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Evento da ABRAVA discute projeções para 2025

A ABRAVA realizará no próximo dia 30 de janeiro, das 8h30 às 12h, o 6º ABRAVA de Portas Abertas. O evento, que ocorrerá em formato híbrido na sede da entidade em São Paulo, abordará as perspectivas e oportunidades para o setor HVAC-R (Aquecimento, Ventilação, Ar Condicionado e Refrigeração) em 2025. As inscrições estão abertas, com vagas presenciais limitadas.

O setor, que emprega cerca de 250 mil trabalhadores formais, superou as expectativas em 2024, atingindo um faturamento de R$ 41 bilhões. A programação inclui análises do cenário econômico para 2025, apresentadas pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), e discussões sobre recuperação de tributos, conduzidas pelo Departamento Jurídico (DEJUR). Além disso, serão debatidos temas como a relação do setor com a COP 30 e a qualidade do ar interno, com o lançamento do Selo de Qualidade do Ar Interno, desenvolvido em parceria com a Brasindoor.

O crescimento do setor nos últimos anos tem sido impulsionado pela demanda por sistemas de climatização e refrigeração, influenciada pelo clima tropical do país e pelo aumento das ondas de calor. Em 2024, a produção de aparelhos de ar-condicionado do tipo split, por exemplo, chegou a quase 6 milhões de unidades, um crescimento de mais de 50% em relação ao ano anterior, segundo dados da SUFRAMA.

O evento também visa fortalecer o associativismo e promover conexões entre indústria, comércio e serviços, além de apresentar iniciativas da ABRAVA em defesa dos interesses do setor. Entre os participantes esperados estão representantes de empresas associadas ou não, clientes, parceiros institucionais, jornalistas e formadores de opinião.

O impacto Trump no HVAC-R global e brasileiro

Com possíveis tarifas comerciais e eventuais mudanças nas regras ambientais, setor se prepara para novos desafios na produção e no comércio internacional.

A reeleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos promete provocar transformações no mercado global de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (HVAC-R). As expectativas giram em torno de mudanças nas políticas ambientais, energéticas e comerciais que podem redefinir as dinâmicas de produção, custo e oferta no setor. As previsões incluem desde a flexibilização de regulamentos ambientais até a imposição de tarifas comerciais mais rigorosas, principalmente para produtos chineses.

Com a perspectiva de relaxamento nas regras ambientais, espera-se a redução de custos para os fabricantes, mas também o risco de menor incentivo para inovações em eficiência energética e redução de emissões de carbono. O cenário pode afetar o desenvolvimento de tecnologias mais limpas e, consequentemente, o ritmo de transição global para um sistema de produção de baixo carbono.

O HVAC-R também se vê impactado pelas previsões de apoio de Trump às indústrias de combustíveis fósseis, o que pode desacelerar a eletrificação e o crescimento de bombas de calor, além de favorecer o mercado de caldeiras a óleo e gás. Essa orientação pode se refletir no mercado brasileiro, que segue de perto as tendências globais de produção e consumo de equipamentos de climatização.

As políticas protecionistas são outro elemento que deve abalar o setor. Nos Estados Unidos, a aplicação de tarifas de até 60% sobre produtos chineses tem potencial para interromper cadeias globais de produção. As indústrias chinesas, que desde o início da guerra comercial em 2018 começaram a realocar suas bases de produção para o Sudeste Asiático, podem se ver forçadas a buscar novas saídas.

Esse ambiente de incerteza pode impulsionar a transferência de produção para os Estados Unidos, mas não sem desafios. A falta de mão de obra qualificada e a complexidade para transferência de cadeias industriais completas tornam o processo lento e oneroso. Marcas japonesas e sul-coreanas já começaram a investir na produção local nos EUA, uma medida que pode influenciar o fluxo global de componentes, afetando os custos finais para outros mercados, incluindo o Brasil.

Para o mercado brasileiro de HVAC-R, o impacto é latente. Os Estados Unidos figuram como o segundo maior parceiro comercial do Brasil, com exportações brasileiras de petróleo, ferro, café e produtos industrializados totalizando quase US$ 33 bilhões em 2024. As políticas protecionistas norte-americanas podem reduzir o acesso dos produtos brasileiros ao mercado estadunidense, gerando um efeito em cascata sobre a indústria nacional de HVAC-R, que depende de insumos importados e da manutenção de preços competitivos.

A expectativa para o setor de HVAC-R no Brasil é de adaptação. Enquanto indústrias internacionais buscam alternativas para as tarifas dos EUA, o mercado interno se reconfigura para reduzir a dependência de insumos importados e aumentar a produção local. A previsão é de que as empresas do setor redobrem seus esforços em eficiência produtiva e em negociações bilaterais para evitar o agravamento dos custos de importação.

Processos eficientes de renovação do ar em sistemas de climatização

A exaustão e a pressurização são estratégias essenciais para manter a qualidade do ar em ambientes climatizados e devem ser projetadas de maneira equilibrada.

A renovação do ar em ambientes climatizados é essencial e obrigatória para garantir a qualidade do ar interior e preservar a saúde dos ocupantes. Em locais fechados, o ar tende a acumular poluentes, como gases nocivos, poeira, microrganismos e dióxido de carbono (CO2), especialmente em ambientes com alta circulação de pessoas. Sem uma renovação adequada, esses poluentes podem causar desconforto, irritações respiratórias e agravar doenças como alergias e problemas pulmonares. Além disso, o acúmulo de umidade favorece o crescimento de fungos, mofo e bactérias, o que compromete ainda mais a saúde e o bem-estar. Outro aspecto importante da renovação do ar é manter níveis adequados de oxigênio e evitar o aumento excessivo de CO2, que pode causar fadiga, dores de cabeça e dificuldade de concentração. Ao trazer ar externo tratado para o ambiente, evita-se também o “ar viciado”, criando um ambiente mais saudável e confortável. O processo de renovação do ar pode ser realizado de diversas maneiras, dependendo das características do ambiente e dos sistemas de climatização instalados.

Em sistemas de HVAC, o ar externo é captado e tratado antes de ser introduzido no ambiente interno. Esse tratamento envolve a filtragem de partículas, controle da umidade e, em alguns casos, a adição de calor ou frio para que o ar esteja dentro dos parâmetros de conforto antes de ser distribuído. Sua eficiência depende da taxa de renovação, que é medida em trocas de ar por hora (ACH – Air Changes per Hour). Essa taxa define quantas vezes o volume total de ar em um espaço é renovado em uma hora. Para ambientes fechados, como escritórios, shopping centers e residências, as normas recomendam uma taxa mínima de trocas por hora, que pode variar de 4 a 6, dependendo do uso e ocupação do local. Em locais como hospitais ou laboratórios, essa taxa pode ser ainda maior devido à necessidade de manter um ambiente estéril e livre de contaminantes. Além da troca de ar, o controle da qualidade do ar também envolve o monitoramento de gases nocivos, como o dióxido de carbono (CO2), compostos orgânicos voláteis (COVs) e outros poluentes através de sensores de CO2, que ajustam automaticamente a quantidade de ar renovado com base nos níveis de ocupação do ambiente. Esse tipo de sistema é conhecido como ventilação por demanda, pois adapta a renovação do ar conforme a necessidade, evitando o desperdício de energia.

