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O futuro da refrigeração: economia de energia e redução de impacto ambiental

Compressores e sistemas de refrigeração gradualmente ficam mais eficientes, menores e silenciosos, tudo graças à pesquisa e inovação.

Do conforto de ter alimentos sempre frescos em casa à preservação de amostras para propósitos científicos, passando pelo transporte e armazenamento de alimentos, e tantas outras situações, a refrigeração tem gerado avanços, conveniência e qualidade de vida para a sociedade.

No centro disso está o compressor. Uma grande parte da evolução na refrigeração vem da tecnologia e ciência envolvidas em desenvolver compressores, que passaram por grandes mudanças ao longo dos anos. Os primeiros sistemas de refrigeração tinham compressores grandes com capacidade de refrigeração equivalente à de um atual modelo sub-mini, por exemplo.

No início, a principal preocupação era com confiabilidade, mas com o tempo outros temas emergiram, acionados por diferentes razões: regulamentações governamentais e sustentabilidade, competitividade e satisfação do consumidor. As principais frentes de mudança seguiram em quatro direções: eficiência energética, mudança de gases refrigerantes, redução de tamanho e melhor percepção acústica.

Eficiência energética

De acordo com o Instituto Internacional da Refrigeração (da sigla em inglês IIR), os produtos de refrigeração (incluindo ar-condicionado) respondem por 17% do consumo de energia elétrica no mundo. Depois de confiabilidade, a maior onda de evolução de compressores tem sido a eficiência energética, o que significa prover a maior capacidade de refrigeração com o menor consumo de energia possível. Ela é medida pelo coeficiente de desempenho, que é o efeito de refrigerar dividido pela energia utilizada para gerar este efeito.

Ao lado da eficiência energética, veio a redução de tamanho. Um compressor menor tem um conjunto de ganhos, como menos uso de matérias-primas, melhor desempenho em acústica, redução da carga de fluído refrigerante, e mais espaço dentro do gabinete.

Mas a eficiência não vem como resultado natural da redução de tamanho. Ao reduzir o tamanho, a eficiência energética poderia, em teoria, reduzir, mas em função de novas tecnologias envolvendo o design do produto, os materiais e processos produtivos, é possível atingir um novo patamar em eficiência energética. Para se ter um exemplo, os compressores de velocidade fixa da Embraco tiveram uma redução de tamanho de 30% nos últimos anos e os de velocidade variável, 40%.

formatos de compressores de refrigeração

Refrigerantes naturais

Em paralelo ao aumento da eficiência energética e à redução de tamanho, regulamentações de gases refrigerantes têm um papel muito importante nas mudanças em compressores ao longo do tempo, desde os anos 1980. Com o Protocolo de Montreal, em 1987, houve um acordo entre os países participantes de que o mundo precisa proteger a camada de ozônio, que estava sendo prejudicada pelos gases CFCs (clorofluorcarbonos), usados como refrigerantes pela indústria da refrigeração até então. De 1989 em diante, quando o protocolo entrou em vigor, os CFCs passaram por uma agenda de eliminação gradativa, sendo substituídos pelos HFCs (hidrofluorcarbonos). Porém, anos mais tarde, estudos demonstraram que os HFCs contribuem para o aquecimento global. Então, em 2016, na 28ª reunião dos integrantes do Protocolo de Montreal, em Kigali, as partes adotaram a Emenda de Kigali, na qual concordam em reduzir o uso também dos HFCs dentro do Protocolo de Montreal, com uma janela de tempo que vai até 2047.

Desde então a indústria tem procurado por soluções ambientalmente sustentáveis. Os refrigerantes naturais têm baixíssimo impacto no aquecimento global e contribuem para a eficiência energética. O refrigerante natural sozinho, como o R290, gera algo em torno de 10% de melhora na eficiência energética.

 

Percepção acústica

Mas não apenas o tamanho, a eficiência energética e a sustentabilidade foram parte dessa revolução em compressores: melhoras na percepção acústica também ocorreram. Desde o primeiro compressor vendido pela Embraco, que era o PW, em comparação com as plataformas de compressores lançadas atualmente, o ruído gerado pelo compressor teve reduções que chegam até 10 decibéis (compressores de velocidade variável têm redução de ruído ainda maiores). Para uma melhor noção do que representa tal redução nos níveis de ruído, um aumento ou redução de 10 decibéis é percebido pelo ouvido humano como duas vezes mais alto ou mais baixo.

 

Preparando-se para o futuro

Duas tendências que seguem fortes para o futuro da refrigeração são os fluídos refrigerantes com menor impacto ambiental, como os naturais, e a tecnologia de velocidade variável.

A adoção dos refrigerantes com menor impacto ambiental não é um processo rápido, mas está evoluindo. A comunidade global tem dado pequenos passos em direção a reduzir o impacto da indústria da refrigeração no meio ambiente, não apenas usando refrigerantes com menos impacto, mas também aumentando a eficiência dos sistemas de refrigeração. Felizmente, refrigerantes naturais como os hidrocarbonetos são mais eficientes por si só, então ao se usar refrigerantes naturais há uma combinação vencedora: ao mesmo tempo, mais eficiência energética e menor impacto ambiental.

Outra tendência é a tecnologia de velocidade variável (também conhecida como inverter ou VCC). Em alguns setores ela já não é mais uma tendência, é a realidade, como em aparelhos de ar-condicionado. Na refrigeração comercial é uma tendência que está ganhando força. Por exemplo, grandes supermercados entenderam que um refrigerador menos eficiente dentro da loja significa mais aparelhos de ar-condicionado para resfriar o local, além do impacto na conta de luz, um dos maiores vilões na estrutura de custos de um supermercado.

 

Compressores de velocidade variável

 Compressores de velocidade variável contam com um aparato de eletrônica embarcada que permite ao compressor controlar sua velocidade de funcionamento, diminuindo-a quando a temperatura desejada é atingida e também aumentando-a quando é necessário baixar a temperatura dentro do gabinete mais rapidamente. A velocidade variável proporciona um melhor controle da temperatura, menor ruído e mais eficiência energética e pode reduzir o consumo de energia em até 40% em comparação com compressores convencionais de velocidade fixa. Isso porque o compressor convencional desliga quando a temperatura necessária é atingida e liga novamente quando há necessidade de baixar a temperatura – o que consome elevada quantidade de energia.

