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Conectando mulheres do setor de HVAC-R

Plataformas e iniciativas empresariais abrem caminhos para que mais mulheres ingressem e prosperem em um setor tradicionalmente dominado por homens.

Nas últimas décadas, houve uma crescente conscientização global sobre a importância da equidade de gênero em todos os setores da sociedade, alcançando o mercado de HVAC-R no Brasil há aproximadamente cinco anos. O empoderamento feminino no setor de HVAC-R tem ganhado força nos últimos anos, impulsionado significativamente pelas redes sociais e grupos empresariais focados em promover a inclusão e a diversidade.

Neste cenário, as plataformas digitais tornaram-se ferramentas significativas para conectar mulheres no setor de HVAC-R, permitindo a troca de experiências, conhecimentos e oportunidades. Grupos no WhatsApp, Facebook, LinkedIn, e Instagram, além de canais no YouTube dedicados ao tema, têm proliferado, oferecendo oportunidades para discussão, aprendizado e suporte mútuo, permitindo compartilhar suas histórias de sucesso, desafios superados, experiências profissionais e pessoais, inspirando outras a perseguirem suas carreiras no setor.

“Vejo muitos avanços através de eventos e movimentos para discutirmos o tema, como o Grupo Elas no AVAC-R e o Comitê de Mulheres da Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento), atualmente os mais representativos em nosso setor”, revela Graciele Davince, empresária, mentora da Rede Mulher Empreendedora e diretora da Eletrofrigor.

“Muitas mulheres começam a empreender em nosso segmento como parceiras de maridos profissionais. Os grupos que vêm sendo formados e os inúmeros eventos promovidos tem gerado senso de pertencimento e mais segurança, como também a busca por qualificação técnica e em gestão, e consequentemente, ao longo do tempo, esses movimentos geram também melhor qualidade de vida para ela e sua família. Fico feliz em pode viver esse momento de tanta transformação para todas nós, mulheres, e poder ouvir relatos em muitas conversas de avanços, e numa pequena porção, poder inspirar mais e mais mulheres a buscarem seu espaço em qualquer segmento. Sabemos que o caminho é longo, no entanto, vejo grandes avanços nos últimos anos, alavancados pelos movimentos femininos que dão visibilidade ao tema, pela questão da diversidade estar em evidência, além dos indicadores do sucesso da produtividade e do bom resultado em empresas que tem a mulher e a diversidade em seus quadros. A pandemia trouxe à tona grandes desafios para as mulheres que são mães, e nesse campo é necessário criar iniciativas públicas, com alcance em massa, que possam acolher as crianças em período escolar, num ambiente educativo de qualidade e segurança, para que mais mulheres tenham acesso ao trabalho, benefícios esses não só para o mercado de HVAC-R”, acrescenta Graciele.

Graciele Davince, mentora da Rede Mulher Empreendedora e diretora da Eletrofrigor

Neste contexto, as redes sociais facilitaram a mentoria e o networking entre mulheres, desde estudantes que buscam orientação até profissionais experientes dispostas a compartilhar seus conhecimentos.

Movimentos expressivos de dois grupos do setor, como o Comitê de Mulheres da Abrava e o Grupo Elas no AVAC-R, chamam a atenção com iniciativas específicas para capacitar mulheres em habilidades técnicas e de liderança, preparando-as para cargos de responsabilidade.

“O fato de o tema equidade de gênero estar entre os ODSs (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) que compõe a Agenda 2030, proposto pela ONU (Organização das Nações Unidas) e firmado por diversos países – entre eles o Brasil, seguramente fortaleceu as ações relacionadas a ele, trazendo as discussões para fóruns de maior importância e representatividade. O setor HVAC-R, assim como diversos setores da economia brasileira e mundial, vem se esforçando para tratar o tema da equidade de gênero com ações mais efetivas do que no passado, quando já se falava sobre o assunto, mas nenhuma atitude era tomada em relação a ele. Considero que, especificamente em nosso setor, este movimento vem ganhando força desde 2018, quando pela primeira vez em uma premiação do setor as mulheres deixaram de ser apenas homenageadas e passaram a ser indicadas aos prêmios – podendo mostrar que estavam qualificadas e preparadas para integrar o grupo dos profissionais de referência do nosso setor. Desde este acontecimento, muitos movimentos liderados por mulheres se formaram e as ações em prol do tema só aumentaram. Posso dizer que a evolução não é na velocidade que eu gostaria, mas ela está sendo construída de maneira sólida em nosso setor, que para mim é o que fará a diferença no futuro, não pode ser apenas ‘modinha’ se queremos um cenário diferente lá na frente. Acredito que as ações acabaram sendo muito impactadas com a pandemia da Covid, não só impedindo a evolução do tema, mas em alguns casos, como podemos ver em dados estatísticos disponíveis, houve retrocessos, um triste exemplo disso é o aumento da violência doméstica. Felizmente, acredito que as ações estão de volta ao seu curso normal, e que com o trabalho e a união de mulheres e homens, em prol deste assunto tão importante para o desenvolvimento sustentável da nossa sociedade, teremos uma realidade diferente num futuro próximo”, diz Priscila Baioco, presidente do Comitê de Mulheres da Abrava.

Idealizado e encabeçado por Carmosinda Santos, o Grupo Elas no AVAC-R, representa uma iniciativa pioneira e inspiradora focada no empoderamento feminino dentro do setor, surgindo como plataformas de apoio, networking, desenvolvimento profissional e promoção da inclusão e diversidade na indústria.

“O Grupo Elas no AVAC-R e iniciativas semelhantes desempenham um papel na transformação do setor, tornando-o mais inclusivo e diversificado. Ao oferecer apoio, recursos e uma voz para mulheres do setor, esses grupos não apenas empoderam as participantes, mas também indicam caminhos para uma indústria mais inovadora e resiliente. A presença e o sucesso de tais grupos evidenciam uma mudança positiva, refletindo um futuro no qual o gênero não define a capacidade profissional ou as oportunidades de carreira. O Elas no AVAC-R foi criado com a intenção de promover um ambiente inclusivo e acolhedor para mulheres no nosso setor, incentivando-as a seguir carreiras técnicas e de engenharia, além de facilitar o networking entre essas profissionais, desde estudantes a cargos expressivos, como também, oferecer oportunidades de mentoria para o desenvolvimento de carreira”, afirma Carmosinda.

Carmosinda Santos, idealizadora do Grupo Elas no AVAC-R

Esforços e ações

Os esforços para promover o empoderamento feminino no HVAC-R têm contribuído para aumentar a representação feminina no setor, embora ainda haja um longo caminho a percorrer. As mulheres que atuam na área relatam uma maior sensação de pertencimento e reconhecimento, além de uma mudança gradual nos ambientes de trabalho, que estão se tornando mais inclusivos e receptivos à diversidade.

