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Transição para A2L nos splits exige preparo técnico e combate à desinformação

Os refrigerantes A2L ganham protagonismo nos sistemas split, combinando eficiência energética e menor impacto ambiental. Sua aplicação, no entanto, exige atenção técnica, conformidade com normas e adoção de boas práticas para garantir segurança e desempenho

 A transição para refrigerantes de baixo impacto ambiental é uma realidade no setor de HVAC-R, especialmente nos sistemas split de ar-condicionado. Entre os novos fluidos que vêm ganhando espaço, os classificados como A2L merecem atenção especial. Com menor potencial de aquecimento global (GWP), esses refrigerantes equilibram eficiência energética e sustentabilidade, mas exigem cuidados específicos quanto à instalação, manutenção e segurança.

Para muitos técnicos e consumidores, o termo “A2L” ainda é uma novidade e, infelizmente, alvo de desinformação em redes sociais e fóruns não especializados. Nesta matéria, reunimos informações técnicas, recomendações práticas e depoimentos de especialistas e fabricantes para esclarecer o que são os A2L, porque estão substituindo fluidos como o R-410A e como garantir uma instalação segura e eficiente.

Segundo a classificação da ASHRAE Standard 34, os refrigerantes são categorizados de acordo com sua inflamabilidade e toxicidade. Os A2L são levemente inflamáveis (classe 2L) e de baixa toxicidade (classe A). Diferem dos A2 e A3 por terem uma inflamabilidade significativamente menor e serem considerados seguros quando utilizados conforme normas técnicas. O R-32, por exemplo, já é adotado extensivamente em splits em países da Europa e Ásia.

“O A2L, como o R-32, está se tornando o novo padrão nos sistemas splits porque combina eficiência energética com um GWP muito mais baixo do que o R-410A. Temos em nosso portfólio produtos realmente inovadores, como fluidos refrigerantes que otimizam a performance energética dos sistemas de refrigeração e ar-condicionado e reduzem o impacto climático dos negócios dos nossos clientes”, explica Renato Cesquini, líder da área comercial de fluidos refrigerantes da Chemours na América. “O R-32, por exemplo, tem GWP de 675, comparado aos 2.088 do R-410A”.

Além do R-32, outros exemplos de A2L incluem o R-454B, o R-1234yf e outros HFOs usados em diversas aplicações. Esses fluidos estão alinhados com os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil na Emenda de Kigali, que visa à redução gradual do uso de HFCs com alto GWP. A Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal exige que países reduzam o uso de HFCs de alto GWP e os A2L se apresentam como solução eficaz. São refrigerantes com pressão operacional compatível com os sistemas split tradicionais, o que facilita a adoção sem reengenharia completa. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, somente entre 2020 e 2022 foi estabelecida a linha base para HFCs, buscando cortar 50% até 2040 e 80% até 2045.

Normas técnicas e diretrizes de segurança

Normas como ISO 5149, ABNT NBR 16069, ASHRAE 15 e ASHRAE 34 regulam os requisitos de segurança para manuseio, instalação e operação de A2L. Entre os principais pontos estão a limitação da carga de fluido por ambiente fechado, instalações com ventilação adequada, detectores de vazamento específicos para A2L, e uso de equipamentos certificados para fluidos levemente inflamáveis.

Natanael Oliveira Lima, diretor técnico da RLX Fluidos Refrigerantes, afirma que “Não se trata de um risco novo e descontrolado, mas sim de um cenário técnico que exige capacitação. Há décadas se trabalha com fluidos inflamáveis no setor e, com os A2L, temos segurança desde que os protocolos sejam seguidos. Contudo, como qualquer inovação, esses refrigerantes exigem atenção às normas técnicas. A ISO 5149, a ABNT NBR 16069 e a própria ASHRAE 15 abordam os critérios de segurança para instalações com fluidos levemente inflamáveis. Entre os pontos críticos estão a limitação da carga máxima de fluido por ambiente, sistemas de ventilação apropriados e detectores de vazamento em espaços confinados”.

Instalação, manutenção e boas práticas com A2L

A instalação de sistemas com refrigerantes A2L não é radicalmente diferente das rotinas já adotadas pelos profissionais qualificados, mas existem algumas recomendações como: evitar fontes de ignição no ambiente durante a instalação e manutenção; utilizar ferramentas certificadas e adequadas a fluidos inflamáveis (bombas de vácuo, manifolds, detectores); realizar testes de estanqueidade rigorosos com detectores específicos para A2L; ventilar o ambiente adequadamente, principalmente em locais fechados ou abaixo do nível do solo.

Para os profissionais que atuam na linha de frente, é fundamental investir em capacitação contínua. “O técnico que busca atualização está preparado para lidar com A2L com total segurança e pode até se destacar em um mercado cada vez mais exigente e regulado”, afirma André Dorta, gerente regional da divisão de fluidos refrigerantes da Honeywell. E ele faz um alerta: “Atualmente, no Brasil, não existe uma legislação federal específica que imponha limites obrigatórios de carga ou aplicação para o uso de refrigerantes A2L (como o R-32) em sistemas de ar-condicionado split. Porém, existem normas técnicas nacionais e internacionais que servem como base de orientação para projetos, instalações e segurança”.

 Combate à desinformação: o perigo dos tutoriais não oficiais

Apesar dos avanços técnicos, cresce nas redes sociais uma onda de vídeos e postagens que espalham desinformação sobre os refrigerantes A2L. De tutoriais sem qualquer respaldo técnico a boatos alarmistas sobre riscos de explosão, o que se vê é um desserviço à categoria dos instaladores sérios e às empresas comprometidas com a qualidade.

Os fabricantes alertam: confiar em vídeos de procedência duvidosa pode comprometer a segurança da instalação e expor o profissional a riscos legais. A recomendação é buscar informações apenas em fontes reconhecidas, como: Associações técnicas; documentação oficial de fabricantes; cursos profissionalizantes com instrutores certificados; Normas da ABNT e manuais de boas práticas.

Além disso, a responsabilidade é também dos distribuidores e revendedores, que devem orientar corretamente seus clientes e oferecer produtos com especificações claras e atualizadas.

Com a evolução regulatória, a demanda por soluções mais sustentáveis deve crescer. A migração para refrigerantes A2L em sistemas splits já é realidade em países da Europa e da Ásia, e o Brasil caminha para seguir o mesmo rumo, especialmente com a chegada de novos modelos e linhas de fabricantes que já adotam esses fluidos como padrão. A fase de transição exige diálogo entre indústria, instaladores, técnicos e entidades de classe. Com treinamento, boas práticas e informação técnica, os A2Ls representam um avanço positivo, seguro e necessário para o setor.

