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Integração do ESG às demandas do setor de HVAC-R

Práticas estão alinhadas com o desenvolvimento mais sustentável e resiliente, traduzido em benefícios como redução de custos operacionais, maior eficiência energética e impacto nos negócios.

As discussões sobre ESG (Environmental, Social and Governance), que corresponde às práticas Ambientais, Sociais e de Governança (ASG), estão em amplo crescimento e se tornou um conceito fundamental para o meio ambiente, à sociedade e à ética nos negócios. Seus critérios estão relacionados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pelo Pacto Global, iniciativa mundial que envolve a ONU (Organização das Nações Unidas) e várias entidades internacionais.

De acordo com dados da Anbima – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, existem hoje no Brasil cerca de R$ 10,5 bilhões alocados em 59 fundos de investimento sustentável (IS) e 30 fundos que integram em suas estratégias fatores ESG.

Apesar do seu início focar no mercado de investimentos, o conceito de ESG foi, ao longo dos anos, ganhando notoriedade em outros setores. A evolução em direção a práticas mais sustentáveis integradas ao setor HVAC-R, não apenas atende às demandas crescentes por responsabilidade ambiental, social e de governança, mas também oferece benefícios como redução de custos operacionais, maior eficiência energética e equipamentos operando com fluidos de baixo impacto ambiental, alinhados com a busca por um desenvolvimento mais sustentável e resiliente.

No quesito ambiental, questões sobre clima, esgotamento de recursos naturais e impacto dos negócios deixam clara a urgência de enfrentarmos as graves questões que afetam o planeta. Por isso, práticas ESG passaram a ter importância central na captação de recursos e investimentos. Conceitos como adequação das mudanças climáticas, precificação de carbono, sustentabilidade ambiental, gestão de resíduos e políticas de saúde ocupacional, já fazem parte do dia a dia empresarial e precisam ser compreendidos pelos gestores empresariais.

As ações envolvem toda a cadeia do frio, desde fabricantes, distribuidores, importadores, comerciantes, consumidores e outras partes interessadas, desde cuidar do meio ambiente, ter preocupação social e adotar melhores práticas de governança, gerando resultado para as empresas, incluindo fatores como emissão de carbono e outros gases poluentes, aquecimento global, eficiência energética, gestão de resíduos, poluição do ar e da água, entre outros.

A Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento), através de seus Comitês de NR+ESG, Eficiência Energética (E.E.) e Qualindoor, vem orientando as empresas do segmento sobre estratégias de internalização do Programa de ESG, com objetivo de auxiliar a compreensão e implantação de práticas ESG no setor de HVAC-R.

Segundo Paulo Reis, presidente do Comitê de NR+ESG, a fim de construir a base no setor de HVAC-R para o atendimento das metas nacionais do desenvolvimento sustentável do Brasil e das metas de ESG da Agenda 2030, é de suma relevância que as empresas compreendam o papel que o setor tem para esta Agenda, a começar pelos quesitos ambientais na condução do programa ESG brasileiro. Ele salienta a preocupação do setor através do Qualindoor, que trata a qualidade do ar interior, e do Comitê de Eficiência Energética junto ao Procel Edifica, além medidas de tratamento e/ou reciclagem dos resíduos gerados nos processos de fabricação dos produtos e na utilização de gases de refrigeração com baixo ou nenhum impacto ambiental. A utilização de energia de fonte renovável também é importante, bem como a não utilização de materiais e utensílios descartáveis.

Evolução do setor

O setor de HVAC-R tem no meio ambiente uma de suas principais demandas com a redução de consumo de energia e redução da utilização de gases que contribuem para o efeito estufa, e hoje, conta com tecnologias de sistemas com maior automação que permitem melhor eficiência energética com menor custo total de propriedade, adoção de fluidos refrigerantes de baixo impacto ambiental que não degradam a camada de ozônio e possuem baixo potencial de aquecimento global por equipamentos e processos cada vez mais eficientes, além de tecnologias para a redução do consumo de água.

Indicadores apontam essa evolução através do desenvolvimento de equipamentos mais eficientes e o uso de tecnologias avançadas para otimizar o consumo de energia; integração de sensores inteligentes, sistemas de automação e tecnologias de comunicação para otimizar o desempenho dos sistemas; incorporação de fontes de energia renovável, como energia solar, eólica e fotovoltaica; refrigerantes com menor potencial de impacto ambiental, em conformidade com regulamentações globais, como o Protocolo de Montreal e o Acordo de Kigali; adoção de práticas de design e construção sustentáveis, considerando não apenas a eficiência operacional, mas também o impacto social e ambiental durante a construção e ao longo do ciclo de vida do edifício; iniciativas de treinamento, desenvolvimento e cursos de capacitação implementados para garantir que os profissionais do setor estejam atualizados com as práticas mais recentes; e gestão responsável de resíduos, tanto durante a fabricação quanto no final da vida útil dos equipamentos.

“O segmento de HVAC-R possui um grande potencial de colaboração dentro dos princípios do ESG por atuar diretamente com práticas que são naturalmente de impacto socioambiental. Um ponto de destaque é justamente o caráter interdisciplinar dos projetos, que acabam por impactar diversos aspectos dentro dos princípios e práticas do ESG. Todas as questões envolvendo conforto térmico dos ambientes e qualidade do ar interior são de responsabilidade deste segmento e demandam práticas especificas para garantir indicadores positivos. Além disso, pela necessidade cada vez maior da presença de sistemas de ar condicionado e ventilação mecânica nos edifícios, aliada à parcela significativa que os sistemas de HVAC-R representam no consumo de energia elétrica de uma edificação, a busca do setor pelo aumento da eficiência energética dos equipamentos e sistemas também é uma prática de impacto bastante positivo para todos os envolvidos.

Olhando especificamente para o E do ESG, environmental ou ambiente, é notória a importância do segmento e as práticas que podem ser adotadas em consonância com o conceito. De maneira geral, os fabricantes têm trabalhado com bastante dedicação no desenvolvimento de equipamentos cada vez mais eficientes, com ganhos de performance em cargas parciais, redução no consumo elétrico, menores níveis de ruído e a aplicação das novas famílias de fluidos refrigerantes ecológicos com baixos potenciais de aquecimento global e destruição da camada de ozônio.

Seguindo esse movimento, os projetos também têm se destacado pela sofisticação das soluções apresentadas na busca por instalações mais eficientes e com menores pegadas de carbono, ou seja, reduzidas emissões de CO2 – é crescente o número de projetos que utilizam recuperadores de calor, vigas frias e ciclos entálpicos para aumento da eficiência energética dos sistemas.

Muitos deles, principalmente em aplicações industriais e de processos, também têm olhado para o tema dos fluidos refrigerantes naturais e ecológicos, como é o caso da Amônia (R-717), do Dióxido de Carbono (R-744) e do Propano (R-290)”, informa Thiago Boroski, coordenador de eficiência energética e contas corporativas da Trox Brasil.

A maioria dos fabricantes de equipamentos e componentes são multinacionais com filiais no Brasil e já adotam mundialmente padrões razoavelmente satisfatórios.  Já as empresas que complementam a cadeia do frio, como as pequenas e médias, devem (ou poderiam, quando possível) investir mais em Certificações como ISO 14.000, ISO 9001, ISO 14001 e SA 8000, entre outras, que normatizam e direcionam questões prioritariamente ambientais.

“Uma boa prática na governança corporativa é, ademais, o ponto de partida para o estabelecimento de uma agenda ESG em qualquer empresa e vai refletir a visão da empresa na construção de uma operação sustentável e de baixo risco socioambiental.

O caminho natural da implementação da agenda ESG passa pelo planejamento inicial das ações e práticas sociais e ambientais que se deseja adotar e pela análise dos impactos positivos que podem proporcionar. O ponto crucial apontado pelos especialistas é que essas práticas e ações precisam ser medidas de forma bastante criteriosa, o que demanda a definição de indicadores-chave de desempenho (KPI).

