões. Temos orgulho de trabalhar com o Salling Group como um de nossos parceiros para a descarbonização”, diz Jürgen Fischer, presidente da Danfoss Climate Solutions.

Fujitsu General do Brasil anuncia nova marca de produtos

Fujitsu General do Brasil anuncia o rebranding global da marca para os próximos meses em sua linha de produtos.

A nova marca de produto Airstage chega trazendo a cor azul-esverdeado representando a inovação, tecnologia e sustentabilidade como principais atributos. Os produtos Airstage, segundo a empresa, colaboram com a saúde do planeta, da fabricação ao uso diário, fazendo com que o impacto na natureza seja o menor possível. A novidade da engenharia dos aparelhos é a aplicação do novo sistema de refrigeração por meio do fluido R-32. O gás é considerado de menor impacto para o aquecimento global e não agride a camada de ozônio, além de proporcionar elevada economia de energia. A mudança já teve início na filial Americana, Austrália, Europa e chegará como pré-lançamento a partir deste mês no mercado brasileiro. No próximo ano chegam os novos produtos de lançamento.

“Estaremos pautados nos pilares da evolução, eficiência, qualidade, sustentabilidade e modernidade, focando no aumento do market share e capacitando ainda mais o mercado de instaladores de ar-condicionado. Todos os produtos desenvolvidos demonstram o quanto o nosso esforço e trabalho em conjunto se faz presente principalmente na qualidade que disponibilizamos em nossos equipamentos. Estamos em constante movimento, somos pioneiros na tecnologia inverter no mercado brasileiro e agora também como uma das primeiras fabricantes, no mercado brasileiro de ar-condicionado a obter o Selo Procel-categoria Ouro na fabricação do modelo split-teto na capacidade de 24 mil BTU em fluido R-32, alcançando uma eficiência energética superior.” ressalta Akihide Sayama, presidente da Fujitsu General do Brasil.

Fabricantes investem em miniaturização de componentes e eficiência energética

Indústrias buscam conquistar maiores fatias do mercado doméstico com inovações tecnológicas sustentáveis.

O segmento de refrigeração doméstica não para de avançar tecnologicamente, sendo especialmente alavancado pelo surgimento de inovações na área comercial – de compressores mais compactos e de velocidade variável e suas placas eletrônicas a equipamentos mais sustentáveis e eficientes energeticamente. Em verdade, uma coisa puxa outra.

No escopo da Nidec Global Appliance, detentora da marca Embraco, os compressores têm se destacado, nos últimos tempos, pela rápida evolução dentro de um conceito de sustentabilidade ambiental, envolvendo o tripé eficiência energética, redução de desperdício de alimentos e diminuição do volume de matéria-prima utilizada.

“Atualmente, a tecnologia de velocidade variável, também chamada de Inverter, é a que entrega todos estes três fatores no seu melhor potencial. É uma tecnologia na qual o compressor interpreta as necessidades de temperatura do refrigerador e regula sua velocidade para atender essa demanda, trazendo maior eficiência energética, com economia de até 40% de energia – em comparação a um compressor tradicional –, além de melhor ajuste e controle de temperatura”, detalha o diretor de vendas para aplicações residenciais na América Latina da Nidec, Leandro Navarro.

O executivo explica que esses compressores possibilitam um desempenho ainda melhor na preservação dos alimentos e redução de ruído, grandes atrativos para o consumidor final. Segundo ele, esta tecnologia envolve um compressor conectado a uma placa eletrônica, chamada inversor.

“As placas eletrônicas da Embraco também trazem a opção de modularização, ou seja, um mesmo compressor pode se adaptar a diferentes refrigeradores em distintos lugares do mundo, apenas alterando o inversor, abrindo caminho, inclusive, para incorporar soluções bivolt, com um compressor 110V-220V”, exemplifica.

Navarro lembra ainda que as possibilidades de aplicações relativas à IoT (Internet das Coisas) também crescem quando se usam compressores de velocidade variável. “Isso porque os inversores – placas eletrônicas que controlam os compressores de velocidade variável – permitem agregar novos recursos e controles entre o refrigerador e o compressor”, descreve.