Capacitação presencial no HVAC-R ganha força com troca de experiências

Mesmo com a ascensão dos formatos digitais, empresas do setor apostam em road shows e eventos presenciais para fortalecer laços, compartilhar conhecimento técnico, ampliar o networking e gerar novas oportunidades de negócios

 Em tempos de webinários, videoaulas e realidade aumentada, pode parecer contraditório que empresas do setor de refrigeração e climatização estejam apostando em treinamentos e eventos presenciais. Mas essa é uma realidade cada vez mais visível no mercado de HVAC-R, onde o relacionamento próximo, a troca de experiências e o contato direto com os produtos continuam sendo fatores determinantes para o sucesso de vendas, parcerias e inovações.

De Norte a Sul do Brasil, empresas oferecem treinamentos técnicos, tanto presenciais como online, para seus clientes, distribuidores e parceiros, com foco em seus produtos e soluções. Esses treinamentos visam aprimorar a expertise técnica e o conhecimento dos profissionais, garantindo que possam oferecer suporte eficiente e utilizar as soluções de forma otimizada.

Empresas como a Embraco (marca da Nidec Global Appliance), Johnson Controls-Hitachi, Elgin, Danfoss, entre outras, estão promovendo treinamentos, caravanas técnicas e circuitos de capacitação presencial. As ações não apenas fortalecem o relacionamento com instaladores, distribuidores e técnicos, mas também cumprem um papel estratégico: ouvir quem está na linha de frente, entender suas necessidades e promover a atualização constante do mercado em um setor altamente técnico e regulado.

Também grandes distribuidores como a Dufrio, Eletrofrio, Frigelar e muitos outros, realizam eventos de capacitação técnica com fabricantes, parceiros, OEMs (Fabricantes de Equipamento Original), clientes e usuários finais.

A retomada dos encontros presenciais

Após o isolamento provocado pela pandemia da Covid-19, os eventos presenciais voltaram com força, impulsionados por uma necessidade latente de reconexão humana.

No setor HVAC-R, essa retomada ganhou contornos ainda mais importantes. “O técnico precisa ver, tocar, experimentar. É assim que ele adquire confiança para indicar e instalar uma tecnologia. Vemos isso durante a Caravana da Elgin, que percorre várias regiões do país”, resume a equipe de marketing da Elgin. Segundo a equipe, apesar dos avanços nos treinamentos online, o presencial ainda tem um valor imensurável. “Um vídeo pode mostrar o funcionamento de um compressor, mas é no evento técnico que o profissional vê como ele se comporta, como se instala, quais são os diferenciais reais”, afirma.

Outra avaliação positiva é da Fujitsu General do Brasil. “A Fujitsu sempre investiu em treinamentos e vem promovendo, cada vez mais, sua participação em eventos compartilhando informações sobre os produtos, os cuidados para fazer uma boa escolha ao comprar um ar-condicionado e cuidados necessários para a realização da instalação e manutenção com um profissional especializado.  Vemos com bastante importância a necessidade de termos profissionais capacitados. Recentemente, tivemos o recém lançamento de nosso centro de treinamento, que dobrou de espaço para que possamos atender um número maior de profissionais, desenvolvendo os profissionais do mercado de climatização, aprimorando suas habilidades e conhecimentos para que aprendam na prática e possam desempenhar suas funções de maneira mais eficiente. Além disso, esse contato direto ajuda a criar uma relação de confiança e proximidade com eles e nossa marca”, explica Leandro Medeiros, coordenador na área técnica da Fujitsu.

Eventos presenciais são impulsionados por uma necessidade de reconexão humana

Road shows: o Brasil na estrada

A Weg tem promovido treinamentos técnicos e demonstrações itinerantes de seus motores e inversores de frequência voltados ao setor de refrigeração e climatização. A estratégia mira desde grandes centros até cidades de médio porte, com foco em atualização profissional e aproximação com o mercado instalador.

A Nidec, por meio da Embraco, intensificou a realização de eventos técnicos em parceria com distribuidores regionais. “Nossa missão é estar onde o instalador está, levando conteúdo técnico de alto nível, com foco em eficiência energética, novas tecnologias e boas práticas”, explica Murilo Augusto Moreira Favaro, Gerente de Marketing e Planejamento Estratégico da Nidec. A empresa também oferece treinamentos específicos para seus funcionários, como parte de seus programas de desenvolvimento e capacitação.

Já a Johnson Controls – Hitachi realizou em 2024 uma série de eventos presenciais para apresentar suas soluções em sistemas VRF e chillers, reforçando a rede de relacionamento com engenheiros e especificadores.

Outro exemplo é o programa “Capacita Frio” – Treinamento de Refrigeração Aplicada da Danfoss, que percorreu vários estados promovendo treinamentos presenciais sobre válvulas de expansão, controladores e refrigerantes naturais.

Visibilidade e negócios

Entre as iniciativas que mais cresceram nos últimos anos está o Circuito dos Instaladores, evento itinerante que conecta marcas líderes a instaladores e técnicos em diversas regiões do país. Com foco técnico-comercial, o circuito é um espaço de aprendizado, demonstração de produtos e networking qualificado.

Para os patrocinadores, o retorno vai além da exposição da marca.

A Indústrias Tosi, tradicional fabricante nacional, vê valor técnico e institucional: “Participar do Circuito dos Instaladores nos proporciona um contato direto com quem realmente decide na ponta. O técnico precisa confiar no produto e na empresa — e essa confiança só nasce com a proximidade”, afirma Patrice Tosi, diretora da Indústrias Tosi.

Outras marcas que participam do Circuito também avaliam positivamente a estratégia. Para a Fujitsu, o evento fortalece a conexão com os instaladores: “Um dos maiores retorno em estar no Circuito dos Instaladores é a proximidade de nossa marca junto aos nossos parceiros instaladores. O evento é muito rico para o setor, pois incentiva o aprendizado, além disso, temos oportunidade de escutar nossos parceiros instaladores e esclarecer eventuais dúvidas”, diz Leandro Medeiros.

Já para a LG, os encontros reforçam a imagem de inovação com suporte técnico forte. “A LG se posiciona como marca de ponta, mas queremos também mostrar que estamos presentes, oferecendo treinamento e apoio técnico através do Esquadrão LG sempre presente em várias praças e o Circuito é perfeito para isso”, afirma Carlos Djones, do Esquadrão LG e palestrante.