São esses indicadores que serão divulgados para o mercado e que evidenciarão o baixo risco socioambiental da empresa, dentro dos princípios do ESG. Para que esse planejamento resulte em ações efetivas e indicadores positivos, a empresa deve contar com uma liderança engajada nas questões socioambientais e que estimule uma mudança cultural no ambiente corporativo, apontando sempre para as práticas sustentáveis, e isso independe do tamanho da empresa”, aponta Boroski.

Exemplos de implementação

Entre vários exemplos de empresas no Brasil que implementaram e investem em ESG estão a Trox, que atua globalmente de forma integrada para implementar a agenda ESG, dentro de uma série de ações alinhadas com os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU: “Além disso, estabeleceu a meta de zerar globalmente as suas emissões de carbono até 2040, através de um plano de ação que envolve o mapeamento completo das emissões em todas as suas fábricas e escritórios comerciais para adoção de medidas mitigatórias e compensatórias.

Em paralelo, há um plano de metas a serem alcançadas até 2025 que serve como um guia para o plano de zerar as emissões de carbono. Dentre elas, estão o crescimento sólido em faturamento e EBIT, redução das emissões de carbono relativas a cada produto fabricado e aumento do ciclo de vida dos produtos, redução proporcional do consumo elétrico dos equipamentos e sistemas pelo aprimoramento e desenvolvimento contínuo, implementação do sistema de gerenciamento de resíduos com aumento da taxa de reciclagem, homologação e gestão de fornecedores alinhados com as práticas sustentáveis e programas de treinamento para os colaboradores”, comenta o engenheiro da Trox.

A Chemours possui a Agenda ESG que inclui metas de equidade de gênero, diversidade étnica e redução de emissões de gases de efeito estufa, entre outras ações alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

Já a Danfoss, celebra a redução de 28 mil toneladas de CO2 anualmente, correspondendo a uma queda de 23% nas suas emissões totais, visando ser líder em descarbonização, circularidade, diversidade e inclusão.

Para Ariel Gandelman, as empresas da Smacna Brasil (The Sheet Metal and Air Conditioning Contractors’ National Association) são parceiras de seus clientes e contribuem fortemente para a adoção de práticas ESG, buscando proteção ao meio ambiente, qualidade de vida dos usuários, impactos positivos na economia, redução nos gastos com energia e maior eficiência energética, sendo um resultado a ser alcançado por toda a cadeia do HVAC-R.

“Práticas mais sustentáveis como a mudança nos fluidos refrigerantes utilizados, especialmente para atender aos Protocolos de Montreal e Kyoto, sendo necessário em curto-médio prazo passar a utilizar aqueles com baixo GWP e zero ODP.  Inclusive, sistemas já existentes podem ser objeto de retrofit para operar com esses novos fluídos refrigerantes.

Dentro desse contexto, os usuários também precisam se atualizar para entender essas demandas, com tecnologias que atendam ao ciclo de vida do empreendimento. Para isso, projetistas, instaladores, mantenedores e fabricantes do setor estão em constate atualização e treinamento nas suas operações. Clientes também têm se atentado cada vez mais para adquirir sistemas de HVAC-R que garantam além da sustentabilidade, maior eficiência energética, ou seja, menor custo operacional, solicitando e investindo em soluções que incorporem essas questões.

Da mesma forma, toda a cadeia do setor tem sido bastante propositiva, apresentando e viabilizando novas soluções que atendam a essas demandas”, informa Gandelman.

Na questão social, o setor é bastante amplo e está em quase todas as partes do país. Onde tem uma padaria ou um supermercado, tem alguém do setor para prestar serviços de instalação e manutenção. Dada esta abrangência, cabe aos líderes trabalharem na capacitação profissional, segurança do trabalho e diversidade, dando oportunidades a todos os grupos de pessoas que fazem parte da sociedade brasileira.

O caminho é a conscientização da alta direção, que começará a difundir essa nova cultura, permeando a organização com novas normativas e procedimentos que irão estabelecer os novos parâmetros de comportamento, com a participação de gerentes por supervisores e um programa de treinamento para toda a equipe.

Como iniciar um processo ESG

Mas, como incorporar ações práticas de ESG na sua empresa? Para que as ações que envolvam questões ambientais, sociais e de governança deixem de ser um projeto e passem a ser efetivamente executadas, é preciso mudanças ou transformações no ambiente empresarial.

Um primeiro passo para iniciar uma estratégia de implementação ESG no seu negócio é conhecer os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável instituídos pela ONU e analisar quais os impactos positivos e negativos que podem ser gerados a partir da realidade da sua empresa. Todas as metas e estratégias devem estar condicionadas às questões financeiras e humanas da sua empresa.

Um ponto desafiador nessa transformação é, justamente, o alto custo para implementação de ações ESG. Pode ser preciso mobilizar e contratar pessoas e profissionais, mudar ou criar processos, adequar produtos e estruturas, dentre outros. Por isso, é importante manter a responsabilidade e o controle financeiro.

Um outro ponto importante para a implementação é o envolvimento das lideranças e de todos os colaboradores. Como trata-se de uma mudança na cultura organizacional, o engajamento de todos é primordial para que os processos de ESG sejam implantados de forma eficiente na empresa.

Compreender aspectos centrais e teóricos do ESG é importante para a construção de estratégias e para a implementação de uma política dentro do ambiente empresarial. No entanto, não basta a teoria. Vale ressaltar que é preciso mudanças, tanto nos processos internos quanto externos da empresa, para que haja uma consolidação da política ESG que não seja meramente conceitual.

O Sebrae desenvolveu uma ferramenta gratuita para que as empresas pudessem avaliar seu desempenho e identificar os pontos de melhoria na aplicação das melhores práticas relacionadas às diretrizes de ESG, buscando assim potencializar o seu impacto positivo na sociedade e no meio ambiente.

O objetivo deste diagnóstico é oferecer uma ferramenta para medir e acompanhar o desempenho do seu negócio, analisando as esferas econômica, social e ambiental. Com esse diagnóstico, você poderá rever a estratégia da sua empresa, construir uma cultura sustentável, tornando-a mais transparente, consciente e atuante.

Adotar práticas sustentáveis implicará em um melhor posicionamento de mercado, já que a empresa estará engajada em iniciativas sociais e ambientais para reduzir ao máximo seus possíveis impactos negativos no meio ambiente e na sociedade.

Pilares do ESG

Ambiental (Environmental)

O primeiro pilar, o “E,” se refere à preocupação com o meio ambiente. Isso inclui questões como a pegada de carbono, conservação de recursos naturais e a atitude da empresa em relação às mudanças climáticas. Empresas comprometidas com o ESG buscam minimizar seu impacto ambiental, reduzir emissões de carbono e adotar práticas sustentáveis em sua cadeia de suprimentos.

Social

O “S” aborda a relação entre a empresa e a sociedade. Isso envolve preocupações com a diversidade, equidade e inclusão, bem como questões trabalhistas, direitos humanos e responsabilidade com a comunidade local. Empresas ESG estão comprometidas em promover ambientes de trabalho justos, respeitar os direitos humanos em toda a cadeia de suprimentos e contribuir para o bem-estar das comunidades em que operam.

Governança (Governance)

O último pilar, “G,” diz respeito à governança corporativa. Isso envolve a estrutura de tomada de decisões, a transparência, a ética empresarial e o tratamento justo de acionistas e partes interessadas. Empresas ESG buscam uma governança sólida e ética, evitando conflitos de interesse e assegurando que as vozes de todos os acionistas sejam ouvidas.

Desafios e oportunidades para o HVAC-R em 2024

Setor enfrentará ano desafiador, mas promissor, com foco em sustentabilidade, eficiência energética e inovação tecnológica, prevê indústria.

Nem bem 2024 se iniciou e a indústria brasileira de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (HVAC-R, na sigla em inglês) já enfrenta um cenário desafiador, mas, por sinal, cheio de oportunidades.

O acesso a capital, a atração de investimentos estrangeiros, a necessidade de descarbonização e a incorporação de inovações tecnológicas definirão os caminhos do setor neste ano, conforme previsões de empresários do segmento.

Com um otimismo moderado, o mercado se prepara para não apenas crescer, mas também para liderar em termos de sustentabilidade e inovação tecnológica no cenário global.

