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Senai Oscar Rodrigues Alves passará por reforma e ampliação em 2023

Instituição forma profissionais para o mercado de refrigeração e ar condicionado desde 1992.

Referência em formação profissional especializada nos segmentos do HVAC-R, a Escola Senai Oscar Rodrigues Alves, localizada no bairro do Ipiranga, na cidade de São Paulo, passará por uma grande reforma e ampliação em 2023, para adaptações necessárias, seguindo as diretrizes de edificações sustentáveis. O projeto visa também trazer modernidade ao prédio dessa unidade, que iniciou as atividades em 1948 e foi inaugurada em 25 de maio de 1949.

A obra foi alinhada com o Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar no Estado de São Paulo (Sindratar-SP) em abril deste ano. As tratativas foram acertadas entre as lideranças do Senai-SP: Josué Gomes, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), do Sesi-SP e Senai-SP, e Ricardo Figueiredo Terra, diretor regional do Senai-SP, juntamente com Pedro Evangelinos, presidente do Conselho Consultivo da escola, presidente do Sindratar-SP e do conselho de administração da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

 Infraestrutura sustentável e moderna

Segundo o projeto, a unidade terá as fachadas internas e externas restauradas, incluindo a substituição de caixilhos (peças na quais se encaixavam as janelas de duas abas), a reforma dos banheiros e acessibilidade, ampliação da secretaria e da biblioteca. Além da ampliação da área construída, para cerca de 2.000 m², nos espaços ocupados pela quadra de esportes e vestiários, contemplando três pavimentos (térreo, 1º e 2º andar) e quadra esportiva descoberta no último pavimento.

O novo prédio da escola será baseado em princípios de edificação sustentável (verde) e inteligente. Além da instalação de painéis fotovoltaicos para geração de energia elétrica, terá sistemas de reaproveitamento de água da chuva e de monitoramento de temperatura, umidade e nível de dióxido de carbono nos ambientes climatizados e PMOC on-line.

Para os estudos, os alunos ganharão tecnologia de realidade virtual aumentada em instalação e manutenção em sistemas e equipamentos de refrigeração e climatização, a partir de tecnologias inovadoras.

 Longa relação

A escola iniciou sua relação com o mercado do frio ainda no começo da década de 1970, quando oferecia treinamentos em refrigeração residencial, embora de forma ainda tímida. Duas décadas mais tarde, em 1992, o modelo de ensino consolidou-se nesta unidade do Senai, que formalizou uma das mais bem-sucedidas parcerias estratégicas de sua história, com a Abrava e o Sindratar-SP.

Até hoje, a escola já formou cerca de 280 mil profissionais, dos quais, em torno de 70% nas áreas de refrigeração e climatização.

Atualmente, cursos relacionados ao setor também estão disponíveis em uma unidade móvel e em 17 unidades do Senai espalhadas pelo estado de São Paulo. Além da unidade do Ipiranga, a lista inclui as cidades de Araraquara, Araras, Birigui, Bauru, Botucatu, Franca, Jacareí, Marília, Ourinhos, Pindamonhangaba, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Santos, Sorocaba, Suzano e Votuporanga.

“Todos devem estar conscientes de que o investimento na capacitação profissional propicia a manutenção no mercado de trabalho, não somente competitivo, mas cada vez mais exigente quanto às melhores práticas em refrigeração e climatização”, pondera o diretor da escola, Eduardo Macedo Ferraz e Souza.

O avanço do HVAC-R no Brasil tem impulsionado muitos profissionais graduados a buscar capacitação constante, com o intuito de adquirir conhecimento e crescer no setor. Em função deste movimento do mercado, cada dia mais exigente e criterioso em relação ao perfil e às competências adquiridas por esses gestores, o Senai Oscar Rodrigues Alves passou a ofertar pós-graduação em parceria com faculdades Senai.

Hoje, a unidade oferece variados cursos nas áreas de refrigeração e climatização, em diversas modalidades de ensino, como Aprendizagem Industrial de Mecânico de Refrigeração e Climatização, Técnico de Refrigeração e Climatização, e mais de 20 cursos de formação inicial e continuada (curta duração) e pós-graduação. Os mais procurados relacionam-se à manutenção de refrigeração e climatização residencial, comercial, multi split e VRF.

A parceria entre o Senai-SP, a Abrava e o Sindratar-SP teve como objetivo atender à crescente demanda da indústria do setor, que já à época pleiteava formar profissionais que dominassem as técnicas relacionadas a projeto, a instalação, operação e manutenção de sistemas de refrigeração e climatização.

“Nessas três décadas de relacionamento com o setor de HVAC-R, houve vários avanços na área pedagógica, educacional e no campo tecnológico. Mas, sem dúvida, o grande destaque – que impactou significativamente a formação de profissionais do setor – foi a implantação do Conselho Consultivo para as áreas de refrigeração e climatização na nossa escola”, afirma o diretor.

Índice de empregabilidade dos cursos oferecidos pelo Senai evidencia pujança do setor do frio.

 Conselho Consultivo

Segundo Ferraz e Souza, o Conselho foi constituído em 1992 para manter a contínua cooperação entre o Senai-SP e os representantes de empresas do HVAC-R para a solução de problemas relativos à formação de profissionais para suprir as necessidades da cadeia produtiva do frio.

Sua atuação é focada em identificar, analisar necessidades de formação profissional e sugerir medidas para o seu equacionamento e soluções, colaborando com as ações realizadas pelo Senai-SP.

“Esse processo inclui desde propostas de alterações na reformulação dos cursos e currículos para adaptá-los às exigências do mercado de trabalho. Assim como às inovações introduzidas nos processos produtivos até a orientação acerca de leiautes de oficinas e laboratórios”, complementa o diretor.

Composto por 70 empresas e entidades (cerca de 125 profissionais), o Conselho também atua para auxiliar na divulgação, às empresas, das atividades de formação profissional realizadas pelo Senai-SP, estimulando seus trabalhadores a se inscreverem nos cursos. Além disso, conta com a participação no planejamento e realização das Semanas Tecnológicas, que são feitas anualmente pelo Senai-SP e a Abrava, reúnem empresas do setor para palestras técnicas, exposição de equipamentos e fomento de conhecimentos das áreas afins, voltadas para público externo e alunos.

“O Conselho Consultivo para as áreas de refrigeração e climatização exerce papel fundamental nesse processo de inovação na indústria, apresentando novas tecnologias e empresas, contribuindo para o desenvolvimento tecnológico da escola e do setor”, destaca Ferraz e Souza. Ele lembra que o Senai-SP revê sistematicamente o conteúdo, os cursos e os serviços oferecidos e investe periodicamente em novos recursos didáticos, laboratórios, oficinas, equipamentos, peças e ferramentas.