“Considero que mapear as mulheres do setor, identificando quais eram suas necessidades e seus anseios profissionais, tenha sido uma das ações mais importantes, pois a partir disso, conseguimos desenhar no Comitê de Mulheres da Abrava, todos os planos e iniciativas construindo um calendário de atividades que efetivamente pudesse contribuir com o desenvolvimento profissional e pessoal destas mulheres. Com um projeto sólido, obtivemos apoio de outras entidades do setor e também, entidades e sindicatos em sinergias com HVAC-R, bem como escolas técnicas e movimentos internacionais que estão trabalhando em prol da equidade de gênero”, comenta Priscila.

Priscila Baioco, presidente do Comitê de Mulheres da Abrava

Ela diz que, desde 2019, foram muitas conquistas relevantes, mas três delas merecem um destaque especial:

– Em uma parceria entre o MMA, GIZ e SENAI Ocar Rodrigues Alves o Comitê de Mulheres montou a primeira turma feminina para o curso de Boas Práticas para melhor contenção de HCFC R-22 em Sistemas de Ar Condicionado;

– Em parceria com mídias do setor, oito artigos técnicos foram publicados no ano de 2023, escritos por mulheres voluntárias;

– Em 2024; temos mulheres integrando a diretoria das principais entidades e sindicatos do setor HVAC-R;

“Também conseguimos manter no calendário da Febrava, o Encontro Nacional de Mulheres do setor AVAC-R, atraindo mais de 200 profissionais, que contou com a participação especial de Chieko Aoki, CEO do grupo Blue Tree Hotels. São inúmeras as conquistas, muitas mulheres impactadas e muito trabalho realizado e ainda por realizar” comemora a presidente do Comitê de Mulheres da Abrava.

Ela acrescenta que o Comitê de Mulheres da Abrava seguirá trilhando esta jornada durante os próximos anos: “Mas em 2024, teremos um novo marco, no V Encontro Nacional de Mulheres, dirigido pelo novo grupo de liderança que assumirá a próxima gestão, contando com Juliana Reinhardt como presidente, e Ana Carolina Rodrigues Sousa, como vice-presidente”.

De acordo com Carmosinda, grupos como Elas no AVAC-R promoveram o networking entre mulheres, desde estudantes que buscam orientação até profissionais experientes dispostas a compartilhar seus conhecimentos através de conteúdos educativos sobre técnicas, tecnologias emergentes e melhores práticas no HVAC-R, contribuindo para o desenvolvimento profissional contínuo, além da ajuda mútua e troca de informações entre as profissionais que participam ativamente.

“Além das redes sociais, o Grupo segue engajado em promover workshops, seminários e cursos de formação específicos para ajudar as mulheres a adquirir novas habilidades e avançar profissionalmente. Uma das maiores conquistas foi a premiação do ‘Agora é que são Elas- Mulheres no AVAC-R’, realizada em 2018, na Fiesp, que expôs ao mercado a atuação da mulher no setor, abrindo caminho para discussão sobre o empoderamento feminino. Através do Elas no AVAC-R, o grupo chamou a atenção de empresas e organizações do setor para implementação de programas e iniciativas em promover a diversidade e a inclusão, além de recursos internos para mulheres, oferecendo um fórum para discussão, compartilhamento de recursos e apoio profissional. Ressalto ainda as colaborações com escolas técnicas para encorajar e apoiar mulheres que desejam entrar no setor”, esclarece Carmosinda.

Graciele comenta sobre a rede de mulheres Brasil afora que apoiam as ações do setor de HVAC-R para maior representatividade feminina: “Admiro muito o trabalho da Ana Fontes, da Rede Mulher Empreendedora, que tem grande abrangência nacional, integrando ações junto ao setor de HVAC-R através de sua rede de relacionamentos, além dos movimentos no nosso segmento, com o Grupo Mulheres do Brasil, que atua no país e em vários outros do mundo, e atende as mulheres em várias frentes”.

Comitê de Mulheres da Abrava

Desafios

Priscila destaca um dos principais desafios nos últimos três anos para manter o engajamento das mulheres, homens e empresas com as iniciativas em prol da equidade de gênero frente à pandemia: “Em particular, para nós do setor HVAC-R, tivemos que trabalhar muito para abrir espaço e trazer essa pauta para discussão, buscar o apoio das empresas e das entidades do setor, o que exigiu de nós um plano detalhado para mostrar que esta iniciativa era importante e benéfica para o setor, com a dedicação de várias mulheres, que de maneira voluntária, se propuseram a fazer isso pelo bem comum”.

Embora ainda haja disparidades significativas, incluindo representação política, igualdade salarial e acesso a oportunidades educacionais e econômicas, Graciele se mantém otimista: “Desde 2010, quando a ONU criou a Entidade das nações Unidas para a Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), incorporando o UNIFEM (assistência financeira e técnica para promover o fortalecimento da mulher e a igualdade dos gêneros), a pauta ganhou expressão internacional, fazendo com que as empresas e grandes corporações abrissem espaço para as mulheres. Acredito que essa foi uma grande iniciativa e tem trazido grandes conquistas nos últimos anos, com muitas gigantes do setor de HVAC-R incluindo mais mulheres em seus quadros de profissionais, porém, ainda precisamos trabalhar as questões da melhoria na igualdade salarial, programas de apoio a maternidade mais longos e linhas de crédito para microempresárias como o Fundo Dona de Mim”.

Para Carmosinda, desafios ainda persistem, incluindo a necessidade de combater estereótipos de gênero, garantir igualdade de oportunidades e remuneração, e continuar a criar ambientes de trabalho que suportem a inclusão de todos dentro da sociedade e não só no segmento de HVAC-R.

“Algumas empresas do nosso setor aderiram a Agenda 2030 e olham para o tema com carinho e cuidado, porém, muitas só cumprem a agenda e não têm uma liderança comprometida com o tema equidade de gênero. E devemos lembrar também, a inclusão dos homens no assunto. A realidade é que ainda temos um número de mulheres inexpressivo da presença feminina no setor em comparação a atuação dos homens, por isso, precisamos cada vez mais oferecer apoio e recursos para essas mulheres, não apenas para empoderar as participantes, mas também auxiliar no caminho para uma indústria mais inovadora e resiliente. A presença e o sucesso de tais grupos evidenciam uma mudança positiva, refletindo um futuro próspero, em defesa da capacidade profissional ou as oportunidades de carreira”, conclui Carmosinda.