Um estudo de caso com um cliente da Nidec Global Appliance do Brasil exemplifica o nível de economia de energia que pode derivar da combinação de refrigerantes naturais e compressores de velocidade variável. No início do processo, houve a troca de um compressor da marca Embraco de velocidade fixa que usava refrigerante HFC R134a (compressor NT) por outro de velocidade fixa usando refrigerante natural R290 (compressor NEU). A economia de energia foi de 36%. Num segundo momento, houve a troca do compressor de velocidade fixa por um de velocidade variável (FMF), também usando R290. E a economia total de energia em todo o processo chegou a 53%.

VCCs têm ainda outro benefício adicionado à eficiência energética: ótimo comportamento em situações de baixa tensão. Em vários países, é normal que a tensão caia abaixo do padrão nominal. Se você tem um compressor on-off padrão, ele pode nem ligar, mas um de velocidade variável, sim, em função da ampla faixa de tensão da tecnologia inverter.

 

Eletrônica

 Como tudo no mundo hoje, os compressores também entraram na tendência da transformação digital. A eletrônica permite a conexão a dispositivos móveis e tenha seu desempenho monitorado remotamente.

Há também a eletrônica embarcada no compressor de velocidade variável, que controla seu funcionamento.

 

Sistemas completos

 O processo produtivo da indústria de refrigeração também tem novos caminhos. Tem sido  cada vez mais comum os fabricantes de refrigeradores comerciais comprarem sistemas completos, como as unidades condensadoras e unidades seladas, para inserir em seus produtos, em vez de comprar apenas o compressor e montar o restante do sistema. A compra do sistema completo otimiza o processo produtivo de toda a cadeia e permite ao fabricante focar no design e tecnologia do gabinete.

É uma opção acessível e modular tanto para aplicações remotas quanto acopladas, como câmaras frias, tanques de leite, refrigeradores, freezers comerciais, etc.

 

Gestão integrada da energia

Outra das próximas fronteiras é ter gestão integrada da energia, visando a otimização do seu aproveitamento. Por exemplo: na Europa, estão se tornando mais conhecidos os sistemas de circulação de água (waterloop), nos quais em vez de usar-se ar para remover calor do condensador, usa-se um trocador de calor a água, gerando assim água quente, que pode ser usada para outras finalidades no processo. Usada em larga escala, essa gestão integrada de energia pode economizar muitos recursos.

 

 

Por: Daniel Fretta, Especialista de Suporte Técnico na Nidec Global Appliance, onde atua com o portfólio Embraco, e Fábio Venâncio, gerente de Vendas na Nidec Global Appliance, onde é responsável pelo portfólio Embraco para a América Latina.

Com a colaboração de: Marek Zgliczynski, Peter Nuksar e Jozef Seliak, do time de Pesquisa e Desenvolvimento da Nidec Global Appliance.

 

IoT revoluciona mercado de climatização de edifícios

Baixar em PDF: Edição 11/2020

Os sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado (HVAC, na sigla em inglês) inteligentes mantêm os dados críticos de controle e manutenção atualizados automaticamente e facilmente acessíveis.

Os clientes personalizam remotamente suas configurações por meio de aplicativos, e os prestadores de serviços acessam alertas antecipados e diagnósticos relevantes por meio de relatórios on-line.

Produtos sofisticados podem até mesmo integrar previsões meteorológicas e tendências de uso de energia para reduzir o consumo energético e otimizar a regulação da temperatura.

À medida que a sustentabilidade se torna um foco cada vez maior para indivíduos, empresas e comunidades, os sistemas de HVAC integrados à chamada Internet da Coisas (IoT) podem proporcionar aos usuários uma experiência perfeita em termos de conforto térmico e qualidade do ar interno (QAI), ao mesmo tempo em que reduzem impacto ambiental.

 A Internet das Coisas

A IoT possibilita o uso de recursos inteligentes de muitas tecnologias, incluindo sistemas de ar condicionado. Sensores avançados projetados para a IoT podem fornecer uma grande variedade de informações relevantes para clientes, fabricantes e mantenedores de instalações.

Os sensores reúnem medições de temperatura do ar interno, temperatura radiante externa, umidade interna e externa, velocidade do ar e padrões de circulação, para citar alguns dados.

Os sensores inteligentes transferem essas informações para um banco de dados central, que conecta o sistema de HVAC à rede mundial de computadores, exportando o status para aplicativos e painéis e importando informações como previsões do tempo e preferências dos usuários.

Essas previsões e preferências são usadas para ajustes automáticos do sistema de HVAC, comandando atuadores sem esperar a intervenção de um usuário.

Sensores inteligentes podem se comunicar por meio de redes wi-fi existentes, conexão de celular, bluetooth ou outras conexões proprietárias. Isso fornece flexibilidade e adaptabilidade com base nas necessidades particulares de configuração de um de sistema de HVAC.

Portanto, conectividade é um aspecto fundamental dos sistemas feitos para a IoT, pois permite que os componentes se comuniquem entre si para ajustes automáticos e contínuos e fornece um gateway (ponte de ligação, em português) para os sensores compartilharem e coletarem informações externamente.

Impacto no setor de manutenção

Nos próximos anos, a tendência é observar “superespecialistas” e não mais técnicos genéricos, devido ao poder de rastreabilidade remota para encontrar defeitos específicos nos equipamentos. “A gestão da manutenção dos aparelhos de ar condicionados está sendo remodelada com a IoT”, esclarece o engenheiro Leandro Solarenco, especialista em projetos, master coach e CEO da Vetor Frio & Clima.

“Ao contrário da manutenção tradicional, que exige técnico para identificar problemas, a manutenção 4.0 consegue fazer tudo remotamente, identificando tempo de uso, falhas e outros dados de forma semelhante ao dos carros modernos, que monitoram, por exemplo, a quilometragem e acionam sensores de falhas deixando os técnicos preparados para o serviço. Essa rastreabilidade do processo de manutenção vai demandar técnicos específicos para determinados problemas, eliminando todo o trâmite de ter um responsável para terceirizar esse trabalho. Isso vai modificar o segmento de manutenção, que gradativamente caminhará para um modelo mais versátil, além de valorizar o trabalho do técnico que contará com conhecimentos específicos”, ressalta.