Paralelamente, a escola busca participar dos principais eventos do setor, mantendo contatos com entidades representativas do ramo do frio para estabelecer novas parcerias.

Parcerias e convênios

A Escola Senai Oscar Rodrigues Alves tem diversas parcerias com empresas e entidades no Brasil, ação que abre caminho para se acompanhar de perto as inovações tecnológicas do HVAC-R e as transformações na organização da produção, em áreas como construção civil, têxtil e confecção, varejo (supermercados e shoppings), hospitais, alimentação, química (indústria farmacêutica), eletrodomésticos e automotiva.

Uma das preocupações da escola está em inserir os profissionais no mercado, estimulando a contratação de seus alunos pela cadeia produtiva do HVAC-R. Para tanto, o aluno matriculado no curso técnico de Refrigeração e Climatização poderá realizar estágio supervisionado em empresas do setor, com duração de dois anos.

A crescente procura pelas empresas do setor, interessadas na contratação de alunos da unidade levou a instituição a desenvolver uma plataforma digital, disponível dentro do seu site, onde as indústrias podem ofertar vagas e os profissionais e alunos podem cadastrar seus currículos.

De acordo com a edição 2021 do Indicador de Ocupação Nacional, por meio do Sistema de Acompanhamento de Egressos (Sapes), processo de avaliação com foco nos concluintes e ex-alunos dos cursos do Senai de todo Brasil, o maior índice de ocupação nas áreas de refrigeração e climatização foi de 90,8%, “demonstrando a alta inserção no mercado dos profissionais no setor e o resultado das ações da educação profissional ofertada pelo Senai em âmbito nacional”, destaca Ferraz e Souza.

A oferta dos cursos do Senai-SP acompanha a demanda do setor e está diretamente vinculada ao perfil das empresas, que adotam, cada vez mais, estratégias visando a competitividade, a eficiência energética e a automação. “Analisamos o princípio da empregabilidade, ou seja, o curso deve propiciar a oportunidade imediata de emprego ou de requalificação para ingresso no mercado de trabalho”, observa o diretor do Senai Oscar Rodrigues Alves.

No que se refere ao curso técnico em refrigeração em climatização, a unidade Ipiranga oferta 40 vagas nos períodos da manhã, tarde e noite. O curso técnico ocorre nas modalidades presencial e semipresencial. Esta última é realizada a distância, em Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), com 20% de sua carga horária realizada presencialmente, representando quatro horas semanais (um dia por semana).

“Durante o curso, o aluno é acompanhado por tutoria especializada e capacitada pedagogicamente para mediar situações de aprendizagem a distância, oferecendo condições para a realização das atividades, orientando, resolvendo dúvidas, atendendo necessidades individuais de aprendizagem, avaliando e favorecendo o desenvolvimento de vínculos indispensáveis para a motivação”, conclui Ferraz e Souza, reforçando que os interessados devem ficar atentos para o período de inscrições para as próximas turmas, informação divulgada nos canais de comunicação da escola.

Joverci Silva: O presente é perfeito e o futuro, brilhante!

Tudo começou em outubro de 2004, quando Joverci Silva Marques trabalhava na área de hematologia de um grande hospital na capital paulistana, onde teve a oportunidade de conhecer um paciente que era diretor de uma grande rede de hotéis e estava hospitalizado para um tratamento. Ao fazer os cuidados de enfermagem, ela comentou que seu marido, na época, cursava o técnico de refrigeração no Senai e trabalhava com instalação e manutenção de ar condicionado. Foi assim que Jo, como é conhecida no setor, tomou gosto e amor pelo mercado de HVAC-R.

“Na época, todo meu conhecimento era do ponto de vista do usuário no ramo médico, onde o ar condicionado do setor hospitalar precisava ser rigorosamente higienizado, e no caso dos centros cirúrgicos, não poderia haver nenhuma contaminação e seu nível de pureza deveria estar sempre nos 100%. Com a indicação desse paciente, abrimos uma empresa e conseguimos o nosso primeiro contrato de manutenção em ar condicionado naquele mesmo ano. A demanda foi aumentando e eu passei a atuar na empresa. Após meu divórcio, assumi toda a empresa e vislumbrei na refrigeração a oportunidade de crescimento profissional, além de possibilitar aos meus filhos mais qualidade de vida”, conta Joverci.

Sócia majoritária da Bless Climatização Serviços de Manutenção e Vendas e diretora executiva da Aero Solutions Climatização & Refrigeração, ela é formada em Enfermagem, Psicanálise Clínica e Refrigerista, com dezenas de cursos e certificações junto aos principais fabricantes e distribuidores.

“Um dos grandes desafios em assumir a empresa foi na primeira reunião, todos homens e um dos colaboradores disse que ‘não iria se submeter a aceitar ordem de uma mulher, já que ele tinha muito mais conhecimento do setor’. Para minha surpresa, o restante da equipe ficou indignada com a atitude do colega e tive todo apoio. O segundo desafio foi chegar diante de cada cliente e apresentar-me. Alguns demonstraram seu apoio sem ressalva, já outros, tinham uma visão desfavorável com minha liderança e colocavam prazos difíceis de cumprir. Mas, graças a essas exigências, que recebi a valiosa ajuda do grande mestre do Senai Oscar Rodrigues Alves, conhecido como professor ‘Esquerdo’. Ele não só me ajudou como passou a indicar minha empresa para assinar os estágios de formandos técnicos em refrigeração e climatização. Isso contribuiu muito para suprimir os ataques ‘machistas’, e o que era para ser uma situação desfavorável a minha liderança feminina, passou a ser um dos pontos fortes da empresa”, comemora.

Hoje, Jo comanda uma equipe formada por colaboradores com mais de 11 anos de empresa, e os que saem, passam a ser parceiros de profissão.

“Nos especializamos em atendimento para o setor de hotelaria e passamos a ser homologados em uma rede hoteleira francesa muito forte no Brasil. Aprimoramos nosso conhecimento na elaboração e execução de PMOC e nosso primeiro contrato de manutenção durou 18 anos, finalizado devido a pandemia, pois o edifício deixou de atender como um hotel”, diz.

Mulheres despertas

Jo reforça que as mulheres vêm se destacando cada dia mais no segmento, se qualificando como excelentes profissionais no ramo e motivando outras mulheres.

“Em 2018, tive o prazer incrível de conhecer o grupo de mulheres do setor de HVAC-R, que foi um bálsamo para minha vida. Poder dividir minha história e ao mesmo tempo conhecer a história da vida de tantas mulheres que trabalham nesse segmento, foi precioso. Nosso grupo de mulheres ficou ainda mais forte depois da Febrava 2019, onde surgiram novas oportunidades junto aos fabricantes, cursos e eventos com vários distribuidores e com o precioso apoio da Revista do Frio cobrindo a maioria desses eventos. Mesmo vivendo em meio ao domínio do patriarcado, as mulheres hoje sabem que ‘lugar de mulher é onde ela quiser’, principalmente no momento de pandemia, quando o setor de HVAC-R foi reconhecido como parte fundamental no combate a Covid 19. Hoje, podemos dizer que somos ‘mulheres despertas’. É maravilhoso falar de simetria, justiça e conformidade da equidade feminina no nosso setor”.

