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China promete combater alta do cobre

O governo chinês anunciou, na semana passada, que pretende intervir no mercado de commodities metálicas. Um dos objetivos do principal órgão de planejamento econômico chinês é aprofundar mudanças no mecanismo de precificação delas nos próximos cinco anos.

A Comissão de Reforma e Desenvolvimento da China (NDRC, na sigla em inglês) ressaltou que vai implementar uma política de “tolerância zero” contra qualquer tipo de movimento especulativo ou de retenção de estoques que implique inflacionar os preços de minerais como cobre, ferro ou alumínio.

Fontes da NDRC destacaram que se essa tendência de alta dos preços continuar, a recuperação econômica do país asiático corre sérios riscos.

Elas disseram que “as autoridades reguladoras acompanharão de perto a tendência dos preços das commodities e fortalecerão a supervisão conjunta dos mercados futuros e à vista”, prometendo que “haverá tolerância zero para atividades ilegais”.

“O Ministério da Indústria vai trabalhar com os órgãos competentes para estabilizar os preços, evitar pânico nas compras ou retenção de estoques de produtos, e adotar medidas fortes contra o monopólio e a especulação maliciosa”, acrescentaram.

Impactos no HVAC-R

Segundo fabricantes brasileiros de tubos de cobre, um dos insumos mais utilizados no mercado de refrigeração e ar condicionado, a demanda pela matéria-prima subiu muito nos últimos meses, tanto no Brasil quanto no exterior, impulsionada principalmente pelo aumento do consumo na China, que hoje é responsável quase 50% da demanda global.

Para as empresa brasileiras, lidar com a alta desenfreadados preços da commodity não tem sido tarefa fácil, na avaliação do coordenador de vendas da Cobresul, Sandro Lopes Reis.

Entretanto, assegura o gestor, não está faltando catodo de cobre na companhia. “Estamos tranquilos quanto a isso”, disse.

Há pouco mais de 10 dias, circulou em grupos de profissionais do setor uma mensagem afirmando que, devido à falta de matéria-prima, a Termomecanica, outro grande player do setor, estaria solicitando prazo 200 dias para entrega de qualquer pedido posto em fábrica a partir de 17 de maio.

O superintende de vendas da empresa, Marcelo Silva, declarou, porém, que “a informação não procede, pois nossos clientes se programam com antecedência e a TM vem atendendo a necessidade de entrega conforme planejamento”.

“Para a linha de tubos utilizada na instalação de ar-condicionado (pancake), possuímos estoques estratégicos para atender de imediato os distribuidores que atuam no segmento de refrigeração e que são nossos parceiros comerciais”, justificou.

Já a Paranapanema, a maior produtora brasileira não-integrada de cobre refinado, vergalhões, fios trefilados, laminados, barras, tubos, conexões e suas ligas, enfrenta percalços para fornecer produtos, embora já esteja renegociando, juntamente com seus principais credores financeiros, seus débitos, cujo montante, até 31 de março,correspondia ao valor de US$ 481,7 milhões.

Em nota, a empresa esclareceu que “a pandemia da covid-19, a alta do cobre e dólar americano e a renegociação das dívidas da companhia, processo esse ainda em curso, naturalmente afetam os ritmos de produção e atendimento aos mercados nacionais e internacionais”.

“Por isso, diversas medidas foram tomadas na forma de atendimento aos clientes e na comercialização dos produtos para poder conciliar as limitações que a Paranapanema enfrenta no curto prazo e para continuar entregando produtos de qualidade aos consumidores”, informou a dona da marca Eluma.

“Hoje, a companhia trabalha fortemente para aumentar o fluxo de produção e vendas para a retomada do fornecimento integral ao mercado”, salientou.

Ministério da Indústria do maior consumidor global da matéria-prima vai trabalhar com órgãos competentes para estabilizar preços de commodities metálicas | Foto: Shutterstock.com

Pandemia não abala plano de expansão da Apema

A Apema, especializada em equipamentos de troca térmica, projetando e produzindo os mais diversos tipos de trocadores de calor, foi fundada em 1964 e vem crescendo desde então.

Dando continuidade ao seu projeto de expansão, já no auge da pandemia, a Apema expandiu seu parque fabril no final de 2020, informa um comunicado distribuído à imprensa.

A ação integra o projeto de crescimento da empresa que, além da duplicação do parque fabril, tem investido em equipamentos, profissionais e processos produtivos, visando melhorar continuamente seus produtos, ampliar sua participação no mercado interno e fortalecer sua presença no mercado externo.

A Apema atende vários mercados como Energia, Petróleo e Gás, Química e Petroquímica, Papel e Celulose, Alimentos e Bebidas, Refrigeração Industrial, Siderurgia e Mineração entre outros.

