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Curso de refrigeração em Nova Trento (SC)

Teve início nesta terça-feira, 6 de fevereiro, o curso de refrigeração em Nova Trento (SC), uma iniciativa conjunta da Prefeitura Municipal e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Com o objetivo de capacitar os moradores localizados na região, as aulas estão sendo realizadas na Carreta-Escola do Senai, estrategicamente localizada próximo à rodoviária Angelo Maurici, ao lado da Unidade Básica de Saúde Besenello.

O curso, que está sendo ministrado pelo Senai, faz parte do Projeto Qualifica Nova Trento, uma iniciativa que visa proporcionar novos conhecimentos e oportunidades de emprego para a comunidade local.

As aulas continuarão até o dia 21 de março, oferecendo aos participantes uma base sólida de conhecimento em refrigeração e preparando-os para ingressar no mercado de trabalho com habilidades valiosas e atualizadas.

Setor de HVAC-R prevê faturamento de R$ 41 bilhões em 2024

No último trimestre de 2023, o Departamento de Economia e Estatísticas da ABRAVA realizou uma pesquisa com empresas dos setores representados, o estudo apresenta que os R$ 36,9 bilhões faturados por essas empresas no ano passado têm tudo para evoluir perto de 12% ao longo de 2024, período para o qual se prevê R$ 41,3 bilhões de negócios a serem fechados pela área em todo o país, na somatória entre produção, venda de equipamentos e serviços relacionados a instalação e manutenção.

No ranking das áreas com maior variação positiva este ano a liderança apontada pelo levantamento fica com a de instalação e manutenção de sistemas centrais de ar-condicionado, ventilação e refrigeração, cujas vendas devem subir dos R$ 6,36 bilhões de 2023 para R$ 8,02 bi em 2024, representando, portanto, um crescimento de 26%.

Vem em seguida o segmento de manutenção e reparação de máquinas e aparelhos de refrigeração e ventilação para uso industrial e comercial, com uma variação positiva da mesma ordem (26%).

Já o comércio do HVAC-R, cresceu 10% no geral no ano passado e tem tudo para repetir tal desempenho no ano em curso.

Em contrapartida, fica entre 7% e 8% a expansão aguardada para 2024 nos segmentos de fabricação de compressores; aparelhos e equipamentos para instalações térmicas; fabricação de máquinas e aparelhos de refrigeração e ventilação para uso industrial e comercial.

O anúncio foi feito no evento ABRAVA de Portas Abertas, a expectativa de faturamento considera fatores como as altas temperaturas, novas tecnologias, novos empreendimentos comerciais, avanço das construções e a recuperação gradual no consumo das famílias como fator principal

“A ABRAVA entende que o ano de 2024 acusará crescimento em todos os segmentos que representa, em relação ao ano anterior. Esse otimismo está baseado nas questões das manutenções relacionadas às temperaturas elevadas, com a necessidade de rever e promover adequações em sistemas de refrigeração e ar-condicionado, de maneira que apresentem maior eficiência energética, menor consumo de energia, utilização de gases refrigerantes mais adequados que provoque menor aquecimento global e o olhar para a inteligência artificial, que cada vez mais se torna presente nos equipamentos e sistemas do setor HVAC-R”, destaca Arnaldo Basile, presidente executivo da ABRAVA.

Climas favoráveis no setor do ar-condicionado

Como era de se esperar, um dos motivos determinantes para uma expectativa de faturamento acima de R$ 40 bi para o HVAC-R em 2024 é o prolongamento até abril previsto pelos meteorologistas para o fenômeno El Niño, assim como a tendência de termos novamente um ano de altas temperaturas, a exemplo de 2023, quando foi atingido um recorde histórico de calor mundo afora.

Quanto aos aspectos econômicos, Arnaldo Basile, destaca o ritmo de recuperação do setor do ar condicionado , que após o pico de 5,4 milhões de unidades produzidas em 2021, houve uma queda em 2022, voltando a crescer em 2023, chegando a 4,5 milhões em 2023. De acordo com a pesquisa a estimativa para venda de unidades de split em 2024 é de aproximadamente 4, 9 milhões de unidades.

“Além disso, as fortes oscilações de consumo percebidas pelo segmento durante a pandemia ficaram para trás, ao mesmo tempo em que os preços subiram em 2023 acima de 23%, produtos cada vez mais eficientes no tocante ao consumo energético”, aponta o presidente executivo da ABRAVA.