Representando a Hisense, Ítalo Trindade, trade marketing, destaca: “Além de promover nossos produtos, entendemos de forma direta o que o mercado precisa. Esse retorno é essencial para ajustes em comunicação e até desenvolvimento de novos modelos”.

Para a Mastercool, fabricante de ferramentas e equipamentos para HVAC-R, o retorno vem em reputação técnica. “Mostramos soluções que ajudam no dia a dia do instalador, e o reconhecimento vem rápido. O presencial acelera esse processo. Estar em contato com os profissionais que lidam com nossos produtos todos os dias nos permite reforçar nossa credibilidade e escutar melhorias vindas da prática”, diz André Oliveira, diretor da marca no Brasil.

A Pescan, empresa especializada em limpeza e manutenção de componentes, peças e sistemas, vê no Circuito uma oportunidade única. “É onde mostramos nossa linha em campo e entendemos as necessidades reais. Muitos dos nossos novos distribuidores foram conquistados nesses eventos”, afirma Eduardo Cedric Ramos Junior, diretor executivo da Pescan.

Por fim, a Electrolux destaca a importância estratégica do contato direto: “Queremos mostrar nossa linha de splits e soluções de climatização residencial e comercial. O Circuito nos conecta diretamente com quem recomenda e instala os equipamentos, o que tem reflexo direto em vendas”, completa Ana Peretti, que é a VP de Marketing da Electrolux.

A era digital chegou para ficar, mas no setor de HVAC-R, a interação presencial continua sendo um ativo poderoso. Os treinamentos físicos não apenas capacitam: eles criam vínculos, formam comunidades e ampliam o senso de pertencimento dos profissionais ao mercado. Enquanto a tecnologia avança e as plataformas digitais se multiplicam, os encontros presenciais seguem firmes como uma estratégia complementar e indispensável para as marcas que desejam se manter próximas, relevantes e inovadoras no setor de refrigeração e climatização.

Técnicos ganham protagonismo em plataformas digitais de ensino

Ao transformar conhecimento prático em plataformas digitais, profissionais de climatização e refrigeração conectam experiência de campo com inovação no ensino.

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O setor de climatização e refrigeração, historicamente pautado pelo aprendizado prático e presencial, está passando por uma revolução silenciosa e digital. Nos últimos anos, a popularização do ensino online, impulsionada pelas redes sociais e plataformas de conteúdo, deu origem a uma nova geração de profissionais e educadores: influenciadores técnicos que, além de atuarem diretamente na área, fundaram suas próprias escolas virtuais para capacitar milhares de instaladores, técnicos e iniciantes em todo o Brasil.

Hoje, esses profissionais se destacam não apenas por sua atuação técnica, mas pela maneira como transformaram sua autoridade em projetos educacionais robustos. Juntos, eles reescrevem o modelo tradicional de formação no HVAC-R e provam que o ensino remoto não apenas veio para ficar, como também molda o futuro da mão de obra no setor.

Influência que ensina

Ricardo Viana, fundador e diretor da escola Viana Refrigeração Treinamentos e Marketing, é um dos pioneiros nesse movimento. Com uma forte presença nas redes sociais, ele conseguiu converter seguidores em alunos ao perceber uma demanda reprimida por ensino técnico acessível e didático. “Os cursos online permitem levar conhecimento especializado a pessoas e regiões não atendidas por conhecimentos específicos, nivelando as oportunidades em diversas áreas de atuação. Os criadores destes cursos têm o papel de incentivar os alunos na busca de qualificação continuada através das diversas formas de ensino”, afirma Viana, que já capacitou milhares de alunos em cursos como Instalação de Split, PMOC, Refrigeração e Manutenção.

“Os cursos online permitem levar conhecimento especializado a pessoas e regiões não atendidas” – Ricardo Viana

Viana acrescenta que o ensino a distância proporcionado flexibilidade de horário, permitindo que técnicos mantenham sua rotina de atendimentos enquanto estudam e mostram uma didática mais próxima a realidade do aluno e conhecimentos muitas vezes não mostradas na grade de conteúdo dos cursos das instituições tradicionais. “Meus cursos, por exemplo, estão mais focados no resultado dos alunos que no conteúdo programático. E por isso, sempre está sendo atualizado e melhorado”.

Outro nome é Gabriel Pardo, conhecido como “Pardo Mestre”, diretor da Magister Digital. Com uma linguagem direta e uma abordagem prática, Gabriel lançou sua própria plataforma com cursos voltados a iniciantes e profissionais em busca de aperfeiçoamento. “As escolas de profissionais do segmento estão ajudando muitos instaladores, técnicos e engenheiros a terem acesso a conhecimentos, mas devemos tomar cuidado com a base didática e os conhecimentos compartilhados. É preciso considerar a qualificação dos professores e instrutores para que o conteúdo seja seguro, técnico e siga as normas e legislações vigentes na parte técnica e na parte de segurança das atividades”, revela. “A qualificação on-line é uma ferramenta altamente rentável, uma vez que apresenta um custo reduzido em relação às estruturas físicas de imóveis e à mão de obra, mas os gestores devem levar em conta a experiência dos alunos, normas técnicas e normas de segurança”, explica.

Já na opinião de Carmosinda Santos, atualmente dedicada aos cursos programados do CRT-SP (Conselho Regional dos Técnicos Industriais), “o curso online permite que o aluno aprenda no seu tempo, com apoio constante. Isso empodera o técnico, especialmente em regiões onde o ensino técnico presencial é escasso ou caro”. Carmosinda também criou cursos online com enfoque didático e sensível às dificuldades que muitas mulheres enfrentam nesse ambiente majoritariamente masculino.

Outro nome conhecido do setor é Rafael Ferreira, que une teoria e prática em módulos que vão do básico à automação avançada. Seu diferencial está na metodologia que simula situações reais de campo em vídeo, algo que os alunos valorizam. “A internet é a nova sala de aula. O que muda é a forma, mas o compromisso com a qualidade permanece”, resume Rafael.

Na Academia Gaivota, o foco é na refrigeração com forte ênfase em práticas sustentáveis. “Queremos técnicos com consciência técnica e ambiental. Isso é essencial para o futuro do setor”, reforça Luiz Fernando Gaivota.

O que impressiona nessas iniciativas é a estrutura envolvida. Ao contrário da ideia de “aulas gravadas em casa”, essas escolas virtuais contam com estúdios profissionais de gravação, plataformas exclusivas, certificação válida em todo o país e suporte técnico contínuo. Muitas oferecem ainda comunidades fechadas, fóruns, mentorias ao vivo e conteúdos extras atualizados conforme as normas e exigências do mercado.