Cesar Oliveira, Especialista em Desenvolvimento de Negócios da Century e Consultor da Projelmec

“A exaustão e a pressurização são estratégias essenciais para manter a qualidade do ar em ambientes climatizados. Elas devem ser projetadas de maneira equilibrada para garantir que o ar viciado seja removido eficientemente e o ar fresco seja introduzido de forma controlada. O resultado é um ambiente seguro, confortável e energeticamente eficiente, que favorece o bem-estar dos ocupantes e a longevidade dos sistemas HVAC. O mercado oferece uma gama de soluções tecnológicas para exaustão e pressurização de ambientes climatizados. Esses métodos e tecnologias são desenhados para proporcionar eficiência energética, redução de emissões de carbono, conforto dos ocupantes e otimização dos recursos naturais, ao mesmo tempo que garantem o cumprimento das normas ambientais e de saúde ocupacional”, informa Cesar Oliveira, Especialista em Desenvolvimento de Negócios da Century e Consultor da Projelmec.

Ele diz ainda que a implementação de sistemas eficazes de exaustão e pressurização traz diversos benefícios econômicos e ambientais, especialmente em ambientes climatizados e edificações comerciais ou industriais. “Esses sistemas desempenham um papel importante na manutenção da qualidade do ar interior e no controle de pressão dos ambientes, resultando em melhorias significativas tanto para a eficiência operacional quanto para a sustentabilidade. Neste sentido podemos destacar a redução de custos operacionais, menor desgaste de equipamentos, aumento da eficiência energética, valorização da propriedade, melhoria na qualidade do ar, redução das emissões de gases de efeito estufa, menor impacto no consumo de recursos e cumprimento de regulamentações ambientais”.

Maurilio Oliveira, Engenheiro de Aplicação e Novos Negócios da Multivac

Maurilio Oliveira, Engenheiro de Aplicação e Novos Negócios da Multivac, acrescenta que um sistema bem balanceado, onde a pressão de trabalho esteja condizente com a necessidade e, principalmente, com a vazão dentro dos reais limites necessários, seguramente, a carga térmica adicional é menor. Com isso, o próprio sistema de ar condicionado vai necessitar de menos potência para trabalhar. “Sem falar que as novas tecnologias de motores eletrônicos dos ventiladores para TAE (Tomada de Ar Exterior) propiciam a modulação do ventilador conforme a necessidade preestabelecida, respeitando as variações intrínsecas da própria vida útil do sistema. Se trabalharmos com um motor eletrônico, ele manterá a vazão constante através de leitura de CO2, por exemplo, necessitando de menos força no início da vida útil dos filtros (quando eles estão mais limpos, menos perda de carga) e aumentando progressivamente a potência. Temos que lembrar ainda, que o consumo de energia é relacionado a potência, que por sua vez é uma grandeza cúbica. Sendo assim, com redução exponencial no consumo, isso é muito importante ser considerado quando falamos de eficiência energética”.

Outro aspecto importante no processo de renovação do ar é o controle da umidade relativa. Manter a umidade entre 40% e 60% é indicado para evitar o crescimento de mofo, fungos e ácaros, que podem ser prejudiciais à saúde. O excesso de umidade pode causar problemas respiratórios e aumentar a proliferação de bactérias, enquanto a baixa umidade pode provocar ressecamento das vias respiratórias e desconforto.

Exaustor atua como insuflador de ar promovendo a dissipação de substâncias tóxicas e reduz o tempo de renovação do ar no ambiente

Exigências legais

A implementação de processos eficientes de renovação do ar em sistemas de climatização também está ligada às exigências legais. No Brasil, a NBR 16401, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que passou recentemente por atualizações importantes para se adequar às novas exigências de qualidade do ar interior, eficiência energética e conforto térmico em ambientes climatizados, foi dividida em três partes, priorizando os avanços tecnológicos e a necessidade de atender a padrões de sustentabilidade. Uma das atualizações mais significativas ocorreu na Parte 3, que trata a qualidade do ar interior. Foram reforçadas as exigências para a renovação do ar, com maiores cuidados em relação aos níveis de dióxido de carbono (CO2) e outros poluentes. A norma agora exige taxas mínimas de renovação de ar mais rigorosas em ambientes fechados, como escritórios e escolas, para garantir um nível adequado de oxigênio e minimizar o acúmulo de CO2 e outros compostos nocivos. Essa atualização foi motivada por uma preocupação crescente com a saúde, especialmente após a pandemia, destacando a importância de um bom controle de ventilação. A NBR 16401-3 ainda inclui novos parâmetros para a medição e monitoramento contínuo da qualidade do ar, promovendo o uso de sensores de CO2 e outros dispositivos inteligentes para ajustar automaticamente a ventilação conforme a necessidade. Esses sensores permitem uma ventilação baseada em demanda, o que otimiza o uso de energia, aumentando a eficiência do sistema.

Além disso, o Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC), regulamentado pela Lei 13.589/2018, prevê a obrigatoriedade de uma rotina de manutenção para garantir a eficiência dos sistemas de HVAC e a qualidade do ar nos ambientes climatizados. O PMOC exige a manutenção periódica de filtros, dutos e componentes do sistema de climatização para evitar a contaminação do ar e assegurar que a renovação do ar ocorra adequadamente, funcionando de forma eficiente e segura, protegendo a saúde pública em ambientes climatizados. Essas normas garantem que os ambientes climatizados mantenham um ar de boa qualidade, reduzindo riscos à saúde e promovendo o bem-estar dos ocupantes.

“A manutenção e operação de sistemas de exaustão e pressurização são essenciais para garantir a eficiência, segurança e qualidade do ar em diversos tipos de edificações e ambientes industriais. No entanto, esses sistemas apresentam desafios específicos que, quando não gerenciados corretamente, podem afetar o desempenho e aumentar os custos operacionais. Podemos mencionar alguns pontos tais como acúmulo de sujidade e partículas, desgaste de componentes mecânicos, falhas em sistemas de controle e sensores, desbalanço de pressão, variações nas condições de operação, controle de ruído, eficiência energética, conformidade com normas regulamentares e capacitação da equipe de manutenção. Atualmente, diversas tendências tecnológicas vêm sendo aplicadas para melhorar a eficiência dos sistemas de exaustão e pressurização, tanto em termos de desempenho quanto de sustentabilidade e exigências legais. Essas inovações visam otimizar o uso de energia, melhorar o controle da qualidade do ar e garantir o conforto e a segurança dos ocupantes como Sistemas de Automação e Controle Inteligente (BMS), Ventiladores de Alta Eficiência e Motores de Frequência Variável (VFD), recuperação de calor, sistemas de filtragem de alta eficiência (HEPA e filtros eletrostáticos), exaustão inteligente baseada em demanda, tecnologias de monitoramento remoto e Internet das Coisas (IoT), pressurização e exaustão com controle zonal, sistemas híbridos de ventilação natural e mecânica e uso de materiais sustentáveis e tecnologias de recuperação de energia”, explica Cesar.

Ventilador para tomada de ar exterior propicia a modulação conforme a necessidade preestabelecida

Processos eficientes

Com o avanço das tecnologias de HVAC, tornou-se possível realizar esse processo de forma mais eficiente, garantindo a troca adequada de ar, o controle da umidade e a eliminação de poluentes, tudo isso com menor consumo de energia e maior eficiência operacional.