Também anima o setor, segundo ele, a demanda reprimida, inclusive nas classes A,  B1 e B2, nas quais a penetração do ar-condicionado ainda se limita, respectivamente, a 61,2%, 45,3% e 30,1%. “Considerando todas as faixas de consumidores esse índice impressiona mais ainda, pois não passando dos 16,7%, o que pressupõe um grande espaço ainda nas aspirações do consumidor brasileiro para esse tipo de aquisição.

Dentre os motivos para que isso ocorra, mesmo o ar-condicionado tornando-se um item fundamental ao conforto e bem-estar das famílias, ainda se encontra a falta de infraestrutura nos edifícios para a instalação desses equipamentos. “Tanto é que o país ganhou 23 milhões de domicílios em 12 anos e esse crescimento no campo da construção não vem se refletindo no nosso”, argumenta o dirigente, acreditando, porém, numa animadora tendência para a mudança desse quadro, no médio e longo prazo.

 

O evento tem o objetivo de fazer uma retrospectiva, apresentando os resultados do ano anterior e as tendências para o ano vigente.

Desafios e oportunidades para o HVAC-R em 2024

Setor enfrentará ano desafiador, mas promissor, com foco em sustentabilidade, eficiência energética e inovação tecnológica, prevê indústria.

Nem bem 2024 se iniciou e a indústria brasileira de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (HVAC-R, na sigla em inglês) já enfrenta um cenário desafiador, mas, por sinal, cheio de oportunidades.

O acesso a capital, a atração de investimentos estrangeiros, a necessidade de descarbonização e a incorporação de inovações tecnológicas definirão os caminhos do setor neste ano, conforme previsões de empresários do segmento.

Com um otimismo moderado, o mercado se prepara para não apenas crescer, mas também para liderar em termos de sustentabilidade e inovação tecnológica no cenário global.

Na avaliação do presidente-executivo da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), Arnaldo Basile, o setor experimentou um desempenho estável em 2023, influenciado pela cautela inicial com a nova gestão do governo federal e um crescimento modesto no segundo semestre.

“Para 2024, espera-se um crescimento contido, alinhado à economia em geral, com foco em segmentos específicos, como água gelada e sistemas centrais de ar condicionado”, diz.

Por conta das fortes ondas de calor, o mercado de mini-splits experimentou crescimento além da expectativa em 2023. E o nicho deverá continuar em franca expansão neste ano, tendo em vista que menos de 20% dos lares do País possui um aparelho de ar condicionado e o fenômeno El Niño.

Segundo o executivo, um dos grandes desafios atuais é a necessidade de tornar o Brasil num destino mais atraente para investimentos externos, especialmente em sistemas sustentáveis.

As iniciativas das empresas apontam para um futuro onde o setor não só responde às necessidades imediatas, mas também contribui ativamente para soluções ambientais e econômicas mais amplas.

Nesse sentido, Basile destaca as oportunidades emergentes, como a melhoria da qualidade do ar interno e os processos de descarbonização, que se alinham com tendências globais.

“A modernização (retrofit) de sistemas existentes para modelos mais sustentáveis e eficientes é vista como caminho fundamental para o crescimento da nossa indústria”, afirma.

Afinal, a proteção da camada de ozônio e as mudanças climáticas estão impulsionando a demanda no setor, com a indústria se comprometendo a trabalhar com instituições governamentais e outras entidades para contribuir com soluções ambientalmente responsáveis.

Embora não sejam nenhuma novidade, tecnologias como bombas de calor e automação são apontadas como tendências significativas para 2024. “Ambas as inovações prometem maior eficiência energética e desempenho otimizado dos sistemas”, diz.

As mudanças regulatórias, especialmente aquelas ligadas a regulamentações ambientais, estão redefinindo o mercado frio, que parece estar no limiar de uma era de crescimento e transformação.

Devido à implementação da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal neste ano, o Brasil vai congelar as importações dos hidrofluorcarbonos (HFCs) de alto potencial de aquecimento global (GWP), como o R-404A e R-410A, com base na média de consumo registrada entre 2020 e 2022.

Para Paulo Neulaender Junior, da Frigga Refrigeração, a inovação tecnológica, especialmente em termos de fluidos refrigerantes ecológicos e eficiência energética, será crucial em 2024.