Além dos equipamentos industriais de linha, a ampliação permite que a Apema fique melhor estruturada para fabricar equipamentos de grande porte e projetos especiais, tais como reatores, vasos de pressão, colunas de destilação e sistemas de vácuo e ejetores.

Nas palavras da diretoria da Apema, a empresa deve e continuará com os seus projetos de expansão, mesmo com as informações voláteis a respeito da pandemia, porque a companhia está focada em seu futuro e sua missão, de ser reconhecida como “A Marca do Trocador de Calor”.

O comunicado ressalta que a Apema é uma empresa a sólida, que há mais de 55 anos vem desempenhando sua missão, com excelentes capacidades técnica, produtiva e qualidade, acreditando em seu enorme potencial.

Há mais de 55 anos, indústria de trocadores de calor vem desempenhando sua missão, com excelentes capacidades técnica, produtiva e qualidade | Foto: Nando Costa/Pauta Fotográfica

Equidade de gênero no HVAC-R, um longo caminho a ser trilhado

As mulheres representam aproximadamente 50% da população da Terra. Até aí, nenhuma surpresa. Segundo um recém-divulgado estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 54,5% das brasileiras com 15 anos ou mais integravam a força de trabalho no País em 2019.

No entanto, embora não haja estatísticas oficiais sobre a representatividade delas na indústria nacional de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (HVAC-R, na sigla em inglês), esse número não deve ser maior do que o registrado nos EUA, onde elas constituem apenas 2% da mão de obra do setor.

Esses dados, enfim, revelam que elas são grupo muito inexplorado de funcionários em potencial para a indústria de climatização e refrigeração, na qual a força de trabalho masculina reina soberana há décadas.

Muitos atribuem esse fato a um velho estereótipo de gênero, o qual reforça que os papéis de técnicos e engenheiros são funções tipicamente masculinas. Apesar dos percalços, elas estão assumindo funções em áreas técnicas e se tornando empreiteiras, além de estarem assumindo alçando novos voos na indústria e no comércio.

Desafios e oportunidades

Segundo uma pesquisa feita no ano passado pelo Comitê de Mulheres da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), a mão de obra feminina que atua no setor enfrenta os mesmos desafios de suas colegas de outras áreas da economia, como salários inferiores ao dos homens, pouca representação pelas lideranças do setor, discriminação pelo fato de ser mulher, desequilíbrio no quadro geral de funcionários das empresas em relação aos seus colegas, entre outros problemas.

De acordo com o levantamento, menos de 17% das entrevistadas que atuam em empresas privadas ocupam cargos de liderança, enquanto somente 30% das participantes relatam equilíbrio entre homens e mulheres no quadro geral de funcionários nas empresas onde atuam.

Mas um dado impressiona: quase 70% das profissionais possuem, no mínimo, ensino superior completo, sendo uma parcela altíssima com formação em engenharia, o que se traduz numa ótima oportunidade para as empresas do setor, que dependem de recursos humanos qualificados para se manterem competitivas.

Quer outro dado interessante a favor delas? Segundo um estudo da McKinsey Study, corporações com mais mulheres na liderança que a média registram lucro operacional 48% maior e uma força de crescimento de faturamento 70% mais elevado. A pesquisa também revela que ter pelo menos uma mulher na liderança de uma organização reduz em 20% suas chances de ir à falência.

Termomecanica ofertará vergalhões de Alumínio

A Termomecanica está ampliando a sua produção de Alumínio. Já a partir do segundo semestre de 2021, passará a fabricar vergalhões, tendo como foco prioritário a indústria do setor elétrico.  Investimentos da ordem de R$ 68 milhões foram feitos desde 2016, sendo os mais recentes voltados para a aquisição de um equipamento estado da arte que viabilizará também o desenvolvimento de ligas especiais.  No Brasil, assim como no mundo, existe uma forte procura por vergalhões de Alumínio para o uso no setor elétrico – em média 85 e 88% da produção mundial é destinada à fabricação de fios, cabos, barramentos e transformadores elétricos.

O projeto foi divido em duas fases. Na primeira, iniciada em 2017, a Termomecanica fabricava apenas tubos e barramentos de Alumínio, produção que, desde então, vem crescendo 40% ano a ano. O objetivo desta segunda fase, que se iniciará no segundo semestre de 2021, é consolidar a empresa líder na transformação de Cobre e suas ligas também entre os principais fornecedores do mercado de Alumínio.

Por uma questão estratégica, a Termomecanica iniciou a produção de tubos e barramentos comprando matéria-prima de outros fornecedores. Além de seguir investindo e trabalhando no desenvolvimento do negócio de vergalhões, que demanda maior tempo de maturação. Com o investimento, a empresa busca atender novos mercados e atrair mais competividade para suprir outras demandas dos clientes que já são atendidos pela companhia.