Mercado em transformação

O avanço dessas plataformas reflete uma tendência global. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), a modalidade EAD cresceu mais de 400% no segmento técnico nos últimos cinco anos. No HVAC-R, o movimento é ainda mais visível pela falta de mão de obra qualificada — um gargalo que o ensino remoto ajuda a aliviar.

Outro ponto é o dinamismo do setor: com constantes atualizações tecnológicas, novas regulamentações e a transição para gases refrigerantes ecológicos, o técnico precisa se manter atualizado.

Para muitos alunos, esses cursos são o primeiro passo para uma carreira sólida. E, mais do que isso, esses influenciadores se tornam referências, mentores e fontes permanentes de aprendizado. “Em meus cursos são ministradas aulas teóricas e práticas demonstrativas em equipamentos reais no laboratório e no campo (atendimentos) com uma estrutura separadas por módulos. Os alunos têm como avaliar as aulas (avaliação utilizada para atualização) e o curso como um todo, tem acesso a grupos de alunos. Administro através de aplicativo e estrutura fornecida pela plataforma Hotmart onde tenho acesso ao desempenho do aluno, assiduidade nas aulas, exercícios, forneço materiais complementares e recebo as dúvidas. O certificado de curso livre somente é fornecido aos que concluem 100% no período contratado. Caso não tenham concluído, podem fazer a renovação pelo mesmo período com desconto para alunos”, diz Viana.

O modelo híbrido, que combina vídeos gravados, fóruns e encontros online ao vivo, mostra que o ensino digital pode ser completo, eficaz e acessível. E quando bem conduzido, molda não apenas profissionais, mas um setor inteiro em constante evolução.

“Atualmente temos uma grade imensa de cursos dentro e fora do segmento da refrigeração, tanto on-line como ‘incompany’. Mas uma coisa é fato, o online veio para facilitar muito a vida corrida dos técnicos, mas não veio substituir o presencial, pois cada um tem uma forma de aprender e sempre haverá demanda para o presencial”, enfatiza Gabriel.

“A qualificação on-line é uma ferramenta altamente rentável, uma vez que apresenta um custo reduzido” – Gabriel Pardo

Acompanhando essa transformação, também o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) tem expandido significativamente sua oferta de cursos na modalidade de Educação a Distância (EAD), incluindo programas voltados para o setor de Refrigeração e Climatização (HVAC-R). O curso técnico de Refrigeração e Climatização EAD tem por objetivo habilitar profissionais na elaboração de projetos de instalação de sistemas de refrigeração e climatização sob supervisão e na coordenação da execução da manutenção e da instalação de sistemas de refrigeração e climatização, seguindo legislação e normas técnicas, ambientais, de saúde e segurança no trabalho e utilizando as boas práticas. Essa iniciativa visa democratizar o acesso à formação técnica de qualidade, permitindo que profissionais de diversas regiões do Brasil se capacitem de forma flexível e acessível.

A plataforma Futuro.Digital, vinculada ao SENAI, oferece cursos técnicos e profissionalizantes em diversas áreas industriais, incluindo Refrigeração e Climatização. Os cursos são 100% online, com aulas disponíveis 24 horas por dia, permitindo que os alunos estudem no seu próprio ritmo. Além disso, os cursos contam com certificação nacional emitida pelo SENAI, o que agrega valor ao currículo dos profissionais formados.

Benefícios diretos para os técnicos

Os cursos online oferecidos por esses profissionais geram uma série de benefícios práticos e estratégicos para os técnicos, como:

Acesso à formação técnica de qualidade em qualquer lugar do Brasil, com apenas um celular e conexão à internet;

Flexibilidade de horário, permitindo que o aluno estude enquanto trabalha;

Atualizações constantes, alinhadas às inovações do mercado, como novas normas, gases refrigerantes e eficiência energética;

Certificação, que ajuda na valorização profissional e na conquista de novas oportunidades;

– Comunidade de apoio, com fóruns, mentorias e contato direto com os instrutores;

– Redução de custos com deslocamentos, hospedagem e material didático.

Além disso, os cursos muitas vezes incluem conteúdos extras, suporte pós-curso, oportunidades de networking e parcerias com empresas do setor, o que amplia ainda mais o alcance e as possibilidades de crescimento dos profissionais.

O que une os influenciadores técnicos e seus cursos online é mais do que a atuação no digital. É o propósito de transformar vidas por meio do conhecimento. Com estruturas sólidas, linguagem acessível e compromisso com a excelência, esses profissionais estão não apenas ensinando, estão ajudando a construir um novo futuro para o HVAC-R no Brasil.

Para muitos alunos, cursos online são o primeiro passo para uma carreira sólida

Desmistificando o manuseio e aplicação do R-32

O fluido refrigerante R-32 tem ganhado popularidade no setor de HVAC-R devido às suas propriedades favoráveis de eficiência energética e menor impacto ambiental comparado a outros refrigerantes, no entanto, há muitos mitos e verdades em torno de seu manuseio e aplicação.

O R-32 é uma alternativa eficiente e ambientalmente mais amigável comparada a muitos outros fluidos refrigerantes, mas seu manuseio exige conhecimento e precauções específicas. Desmistificar os mitos e entender as verdades sobre o R-32 é fundamental para garantir sua aplicação segura e eficaz no setor de HVAC-R. Com treinamento adequado e respeito às normas de segurança, o R-32 pode ser uma excelente escolha para sistemas modernos.

“O R-32 é levemente inflamável, de acordo com o Standart ASHRAE 34/ A2L, e possui classificação de segurança ISO 817:2014, sendo assim, o importante é sempre trabalhar obrigatoriamente com ferramentas corretas para o R-32, como recolhedora, e bomba de vácuo antifaíscas, do restante, os procedimentos de manuseio são iguais de outros fluidos HFCs (HidroFluorCarbonetos). Vale ressaltar que, ao recolher o R-32 para uma reoperação, sempre utilizar recolhedora e cilindro com válvula de segurança. Existem muitas informações relevantes no mercado e muitas informações falsas (Fake News) sobre o R-32 e seus equipamentos, por isso é imprescindível procurar associações, escolas e profissionais sérios do setor caso tenha dúvidas, não tome conclusões sem antes buscar informações confiáveis”, orienta Paulo Neulaender, diretor da Frigga Refrigeração e Ar Condicionado.