“Existem estudos falando de um ganho de produtividade na ordem de 20%, apenas com uma boa qualidade do ar interior. Entendemos que uma boa forma de discutirmos sobre QAI seja através de uma reposição bem dimensionada. Quando falamos sobre TAE (Tomada de Ar Exterior) estamos falando dos diferentes fatores envolvendo essa boa qualidade de ar de reposição, como ponto de captação, que não pode estar próximo de sistemas de exaustão de sanitários, por exemplo; o tipo de filtragem, onde normas específicas tratam as diferentes classes de filtragens com base no tipo do ambiente, seja para um escritório e outra para um hospital; o cuidado com a quantidade de ar externo sendo insuflado no ambiente, com taxas preestabelecidas de ar de reposição que, inclusive com as novas revisões normativas, foram substituídas por taxas variáveis baseadas nos diferenciais de CO2 entre o ar de fora para o de dentro. Lembrando que o ar externo é mais quente e úmido, forçando assim o trabalho do sistema de refrigeração, que pode perder parte da eficiência se essas quantidades não forem bem ajustadas.

Trago essa reflexão para chegarmos no seguinte ponto: tão importante quanto uma boa TAE, é ter um bom sistema, com equipamentos de boa qualidade e dimensionamentos corretos através de um bom projeto de ar condicionado, mesmo em ambientes menores, como escritórios, clinicas, residências, etc.”, explica Maurílio.

Dentre os produtos desenvolvidos para processos de exaustão, o mercado com gabinetes para aplicações conforme a faixa de vazão necessária para cada sistema, caixa de filtragem com o motor centrífugo com balanceamento eletrônico e modulação conforme o diferencial de CO2 através do acoplamento de sensores; caixa de ventilação com múltiplos motores; filtragens e atenuação acústica.

Cesar chama a atenção para a instalação de sistemas de exaustão e pressurização em edificações, que deve seguir critérios técnicos e normas regulatórias específicas para garantir segurança, eficiência e conforto para os ocupantes, além de atender às exigências de saúde pública e sustentabilidade. “No Brasil e no mundo, essas normas variam conforme o tipo de edificação (residencial, comercial, industrial, etc.), mas há uma base comum de regulamentação voltada à qualidade do ar, controle de poluentes, eficiência energética, segurança e proteção contra incêndios. As normas que regulam projetos e implantações, além da NBR 16401, são NBR 14679 – Controle de Poluentes, NR-17 – Ergonomia, NBR 15575 – Desempenho de Edificações Habitacionais, ASHRAE 62.1 – Ventilation for Acceptable Indoor Air Quality, NBR 10844 – Sistemas de Ventilação e Exaustão, Instruções Normativas e Específicas para Controle de Incêndio (IT-08 e IT-13 – SP) e Norma NR-15 – Atividades e Operações Insalubres”, conclui Cesar.

Mercofrio 2024 discute o futuro sustentável do setor HVAC

Congresso internacional destaca a importância da eficiência energética e práticas ecológicas em climatização e refrigeração.

A sustentabilidade será um dos principais temas do Mercofrio 2024 – 14º Congresso Internacional de Ar Condicionado, Refrigeração, Aquecimento e Ventilação, que acontece de 10 a 12 de setembro no Barra Shopping Sul, em Porto Alegre. Organizado pela Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação (ASBRAV), o evento traz o tema “Futuro do Planeta: Transformações Tecnológicas e Responsabilidades do Universo AVAC-R”, focando em práticas ecológicas e eficiência energética no setor.

O congresso reunirá engenheiros, técnicos, empresários e pesquisadores de renome nacional e internacional para discutir as transformações tecnológicas no segmento, com ênfase na redução do impacto ambiental e aprimoramento da qualidade do ar em ambientes internos. Serão abordados temas como a adoção de refrigerantes de baixo impacto climático, estratégias de ventilação eficientes e a importância da adaptação do setor às novas exigências de eficiência energética.

Entre os destaques da programação, o painel de abertura, na terça-feira (10/09) às 14h45, contará com a presença de especialistas como Franciéle Schwanck (RS), Roberto Peixoto (SP), João Manuel Pimenta (DF) e Dennis Knight (EUA), que discutirão as principais inovações tecnológicas que vêm remodelando o setor e as responsabilidades ambientais crescentes na cadeia de produção e operação de sistemas HVAC.

No segundo dia do evento, quarta-feira (11/09), as palestras abordarão boas práticas de ventilação e seu impacto direto na eficiência energética. Leandro Wolff (SP), da SICFLUX, apresentará uma análise aprofundada sobre o tema. Em outra sessão, Frank Amorim, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, destacará a Estratégia Brasileira para a Implementação da Emenda de Kigali, um compromisso global para a redução de substâncias nocivas à camada de ozônio. Também será discutida a Etapa III do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs, com contribuições de especialistas do PNUD, GIZ e UNIDO.

O último dia do congresso, quinta-feira (12/09), terá como foco os avanços em sistemas sustentáveis. Mauricio Camargo (SP), da TROX, falará sobre “Sistemas Altamente Sustentáveis: Eficiência, Tecnologia e Performance como Práticas ESG”. O encerramento do evento será marcado pela palestra de José Fernando Batalha Ferreira, da OTAM S&P, sobre “Futuro Sustentável: A Contribuição dos Ventiladores para a Eficiência Energética”.

Além das palestras e painéis, o Mercofrio 2024 contará com uma área de exposição onde empresas do setor apresentarão as mais recentes soluções tecnológicas para o mercado. O presidente da ASBRAV, Mário Henrique Canale, destaca a relevância do evento para o setor. “O Mercofrio é uma oportunidade única de debater o futuro do setor HVAC-R e fortalecer nossa responsabilidade em relação ao meio ambiente”, afirmou.

Mercofrio 2024 traz como um dos temas a importância da ventilação em ambientes hospitalares

Para garantir a saúde dos pacientes, planejamento dos espaços requer a colaboração entre diferentes profissionais

O 14º Congresso Internacional de Ar Condicionado, Refrigeração, Aquecimento e Ventilação apresenta em sua programação atividades que abordam o desenvolvimento de ambientes hospitalares projetados para assegurar a circulação eficiente do ar. Na terça-feira (10/09), será realizado o minicurso “Simulação CFD de uma Sala de Operação Hospitalar: Metodologia, Passo a Passo e Comparação com Dados Experimentais”, com o engenheiro mecânico Lisandro Maders, e na quarta-feira (11/09), será apresentado o painel “Ambientes Hospitalares: Expectativa, Necessidades e Realidade”, com os engenheiros mecânicos Mário Alexandre Ferreira, Wili Hoffmann e Bruno Perazzo, além do engenheiro civil Carlos Marczyk.

O minicurso mostrará o passo a passo da montagem do protótipo virtual de uma sala de operação hospitalar por meio da simulação da Dinâmica dos Fluidos Computacional (CFD). Segundo Lisandro, essa metodologia oferece mais detalhes do que um modelo analítico, produzido de forma mais simplificada.

“Conseguimos ter um nível de detalhe muito mais alto, como o valor da velocidade, temperatura, pressão do ar e de algum contaminante ou poluente, ao contrário dos modelos analíticos mais simples, que entregam somente um valor médio de velocidade. Como consequência, conseguimos reduzir o custo e o tempo de entrega de um produto ou de uma solução para o mercado, porque podemos criar um protótipo virtual ao invés de um real, que seria bastante custoso e demandaria muito trabalho”, destaca.

O painel discutirá as expectativas relacionadas às instalações de climatização em ambientes hospitalares, focando na mitigação do risco de contaminação e na melhoria da qualidade do ar interior.

