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Agora é oficial: 26 de junho, Dia Mundial da Refrigeração

Associações empresariais e profissionais de todo o mundo finalmente chegaram a um acordo sobre uma data oficial para celebrar o Dia Mundial da Refrigeração.

A partir do ano que vem, a comemoração global ocorrerá anualmente em 26 de junho, e toda a indústria será incentivada a participar do evento para promover o setor. 

Segundo seus idealizadores, o Dia Mundial da Refrigeração está sendo lançado para aumentar a conscientização da comunidade internacional sobre o papel do HVAC-R no apoio à vida moderna e à sociedade.

Entidades sediadas nos EUA, Índia, Paquistão, Filipinas, Tailândia, Austrália, África, Oriente Médio e em toda a Europa já deram apoio formal à data.

De acordo com o consultor Steve Gill, presidente do Instituto de Refrigeração (IoR, em inglês), o termo “refrigeração”, usado para marcar a efeméride, está sendo empregado em seu sentido mais amplo.

“A refrigeração é usada para preservar alimentos, assim como para fornecer conforto térmico aos seres humanos por meio do ar-condicionado. Da mesma forma, as bombas de calor também retiram calor de uma fonte e o transferem para outro local”, explica Gill.

Ele diz ainda que a refrigeração tem uma história tão longa e fascinante, cheia de inventores, pioneiros da engenharia, cientistas e empresários em todo o mundo – todos os quais merecem ser reconhecidos e lembrados por sua valiosa contribuição à humanidade.

“As tecnologias e aplicações de refrigeração, ar condicionado e bombas de calor surgiram a partir da necessidade humana por alimentos, conforto e processos térmicos. Essa é uma história que remonta a séculos, porém, para aqueles que trabalham nessa indústria, ainda é uma frustração de longa data não receber o devido reconhecimento”, argumenta.

“A vida moderna não poderia existir sem refrigeração. Também é necessário que haja uma maior apreciação por parte da comunidade em geral em relação às habilidades e conhecimentos empregados diariamente pelos profissionais da indústria para manter essas tecnologias”, acrescenta.

Apesar de uma história tão longa e rica, prossegue Gill, concordar com uma data comemorativa provou ser desafiador até mesmo em nível nacional no Reino Unido, quanto mais em nível internacional.

“No entanto, a indústria está unida em seu desejo de mostrar suas realizações para o público em geral. Assim, conseguimos construir um consenso em torno de muitos objetivos comuns e, finalmente, chegamos a um acordo sobre uma data”, comemora.

 

Grande campanha global

A CEO do IoR, Miriam Rodway, também destaca que a refrigeração contribui para muitos aspectos da vida moderna, desde a medicina até o fornecimento de alimentos, agricultura, engenharia de processos e TI, embora ainda seja uma indústria amplamente desconhecida do grande público.

“Reunir a comunidade de refrigeração mundial para celebrar nosso sucesso e nossas conquistas faz parte do papel do IoR de promover o avanço do setor. Esperamos trabalhar mais de perto com todos que apoiam essa grande campanha”, informa.

“Estabelecer o Dia Mundial da Refrigeração tem sido a cruzada pessoal de Steve Gill por mais de uma década. Embora ele seja o primeiro a admitir que a ideia de um dia especial para essa indústria possa não ser nova, a formação de um consenso entre organizações e pessoas de todo o mundo em torno de uma data fixada anualmente certamente é”, reforça.

Segundo o IoR, o site do Dia Mundial da Refrigeração deve ser lançado este mês.

Prevenção de vazamentos reduz prejuízos econômicos e ambientais

Uso irregular de produtos sem garantia de origem e falta de manutenções preventivas em sistemas de refrigeração comercial agravam risco de surgimento de pontos de fuga

Problema nem sempre perceptível no dia a dia, mas que causa prejuízos milionários ao setor supermercadista brasileiro, os vazamentos de fluidos refrigerantes dos equipamentos de refrigeração e climatização comerciais devem ser prevenidos por meio de manutenções periódicas.

A falta dessa cultura tem se mostrado nociva para o bolso e o meio ambiente. Afinal de contas, substâncias como o hidrocloro-fluorcarbono (HCFC) R-22 custam caro e afetam a camada de ozônio.

Para deixar esta situação mais crítica, infelizmente ainda existem instalações em que são usados fluidos refrigerantes sem comprovação de origem, porque são contratados refrigeristas despreocupados com a qualidade do serviço prestado.

Sem os devidos cuidados, o risco de acidentes também é agravado, uma vez que a exposição a produtos de qualidade duvidosa pode causar, por exemplo, queimaduras a frio e intoxicar profissionais do setor, funcionários dos estabelecimentos e clientes. Por essas e outras razões, o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) é imprescindível durante a manipulação deles.

Para assegurar que os sistemas de refrigeração estejam hermeticamente selados, os  técnicos da área de manutenção devem sempre verificar o estado de seus componentes, especialmente os anéis de vedação, pois caso eles estejam mal posicionados ou gastos, poderão ocorrer vazamentos.