Na avaliação do presidente-executivo da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), Arnaldo Basile, o setor experimentou um desempenho estável em 2023, influenciado pela cautela inicial com a nova gestão do governo federal e um crescimento modesto no segundo semestre.

“Para 2024, espera-se um crescimento contido, alinhado à economia em geral, com foco em segmentos específicos, como água gelada e sistemas centrais de ar condicionado”, diz.

Por conta das fortes ondas de calor, o mercado de mini-splits experimentou crescimento além da expectativa em 2023. E o nicho deverá continuar em franca expansão neste ano, tendo em vista que menos de 20% dos lares do País possui um aparelho de ar condicionado e o fenômeno El Niño.

Segundo o executivo, um dos grandes desafios atuais é a necessidade de tornar o Brasil num destino mais atraente para investimentos externos, especialmente em sistemas sustentáveis.

As iniciativas das empresas apontam para um futuro onde o setor não só responde às necessidades imediatas, mas também contribui ativamente para soluções ambientais e econômicas mais amplas.

Nesse sentido, Basile destaca as oportunidades emergentes, como a melhoria da qualidade do ar interno e os processos de descarbonização, que se alinham com tendências globais.

“A modernização (retrofit) de sistemas existentes para modelos mais sustentáveis e eficientes é vista como caminho fundamental para o crescimento da nossa indústria”, afirma.

Afinal, a proteção da camada de ozônio e as mudanças climáticas estão impulsionando a demanda no setor, com a indústria se comprometendo a trabalhar com instituições governamentais e outras entidades para contribuir com soluções ambientalmente responsáveis.

Embora não sejam nenhuma novidade, tecnologias como bombas de calor e automação são apontadas como tendências significativas para 2024. “Ambas as inovações prometem maior eficiência energética e desempenho otimizado dos sistemas”, diz.

As mudanças regulatórias, especialmente aquelas ligadas a regulamentações ambientais, estão redefinindo o mercado frio, que parece estar no limiar de uma era de crescimento e transformação.

Devido à implementação da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal neste ano, o Brasil vai congelar as importações dos hidrofluorcarbonos (HFCs) de alto potencial de aquecimento global (GWP), como o R-404A e R-410A, com base na média de consumo registrada entre 2020 e 2022.

Para Paulo Neulaender Junior, da Frigga Refrigeração, a inovação tecnológica, especialmente em termos de fluidos refrigerantes ecológicos e eficiência energética, será crucial em 2024.

“As mudanças climáticas estão aumentando a demanda por soluções de refrigeração e ar condicionado e trazendo novas regulamentações”, diz o empresário, enfatizando que o comércio está se adaptando a essas mudanças, focando na destinação correta dos fluidos refrigerantes e na promoção de equipamentos mais eficientes.

“O ano de 2023 foi bom para o comércio de refrigeração, embora tenhamos enfrentado margens apertadas e alta carga tributária. Para 2024, as expectativas giram em torno de continuar atendendo aos clientes com preço competitivo, agilidade e informação precisa”, revela.

“O aumento do consumo em supermercados, restaurantes e padarias, impulsionado pelo aumento do poder aquisitivo, além de uma demanda crescente devido a temperaturas extremas, promete expandir ainda mais o mercado”, acrescenta.

Entretanto, olhando para 2024, o setor continua enfrentando desafios significativos, como impostos elevados, problemas logísticos e a escassez de mão de obra qualificada. “Além disso, a falta de componentes permanece como uma barreira”, adverte Neulaender.

Já as indústrias de câmaras frias e de ar-condicionado se preparam para um crescimento robusto em 2024. “Com o fim da pandemia, setores como bares, restaurantes e hotéis estão se reerguendo, criando uma demanda crescente por pequenas infraestruturas de refrigeração”, analisa o diretor comercial da Isocold, Edson Girelli.

“O Brasil hoje tem uma carência enorme de pequenos equipamentos de qualidade em pequenas capacidades comerciais, e o fornecedor que se atentar a isso sairá na frente”, completa.

E as temperaturas elevadas e mudanças climáticas continuarão fomentando o segmento de climatização. Em geral, as indústrias do setor estão aumentando os estoques e ampliando a capacidade produtiva, buscando atender a alta demanda dos consumidores por produtos eficientes e tecnologicamente inovadores.

De maneira geral, o ano de 2024 representa para os fabricantes de ar-condicionado um período de expansão e inovação. Com novos produtos, investimentos em tecnologia e um compromisso inabalável com a eficiência energética, as indústrias do setor parecem estar prontas para atender às necessidades emergentes de um mercado em constante mudança.

Enfim, o HVAC-R brasileiro como um todo tem diante de si um caminho repleto de potencialidades. A capacidade de navegar nesse mercado será determinada pela habilidade das empresas em inovar, adaptar-se a um clima em mudança e superar desafios operacionais.

Com um compromisso renovado com a sustentabilidade e a eficiência, o setor pode não apenas prosperar economicamente, mas também contribuir de forma significativa para um futuro mais descarbonizado.

Smacna Brasil celebra 29ª Edição dos Destaques do Ano de 2023

No dia 08 de novembro, cerca de 400 pessoas participaram da solenidade de premiação promovida pelas entidades SMACNA Brasil (Sheet Metal Air Conditioning Contractors’ National Association) e ABRAVA (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento). O evento visa considerar, no âmbito nacional, os melhores trabalhos de engenharia ambiental termo do ano anterior.

Os critérios de avaliação incluem incorporação de tecnologia, inovação, uso responsável de energia, comprometimento com a qualidade do ar, preservação ambiental e normatização.

Dos empreendimentos inscritos, seis foram premiados nas seguintes categorias: Retrofit / Conforto – Luna Crescente (São Paulo – SP); Obra Nova / Industrial – Nutera-RP (Ribeirão Preto – SP); Hospital Mater Dei Salvador (Salvador – BA); Hospital e Maternidade São Luiz Osasco (Osasco – SP); Obra Nova / Conforto – Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Catedral (Cascavel – PR); e Obra Nova / Ventilação – Ecourbis TVE Vergueiro (São Paulo – SP).

“É com imensa alegria e satisfação que damos as boas-vindas à 29ª edição do ‘Destaques do Ano Smacna Brasil. Estamos honrados em reconhecer os méritos dos trabalhos de engenharia termo ambiental realizados no ano de 2022 e a busca incessante pela excelência na qualidade das instalações, traduzida em seis obras que se destacaram no ano passado. Ao longo deste período, já reconhecemos 196 projetos executados em diferentes estados do Brasil. Expresso ainda, nossa gratidão aos patrocinadores que contribuíram significativamente para a realização e sucesso deste evento!”, comemorou Edson Alves, presidente da Smacna Brasil.

Como a realidade aumentada pode ajudar o HVAC-R a evoluir?

Nos últimos anos, a realidade aumentada (RA) vem se destacando como uma tecnologia promissora e inovadora, revolucionando diversas indústrias. Embora comumente associada à manufatura, marketing ou varejo, a RA também está auxiliando os profissionais do mercado de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (HVAC-R, em inglês) a atender às crescentes demandas do setor.

Dessa forma, ela tem modificado a forma como gerentes de projetos, técnicos de manutenção e engenheiros projetam e instalam produtos, bem como treinam suas equipes em campo.

Para quem ainda não tem conhecimento sobre o assunto, a RA é uma tecnologia de visualização ao vivo que utiliza a entrada sensorial gerada por computador para melhorar a percepção do usuário sobre o mundo real, sobrepondo imagens, sons e dados no ambiente real do usuário.

Essa sobreposição de conteúdo virtual altera nossa perspectiva da realidade. Por exemplo, com a RA, podemos consultar manuais simplesmente apontando nossa câmera para um dispositivo ou produto.

Para experimentar a RA, os refrigeristas necessitam de um smartphone, tablet, óculos especiais e um aplicativo que a suporte. O aplicativo precisa determinar sua localização e a direção que você está olhando para sobrepor modelos 3D em objetos do mundo real.

Confira, a seguir, cinco maneiras sobre como a RA pode ajudar o setor a evoluir:

Visualização – A indústria do frio depende fortemente da visualização para fornecer informações detalhadas sobre como um sistema funcionará e o que é necessário para uma instalação adequada. A RA pode ajudar em todas essas tarefas ao fornecer uma representação 3D precisa de um sistema ou layout de produto.