A Nidec dispõe de um portfólio bastante amplo de produtos, que muitas vezes são customizados para atender às necessidades de cada mercado ao redor do mundo. No Brasil, seus carros-chefes para a refrigeração residencial são os compressores de velocidade variável da linha FMS e os compressores de velocidade fixa da linha EM.

A linha EM apresenta excelente performance, eficiência energética, robustez, alta qualidade e confiabilidade. Conta com vários modelos, com opções diferentes tipos de refrigerantes.

Lançada recentemente, a linha FMS tem 12 centímetros de altura, um terço menor que o EM. Atinge 265 W de capacidade de refrigeração, mais de 20% acima das soluções existentes com tamanhos semelhantes.

“O FMS foi lançado com o objetivo de tornar a tecnologia de velocidade variável, ou inverter, mais acessível em todo mundo, trazendo as vantagens de economia de energia, baixo ruído, estabilidade, confiabilidade e melhor preservação dos alimentos”, enfatiza Navarro.

Eficiência energética

Uma importante tendência do HVAC-R brasileiro, de acordo com especialistas do setor, é a crescente exigência por equipamentos mais eficientes energeticamente. Este movimento ainda deve aumentar nos próximos anos, também em função da atualização do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) para refrigeradores residenciais, desenvolvido pelo Inmetro.

O PBE foi atualizado pela Portaria nº 332/2021, que entrou em vigor em 1º de julho deste ano, a qual criou três novas categorias nas etiquetas do Inmetro – “A+”, “A++” e “A+++”. Elas identificam os refrigeradores que são, respectivamente, 10%, 20% e 30% mais econômicos do que os produtos até então classificados como “A”. O varejo terá até 30 de junho de 2023 para comercializar os produtos com a etiqueta antiga.

A partir de janeiro de 2026, os selos voltarão a ir de “A” a “F”, entretanto, mais rigorosos. Ao final de 2030, o nível de consumo máximo permitido em cada categoria irá se tornar ainda mais restrito. “A Embraco já tem hoje, em seu portfólio, os produtos para atender a todas as etiquetas até 2030, pois, como uma marca global, estamos em mercados em que as exigências regulatórias são mais elevadas”, pondera o diretor da Nidec.

Outra tendência no mercado global, a redução do tamanho – miniaturização – dos compressores tem como foco a fabricação de itens menores, com até 50% de massa, porém com a mesma capacidade de refrigeração e mais eficientes do que seus antecessores.

“Há vários ganhos nisso, como a otimização do espaço interno do gabinete, liberando mais espaço para armazenamento de produtos, além da redução do consumo de recursos naturais para fabricação e otimização do transporte dos compressores”, complementa Navarro.

Os fabricantes também estão buscando operar com refrigerantes de baixo impacto no aquecimento global. A Nidec tem apostado no uso de refrigerantes naturais, como propano (R-290) e isobutano (R-600a), sendo este último o mais utilizado na refrigeração residencial. “Em 2021, 65% dos nossos compressores comercializados globalmente, somando refrigeração residencial e comercial, já contavam com fluidos refrigerantes naturais”, pontua o executivo.

Esta corrida está bem acelerada. Ainda em 2021 a Samsung já havia colocado no mercado geladeiras mais eficientes nas principais categorias (Duplex, Duplex Inverse, French Door e Side by Side), que passaram a atendem aos novos critérios do Inmetro.

De acordo com a multinacional sul-coreana, seu portfólio conta com vários refrigeradores que correspondem à classificação mais alta, graças às tecnologias embarcadas nesses modelos – entre elas, a do compressor Digital Inverter, que emite menos ruídos e pode economizar até 50% de energia.