“Ambientes hospitalares concentram um número significativamente maior de pessoas doentes em comparação com outros espaços públicos. Por isso, a principal expectativa é proporcionar condições seguras para evitar a contaminação entre as pessoas, além de assegurar os parâmetros essenciais da qualidade do ar. Os sistemas de climatização são eficazes em reduzir o risco de contaminação pelo ar, embora não sejam capazes de evitar outras formas de transmissão”, afirma o engenheiro mecânico Wili Hoffmann.

O especialista também pontua que os pacientes presentes nos hospitais têm diferentes necessidades. Alguns requerem proteção contra qualquer contaminação externa, necessitando de condições específicas, conhecidas como PE (Ambiente Protegido). Por outro lado, pacientes que emitem contaminantes infecciosos pelo ar, como os infectados pela COVID-19, precisam de ambientes AII (Ambiente Isolado) para minimizar o risco de contaminação.

“Para atender a essas necessidades, as instalações devem ser planejadas e projetadas com a colaboração entre diferentes disciplinas. A arquitetura e os fluxos de pessoas (pacientes, profissionais de saúde, visitantes, acompanhantes), além de rejeitos, materiais esterilizados e contaminados, devem ser definidos de forma coerente e com a participação de todos. É fundamental que as escolhas de acabamentos, limpeza e desinfecção sejam claramente estabelecidas”, relata.

Além disso, o engenheiro afirma que, após a pandemia de COVID-19, houve maior conscientização sobre sistemas de climatização. Porém, ele destaca que esses sistemas não impedem completamente a contaminação.

“Para mim, a pandemia trouxe uma expectativa exagerada sobre a capacidade dos sistemas de climatização, atribuindo-lhes uma responsabilidade maior do que realmente podem suportar. Sistemas mal projetados, instalados ou mantidos sempre agravaram o problema, seja durante uma pandemia ou não. Esses problemas deveriam ter sido evitados muito antes. O que ocorreu, na minha visão, é que os sistemas passaram a ser vistos tanto como vilões quanto como heróis, capazes de evitar qualquer tipo de contaminação. Eles podem ser considerados vilões quando há descuido nos processos de manutenção, mas esperar que esses sistemas sejam completamente eficazes para evitar a contaminação, mesmo quando operando corretamente, é um equívoco”, finaliza.

O Mercofrio 2024, organizado pela ASBRAV – Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação, ocorrerá de 10 a 12 de setembro no BarraShoppingSul, em Porto Alegre.

Ambiente universitário em HVAC-R

A pesquisa universitária desempenha um papel significativos no avanço e inovação de tecnologias para HVAC-R, mas ainda falta investimentos por meio de parcerias entre universidades, indústrias e órgãos governamentais.

As universidades desempenham um papel importante na inovação e desenvolvimento de tecnologias de HVAC-R. Através de cursos especializados, laboratórios bem equipados e projetos de pesquisa colaborativa, os estudantes são capacitados a contribuir para avanços significativos nesse campo, fundamental para o desenvolvimento de novas tecnologias, aprimoramento de sistemas existentes e melhoria da eficiência energética. Ela abrange diversas áreas, incluindo engenharia mecânica, engenharia civil, arquitetura, e ciência dos materiais.

“Quando os alunos participam de trabalhos de pesquisas, eles deixam de ver somente o processo operacional dos equipamentos e passam a perceber as questões que podem trazer gargalos aos sistemas completos. Também passam a perceber as diversas possibilidades de melhoria nos equipamentos e conseguem entender o porquê da técnica e dos componentes de uma máquina, podendo sugerir mudanças tanto na inclusão de novas peças, quanto na melhoria delas, além de pensarem no processo de gerenciamento do equipamento. A pesquisa abre os olhos e a criatividade para desenvolvimento de inovação e melhorias em diversas áreas” afirma Anna Cristina Dias, Prof. Dra. e diretora da FATEC Itaquera.

Ela aponta algumas áreas que merecem atenção no que tange as pesquisas acadêmicas, “A refrigeração e ar condicionado são áreas importantes devido as mudanças climáticas e o aquecimento global. Uma outra questão importante é o desenvolvimento de sistemas que tornem os equipamentos mais econômicos, além do trabalho de economia circular com os materiais descartados e os gases. A automação desses sistemas também é objeto de vários estudos; a área de ventilação também contribui para o conforto térmico e para a economia de energia, por isso é necessário pesquisas na área de dimensionamento de dutos, isolamento, limpeza e automação e controle dessas áreas; já na área comercial é importante a relação alimentos x conservação x eficiência energética.

Anna Cristina Dias, Prof. Dra. da FATEC Itaquera

A área comercial também precisa de um trabalho específico de PMOC. Os equipamentos são usados em grande quantidade e necessitam de entendimento de como usar melhor o equipamento e reduzir os custos de energia, bem como a pesquisa para reduzir o desperdício de alimentos, equipamentos mais seguros e automatizados. Os grandes data centers possuem equipamentos de grande porte que precisam consumir menos água e energia, por isso a importância de pesquisas no desenvolvimento de sensores, válvulas e sistemas mais eficientes. Também existe a necessidade de desenvolvimentos de metodologias de treinamentos e gestão mais eficiente desses equipamentos; e por fim e não menos importante, são as pesquisas na área de projeto, pois traz toda a estrutura de pesquisa, inovação e desenvolvimento. Nos projetos é possível identificar melhorias que o operacional não consegue ver. Provoca inovação na forma de criar produtos e na interdisciplinaridade existente”.

Atualmente, as pesquisas em HVAC-R nas universidades são diversificadas e focam em resolver problemas práticos e avançar o conhecimento técnico. As principais áreas de pesquisa incluem o desenvolvimento de tecnologias e métodos para reduzir o consumo de energia em sistemas HVAC-R, pesquisa de novos fluidos refrigerantes que sejam eficientes e tenham baixo potencial de aquecimento global, inovação em sistemas de controle para otimizar o desempenho e a eficiência dos sistemas e a integração de tecnologias sustentáveis e renováveis em HVAC-R.

Alberto Hernandez Neto, Prof. Dr. da POLI-USP

“Considero como promissoras pesquisas acadêmicas que envolvem controles inteligentes que otimizem o uso de sistemas HVAC-R com base em dados de ocupação, clima e outras variáveis, sistemas de refrigeração que utilizem fluidos refrigerantes de baixo impacto ambiental e que sejam mais eficientes em termos de consumo energético como o uso de geotermia e superfícies termicamente ativas, e pesquisa de novas tecnologias de filtragem e purificação do ar para melhorar a qualidade do ar interior em ambientes residenciais, comerciais e industriais. Baseado nesses dados, os futuros profissionais do mercado, a partir de pesquisas, os alunos desenvolvem habilidades práticas e teóricas, o aprimoramento de competências transversais (resolução de problemas, trabalho em equipe, gestão de projetos), além de contribuir para a inovação, criatividade, criar conexão com o mercado de trabalho e na formação de líderes e especialistas, o que se traduz em estímulo ao aprendizado contínuo”, enfatiza o Prof. Dr. Alberto Hernandez Neto, da POLI-USP.

Estrutura para estudos e pesquisas em HVAC-R

A estrutura acadêmica e as pesquisas no campo de HVAC-R para o desenvolvimento de soluções tecnológicas avançadas e sustentáveis necessitam de uma sólida formação teórica, experiência prática em laboratórios e projetos de pesquisa inovadores para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades no setor. As colaborações entre universidades e a indústria são fundamentais para a transferência de tecnologia e a implementação de inovações no mercado. Porém, ainda faltam investimentos através de parcerias no tripé universidade, indústria e órgãos governamentais.