Além de proporcionar mais agilidade e eficiência no processo de manutenção, gerando economia de energia, a manutenção 4.0 também possibilita um segundo benefício, que é flexibilizar o serviço de acordo com a necessidade, devido a três itens principais de automação:

1 – Painéis de notificações de defeitos no aparelho de ar condicionado, identificando falhas ou antevendo possíveis problemas;

2 – Redução do impacto dos reparos a cada visita. Numa manutenção tradicional, fatalmente, o reparo é realizado em duas visitas. No conceito 4.0, o processo de reparo é antecipado, uma vez que o técnico já tem o pré-diagnóstico do equipamento remotamente. Dessa forma, se o equipamento apresentar defeito, é possível levar as peças adequadas na primeira visita;

3 – Cálculo de utilização para entender quando de fato a manutenção precisa ser feita, passando a ser sob demanda e não mais por tempo.

“Hoje, normalmente o processo de manutenção regular exige um checklist com a presença de um técnico no local para fazer a limpeza padrão e verificação do que está ocorrendo no equipamento para posteriormente determinar diagnóstico e fazer o reparo. Tudo isso gera um custo e um tempo maior, inclusive de deslocamento do profissional”, lembra Solarenco.

“Ao inverter esse jogo”, prossegue, “a empresa vai eliminar partes dos processos de verificação manual, tempo, ferramentas e deslocamento fazendo tudo isso pela Internet usando dispositivos de IoT”.

“Dessa forma, com precisão e eficiência, a tecnologia vai realizar as mesmas medições e chegar numa conclusão do que precisa ser realizado pelo técnico de forma antecipada e correta, transformando positivamente a forma de realizar a manutenção de sistemas de ar condicionado”, diz.

Evolução da IoT

Muitas indústrias continuam a financiar pesquisas na área de IoT, desenvolvendo novos recursos e reduzindo custos. Vários níveis de preços e recursos atraem uma ampla gama de clientes residenciais e comerciais.

Avanços na computação, como inteligência artificial, complementam as melhorias da IoT e destacam novos aplicativos. A natureza centrada em software dos sistemas inteligentes permitirá atualizações de pouco esforço e baixo custo no futuro.

Os painéis trazem a riqueza de informações que os sistemas de IoT fornecem às pontas dos dedos dos usuários, personalizando os controles e simplificando a manutenção. Os clientes podem ajustar seus sistemas de acordo com suas necessidades exatas, e os empreiteiros têm informações críticas de diagnóstico prontamente disponíveis.

A eficiência energética atraiu a atenção de indivíduos, empresas e comunidades; os sistemas inteligentes demonstraram uma redução significativa no uso de energia sem sacrificar o conforto.

Os sistemas de HVAC inteligentes já provaram sua capacidade de fornecer personalização ao usuário, gerar alertas de manutenção, maximizar o conforto e reduzir o consumo de energia. E eles continuarão melhorando, à medida que a tecnologia de IoT cresce.

Professor busca voluntários para produzir ventiladores mecânicos

Jurandir Nadal, professor titular do Programa de Engenharia Biomédica da COPPE/UFRJ e chefe do Laboratório de Engenharia Pulmonar e Cardiovascular do Programa, fez um chamamento, via Facebook, visando encontrar voluntários para a produção de ventiladores mecânicos: equipamento eletromédico cuja função é bombear ar aos pulmões, utilizados em UTI e necessários para o tratamento de pessoas infectadas pelo Coronavírus.

“Em nosso laboratório estamos estudando a viabilidade de desenvolver um modelo de ventilador mecânico de baixo custo e complexidade, que possa ser construído em massa, em pouco tempo e com os recursos disponíveis no mercado nacional, dadas as atuais dificuldades de importação”, diz o post de Napal. “O equipamento tem que permitir a ventilação mecânica com diferentes concentrações de O2, e não causar barotrauma. Testamos uma versão, que aparentemente funciona, envolvendo o emprego de uma válvula Boussignac e válvulas solenoides, mas não atinge (ainda?) as condições ideais de ventilação invasiva”.

E continua: “Há dois dias tomamos conhecimento de que o Reino Unido lançou um edital mundial (ver no final deste post) para a submissão de propostas de ventiladores já existentes e aprovados para uso clínico em pelo menos um país, que seja factível na Inglaterra. Creio que é oportuno pensarmos em adotar um esforço coletivo semelhante, visando salvar vidas de nossas comunidades. Assim como na grande guerra, “em que fábricas de penicos passaram a produzir capacetes”, imagino particularmente que um fabricante de eletrodomésticos possa redirecionar uma linha de produção para atender a essa demanda capital”.

Ainda segundo o professor, outras ações podem ser realizadas. “Imagino que apenas nos hospitais públicos haja centenas de ventiladores necessitando manutenção, mas que vêm sendo deixados de lado em troca de novos aparelhos. Afinal, como muitos sabem, muitas vezes é mais fácil a gente comprar um equipamento de alto custo do que consertar um!”

Ao final, o professor cita um colega: ”sendo o máximo transparente, as nossas chances são, no momento, ainda pequenas e para aumentá-las temos que encontrar mais voluntários para tratar de:

A – fabricação da válvula Boussignac;

B – fabricação da válvula de PEEP (mola – membrana);

C – contato com os fabricantes que possam se associar ao projeto em domínio público;

D – Contato com fabricantes e distribuidores de oxigênio medicinal para instalar bicos em hospitais;

E – contato com fornecedores de circuitos ventilatórios e conexões;

F – Instrumental de monitorização da ventilação no leito, dado que nosso ventilador é cego;

G – contato com produtores, distribuidores de HELMETs e máscaras H etc.

Para acessar o post do professor Nadal clique aqui.

Cientistas criaram material com as propriedades de um interruptor térmico

Uma equipe de cientistas da Universidade Carnegie Mellon (Universidade Carnegie Mellon) do Departamento de Engenharia Mecânica desenvolveu um polímero com as propriedades de um interruptor térmico. O material proposto é capaz de mudar seu próprio estado (estrutura) de condutor de calor para o estado de isolamento térmico. O que é importante, o processo de alternar de um estado para outro é completamente reversível e é controlado apenas pela alteração da temperatura do material e do ambiente.