“As mudanças climáticas estão aumentando a demanda por soluções de refrigeração e ar condicionado e trazendo novas regulamentações”, diz o empresário, enfatizando que o comércio está se adaptando a essas mudanças, focando na destinação correta dos fluidos refrigerantes e na promoção de equipamentos mais eficientes.

“O ano de 2023 foi bom para o comércio de refrigeração, embora tenhamos enfrentado margens apertadas e alta carga tributária. Para 2024, as expectativas giram em torno de continuar atendendo aos clientes com preço competitivo, agilidade e informação precisa”, revela.

“O aumento do consumo em supermercados, restaurantes e padarias, impulsionado pelo aumento do poder aquisitivo, além de uma demanda crescente devido a temperaturas extremas, promete expandir ainda mais o mercado”, acrescenta.

Entretanto, olhando para 2024, o setor continua enfrentando desafios significativos, como impostos elevados, problemas logísticos e a escassez de mão de obra qualificada. “Além disso, a falta de componentes permanece como uma barreira”, adverte Neulaender.

Já as indústrias de câmaras frias e de ar-condicionado se preparam para um crescimento robusto em 2024. “Com o fim da pandemia, setores como bares, restaurantes e hotéis estão se reerguendo, criando uma demanda crescente por pequenas infraestruturas de refrigeração”, analisa o diretor comercial da Isocold, Edson Girelli.

“O Brasil hoje tem uma carência enorme de pequenos equipamentos de qualidade em pequenas capacidades comerciais, e o fornecedor que se atentar a isso sairá na frente”, completa.

E as temperaturas elevadas e mudanças climáticas continuarão fomentando o segmento de climatização. Em geral, as indústrias do setor estão aumentando os estoques e ampliando a capacidade produtiva, buscando atender a alta demanda dos consumidores por produtos eficientes e tecnologicamente inovadores.

De maneira geral, o ano de 2024 representa para os fabricantes de ar-condicionado um período de expansão e inovação. Com novos produtos, investimentos em tecnologia e um compromisso inabalável com a eficiência energética, as indústrias do setor parecem estar prontas para atender às necessidades emergentes de um mercado em constante mudança.

Enfim, o HVAC-R brasileiro como um todo tem diante de si um caminho repleto de potencialidades. A capacidade de navegar nesse mercado será determinada pela habilidade das empresas em inovar, adaptar-se a um clima em mudança e superar desafios operacionais.

Com um compromisso renovado com a sustentabilidade e a eficiência, o setor pode não apenas prosperar economicamente, mas também contribuir de forma significativa para um futuro mais descarbonizado.

UFMG lança especialização em Energia e Utilidades em Processos Industriais

Até 8 de fevereiro, estarão abertas as inscrições para o primeiro processo seletivo do curso de Especialização em Energia e Utilidades em Processos Industriais, da Escola de Engenharia da UFMG.

Neste primeiro semestre de 2024, serão ofertadas 36 vagas. O curso visa à formação de especialistas capacitados para resolver problemas relacionados aos processos industriais das empresas e ao trabalho com refrigeração industrial, torres de resfriamento, geração de vapor, escoamentos de fluidos, tratamentos de água e esgoto, entre outros.

O curso será ministrado de forma semipresencial, com aulas na UFMG (sextas-feiras à noite e sábados em dois turnos), visitas técnicas, atividades laboratoriais, dinâmicas de grupo, estudo de casos e aulas remotas por plataforma digital.

Serviços essenciais

De acordo com o coordenador do curso, professor Luiz Carlos Santos, o público-alvo é composto de profissionais de serviços essenciais da rotina de condomínios, parques de diversões, hospitais, shoppings e do ramo industrial. Os temas envolvem gestão energética, geração de vapor, refrigeração, tratamento de água, ar comprimido, controle de fluxo de gases e sistemas de fluido térmico.

Luiz Carlos Santos informa ainda que o curso tem enfoque no embasamento estatístico do profissional, no desenvolvimento, na leitura e na interpretação de desenhos de projetos de processos industriais e ainda na segurança dos processos industriais e da gestão de pessoas.

Convenção coletiva no Rio Grande do Norte

Na última terça-feira (30/01) no Rio Grande do Norte, ocorreu as negociações para a aprovação da convenção coletiva das categorias ligadas ao Sindicato dos Trabalhadores em Mecânica, Refrigerista, Técnicos de Lavadora e Ar Condicionado, Refrigeração Veicular em Geral, Consultores Técnicos em Vendas de Peças de Refrigeração do RN.