Com participação atuante em vários grupos de mulheres do setor de HVAC-R, Jo diz que “todos os movimentos em prol da equidade feminina são importantes, porém, o de mais destaque é o Elas no HVAC-R. Neste grupo, podemos compartilhar nosso dia a dia, pedir ajuda, ajudar quem precisa, divulgar eventos dos fabricantes, escolas e cursos profissionalizantes, vagas de emprego e tirar dúvidas sobre leis e normas que regem o setor. Eu diria que é um grupo de ajuda mútua, sem julgamentos e com muito respeito pela individualidade de membro”.

Ela é enfática em dizer que a família é seu bem maior. “Faço de tudo para manter a união com meus filhos, mesmo minha filha morando fora do Brasil, seguindo seus sonhos. Temos uma grande cumplicidade e nosso amor familiar só aumenta. Já meu filho seguiu a carreira musical, ele é produtor musical e DJ, tenho muito orgulho do trabalho que ele vem desenvolvendo. Meus amigos não são muitos, mas os que tenho são tão chegados e chamados de irmãos. Foi graças aos verdadeiros amigos, que tive forças e condições para criar os meus filhos como mãe sozinha, dois deles, o Naldo e Gustavo! Faço questão de estar com eles sempre que posso, eu costumo dizer que estou com eles até debaixo d’água! Meus hobbies são ler, estudar e ajudar outras pessoas como psicanalista e como refrigerista! Amo ajudar outras pessoas a ressignificar suas histórias de vida. Minhas conquistas são inumeráveis diante da grandeza da vida. Posso destacar que ter criado sozinha meus filhos e a formação deles em nível internacional, faz meu coração transbordar de gratidão à Deus. Claro que agradeço também ao ramo da refrigeração, fonte de meu sustento todos estes anos.

Até mesmo minha formação em psicanálise é uma grande conquista feita através da refrigeração. E aos profissionais do setor, eu aplaudo de pé pela excelente escolha de profissão! Promissora, com grandes oportunidades para homens e mulheres conquistarem sua história. Se tiverem medo ou receio, sigam adiante, sejam despertos (as), pois o presente é perfeito e o futuro é brilhante!”, finaliza Jo.

Armstrong apresenta nova linha de bombas externas com motores de ímãs

Armstrong anunciou que as bombas Design Envelope com motores de imãs permanentes agora estão disponíveis com a classificação NEMA 4X/IP66 para instalação ao ar livre.

Apresentando tecnologia avançada de mapeamento de desempenho e lógica de limitação de carga, as novas bombas reduzem o consumo de energia em até 30% em comparação com as bombas fornecidas com um acionamento de velocidade variável solto. Juntamente com as novas bombas hidráulicas mais eficientes, as novas bombas de 1 a 10hp podem economizar mais 20% em comparação com os produtos integrados da concorrência com motores de indução.

Outras características do novo Design Envelope de bombas para exterior incluem:

  • Tampa para proteger a interface do usuário da sujeira e da luz solar com tela sensível ao toque
  • O escudo contra intempéries protege o ventilador do motor contra ataques de gelo
  • Os controles NEMA 4X testados em fábrica são aprovados pela TL
  • O controle sem sensor paralelo disponível proporciona economia de energia adicional através da melhor eficiência na preparação
  • O serviço Pump Manager disponível fornece rastreamento do desempenho da bomba junto com alertas, alarmes e armazenamento de dados

“A abordagem convencional para bombas no telhado e ao ar livre é instalar as VFDs em um painel de controle central, com classificação externa, separado das bombas. Isto acrescenta custos desnecessários e requer uma maior pegada”, disse Zeljko Terzic, Gerente de Oferta Global de Bombas. “Nossas novas bombas Design Envelope apresentam controles integrados para uma área reduzida e custos de instalação substancialmente reduzidos”.

As apostas da refrigeração comercial

Segmento investe cada vez mais em tecnologias como conversores de frequência, condensadores de microcanal, fluidos refrigerantes de baixo impacto climático, trocadores de calor a placas e válvulas de expansão.

Capitaneado principalmente pelas vendas de ilhas e expositores frigoríficos, o segmento de refrigeração comercial cresceu sem parar na última década no Brasil, com resultados muito positivos alcançados pela indústria e pelo varejo mesmo durante a pandemia.

Para chegar ao atual cenário, esse mercado – que historicamente é um dos primeiros a sentir o impacto das crises econômicas – só saiu fortalecido dessa situação porque vem há algum tempo baseando sua evolução em três pilares – eficiência energética, miniaturização e uso de refrigerantes de baixo impacto ambiental.

Essas três tendências juntas também causam um enorme impacto nas metas de redução dos efeitos da refrigeração no meio ambiente, ajudando a preservar recursos, diminuir as emissões de CO2 e combater o aquecimento global.

Uma das tendências do varejo brasileiro, a busca por equipamentos energeticamente mais eficientes se intensificou especialmente em função do absurdo encarecimento da energia elétrica, item que pesa cada vez mais nos custos do negócio. Partindo dessa premissa, avançam as tecnologias capazes de mitigar essa e outras despesas, além de diminuir os gastos com manutenção e proporcionar uma gestão mais inteligente dos equipamentos.

“Como fabricantes de compressores e unidades condensadoras, nosso foco é desenvolver e lançar produtos que respondam a essas demandas. Uma das principais tecnologias para isso está nos compressores de velocidade variável, que podem resultar em até 40% de economia de energia, dependendo da aplicação, em comparação à tradicional tecnologia de velocidade fixa. Esses compressores oferecem ainda melhor desempenho na preservação dos alimentos e redução de ruído”, afirma o diretor de vendas e engenharia de aplicação para América Latina da Nidec Global Appliance, Sander Malutta.

Similarmente, o HVAC-R mundial tem apostado no avanço dos compressores com motor de ímã permanente, também conhecidos como BLDC, que estão ficando cada vez mais populares no segmento de refrigeração. Trata-se de um tipo de motor que vai dentro de um compressor de velocidade variável.

“Em testes reais, sistemas contando com compressores BLDC, válvulas de expansão eletrônicas e controle adaptativo conseguem entregar mais de 24% de economia de energia na comparação com as soluções tradicionais do mercado. Essa redução de consumo já é notada pelos supermercadistas que, uma vez em contato com esse tipo de tecnologia, dificilmente voltam a aceitar sistemas menos eficientes”, comenta o gerente técnico para a América Latina da Carel, Marcel Nishimori.