A invenção, de acordo com o líder da equipe de pesquisa, professor Shen Chen, pode levar ao surgimento de novas unidades de refrigeração em estado sólido, sistemas de remoção de calor e novos métodos de refrigeração eletrônica. Os dados do trabalho foram publicados na revista Science Advances no artigo “Regulador térmico de polímero reversível e de alto contraste por transição de fase estrutural”.

No decorrer da pesquisa, um polímero foi obtido com uma estrutura cristalina inicialmente altamente ordenada, que, como é conhecido, promove transferência de calor eficiente. Quando o material é aquecido a 340 K (66,85 ° C), a estrutura do material muda para hexagonal (hexagonal). Essa estrutura já evita a condutividade térmica, e o material se torna um isolador de calor. Isto é devido ao enfraquecimento das ligações entre as moléculas de polímero, o que altera a estrutura do material. Mas essa condição é reversível. Após o resfriamento a uma determinada temperatura, a estrutura do material novamente se torna cristalina e adquire as propriedades de condutividade térmica.

Na natureza, existem materiais que, quando aquecidos, podem alterar a condutividade térmica em 4 vezes. O polímero proposto é capaz de aumentar e diminuir sua condutividade térmica em um fator de 10, o que o torna potencialmente adequado para a criação de um novo tipo de instalação de refrigeração.

A mudança nas duas direções ocorre rapidamente em uma faixa de temperatura curta na faixa de 5 K. O material permanece estável (não derrete) até 560 K ou, no idioma que a maioria das pessoas entende, até 286,85 ° C. Nenhum dos interruptores térmicos existentes com base nos materiais atuais pode suportar tais temperaturas.

Fonte: Avalanche notícias

Conhecimento por todos os lados

E a escrita se repetiu este ano. Ao mesmo tempo em que os estandes da Feira fervilhavam, por conta dos muitos lançamentos e visitantes no São Paulo Expo, verdadeiros bolsões tecnológicos mesclavam a troca de conhecimentos à exposição de produtos e serviços.

Foi essa a missão mais uma vez muito bem cumprida pelas ilhas temáticas da Febrava – Feira Internacional de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação, Aquecimento e Tratamento do Ar e da Água -, que em número de cinco, bateram todos os recordes quantitativos e, principalmente, qualitativos, conforme são unânimes em destacar seus respectivos responsáveis.

No caso da Escola Senai Oscar Rodrigues Alves, um motivo extra para comemoração foi o sucesso do primeiro Hackathon realizado durante a feira, em conjunto com a Fiesp – em sua 10ª iniciativa do gênero –, tendo patrocínio da Reed Exhibitions Alcântara Machado e apoio das empresas VL Salter e Trox, que apresentaram os desafios aos participantes.

A equipe vencedora foi a “Smart Filters” e sagrou-se campeã por desenvolver um software para a medição da qualidade de filtros de ar-condicionado, proposta em busca de uma análise profunda desses componentes e a melhor indicação possível de qual deles utilizar, dependendo do equipamento onde for instalado.

“O aplicativo liga um software a sensores que identificam parâmetros como vazão, sujeira e rendimento da máquina”, explicou Milton Shishido, um dos integrantes da equipe.

Vitórias

O prêmio recebido pelo time ganhador foi uma passagem e a inscrição para participar da feira MCE Expo Comfort 2020, que será realizada de 17 a 20 de março do ano que vem, em Milão, patrocinada pela Reed Exhibitions Alcântara Machado, que também ofereceu cinco convites aos demais componentes do grupo campeão para que visitem o Salão Duas Rodas, feira voltada para o mercado de motocicletas de equipamentos,  de 19 a 24 de novembro, em São Paulo.

Igualmente vitoriosa sentiu-se a Trox Brasil, de acordo com o seu gerente corporativo em engenharia, pesquisa e desenvolvimento, Jorge Zato.

“A importância desse tipo de desafio para o setor é encontrar soluções para problemas corriqueiros. Nós buscamos esse tipo de competição porque precisamos de mentes com soluções inovadoras, fora da caixa. Nós, que estamos acostumados com o mercado e a indústria, tendemos a modificar ideias já existentes. Aquelas completamente novas só saem mesmo com esse tipo de competição”, disse.

Para o professor Eduardo de Macedo, diretor da unidade do Senai sediada no bairro paulistano do Ipiranga, nacionalmente reconhecida como principal centro formador profissional do segmento no País, também foi altamente relevante  o fato de  alunos da casa terem sido os autores de um trabalho classificado entre os três melhores do Conbrava, na primeira participação que tiveram no grande congresso bienal do setor, uma oportunidade muito bem aproveitada, conforme denota essa colocação tão expressiva.

A satisfação por fazer parte de mais uma Febrava também estava estampada no rosto de Manoel Ferreira, professor da Oscar Rodrigues Alves que há mais de quatro décadas responde pela famosa “carreta-oficina”, que leva o ensino de refrigeração e ar condicionado às localidades brasileiras sem unidade física nessas áreas.

“Para solicitar sua ida a qualquer cidade paulista, basta procurar a escola Senai mais próxima, pois assim nós verificamos a possibilidade de atendimento, o tipo de treinamento a ser oferecido e as datas disponíveis”, ensina ele, lembrando que a solicitação envolvendo outros estados deve sempre ser feita no próprio Departamento Nacional (DN) da instituição.

 Mais ensinamentos

Não muito longe dali, numa área de 240 metros quadrados, a Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec-SP) e o Centro Paula Souza (CPS) mostravam, desde a abertura da feira, que o clima de sala de aula também estaria na ilha temática onde mestres e alunos apresentariam o que vêm fazendo todos os dias para melhorar constantemente o nível do nosso HVAC-R.

Estrutura interna da carreta-oficina do Senai

Escola sobre rodas, na
carreta-oficina

Prova evidente disto foi o Selo de Inovação da Abrava conquistado pelo robô destinado à inspeção e análise de dutos de ar-condicionado e ventilação, desenvolvido por estudantes da escola localizada no bairro paulistano de Itaquera.