Grupo Elas no AVAC-R

Conferência sobre tratamento de águas para HVAC-R em Porto Alegre

No dia 21 de março, a sede da ASBRAV será palco da IV Conferência Nacional de Tratamento de Águas (CONATRAT), organizada pelo Comitê Nacional de Tratamento de Águas da ABRAVA em parceria com a ASBRAV. O evento reunirá especialistas para discutir a importância do tratamento de águas nos sistemas de climatização, com ênfase em eficiência energética, sustentabilidade e economia financeira, sob a ótica do ESG.

A programação inclui sete palestras divididas em dois painéis, ministradas por profissionais renomados no segmento de tratamento de águas, e um estudo de caso real de um shopping. Ao final de cada período, será realizada uma mesa-redonda para troca de informações sobre os temas abordados.

Copeland inaugura laboratório de inovação na Itália

A Copeland anunciou a inauguração do Laboratório de Inovação – Copeland Innovation Lab, na cidade de Belluno, Itália. O novo espaço, com mais de 1.000 metros quadrados, está dedicado à pesquisa e desenvolvimento dos produtos da Copeland Controls, focando na máxima eficiência energética em sistemas de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (HVAC-R).

O espaço inclui salas de última geração para pesquisa e desenvolvimento, como laboratórios de inovação para testes de equipamentos, testes de aplicações em condições reais para supermercados e lojas de conveniência, uma câmara climática para avaliar equipamentos em diferentes temperaturas, além de uma área externa para testes em aplicações reais e uma área de hospitalidade para engajamento e treinamento de clientes.

Sandro Matic, presidente da Copeland na Europa, ressaltou a importância deste lançamento para o compromisso da empresa com a sustentabilidade e a descarbonização em escala, enfatizando seu impacto não apenas para os clientes, mas também para o planeta.

A instalação visa elevar o padrão de inovação de seus produtos, permitindo que a equipe em Belluno antecipe as demandas do mercado mundial ao desenvolver soluções sustentáveis orientadas para o futuro.

Dow obtém certificação de sustentabilidade para fábricas no Brasil

A Dow obteve a certificação International Sustainability and Carbon Certification (ISCC PLUS) para suas fábricas brasileiras de Óxido de Propileno/Propilenoglicóis e soda cáustica em Aratu (BA) e Guarujá (SP), respectivamente, tornando-se as primeiras unidades na América Latina a conquistarem esse reconhecimento.

A certificação ISCC PLUS valida o processo implementado pela Dow nessas instalações, que substitui materiais e energia de origem fóssil por matérias-primas alternativas e fontes de energia renovável. A obtenção do certificado seguiu uma auditoria externa conduzida por uma empresa independente.

Leonardo Censoni, diretor comercial do negócio de Poliuretanos da Dow para a América Latina, destaca: “Nossa missão em sustentabilidade visa oferecer soluções que reduzam as emissões de carbono e o consumo de recursos, impulsionando a circularidade e agregando valor aos nossos clientes e à sociedade. A certificação ISCC PLUS acelera esse compromisso, alinhando nossas ações e estratégias globais com as demandas locais.”

O ISCC PLUS é uma certificação internacional que assegura cadeias de suprimentos rastreáveis e sustentáveis em termos ambientais, sociais e econômicos, abrangendo matérias-primas biológicas, como produtos agrícolas, e matérias-primas circulares, como resíduos e reciclados.

Na Dow, a qualificação foi alcançada por meio do balanço de massa, uma técnica que comprova o uso de matérias-primas alternativas e renováveis em escala no setor químico. Thales de Oliveira, líder de sustentabilidade para as Américas da Dow Poliuretanos, afirma: “A certificação ISCC PLUS é um avanço significativo rumo a produtos mais sustentáveis para os mercados finais na América Latina, reforçando nosso compromisso com a sustentabilidade.”

A conquista do ISCC PLUS faz parte do compromisso da Dow em certificar todas as suas instalações do Negócio de Poliuretanos, que incluem a produção de vinil de cloro-álcali, óxido de propileno e propilenoglicol em todo o mundo. Mais de dez plantas do Negócio já receberam a certificação, incluindo instalações nos EUA e na Europa.

As unidades certificadas com a ISCC PLUS são responsáveis pela produção de tecnologias destinadas a diversos mercados, como automotivo, construção, consumo, alimentício, fragrâncias, farmacêutico, papel e celulose, cuidados domésticos e industrial.

Mulheres do setor se reúnem em evento temático

O “V Encontro Nacional de Mulheres do Setor AVACR”, organizado pelo Comitê de Mulheres da ABRAVA, reuniu mais de 100 profissionais, entre homens e mulheres,  atuantes nos setores de ar-condicionado e refrigeração.

Realizado no último sábado, 09 de março, na Fatec Itaquera em São Paulo, o evento proporcionou um espaço de disseminação de informações relevantes através de palestras, painel empresarial, troca de experiências e networking.

Juliana Reinhardt abriu a programação com a palestra “Os 4 mitos na carreira das mulheres – estudo da McKinsey”, oferecendo percepções sobre tendências comportamentais e presença feminina nas empresas. Em seguida, o Painel Empresas, conduzido por Ana Carolina Rodrigues, debateu o tema “Flexibilidade no momento de transição do mercado”, contando com a participação de Arnaldo Basile (ABRAVA), Danilo (Gestor Nacional Comercial da SicFlux), Dominique Lemes Chagas (Coordenadora de Marketing na Klimatix) e Marta Castro (Diretora Financeira da Trane Brasil).

O encerramento do Encontro ficou por conta da palestra de Isabel Tünas, CEO da Facilitoy, que discutiu “Como alcançar o sucesso profissional após a maternidade”, consolidando o evento como um espaço de diálogo e aprendizado para profissionais do setor.

Vamos falar sobre óleo lubrificante?

As adaptações essenciais na mudança de óleo do sistema frigorífico envolvem sua seleção cuidadosa, definição adequada, execução correta dos procedimentos, monitoramento da temperatura e capacitação contínua da equipe.

Os óleos lubrificantes utilizados em sistemas de refrigeração desempenham um papel de extrema importância na lubrificação do compressor e na eficiência geral do sistema, evitando o desgaste prematuro e o superaquecimento. Diferentes tipos de compressores e refrigerantes podem requerer óleos específicos, pois a combinação adequada previne sérios problemas em equipamentos da cadeia do frio. A incompatibilidade entre essas substâncias pode levar à formação de ácidos, corrosão, lubrificação insuficiente, carbonização do óleo e danos irreversíveis ao compressor, podendo resultar na inutilização de componentes ou da máquina inteira.