“A universidade prove o espaço físico e respectiva infraestrutura para o desenvolvimento das pesquisas. O financiamento das pesquisas vem geralmente de órgãos de fomento como a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), entre outros, que fornece fundos para compra de equipamentos, retrofit de instalações e bolsas de estudo. Aqui na POLI-USP, por exemplo, os alunos de graduação podem participar dos projetos por meio de bolsas de iniciação científica ou desenvolvendo os trabalhos de conclusão de cursos. Na pós-graduação, os alunos podem desenvolver as suas teses e dissertações com o apoio da infraestrutura adequada. Mas ainda estamos longe de um panorama ideal”, informa Hernandez.

Atualmente, está sendo desenvolvida pesquisa sobre diferentes configurações de sistema de resfriamento geotérmico pela Escola Politécnica da USP, Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de Leeds (Inglaterra) e Universidade de Dundee (Escócia). Nesse projeto, estão sendo testadas diferentes configurações de sistemas de resfriamento geotérmico para avaliar a eficiência destas configurações para aplicações de sistema de climatização em edifícios comerciais e residenciais no Brasil e no Reino Unido. A equipe do projeto é formada por cinco professores, dois mestrandos, dois doutorandos e dois bolsistas de iniciação científica.

Na opinião de Anna Cristina, o suporte da FATEC para estudos e pesquisas em HVAC-R ainda é insuficiente: “Trabalha-se nas áreas térmicas, mas as especificidades não são vistas. Tanto é que, só engenharia mecânica se preocupa com as pesquisas em HVAC-R. Mas essa é uma área multidisciplinar que precisaria de eletricidade, automação, eletrônica, fabricação, soldagem, projeto, alimentos, arquitetos, ambientalistas, sanitaristas, produção e outras áreas que fazem como que a área seja mais completa e ofereça soluções mais eficientes para as pessoas e para o meio ambiente. A UNICAMP, por exemplo, tem algumas pesquisas na área térmica e de alimentos; a USP tem algumas pesquisas na área térmica, eficiência energética, uso da água, conforto térmico; porém faltam professores nessa área que conheçam além da mecânica. É necessário envolver outras áreas para trabalhar novas pesquisas. Acho que as empresas poderiam usar a Lei do Bem (concessão de incentivos fiscais às pessoas jurídicas que realizarem pesquisa e desenvolvimento de inovação tecnológica) para trabalhar junto as Universidades, SENAI e FATEC. Assim, seria possível ter mestrado e doutorado para pesquisarem problemas específicos e desenvolvimento de inovações. As pós-graduações são importantes para desenvolver pessoas que possuam outra graduação e não conheçam a área da forma necessária. A interrelação entre os laboratórios que já existem é importante, pois é possível gastar menos e desenvolver treinamentos de uma forma mais integrada. Acho que temos alguns lugares que possuem bons laboratórios, mas eles são subutilizados. Poderia haver programas com uma integração maior desses laboratórios. A Lei do Bem é uma lei pouco usada pelas empresas que atuam no mercado nacional e poderiam ser melhores”, destaca Anna.

Ela cita a pesquisa desenvolvida sobre o controle do ar condicionado através de voz. O objetivo era otimizar o uso do aparelho de uma forma automatizada: “Existem muitos profissionais que apresentam propostas interessantes em congressos como no CONBRAVA (Congresso Brasileiro de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento) e que estão em várias regiões do país. Interessante é identificar esses locais e não os perder de vista. Importante a integração entre as empresas e a universidades em diversas atividades. Os Estados Unidos, Alemanha e outros países fazem isso e conseguem ter bons resultados. Outro exemplo muito interessante é a China. Eles têm investido pesado em educação e pesquisas aplicadas. Acho que dessa forma é possível ter uma melhoria do uso dos recursos e de pessoas que precisariam ser treinadas pelas empresas”, conclui.

Exemplo de caso

Em 2019, a POLI-USP anunciou a construção do CICS Living Lab, o edifício-laboratório do Centro de Inovação em Construção Sustentável, sediado no Campus da Cidade Universitária, com investimento total de cerca de R$ 3 milhões para os próximos cinco anos. Um dos estudos desenvolvidos é sobre o aproveitamento da energia térmica presente no subsolo para climatizar ambientes com potencial de reduzir significativamente os gastos com o uso de sistemas de ar-condicionado em edifícios comerciais, apartamentos e residências. O CICS Living Lab tem como objetivo acelerar a inovação e a sustentabilidade da construção, reunindo academia, empresas, entidades governamentais e sociedade civil, em uma iniciativa inovadora. Na área científica, o centro reúne pesquisadores da Poli, Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), Instituto de Energia e Ambiente (IEE), Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA), Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) e Laboratório de Eficiência Energética em Edifícios da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e será o único no país projetado, construído e operado para demonstrar e testar, em condições reais de uso, as soluções inovadoras necessárias para superar os desafios ambientais. O edifício deverá incorporar uma série de soluções para uso sustentável da água, geração descentralizada de energias renováveis, internet das coisas (IoT), novos materiais, componentes e soluções construtivas industrializadas e ecoeficientes. Os resultados serão medidos e avaliados tanto em termos de bem-estar dos usuários quanto por meio de modernos conceitos de ecologia da indústria e economia circular. Para tanto, usuários e os sistemas serão monitorados de forma constante, gerando um fluxo de dados para fomentar pesquisa. O desempenho dessa tecnologia geotérmica nas condições de clima e solo foi avaliado na tese de doutorado da pesquisadora Thaise Morais, da Escola de Engenharia de São Carlos-USP por meio de um projeto apoiado pela FAPESP e coordenado pela professora Cristina de Hollanda Cavalcanti Tsuha. Com previsão para ser inaugurado em 2023, as obras ainda não têm data para conclusão, pois foram interrompidas na pandemia.

Em obras, o CICS Living Lab da POLI-USP estudará sobre o aproveitamento da energia térmica presente no subsolo para climatizar ambientes

Avanços em HVAC-R na Eletrolar Show 2024

A 17ª edição da Eletrolar Show está sendo realizada em São Paulo. O evento, que se encerra no dia 18, espera receber mais de 30 mil visitantes, apresenta 12 mil produtos inovadores e conta com a participação de mais de 600 expositores nacionais e internacionais. Entre os destaques, o setor de HVAC-R ganha atenção especial, com grandes players exibindo as mais recentes inovações em tecnologias de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração.

Empresas como Brastemp, Consul, Embraco, Esmaltec, Gree, HQ Belmicro, Kugerl e Ventisol Agratto marcam presença com produtos que refletem avanços tecnológicos e sustentáveis, estabelecendo novos padrões para o setor. Esses expositores trazem ao evento soluções que vão desde sistemas de refrigeração com gases de baixo impacto ambiental até compressores de alta eficiência energética, demonstrando o compromisso com a precisão técnica e a sustentabilidade.

O futuro do setor aponta para uma maior integração com sistemas de casa inteligente e a eficiência energética. A Eletrolar Show, ao proporcionar um ambiente propício para a demonstração dessas tecnologias, reafirma seu papel como catalisador de inovação e desenvolvimento no mercado latino-americano.

Rafaela Ferreira, primeira mulher a conquistar o pódio na F4 Brasil

 

O Craque Neto fez presença na Eletrolar Show 2024

Revista do Frio divulga indicados ao 26º Troféu Oswaldo Moreira

Premiação anual homenageia empresas e personalidades do HVAC-R brasileiro | Foto: Nando Costa/Pauta Fotográfica

A Revista do Frio tem o prazer de anunciar os indicados para o Troféu Oswaldo Moreira (TOM) 2024.