Desenvolvido para trabalhar em várias velocidades, o motor de ímã permanente permite que o compressor adapte seu funcionamento às necessidades do equipamento de refrigeração.

“Em um ambiente de constante abertura de portas, como um supermercado, por exemplo, ele recupera a temperatura ideal muito mais rapidamente do que um compressor de velocidade fixa (liga-desliga). Esse motor tem causado um impacto muito positivo no setor, visto que os modelos mais recentes podem economizar até 40% de energia elétrica, em comparação com os compressores de velocidade fixa”, concorda Malutta, da Nidec.

O executivo aponta também como tendência o uso do glicol como fluido secundário em aplicações de média temperatura, processo que já está consolidado em todos os tamanhos de supermercado no Brasil. Segundo ele, atualmente é muito comum encontrar unidades condensadoras dentro das lojas do tipo low condensing para expositores verticais e câmaras frias que operam em baixa temperatura.

“As unidades low condensing são pensadas para aproveitar as linhas de glicol que passam pelo estabelecimento e utilizar esse fluido como agente de condensação em vez de se instalar uma central de compressores na casa de máquinas e ter tubulações de cobre até os pontos de frio em toda loja. Essa nova modalidade de instalação aumenta a área de vendas, pois se faz necessário o uso de uma central de compressores para os evaporadores de congelados”, detalha Nishimori, da Carel.

Outro fator que colaborou decisivamente para os ganhos em refrigeração comercial são os projetos envolvendo o fechamento de expositores e ilhas com portas de vidro, que até então eram abertos, se configurou em outra tendência adotada pelos varejistas.

“Somente esse ajuste diminuiu significativamente a carga térmica dos expositores, proporcionando redução de carga frigorífica e dando espaço nos racks de frio alimentar à linha de compressores com tecnologia scroll e herméticos, em substituição aos tradicionais semi-herméticos, cuja eficiência é menor”, explica o coordenador de vendas na Danfoss, Oswaldo Maestrelli Junior.

Juntamente com a eficiência energética, o mercado do frio tem acompanhado a tendência tecnológica de redução de tamanho dos compressores, a chamada miniaturização.

A partir do uso de muita tecnologia embarcada, esse processo visa à fabricação de compressores menores, mas com a mesma capacidade de refrigeração e até mais eficiência energética do que seus antecessores.

“Há vários ganhos nisso, como a otimização do espaço interno do gabinete, liberando mais área para armazenamento de produtos e reduzindo o consumo de recursos naturais para fabricação dos compressores”, salienta o executivo da Nidec, fabricante da marca Embraco.

Baixo impacto

Outra forte tendência na refrigeração comercial, que utiliza anualmente toneladas de gases refrigerantes, é a busca por substâncias de baixo impacto ambiental, a exemplo do propano (R-290).

“Em 2021, 65% de nossos compressores, comercializados globalmente, tanto em setores residenciais quanto comerciais, já contavam com fluidos refrigerantes naturais”, descreve Sander Malutta.

A aplicação de fluidos refrigerantes de baixo GWP, especialmente o propano, o dióxido de carbono e misturas à base de hidrofluorolefinas (HFOs), tornaram-se outra alternativa aos refrigerantes que encontram-se em gradual processo de retirada do mercado.

“O desenvolvimento de novas tecnologias visa atender às demandas da Emenda de Kigali e procura, com isso, minimizar o consumo de energia elétrica. Fluidos refrigerantes de baixo GWP e controle de capacidade nos compressores são ações efetivas que trouxeram novas perspectivas para o futuro próximo”, complementa o gerente de engenharia da Eletrofrio, Rogério Marson Rodrigues, lembrando que são diversos os projetos em operação que já usufruem daquilo que será regra muito em breve.

De acordo com o executivo, a fabricante curitibana tem em seu portfólio equipamentos resfriadores de glicol (HighPack), considerados a vedete da refrigeração comercial brasileira no momento.

“São máquinas simples, de baixo custo, boa eficiência energética e reduzida carga de fluido refrigerante, ou seja, um conjunto de características consideradas estratégicas na análise de viabilidade de um projeto que busca atender às demandas atuais e futuras de um sistema de refrigeração para supermercados”, avalia Rodrigues.

Para o vendedor técnico da Danfoss Alex Pagiato, que atua nos segmentos de OEM e usuários finais, “a tecnologia de condensadores microcanal mostrou-se a mais favorável, pois reduz a carga de refrigerante em até 30%, atendendo aos requisitos e às normas que restringem o volume a 150 gramas, no caso do propano”, argumenta.

O representante da multinacional dinamarquesa informa que entre seus carros-chefes estão os compressores scroll homologados para os principais fluidos refrigerantes; inversores de frequência; válvulas de expansão eletrônicas do tipo passo e pulso; condensadores microcanal; trocadores de calor a placas; válvulas de balanceamento para fluido secundário; controladores eletrônicos e gerenciadores de sistema com acesso remoto. Todos estes produtos são importados das plantas globais da Danfoss localizadas na Europa, Ásia e América do Norte.

A japonesa Nidec, por sua vez, tem um rol bem diversificado de produtos voltados à refrigeração comercial, no caso dos compressores de velocidade variável, como as linhas FMF e VEM.

A linha FMF é uma família de compressores para aplicações comerciais que apresenta os melhores níveis de eficiência energética do mercado na sua categoria de tamanho e capacidade de refrigeração. Com deslocamento máximo de 6 a 15 cc, a versatilidade deste portfólio o torna indicado para equipamentos de qualquer segmento, como varejo de alimentos, cozinhas profissionais, aplicações médicas e científicas e expositores (merchandisers). Conta com tecnologia de velocidade variável (inverter) e utiliza refrigerante R-290.

A linha VEM tem como destaque o modelo VEMT404U – compressor para aplicações comerciais como merchandisers e equipamentos de refrigeração de cozinhas profissionais ou outros serviços de alimentação. Funciona com R290 e é até 10% mais eficiente do que os modelos competidores equivalentes (inverters).

Entre as unidades condensadoras, alguns dos principais modelos vendidos para uso no varejo brasileiro são as UFMF, projetadas para refrigeração comercial e reconhecida por sua eficiência energética, o que as tornam ideais para aplicações que exigem alta estabilidade de temperatura, confiabilidade e baixo ruído.

Bivolts e de bifrequências, operam nas tensões nominais de 110 V e 220 V e nas frequências de 50 e 60 Hz, além de trabalharem em ampla faixa de rotações por minuto (RPM). São dotadas de um compressor de velocidade variável FMF que, por meio de gerenciamento eletrônico, mantém a temperatura estável, independente da demanda, e opera com R290.