Apesar de os fabricantes fornecerem manuais com informações sobre o assunto, equívocos na execução dos serviços ainda ocorrem, o que, idealmente, não deveria acontecer. Por isso, investir tempo e recursos nesses aspectos contribuirá significativamente para a eficiência operacional e a vida útil prolongada do sistema frigorífico.

Atualmente, o mercado oferece diversos tipos de óleos lubrificantes, como Óleo Mineral (MO), Polioléster (POE), Alquilbenzeno (AB), Poliolester e Alquilbenzeno (POE/AB), Polialquileno Glicol (PAG) e Polivinil Éter (PVE), cada um deles destinado a uma aplicação específica, com características essenciais distintas, incluindo viscosidade, miscibilidade, floculação e umidade, que determinam sua adequação para diferentes usos.

Óleos Minerais (MO) são derivados do petróleo e são amplamente utilizados em sistemas de refrigeração. A mudança de óleo mineral deve ser feita de acordo com o intervalo recomendado pelo fabricante, sempre verificando sua viscosidade e especificações.

Os óleos Polioléster (POE) são sintéticos e compatíveis com uma variedade de refrigerantes. São frequentemente utilizados em sistemas de ar condicionado e refrigeração. Ao trocar de óleo mineral para POE, por exemplo, é necessário limpar completamente o sistema para evitar incompatibilidades. Certifique-se de seguir as orientações do fabricante para a drenagem e recarga.

Óleos Alquilbenzeno (AB) são sintéticos e adequados para sistemas que utilizam HCFCs e alguns HFCs. Recomendações do fabricante para a transição de óleo é de extrema importância para o bom funcionamento do sistema.

Óleos Poliolester e Alquilbenzeno (POE/AB) são misturas que podem ser usadas para combinar as vantagens de ambos os tipos. Certifique-se de que a mistura seja compatível com os componentes do sistema. O procedimento de troca deve levar em consideração as características específicas da mistura.

Óleo Polialquileno Glicol (PAG) é um lubrificante sintético formulado para operar sob altas cargas e temperaturas e pode ser utilizado em todos os compressores. Uma de suas características é o aumento na durabilidade dos equipamentos e maior economia de combustível e confiabilidade operacional.

Polivinil Éter (PVE) é um óleo sintético desenvolvido especialmente para aplicações em compressores herméticos para sistemas de refrigeração. Este produto oferece diversas vantagens em aplicações que utilizam os fluidos refrigerantes HFC.

“Favorecer o resfriamento, proteção contra ferrugem e vedação são algumas das vantagens ao selecionar produtos de qualidade para os equipamentos. Lubrificantes de alta performance garantem ciclos de vida estendidos, permitindo operação por longos períodos sem a necessidade de trocas frequentes. Os compressores são equipamentos fundamentais em diversos setores da indústria brasileira, atuando no fornecimento de ar ou gás para uma variedade de processos.

Assim como o coração é vital para o funcionamento do corpo humano, os compressores exigem cuidados especiais, especialmente no que diz respeito à lubrificação. Esses equipamentos dependem do lubrificante para desempenhar suas funções. Alguns produtos favorecem o resfriamento, vedação e lubrificação dos componentes internos da máquina, melhorando sua eficiência operacional”, afirma Luiz Maldonado, CEO da Lubvap Special Lubrificants, empresa de distribuição e soluções em lubrificação industrial.

Lubrificantes de alta performance garantem ciclos de vida estendidos, permitindo operação por longos períodos sem a necessidade de trocas frequentes.

Ele orienta ainda que, a escolha do lubrificante ideal requer uma consideração cuidadosa do ambiente ao qual ele está exposto. Fatores como umidade, altas temperaturas, gás e ar comprimido, partículas de metal, solubilidade do gás e superfícies de descarga quentes devem ser levados em conta.

“Um lubrificante eficaz deve oferecer estabilidade à oxidação, proteção contra desgaste e corrosão, bom desempenho em amplas faixas de temperatura, longa vida útil e capacidade de resfriar o gás refrigerado durante a compressão, além de vedar contra vazamentos do fluido refrigerante. Ao selecionar um lubrificante, é essencial consultar as recomendações do fabricante do equipamento, pois alguns exigem o uso de uma marca específica como condição de garantia. Mudanças de marca só devem ser consideradas após o término do período de garantia”, explica Maldonado.

Diretrizes gerais para a adaptação de sistemas

A adaptação de sistemas de refrigeração envolve considerações importantes para garantir o desempenho eficiente e a conformidade com regulamentações ambientais.

Hoje, existe uma maior variedade de fluidos refrigerantes em uso e, por isso, é preciso estar atento a sua compatibilidade com os diferentes tipos de óleo lubrificante. Vale lembrar que a compatibilidade entre esses dois elementos é essencial para o bom funcionamento do compressor e para a vida útil de todo o sistema frigorífico.

Especialistas apontam algumas diretrizes gerais para a adaptação de sistemas e procedimentos gerais para a mudança de óleo:

– Desligue o sistema: Antes de qualquer trabalho, desligue o sistema de refrigeração para garantir a segurança durante a manutenção.

– Drenagem do óleo antigo: Remova completamente o óleo antigo do sistema. Pode ser necessário inclinar o compressor ou utilizar bombas de extração para garantir uma drenagem completa.

– Limpeza do sistema: Certifique-se de que o sistema esteja limpo e livre de contaminantes antes de adicionar o novo óleo.

– Adição do novo óleo: Adicione o óleo novo de acordo com as especificações do fabricante. Utilize o tipo e a quantidade corretos de óleo.

– Operação de vácuo: Após a mudança de óleo, realize um vácuo no sistema para remover qualquer umidade residual e gases não condensáveis.

– Verificação de vazamentos: Antes de colocar o sistema em operação, verifique se há vazamentos e corrija-os, se necessário.

– Monitoramento: Implemente sistemas de monitoramento para acompanhar a temperatura e a qualidade do óleo ao longo do tempo.

– Registros de manutenção: Mantenha registros detalhados de todas as mudanças de óleo e manutenções realizadas no sistema.

Bitzer lança novos compressores

A Bitzer está ampliando sua gama de compressores com novos modelos para refrigerantes de hidrocarbonetos, como o propano (R290) e o isobutano (R600a). Na Mostra Convegno Expocomfort em Milão (12 a 15 de março), serão apresentados os novos compressores scroll Orbit e o compressor de parafuso compacto CSHP redesenhado.

Os compressores scroll Orbit Pro oferecem uma ampla aplicabilidade em bombas de calor, ar condicionado e resfriamento de processos e TI. Eles têm uma faixa de temperatura de evaporação de -30°C a 30°C e de condensação de 10°C a 80°C, com capacidades de resfriamento entre 16kW e 64kW e capacidades de aquecimento entre 21kW e 82 kW.