Além do setor elétrico, a Termomecanica mira as indústrias alimentícias, química, de vestuário (zíperes e botões) e de pré-formados, que embora utilizem vergalhões em menor escala para fins mecânicos, também estão no radar.  Além disso, parte da produção será utilizada como matéria-prima para fabricação de tubos e barramentos da própria companhia, substituindo a necessidade de importação de países como Índia, Polônia, entre outros.

Os vergalhões fabricados pela Termomecanica seguirão elevados padrões de qualidade, estando em conformidade com normas internacionais. Além de avançada tecnologia e equipamentos de última geração, a companhia conta com o know-how do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Ensaios (CPDE), que acaba de ser acreditado pelo Inmetro na norma internacional ISO/IEC 17025.

Com a nova frente de produção, a Termomecanica, – que já é conhecida no mercado de Cobre -, visa agora atender às necessidades especiais dos clientes com a fabricação de ligas de Alumínio complexas, que apresentam maior valor agregado e não costumam ser o principal foco dos fabricantes em nível mundial. A companhia ainda espera com a iniciativa, mais oportunidades tanto no Brasil como no mercado internacional.

Novo diretor de vendas na Bitzer Alemanha

ALEMANHA – A Bitzer nomeou o novo diretor de vendas e marketing, após a decisão de Gianni Parlanti de retornar ao seu país de origem como diretor administrativo da Bitzer Itália.

A mudança, a pedido do próprio Parlanti, ocorre após seis anos no cargo e uma carreira de 15 anos na fabricante alemã de compressores.

A partir de 1º de abril, ele será substituído como diretor de vendas e marketing por Martin Büchsel, vice-presidente de vendas e marketing da EagleBurgmann, empresa alemã de tecnologia de vedação industrial. Büchsel também se tornará membro do conselho executivo da Bitzer.

Martin Büchsel ocupou cargos de liderança em várias empresas pertencentes ao Grupo Freudenberg (proprietário da EagleBurgmann) na Alemanha, França e EUA desde 2003. Ele começou a trabalhar para a EagleBurgmann Germany em 2012.

Gianni Parlanti sucede a Andrea Zocche, que se aposentou no final do ano passado.

Nidec Global lança sua nova apresentação corporativa

Há um ano e meio, a Nidec Corporation adquiriu a Embraco, provedora global de tecnologia de refrigeração para toda a cadeia do frio desde 1971. Desde a aquisição, a Embraco foi então integrada à Nidec Global Appliance, divisão do grupo Nidec, dedicada à fabricação e comercialização de produtos para aplicações comerciais e residenciais, que atualmente conta com 14 plantas fabris e mais de 15.000 funcionários distribuídos em 9 países.

Preparada para dar continuidade ao crescimento em escala global, a Nidec Global Appliance, com matriz em Joinville, no Brasil, e em Pordenone, na Itália, compartilha sua apresentação corporativa dividida em três unidades de negócios (UN): Home Appliances, Commercial Appliances e HVAC (Heating, Ventilation and Air Conditioning, ou seja, aquecimento, ventilação e ar-condicionado). A mudança foi implantada ao longo do último ano como passo seguinte à aquisição da Embraco, com o objetivo de ter uma atuação mais direcionada aos segmentos específicos de mercado em que a companhia está presente, ganhando em velocidade e foco no cliente.

A unidade de negócios para Commercial Appliances é direcionada à fabricação de compressores e unidades condensadoras para as mais diversas aplicações comerciais, que estão presentes em supermercados, lojas de conveniência, padarias, restaurantes, laboratórios, hospitais, entre outros. Com uma carteira diversificada de segmentos atendidos, a unidade se destaca pela capacidade de oferecer soluções de alta eficiência energética, confiabilidade e inovação.

Já a unidade de negócios para Home Appliances é dedicada ao desenvolvimento e fabricação de motores para máquinas de lavar, secadoras e lavadoras de louça, assim como compressores para refrigeradores, em ambos os casos exclusivamente para aplicações domésticas. Ela conta com times de especialistas em cada tipo de produto, com profundo know how em tecnologias, especificidades técnicas regionais e regulamentações de eficiência energética, prontos para atender às diferentes demandas dos maiores fabricantes de eletrodomésticos do mundo.

A unidade de negócios para HVAC (sigla para Heating, Ventilation and Air Conditioning) fabrica motores e componentes para sistemas de aquecimento, ventilação e ar-condicionado de uso residencial e comercial, que atende o mercado da América do Norte.