O prêmio anual, considerado um marco na indústria de refrigeração e ar condicionado, será entregue em 20 de junho, na Casa Bisutti, em São Paulo, homenageando o trabalho bem-feito, a inovação e a contribuição para o avanço do setor.

Conforme a regra da premiação, os três indicados das seis categorias refletem a diversidade e a força do mercado do frio.

Em Comércio Distribuidor de Ar Condicionado, os finalistas são Dufrio, Friopeças e Poloar/STR.

Já a categoria Comércio Distribuidor de Refrigeração tem como indicadas Disparcon, Refricril e Refrigeração Basso.

Os indicados para Personalidade da Indústria são Anderson Bruno (Elgin), Júlio Passos (Daikin) e Fábio Bitencourt (Hitachi).

Em Personalidade do Comércio, os indicados são Graciele Davince (Eletrofrigor), Marli Garcia (Grupo Pantanal) e Rafael e Bruno Dias (A.Dias).

Na categoria Indústria de Refrigeração, Carel, Copeland e Full Gauge são os indicados deste ano.

Finalmente, na categoria Indústria de Ar Condicionado, Daikin, LG e TCL estão na concorrida disputa pelo prêmio máximo do HVAC-R brasileiro.

IA e IoT em prol da automação inteligente, monitoramento remoto e análise preditiva

À medida que a IA – Inteligência Artificial e a IoT – c continuam a evoluir, o setor de HVAC-R se beneficia com soluções cada vez mais avançadas e integradas. A automação inteligente, monitoramento remoto e a análise preditiva, por exemplo, têm o potencial de transformar completamente a forma como projetamos, operamos e mantemos sistemas de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração, tornando-os mais eficientes, confiáveis e sustentáveis.

De acordo com Mário Henrique Canale, presidente da Asbrav (Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação) a integração da Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT), nos sistemas de HVAC-R está revolucionando o setor, abrindo caminho para uma era de eficiência energética sem precedentes e experiências de usuário personalizadas. Esta inovação representa uma mudança significativa na forma como interagimos e gerenciamos esses sistemas essenciais.

“Um dos avanços mais notáveis é a capacidade de realizar manutenção preditiva. Através da análise de dados em tempo real e do aprendizado de máquina, os sistemas podem prever falhas e problemas antes que eles ocorram, reduzindo o tempo de inatividade e os custos de manutenção. Isso não apenas prolonga a vida útil do equipamento, mas também garante que ele opere com eficiência máxima. Outra aplicação inovadora é a otimização automatizada de sistemas. Os algoritmos de IA podem ajustar continuamente as configurações de HVAC-R com base em variáveis como temperatura externa, umidade e padrões de ocupação. Isso resulta em um ambiente mais confortável para os ocupantes e, ao mesmo tempo, reduz o consumo de energia, alinhando-se com as metas de sustentabilidade. Além disso, sistemas inteligentes já são capazes de integrar perfeitamente com outras tecnologias de automação residencial e comercial. Isso permite um controle mais intuitivo e conveniente dos sistemas de climatização, melhorando a experiência geral do usuário”, explica Canale.

Hoje, o setor reconhece o potencial transformador na adoção dessas tecnologias para impulsionar a eficiência, o conforto e a sustentabilidade e espera-se que os sistemas se tornem cada vez mais inteligentes, eficientes e adaptáveis às necessidades dos usuários.

Gabriel Sartori, engenheiro de aplicação com especialidade em IoT da Carel

“Atualmente, a integração da Internet das Coisas (IoT) e da Inteligência Artificial (IA) em sistemas de monitoramento remoto é uma realidade. Essa integração permite a coleta de dados em tempo real, os quais são posteriormente integrados em sistemas de nuvem que consolida informações de diversos sistemas de monitoramento, utilizando a inteligência artificial para identificar problemas e aprimorar o desempenho. Essa abordagem está transformando a gestão de sistemas de HVAC-R, possibilitando o monitoramento contínuo, a implementação de manutenção preditiva e a personalização do ambiente. Como resultado, obtemos uma gestão mais estratégica, eficiente e adaptável desses sistemas, proporcionando conforto ideal aos usuários e reduzindo os custos operacionais” informa Gabriel Sartori, engenheiro de aplicação com especialidade em IoT da Carel.

Sartori destaca as aplicações do BOSS, solução de supervisão evoluída, integrando as últimas tecnologias disponíveis no mercado e explorando-as para todas as aplicações de refrigeração e ar condicionado; e do RED, que consolida informações de diversos sistemas de monitoramento, utilizando a inteligência artificial para identificar problemas e aprimorar o desempenho

Na opinião de Fabio Cardoso, diretor da Every Control, as iniciativas de Inteligência Artificial no setor de HVAC-R ainda estão em estágio inicial onde hipóteses estão sendo testadas, assim como tipos de robôs e seleção de variáveis relevantes.

Fabio Cardoso, engenheiro e diretor da Every Control

“Estamos em período de aquisição e formação da base de dados para operação e refinamento futuro. Dessa forma, ainda não permitem alterações relevantes na gestão dos sistemas, mas os testes revelam resultados muito promissores para um futuro próximo. Os resultados dos nossos testes apontam para contribuições relevantes em todas as áreas da cadeia do frio, com redução do consumo energético, predição de manutenções e consequente minimização do impacto ambiental. Neste momento, nossos testes no Brasil estão em curso para câmaras frigoríficas e sistemas de ar condicionado simples”, aponta Cardoso.

Dos produtos que a Every Control oferece para aplicações de Iot e IA estão a linha EV3 292 e EV3 294 com EVLINK WIFI para câmaras frigoríficas, e os modelos NODE da linha CPRO3 de controladores programáveis para supermercados e para conforto térmico.  

Maicon Giesch, engenheiro de desenvolvimento da Full Gauge Controls, enfatiza a integração da Inteligência Artificial (IA) com os modernos controladores eletrônicos nos sistemas de HVAC-R e a transformação da maneira como esses sistemas são monitorados e gerenciados.

Sistema de supervisão prevê falhas e problemas antes que eles ocorram, integrando as tecnologias para aplicações de refrigeração e ar condicionado

“Sensores e controladores eletrônicos equipados com padrões de comunicação, desempenham um papel crucial na coleta de dados em tempo real. Esses dados são então utilizados pela IA para análise e tomada de decisões inteligentes. Ao analisar grandes volumes de dados coletados por diferentes sensores, a IA é capaz de identificar padrões, correlações e tendências significativas. Essa análise matemática dos dados permite que a IA forneça insights valiosos sobre o desempenho do sistema de HVAC-R e potenciais áreas de melhoria. 

Maicon Giesch, engenheiro de desenvolvimento da Full Gauge Controls

Além disso, a IA pode considerar diversas variáveis e estados de controle, levando a uma compreensão mais completa e precisa do sistema de refrigeração. Essa abordagem possibilita uma poderosa ferramenta de análise e monitoramento, permitindo uma 

gestão mais eficiente e proativa do sistema. A utilização das soluções da Full Gauge proporciona um controle abrangente e uma análise detalhada do sistema de refrigeração. Isso permite a análise eficiente de dados e a implementação de ações autônomas no sistema HVAC-R, resultando em uma operação robusta, eficiente e confiável, comenta Giesch.