Já a série redesenhada de compressores de parafuso compactos CSHP expande os limites de aplicação para instalações sustentáveis, com dispositivos integrados como separador de óleo e motor de sucção refrigerado a gás. Eles são adequados para sistemas de conforto compacto, resfriamento de processos e bombas de calor, vindo de fábrica com o dispositivo de proteção SE-i1 para facilitar o comissionamento e a manutenção.

Os compressores CSHP estão disponíveis em uma variedade de deslocamentos para o R290 e o R600a, com opções de controle de capacidade mecânica e operação VSD, além da possibilidade de operação com inversor de frequência externo.

Inovações e tendências em vitrines refrigeradas

Setor de refrigeração comercial acompanha mudanças que visam aprimorar a eficiência energética e funcionalidade dos equipamentos, além de atender às crescentes demandas dos consumidores por experiências de compra mais atraentes e sustentáveis.

À medida que avançamos para o futuro, as vitrines refrigeradas continuam a evoluir para atender às necessidades do mercado alimentar. A eficiência energética, sustentabilidade, conectividade dos equipamentos, autosserviço e uma abordagem centrada no consumidor, impulsionam as inovações neste setor. Estas tendências não apenas transformam a maneira como os produtos são exibidos, mas também garantem melhor conservação dos alimentos, evitando o desperdício, e aprimoram a experiência de compra, criando um ambiente mais eficiente e atraente para consumidores e varejistas.

Trata-se de um setor gigante! Segundo a Abras – Associação Brasileira de Supermercados, cada vez mais as empresas de autosserviço do Brasil e do mundo, estão se organizando em ecossistemas, agregando à sua atividade produtos e serviços complementares que trazem novas possibilidades de negócios e de benefícios aos consumidores. 17 das 20 maiores redes do Ranking Abras 2023 contam com operações de atacarejo e autosserviço.

“O varejo de alimentos hoje é híbrido, trazendo uma nova proposta de valor para os consumidores, que têm ampliado a frequência de compras. O atacarejo tem procurado ganhar força em categorias como açougue e FLV (abreviação usada para a categoria de frutas, legumes e vegetais dentro do varejo), que impactam o custo operacional. Esse é o grande desafio para o setor continuar a crescer com rentabilidade”, afirma Roberto Butragueño, diretor de varejo da NielsenIQ Brasil.

A Research and Markets divulgou recentemente um relatório apontando que o mercado global de vitrines refrigeradas atingirá US$ 13,4 bilhões até 2030. Estimado em US$ 8,2 bilhões no ano de 2022, deverá atingir um tamanho revisado de US$ 13,4 bilhões até 2030, crescendo 6,3% durante o período de análise 2022-2030.

O relatório examina os expositores refrigerados (RDCs) e oferece insights sobre a participação percentual de mercado dos principais concorrentes globais em 2023, categorizando sua presença competitiva no mercado como forte e ativa, considerando o crescimento no segmento de operação remota em 5,6% para o próximo período de 8 anos. O estudo aponta também o impacto da pandemia no varejo alimentar e a emergência do “novo normal”, destacando o papel das alternativas digitais de delivery na condução do crescimento deste setor em 2020.

Autosserviço e design apontam tendências dos equipamentos

Mas você deve estar se perguntando qual o papel do setor de HVAC-R neste contexto! Um dos pontos destacados pelos fabricantes de vitrines refrigeradas, além da eficiência energética e conectividade, é o autosserviço aliado ao design dos expositores, se tornando cada vez mais importante para atrair os consumidores. Equipamentos com design moderno, iluminação LED atraente e opções de personalização para se alinhar à identidade da marca são tendências crescentes.

A Metalfrio, por exemplo, acaba de lançar a linha de refrigeradores Porta Dupla com mais capacidade de armazenamento otimizado e maior oferta de bebidas na temperatura ideal de consumo. Comporta diferentes embalagens com uso das prateleiras reguláveis e independentes, além de maior área para promoção e exposição de produtos refrigerados, iluminação em LED, porta de vidro antiembaçante e termostato frontal que possibilita selecionar as funções: Congelados para alimentos, e Refrigerados para bebidas. Seu sistema de refrigeração cold wall, garante baixo consumo de energia e opera com fluido refrigerante de baixo impacto ambiental. As prateleiras contam com precificadores, garantindo flexibilidade na exposição de produtos de acordo com o estoque ou necessidade. São ideias para utilização em conveniências, fastfoods, restaurantes, padarias, supermercados, grandes redes varejistas e lojas de autosserviço.

Já a Eletrofrio, entre outros equipamentos, disponibiliza uma linha completa de vitrines refrigeradas Autosserviço abertas para hortifrútis em diversos tamanhos e capacidades.

A solução alia as vantagens da simplicidade, do baixo custo no consumo de energia e da segurança operacional, além da baixa carga de refrigerante. Integradas aos sistemas com HighPack, proporcionam redução de mais de 90% da carga de gás quando comparados a sistemas de expansão direta para projetos com a mesma capacidade de refrigeração. Os equipamentos destinados a essas instalações atendem às diversas especificidades de cada unidade, embora haja sempre uma padronização dos espaços. Alguns modelos possuem umidificadores para a conservação dos alimentos frescos e são utilizados em supermercados de grande e médio porte, além das redes de hortifrútis.

Unindo vitrines verticais e horizontais, a Arneg fornece balcões de serviço refrigerados, desenvolvidos pensando na apresentação para o consumidor. Os expositores combinados incorporam dois compartimentos refrigerados separados com otimização de espaço. Combinam a facilidade de recolha de produtos típica de uma ilha com a visibilidade de um armário vertical.

São personalizáveis com diversos tipos de acabamentos, bases lineares ou moldadas e vidro reto ou curvo. Os expositores para congelados são fechados, evitando a perda do frio, mirando a eficiência energética.

A fabricante IMF Lince tem modelos de vitrines abertas e fechadas, desenvolvidas especialmente para se adequarem a cada necessidade do consumidor, tanto na questão de itens para a venda, quanto em equipamentos para a manutenção do estabelecimento. Entre os benefícios oferecidos, o destaque é a economia no consumo de energia elétrica. A empresa aposta na comercialização de expositores fechados passando a ideia de mais segurança aos consumidores.

Funcionalidade e desempenho

As tendências em vitrines refrigeradas para supermercados e estabelecimentos comerciais acompanham as inovações tecnológicas, as demandas dos consumidores e as preocupações ambientais. A conscientização ambiental está levando muitas empresas a adotar práticas mais sustentáveis, desenvolvendo equipamentos com melhor desempenho das máquinas e reduzindo os custos operacionais para os clientes, sistemas de refrigeração que utilizam refrigerantes naturais, centrais frigoríficas dotadas de compressores de velocidade variável, motoventiladores eletronicamente comutados, válvulas de expansão eletrônicas e sistemas de automação e monitoramento remoto.