Os executivos da RLX Fluidos Refrigerantes, Natanael Oliveira Lima, diretor técnico; e Cristiane Sena, responsável técnica, acrescentam que por ser um fluido inflamável não pode ser utilizado de forma alguma para retrofit (substituição) em equipamentos projetados para gás R-410A.

“Por ser um gás considerado de alta pressão, pode explodir se aquecido a temperaturas fora das especificações de segurança; é classificado como um gás inflamável, portanto pode incendiar em presença de uma fonte de ignição. Para maior segurança, escolha sempre um lugar conveniente (na sombra e o mais ventilado possível) para instalação ou manutenção, e não realizar estas atividades próximo a fontes de calor e ambientes inflamáveis ou explosivos; no caso de instalações internas, mantenha o local arejado, deixando sempre que possível, janelas e portas abertas”, destacam Cristiane e Natanael.

Boas práticas de manuseio e segurança

No que tange aos substitutos do R-410A, o R-32 um HFC puro, possui elevada eficiência em transferência de calor e baixo impacto ambiental. Apresenta reduzido potencial de aquecimento global (GWP), e zero de agressividade à Camada de Ozônio (ODP).

“O R-32 foi desenvolvido para fazer parte das misturas de hidrocarbonetos refrigerantes azeotrópicos, tais como:  R-407A, R-407B, R-407C, R-407D, R-407E e R407F, e principalmente, do R-410A, recomendado para substituição em equipamentos de média e alta temperatura de evaporação, projetados exclusivamente para trabalhar com ele. Dependendo do projeto, o R-32 pode ser usado em condicionador de ar doméstico e comercial, bomba de calor, refrigeração comercial e chillers. Os procedimentos básicos para instalação e manejo do produto são os mesmos utilizados para quaisquer outros fluidos refrigerantes comumente utilizados em sistemas de refrigeração. Especificamente, para a instalação de sistemas splits, os procedimentos são as mesmas boas práticas aplicadas para o R-410A, porém alguns cuidados adicionais devem ser tomados na manipulação do cilindro de transporte, e no carregamento suplementar do gás R-32 na unidade condensadora. Recomendamos fortemente a utilização de uma bomba de vácuo para uma perfeita evacuação do produto, pois antes da liberação do gás refrigerante para o sistema, não deve haver de forma alguma a presença de ar em parte alguma do sistema de refrigeração”, advertem os executivos da RLX.

Paulo Neulaender, diretor da Frigga Refrigeração e Ar Condicionado

Neulaender acrescenta que o R-32 é uma substância com pouca toxicidade. O índice de inalação de CL50 de 4 horas em ratos é de 1.107.000 mg / m3 (inalação tóxica OCDE 403) e o NOEL (avaliação de riscos) em relação a problemas cardíacos é de aproximadamente 735.000 mg / m3 em cães. As embalagens de R-32 devem ser armaze-nadas em locais frescos e ventilados, longe de chamas livres, faíscas e de fontes de calor. Deve-se evitar a exposição direta ao sol e a acumulação de carga eletrostática.

“Em caso de vazamento de R-32 é importante ter troca de ar no local, recolhimento e armazenagem em cilindro retornável com válvula de segurança (importante sempre colocar um filtro secador antes da entrada do cilindro para retirar umidade e acidez do fluido e com isso reutilizar o mesmo), sanar o vazamento e após isso completar a carga, sempre em peso (massa) pode ser feita de forma líquida ou vapor por ele ser um fluido puro, como por exemplo, o R-134a ou R-22, e lembrar sempre que o R-32 trabalha com óleo sintético”, informa o diretor da Frigga Refrigeração.

Ele recomenda a todos profissionais buscar conhecimento em escolas qualificadas como o SENAI, Fatec, ETP para conhecimento técnico com parceiros especializados e buscar informações no mercado, e sempre consultar o fabricante do equipamento.

Natanael Oliveira Lima, diretor técnico da RLX Fluidos Refrigerantes

“Basicamente, não há a necessidade de investir em ferramental específico para a instalar e reparar equipamentos de refrigeração que utilizam o gás R-32. As ferramentas básicas utilizadas, inicialmente podem ser as mesmas do R-410 A, com exceção do Kit Manifold para refrigeração, que deve conter manômetros com escalas para medição das pressões do R-32. Pelo motivo do gás R-32 ser considerado como inflamável, é aconselhável sempre o uso de uma bomba de vácuo para retirar totalmente o ar atmosférico das tubulações e da unidade evaporadora. Para obter total conhecimento sobre as boas práticas de manuseio e instalação do R-32, o profissional deve fazer cursos de reciclagem na sua área de atuação, principalmente se forem sobre fluidos refrigerantes novos, tal como o R-32. Buscar instituições de ensino sejam públicas ou particulares, que ministrem cursos de capacitação referente ao fluido R-32. Buscar informações de quais fabricantes de produtos de refrigeração estão ministrando cursos, seminários ou palestras sobre quaisquer assuntos referentes ao gás R-32, ler atentamente e seguir rigidamente, todas as instruções técnicas que constam nos manuais de Instalação e Manutenção dos produtos, antes de instalar ou fazer qualquer intervenção de manutenção nos mesmos”, orientam Natanael e Cristiane.

“É essencial que técnicos recebam treinamento específico sobre o manuseio seguro R- 32, que deve cobrir uma ampla gama de informações para garantir tanto a segurança quanto a eficiência dos sistemas de ar condicionado. Os técnicos devem aprender quais EPIs, ferramentas e procedimentos específicos para manuseio seguro do R-32, bem como as técnicas corretas para transferência do fluido refrigerante, conexão e desconexão de mangueiras, verificação de vazamentos e práticas de recolhimento recomendadas para evitar a liberação do fluido refrigerante para o ambiente. Além disso, é importante que o treinamento inclua medidas de emergência, como procedimentos em caso de vazamento ou incêndio, uso correto de extintores de incêndio, técnicas de evacuação e primeiros socorros. Conhecimento sobre legislação e normas regulatórias que governam o uso de fluidos refrigerantes inflamáveis também deve ser incluído, assegurando que todos os procedimentos estejam em conformidade com as exigências legais, bem como o conhecimento das informações relacionadas à segurança de produtos químicos que estará presente na FISPQ (Ficha de Informação de Segurança para Produtos Químicos) do fluido refrigerante. Esse treinamento não apenas fortalece a segurança no local de trabalho, mas também prepara os técnicos para manusear o R-32 de maneira eficiente e responsável, maximizando a performance do sistema de ar condicionado e minimizando os riscos para eles e para o meio ambiente”, esclarecem os executivos da Chemours, Lucas Figita e Amaral Gurgel.