Experiência do produto em casa – Usando a RA, os clientes podem ter uma visão ao vivo de como um produto ficaria instalado em sua casa antes de decidirem pela compra. Isso lhes permite evitar erros caros e economizar nos custos de instalação ao acertar na primeira tentativa.

Colaboração eficiente – A RA permite que técnicos e engenheiros fiquem mais conectados com seus colegas, compartilhando o que veem com outros membros da equipe. Isso aumenta a eficiência, fornecendo informações em tempo real de locais de trabalho ou locais remotos, como uma sala de controle ou escritório.

Racionalização – Desde o design até a instalação, a RA pode ajudar a otimizar processos inteiros, eliminando a papelada e reduzindo as chances de erros. Além disso, ferramentas de RA também permitem que os contratantes encontrem o melhor equipamento compatível com seus requisitos e orçamentos, contribuindo para a redução de custos e aceleração de processos!

Qualificação profissional – Muitos dos treinamentos para profissionais do setor são caros, demorados e, às vezes, até perigosos. Nesse sentido, a RA oferece uma nova forma de treinar novatos. Usando uma sobreposição digital, a tecnologia permite que os inciantes aprendam de forma mais rápida, interagindo e experimentando diversas situações cotidianas, tornando o treinamento eficiente e seguro.

Projetos com RA

Ainda que lentamente, a RA está se tornando uma parte integrante da indústria, desde o projeto e treinamento até trabalho de campo e engenharia.

Em termos de projetos, especificamente, sabemos que projetar um novo sistema de refrigeração e climatização pode ser demorado e caro, enquanto o produto finalizado é difícil de visualizar.

Nesse sentido, a RA facilita o design de sistemas ao fornecer aos clientes uma visão muito clara do produto desejado, uma vez que projetistas e engenheiros podem ver um modelo em escala real de seu projeto e obter uma melhor compreensão dos processos de design e instalação.

Ao utilizar uma ferramenta de RA, arquitetos, projetistas e engenheiros podem transformar seus projetos em modelos 3D interativos e escalonados, usando renderizações fotorealistas, o que permite aos profissionais melhorar sua capacidade de visualizar os componentes no contexto antes da implementação.

Assim, os projetistas podem apresentar seus projetos sem usar espaço físico caro e recursos. Isso pode ser extremamente útil em alguns projetos de retrofit, que permitem que arquitetos ou técnicos anexem um projeto a um edifício existente sem interromper as operações ou ocupantes atuais.

Além disso, tanto os profissionais quanto os clientes podem participar e visualizar melhor o processo de design. Isso lhes dá mais controle sobre o processo e os ajuda a entender como o edifício funcionará.

Como resultado, os especialistas podem fazer alterações em qualquer ponto durante o desenvolvimento do projeto sem ter que redesenhar todo o sistema do zero. Isso também pode reduzir os custos e o tempo de design e construção.

RA na indústria

Na indústria, especificamente, a RA pode transformar a pré-fabricação de equipamentos ao limitar retrabalhos e melhorar a eficiência por meio de ferramentas de sequenciamento que fornecem orientação passo a passo durante a fase de instalação e implementação do projeto, que são recursos valiosos para os contratados.

Por exemplo, diagramas de processo e sequências de montagem interativas podem ser criados usando o Microsoft PowerPoint combinado com RA para mostrar aos empreiteiros um guia passo a passo sobre a instalação das montagens.

Técnicos também podem usar a RA para recursos como manuais de reparo e esquemas para garantir uma instalação de qualidade. Consequentemente, essa abordagem virtual elimina retrabalhos, já que instruções detalhadas são fornecidas para cada montagem, reduzindo o tempo de instalação no local e o tempo de produção.

Aplicações relevantes de RA também estão sendo desenvolvidas para apoiar os processos de garantia e controle de qualidade, permitindo que os trabalhadores acompanhem os ativos que foram inspecionados, os trabalhos de manutenção que foram concluídos, os ativos que precisam de atenção e os trabalhos atrasados.

Ao incorporar a RA nas inspeções, os gerentes de manutenção podem tomar melhores decisões sobre o que precisa ser feito e quando, o que contribui para economizar tempo e dinheiro e melhorar a gestão de riscos da empresa.

Quanto aos técnicos, alguns têm dificuldade em manter agendas para reparos no local, já que precisam de ajuda para identificar quais componentes requerem atenção rapidamente. É aqui que a RA entra em cena, pois coloca os dados operacionais em contexto para detectar falhas, desgaste e uso de tubulações, dutos e outros equipamentos industriais.

Ao escanear códigos atribuídos a cada ativo, os técnicos podem visualizar não apenas informações gerais, como ID do equipamento, número de série ou intervalos de serviço, mas também a condição de todas as peças, independentemente da localização, em um mapa em tempo real, bem como dados sobre temperatura, pressão mecânica e todos os outros parâmetros operacionais para detectar quaisquer fatores externos que possam estar afetando uma determinada parte de um sistema.

Enfim, ao fornecer uma visão em escala real de um modelo, a RA facilita a resolução de problemas e mantém a coordenação dos sistemas de construção no ponto. Com suas inúmeras aplicações se desdobrando lentamente, a RA, sem dúvida, se tornará o fator determinante no HVAC-R.

HVAC-R assume protagonismo na descarbonização de edifícios

Levantamento do Green Building Council Brasil revela que 37% das emissões de carbono são oriundas dos edifícios, e estão divididas entre as fases de construção (10%) e de operação (27%).

Longe de um acordo sobre ações para conter – ou mesmo minimizar – os efeitos das mudanças climáticas nos próximos anos, os governantes em todo mundo continuam perdendo a já desgastada credibilidade nesse tema, conforme ficou patente na 27ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), realizada em novembro de 2022, em Sharm el-Sheikh (Egito).

A ausência de uma convenção estatal sobre a busca por soluções para o problema ambiental está abrindo caminho para o protagonismo da iniciativa privada. Nesse contexto, a indústria do frio e da construção civil têm investido em pesquisa e tecnologia para tornar os novos imóveis cada vez mais “verdes” – é a chamada descarbonização.

Globalmente, segundo o Green Building Council Brasil, 37% das emissões de carbono são oriundas dos edifícios, e estão divididas entre as fases de construção (10%) e de operação (27%), especialmente pelo alto consumo de energia.

“A tendência é haver avanços, e devemos aproveitar a oportunidade para assumirmos o compromisso de fazer parte desse processo. Hoje, a principal ação para mitigação das emissões operacionais são os projetos de eficiência energética”, argumenta o CEO do GBC Brasil, Felipe Faria, que em 2021 foi reeleito para um novo mandato no World Green Building Council.

O Green Building Council Brasil ajudou a construção civil nacional a se tornar um dos cinco principais mercados do mundo para a certificação Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), voltada para construções sustentáveis.

“Além de ser destaque em matéria de edificações com certificação, o Brasil tem aumentado o percentual de projetos certificados que atingem o nível Platinum da certificação, ou seja, o mais alto nível de desempenho em eficiência. Enquanto no mundo, apenas 8% dos projetos são Platinum, aqui no País é de 11%”, menciona Faria.

O gestor explica que em torno de 40% das certificações Platinum emitidas no Brasil ocorreram nos últimos três anos, e o percentual, medido até o final de outubro de 2022, chegou a 26%, o maior do mundo. A Índia ficou com 24% e a Itália, com 23%.

“A principal ação para mitigação das emissões operacionais são os projetos de eficiência energética. Acompanhando o resto do mundo, e por vezes possuindo edificações que se destacam, vemos uma maior receptividade para o investimento em inteligência de engenharia e arquitetura de modo a buscar as melhores escolhas visando maximizar a eficiência e a redução da carga térmica da edificação”, complementa Faria, ao também se referir ao importante papel desempenhado pelo HVAC-R no processo de descarbonização.

De acordo com o Comitê de Artigos Técnicos da Smacna Brasil, em uma edificação com sistema de climatização operante, o ar-condicionado representa, em média, de 40% a 80% da demanda energética.