No quesito eficiência energética, a utilização de compressores mais eficientes, isolamento térmico de última geração e sistemas de gerenciamento de energia inteligentes são algumas das características que têm se destacado. Sensores conectados à internet permitem monitorar o desempenho de um sistema de refrigeração em tempo real, ao fornecer dados precisos que podem ser usados para otimizar sua operação com monitoramento de parâmetros como temperatura, umidade e consumo de energia. Isso também possibilita prever e identificar rapidamente qualquer problema, o que ajuda a evitar gastos significativos em manutenções corretivas.

O processo de monitoramento remoto integra, hoje, todos os componentes e equipamentos de um sistema de refrigeração, permitindo que plataformas de gerenciamento de dados façam análise precisas da operação e do comportamento do sistema. Por meio da automação, realizam-se também a programação de horários de funcionamento e os ajustes automáticos com base nas condições ambientais e de demanda. Durante os períodos de baixa ocupação, por exemplo, os sistemas podem ser configurados para reduzir a capacidade de refrigeração ou ajustar a ventilação de acordo com a necessidade, resultando em considerável economia de energia.

Assim, abre-se caminho para que decisões sejam tomadas automaticamente, em busca da melhor performance e qualidade do frio. Ao atingir tal patamar, a automação dos equipamentos beneficia grandemente o varejo de alimentação.

Sobre os fluidos refrigerantes, os fabricantes de equipamentos têm buscado soluções alternativas aos compostos fluorados nocivos à camada de ozônio e/ou de alto impacto para o clima, acelerando a adoção de substâncias naturais. O fato é que essa transição será incentivada pelo setor de HVAC-R na adoção de práticas mais sustentáveis, a fim de cumprir compromissos corporativos e metas estabelecidas globalmente.

Nos quesitos design e layout, os sistemas de refrigeração estão sendo projetados para atender as necessidades de forma personalizada, inclusive no que tange à modularidade dos equipamentos, aspecto que permite escalabilidade e flexibilidade para acompanhar o crescimento das lojas. As unidades de refrigeração podem ser adicionadas ou removidas conforme a estratégia de vendas, adaptando-se às mudanças nas demandas de resfriamento.

A estética das vitrines refrigeradas também é uma consideração importante. Os fabricantes estão projetando produtos com design mais moderno e atraente para atrair os consumidores e melhorar a experiência de compra.

Soluções de exibição interativas nas vitrines refrigeradas já são realidade em alguns estabelecimentos comerciais e grandes redes do atacarejo, com a incorporação de tecnologias interativas, como telas sensíveis ao toque ou realidade aumentada, para fornecer informações adicionais sobre os produtos, promoções ou receitas aos consumidores, com designs modernos, linhas elegantes e opções personalizadas mais atraente nas lojas.

Para melhorar a visibilidade dos produtos e proporcionar uma experiência de compra mais agradável, expositores incorporam sistemas antiembaçamento para manter as superfícies de vidro transparentes.

Alguns modelos oferecem, ainda, controle preciso de umidade, garantindo que produtos sensíveis permaneçam frescos por mais tempo.

Também a utilização de iluminação LED nas vitrines refrigeradas não é apenas uma opção econômica, mas também destaca os produtos de maneira mais eficaz, além de ser mais duradoura e eficiente em comparação com outras formas de iluminação.

TCL SEMP tem novo CEO

Eason Cai assumiu o cargo em janeiro de 2024

TCL no Brasil anuncia Eason Cai como novo CEO da joint-venture TCL SEMP. Com mais de 20 anos de contribuição para a TCL Industries e experiência nas mais diversas áreas da companhia, o executivo será responsável por dar andamento na condução das operações no Brasil, além de manter sua posição como Presidente da TCL Latin America Business Group (LABG).

Yue Haiping, que atuava como CEO da companhia, passa a ocupar a posição de Vice-Presidente da TCL Latin America Business Group (LABG) sendo responsável pelas Relações Governamentais e desenvolvimento de novas oportunidades de negócios nos países da região. Durante sua atuação, Yue conquistou reconhecimentos importantes da TCL Industries em Excelência em Gestão, sendo responsável pela liderança de projetos estratégicos para o desenvolvimento da empresa.

Integração do ESG às demandas do setor de HVAC-R

Práticas estão alinhadas com o desenvolvimento mais sustentável e resiliente, traduzido em benefícios como redução de custos operacionais, maior eficiência energética e impacto nos negócios.

As discussões sobre ESG (Environmental, Social and Governance), que corresponde às práticas Ambientais, Sociais e de Governança (ASG), estão em amplo crescimento e se tornou um conceito fundamental para o meio ambiente, à sociedade e à ética nos negócios. Seus critérios estão relacionados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pelo Pacto Global, iniciativa mundial que envolve a ONU (Organização das Nações Unidas) e várias entidades internacionais.

De acordo com dados da Anbima – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, existem hoje no Brasil cerca de R$ 10,5 bilhões alocados em 59 fundos de investimento sustentável (IS) e 30 fundos que integram em suas estratégias fatores ESG.

Apesar do seu início focar no mercado de investimentos, o conceito de ESG foi, ao longo dos anos, ganhando notoriedade em outros setores. A evolução em direção a práticas mais sustentáveis integradas ao setor HVAC-R, não apenas atende às demandas crescentes por responsabilidade ambiental, social e de governança, mas também oferece benefícios como redução de custos operacionais, maior eficiência energética e equipamentos operando com fluidos de baixo impacto ambiental, alinhados com a busca por um desenvolvimento mais sustentável e resiliente.

No quesito ambiental, questões sobre clima, esgotamento de recursos naturais e impacto dos negócios deixam clara a urgência de enfrentarmos as graves questões que afetam o planeta. Por isso, práticas ESG passaram a ter importância central na captação de recursos e investimentos. Conceitos como adequação das mudanças climáticas, precificação de carbono, sustentabilidade ambiental, gestão de resíduos e políticas de saúde ocupacional, já fazem parte do dia a dia empresarial e precisam ser compreendidos pelos gestores empresariais.

As ações envolvem toda a cadeia do frio, desde fabricantes, distribuidores, importadores, comerciantes, consumidores e outras partes interessadas, desde cuidar do meio ambiente, ter preocupação social e adotar melhores práticas de governança, gerando resultado para as empresas, incluindo fatores como emissão de carbono e outros gases poluentes, aquecimento global, eficiência energética, gestão de resíduos, poluição do ar e da água, entre outros.

A Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento), através de seus Comitês de NR+ESG, Eficiência Energética (E.E.) e Qualindoor, vem orientando as empresas do segmento sobre estratégias de internalização do Programa de ESG, com objetivo de auxiliar a compreensão e implantação de práticas ESG no setor de HVAC-R.

Segundo Paulo Reis, presidente do Comitê de NR+ESG, a fim de construir a base no setor de HVAC-R para o atendimento das metas nacionais do desenvolvimento sustentável do Brasil e das metas de ESG da Agenda 2030, é de suma relevância que as empresas compreendam o papel que o setor tem para esta Agenda, a começar pelos quesitos ambientais na condução do programa ESG brasileiro. Ele salienta a preocupação do setor através do Qualindoor, que trata a qualidade do ar interior, e do Comitê de Eficiência Energética junto ao Procel Edifica, além medidas de tratamento e/ou reciclagem dos resíduos gerados nos processos de fabricação dos produtos e na utilização de gases de refrigeração com baixo ou nenhum impacto ambiental. A utilização de energia de fonte renovável também é importante, bem como a não utilização de materiais e utensílios descartáveis.

Evolução do setor

O setor de HVAC-R tem no meio ambiente uma de suas principais demandas com a redução de consumo de energia e redução da utilização de gases que contribuem para o efeito estufa, e hoje, conta com tecnologias de sistemas com maior automação que permitem melhor eficiência energética com menor custo total de propriedade, adoção de fluidos refrigerantes de baixo impacto ambiental que não degradam a camada de ozônio e possuem baixo potencial de aquecimento global por equipamentos e processos cada vez mais eficientes, além de tecnologias para a redução do consumo de água.

Indicadores apontam essa evolução através do desenvolvimento de equipamentos mais eficientes e o uso de tecnologias avançadas para otimizar o consumo de energia; integração de sensores inteligentes, sistemas de automação e tecnologias de comunicação para otimizar o desempenho dos sistemas; incorporação de fontes de energia renovável, como energia solar, eólica e fotovoltaica; refrigerantes com menor potencial de impacto ambiental, em conformidade com regulamentações globais, como o Protocolo de Montreal e o Acordo de Kigali; adoção de práticas de design e construção sustentáveis, considerando não apenas a eficiência operacional, mas também o impacto social e ambiental durante a construção e ao longo do ciclo de vida do edifício; iniciativas de treinamento, desenvolvimento e cursos de capacitação implementados para garantir que os profissionais do setor estejam atualizados com as práticas mais recentes; e gestão responsável de resíduos, tanto durante a fabricação quanto no final da vida útil dos equipamentos.

“O segmento de HVAC-R possui um grande potencial de colaboração dentro dos princípios do ESG por atuar diretamente com práticas que são naturalmente de impacto socioambiental. Um ponto de destaque é justamente o caráter interdisciplinar dos projetos, que acabam por impactar diversos aspectos dentro dos princípios e práticas do ESG. Todas as questões envolvendo conforto térmico dos ambientes e qualidade do ar interior são de responsabilidade deste segmento e demandam práticas especificas para garantir indicadores positivos. Além disso, pela necessidade cada vez maior da presença de sistemas de ar condicionado e ventilação mecânica nos edifícios, aliada à parcela significativa que os sistemas de HVAC-R representam no consumo de energia elétrica de uma edificação, a busca do setor pelo aumento da eficiência energética dos equipamentos e sistemas também é uma prática de impacto bastante positivo para todos os envolvidos.

Olhando especificamente para o E do ESG, environmental ou ambiente, é notória a importância do segmento e as práticas que podem ser adotadas em consonância com o conceito. De maneira geral, os fabricantes têm trabalhado com bastante dedicação no desenvolvimento de equipamentos cada vez mais eficientes, com ganhos de performance em cargas parciais, redução no consumo elétrico, menores níveis de ruído e a aplicação das novas famílias de fluidos refrigerantes ecológicos com baixos potenciais de aquecimento global e destruição da camada de ozônio.

Seguindo esse movimento, os projetos também têm se destacado pela sofisticação das soluções apresentadas na busca por instalações mais eficientes e com menores pegadas de carbono, ou seja, reduzidas emissões de CO2 – é crescente o número de projetos que utilizam recuperadores de calor, vigas frias e ciclos entálpicos para aumento da eficiência energética dos sistemas.

Muitos deles, principalmente em aplicações industriais e de processos, também têm olhado para o tema dos fluidos refrigerantes naturais e ecológicos, como é o caso da Amônia (R-717), do Dióxido de Carbono (R-744) e do Propano (R-290)”, informa Thiago Boroski, coordenador de eficiência energética e contas corporativas da Trox Brasil.

A maioria dos fabricantes de equipamentos e componentes são multinacionais com filiais no Brasil e já adotam mundialmente padrões razoavelmente satisfatórios.  Já as empresas que complementam a cadeia do frio, como as pequenas e médias, devem (ou poderiam, quando possível) investir mais em Certificações como ISO 14.000, ISO 9001, ISO 14001 e SA 8000, entre outras, que normatizam e direcionam questões prioritariamente ambientais.

“Uma boa prática na governança corporativa é, ademais, o ponto de partida para o estabelecimento de uma agenda ESG em qualquer empresa e vai refletir a visão da empresa na construção de uma operação sustentável e de baixo risco socioambiental.

O caminho natural da implementação da agenda ESG passa pelo planejamento inicial das ações e práticas sociais e ambientais que se deseja adotar e pela análise dos impactos positivos que podem proporcionar. O ponto crucial apontado pelos especialistas é que essas práticas e ações precisam ser medidas de forma bastante criteriosa, o que demanda a definição de indicadores-chave de desempenho (KPI).

São esses indicadores que serão divulgados para o mercado e que evidenciarão o baixo risco socioambiental da empresa, dentro dos princípios do ESG. Para que esse planejamento resulte em ações efetivas e indicadores positivos, a empresa deve contar com uma liderança engajada nas questões socioambientais e que estimule uma mudança cultural no ambiente corporativo, apontando sempre para as práticas sustentáveis, e isso independe do tamanho da empresa”, aponta Boroski.

Exemplos de implementação

Entre vários exemplos de empresas no Brasil que implementaram e investem em ESG estão a Trox, que atua globalmente de forma integrada para implementar a agenda ESG, dentro de uma série de ações alinhadas com os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU: “Além disso, estabeleceu a meta de zerar globalmente as suas emissões de carbono até 2040, através de um plano de ação que envolve o mapeamento completo das emissões em todas as suas fábricas e escritórios comerciais para adoção de medidas mitigatórias e compensatórias.