Já na linha de compressores de velocidade fixa com alta eficiência energética, o destaque vai para o compressor NEX, voltado para aplicações no varejo de alimentos, como expositores refrigerados, e para serviços de alimentação, como máquinas de gelo, refrigeradores de cozinhas profissionais e refrigeradores de bebidas.

“Trata-se da quarta geração da família de compressores Embraco NE. Em comparação com as gerações anteriores, fornece entre 7% e 10% mais eficiência energética, menores ruído e vibração, e opera com refrigerante natural R290”, informa Sander Malutta, da Nidec.

Além do já citado conjunto de compressor BLDC, do tipo variável, a multinacional norte-americana Carel aposta no variador de velocidade Power+, na válvula de expansão eletrônica e no controle completo que possibilita a integração de todos os componentes em um sistema adaptativo para diversos tipos de aplicação.

O gerente técnico para a América Latina da Carel, Marcel Nishimori, comenta que a recém-lançada família de controles iJ tem como principal característica a conectividade, tanto de interface com o usuário quanto de troca de informações, em tempo real, com o módulo inversor do principal compressor VCC disponível no Brasil.

“Esta integração entre controle e inversor permite obter o máximo rendimento frigorífico, proporcionando maior estabilidade de temperatura ao produto e aumentando sua qualidade sensorial e vida de prateleira”, completa.

Principais tendências do mercado brasileiro

Conversores de frequência. São conhecidos também como inversores de frequência, ou inverters. Trata-se do dispositivo eletrônico que é acoplado ao compressor e controla a velocidade de funcionamento do motor de ímã permanente, que fica dentro do compressor. Juntos, eles compõem o chamado compressor de velocidade variável.

Condensadores de microcanal. Tecnologia que utiliza canais mais finos no condensador, aumentando a pressão exercida sobre o fluido refrigerante, permitindo o uso de uma quantidade menor de material.

Fluidos refrigerantes de baixo impacto climático. Nas últimas décadas, um esforço global tem sido para substituir os HFCs refrigerantes com alto potencial de aquecimento global, por fluidos de menor impacto ambiental. Os refrigerantes naturais estão entre as melhores e mais viáveis alternativas no campo da refrigeração comercial leve.

 

Smacna Brasil realiza o primeiro Smacna Day

A Smacna Brasil (Sheet Metal and Air Conditioning Contractors’ National Association), realizará a 1ª edição do Smacna Day, dia 15 de setembro de 2022, das 8h00 às 19h00, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo (SP).

O evento será composto por palestras técnicas e mesa redonda com o objetivo de promover uma sinergia diferenciada, aproximando o cliente final como facilities, administradores prediais, gerenciadores de
obras, investidores, entre outros, proporcionando ao mercado de HVAC-R boas oportunidades.

Para Edson Alves, presidente da Smacna Brasil, o objetivo do Smacna Day é orientar o cliente final sobre os impactos das suas decisões ao longo da vida de uma edificação.

“O Smacna Day foi criado com a proposta de estreitar o relacionamento com o cliente final, proporcionando maior conhecimento na tomada de decisões de compra na contratação, incluindo a manutenção dos sistemas, eficiência energética, ou mesmo no retrofit de instalações. Transmitir conhecimento para esse público é essencial para obtermos qualidade e a melhor engenharia nas edificações, seja por meio das recomendações técnicas da Smacna como das boas práticas de engenharia aplicadas no segmento de HVAC-R”, informa Alves.

A programação do Smacna Day traz como tema central “O Ciclo de Vida do HVAC em Um Edifício”, dividido em cinco abordagens: Projeto, Contratação, Instalação, Manutenção e Retrofit.

 

Aberta as inscrições para o Circuito dos Instaladores etapa João Pessoa-PB

A escola Senai ORC-PB (Odilon Ribeiro Coutinho) vai sediar nos dias 21, 22 e 23 de setembro, das 18h às 21h, a quinta etapa do Circuito dos Instaladores pela Valorização Profissional, um evento itinerante gratuito promovido pela Revista do Frio com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial e patrocínio de grandes empresas do mercado de refrigeração e ar condicionado. Durante o encontro, que será transmitido pelo Clube do Frio, especialistas do setor vão compartilhar com os participantes informações sobre as últimas inovações e tendências tecnológicas na indústria de climatização. Além disso, haverá sorteio de prêmios exclusivos para a audiência presente e remota.

Para participar do encontro, os interessados devem preencher o formulário de inscrição disponível no site da Revista do Frio. As vagas disponíveis para o evento presencial são limitadas.

Inscreva-se já!

Mesmo sem grandes inovações, sistemas focam em economia de energia

Nas últimas três décadas, processos de recuperação de calor passaram por desenvolvimentos tecnológicos que aumentaram a eficiência com menor consumo energético.

Em busca de alternativas que ajudem a baixar os valores das contas de luz, edifícios comerciais, hospitais, estabelecimentos de ensino, complexos industriais e varejistas – especialmente redes supermercadistas e shoppings centers – têm investido em uma série de soluções energeticamente eficientes e de aplicação variada. Uma dessas opções são os sistemas de recuperação de calor, cada vez mais difundidos no mercado nacional e rompendo certa resistência que se observava há alguns anos entre o empresariado.

Mesmo com este cenário positivo, os equipamentos hoje disponíveis continuam sendo aqueles já tradicionais e conhecidos, conforme afirma o engenheiro Thiago Boroski, coordenador de eficiência energética e contas corporativas da alemã TROX Technik. “Não há um sistema inovador que tenha conquistado destaque, mas sim, desenvolvimentos tecnológicos que aumentaram a eficiência dos sistemas existentes”, pondera.

Mirando somente para o sistema de ar condicionado, os dispositivos de recuperação de calor mais tradicionais são os tanques de termoacumulação de água gelada, as rodas entálpicas, os recuperadores de calor de fluxo cruzado e os módulos de ciclo entálpico.

Segundo o executivo, é necessário destacar também as pequenas unidades de recuperação de calor para baixas vazões de ar, aplicadas em sistemas VRF, que se tornaram uma solução amplamente difundida. “Temos ainda os chillers com módulos de recuperação de calor, aplicados em sistemas com água quente. No entanto, seus ganhos em eficiência energética e consumo elétrico são extrínsecos ao sistema de ar condicionado e demandam uma análise sistêmica de todas as instalações e utilidades”, comenta.

Os carros-chefes da companhia alemã são as unidades de tratamento de ar modulares (UTA), modelo TKZ, as quais foram introduzidas no mercado nacional há cerca de 30 anos, com foco na aplicação em instalações de laboratórios, salas limpas e hospitais. Desde então, informa a multinacional, elas vêm sendo aprimoradas para ampliar seu leque de aplicações.

Atualmente, em virtude de sua flexibilidade de composição de módulos e amplitude de capacidades, as UTAs da empresa são aplicadas em diversos projetos, desde hospitais e salas limpas até shopping centers e edifícios comerciais.