“Assim, diversas políticas públicas, normas e diretrizes estão sendo desenvolvidas para estimular a descarbonização de edificações, seja para edifícios novos ou para o retrofit daqueles já construídos”, enfatiza a associação técnico-científica.

Ainda segundo a Smacna Brasil, “a descarbonização de edifícios deve considerar o projeto, a construção, o retrofit e a operação das edificações, sendo alguns exemplos a redução das emissões de carbono nas operações e durante a construção; diminuir a demanda de energia, preservando a qualidade e funcionalidade dos ambientes internos; adotar fontes de energia renovável; e reduzir o carbono incorporado nos materiais estruturais, do envelope e dos sistemas dos edifícios”.

O engenheiro Walter Lenzi, presidente do Ashrae Brasil Chapter e sócio-diretor da W&R Lenzi, reforça que o processo de descarbonização de edifícios abrange todo o ciclo de vida do empreendimento, incluindo projeto, construção, operação, ocupação e fim de vida.

“Construção civil, uso de energia, vazamento de metano e refrigerantes são as principais fontes de emissões de gases de efeito estufa. A avaliação do ciclo de vida do edifício envolve a consideração de emissões operacionais, geralmente provenientes do uso de energia, e incorporadas, as quais abarcam as emissões de GEE associadas à construção de edifícios, incluindo extração, fabricação, transporte e instalação de materiais de construção, bem como as emissões geradas por manutenção, reparo, substituição, reforma e atividades de fim de vida. As emissões incorporadas também incluem perdas de refrigerante ao longo do ciclo de vida do edifício”, detalha o especialista.

Segundo Lenzi, os principais meios para reduzir as emissões de GEE dos edifícios são diminuir o uso de energia do edifício por meio da eficiência energética; reduzir o carbono incorporado na construção; adotar a eletrificação energeticamente eficiente das necessidades de energia do edifício; projetar prédios para otimizar a flexibilidade da rede; fornecer energia renovável no local; e descarbonizar a rede elétrica.

Há diferenças importantes entre o processo de descarbonização de um edifício comercial e de um residencial novo e usado. Enquanto o empreendimento novo pode ser comparado com uma simulação computacional de consumo de energia com referência ao projeto, o edifício já existente passa por estudo de eficiência energética, análise do consumo de energia do edifício e sistemas prediais (chamado de walkthrough análises 01, 02, 03), além de posterior implantação das possíveis melhorias. Com isso, pode ser verificada a economia de energia alcançada com os novos sistemas comparando-se com os últimos 12 meses de consumo.

 

HVAC-R na dianteira

Especificamente, a indústria de aquecimento, ventilação, ar condicionado e e refrigeração pode colaborar promovendo uma série de intervenções nos modelos de gestão de sistemas de refrigeração e climatização, principalmente quando participa de projetos.

A Smacna Brasil, por exemplo, visualiza diversas oportunidades interessantes surgindo para o HVAC-R, que vem despontando no atendimento das demandas de sustentabilidade e maior eficiência energética, inclusive estimulando o respeito às normas internacionais.

A organização entende que o HVAC-R desempenha um papel decisivo para a redução das emissões de carbono nos edifícios, pois a cadeia produtiva do frio tem se desenvolvido tecnologicamente para atender às demandas de sustentabilidade e eficiência energética, incluindo as normas internacionais.

Para começar, a entidade entende ser fundamental eliminar liberações de refrigerante, minimizando vazamentos e usando produtos de baixo potencial de aquecimento global (GWP, na sigla em inglês); adotar válvulas eletrônicas, parâmetros de automação e setpoints de sistemas mais inteligentes; instalar variadores de frequência e sistemas de bombeamentos mais eficientes, além de equipamentos energeticamente que consomem menos energia.

Na fase da construção, há emissão direta com a atividade construtiva de canteiro de obra, toda a logística dos fornecedores e funcionários que emitem gases de efeito estufa com o transporte e o carbono incorporado – emitido no processo industrial de cada material e produto utilizado na construção, como aço, cimento, concreto, alumínio, cerâmica, madeira, vidro.

“O carbono incorporado é um assunto que gera muita discussão porque faltam dados e informações da indústria. Precisamos que o setor da construção civil faça estudos de avaliação de ciclo de vida dos seus produtos. Deve-se analisar o desempenho ambiental desde a extração da matéria-prima até o produto estar pronto”, propõe Felipe Faria, do Green Building Council Brasil.

A boa notícia, ressalta o executivo, é que o Ministério de Minas e Energia criou, em 2022, o Sistema de Informação de Desempenho Ambiental da Construção (Sidac), plataforma gratuita para a indústria realizar sua avaliação de ciclo de vida com foco em intensidade energética e carbono incorporado.

Diretor-adjunto do Departamento Nacional de Meio Ambiente da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) e presidente da Câmara Ambiental do Setor de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação da Cetesb, Thiago Pietrobon, fundador da Ecosuporte, também entende que a área de refrigeração e climatização é uma das protagonistas das iniciativas de redução das emissões de carbono em edifícios.

“Nesse tipo de levantamento, aspectos como refrigeração, climatização conforto térmico e renovação de ar são indicadores fundamentais para a estruturação de processos de descarbonização. Um bom projeto busca o equilíbrio entre cada um desses itens e a harmonia com bons projetos arquitetônicos. Dessa forma, permite-se extrair da natureza tudo o que ela pode fornecer em termos de qualidade ambiental e beleza estética, sem agredir o meio ambiente”, completa o dirigente.

 

Estudo mostra drywall mais “verde” que blocos cerâmicos

Líder global em construção leve e sustentável, a francesa Saint-Gobain promoveu no Brasil estudos comparativos entre dois perfis de parede interna e descobriu que as peças desse tipo produziam uma série de benefícios ambientais.

O processo pode ser otimizado também com uso de materiais leves. As análises, feitas com dois perfis de parede interna (drywall e blocos cerâmicos de 140 milímetros rebocados com cimento), com um metro quadrado, descobriram que as peças do primeiro tipo produziam uma série de benefícios ambientais.

Bem mais leve, o drywall causaria uma queda de 63% no potencial de aquecimento global. Segundo o estudo da multinacional, os ganhos envolvem ainda uma redução de 49% no uso de energia primária, de 80% no peso do sistema de paredes e de 36% no consumo de água.

Ainda de acordo com a empresa, “a reutilização ou reciclagem de materiais é outra opção pela descarbonização da construção civil. Reutilizar o vidro, por exemplo, torna o item ‘descarbonado’, podendo diminuir o uso de energia em 3% para cada 10% de vidro adotado na construção”.

A partir deste conhecimento, detalha a empresa, o uso de uma tonelada de vidro reciclado reduz as emissões de carbono em 300 quilos, devido à diminuição do consumo de energia.

 

CECarbon

Por confiar no processo de descarbonização, a Saint-Gobain se tornou a primeira patrocinadora da CECarbon, calculadora de consumo energético e emissões de carbono para edificações desenvolvida pelo Comitê de Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Comasp), composto por diversas entidades, como o Sindicato da Indústria da Construção Civil de Grandes Estruturas do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), a Agência de Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ, na sigla em alemão) e a Secretaria Nacional de Habitação do Ministério do Desenvolvimento Regional.

A ferramenta é de acesso aberto e visa mensurar impactos e contribuir para a identificação de riscos e oportunidades para a cadeia produtiva da construção civil. A CECarbon leva em consideração o ciclo de vida dos insumos empregados na obra, desde a sua exploração e beneficiamento até o momento do uso na fase construtiva. Assim, pode-se optar por construções de menor impacto.

Lançada em 2020, a CECarbon permite a inserção de dados em momentos distintos de uma obra, com a possibilidade de produzir três edições. Dessa forma, é possível comparar dados de projeto com o efetivamente realizado. Os resultados permitem compreender os comportamentos dos indicadores de acordo com as escolhas realizadas ao longo do processo, abrindo caminho para uma melhor gestão de impactos da edificação.

Encontro de projetistas discute qualidade do ar e eficiência energética

Mais de 200 profissionais, entre projetistas, engenheiros, varejistas, gestores de facility management e arquitetos, marcaram presença no “XXI Encontro Nacional de Empresas Projetistas e Consultores (ENPC), realizado nos dias 17 e 18 de novembro, em Curitiba (PR).