“Na maioria dos casos, esse tipo de tubulação é de difícil acesso ao trabalhador. Daí a necessidade de dispositivos guiados”, explica um dos autores do projeto, Rafael Papis, aluno do curso superior tecnológico de automação industrial da Fatec Itaquera.

Como diferencial deste protótipo, em relação aos demais produtos existentes no mercado, ele destaca a captação e o armazenamento de dados durante a inspeção.

Além do robô inspetor de dutos, outros projetos se destacaram na mostra, caso do kit didático que auxilia a compreensão de conceitos de eletricidade e de perda de carga em dutos de ar-condicionado, apresentado pelos estudantes do curso de gestão de energia e eficiência da Fatec Franco da Rocha; e o refrigerador de latas de bebidas que gela o líquido em cinco minutos.

Premiações à parte, o professor Paulo Kanayama, titular das áreas de eletricidade e eficiência energética e membro da diretoria da Fatec Franco da Rocha, acredita que todos tenham saído vitoriosos com mais essa participação marcante de sua faculdade, pela terceira vez consecutiva sob a sua coordenação.

“Para os alunos, foi uma oportunidade de conhecer as principais empresas atuantes na área, para apresentarem seus trabalhos acadêmicos e, o principal, sentirem a necessidade que têm de profissionais qualificados”, afirmou.

Já seus colegas professores, ele considera beneficiados pela chance que tiveram de sentir as qualificações necessárias para que os alunos sejam bem aceitos no mundo corporativo.

Boa parte das empresas, no entanto, ele reconhece ter descoberto apenas na Febrava, que as Fatecs formam profissionais para o HVAC-R, tornando assim bem-vindas as parcerias capazes de promover a integração entre academia e indústria.

“Com base nisso tudo, em 2021 tentaremos envolver mais alunos, por achar que a participação na Febrava deva ser cada vez mais incentivada”, concluiu Nakayama.

Estreia automotiva

Cada vez mais presente nos estandes da Febrava ao longo dos anos, o segmento responsável pelo conforto térmico sobre rodas ganhou pela primeira vez uma ilha temática, representando também os fabricantes de ar condicionado para ônibus e máquinas agrícolas.

“É um setor que não tinha voz ativa no mercado e a feira certamente engrossa essa voz, aumentando nossa representatividade”, comemora o coordenador do espaço de 250 metros, ocupado por 12 empresas, Sérgio Eugênio da Silva.

“Começaremos a cuidar da próxima em outubro”, anima-se o profissional, esperando o dobro de tamanho para a segunda edição desta ilha, até mesmo pelo reconhecimento da Reed quanto ao excelente movimento registrado por ela durante os quatro dias da mostra.

“Para você ter uma ideia, está acontecendo a Autonor, em Pernambuco, e a nossa visitação aqui tem sido quase igual à daquele evento como um todo”, exemplificou.

Fatos assim, ancorados nas estimativas de que a Febrava recebeu um público cerca de 30% maior no São Paulo Expo desta vez, foram causa de arrependimento de vários players que declinaram do convite de participar, conta Sergio.

Estrutura montada da cadeia automotiva

Cadeia automotiva também focou ônibus e tratores

Elas perderam a chance, segundo o coordenador, de estar num ambiente integrando reparação, revendas de peças, pequenos e médios fabricantes e até multinacionais, isto é, uma cadeia completa, reunindo desde o aplicador até a indústria, num ambiente marcado por otimismo e acolhimento, segundo ele.

Não foi à toa que dos mil cartões levados por Sérgio ao evento, acabaram sobrando pouco mais de cem, exemplo dado por ele para ilustrar o sucesso do encontro.

Em conjunto com Nelson Baptista, presidente da comissão organizadora da Feira, o professor está planejando um estreitamento de relações com a EPA, entidade norte-americana do setor automotivo local que realiza, em fevereiro próximo, um evento que ele acredita ter muitas lições a dar ao mercado brasileiro.

 Cadeia incrementada

Celebrizada pelo lendário professor Lincoln de Camargo Neves, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp, e desde 2015 coordenada pelo também catedrático Eduardo Dória, a ilha que exprime o estado da arte em todas as etapas responsáveis pela conservação dos produtos perecíveis – da lavoura à mesa do consumidor – também fez sucesso nesta Febrava.

Montada em 600 metros quadrados – o quádruplo da área ocupada quatro anos atrás –, ela cresceu e hoje tem 40 participantes, entre ativos e passivos, estes últimos convidados para mostrar dispositivos de seus fornecedores agregados a equipamentos finais.

O volume de acessos ao local também foi grandioso e de excelente qualidade, na avaliação dos próprios expositores, segundo Sérgio.

Um empurrãozinho extra para que isso acontecesse ficou por conta de algumas estratégias colocadas em prática, a fim de tornar mais atraente ainda a visita.

Imagem da ilha Cadeia do Frio

Espaço quatro vezes maior para a Cadeia do Frio

“Teve um expositor da feira que trouxe um baú de sorvete de placa eutética e firmou parceria com um cliente para distribuir sorvetes aqui na ilha”, exemplificou o consultor, ao falar da validade de se recorrer a expedientes lúdicos, gentis e eficientes para mostrar tecnologias e produtos.

É que embora esteja num ambiente agradável e com raiz acadêmica, o expositor de uma ilha quer mostrar, da forma mais eficaz possível, a performance dos seus equipamentos, em busca também da geração de negócios.

O poder da internet igualmente pesa muito no êxito de uma ilha temática, na visão do especialista. Tanto é que a da Cadeia do Frio estreou desta vez um catálogo eletrônico, cujo acesso permitiu antecipadamente aos visitantes saber o que encontrariam por lá, com a possibilidade de acesso a imagens digitais e vídeos dos fabricantes.

 Manufatura reversa

Como de costume, boas práticas para adquirir, recolher, reciclar, e introduzir nos equipamentos uma gama de fluidos refrigerantes nociva à natureza deram a tônica de mais uma edição da Ilha do Meio Ambiente.