“Essa reorganização em três unidades de negócios foi fundamental para maximizar nossa atuação, com um olhar totalmente dedicado aos nossos clientes e seus segmentos de mercado. Nossa visão é ser o principal parceiro das indústrias de eletrodomésticos e aplicações comerciais e de provedores sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado”, diz Valter Taranzano, CEO da Nidec Global Appliance.

Além da marca Embraco, a Nidec Global Appliance fabrica e comercializa motores Nidec para lava-louças e máquinas de lavar e secar roupas, e as marcas U.S. Motors e Rescue de motores e componentes para sistemas de aquecimento, ventilação e ar-condicionado (HVAC).

“A diferenciação de mercado da Nidec Global Appliance e de suas marcas tem como base nossa competência de acelerar a inovação e antecipar as tendências de mercado no que diz respeito à eficiência energética e miniaturização. Para isso, contamos com cerca de 600 engenheiros e nove centros de Pesquisa & Desenvolvimento pelo mundo, trabalhando em parceria com universidades e co-desenvolvimento constante com nossos clientes”, enfatiza o CEO.

Reorganização da Nidec, cujo Embraco faz parte do grupo

Mário Lantery, ex-presidente da Abrava, morre aos 100 anos

Mary Moreira e Mário Lantery durante a entrega do Troféu Oswaldo Moreira 2012, no qual o empresário foi agraciado com o prêmio “Homem do Setor” | Foto: Nando Costa/Pauta Fotográfica

Mário Lantery, um dos maiores empreendedores da indústria brasileira do frio, morreu na última sexta-feira (8), aos 100 anos, em decorrência de causas naturais.

Presidente da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) entre 1972 e 1974, o empresário foi um dos fundadores, nos anos 1950, da Coldex, companhia adquirida pela Trane em 1972.

Sua carreira no setor, entretanto, começou anos antes. “Em junho de 1941, fui contratado por uma firma cujo nome sequer conhecia: Carrier Corporation. Entrei lá não pelos meus conhecimentos de ar condicionado, mas simplesmente porque falava inglês”, contou Lantery durante a cerimônia de entrega do Troféu Oswaldo Moreira 2012.

Na ocasião, o empresário foi agraciado pela organização do prêmio máximo do HVAC-R brasileiro com o título de “Homem do Setor”.

Segundo a Abrava, a missa virtual de sétimo dia de seu falecimento será realizada amanhã (14), às 10h. Para participar do evento religioso, clique aqui.

Aperfeiçoamento do PBE beneficia indústria, consumidores e meio ambiente

As mudanças trazidas pela legislação de eficiência energética tornarão mais rigorosos os critérios para homologar um equipamento como “Classe A” – aqueles que consomem menos energia elétrica – e evidenciarão a economia dos aparelhos com compressor de velocidade variável e inversor de frequência.

A partir de 31 de dezembro de 2022, fabricantes e importadores deverão fornecer para o mercado nacional somente aparelhos de ar condicionado em consonância com as mudanças previstas na Portaria Inmetro 234, publicada em 29 de junho.

Esse grupo de empresas terá, ainda, mais seis meses para escoar todo o estoque fabricado antes da data-limite. Já o varejo terá até 30 de junho de 2024 para comercializar o estoque antigo. Depois disso, esse processo será possível apenas com a nova etiqueta.

De um lado, os novos critérios de avaliação do nível de eficiência energética atendem à necessidade do mercado, passando a considerar também a carga parcial e não somente a plena carga. De outro, vão ajudar o consumidor final, leigo em questões técnicas, que necessita de informação de qualidade para tomar a melhor decisão de compra.

“A nova metodologia de testes e etiquetagem se aproxima muito mais da situação real de uso de um condicionador de ar, uma vez que a carga térmica do ambiente climatizado e a temperatura externa variam bastante não somente ao longo do ano, mas também de um mesmo dia”, explica Luciano Marcatto, diretor de eficiência energética da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

Além disso, exemplifica o dirigente, “o Brasil, devido à sua extensão e diferença de hábitos e diversidade de culturas, tem um mercado muito focado em equipamentos quente-frio no Sul e em parte do Sudeste, e em aparelhos somente frio nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste”.

Marcatto entende que a chegada das novas regras do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) foi um passo importante para o mercado nacional, pois durante muitos anos o antigo formato da etiqueta e os padrões de testes podem ter levado consumidores menos esclarecidos sobre os benefícios da compra de produtos de climatização com tecnologia mais avançada a não terem tomado a melhor decisão de compra.

“Como a maioria dos produtos até então era classificada como ‘Classe A’, o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) não vinha cumprindo seus principais objetivos, que são apoiar o consumidor na decisão de compra e incentivar o desenvolvimento tecnológico. A nova portaria faz com que o PBE recupere sua importância neste sentido”, complementa.

