Comércio amplia investimentos em lojas virtuais

Pandemia de covid-19 acelerou investimentos em plataformas de e-commerce para dar conta do aumento da demanda por peças e equipamentos.

A costumados à interação feita no balcão, momento em que vendedores – e em muitos casos, até mesmo o dono do estabelecimento – esclarecem dúvidas de técnicos e instaladores sobre seus produtos, os varejistas especializados em equipamentos e peças para refrigeração e climatização já entenderam o tamanho deste modelo de comercialização. Enquanto algumas empresas já contam com anos de experiência no e-commerce, outras ampliaram os investimentos em plataformas on-line e a variedade de SKUs (unidade que designa os diferentes itens do estoque, estando normalmente associada a um código identificador), especialmente após o início da pandemia do novo coronavírus.

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Reconhecido case de sucesso no HVAC-R nacional, a varejista niteroiense Eletrofrigor sentiu o impacto da pandemia nos negócios, com uma queda significativa nas vendas a partir do começo da crise sanitária no ano passado.

Com isso, foram três meses de incertezas, mas quando este elo da cadeia do frio também foi declarado serviço essencial, as coisas foram voltando aos eixos. A retomada se deu a partir de outubro do ano passado e foi crescendo gradualmente até abril deste ano, quando a entrada do outono trouxe a natural retração das vendas. “As vendas estão muito pulverizadas, temos mais de cinco mil itens disponíveis no site, e vamos acrescentar outros mil itens até o fim de 2021, a fim de oferecer todos os tipos de solução para o profissional de instalação e manutenção”, acrescenta a CEO da Eletrofrigor, Graciele Davince Pereira.

Para elevar as vendas on-line, especialmente de ferramentas e peças para ar-condicionado, eletrodomésticos e refrigeração doméstica e comercial, a empresária informa promover estratégias para aumentar o fluxo de acesso do site, como presença nas redes sociais e Google Ads, além do trabalho de branding que está sendo implementado.

Em junho, em comemoração aos dez anos de fundação da Eletrofrigor, a empresária inaugurou a expansão de sua loja física no centro de Niterói (RJ), praticamente triplicando o espaço útil de 125 m² para 350 m², após a locação do imóvel vizinho. Graciele estima que a ampliação vai elevar em torno de 30% o faturamento nos próximos 12 meses, considerando a maior oferta de produtos, o atendimento simultâneo de mais clientes e o incremento das vendas por impulso com o autosserviço.

Além da matriz em Niterói, a Eletrofrigor tem uma unidade em São Gonçalo (RJ), um centro de distribuição em Cariacica (ES) e três pontos de retirada – no bairro de São Cristóvão, Rio de Janeiro; em Vila Nova, na cidade de Cabo Frio (RJ); e na Barra Funda, zona oeste da Capital paulista.

Outra varejista de renome, a Refrigeração Cacique, de São José do Rio Preto (SP), passou por processo similar. Com a pandemia, se viu obrigada a fortalecer seu setor de e-commerce. Afinal, com menos gente na rua, observou a demanda por produtos on-line fazer uma curva de crescimento considerável.

“Em função dessa nova realidade, nossas perspectivas são muito otimistas para os próximos anos. Temos um mix de produtos que sempre está em alta, mas atualmente a linha comercial é a que mais vende”, explica o analista de comunicação e marketing da Cacique, Danilo de Morais.

Embora não revele o número de SKUs disponíveis para venda on-line, o executivo frisa que o planejamento da companhia rio-pretense é investir cada vez mais no mercado digital, com o objetivo de proporcionar experiências cada vez mais positivas para os clientes.

“Sempre tivemos uma forte influência digital, e continuamos fortalecendo esse modelo, por exemplo, realizando ações em parceria com influenciadores digitais e postando conteúdo de alta relevância nas redes sociais”, salienta Danilo, reforçando que a Refrigeração Cacique conta com uma equipe especializada que cuida de toda a produção de suas campanhas.

Há 23 anos no mercado, a loja oferece peças, componentes e equipamentos para refrigeração doméstica, comercial e industrial, além de câmaras frigoríficas e aparelhos de ar-condicionado. Atualmente, conta com três lojas e dois centros de distribuição. Além da matriz, em São José do Rio Preto, tem uma unidade em Franca (SP) e outra no bairro do Ipiranga, na capital paulista. Dos seus 60 colaboradores, quatro são responsáveis pelo e-commerce. Planos

As vendas em plataforma de e-commerce estão nos planos da paulistana Zeon, que sempre investiu no atendimento de balcão, em sua loja da tradicional Alameda Glete. Desde 2018, o mesmo ocorre na loja de Mogi-Guaçu (SP).

“Nossa empresa, antes e durante a pandemia, não aderiu ao sistema de vendas on-line, pois nosso forte sempre foram as vendas ‘frente a frente’, com os clientes sendo abordados até por telefone pela nossa equipe de telemarketing, além do nosso atendimento presencial”, afirma o gerente comercial da empresa, Luiz Henrique Cardoso Thimoteo.

Fundada oito anos atrás, a varejista conta com cerca de três mil itens disponíveis nas lojas, tendo como carros-chefes o cano de cobre e o gás refrigerante.

“Nosso marketing é feito no dia a dia, venda após venda, cara a cara com o nosso cliente. Nossa filosofia é fazer de tudo para que o nosso cliente não fique muito tempo dentro da loja, pois assim ele sempre acaba retornando”, enfatiza Luiz Henrique.