Foram dois dias de palestras técnicas dedicados à troca de experiências, atualização profissional, difusão de novas tecnologias e networking, por meio de palestras com renomados especialistas e profissionais dos segmentos voltados à concepção de novos empreendimentos e de retrofit de sistemas de climatização instalados.

Organizado pelo DNPC – Departamento Nacional de Empresas Projetistas e Consultores da ABRAVA – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação e Aquecimento, o evento teve como tema fundamental para o HVAC-R – “Qualidade do Ar & Eficiência Energética – O importante diálogo a cargo do Engenheiro de Ar-Condicionado e Refrigeração”.

Para Francisco Pimenta, “O ENPC de 2022 consolidou a importância que um projeto tem na implementação de um sistema HVAC. Somente com ele bem concebido e contratado no início do processo é que poderemos prover dois itens fundamentais na climatização de ambientes, Qualidade do Ar e Eficiência Energética.”

A comissão organizadora do XXI ENPC teve como desafio realizar o Encontro em Curitiba com uma proposta diferenciada, considerando equipamentos de climatização e ventilação natural.

A programação foi preparada considerando palestras sobre qualidade do ar e eficiência energética, com a participação de empresas do setor HVAC-R, professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade de Brasília (UnB), além do presidente do Comitê Nacional de Tratamento de Águas, que apresentou um novo olhar para o tema.

O ENPC reuniu, em um mesmo fórum, profissionais multidisciplinares que estimularam importante discussão entre engenheiros e profissionais que atuam em áreas relacionadas, proporcionando atualização de conhecimentos, trocas de informações e acesso às novas tecnologias, tudo sob a ótica de projetos dedicados à climatização e refrigeração.

 

Fonte: Abrava

HVAC-R ainda resiste a concorrer em licitações públicas

Mesmo que as compras públicas pudessem representar boa parcela das receitas de empresas do setor do frio, a maioria ainda prefere não se “aventurar” nesse mercado, principalmente pelas dificuldades que a prestação de serviços a qualquer um dos poderes constituídos traz para esse tipo de relação comercial.

Embora a pandemia do novo coronavírus esteja sob controle desde janeiro deste ano, segundo dados da Universidade Johns Hopkins, a retomada da economia brasileira ainda caminha bem lentamente, muito aquém do necessário para proporcionar um crescimento contínuo e sustentável.

Esse processo vem sendo sentido por todas as cadeias produtivas do País, incluindo a do frio, e tem potencial para abrir caminho em direção a outras frentes de negócios, como a participação em licitações públicas. Isso poderia representar, para boa parcela do HVAC-R, um importante meio para minimizar os efeitos negativos de uma prolongada parada, como ocorrido durante o auge da covid-19.

Entretanto, a maior parte das empresas da cadeia produtiva do frio prefere não entrar nesse mercado, pelas dificuldades históricas que a prestação de serviços à administração pública pode trazer para as relações comerciais.

Diversos gestores ouvidos “em off” pela Revista do Frio – e que preferiram não participar desta reportagem para evitar futuras represálias – relataram os principais aspectos que os afastam deste tipo de negociação, inclusive por experiência própria.

Excesso de burocracia para a apresentação de documentos; licitações com “cartas marcadas” para empresários amigos; exigência de propina; demora para o pagamento dos serviços prestados, além do combinado em contrato; quebra de contrato unilateral e muitas vezes sem justificativa plausível. Esses são alguns dos problemas enfrentados, principalmente nas relações com as administrações municipais.

Ampla experiência

Por outro lado, há empresas especializadas em operar com a administração pública, e por meio de sua ampla experiência em participar de processos de licitação, consegue minimizar quaisquer barreiras que se ergam em sua direção.

Com sede em Porto Velho (RO), a Ventosul Engenharia Térmica se encaixa nesse perfil. Bastante atuante em licitações no HVAC-R, principalmente as relacionadas a prestação de serviços de manutenção e obras de fornecimento e instalação de equipamentos de médio e grande porte. Atualmente, o poder público representa 78% da receita bruta anual da empresa, tendo um aumento bastante expressivo em 2021 e 2022.

“Participamos de licitações desde a constituição da nossa companhia, em 2016, porém o que ajudou foi o meu know-how de mais de 20 anos de atuação em licitações com outros segmentos por outras empresas, como obras civis e de pavimentação de estradas, prestação de serviços e peças para veículos e tratores”, enfatiza o fundador e diretor-geral da empresa, João Fecchio Junior.

De acordo com ele, a Ventosul tem negócios com o poder público por meio de vendas, instalação e prestação de serviços de manutenção em equipamentos de climatização. Entre os contratos advindos de licitações públicas de maior relevância para o portfólio da companhia, destaca-se o firmado em 2019 com a Aeronáutica para o retrofit em equipamentos de climatização do Aeroporto de Congonhas (SP).

Igualmente, em 2021, executou a manutenção continuada nos equipamentos de climatização com tecnologia VRF do Complexo Administrativo do Estado de Rondônia (Palácio Rio Madeira). A contratação foi feita pela Sugesp/RO, tendo valor global de R$ 2,5 milhões pelo período de 12 meses.

No mesmo estado, realizou a manutenção nos equipamentos de climatização com tecnologia VRF do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia, com valor global de R$ 684,2 mil pelo período de 12 meses. Para o Ministério Público de Rondônia, executou a manutenção nos equipamentos de climatização com tecnologia VRF, no sistema de água gelada (chiller) e nos equipamentos do tipo split. O valor global foi de R$ 583,8 mil pelo período de 12 meses.

A Ventosul também firmou contratos para a manutenção continuada nos equipamentos de climatização do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Rondônia (2018); dos Edifícios do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia (2018 e 2020); e do Edifício do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (2021).

Dificuldades

As empresas que participam de processos de licitação invariavelmente encontram algum tipo de dificuldade. O diretor-geral da Ventosul pontua que é comum erros ou falhas na elaboração dos termos de referência, documento que serve para balizar e determinar as regras da execução do serviço e/ou do fornecimento de produtos.

“Corriqueiramente, a redação desse termo é elaborada sem atender à realidade da execução do objeto, deixando de contemplar condições fundamentais para que o órgão consiga realizar uma contratação que, de fato, atenda à sua necessidade. Isso resulta, em muitos casos, com a contratação de empresas que não conseguem fazer a entrega do objeto satisfatoriamente”, detalha.

O gestor complementa que, nessa situação, fica o órgão público impossibilitado de fazer suas exigências de qualidade, uma vez que o termo de referência foi omisso ou confuso a alguns quesitos essenciais.

“Como consequência, traz prejuízos ao erário, com gastos que não atendem à necessidade do objeto, fazendo com que administração pública faça novas licitações em busca de futuras contratações, muitas vezes sem corrigir os erros do termo de referência”, informa Fecchio Junior.

O diretor da Ventosul chama a atenção para o fato de que o órgão público, quando busca a contratação de uma empresa para a prestação de serviços em manutenção preventiva e corretiva em seus equipamentos de climatização, que ainda estejam no prazo de garantia do fabricante, ou sejam equipamentos de alta complexidade, “se faz necessário que o órgão licitante inclua nas exigências de qualificação técnica a comprovação de credenciamentos válidos para que sejam mantidas as garantias legais do fabricante, ou que comprove expertise técnica nos modelos e tecnologias a serem contratados”, ressalta.

Cuidados

Vender para o governo exige das empresas uma série de regulamentações e certidões negativa de débitos com a Fazenda Pública, além de comprovações do equilíbrio financeiro por meio de balanços anuais.

“É comum observarmos a inabilitação de empresas que vencem os pregões por menor preço, por não atender aos requisitos de regularidade fiscal e/ou econômico-financeiro, o que proporciona uma disputa desleal nos lances, produzindo uma concorrência desnecessária, visto que a ofertante não terá como honrar o compromisso, por não atender aos requisitos legais predisposto no instrumento convocatório”, complementa Fecchio Junior.