A reunião resultou em um acordo satisfatório entre trabalhadores e empregadores. O ponto central das negociações foi o reajuste salarial, que ficou estabelecido em 5,5% para o piso salarial e 5% para as demais faixas salariais. Além disso, a cesta básica foi atualizada para R$ 220,00.

O vice-presidente da Fecomércio RN, Luiz Lacerda, destacou a importância do diálogo durante a reunião, afirmando: “Foi um momento de muitas conversas para termos um acordo bem-sucedido, e chegamos a um consenso que traz melhorias tanto para os empregadores quanto para os trabalhadores.”

Whirlpool investirá R$ 550 mi em fábricas de geladeiras e lavadoras no Brasil

A Whirlpool, detentora das marcas Brastemp e Consul, planeja investir R$ 550 milhões nos próximos três anos nas fábricas de Joinville (SC) e Rio Claro (SP), visando a produção de refrigeradores e lavadoras, respectivamente. Esse montante representa mais que o dobro do investimento anunciado em julho de 2021. O impulso para esta decisão é a conjunção de fatores, como a redução dos juros, recomposição da renda, crescimento populacional e a proximidade do fim da vida útil de metade dos eletrodomésticos nos lares brasileiros.

Gustavo Ambar, gerente-geral da Whirlpool no Brasil, destaca a reação gradual nas vendas desde o terceiro trimestre, impulsionada não apenas pela melhora na conjuntura econômica, mas também por uma campanha de reposicionamento da marca iniciada em setembro. A receita líquida consolidada da Whirlpool S.A. atingiu R$ 8,038 bilhões de janeiro a setembro, registrando um aumento de 2,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O executivo acredita que os próximos três anos serão menos desafiadores do que os dois últimos. Destaca a queda gradual dos juros como um elemento crucial para o aumento do consumo. Os investimentos planejados se concentrarão na eficiência das fábricas, automação, lançamento de produtos, pesquisas de mercado, tecnologia e flexibilidade fabril, especialmente para a produção de geladeiras, que possui uma ampla variedade de modelos.

Sobre o plano de reindustrialização do governo, ele considera positiva a sinalização, mas destaca a necessidade de medidas específicas para o setor de linha branca, como redução de carga tributária e melhorias na infraestrutura.

Fonte: Estadão

Instaladores comemoram agenda cheia, mas se preocupam com estoques

Profissionais entendem que demora para reposição de aparelhos pode gerar, no curto prazo, ociosidade no segmento.

Mesmo com a elevação dos preços dos equipamentos de ar-condicionado residenciais e comerciais, o mercado do frio tem aproveitado a explosão nas vendas de aparelhos para recuperar ainda mais o fôlego neste verão.

Impulsionado pelas altas temperaturas registradas no país no segundo semestre do ano passado, o segmento deve prosseguir crescendo mesmo após o fim da estação (20 de março), conforme projetam diversos players. Tal visão é corroborada por indústrias e varejistas. Com agenda cheia, os instaladores têm se desdobrado para atender à crescente base de clientes.

Por outro lado, a altíssima procura por aparelhos de ar-condicionado reduziu drasticamente os estoques nos distribuidores. Com isso, milhares de clientes estão tendo de guardar a reposição dos itens, já prejudicando o andamento do trabalho dos instaladores.

Embora otimista com o crescimento das vendas de ar-condicionado, Helena Bento Furtado, da Instala-Ar, de São Vicente (SP), preocupa-se que o mercado da Baixada Santista vem, como outras regiões do país, enfrentando escassez de estoque por alguns distribuidores, em função do considerável aumento da demanda nos últimos meses.

“Sem o fechamento da venda do produto, consequentemente a instalação não será realizada. Além disso, estamos com um aumento de 20% no volume de pedidos de reparos, limpeza e higienização dos equipamentos usados”, ressalta a empreendedora.

Igualmente preocupado, o proprietário da GLR Climatização, de Vitória (ES), Gabriel Loss, comenta que também há falta de equipamentos de ar-condicionado a pronta entrega, na região onde atua. “Dobrou a procura por novas instalações, mas como está bem difícil de conseguir aparelhos, isso vem afetando bastante o nosso segmento de instalação”, complementa.