Isso não significa a ausência de novidades, conforme assegura seu coordenador. “Conseguimos montar um espaço aqui no pavilhão, formado por geladeiras, aparelhos de ar condicionado e eletroeletrônicos antigos”, explicou Paulo Neulaender, referindo-se a parceria firmada com o Instituto GEA – Ética e Meio Ambiente, envolvendo o procedimento conhecido como economia circular.

Com relação às diferenças entre a ilha deste ano e a de 2017, ele ressalta a maior quantidade de técnicos e pessoas realmente interessadas no tema ambiental, dentre os cerca de 1.400 visitantes contabilizados.

Neulaender atribui esse desempenho a novidades como a chegada do R-32 aos splits, bem como o hidrocarboneto R-290, cada vez mais presente nos supermercados.

Ilha do meio ambiente destacou o correto descarte de equipamentos

Tudo isso em meio ao surgimento de ferramentas digitais que transformam qualquer smartphone em poderoso recurso para o pleno controle, a distância, das mais diversas modalidades de instalação do HVAC-R, a exemplo de manifolds que executam toda uma gama de operações praticamente sozinhos.

Para 2021, sua meta é ter esse ambiente até mesmo fora da Ilha do Meio Ambiente, com algum organismo aglutinando as muitas iniciativas que hoje mobilizam os refrigeristas nas mídias sociais, iniciativas consideradas louváveis por ele, porém ainda carentes de uma melhor organização, até mesmo como forma de garantir a veracidade dos muitos conteúdos diariamente postados.

 

Embraco participa da Conferência Anpei de Inovação

Entre os dias 25 e 27 de setembro, a Embraco, empresa global que promove qualidade de vida por meio de soluções inovadoras para refrigeração, participa da Conferência Anpei de Inovação 2019, em Foz do Iguaçu, no Paraná. A companhia apresentará um case de inovação, demonstrando os avanços obtidos com o lançamento de uma unidade selada portátil. O evento ocorre na quinta-feira, 26 de setembro, às 17h30.

A Unidade Selada Portátil foi criada pela Embraco para atender a demanda de um cliente alemão que desenvolve soluções tecnológicas para o mercado de catering e gastronomia móvel. O projeto foi todo desenvolvido no Brasil, pelos pesquisadores da companhia. A produção também é feita no país, mas, neste momento, a solução só está disponível para o mercado europeu.

Diferente da solução existente no mercado atualmente, o produto da Embraco não requer o uso de placas congeladas PCM (Phase Change Materials), o que evita a substituição em intervalos regulares de poucas horas, o manuseio contínuo e supervisão constante do usuário final. O sistema de resfriamento da unidade da Embraco permite que os alimentos fiquem conservados em contêineres térmicos pelo tempo que for necessário, dispensando o monitoramento de temperatura. Sua unidade de resfriamento pode ser desacoplada dos contêineres com facilidade, simplificando rotinas de limpeza.

Com peso reduzido, o microcassete de refrigeração utiliza quantidade mínima de matéria-prima em sua construção, reduzindo assim o impacto ambiental na produção das peças. Consequentemente, o equipamento consome menos energia para ser produzido e operado, o que garante eficiência e simplicidade no descarte de materiais.

“A Unidade Selada Portátil é o resultado de dois anos de pesquisa e testes. Conseguimos viabilizar neste projeto o que há de melhor em nossa tecnologia e pesquisas em eficiência energética em um módulo de dimensões extremamente reduzidas e ainda inéditas neste segmento”, afirma Evandro Gon, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embraco.

Realizada desde 2001, a Conferência Anpei de Inovação é um fórum que permite o encontro de representantes de empresas, agências do governo e instituições de ciência, tecnologia e inovação para discussão e encaminhamentos de políticas e práticas voltadas à inovação nas empresas e no país.

Qatar inaugura estádio com ar-condicionado nos assentos

Nesta quinta-feira, na final da Copa do Emir, entre Al-Sadd e Al-Duhail, inaugura uma nova página tecnológica relacionada à preparação para a Copa do Mundo do Qatar. A arena  Al Wakrah, que ficou famosa pelo design da cobertura, será a primeira a utilizar o sistema de condicionamento do ar localizadas sob os assentos.

A tecnologia aplicada foi desenvolvida por uma equipe chefiada pelo Dr. Saud Abdul-Ghani, professor na Faculdade de Engenharia da Universidade do Qatar. No Al Wakrah, foi possível aplicar o método por completo.

“Como o Khalifa já era um estádio existente, não pudemos implementar toda a tecnologia que queríamos porque estávamos amarrados por estruturas de concreto e falta de espaço livre. Não pudemos, por exemplo, fornecer a refrigeração embaixo dos assentos. Mas usamos bocais que entregaram a exata quantidade de ar frio necessária para as pessoas aproveitarem o jogo confortavelmente”, explicou Abdul-Ghani.

A cobertura do estádio, segundo o engenheiro, forma um mecanismo de defesa contra entrada do ar quente.

“A tecnologia trabalha para manter a bolha de ar frio por quanto tempo for necessário. No Al Wakrah Stadium, estamos usando uma técnica de circulação de ar, o que significa que reutilizamos parte do ar que já foi resfriado. Por isso a tecnologia do Al Wakrah é mais eficiente do que a do Khalifa”, completou Dr. Saud.

Após a Copa do Mundo, a arena será usada pelo time local, que joga a segunda divisão do Qatar, e terá capacidade reduzida pela metade — ficando em 20 mil pessoas, com a retirada do anel superior. Os assentos serão destinados a outros países menos favorecidos financeiramente e que necessitam de contribuição para o desenvolvimento do futebol.

Fonte: O Globo

Prevenção de vazamentos reduz prejuízos econômicos e ambientais

Uso irregular de produtos sem garantia de origem e falta de manutenções preventivas em sistemas de refrigeração comercial agravam risco de surgimento de pontos de fuga

Problema nem sempre perceptível no dia a dia, mas que causa prejuízos milionários ao setor supermercadista brasileiro, os vazamentos de fluidos refrigerantes dos equipamentos de refrigeração e climatização comerciais devem ser prevenidos por meio de manutenções periódicas.

A falta dessa cultura tem se mostrado nociva para o bolso e o meio ambiente. Afinal de contas, substâncias como o hidrocloro-fluorcarbono (HCFC) R-22 custam caro e afetam a camada de ozônio.