Ainda segundo o empresário, companhias que fornecem para o governo de qualquer esfera, deverão dispor de fluxo de caixa equilibrado, “a fim de ter investimentos necessários para a entrega do objeto, e aguardar o seu recebimento dentro dos prazos previstos na legislação – 30 dias corridos após a certificação da nota fiscal ou entrega definitiva ou provisória”, finaliza.

Entenda como funciona a maioria dos processos licitatórios

Edital. Todo processo licitatório se inicia com o lançamento de um edital, documento mais importante das licitações, pois ele contém todas as informações necessárias para que os licitantes possam participar do processo.

Entre os mais importantes dados estão dia e horário da licitação; endereço e meio pelo qual será realizada a licitação; prazos contratuais; penalidade por atraso da obra ou prêmio por antecipação; critérios de medição, pagamento e reajustamento; regime de preços; limitação de horários de trabalho; critérios de participação na licitação; habilitação técnica requerida; documentação requerida; seguros necessários; facilidades disponibilizadas pelo contratante.

Documentos. Uma vez lançado o edital, quem tiver interesse de participar do processo licitatório deve primeiro reunir todos os documentos necessários e se cadastrar. Esses documentos servem como um dispositivo de segurança a mais para que o poder público possa se certificar de que somente empresas com todos os documentos em ordem participem do processo. É uma forma de garantir que somente vendedores minimamente qualificados vendam para o governo, diminuindo a chance de fraude.

Propostas. As fases da proposta podem variar bastante de acordo com a modalidade de licitação que o poder público está utilizando. Por exemplo, pregões eletrônicos são feitos de forma totalmente anônima. Nem mesmo aqueles que estão julgando os valores sabem quem está oferecendo os preços. A identidade daquele que ofereceu o melhor preço só é revelada ao final do processo. Esta metodologia “duplo cego” serve para impedir qualquer tipo de preferência dada a um dos licitantes.

Já o diálogo competitivo, por outro lado, é uma modalidade de licitação mais voltada para inovações tecnológicas e, portanto, permite que haja um diálogo entre os licitantes e o poder público na fase de propostas. Assim, a administração responsável pelo certame consegue identificar quais soluções são mais adequadas para os problemas que o processo licitatório está visando resolver.

Classificação. Depois que todas as propostas foram enviadas e os prazos para o envio chegaram ao fim, cabe ao poder público fazer uma avaliação e classificação das propostas. Dependendo do tipo de licitação, critérios além do preço podem ser levados em consideração. Mas isso vale somente para o diálogo competitivo. A concorrência e o pregão eletrônico prezam pelo preço mais baixo.

Com as análises feitas, o poder público divulga os vencedores do processo licitatório. Se algum dos licitantes achar que houve algum erro no processo, pode entrar com um recurso pedindo a revisão da licitação. Uma terceira parte vai analisar se o recurso tem validade ou não e, caso seja validado, então troca-se o vencedor do certame por aquele que realmente ofereceu o melhor preço.

Contrato. Com os vencedores divulgados e os processos de recurso vencidos, é hora de assinar um contrato com o poder público. Nos contratos com o governo, normalmente é exigido que o licitante vencedor apresente alguma forma de garantia, seja com um valor caução depositado, seguro garantia ou financiamento em instituição bancária autorizada a operar no país.

Essa fase serve para que o licitante prove que possui habilitação econômico-financeira para vender para o governo. Isto porque, caso o licitante vencedor quebre o contrato, o governo não tenha de arcar com os prejuízos.

 

FONTE: PORTAL DE COMPRAS PÚBLICAS

 

SMACNA Brasil premia empreendimentos e ressalta intercooperação operacional

Em 20 de outubro último, a SMACNA BRASIL (Sheet Metal Air Conditioning Contractors’ National Association) e ABRAVA (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação e Aquecimento), realizaram a 28ª edição do “Destaques do Ano 2022”, no Espaço APAS, em São Paulo – SP.

Cerca de 450 pessoas participaram da solenidade de premiação, que este ano ganhou novo formato adotado na pontuação com votação acompanhada pelos envolvidos nas obras inscritas, proporcionando maior transparência e a seriedade de sempre.

Para Edson Alves, presidente da SMACNA BRASIL, a realização do evento com a nova forma de pontuação das obras agradou todos os envolvidos, desde fabricantes, fornecedores, investidores e cliente final.

“Entendo que o evento foi um sucesso, com recorde de público. O novo método que adotamos para premiar os oito empreendimentos teve uma evolução na qualidade, além da transparência, uma vez que a votação das obras indicadas teve o acompanhamento de todos os envolvidos. Coroando o evento com a palestra do Senador Marcos Pontes, que tratou o tema tecnologia, vindo de encontro aos sistemas e equipamentos aplicados nas obras premiadas”, comemora o presidente da SMACNA BRASIL.

Alves acrescenta ainda a conquista do forte elo de integração na cadeia de agentes de mercado do setor de Aquecimento, Ventilação, Ar Condicionado, Refrigeração e Tratamento do Ar com os setores-clientes.

Nesta 28ª edição, os oito empreendimentos premiados foram avaliados cujos projetos se enquadraram aos pré-requisitos como concepção técnica, excelência de qualidade da instalação, versatilidade operacional, inovação, uso racional de energia e preservação do meio ambiente, nas categorias Conforto, Processos Industriais e Especiais, e de Retrofit.

Na categoria Retrofit / Industrial-Especial foram premiadas duas obras: Hospital Badim 1 (Rio de Janeiro – RJ), e Hospital Santa Cruz (Curitiba – PR).

Já na categoria Obra Nova / Conforto, quatro obras receberam o prêmio: Acquamotion – Parque de Águas Indoor (Gramado – RS); Edifício Multibrasil (Brasília – DF); Hotel Hilton Canopy Jardins (São Paulo – SP), e Centro de Pesquisa e Ensino Albert Einstein (São Paulo – SP)

E duas obras contempladas na Categoria Retrofit / Conforto: Shopping Center Penha (São Paulo -SP); e Castelo Mourisco – Fundação Oswaldo Cruz (Rio de Janeiro – RJ).

Smacna Brasil promoveu encontro com foco no cliente final

Organizadores comemoram sucesso da 1ª edição do Smacna Day com resultados positivos.

A Smacna Brasil (Sheet Metal and Air Conditioning Contractors’ National Association), comemora a 1ª edição do Smacna Day, realizada dia 15 de setembro de 2022, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo (SP).

Dirigido para o usuário final dos sistemas de HVAC-R, cerca de 150 profissionais foram conferir a “Jornada”, trazendo como tema central “O Ciclo de Vida do HVAC em Edifícios”, desde o projeto, contratação, instalação, manutenção e retrofit, além de incluir os processos de implementação de práticas ESG para a governança ambiental, social e corporativa das edificações.

O Smacna Day contou com as presenças de Arnaldo Basile, presidente da Abrava, e de Walter Lenzi, presidente da Ashrae Brasil Chapter, prestigiando o evento.

Edson Alves, presidente da Smacna Brasil, abriu o ciclo de palestras enfatizando a importância em aproximar o cliente final, facilities, comissionadores, administradores prediais, gerenciadores de obras, investidores, incorporadoras, entre outros, proporcionando oportunidade de conhecimento para melhorar a decisão no ato da contratação do sistema de HVAC.

“O Smacna Day foi pensado para promover uma relação mais estreita inteiramente direcionada às demandas do cliente final, ou seja, usuários de sistemas de HVAC, abrindo oportunidades para esse público obter conhecimento e orientações que atendam às suas necessidades na contratação de projetistas, instaladores e comissionadores. Isso reverte em melhoria da qualidade das edificações para o usuário, administrador e até a infraestrutura pública. O evento superou nossas expectativas, nos surpreendeu e cumpriu seu propósito. Com resultados positivos, já estamos nos preparando para a 2ª edição em 2023”, comemora Alves.

Após a abertura, a Jornada começou com Luiz Henrique Ceotto (Urbic) desenvolvendo o tema “HVAC dentro do Ciclo de Vida de um Empreendimento”; seguido por Raul José de Almeida (Teknika), abordando “Metodologias e Tendências nos Projetos de HVAC – Uma nova Visão”; finalizando a parte da manhã com Felipe Raats (Newset), que tratou o tema “Em Busca da Excelência nas Instalações de HVAC – Boas Práticas”.