Seguir essas diretrizes não apenas promove um ambiente de trabalho mais seguro, mas também assegura a operação eficaz e segura dos sistemas de refrigeração que utilizam esses fluidos refrigerantes ligeiramente inflamáveis.

Mito x Realidade

Mito: O R-32 é extremamente perigoso e não deve ser utilizado em residências.

Realidade: Embora o R-32 seja ligeiramente inflamável (classificação A2L), ele é seguro para uso em sistemas de ar condicionado doméstico quando manuseado e instalado corretamente. Os equipamentos projetados para o R-32 atendem a rigorosas normas de segurança.

Mito: O R-32 é idêntico ao R-410A, então pode ser usado nos mesmos sistemas sem ajustes.

Realidade: O R-32 tem diferentes propriedades de pressão e temperatura comparado ao R-410A. Sistemas projetados para R-410A não são compatíveis com R-32 sem modificações adequadas. É essencial usar equipamentos especificamente projetados para o R-32.

Mito: O manuseio do R-32 requer equipamentos totalmente novos e caros.

Realidade: Embora o manuseio do R-32 necessite de alguns equipamentos específicos, muitos dos instrumentos usados com o R-410A são compatíveis. As ferramentas precisam ser verificadas quanto à sua compatibilidade com refrigerantes ligeiramente inflamáveis.

Verdades

Verdade: O R-32 tem um impacto ambiental menor do que muitos outros refrigerantes.

Realidade: O R-32 possui um Potencial de Aquecimento Global (GWP) menor do que o GWP do R-410A, em cerca de 19% (1/3). Isso torna o R-32 uma escolha mais ecológica.

Verdade: A capacitação adequada é essencial para o manuseio do R-32.

Realidade: Devido à sua ligeira inflamabilidade, é crucial que os técnicos recebam treinamento adequado no manuseio do R-32, incluindo procedimentos de segurança específicos e conhecimento sobre seu comportamento físico e químico.

Verdade: O R-32 pode melhorar a eficiência energética dos sistemas de ar condicionado.

Realidade: Sistemas que utilizam R-32 podem alcançar maior eficiência energética, resultando em menor consumo de eletricidade e custos operacionais mais baixos a longo prazo.

Verdade: O R-32 requer cuidados específicos durante a instalação e manutenção.

Realidade: Devido à sua ligeira inflamabilidade, o R-32 requer medidas de segurança adicionais durante a instalação e manutenção, como garantir uma boa ventilação no local de trabalho e evitar fontes de ignição.

Dicas essenciais para usar o ar-condicionado durante as férias

Durante as férias, famílias passam mais tempo em casa, aumentando o uso do ar-condicionado, impactando conforto e orçamento familiar.

Com a aproximação das férias, muitas famílias tendem a passar mais tempo em casa, o que pode resultar em um aumento considerável no uso do ar-condicionado. Este período crucial demanda atenção especial para o impacto desse uso no conforto e no orçamento familiar.

De acordo com dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), o consumo de energia dos aparelhos de ar-condicionado aumenta em média 25% durante as férias escolares, devido ao prolongamento do tempo de uso contínuo.

Daniel Alexandre da Silva, instrutor técnico da Fujitsu General do Brasil, enfatiza a importância de adotar medidas preventivas. “Durante as férias, é comum que mais pessoas permaneçam em casa por períodos prolongados, o que resulta em um uso mais intensivo do ar-condicionado. Por isso, equipamentos com tecnologia Inverter são sempre recomendados como a melhor solução.”

A manutenção preventiva é essencial para garantir o bom funcionamento do aparelho durante esse período crítico. Verificar regularmente o estado dos filtros de ar, bandeja de condensado, ventilador e umidificador é crucial. Segundo Silva, “Equipamentos que necessitam de manutenção geralmente apresentam sinais como congelamento e baixo rendimento. Por isso, é aconselhável realizar a manutenção preventiva logo no início da temporada de férias, quando o uso é mais intenso. Isso assegura que o sistema opere de maneira eficiente e confiável.”

Além de conservar energia e reduzir custos, manter o ar-condicionado limpo contribui para um ambiente mais saudável e confortável. “Um filtro limpo e um sistema livre de sujeira garantem um consumo energético menor e um ar mais puro. O acúmulo de sujeira nos sistemas pode levar a um desgaste prematuro dos componentes internos, evitando assim a necessidade de reparos frequentes ou substituições dispendiosas”, explica o especialista.

Para economizar energia, especialmente durante as férias, é recomendado adquirir aparelhos com eficiência energética A. Comparar o consumo entre diferentes modelos é fundamental. “Escolha sempre equipamentos que ofereçam o desempenho desejado com o menor consumo possível”, aconselha Silva.

Ao seguir estas práticas simples, é possível desfrutar do conforto proporcionado pelo ar-condicionado durante as férias sem comprometer o orçamento familiar. A manutenção regular e o uso consciente são essenciais para maximizar os benefícios do aparelho sem aumentar significativamente os custos com energia elétrica.

GP Auto Ar completa 42 anos

Neste mês de junho, a GP Auto Ar celebrou 42 anos de atividade. Fundada em 1982, a companhia, sediada em Jaraguá do Sul (SC) desde 1998, atua no mercado de instalação e manutenção de ar-condicionado automotivo.

A companhia tem se destacado pela dedicação de sua equipe e pela confiança depositada por seus clientes. A comemoração incluiu uma festa em reconhecimento ao mercado e em agradecimento a todos os que contribuíram para o sucesso da empresa ao longo de mais de quatro décadas.

1º dia do Circuito dos Instaladores – Fortaleza

Cadeia do Frio: rompendo o ciclo vicioso do desperdício de alimentos

Investimentos em infraestrutura e tecnologia modernas melhoram a eficiência e confiabilidade da segurança alimentar.

A cadeia do frio desempenha um papel fundamental na preservação e na qualidade dos alimentos, desde a produção até o consumo. No entanto, enfrenta uma série de desafios que muitas vezes resultam em desperdício de alimentos significativo. Um dos principais desafios é a falta de infraestrutura adequada, especialmente em regiões remotas ou em desenvolvimento. A falta de armazenamento refrigerado e transporte refrigerado confiável pode levar à deterioração rápida dos alimentos, resultando em perdas substanciais.