Boroski detalha que os sistemas permitem grau de filtragem desde G4 até H14 e são utilizados em aplicação de serpentinas de resfriamento e aquecimento com emissores UV-C; módulos de resistências elétricas para reaquecimento; baterias de umidificação; módulos de ventilação com ventiladores centrífugos e plenum fan; aplicação de módulos de recuperação de calor por ciclo entálpico; arranjo dos módulos em dois andares para aplicação de roda entálpica ou recuperador de calor de fluxo cruzado.

“Os gabinetes dos módulos são montados com painéis de tamanhos padronizados e aparafusados entre si, proporcionando rigidez extremamente alta ao gabinete. A superfície interna do gabinete é totalmente lisa, facilitando a limpeza do interior do módulo, o que atende às normas internacionais de recomendações sobre higiene e limpeza, tais como DIN 1946 e VDI 6022, além das normas DIN 24194 e DW 143, quanto à exigência de estanqueidade”, explica.

O executivo salienta que todos os painéis são intercambiáveis, e painéis adicionais podem ser acrescidos em caso de reforma, com ampliação de capacidade da máquina e introdução de novos módulos. Os painéis são do tipo sanduíche, construídos em chapa de aço galvanizado, com espessura de 45 mm e isolamento em poliuretano expandido isento de CFC no próprio painel, o que proporciona isolação termoacústica e elevada rigidez mecânica ao conjunto.

“Justamente pela sua concepção modular, as unidades de tratamento de ar, modelo TKZ, passaram a ser aplicadas como solução em sistemas de recuperação de calor, recebendo módulos recuperadores de calor de fluxo cruzado ou módulos com roda entálpica em arranjos de gabinetes de dois andares, ou ainda introduzindo módulos de ciclo entálpico para controle das vazões de retorno e de bypass a montante do módulo de admissão de ar externo”, ressalta Boroski.

De forma indireta, os sistemas de recuperação de calor diminuem expressivamente o consumo de energia elétrica das instalações, por reduzirem a demanda do sistema de ar condicionado, fazendo com que os equipamentos operem em cargas parciais, energeticamente mais eficientes, ou até mesmo entrem em stand by.

“Os ganhos em eficiência energética dependem diretamente do conceito aplicado ao sistema de recuperação de calor e também do seu correto dimensionamento. No entanto, com base nos cálculos estimativos e no histórico de instalações existentes, é possível afirmar que essa faixa é ampla, podendo variar de 15% até 50% em alguns casos específicos”, complementa o engenheiro da TROX.

Um sistema dedicado para tratamento do ar externo (DOAS), com recuperação de calor por roda entálpica ou fluxo cruzado, pode reduzir o consumo elétrico do sistema de ar condicionado em aproximadamente 20%, em função da redução da carga térmica acoplada ao ar externo.

“Essa redução é proporcionalmente maior à medida que for maior a taxa de ar externo, podendo ser um indicativo de aplicações preferenciais em edificações comerciais ou com alta taxa de ocupação. Levando-se em conta que um sistema de ar condicionado chega a ser responsável por 50% do consumo elétrico de um edifício comercial, pode-se falar em uma redução de até 10% no consumo total de energia elétrica”, enfatiza Boroski.

Termoacumulação

Da mesma forma, locais onde são aplicados sistemas de recuperação de calor, como hospitais, clínicas, laboratórios, indústrias alimentícias e de eletrônicos, entre outros, onde há grande circulação de pessoas, também demandam esses processos, inclusive porque existe hoje uma maior preocupação com o grau de filtragem e renovação do ar interno.

A empresária, Patrice Tosi, diretora das Indústrias Tosi, destaca as características de três ramos da economia que se beneficiam direta e indiretamente do processo de refrigeração e de recuperação de calor – empresas farmacêuticas, que fabricam vacinas, ampolas, seringas, cartuchos etc., e necessitam de baixa temperatura; alimentícias, que demandam alto grau de pureza do ar e operam com baixas temperaturas para a manutenção da qualidade dos produtos, desde o início da cadeia de produção até a embalagem e estoque final; e fabricantes de peças injetadas em borracha ou plástico, que precisam de água gelada para manter suas máquinas em pleno funcionamento.

“Além da necessidade de se ter baixas temperaturas em determinados processos, algumas regiões do Brasil demandam ar condicionado em suas produções para evitar perdas em paradas de linhas por excesso de calor gerado pelo clima externo, aliado ao calor dissipado pelas máquinas internas à produção, além de dar maior conforto térmico para os operários”, comenta.

Para Thiago Boroski, coordenador de eficiência energética e contas corporativas da TROX Technik, um sistema de termoacumulação possui características de implementação e operação que devem ser observadas com atenção para que possa entregar os resultados esperados. Em aplicações de alta capacidade térmica e com demandas sazonais, ele pode trazer ganhos no consumo elétrico que chegam até 40%.

“Uma análise superficial de um sistema de termoacumulação dimensionado apenas para operação nos horários de ponta da tarifação energética já permite identificar uma redução de consumo elétrico da ordem de 15%, mesmo sabendo que na prática o sistema opera também para compensação dos picos de carga térmica e alívio da demanda da central de água gelada ao longo do dia, o que já torna essa redução maior”, completa.

Saiba como funciona um sistema de recuperação de calor

O sistema de recuperação de calor aplicado ao sistema de ar condicionado se baseia no princípio termodinâmico fundamental da conservação da energia armazenada em um fluido, que acaba por ser transferida para outro fluido, através de gradientes de energia térmica estabelecidos por diferenciais de temperatura e umidade absoluta entre eles.

Nas aplicações em que a recuperação de calor é justaposta no lado do ar, em rodas entálpicas e recuperadores de calor por fluxo cruzado, o fluxo de ar exaurido do ambiente carrega uma energia térmica por já ter passado pelo resfriamento no condicionador, garantindo um diferencial de temperatura em relação ao ar exterior que está sendo introduzido no ambiente.

No momento em que esses dois fluxos de ar passam pelo recuperador em sentidos opostos, esse diferencial de temperatura estabelece um gradiente de energia térmica que leva à condição de equilíbrio de entalpias. Em outras palavras, ocorre a troca de calor entre os fluxos de ar de exaustão e ar externo até o máximo de energia térmica permitido pelo diferencial de temperatura inicial. Assim, como resultado, o ar mais quente tem sua temperatura reduzida antes de ser introduzido no condicionador, o que colabora com a redução da demanda térmica intrínseca ao ar externo.

No caso de sistemas de termoacumulação, a recuperação de energia se dá pela utilização de um volume de água gelada que foi carregado de energia térmica em um momento de baixa demanda térmica da instalação e fora do horário de pico da tarifação energética, tendo sido conservado em um tanque termicamente isolado.