A linha de produtos da Full Gauge contempla uma variedade de soluções eletrônicas com conectividade e integração com o software Sitrad. Entre os tipos de controles disponibilizados, são ofertadas soluções para controle de temperatura, umidade, pressão, grandeza elétrica, entre outros.

Áreas aplicáveis e benefícios

O IoT e a IA desempenham papéis essenciais na área de manutenção preditiva e prevenção de falhas, eficiência energética e minimização do impacto ambiental. Por meio da integração de dispositivos IoT, como sensores de temperatura e pressão, em sistemas de refrigeração, é possível coletar dados em tempo real sobre o desempenho do equipamento.

“A IA entra em cena ao analisar esses dados, identificando padrões e anomalias que podem indicar problemas iminentes. Isso permite que a equipe de manutenção intervenha antes que ocorra uma falha, reduzindo o tempo de inatividade e os custos associados. Além disso, a IoT e a IA possibilitam a otimização do consumo de energia ao ajustar automaticamente as configurações dos sistemas de refrigeração com base nas condições ambientais e na demanda de energia. Isso não apenas reduz os custos operacionais, mas também minimiza o impacto ambiental, contribuindo para uma operação mais susten-tável. O avançado sistema de monitoramento Boss exemplifica essa evolução ao permitir o recebimento de alertas diretamente nos dispositivos móveis por meio do Telegram e e-mails, proporcionando uma resposta ágil a possíveis problemas, hoje também é possível integrar qualquer controlador que tenha suporte ao protocolo de comunicação Modbus ao Gateway Wi-Fi da CAREL, que permite estabelecer uma conexão de dados com a supervisão sem a necessidade da utilização de cabos, facilitando instalações que não estejam prontas para um sistema de monitoramento. Com a integração ao sistema RED em nuvem a capacidade da IA se expande significativamente. A análise em tempo real dos dados e a identificação de padrões possibilitam melhorias contínuas no desempenho da refrigeração, identificando áreas de aprimoramento e sugerindo estratégias de otimização. Essa abordagem não apenas impulsiona a eficiência operacional, mas também reduz os custos de manutenção e energia, promovendo uma operação mais sustentável e consciente do impacto ambiental”, explica Sartori.

Monitoramento remoto integrado proporciona redução do consumo energético e predição de manutenções

Segundo ele, essas tecnologias oferecem um monitoramento remoto contínuo, permitindo a detecção precoce de problemas e a previsão de falhas, o que resulta em uma redução significativa do tempo de inatividade e dos custos de manutenção. “Além disso, ao otimizar o desempenho e o consumo de energia e ao personalizar as configurações de acordo com as necessidades específicas, promovem uma operação mais eficiente, econômica e sustentável das instalações frigoríficas. No geral, o IoT e a IA capacitam os usuários a alcançar maior controle, eficiência e confiabilidade em seus sistemas de refrigeração, melhorando significativamente a qualidade e a segurança dos produtos armazenados”.

O engenheiro de desenvolvimento da Full Gauge acrescenta que o uso da IA possibilita o aprendizado e a análise em tempo real do comportamento do sistema de refrigeração.

“No caso de uma câmara fria, temos um processo que opera como um ciclo contínuo, com acionamentos e padrões de temperatura bem definidos. A IA pode comparar esse comportamento em tempo real e ao detectar desvios, alertar o usuário antecipadamente sobre possíveis problemas. Isso permite uma abordagem preventiva, onde perdas de desempenho no sistema de refrigeração podem ser observadas e corrigidas antes que se agravem. Essa perda de desempenho pode ser atribuída a diversos fatores, como condensador sujo ou obstruído, vazamento de gás, evaporador bloqueado, entre outros. Ao manter o sistema de HVAC-R otimizado, é possível reduzir significativamente o consumo de energia, o que resulta em menores gastos operacionais e uma redução no impacto ambiental associado à operação do sistema”.

Entre os benefícios, Giesch destaca:

– Otimização do processo de refrigeração: a integração de controladores e sensores permite monitorar constantemente as condições de temperatura e umidade em várias partes da instalação. Com a IA processando esses dados em tempo real, é possível ajustar automaticamente os sistemas de refrigeração para otimizar o desempenho;

– Redução no consumo de energia: Ao analisar padrões de uso e condições ambientais, a IA pode identificar oportunidades de economia de energia. Isso pode incluir ajustes na operação dos equipamentos de refrigeração e a implementação de horários de funcionamento mais eficientes, resultando em uma redução significativa nos custos operacionais relacionados ao consumo de energia;

– Garantia das condições de armazenamento dos produtos perecíveis: com o monitoramento contínuo das condições das instalações frigoríficas, e a IA analisando os dados coletados, os usuários podem garantir que os produtos perecíveis sejam armazenados em condições ideais de temperatura e umidade. Isso ajuda a evitar perdas devido à deterioração precoce e garante a qualidade dos produtos ao longo do tempo. Além disso, a análise de dados pode ajudar a identificar problemas potenciais antes que afetem a qualidade do frio, permitindo uma intervenção rápida e eficaz.

Software oferece soluções para controle de temperatura, umidade, pressão, grandeza elétrica, entre outros

 Realidade e desafios

Com os avanços contínuos, o Brasil está caminhando em direção a um paradigma de refrigeração inovador e inteligente que promete um impacto positivo e duradouro para o setor de HVAC-R.

“Temos inúmeros exemplos de clientes que vêm se beneficiando do uso cada vez maior do Sitrad. Na área de supermercados, por exemplo, várias lojas conseguiram zerar a perda perecíveis e conquistar economia de energia elétrica, além de otimizar os custos de operação e manutenção. Em um caso específico, em poucas horas de funcionamento do software, o encarregado da manutenção, por meio de relatórios gráficos, descobriu a origem do problema dos freezers que estava causando a perda dos sorvetes e indicou melhorias imediatas. 

Ele conseguiu identificar que a resistência de degelo não tinha capacidade de realizar o processo completamente, necessitando efetuar a troca por uma resistência mais potente. Além disso, as informações revelaram que o tempo entre o carregamento de produtos e a abertura do estabelecimento, impediam que o ambiente atingisse a temperatura desejada no período. A partir dessa informação, o supermercado passou a iniciar mais cedo o processo de carregamento do produto, permitindo que o freezer atingisse a temperatura desejada antes da chegada do cliente ao supermercado”, exemplifica Giesch.

Outro exemplo é descrito por Sartori: “Esses conceitos já são uma realidade e estão trazendo benefícios tangíveis em várias partes do mundo. Um exemplo é uma grande rede de supermercados que implementou um sistema de IoT e IA em seus sistemas de refrigeração. Com esse sistema, a rede de supermercados conseguiu uma melhor gestão dos alarmes, o que permitiu a alocação eficiente de mão de obra qualificada para resolver problemas de forma rápida e eficaz. Isso resultou em uma redução significativa do tempo necessário para diagnosticar e solucionar falhas, minimizando assim o tempo de inatividade dos sistemas. Além disso, a implementação da manutenção preditiva e preventiva permitiu aumentar a vida útil dos equipamentos como um todo. A capacidade de identificar e corrigir problemas antes que se tornem críticos ajudou a evitar falhas catastróficas e prolongar a vida útil dos equipamentos de refrigeração. Como resultado dessas melhorias, o ciclo de vida dos equipamentos ganhou uma grande melhoria, proporcionando uma operação mais eficiente e econômica para a rede de supermercados. Isso não apenas reduziu os custos de manutenção, mas também melhorou a qualidade e a segurança dos produtos armazenados, garantindo uma experiência satisfatória para os clientes”.