Para enfrentar esses desafios e romper o ciclo vicioso do desperdício de alimentos, é necessário investimentos em infraestrutura e tecnologia modernas para melhorar a eficiência e a confiabilidade lançando mão de estratégias, envolvendo diversas ações, incluindo o transporte refrigerado, essencial para garantir a segurança, qualidade e longevidade de uma ampla gama de produtos, especialmente alimentos perecíveis, medicamentos e vacinas.

Ele destaca que a transparência do fornecedor é essencial, pois podem ocorrer problemas durante o transporte, como a variação da temperatura, e isso altera tanto o recebimento da mercadoria, a armazenagem e a exposição no ponto de venda.

“A segurança do alimento é a premissa maior dos supermercados e para obtê-la o primeiro passo é fazer o básico bem-feito, ou seja, seguir as recomendações dos órgãos de regulamentação quanto ao controle rigoroso da temperatura, fazer a manutenção periódica dos equipamentos, utilizar embalagens adequadas e traçar um bom planejamento logístico.

Marcio Milan, Vice-Presidente de Relações Institucionais e Administrativo da ABRAS

Esse conjunto de ações mitigadoras ajudam a combater o desperdício de alimentos decorrentes, principalmente, do rompimento da cadeia de frio que põe em risco a qualidade do alimento e a saúde do consumidor. Esses fatores são essenciais não somente para transporte de longa distância, mas também quando o produto vai ser enviados do Centro de Distribuição (CD) para as lojas ou nas cargas entre lojas com boas práticas de produção, de manuseio, de estocagem, de distribuição e de exposição no varejo.

Há uma forte atuação dos supermercados no combate ao desperdício de alimentos e, a depender da qualidade desses produtos, muitas vezes, ainda dentro do prazo de validade, eles são descartados por quebra da cadeia de frio e o comprometimento da sua qualidade”, informa Marcio Milan, Vice-Presidente de Relações Institucionais e Administrativo da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS).

“Há casos que há comprometimento da segurança do alimento e esses alimentos têm de ser descartados, gerando impactos para os supermercados. Já do ponto de vista operacional, a otimização do processo vai desde o processo de compra de modo a evitar produtos parados em estoques até a gestão de falta de produtos nas gôndolas (rupturas). Outro aspecto prático vem da movimentação coordenada dos produtos para evitar o excesso de manipulação, da criação de área adequada de recebimento dos perecíveis, da capacidade de armazenagem de acordo com cada grupo de produtos e de treinamento constante tanto por parte do fornecedor quanto do varejo. É praxe conferir a temperatura da mercadoria que será entregue no varejo para verificar se foram transportadas seguindo as recomendações do fabricante, pois a carreta frigorífica apenas mantém a temperatura, ou seja, ela não consegue reduzir a temperatura do alimento. Por isso, uma das maiores ênfases nas boas práticas começa antes mesmo do carregamento do caminhão. Outro ponto importante é que os entregadores dos supermercados devem ser treinados para orientar os fornecedores a apenas abrir o baú refrigerado no momento do desembarque, pois a abertura das portas permite a entrada de ar mais quente, causando um choque de temperatura que afeta a vida útil de prateleira”, diz Milan.

Existe uma série de boas práticas quando o assunto é desperdício de alimentos, acrescenta Marcelo Souza, Coordenador de Operações de Loja da Associação Paulista de Supermercados (APAS).

Marcelo Souza, Coordenador de Operações de Loja da APAS

“No caso do transporte, a preocupação é sempre com a manutenção da temperatura ideal para cada tipo de carga, pois toda variação impacta diretamente no tempo de vida e qualidade dos produtos. Como citado, a constância da temperatura ideal para cada produto é essencial. Assim, na prática, os pontos mais sensíveis do processo estão nas trocas de ambientes – do armazenamento fabril para o transporte, do caminhão para o depósito de loja e depois para exposição. Na operação de loja, os tempos de movimentação da carga são pontos de atenção, assim como a correta operação nos ambientes (capacidade das câmaras, controle de portas fechadas e não bloqueio da corrente de ar nos expositores). Já o controle de perdas é uma operação da loja, essencial para o sucesso do negócio. Mas, este inicia-se na entrada na loja, não havendo dados precisos sobre o processo de transporte. No transporte, além da temperatura, as embalagens desempenham papel essencial no resultado de redução de perdas e desperdício. A APAS disponibiliza aos seus associados diferentes ferramentas para gestão, na forma de produtos da Escola APAS, onde cursos específicos sobre este tema são oferecidos. Por meio da Prontz, temos a oferta de produtos e serviços voltados a operação de loja, onde o associado também encontra soluções aplicáveis”, orienta Souza.

Cadeia produtiva de abastecimento

De acordo com o Vice-Presidente de Relações Institucionais e Administrativo da ABRAS, dados da FAO (The Food and Agriculture Organization of the United Nations) analisados pela Análise World Resources Institute e Global Food Losses and Food Waste–Extent (WRI), apontam que a região da América Latina é a segunda mais eficiente na cadeia produtiva de abastecimento quanto comparada às demais regiões do mundo. Ela apresenta o menor índice de desperdício, 15%. No entanto, desse percentual 28% são gerados pelo consumidor, 28% vêm da fase de produção, 22% na entrega e armazenamento, 17% na etapa de distribuição e mercado e 6% em processamento.

“A ABRAS ressalta a importância da manutenção da cadeia do frio, não somente no transporte, mas durante o recebimento, o armazenamento, a exposição em loja, pois estamos vivenciando mudanças climáticas extremas. Recomendamos uma rotina de inspeção dos equipamentos de refrigeração, a constante aferição de temperatura e umidade dos expositores, a orientação para que o consumidor mantenha fechada as gôndolas refrigeradas, pois são medidas que contribuem para preservar a vida de prateleira e a qualidade dos alimentos perecíveis até a mesa do consumidor. Outro aspecto vem do uso de tecnologias já disponíveis para o rastreamento de temperatura dentro dos veículos e das caixas de produtos por meio de sensores. Oportuno falar do programa ‘Embalagem na Medida’, que visa a padronização das medidas de base das caixas transportadoras para proporcionar um encaixe coeso entre as embalagens e evitar danos aos produtos, como amassamento e rompimento de embalagens. Nos supermercados, a eficiência das embalagens modulares, tanto as de papelão, de isopor e de plásticos, foram testadas no recebimento dos produtos, no armazenamento nas câmaras frias e no abastecimento das bancas, e isso nos sinaliza para o aumento da eficiência operacional de vegetais frescos e de cargas que devam ser transportadas ou armazenadas em câmara fria gerando a otimização, a descarga dos caminhões e o armazenamento em menor tempo para evitar a quebra da cadeia do frio. É um programa gratuito e está apto para combater o desperdício de alimentos do campo até o varejo”, destaca Milan.