Para deixar esta situação mais crítica, infelizmente ainda existem instalações em que são usados fluidos refrigerantes sem comprovação de origem, porque são contratados refrigeristas despreocupados com a qualidade do serviço prestado.

Sem os devidos cuidados, o risco de acidentes também é agravado, uma vez que a exposição a produtos de qualidade duvidosa pode causar, por exemplo, queimaduras a frio e intoxicar profissionais do setor, funcionários dos estabelecimentos e clientes. Por essas e outras razões, o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) é imprescindível durante a manipulação deles.

Para assegurar que os sistemas de refrigeração estejam hermeticamente selados, os  técnicos da área de manutenção devem sempre verificar o estado de seus componentes, especialmente os anéis de vedação, pois caso eles estejam mal posicionados ou gastos, poderão ocorrer vazamentos.

Segundo especialistas do setor, fluidos refrigerantes de má qualidade, como os com alta taxa de umidade ou presença de partículas sólidas, também danificam peças do sistema, tais como tubulações e compressores, favorecendo o surgimento de pontos de fuga.

Boas práticas, portanto, são indispensáveis. De acordo com estudos da Eluma, 70% dos vazamentos de fluidos refrigerantes ocorrem em função do flangeamento inadequado.

“Precisamos bater nessa tecla com os instaladores e capacitá-los para que não ocorram fugas nessas regiões”, diz o coordenador comercial da empresa, Sandro Roberto Navarro, lembrando que brasagem é outro ponto crítico.

“É primordial que seja inserido nitrogênio no tubo para realizar a brasagem, porque também já é de conhecimento que, realizando a brasagem no tubo sem ele, ocorrerá oxidação interna”, acrescenta.

técnico ajustando o fluido refrigerante

Estado de conservação dos componentes dos sistemas de HVAC-R influi diretamente no surgimento de pontos de fuga de fluidos frigoríficos

Boas práticas

Segundo documentos técnicos do Programa Brasileiro de Eliminação de HCFCs (PBH), todo sistema HVAC-R pressurizado é suscetível a vazamentos, que acontecem devido às “falhas” que podem ocorrer em cada tipo de junção, seja em uma conexão do tipo flange, seja em uma conexão do tipo brasada.

O tamanho  do  vazamento  pode  variar  de  gramas  por ano  a  quilogramas  por  segundo.  Mesmo  com  a utilização de tecnologias de detecção mais avançadas (de maior sensibilidade), alguns vazamentos podem ser muito pequenos e de difícil detecção.

Se determinadas influências internas ou externas estiverem presentes em um sistema HVAC-R, devido à tensão térmica ou ambiental e também à vibração, será uma questão de tempo para que um vazamento de menor proporção atinja um maior nível até se tornar detectável.

Um sistema de refrigeração é considerado estanque se a taxa de vazamento admissível  não  for  excedida – estes valores  podem ser encontrados no regulamento F-gas, adotado pela União Europeia.

Por sinal, diversas leis e normas internacionais estão em vigor para conter, prevenir e reduzir as emissões de fluidos frigoríficos que destroem a camada de ozônio e/ou agravam o aquecimento global.

“No setor de HVAC-R, componentes e sistemas devem ser constantemente testados contra vazamentos,  para  garantir  que  estejam  abaixo  dos limites  especificados”, enfatiza o Guia de Boas Práticas – Controle de Vazamento, do PBH.

“Se houver suspeita de vazamento em um sistema de HVAC-R, é recomendável verificar primeiramente os lugares com maiores chances de apresentarem vazamentos. Estes lugares podem ser diferentes de um sistema para outro, mas as experiências adquiridas têm mostrado que alguns pontos críticos devem ser nomeados. Predominantemente, levando em conta todas as fontes potencias de vazamento, as conexões mecânicas são identificadas como as mais críticas”, informa a publicação.

 

Tecnologias

Atualmente, existem no mercado diversas tecnologias para detecção e prevenção de vazamentos. Para localização exata dos pontos de fuga, um dos produtos mais recomendados são os contrastes fluorescentes.

“Quando o contraste é injetado ele se mistura ao óleo e circulará pelo sistema, sendo facilmente localizável com uma luz ultravioleta ou violeta. Essa tecnologia foi inventada pela empresa americana Spectroline em 1955, e hoje é utilizada no mundo inteiro. A segurança do produto é incontestável pelas certificações e liderança de mais de 70% do mercado americano, por exemplo”, afirma o diretor de operações da K11 Máxima Performance, Kiko Egydio.

sistema de refrigeração

Contrastes fluorescentes facilitam detecção de vazamentos de fluidos refrigerantes

“No caso dos contrastes, cabe uma ressalva quanto à utilização de produtos de baixa qualidade, que, em sua maioria, possuem solventes na composição. Esses produtos baratinhos corroem e danificam os componentes do sistema de refrigeração ao longo do tempo”, alerta.

As outras formas de inspeção de vazamentos são testes de pressurização com nitrogênio – que apenas indicam se há vazamentos e estimam, sem grande precisão, a dimensão deles, além dos detectores eletrônicos – que não são precisos quanto ao ponto exato do vazamento, como os contrastes, e exigem cuidados especiais no manuseio, conservação e limpeza, uma vez que podem acusar resultados falsos por contaminação dos sensores, por exemplo.

“Outro método bastante utilizado são as famosas bolinhas de sabão, que é útil para pequenos locais e de fácil acesso, mas é totalmente inadequado para inspeções de grandes linhas”, informa.

Para tapar microvazamentos de fluidos refrigerantes, a K11 introduziu no País, um aditivo químico homônimo fabricado pela Spectroline, produto compatível com todos os fluidos sintéticos e lubrificantes usados hoje no mercado.

Todos os anos, o País importa cerca de 16 mil toneladas de hidroclorofluorcarbonos (HCFCs) e aproximadamente 10 mil toneladas de hidrofluorcarbonos (HFCs). Além de serem nocivas ao clima do planeta, ambas as substâncias são caras, por causa do preço atrelado ao dólar.

Atualmente, 70% desses refrigerantes importados pelo Brasil são usados em recargas de sistemas instalados, dado que expressa o volume absurdo de escapes para a atmosfera e dá uma boa noção acerca dos enormes prejuízos econômicos e ambientais vinculados a esse fato.