Continuando o ciclo de palestras, Thiago Portes (COMIS) falou sobre “A Importância do Comissionamento para Garantia de Performance”; seguido por Caio Abreu (Artemp) abordando “Manutenção – Despesa ou Investimento?”; prosseguindo com Diego Amaral (E-Vertical), trazendo o “Monitoramento Remoto – Novas Tendências”.

Cumprindo o ciclo de vida do sistema de HVAC, Adler Linhares (WRS) falou sobre “Retrofit – Quando e Como fazer?”.

Encerrando o seminário, Márcia Menezes (CTE) expôs o assunto tão em voga atualmente com a palestra “ESG x HVAC – O que é e como Praticar”.

Ao final de cada palestra, o público presente teve a oportunidade de interagir com os palestrantes e obtendo mais conhecimento sobre os assuntos abordados.

Expositores e boas oportunidades

Paralelamente as conferências, o Smacna Day contou com a exposição de produtos e serviços das empresas patrocinadoras Belimo Brasil, Best Clima, Daikin, Danfoss, Heating Cooling, Midea Carrier, Mercato Automação, Newset, Star Center e Trane do Brasil.

Para os expositores, o Smacna Day trouxe um público diferenciado, proporcionando às empresas boas oportunidades de estreitar o relacionamento com o cliente final, bem como na geração de novos negócios e ampliação de networking.

Retrofit em equipamentos de refrigeração industrial

Uma alternativa inteligente, eficiente e econômica.

O retrofit industrial é o processo de atualização das máquinas, substituindo ou modernizando peças e equipamentos por modelos com versões mais recentes. O método implementa correções e novas funcionalidades a partir das características básicas do produto.

A necessidade de um retrofit surge quando um equipamento e ou instalação chega ao fim de sua vida útil e/ou quando os custos de operação e manutenção se elevam consideravelmente, portanto, em vez de trocar todo o maquinário para atender a demanda, com o retrofit é possível aumentar a vida útil dos aparelhos industriais, investindo apenas em algumas peças. Dessa forma, a manufatura garante o aumento da produtividade com a modernização das máquinas no melhor custo-benefício. Além disso, essa prática está alinhada à visão sustentável. Com equipamentos mais modernos, a empresa ganha inovação, eficiência energética, economia de água, normalização a regras de segurança vigentes pela legislação, melhores condições de trabalho para os colaboradores, reaproveitamento de peças e equipamentos.

Para validar um processo de retrofit há que se analisar alguns pontos, como:

  • Alta depreciação do equipamento;
  • Nível de produtividade das máquinas;
  • Nível tecnológico;
  • Robustez mecânica;
  • Estado de conservação do sistema;
  • Fluido refrigerante.

Dessa lista, vale destacar dois aspectos fundamentais: o grau de maturidade tecnológica da indústria e o quanto um processo de retrofit aumentaria a performance da produção.  Primeiramente, o gestor deve fazer uma avaliação profunda sobre a realidade da empresa para classificar o seu nível tecnológico – lembrando que a manufatura já está na Quarta Revolução Industrial. A partir de um diagnóstico detalhado, é possível conhecer os gargalos do processo, as dificuldades da equipe na operação das máquinas, identificar as ferramentas com defeito, itens que funcionam corretamente e quanto de inovação será preciso investir.

Refrigerantes – É certo de que esta relação enfoca os aspectos mais determinantes quando se opta por um processo de retrofit. No entanto, no que se refere à troca do fluido refrigerante vale algumas considerações a mais. Vamos a elas: Existem no mercado algumas formas de se realizar a substituição dos fluidos refrigerantes, o retrofit é a que garante de forma única a eliminação dos refrigerantes a serem substituídos no sistema.  O seu procedimento é fácil e simples dentro do que observamos nas boas práticas de refrigeração. No entanto, a sua execução deve ser realizada com alguns cuidados para que, realmente, não haja erros que possam vir a prejudicar nem os equipamentos nem o meio ambiente. Por isso, o retrofit de refrigerantes deve ser feito por profissionais capacitados e experientes que possam entregar o serviço com a melhor qualidade, pois além de substituir o refrigerante no sistema, o profissional também deve realizar a devida destinação dos gases retirados dos sistemas de refrigeração.

Uma das principais recomendações do retrofit de gases é a eliminação de 100% sobre qualquer tipo de vazamento de fluído refrigerante e também, a eliminação de qualquer tipo de acidez que possa existir no sistema. Seja para atender normas nacionais ou internacionais, seja por consciência ambiental ou até por questões financeiras, o retrofit de fluidos refrigerantes se tornou uma tendência mundial, num caminho sem volta, pois é também com ele que se diminui a eliminação dos gases nocivos na atmosfera que prejudicam a camada de ozônio e traduz a necessidade atual de renovarmos a todo custo o nosso compromisso com o meio ambiente. Além do mais, a opção pelo uso do retrofit de fluidos refrigerantes impacta muito fortemente na redução do consumo energético e dos ganhos de produtividade. O tema é tão importante que merece um artigo só para esta questão.  Mas, dada a sua importância, estes pontos já são suficientes para se levar em conta a importância de um processo de retrofit.

Etapas – Para que tudo ocorra conforme o planejado é fundamental organizar o projeto de acordo com as etapas de implantação do retrofit industrial, como avaliação de desempenho e desenvolvimento do projeto, em que a partir do original do equipamento, é elaborada uma nova proposta com as melhorias necessárias. Para isso é necessária uma engenharia comprometida e com experiência no processo, pois troca por troca não significa que se chegou a um resultado excelente. O estudo e a viabilidade do projeto, mais a devida implementação de acordo com a real demanda, é que irão garantir o resultado esperado. O importante é seguir à risca o projeto durante a implantação e conferir após o término. À medida que o processo de implantação é concluído, são realizados pequenos testes para conferir se tudo está funcionando perfeitamente.  Ao final, é feito um teste completo para ajustar os últimos detalhes.

Automação – Quando falamos retrofit não tem como ignorar a automação. A indústria caminha para o avanço da autonomia de máquinas em seus processos produtivos. Se alguma peça da fábrica está desatualizada, é porque falta nela conectividade com o restante da manufatura. O processo de retrofit é a melhor oportunidade para modernizar esses equipamentos. Em outras palavras, significa automatizar. A automação integra os pilares da Manufatura Avançada. A tecnologia permite que máquinas realizem suas tarefas sem precisar de intervenção humana em processos manuais, além de interligar as ferramentas de todas as etapas da cadeia produtiva. Entre os benefícios dessa evolução, está o aumento da produtividade, redução de custos, otimização de recursos e materiais, maior segurança para os colaboradores.

Atualizar o parque industrial é um assunto que deve ser incluído no checklist de prioridades da empresa, principalmente em se tratando de processos. Um tema relevante e que põe em xeque a competitividade de qualquer negócio, por isso é certo que o retrofit de equipamentos de refrigeração industrial é uma alternativa eficiente e econômica.

Diferença entre retrofit, reforma e manutenção

É comum que haja certa confusão entre estes três termos. Para começar retrofit ou retrofitting, do inglês, significa modernizar, melhorar, aperfeiçoar. Como mencionado, na indústria, tem a função de atualizar peças e equipamentos específicas para potencializar máquinas ultrapassadas.

Já o termo reformar significa reparar, restaurar, consertar. Em resumo, trata de fazer a máquina voltar às condições originais de forma geral. Por exemplo, consertar o compressor, a bomba de óleo, componentes eletrônicos ou acessórios que apresentam defeito para que eles voltem a desempenhar normalmente suas funções.

Em relação à manutenção, é a realização de ações com o objetivo de manter ou conservar o maquinário. São cuidados e medidas preventivas para que o equipamento continue executando suas tarefas com máximo potencial. Deve-se valorizar a manutenção preventiva, que é uma série de práticas contínuas na fábrica visando a inspeção, limpeza, substituição programada de peças com curto tempo de vida útil, entre outras ações de preservação do equipamento.

Por Marcos Fagundes, Mayekawa do Brasil.