O diretor da Abrava lembra ainda que a Portaria 234 foi construída em conjunto com associações, universidades, ONGs, fabricantes, laboratórios, entre outros participantes.

Segundo o Inmetro, esses agentes contribuíram para um intenso estudo técnico de produto, processo e mercado, que incluiu a discussão com as partes interessadas, ensaio de equipamentos e consulta pública realizada entre fevereiro e março deste ano, que contou com 158 contribuições de 20 diferentes entidades do setor produtivo.

Indústria
Os novos critérios estabelecidos pela portaria do Inmetro são um incentivo para a indústria investir em produtos mais tecnológicos e energeticamente mais eficientes.

Para Marcatto, tal mudança de rumo ajudará o mercado a ser capaz de identificar os benefícios obtidos com investimentos em tecnologia, acelerando a introdução de produtos alinhados com plataformas globais dos principais fabricantes, inclusive ambientalmente mais seguros, ao gerar menos emissões de carbono.

“Isso poderá trazer ganhos de escala com tecnologia mais atual, que facilita a transferência de menores custos para as subsidiárias no Brasil. Ao mesmo tempo, as fábricas do Polo Industrial de Manaus (PIM) vão conseguir trabalhar com a exportação desses produtos, não ficando ‘amarradas’ ao sistema de etiquetagem que visava critérios só válidos no mercado brasileiro”, projeta.

De acordo com o dirigente, no caso da infraestrutura elétrica das edificações, a instalação de equipamentos com maior eficiência em cargas parciais levará, naturalmente, a uma maior migração para os sistemas inverter

“Devido às caraterísticas de funcionamento mais suave e sem picos elétricos na partida, o Inverter evita que ocorram picos durante o liga e desliga, problemas comuns aos equipamentos convencionais de velocidade fixa. Paralelamente, proporciona o aumento do conforto dos usuários, tais como menor nível de ruído e vibração e maior capacidade de adaptação a mudanças bruscas das condições de ocupação e carga térmica, com maior velocidade de resposta”, explica Marcatto.

Entenda as mudanças
O PBE é um programa pelo qual se atesta o desempenho dos produtos considerando critérios de eficiência energética, ruído, utilização de recursos naturais, entre outros.

Nova classificação é fundamental para que os consumidores possam diferenciar os aparelhos de ar condicionado, diz Danielle Assafin, do Inmetro

No caso dos aparelhos de ar condicionado, o principal item de ensaio é a eficiência energética para a refrigeração do ar, sendo o equipamento classificado de A, para os que consomem menos energia, a D, para os que consomem mais energia.

A Etiqueta Nacional de Consumo de Energia (ENCE) é o selo de conformidade que evidencia o atendimento pelo produto aos requisitos estabelecidos no PBE e informa ao consumidor aspectos relevantes para a tomada de decisão de compra, incluindo o consumo energético ou a classificação quanto ao desempenho.

Pelas regras ainda em vigor, os aparelhos de ar condicionado do tipo Inverter e não Inverter são ensaiados da mesma forma e classificados com os mesmos critérios, com os aparelhos configurados em carga total. Assim, numa mesma “Classe A”, por exemplo, convivem aparelhos com e sem inversores de frequência, ainda que os primeiros sejam, em geral, mais econômicos.

Ocorre, porém, que a característica dos condicionadores de ar Inverter é justamente regular o fluxo de energia do sistema, alterando a velocidade do compressor e reduzindo o consumo de energia quando se detecta que o ambiente precisa de menos refrigeração ou aquecimento.

Com o aperfeiçoamento, os aparelhos Inverter serão submetidos ao método de carga parcial, o que evidenciará o ganho de eficiência que se tem com a utilização dessa tecnologia.

“Assim, quando configuramos o aparelho em carga parcial, simulamos melhor o funcionamento do Inverter e, com isso, obtemos um indicador de eficiência energética mais fidedigno”, explica Danielle Assafin, pesquisadora do Inmetro e responsável pelo PBE para condicionadores de ar.

Segundo a especialista, essa nova classificação de eficiência energética é fundamental para que os consumidores possam realmente diferenciar os produtos que atualmente são comercializados. Estudos apresentados pelos fabricantes revelam que um condicionador de ar Inverter pode economizar até 47% de energia elétrica, em relação aos equipamentos com compressores de velocidade fixa.

Outro dado importante é a adoção da métrica sazonal para o cálculo da eficiência energética do condicionador de ar, que considera os cálculos baseados nas temperaturas que ocorrem ao longo do ano e na frequência de utilização do aparelho para cada temperatura.