“A elevação dos preços dos fluidos refrigerantes nos últimos anos e a variação cambial no Brasil serão os grandes responsáveis pelo aumento da atenção para as boas práticas e a eliminação dos vazamentos”, prevê Egydio.

Contudo, segundo o Ministério do Meio Ambiente, a maioria dos prestadores de serviços da área não segue procedimentos padronizados de manutenção preventiva, considerando controle de fugas, aplicação de ferramentas de qualidade, documentação e monitoramento das atividades realizadas.

 

Detectores de gás aumentam segurança em plantas com amônia e CO2

A Danfoss lançou, recentemente, sua nova linha de detectores fixos de gás para aplicações de refrigeração industrial.

Segundo a empresa, os novos dispositivos de segurança não são apenas compatíveis e precisos, mas também muito mais fáceis e intuitivos de se trabalhar, desde a especificação inicial até a operação de longo prazo

“A nova geração de detectores de gás da Danfoss é baseada em uma plataforma digital que oferece múltiplas opções de comunicação e integração para melhorar a confiabilidade operacional, facilitar a calibração e os procedimentos de manutenção que permitem alta eficiência de serviço e conformidade normativa”, ressalta o comunicado distribuído à imprensa.

Além disso, a interface de usuário intuitiva fornece um alto nível de precisão para simplificar o manuseio do operador, minimizando os riscos operacionais, de configuração e de erro de calibração. O portfólio varia de modelos básicos aos modelos para uso em ambientes agressivos com tecnologia de sensores para atender aos requisitos específicos de refrigerante, aplicação e segurança do sistema de refrigeração. 

A conexão analógica ou Modbus RS485 permite comunicação fácil com um sistema central. Unidades de detecção de gás autônomas com relés integrados estão disponíveis e podem ser conectadas diretamente a sistemas externos para ativar dispositivos de alarme.

Para fornecer uma solução plug and play robusta, todas as unidades de detecção de gás vêm pré-configuradas de fábrica para combinar com o refrigerante e a configuração típica de níveis de alarme necessária – dependendo das regulamentações, isso pode ser alterado localmente.

Para um processo de calibração mais simplificado, a nova linha de unidades de detecção de gás da Danfoss possui uma rotina de calibração integrada.

“A calibração de gás não requer mais potenciômetros e multímetros, simplificando significativamente o processo e reduzindo o tempo de calibração e o risco de erros. Substituições de sensores certificados pela fábrica e pré-calibrados estão disponíveis em todos os tipos de sensores para fácil manutenção”, informa a empresa.

Vários recursos de serviço suportam o planejamento de manutenção otimizado, como alertas de serviço – na unidade, no controlador ou em ambos – para indicar quando o serviço é necessário. A ferramenta dedicada “PC Service Tool” fornece uma visão geral de quando cada unidade de detecção de gás opera, além de gerar relatórios de calibração em campo para apoiar a documentação e os procedimentos de segurança.

O portfólio de detecção de gás da Danfoss atende às normas regulatórias EN 378:2016, ISO 5149:2014, IIAR 2-2017, e Ashrae 15:2016, fornecendo segurança abrangente e recursos fáceis de usar.

Emicol faz seminário sobre novas tecnologias para distribuidores

As novas tecnologias desenvolvidas pela Emicol Eletro Eletrônica e suas linhas de produtos para os setores eletrodomésticos e de equipamentos de refrigeração comercial foram apresentadas em maio para um grupo de 40 técnicos da empresa Dufrio Refrigeração em São Paulo.

As soluções em placas eletrônicas para lavanderia, refrigeração e muitas outras tecnologias que estão sendo lançadas para os fabricantes de eletrodomésticos e equipamentos de refrigeração comercial foram apresentadas pelo Coordenador de Produtos da Emicol, Cleber Delfino. 

Segundo o Supervisor de Vendas, Sérgio Bernardes, este tipo de seminário é muito importante para fortalecer a confiança e fornecer informações para o técnico reparador, fatores decisivos para uma manutenção confiável de um eletrodoméstico ou equipamento de refrigeração comercial.

Os técnicos também puderam observar aplicações reais dos produtos Emicol, bem como simular o funcionamento de uma lavadora de roupas em um dispositivo de demonstração, verificando os possíveis defeitos e soluções aplicáveis. Além de visualizar o funcionamento de uma forma didática, eles aprenderam um pouco mais sobre a aplicação e características de funcionamento dos controles eletrônicos (placas) de refrigeradores, desenvolvidas e comercializadas pela Emicol.

Segundo o gerente da filial Dufrio Santo Amaro, José Butturi, foi muito importante o investimento da Dufrio nesta capacitação, onde os técnicos e vendedores puderam trocar experiências aumentando o conhecimento da aplicação dos produtos da Emicol.

A Emicol já possui uma agenda de seminários técnicos para os próximos meses com diversos distribuidores por todo Brasil, conta Sérgio Bernardes.

De acordo com o Diretor de Desenvolvimento de Negócios, Feres Macul, atender as necessidades dos clientes em todo ciclo de vida dos produtos, o que inclui o mercado de aftermarket, é parte primordial da estratégia da Emicol, tanto para o mercado Brasileiro, quanto para os mercados da América do Sul e América do Norte, onde a Emicol também tem atuação, a partir de sua planta na cidade de Monterrey, no México.

Latas de bebidas já resfriam sozinhas nos EUA

A empresa californiana The Joseph Company, especializada em tecnologia e alimentação, acaba de lançar um sistema que permite refriar uma lata de cerveja de forma autônoma.

A tecnologia, chamada de “MicroCool”, demorou duas décadas para ser desenvolvida e aperfeiçoada.

Até o momento, as latinhas que se resfriam em um minuto sem usar eletricidade, energia ou gelo, apenas são comercializadas em algumas lojas de Los Angeles, na Califórnia.

Como funciona?

Ao girar o item, a peça libera o dióxido de carbono (CO2) de um depósito interno na lata. É ele que resfria a bebida dentro de 75 a 90 segundos, fazendo com que sua temperatura caia cerca em de 16ºC. O produto fica 150 gramas mais pesado em função do novo sistema.

Fonte: G1