“A preocupação com a redução de consumo de energia é uma tendência global, e em situações de escassez de chuvas e de uma consequente crise energética como a que vivemos no Brasil, esta questão se torna ainda mais importante. Atendendo aos mais altos padrões internacionais de eficiência e sustentabilidade, a nossa empresa se antecipou ao oferecer produtos que já correspondem às novas normas brasileiras”, afirma o diretor da divisão de eletrodomésticos da Samsung, Helbert Oliveira.

Entre os modelos mais populares da marca está a geladeira duplex Samsung Evolution RT46, dotada da tecnologia POWERvolt, que torna o equipamento mais resistente a picos de energia, problema recorrente no Brasil. Outro aparelho de destaque é a geladeira duplex Inverter Frost Free RT6000K 5-em-1 RT53, que conta com a tecnologia Twin Cooling Plus, voltada a conservar os alimentos frescos pelo dobro do tempo.

Já a geladeira duplex da marca, a Inverter Frost Free Inverse Barosa RL4363, pode ou não contar com o dispenser de água na porta. Este modelo também tem o Smart Sensor, ou seja, sensores que monitoram a temperatura ambiente, o nível de umidade interna da geladeira e até mesmo os hábitos de uso do aparelho, que se adapta e opera de forma otimizada e econômica.

Já entre os modelos Side by Side, destaca-se a geladeira Inverter Frost Free de três portas RS65R56, que conta com a tecnologia SpaceMax, construída com paredes mais finas, garantindo maior volume interno sem ocupar mais espaço no ambiente. O modelo vem com a exclusiva FlexZone, com temperatura independente, possibilitando quatro modos de resfriamento.

Em agosto passado, a Samsung lançou no Brasil seus primeiros modelos de geladeiras Bespoke, sendo um duplex inverse com 328 litros de capacidade, e um modelo flex, com capacidade de 315 litros, conversível entre freezer e geladeira. Ambos os modelos têm portas reversíveis, que abrem dos dois lados para se ajustar ao design da cozinha, a fim de otimizar o espaço.

O modelo Bespoke de 328 litros conta com a tecnologia SpaceMax e prateleiras retráteis para acomodar os alimentos com mais praticidade e um rack de vinho para armazenar garrafas refrigeradas na posição horizontal. Já a versão de 315 litros traz a opção de guardar alimentos frescos na geladeira ou mantê-los congelados usando-a como freezer.

Em julho, a sul-coreana LG Electronics apresentou suas novidades em linha branca na Casacor 2022, quando lançou as geladeiras Smart Side by Side UVnano. A grande novidade, de acordo com a multinacional, é a exclusiva máquina embutida Craft Ice, que permite fazer gelo em formato de esfera, os quais derretem lentamente, mantendo o sabor e a refrescância das bebidas. Outra evolução é a aplicação da tecnologia UVnano no dispenser de água. O uso de luz ultravioleta garante a eliminação de até 99,99% das bactérias no bocal.

A geladeira conta também com a tecnologia InstaView Door-in-Door, um painel de vidro que se ilumina com duas batidas, permitindo que os consumidores vejam o interior sem abrir a porta, reduzindo a perda de ar frio e economizando energia. Para manter os alimentos frescos por mais tempo, a geladeira vem equipada, internamente, com o filtro Hygiene Fresh+, que elimina até 99,999% de bactérias e remove o mau odor.

Outra marca a lançar um produto igualmente inovador foi a chinesa Midea, que apresentou ao mercado o refrigerador Side by Side 528L, que conta com freezer com capacidade de 184 litros, duas gavetas, três prateleiras na porta e três prateleiras internas.

De acordo com a multinacional, o aparelho é dotado de gaveta dupla de frutas e legumes, painel touch e prateleiras de vidro para dar maior estabilidade para latas e garrafas, além do ice twister, ativado com apenas um toque. Toda esta tecnologia embarcada proporciona economia de energia elétrica de até 28%.

Ao que tudo indica, a busca por equipamentos cada vez mais eficientes, com tecnologias que abram caminho, por exemplo, para a miniaturização de componentes, concordam especialistas do mercado do frio, continuará a ser destaque nos próximos anos no HVAC-R.