Veículos frigoríficos modernos, sistemas de monitoramento ambiental, rotinas de inspeção que acompanham temperatura e umidade durante o armazenamento, rompem o ciclo de desperdício com investimentos em tecnologia

Estratégias para preservação da qualidade

O transporte refrigerado é um elo essencial na cadeia do frio, mantendo a qualidade e a segurança de produtos sensíveis à temperatura ao longo de toda a cadeia de suprimentos, garantindo a segurança, qualidade e longevidade de uma ampla gama de produtos, especialmente alimentos perecíveis, medicamentos e vacinas. À medida que a demanda por esses produtos continua a crescer globalmente, a importância de soluções inovadoras e sustentáveis se torna ainda mais relevante.

Segundo as associações supermercadistas, um exemplo é a otimização do transporte de carne bovina até os supermercados que exige especial atenção. Essa etapa não só assegura a qualidade e a segurança do produto, mas também maximiza a eficiência operacional e minimiza os custos. Algumas estratégias para otimizar esse processo são:

1 – Manutenção rigorosa da cadeia do frio

– Controle de temperatura: Garantir o controle preciso da temperatura dentro dos veículos frigoríficos é essencial para manter a carne fresca e segura durante o transporte. Isso requer equipamentos de refrigeração de alta qualidade e bem mantidos.

– Monitoramento em tempo real: Utilizar tecnologias de IoT para monitorar as condições de temperatura e umidade em tempo real, permitindo intervenções imediatas caso ocorram desvios nos parâmetros ideais.

2 – Planejamento e roteirização eficientes

– Otimização de rotas: Desenvolver rotas de entrega que minimizem o tempo de trânsito e a distância, reduzindo o risco de quebra na cadeia do frio e maximizando a eficiência do combustível.

– Agendamento de cargas: Planejar os horários de carga e descarga para evitar a exposição prolongada a temperaturas inadequadas durante o processo de transporte.

3 – Capacitação e treinamento de equipe

– Formação de motoristas: Motoristas bem treinados são essenciais para o manejo adequado do transporte refrigerado. Eles devem estar aptos a operar equipamentos de refrigeração e monitorar as condições da carga.

– Boas Práticas de higiene: Assegurar que toda a equipe entenda e implemente rigorosas práticas de higiene para evitar contaminação cruzada.

4 – Embalagens apropriadas

– Embalagem isolante: Usar materiais de embalagem que ofereçam isolamento térmico adequado e protejam a carne durante o transporte.

– Sistema de empacotamento: Implementar sistemas que reduzam o espaço vazio nas embalagens, promovendo uma refrigeração mais uniforme e eficiente.

5 – Investimento em tecnologia

– Veículos modernos: Investir em veículos frigoríficos modernos, equipados com as últimas tecnologias de refrigeração e sistemas de monitoramento ambiental.

– Soluções de rastreamento: Implementar sistemas avançados de rastreamento e gerenciamento de frota para otimizar operações logísticas e responder rapidamente a quaisquer incidentes.

6 – Parcerias estratégicas

– Colaboração com fornecedores: Estabelecer parcerias com fornecedores confiáveis de equipamentos e serviços de manutenção para veículos frigoríficos.

– Integração na cadeia de suprimentos: Trabalhar em estreita colaboração com outros elos da cadeia de suprimentos, como abatedouros e supermercados, para garantir uma transição suave e eficiente da carne ao longo da cadeia.

“O transporte refrigerado enfrenta desafios como a necessidade de eficiência energética, a redução da pegada de carbono e a garantia de conectividade e monitoramento em tempo real das condições de transporte. Inovações tecnológicas, como IoT (Internet das Coisas), embalagens inteligentes e veículos movidos a energia limpa, estão sendo desenvolvidas para enfrentar esses desafios, tornando o transporte refrigerado mais sustentável e eficaz. Ao adotar essas estratégias, é possível não só melhorar a qualidade e a segurança dos produtos entregues aos consumidores, mas também aumentar a sustentabilidade e a lucratividade do setor de transporte frigorífico na cadeia de produção de carne bovina. Isso demonstra um compromisso com a excelência operacional e a responsabilidade ambiental e social”, conclui Souza.

Grupo Leveros expande presença no Nordeste

Com sede em Assis (SP), o Grupo Leveros planeja expandir suas operações pelo Brasil, impulsionado pelo aumento das vendas de ar-condicionado, que geraram um faturamento de R$ 1,2 bilhão em 2023. A empresa anunciou a construção de dois “hubs de relacionamento” no Recife e em Natal, com abertura prevista para janeiro de 2025.

Cada hub, com 500 metros quadrados, abrigará uma loja, um centro de treinamento para instaladores e arquitetos, além de um ponto de retirada de equipamentos. O investimento de R$ 2,5 milhões resultará na criação de aproximadamente 30 empregos em cada capital, ampliando as bases de venda e capacitação da empresa, que já possui unidades em Fortaleza, Salvador e um Centro de Distribuição em João Pessoa.

As novas unidades em Pernambuco e Rio Grande do Norte serão maiores do que as inauguradas anteriormente na Bahia e no Ceará, impulsionadas por uma demanda crescente devido ao clima quente ao longo do ano.

A presença física dos hubs é fundamental para fortalecer o relacionamento com os instaladores diretos, com o objetivo de atrair novos clientes e garantir a montagem e manutenção dos equipamentos. A meta é que, em um ano, cada hub estabeleça vínculos com cerca de 250 profissionais, impulsionando ainda mais o crescimento da empresa.

Lei obriga ar-condicionado em todo transporte público do DF

Aprovada pela Câmara Legislativa nesta terça-feira (5), a Lei nº 7.429/2024 estipula a instalação de ar-condicionado nos veículos do Sistema de Transporte Público Coletivo do DF (STPC/DF), após veto do Poder Executivo ser derrubado.

O intuito é garantir conforto aos passageiros, proporcionando temperatura mais amena durante os períodos quentes. Além disso, a norma exige que as empresas do STPC/DF instalem medidores de temperatura e apresentem selos de revisão com dados sobre manutenção e periodicidade.

As companhias de ônibus têm 3 anos para adaptar suas frotas, sob pena de sanções administrativas, como recolhimento e impedimento de circulação de veículos não adaptados, além de possíveis perdas de licitação para prestação de serviços de transporte público coletivo.