O empreendedor relata que, em dias com temperaturas mais amenas, recebe em torno de dez ligações de clientes em busca de informações sobre instalações. Em dias quentes, como os registrados nos últimos meses, esse volume de consultas para orçamentos dobra.

Ainda que tenha registrado 80% de aumento na procura por novos equipamentos, a JH Clima, de São Bento do Sul (SC), está um pouco menos otimista. “O movimento começou a crescer ainda em dezembro de 2023, muito por causa das ondas de calor, mas a elevação dos preços assustou um pouco os clientes, e muitos decidiram deixar a compra para este ano, aguardando uma queda de preço”, afirma a diretora comercial e proprietária da empresa, Jessyka Horn.

Preços elevados

No atual cenário econômico brasileiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em dezembro, revelou um aumento expressivo nos preços dos aparelhos de ar-condicionado. Em outubro, os valores sofreram acréscimo de 6,09%, marcando a maior inflação para o produto nos últimos três anos.

A escalada dos preços não se restringiu a outubro, pois, em novembro, uma nova alta foi registrada, atingindo 4,22%. Esse panorama impactou diretamente o bolso dos consumidores, gerando preocupações e repercutindo em diversas regiões do país. Em Porto Alegre (RS), por exemplo, os preços do ar-condicionado apresentaram elevação de 2,08% em outubro, seguida por um aumento mais expressivo de 6,47% no mês subsequente.

De acordo com especialistas do setor, diversos fatores se entrelaçam para explicar essa escalada de preços. A seca histórica na região amazônica, tradicionalmente conhecida como produtora de eletroeletrônicos, exerceu papel crucial nesse contexto. A escassez de recursos hídricos afetou a produção e a distribuição desses equipamentos, impactando diretamente a oferta e, consequentemente, os preços no mercado.

Além disso, a recente onda de calor, que não se limitou apenas ao Sul do país, mas também atingiu outras regiões, como o Sudeste, contribuiu para a elevação da demanda por equipamentos. A busca por soluções para amenizar as altas temperaturas alavancou o mercado de ar-condicionado, gerando um aumento na procura que, por sua vez, influenciou os preços.

Nesse contexto, consumidores, varejistas e analistas econômicos observaram atentamente os desdobramentos dessa conjuntura, buscando compreender as tendências futuras e os possíveis impactos no mercado de eletrodomésticos.

Diferencial tecnológico

A elevação das vendas também ocorreu porque os consumidores estão dispostos a investir um pouco mais de recursos em soluções que proporcionem conforto térmico e sejam energeticamente eficientes e sustentáveis, a exemplo da tecnologia inverter. Ela se tornou um diferencial decisivo na escolha dos clientes, que acabam, no momento da compra, sendo orientados por vendedores ou instaladores.

Entre as vantagens desse sistema está a sua capacidade de ajustar automaticamente a potência do compressor conforme a necessidade de refrigeração, alinhando-se à crescente conscientização ambiental, tornando-se um diferencial decisivo na escolha dos consumidores.

Ao mesmo tempo, a conectividade e a inteligência artificial estão redefinindo a experiência dos usuários de ar-condicionado. Termostatos inteligentes, que aprendem padrões de comportamento e adaptam-se automaticamente, e a possibilidade de controle remoto via aplicativos estão cada vez mais transformando o ato de climatizar ambientes em uma experiência personalizada e eficiente.

Atentos a essas mudanças de preferências, os varejistas já incorporaram estratégias que vão além dos descontos tradicionais. Pacotes promocionais que incluem serviços de instalação e garantias estendidas se destacam como diferenciais competitivos, conquistando a confiança e fidelidade dos consumidores.

Quanto às perspectivas para os próximos meses, o cenário permanece sujeito a uma série de variáveis que podem influenciar a trajetória dos preços dos aparelhos de ar-condicionado no Brasil. A interação entre fatores climáticos, condições de oferta e demanda, bem como eventos econômicos, desempenhará um papel determinante nesse panorama.

A continuidade da seca na região amazônica pode manter a pressão sobre a produção de eletroeletrônicos, afetando a oferta desses produtos no mercado. Se a escassez de recursos hídricos persistir, é possível que os custos de produção e logística permaneçam elevados, contribuindo para a manutenção ou até mesmo o agravamento das altas nos preços.