Assim, toda essa energia térmica aplicada ao volume de água se mantém até o momento em que é reintroduzida no sistema para trocar calor nas serpentinas dos condicionadores de ar. Neste caso, a conservação da energia térmica se dá não pela transferência entre dois fluxos de fluido, mas pela utilização de um volume de fluido como estoque mantido em condições termicamente isoladas.

Analisando-se de forma mais ampla, de um ponto de vista sistêmico, é possível ainda afirmar que a energia térmica conservada na água gelada acaba, por fim, sendo recuperada pelo volume de ar que passa pelas serpentinas dos condicionadores, quando se efetiva a troca de calor entre os dois fluidos.

TOSI fornece solução diferenciada para Data Center

Trata-se de dois data centers onde o condicionamento é executado com 100% de ar externo auxiliado por sistema de resfriamento adiabático, quando necessário, no caso de horas com temperaturas acima de um valor pré-determinado.

A instalação contemplou unidades composta por venezianas eliminadoras de gotas para as tomadas de ar externo, dampers com atuadores e filtros metálicos dispostos em cunha (“V”).

De acordo com Marcio Tosi, diretor da Indústrias Tosi, o tipo de sistema utilizado pelo cliente é conceito mundial, aplicado globalmente em todos os seus data centers, sem o uso de refrigeração mecânica.

“Para manter o conceito original do projeto e atender as normas e especificações americanas, nossa equipe de engenharia desenvolveu em tempo recorde um conjunto específico para os data centers. Essa obra foi um desafio para a Tosi, uma vez que, além de desenvolver e fabricar as peças, tivemos que montar um laboratório de testes e outro de medição para comprovar a eficiência, eficácia e qualidade, cumprindo todos os requisitos de acordo com as demandas exigidas”, informa Márcio.

Desvendando os erros dos splits

Por Anderson Oliveira Tecnólogo em refrigeração e ar condicionado

Se tem um tema mais comentado e procurado em grupos de WhatsApp e redes sociais, quando o assunto é ar-condicionado split, principalmente na versão Inverter, é o tal código de erro.

Aqui iremos abordar esse tema e falar um pouco mais sobre os códigos de erros mais comuns em sistemas de ar condicionado split e saber a importância de se fazer um diagnóstico correto, para que o serviço preventivo ou corretivo tenha êxito.

Todo equipamento, seja ele elétrico, mecânico, pneumático, eletrônico ou equipamentos que utilize essas tecnologias simultaneamente, pode apresentar defeitos.

Esses defeitos podem ser decorrentes de falhas no sistema de alimentação das tecnologias citadas, como defeitos em componentes específicos; falhas por falta de manutenção preditiva, preventiva e corretiva, e até em casos isolados, mas reais, defeitos de fabricação.

Os condicionadores de ar tipo split, por serem utilizados no mundo todo, têm em sua estrutura alta tecnologia embarcada que hoje conta com projetos altamente tecnológicos, fazendo a junção da eletroeletrônica e IoT (internet das coisas), tornando possível, por exemplo, ligar, desligar, monitorar e receber alarmes em seu smartfone, em segundos.

E por falar em alarmes, esses só acontecem por causa de anomalias  elétricas, eletrônicas ou mecânicas.

São sobre esses alertas que falaremos a partir de agora.

Condicionadores de ar Inverter podem ter cinco sensores ou mais, no caso dos multi-splits, por exemplo

Os fabricantes dos condicionadores de ar prezam pela tecnologia, durabilidade e, principalmente, por sua reputação, que é proporcional à qualidade de seus produtos. Por isso, para que seus equipamentos tenham um tempo de vida útil satisfatório, é necessário alertar o usuário ou profissional do segmento se eles estão trabalhando em condições fora do projetado, nas quais podem correr um sério risco em apresentar um defeito grave, a ponto de vir a “quebrar”. Pensando em reduzir tais transtornos, os fabricantes, então, utilizam dos chamados códigos de erros.

Os principais códigos de erros estão disponíveis na maioria das vezes nos manuais de instalação dos fabricantes e isso facilita bastante a vida do instalador ou do mecânico que está executando o serviço. Essa facilidade proporciona menor tempo de resolução no defeito apresentado, bem como clareza no diagnóstico da falha ou do componente defeituoso.

Em resumo, o código de erro evita que o profissional vire um “trocador de peças”. Vale destacar que os números e letras apresentados nos códigos de erros não são universais, ou seja, cada fabricante coloca o código de falha de acordo com o definido pela sua engenharia, e esse código é apresentado no display do evaporador e, em alguns, casos também na condensadora.

Agora vamos apresentar alguns exemplos de códigos de erros de acordo com o especificado pelos fabricantes e apresentar as possíveis causas dessas falhas:

Erro de comunicação

A comunicação entre as placas eletrônicas é um fator primordial para o funcionamento completo do sistema. Geralmente, o borner S é o responsável por manter esse sinal.

Utilizando um multímetro em escala de tensão elétrica DC ele deverá apresentar valores positivos e negativos alternadamente entre os bornes N e S. Isso significa que a placa da evaporadora e condensadora estão trocando dados. Na prática, dizemos que as placas estão “conversando”. Isso significa que há envio e recebimento de dados, baseado nas leituras feitas por ambas placas versus o solicitado via controle remoto.

Um simples defeito em qualquer componente de uma das placas eletrônicas pode interferir nesse sinal e gerar esse “alarme”. Além disso, o rompimento ou mau contato do cabo S também pode contribuir com esse erro. Dependendo da distância e percurso desse cabo, o ideal (quase não se usa) é utilizar um cabo shield com malha. Assim, as perturbações da rede e outras anomalias são amplamente reduzidas.

Erro de sensor

Agora os campeões que não dispensam apresentações são os sensores de temperatura. Em equipamentos convencionais geralmente são apenas dois, sendo: sensor ambiente e sensor da serpentina evaporadora. Mas condicionadores do tipo Inverter podem ter cinco sensores ou mais, quando falamos de multi-split, por exemplo.

Geralmente, os sensores de temperaturas são do tipo NTC (coeficiente de temperatura negativa), em que sua resistência ôhmica varia em função da temperatura lida no ar ou na tubulação. Novamente, destacamos que cada fabricante tem seu próprio código para a mesma falha.

Há três possibilidades de defeitos em sensores: abertos, curto-circuito ou avariados.

Utilizando um multímetro ou alicate amperímetro na escala de resistência ôhmica, quando colocado as pontas de provas do instrumento nos cabos do sensor, no visor de instrumento irá aparecer a indicação OL (para instrumentos Fluke) ou 1 (para instrumentos Minipa).