A introdução dessa métrica considerará os resultados do estudo coordenado pelo Programa de Conservação de Energia Elétrica (Procel), gerenciado pela Eletrobras, que determinou a curva média de temperatura para o Brasil e, com base nos resultados da Pesquisa de Posses e Hábitos de 2020, que estimou a frequência de utilização dos condicionadores de ar pelos brasileiros.

“Dessa forma, o cálculo do índice de desempenho e do consumo energético anual será realizado com base nas características médias do clima do Brasil e do uso do condicionador de ar pela população brasileira”, ressalta Danielle.

 

Profissionais do frio comemoram Dia do Refrigerista

Se por um lado, a pandemia do novo coronavírus, que desde março vem ceifando vidas e empregos, agravou os imensos problemas socioeconômicos brasileiros, de outro, passou a evidenciar a importância de uma gama de profissionais, como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, entregadores de delivery e, claro, os técnicos da área de refrigeração e ar condicionado.

O Dia do Refrigerista, celebrado informalmente hoje (7) pela indústria e comércio de refrigeração e ar condicionado; o Dia Mundial da Refrigeração, efeméride criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) no ano passado e celebrada em 26 de junho; e o Dia da Refrigeração, comemorado em 20 de junho na cidade e no estado de São Paulo, também evidenciaram a relevância da profissão nas últimas semanas.

Ademais, ano após ano, a categoria vem ganhando mais reconhecimento, se fortalecendo no mercado e, cada vez mais, procurando se capacitar e conquistando direitos, especialmente por meio de meio de instrumentos legais que regulam sua atuação.

Em meio ao surto da covid-19, os refrigeristas têm mostrado por que são uma classe de trabalhadores essenciais, especialmente para os serviços de instalação e manutenção de sistemas de ar condicionado em unidades hospitalares e de câmaras frias para estocagem de vacinas e medicamentos.

“Eles são, em todos os sentidos da palavra, imprescindíveis para a sociedade, principalmente agora”, avalia o engenheiro Arthur Ngai, gerente de marketing e desenvolvimento de negócios da Chemours na América Latina.

“Ventilação e filtragem de ar adequadas asseguram a boa qualidade do ar interno (QAI) nas edificações de uso público e privado, o que é crucial no combate à pandemia da doença respiratória”, diz.

“Por outro lado, nosso setor desempenha um papel fundamental na cadeia de distribuição de produtos alimentícios e farmacêuticos refrigerados”, completa Ngai, lembrando que, “nestes tempos difíceis, os refrigeristas têm trabalhado arduamente para manter chillers, túneis de congelamento, câmaras frigoríficas, refrigeradores e demais equipamentos do gênero a funcionar plenamente em fábricas, instalações hospitalares, supermercados e outros empreendimentos classificados como essenciais”.

“Afinal de contas, quando um equipamento de refrigeração ou climatização falha, os técnicos de serviços precisam consertá-lo ou substituí-lo o mais rápido possível”, justifica.

O presidente do CFT, Wilson Wanderlei Vieira, também avalia que a atuação dos técnicos, sejam da área de refrigeração e ar condicionado, mecânica ou eletromecânica, é de primeira importância para a entrega de um serviço de excelência à sociedade.

“Celebramos o Dia do Refrigerista e damos os parabéns a todos esses profissionais pelos serviços de altíssima importância prestados”, frisa o presidente da entidade de classe que há anos era sonhada pela grande maioria dos técnicos.

Atuação dos técnicos é de primeira importância para a entrega de um serviço de excelência à sociedade, Wilson Wanderley Vieira, presidente do CFT | Foto: Divulgação

Conquistas da categoria

As conquistas dos profissionais da refrigeração continuam em todos os lados. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o Sindicato dos Trabalhadores em Refrigeração, Aquecimento e Tratamento do Ar (Sindigel-RS) obteve uma “convenção coletiva inédita para a categoria, completa como nunca antes no estado”, de acordo com o presidente da entidade, Adriano Porto Benevides.

O líder sindical lembra que, anteriormente, os trabalhadores gaúchos não tinham a guarida de uma organização representativa, uma vez que estavam pulverizados em outras entidades que não entendiam as demandas da categoria nem buscavam atendê-las. “A nossa convenção está trazendo muitos direitos para o trabalhador da área, que merece todas as congratulações pelo seu dia”, complementa Benevides.

Futuramente, os refrigeristas poderão ter outras conquistas. Isso porque o Sindigel-RS e o Sindgel-CE – presidido por Agenor Lopes da Silva – estão atuando conjuntamente em um grupo de trabalho em Brasília, montando uma comissão para dialogar com a Câmara dos Deputados, com o objetivo de transformar o refrigerista num profissional ainda mais reconhecido.