Adicionalmente, as condições climáticas, como ondas de calor, continuarão a influenciar a demanda por ar-condicionado. Caso o país enfrente um verão mais intenso, a procura por esses equipamentos pode se manter alta, exercendo pressão adicional sobre os preços. Contudo, é importante considerar que fatores sazonais, como a mudança de estações, também podem influenciar a dinâmica do mercado.

Eventos econômicos globais, como variações nas cadeias de suprimentos – incluindo falta de microprocessadores – e oscilações nas taxas de câmbio, podem adicionar uma camada de complexidade às tendências de preços. A interconexão entre a economia brasileira e os mercados internacionais pode amplificar ou mitigar os impactos locais, dependendo das circunstâncias.

Portanto, a evolução dos preços dos aparelhos de ar-condicionado, nos próximos meses, dependerá de uma combinação de fatores. Para quem faz parte desta cadeia produtiva, a análise cuidadosa desses elementos e a monitorização constante do mercado continuarão a ser essenciais para compreender e antecipar possíveis mudanças, proporcionando uma base sólida para tomadas de decisões por parte dos consumidores e do setor empresarial.

ABRAVA de Portas Abertas

A Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA) dará início à sua agenda de eventos de 2024 com o “ABRAVA de Portas Abertas”. O evento, marcado para amanhã (30/01), será focado no tema “Perspectivas e Oportunidades para o Setor AVAC-R em 2024”.

O encontro espera receber representantes de empresas associadas e não associadas, setores clientes, parceiros, formadores de opinião e membros da imprensa. O objetivo principal da ação é apresentar o escopo de atuação da Associação, destacar as atividades realizadas em prol do setor em 2023 e fornecer insights sobre o planejamento para o ano corrente.

Os interessados em participar presencialmente devem realizar inscrição antecipada devido ao número limitado de vagas disponíveis na sede da ABRAVA. Já aqueles que optarem por acompanhar virtualmente poderão fazê-lo de forma gratuita através do canal da Associação no YouTube.

Johnson Controls avalia venda de ativos de HVAC

A multinacional Johnson Controls está considerando a venda de parte de seus ativos de HVAC, podendo incluir as operações da York International, adquirida em 2005, conforme relatório divulgado pela agência Bloomberg. Após a notícia, as ações da empresa fecharam em alta de 1,65%.

A Johnson Controls disse que estava avaliando formas de melhorar seus negócios, mas não comentou o relatório.

A empresa também está trabalhando em uma possível venda da maior parte de seu negócio de Tecnologias de Distribuição Aérea, que comprou por US$ 1,6 bilhão em 2014, disse o relatório.

A empresa prevê lucro ajustado abaixo das estimativas para o ano fiscal de 2024 em dezembro, pressionado pela fraqueza no mercado global de construção residencial.

Johnson também nomeou o veterano da empresa Marc Vandiepenbeeck como seu diretor financeiro no início deste mês.

Questionada sobre as colocações acima, extraídas da Bloomberg, a Johnson Controls-Hitachi Ar Condicionado Brasil nos enviou a seguinte resposta:

“Constantemente avaliamos opções de melhoria de nossos negócios e de atendimento aos nossos clientes; entretanto, nós não nos pronunciamos sobre rumores ou especulações de mercado.”

COB investirá R$ 290 mil em ar-condicionado nas Olimpíadas de Paris

O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) investirá pela primeira vez em ar-condicionado, após ser confirmada a possibilidade de os termômetros chegarem aos 40ºC durante as Olimpíadas de Paris, em 2024.

Diante da falta de climatizadores fornecidos pelo Comitê Organizador, o COB optou por desembolsar cerca de R$ 290 mil para instalar aparelhos nos quartos ocupados pelo Time Brasil na Vila Olímpica.

A medida visa assegurar condições adequadas de descanso para os atletas, considerando as altas temperaturas registradas nos últimos verões franceses.

Apesar dos esforços do Comitê Organizador em projetar prédios sustentáveis, o COB considera crucial priorizar o conforto térmico dos atletas durante o evento.

A Vila Olímpica está localizada na região metropolitana de Paris, e, embora o Comitê Organizador tenha apresentado um plano de condicionamento por geotermia, o COB optou por garantir temperaturas entre 23ºC e 26ºC nos quartos para evitar riscos à saúde dos atletas.