Em ambos os casos dizemos que o sensor está “aberto” ou em “leitura infinita”. Isso significa que não há nenhuma leitura de resistência ôhmica vindo do sensor. Para isso ser verdade é preciso saber o valor padrão de resistência ôhmica informado pelo fabricante. Esses valores variam de 5 kΩ, 10 kΩ; 20 kΩ, 25 kΩ e valores acima destes. Geralmente, há uma tabela da relação resistência ôhmica versus temperatura ambiente para a leitura e valor correto do sensor.

Se nesse mesmo teste aparecer no visor do instrumento valores perto de zero ou simplesmente 000, significa que o sensor está em curto-circuito. E, por fim, se utilizando a tabela de resistência ôhmica versus temperatura e no visor aparecer valores completamente diferentes do especificado pelo fabricante, ele é considerado avariado. Mas atenção: só é considerado avariado se realmente for um sensor original com o mesmo valor nominal indicado pelo fabricante. Se por acaso o sensor nominal tem valor 10 kΩ a 25 °C e no equipamento tiver um sensor de 25 kΩ a 25°C, o equipamento interpretará como falha. E a “falha” não é do sensor, mas sim da aplicação equivocada de quem trocou o componente.

Falha no compressor

Esse defeito, junto com a troca prematura de placas eletrônicas, é o campeão de diagnósticos errôneos em campo. Geralmente, os profissionais com pouca experiência ou falta de conceitos técnicos, acabam “condenando” esses componentes, por já terem tentado encontrar o defeito no equipamento que, quando não descoberto, condena-se o compressor ou placa eletrônica.

Vale destacar que é importante saber como funciona o compressor, quais são os componentes que fazem seu acionamento, os componentes que fazem sua proteção e os componentes que fazem seu monitoramento. Saber como funciona esse conjunto de informações é fator predominante para o bom diagnóstico da falha do compressor.

Essa falha é acompanhada de um código que pode ser apresentado na evaporadora quanto na condensadora. O fato de apresentar falha no compressor não significa que ele esteja defeituoso. Um sistema operando com baixa carga de fluido refrigerante fará o compressor trabalhar superaquecido, e esse superaquecimento irá prejudicar o compressor elétrica e mecanicamente. O sistema, através de seu monitoramento, detecta essa falha e informa no display que sim, houve uma falha relacionada ao compressor, por seu desarme, por exemplo.

No entanto, a fuga de fluido refrigerante é que proporcionou esse defeito, afetando o compressor. Da mesma forma, quando tiver um excesso de fluido refrigerante no sistema ou a ausência de vácuo na instalação, irá aumentar significativamente a pressão, fazendo o compressor desarmar e apresentar a falha, ou seja, em nenhum dos casos o defeito é no compressor, e sim na avaria ocorrida no sistema, no qual colocou o compressor em condições fora do seu envelope de aplicação.

Vale destacar que compressores Inverter nunca devem ser testados diretamente sem a sua placa eletrônica, pois isso pode causar a queima imediata, uma vez que a tensão elétrica e a forma de onda da rede convencional não são idênticas a fornecida ao compressor através da sua placa eletrônica.

Por isso, recomendamos sempre consultar o fabricante. Agora, se você quer saber se o compressor está queimado, sendo esse um Inverter, é recomendado fazer o teste de resistência ôhmica com o compressor na temperatura ambiente. Os valores de resistência ôhmica das três bobinas devem ser mesmo (com variações mínimas). Esses valores são indicados pelo fabricante do compressor e, em alguns casos, pelo fabricante do equipamento.

Caso os valores de resistência ôhmica forem diferentes entre as bobinas (quando Inverter) ou simplesmente aparecer no display do instrumento 000 (curto-circuito), o compressor deve ser trocado. Os testes de baixa isolação junto à carcaça do equipamento também é válido nesse caso.

Trocas prematuras de placas eletrônicas são um dos principais problemas no segmento de refrigeração e ar condicionado

Falha no motoventilador BLDC

Os motores BLDC são motores eletrônicos aplicados nas unidades condensadoras Inverter. Esses motores não utilizam capacitores convencionais e sua rotação varia em função da carga térmica a ser retirada pelo condensador ou absorvida pelo evaporador, através da interação entre as placas eletrônicas e os respectivos sensores de monitoramento

Assim como o compressor Inverter, para testar esse BLDC é necessário e recomendado utilizar a placa eletrônica que o alimenta. Isso porque é ela que fornece uma tensão elétrica, que pode chegar em 310 VDC. Recomenda-se estudar a fundo sobre motores BLDC, pois, assim como o compressor, cada fabricante tem suas particularidades e os detalhem fazem muita diferença no momento do diagnóstico.

A falha nesses motores pode ser uma causa eletrônica na própria placa ou algum surto na rede, que chegou até o motor elétrico e causou sua queima. Como esse motoventilador atua sob demanda e essa demanda é monitorada pelo sensor de temperatura, um teste simples para saber se ele está funcionando bem é aquecer o sensor de temperatura e esfriar o sensor de temperatura e visualizar a alteração na rotação do eixo. Ao mesmo tempo, meça a tensão de alimentação no motor. Se houver a tensão elétrica correta e o motor elétrico não estiver funcionando, a probabilidade de ser defeito no BLDC é quase certa. Quase porque se o sensor estiver defeituoso, a placa principal não receberá o sinal para variação de rotação.

Em resumo, nos dias atuais temos imensas fontes de informações, bem como ferramentas para fazer um diagnóstico correto dos componentes nos equipamentos. Sites de fabricantes, aplicativos, manuais, vídeos, podcast, grupos de WhatsApp. Ou seja, você quase nunca está sozinho.

Contudo, isso não dá o “luxo” de parar de estudar e se qualificar na medida em que o mercado exige, pois equipamentos mais tecnológicos exigem profissionais mais qualificados e você não pode perder essa oportunidade.

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Fontes consultadas

Manuais de instalação Elgin Inverter (UAQ); Manual de instalação operação e manutenção Xpower Carrier; Manual de instalação Elgin (SRF-SSF/Q); Boletim Técnico LG (BT-RAC-05); Manual de instalação Midea Vize; Manual Jhonson Controls (DJEA   DJDA 07 24); Manual de instalação hi-wall Agratto.

 

 

Armstrong realizará webinar sobre soluções de bombeamento

A Armstrong realizará no dia 27 de junho, às 9h00, o webinar (videoconferência) “Soluções de Bombeamento Design Envelope para Bombas em Paralelo para Garantir de Redundância do Sistema, Menor Uso de Energia e Economia de Espaço”, irá abordar as soluções de motor Design Envelope Permanent Magnet (DEPM) para bombeamento paralelo que fornecem equipamentos e custos de instalação reduzidos, custos operacionais reduzidos e enorme economia de espaço – tudo isso atendendo à necessidade de redundância.

O webinar é voltado para profissionais e estudantes dos setores de HAVC e será transmitido por meio do link  https://bit.ly/39rlEec .