Conquistas dos profissionais da refrigeração continuam em todos os lado, diz Adriano Porto | Foto: Arquivo Pessoal

O novo patamar dos refrigeristas na sociedade também pode ser visto em iniciativas mais estruturais, como a do Sindicato dos Refrigeristas no Estado de São Paulo (Sindigel Paulista) e do Conselho Nacional dos Trabalhadores Refrigeristas (CNTR).

A ideia é que haja a mudança da palavra “trabalhador” para “técnico” na nomenclatura de ambas as entidades, cuja reformulação atende às novas exigências da estrutura sindical brasileira.

Esse processo é defendido pelo presidente de ambas as entidades, Sérgio Fernandes. Segundo ele, porém, o Dia do Refrigerista deveria ser comemorado não em 7 de julho, mas sim um mês antes.

Fernandes lembra que a ata de fundação da cooperativa designada Associação dos Refrigeristas, Técnicos em Lava Roupas e Ar Condicionado de Campinas e Região, “a primeira entidade de profissionais do setor no Brasil, foi registrada em 7 de junho de 1983, conforme publicado na então revista Bola Preta, editada pela Embraco”.

“O comércio precisa respeitar essa conquista e, nesse caso, se necessário, fazer a devida correção. Afinal, é uma data histórica e não vamos abrir mão dela”, afirma.

“Para uma data comemorativa existir, é necessário um acontecimento ou uma causa. Não sei quem mudou o Dia do Refrigerista para julho, mas vamos lutar pela correção, divulgando essa informação histórica”, acrescenta.

Dia do Refrigerista deveria ser comemorado em 7 de junho, e não hoje, diz o presidente do Sindicato dos Refrigeristas no Estado de São Paulo, Sérgio Fernandes | Foto: Arquivo pessoal

Oficialmente, o Brasil aderiu à Convenção de Viena e ao Protocolo de Montreal sobre Substâncias Destruidoras da Camada de Ozônio em 7 de junho de 1990. Muitos dizem que, também por isso, o Dia do Refrigerista costumava ser celebrado nessa data até alguns anos atrás.

Foi também no início dos anos 1990 que, por sugestão do jornalista Oswaldo Moreira (in memoriam), fundador da Revista do Frio, o deputado estadual Mantelli Neto apresentou à Assembleia Legislativa de São Paulo o projeto de lei (PL) que instituiu no calendário de datas comemorativas do estado o Dia da Refrigeração, celebrado em 20 de junho desde 1995.

À época, o parlamentar justificou “que seria de justiça reconhecer a inegável importância do ar condicionado e o papel da refrigeração como elemento-chave do progresso e desenvolvimento da humanidade”.

Um PL apresentado à Câmara Federal em 1992 pelo então deputado Fábio Meirelles tentou estabelecer 20 de junho como Dia Nacional da Refrigeração, mas acabou sendo arquivado.

Em 1997, o deputado federal Arnaldo Faria de Sá reapresentou à mesa diretora da Casa o PL do colega, alegando que “é realmente inegável a importância da refrigeração na vida do cidadão e da sociedade”, e que o segmento “tem prestado relevantes serviços à causa pública”.

Depois de mais de 20 anos de tramitação, o PL foi arquivado novamente, em janeiro do ano passado. Enfim, a indústria do frio continua sem o merecido reconhecimento de sua relevância em nível nacional, mas, logicamente, motivos não faltam para os profissionais do setor comemorarem hoje, ou em qualquer outra data do calendário, o seu dia.

Dia do Refrigerista valoriza profissão dos técnicos, diz Carmosinda Santos | Foto: Nando Costa/Pauta Fotográfica

Profissão valorizada

Uma das mais respeitadas técnicas em refrigeração e ar condicionado do mercado nacional, Carmosinda Santos salienta que o Dia do Refrigerista serve para valorizar uma das profissões mais importantes para a sociedade.

“Basta tirar da nossa vida tudo o que envolve refrigeração, como a produção de cerveja e iogurte, a estocagem de carne e legumes congelados, e tudo ficará mais difícil. Até mesmo a embalagem plástica que envolve os produtos necessita passar por um sistema de refrigeração durante sua produção. Fora da área alimentícia, temos os sistemas de refrigeração dos grandes data centers, imprescindíveis para a transmissão e armazenagem de dados. A refrigeração está presente em praticamente todos os locais com circulação de pessoas, como shopping centers, ônibus, hospitais, enfim, em tudo”, diz.

A técnica lembra que a refrigeração faz parte da evolução da sociedade, e os bons profissionais acordaram para essa realidade e entenderam que é importante realizar os procedimentos corretos e estabelecer normas técnicas para o exercício do trabalho.

A mesma visão tem Deivi Homem, outro profissional do mercado, para quem não há mais espaço para se discutir a importância da refrigeração e da climatização para pessoas e empresas.