Apesar de seus muitos benefícios, a implementação da IA e IoT em sistemas de HVAC também traz desafios, como a necessidade de investimento inicial e treinamento especializado para gerenciar essas tecnologias avançadas. Outra questão é relacionada à privacidade e segurança dos dados coletados pelos sistemas inteligentes, que são de grande importância.

“O maior desafio é difundir sobre o potencial transformador da IoT e da IA nas operações de sistemas de refrigeração. Para muitos, esses termos podem parecer abstratos ou confusos, e o desafio é explicar de forma acessível e fácil como essas tecnologias podem fazer a diferença. Uma abordagem séria destacar os benefícios práticos que a IoT e a IA podem trazer para a eficiência operacional e a economia de custos. Por exemplo, explicar como sensores conectados podem monitorar em tempo real as condições de temperatura e umidade em uma instalação de refrigeração, enquanto algoritmos de IA podem analisar esses dados para otimizar o desempenho do sistema, prever falhas e evitar tempo de inatividade não planejado. Além disso, é importante demonstrar como a implementação da IoT e da IA pode simplificar e automatizar tarefas operacionais complexas, reduzindo a carga de trabalho da equipe e permitindo uma resposta mais rápida a problemas e necessidades do sistema. Essa abordagem educativa pode ajudar a conscientizar as pessoas sobre o valor e o impacto potencial dessas tecnologias, incentivando sua adoção e integração mais amplas nas operações de refrigeração” revela Sartori.

Giesch aponta a digitalização dos processos como ponto crucial para a implementação bem-sucedida da Inteligência Artificial nos sistemas de refrigeração e ar-condicionado.

“A adoção de controladores e sensores eletrônicos com conectividade permite a coleta de uma quantidade significativa de dados, o que é essencial para a eficácia dos algoritmos de IA na otimização do desempenho e na detecção de anomalias. Ao substituir soluções de controle mecânicas ou analógicas, como pressostatos e termostatos, por soluções digitais com conectividade, as empresas podem obter benefícios substanciais, como maior precisão e repetibilidade nos processos. A capacidade de controlar remotamente esses sistemas por meio de interfaces digitais oferece maior flexibilidade e eficiência operacional. No entanto, a mudança de cultura e a aceitação dessas novas tecnologias podem representar desafios significativos. A resistência à mudança por parte dos funcionários e a necessidade de treinamento adequado para a utilização das novas soluções são aspectos importantes a serem considerados no processo. Portanto, para superar esse desafio, é fundamental investir em programas de capacitação e conscientização, destacando os benefícios da digitalização e da adoção de tecnologias de IA nos sistemas de refrigeração e ar-condicionado. Além disso, é importante garantir que as soluções digitais escolhidas sejam robustas, seguras e compatíveis com os requisitos específicos do setor, a fim de garantir uma transição bem-sucedida para um ambiente mais digitalizado e eficiente”, conclui.

 

Setor de HVAC-R prevê faturamento de R$ 41 bilhões em 2024

No último trimestre de 2023, o Departamento de Economia e Estatísticas da ABRAVA realizou uma pesquisa com empresas dos setores representados, o estudo apresenta que os R$ 36,9 bilhões faturados por essas empresas no ano passado têm tudo para evoluir perto de 12% ao longo de 2024, período para o qual se prevê R$ 41,3 bilhões de negócios a serem fechados pela área em todo o país, na somatória entre produção, venda de equipamentos e serviços relacionados a instalação e manutenção.

No ranking das áreas com maior variação positiva este ano a liderança apontada pelo levantamento fica com a de instalação e manutenção de sistemas centrais de ar-condicionado, ventilação e refrigeração, cujas vendas devem subir dos R$ 6,36 bilhões de 2023 para R$ 8,02 bi em 2024, representando, portanto, um crescimento de 26%.

Vem em seguida o segmento de manutenção e reparação de máquinas e aparelhos de refrigeração e ventilação para uso industrial e comercial, com uma variação positiva da mesma ordem (26%).

Já o comércio do HVAC-R, cresceu 10% no geral no ano passado e tem tudo para repetir tal desempenho no ano em curso.

Em contrapartida, fica entre 7% e 8% a expansão aguardada para 2024 nos segmentos de fabricação de compressores; aparelhos e equipamentos para instalações térmicas; fabricação de máquinas e aparelhos de refrigeração e ventilação para uso industrial e comercial.

O anúncio foi feito no evento ABRAVA de Portas Abertas, a expectativa de faturamento considera fatores como as altas temperaturas, novas tecnologias, novos empreendimentos comerciais, avanço das construções e a recuperação gradual no consumo das famílias como fator principal

“A ABRAVA entende que o ano de 2024 acusará crescimento em todos os segmentos que representa, em relação ao ano anterior. Esse otimismo está baseado nas questões das manutenções relacionadas às temperaturas elevadas, com a necessidade de rever e promover adequações em sistemas de refrigeração e ar-condicionado, de maneira que apresentem maior eficiência energética, menor consumo de energia, utilização de gases refrigerantes mais adequados que provoque menor aquecimento global e o olhar para a inteligência artificial, que cada vez mais se torna presente nos equipamentos e sistemas do setor HVAC-R”, destaca Arnaldo Basile, presidente executivo da ABRAVA.

Climas favoráveis no setor do ar-condicionado

Como era de se esperar, um dos motivos determinantes para uma expectativa de faturamento acima de R$ 40 bi para o HVAC-R em 2024 é o prolongamento até abril previsto pelos meteorologistas para o fenômeno El Niño, assim como a tendência de termos novamente um ano de altas temperaturas, a exemplo de 2023, quando foi atingido um recorde histórico de calor mundo afora.

Quanto aos aspectos econômicos, Arnaldo Basile, destaca o ritmo de recuperação do setor do ar condicionado , que após o pico de 5,4 milhões de unidades produzidas em 2021, houve uma queda em 2022, voltando a crescer em 2023, chegando a 4,5 milhões em 2023. De acordo com a pesquisa a estimativa para venda de unidades de split em 2024 é de aproximadamente 4, 9 milhões de unidades.

“Além disso, as fortes oscilações de consumo percebidas pelo segmento durante a pandemia ficaram para trás, ao mesmo tempo em que os preços subiram em 2023 acima de 23%, produtos cada vez mais eficientes no tocante ao consumo energético”, aponta o presidente executivo da ABRAVA.

Também anima o setor, segundo ele, a demanda reprimida, inclusive nas classes A,  B1 e B2, nas quais a penetração do ar-condicionado ainda se limita, respectivamente, a 61,2%, 45,3% e 30,1%. “Considerando todas as faixas de consumidores esse índice impressiona mais ainda, pois não passando dos 16,7%, o que pressupõe um grande espaço ainda nas aspirações do consumidor brasileiro para esse tipo de aquisição.

Dentre os motivos para que isso ocorra, mesmo o ar-condicionado tornando-se um item fundamental ao conforto e bem-estar das famílias, ainda se encontra a falta de infraestrutura nos edifícios para a instalação desses equipamentos. “Tanto é que o país ganhou 23 milhões de domicílios em 12 anos e esse crescimento no campo da construção não vem se refletindo no nosso”, argumenta o dirigente, acreditando, porém, numa animadora tendência para a mudança desse quadro, no médio e longo prazo.

 

O evento tem o objetivo de fazer uma retrospectiva, apresentando os resultados do ano anterior e as tendências para o ano vigente.