Em paralelo, há um plano de metas a serem alcançadas até 2025 que serve como um guia para o plano de zerar as emissões de carbono. Dentre elas, estão o crescimento sólido em faturamento e EBIT, redução das emissões de carbono relativas a cada produto fabricado e aumento do ciclo de vida dos produtos, redução proporcional do consumo elétrico dos equipamentos e sistemas pelo aprimoramento e desenvolvimento contínuo, implementação do sistema de gerenciamento de resíduos com aumento da taxa de reciclagem, homologação e gestão de fornecedores alinhados com as práticas sustentáveis e programas de treinamento para os colaboradores”, comenta o engenheiro da Trox.

A Chemours possui a Agenda ESG que inclui metas de equidade de gênero, diversidade étnica e redução de emissões de gases de efeito estufa, entre outras ações alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

Já a Danfoss, celebra a redução de 28 mil toneladas de CO2 anualmente, correspondendo a uma queda de 23% nas suas emissões totais, visando ser líder em descarbonização, circularidade, diversidade e inclusão.

Para Ariel Gandelman, as empresas da Smacna Brasil (The Sheet Metal and Air Conditioning Contractors’ National Association) são parceiras de seus clientes e contribuem fortemente para a adoção de práticas ESG, buscando proteção ao meio ambiente, qualidade de vida dos usuários, impactos positivos na economia, redução nos gastos com energia e maior eficiência energética, sendo um resultado a ser alcançado por toda a cadeia do HVAC-R.

“Práticas mais sustentáveis como a mudança nos fluidos refrigerantes utilizados, especialmente para atender aos Protocolos de Montreal e Kyoto, sendo necessário em curto-médio prazo passar a utilizar aqueles com baixo GWP e zero ODP.  Inclusive, sistemas já existentes podem ser objeto de retrofit para operar com esses novos fluídos refrigerantes.

Dentro desse contexto, os usuários também precisam se atualizar para entender essas demandas, com tecnologias que atendam ao ciclo de vida do empreendimento. Para isso, projetistas, instaladores, mantenedores e fabricantes do setor estão em constate atualização e treinamento nas suas operações. Clientes também têm se atentado cada vez mais para adquirir sistemas de HVAC-R que garantam além da sustentabilidade, maior eficiência energética, ou seja, menor custo operacional, solicitando e investindo em soluções que incorporem essas questões.

Da mesma forma, toda a cadeia do setor tem sido bastante propositiva, apresentando e viabilizando novas soluções que atendam a essas demandas”, informa Gandelman.

Na questão social, o setor é bastante amplo e está em quase todas as partes do país. Onde tem uma padaria ou um supermercado, tem alguém do setor para prestar serviços de instalação e manutenção. Dada esta abrangência, cabe aos líderes trabalharem na capacitação profissional, segurança do trabalho e diversidade, dando oportunidades a todos os grupos de pessoas que fazem parte da sociedade brasileira.

O caminho é a conscientização da alta direção, que começará a difundir essa nova cultura, permeando a organização com novas normativas e procedimentos que irão estabelecer os novos parâmetros de comportamento, com a participação de gerentes por supervisores e um programa de treinamento para toda a equipe.

Como iniciar um processo ESG

Mas, como incorporar ações práticas de ESG na sua empresa? Para que as ações que envolvam questões ambientais, sociais e de governança deixem de ser um projeto e passem a ser efetivamente executadas, é preciso mudanças ou transformações no ambiente empresarial.

Um primeiro passo para iniciar uma estratégia de implementação ESG no seu negócio é conhecer os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável instituídos pela ONU e analisar quais os impactos positivos e negativos que podem ser gerados a partir da realidade da sua empresa. Todas as metas e estratégias devem estar condicionadas às questões financeiras e humanas da sua empresa.

Um ponto desafiador nessa transformação é, justamente, o alto custo para implementação de ações ESG. Pode ser preciso mobilizar e contratar pessoas e profissionais, mudar ou criar processos, adequar produtos e estruturas, dentre outros. Por isso, é importante manter a responsabilidade e o controle financeiro.

Um outro ponto importante para a implementação é o envolvimento das lideranças e de todos os colaboradores. Como trata-se de uma mudança na cultura organizacional, o engajamento de todos é primordial para que os processos de ESG sejam implantados de forma eficiente na empresa.

Compreender aspectos centrais e teóricos do ESG é importante para a construção de estratégias e para a implementação de uma política dentro do ambiente empresarial. No entanto, não basta a teoria. Vale ressaltar que é preciso mudanças, tanto nos processos internos quanto externos da empresa, para que haja uma consolidação da política ESG que não seja meramente conceitual.

O Sebrae desenvolveu uma ferramenta gratuita para que as empresas pudessem avaliar seu desempenho e identificar os pontos de melhoria na aplicação das melhores práticas relacionadas às diretrizes de ESG, buscando assim potencializar o seu impacto positivo na sociedade e no meio ambiente.

O objetivo deste diagnóstico é oferecer uma ferramenta para medir e acompanhar o desempenho do seu negócio, analisando as esferas econômica, social e ambiental. Com esse diagnóstico, você poderá rever a estratégia da sua empresa, construir uma cultura sustentável, tornando-a mais transparente, consciente e atuante.

Adotar práticas sustentáveis implicará em um melhor posicionamento de mercado, já que a empresa estará engajada em iniciativas sociais e ambientais para reduzir ao máximo seus possíveis impactos negativos no meio ambiente e na sociedade.

Pilares do ESG

Ambiental (Environmental)

O primeiro pilar, o “E,” se refere à preocupação com o meio ambiente. Isso inclui questões como a pegada de carbono, conservação de recursos naturais e a atitude da empresa em relação às mudanças climáticas. Empresas comprometidas com o ESG buscam minimizar seu impacto ambiental, reduzir emissões de carbono e adotar práticas sustentáveis em sua cadeia de suprimentos.

Social

O “S” aborda a relação entre a empresa e a sociedade. Isso envolve preocupações com a diversidade, equidade e inclusão, bem como questões trabalhistas, direitos humanos e responsabilidade com a comunidade local. Empresas ESG estão comprometidas em promover ambientes de trabalho justos, respeitar os direitos humanos em toda a cadeia de suprimentos e contribuir para o bem-estar das comunidades em que operam.

Governança (Governance)

O último pilar, “G,” diz respeito à governança corporativa. Isso envolve a estrutura de tomada de decisões, a transparência, a ética empresarial e o tratamento justo de acionistas e partes interessadas. Empresas ESG buscam uma governança sólida e ética, evitando conflitos de interesse e assegurando que as vozes de todos os acionistas sejam ouvidas.