No Dia do Refrigerista, “lembramos de um dos profissionais mais importantes do mundo moderno, visto que hoje ninguém consegue mais sobreviver sem um ambiente climatizado, seja para a conservação de alimentos e processos de produção na indústria de medicamentos e fábricas em geral. O mesmo vale para o controle de temperatura em centros de usinagem ou a climatização de ambientes residenciais e comerciais”, comenta.

Sua colega de profissão, a técnica em refrigeração e climatização Marilon Barbosa entende que, em meio ao grave momento pelo qual o País atravessa, o profissional do HVAC-R será lembrado também pelos serviços essenciais prestados à sociedade.

“Um deles é o PMOC, que visa eliminar o risco de doenças causadas por fungos, ácaros e bactérias presentes nos sistemas de climatização, quando não existe uma rotina de manutenção adequada”, argumenta.

Da mesma forma como ocorre em diversos outros setores da economia, o mercado do frio tem, no avanço das tecnologias de refrigeração e climatização, uma de suas maiores tendências para os próximos anos.

“E esse progresso vem exigindo que os profissionais busquem mais conhecimento, frequentando cursos, treinamentos, redes sociais e sites, mas como não poderia deixar de ser, a maior dificuldade encontrada pelos técnicos na hora de capacitar-se é que nem todos têm acesso a todas essas oportunidades”, pondera Marilon, reconhecendo que vontade de fazer a diferença na sociedade é uma virtude que não falta aos refrigeristas brasileiros.

Vontade de fazer a diferença na sociedade é uma virtude que não falta aos refrigeristas brasileiros, diz a técnica Marilon Barbosa | Foto: Nando Costa/Pauta Fotográfica

Daikin estreia na Stock Car brasileira

O movimento de retomada dos esportes mundo afora traz novo ânimo em meio a tempos difíceis. Tendo como uma de suas referências a Nascar, que conseguiu voltar às atividades no último dia 17 de maio, com as medidas de segurança necessárias para todos os envolvidos no evento, no Brasil, a Stock Car prepara-se para iniciar sua 41ª temporada no mês de julho – em praça a ser anunciada.

Para o piloto Rafael Suzuki, a ansiedade é grande, por ser um ano cheio de novidades. Em sua 7ª temporada consecutiva na Stock Car, ele dará um passo esportivo importante, ao juntar-se com a equipe Full Time Sports, uma das principais do grid. A equipe foi Campeã em 2014 com Rubens Barrichello, e, além do ex-F1, conta também com Nelson Piquet Jr e o argentino Matías Rossi, e será a equipe oficial da Toyota Gazoo Racing – na estreia da montadora japonesa no campeonato, que passa a ser multimarcas.

Além disso, entre seus parceiros, Suzuki ganha um reforço de peso para o campeonato, com a entrada da Daikin. A multinacional japonesa, líder mundial no segmento de ar condicionado, fará sua estreia nos esportes no Brasil, visando uma maior identificação com o consumidor final, e também um incremento de sua interação com os clientes B2B, conforme ressalta o comunicado distribuído à imprensa.

“A Daikin é uma empresa presente em mais de 150 países e tem patrocinado equipes esportivas enraizadas na cultura de cada país ao redor do mundo. Foi assim com o rúgbi na Austrália e Nova Zelândia, com o críquete na Índia, golfe no Japão, e assim por diante. Inaugurando sua unidade comercial no Brasil no ano de 2011, investiu na fábrica em Manaus em 2013 e tem crescido de forma sólida deste então. Agora, o momento é de mudar a marcha almejando um crescimento maior para o futuro e, assim, acelerar no desenvolvimento dos negócios. É com muita alegria que damos a largada juntamente com o Rafael Suzuki na equipe Full Time Sports”, enfatiza Tomoji Miki, presidente da Daikin Brasil. Ele acrescenta ainda que espera muito sucesso da parceria Daikin, Rafael Suzuki e Full Time Sports.

“Sinto muito orgulho em representar todas as marcas que estão comigo, e agora, com o reforço da Daikin numa temporada em que as expectativas são muito boas, esportivamente falando. Eles são uma multinacional gigante, de origem japonesa, que compartilha de valores como tecnologia e alta performance, que estão presentes no nosso esporte”, comentou Suzuki, que teve passagens vitoriosas pelo automobilismo internacional antes de chegar à Stock Car.

“Na Full Time Sports, temos o histórico de relações duradouras e vitoriosas com grandes empresas. E a chegada do Rafael Suzuki e de seus parceiros, como a Daikin, só agrega a isso. Estamos ansiosos com o início da temporada, e para voltar a fazer o que mais gostamos depois desse longo intervalo”, completou Maurício Ferreira, chefe da equipe.