Segundo especialistas do setor, fluidos refrigerantes de má qualidade, como os com alta taxa de umidade ou presença de partículas sólidas, também danificam peças do sistema, tais como tubulações e compressores, favorecendo o surgimento de pontos de fuga.

Boas práticas, portanto, são indispensáveis. De acordo com estudos da Eluma, 70% dos vazamentos de fluidos refrigerantes ocorrem em função do flangeamento inadequado.

“Precisamos bater nessa tecla com os instaladores e capacitá-los para que não ocorram fugas nessas regiões”, diz o coordenador comercial da empresa, Sandro Roberto Navarro, lembrando que brasagem é outro ponto crítico.

“É primordial que seja inserido nitrogênio no tubo para realizar a brasagem, porque também já é de conhecimento que, realizando a brasagem no tubo sem ele, ocorrerá oxidação interna”, acrescenta.

técnico ajustando o fluido refrigerante

Estado de conservação dos componentes dos sistemas de HVAC-R influi diretamente no surgimento de pontos de fuga de fluidos frigoríficos

Boas práticas

Segundo documentos técnicos do Programa Brasileiro de Eliminação de HCFCs (PBH), todo sistema HVAC-R pressurizado é suscetível a vazamentos, que acontecem devido às “falhas” que podem ocorrer em cada tipo de junção, seja em uma conexão do tipo flange, seja em uma conexão do tipo brasada.

O tamanho  do  vazamento  pode  variar  de  gramas  por ano  a  quilogramas  por  segundo.  Mesmo  com  a utilização de tecnologias de detecção mais avançadas (de maior sensibilidade), alguns vazamentos podem ser muito pequenos e de difícil detecção.

Se determinadas influências internas ou externas estiverem presentes em um sistema HVAC-R, devido à tensão térmica ou ambiental e também à vibração, será uma questão de tempo para que um vazamento de menor proporção atinja um maior nível até se tornar detectável.

Um sistema de refrigeração é considerado estanque se a taxa de vazamento admissível  não  for  excedida – estes valores  podem ser encontrados no regulamento F-gas, adotado pela União Europeia.

Por sinal, diversas leis e normas internacionais estão em vigor para conter, prevenir e reduzir as emissões de fluidos frigoríficos que destroem a camada de ozônio e/ou agravam o aquecimento global.

“No setor de HVAC-R, componentes e sistemas devem ser constantemente testados contra vazamentos,  para  garantir  que  estejam  abaixo  dos limites  especificados”, enfatiza o Guia de Boas Práticas – Controle de Vazamento, do PBH.

“Se houver suspeita de vazamento em um sistema de HVAC-R, é recomendável verificar primeiramente os lugares com maiores chances de apresentarem vazamentos. Estes lugares podem ser diferentes de um sistema para outro, mas as experiências adquiridas têm mostrado que alguns pontos críticos devem ser nomeados. Predominantemente, levando em conta todas as fontes potencias de vazamento, as conexões mecânicas são identificadas como as mais críticas”, informa a publicação.

 

Tecnologias

Atualmente, existem no mercado diversas tecnologias para detecção e prevenção de vazamentos. Para localização exata dos pontos de fuga, um dos produtos mais recomendados são os contrastes fluorescentes.

“Quando o contraste é injetado ele se mistura ao óleo e circulará pelo sistema, sendo facilmente localizável com uma luz ultravioleta ou violeta. Essa tecnologia foi inventada pela empresa americana Spectroline em 1955, e hoje é utilizada no mundo inteiro. A segurança do produto é incontestável pelas certificações e liderança de mais de 70% do mercado americano, por exemplo”, afirma o diretor de operações da K11 Máxima Performance, Kiko Egydio.

sistema de refrigeração

Contrastes fluorescentes facilitam detecção de vazamentos de fluidos refrigerantes

“No caso dos contrastes, cabe uma ressalva quanto à utilização de produtos de baixa qualidade, que, em sua maioria, possuem solventes na composição. Esses produtos baratinhos corroem e danificam os componentes do sistema de refrigeração ao longo do tempo”, alerta.

As outras formas de inspeção de vazamentos são testes de pressurização com nitrogênio – que apenas indicam se há vazamentos e estimam, sem grande precisão, a dimensão deles, além dos detectores eletrônicos – que não são precisos quanto ao ponto exato do vazamento, como os contrastes, e exigem cuidados especiais no manuseio, conservação e limpeza, uma vez que podem acusar resultados falsos por contaminação dos sensores, por exemplo.

“Outro método bastante utilizado são as famosas bolinhas de sabão, que é útil para pequenos locais e de fácil acesso, mas é totalmente inadequado para inspeções de grandes linhas”, informa.

Para tapar microvazamentos de fluidos refrigerantes, a K11 introduziu no País, um aditivo químico homônimo fabricado pela Spectroline, produto compatível com todos os fluidos sintéticos e lubrificantes usados hoje no mercado.

Todos os anos, o País importa cerca de 16 mil toneladas de hidroclorofluorcarbonos (HCFCs) e aproximadamente 10 mil toneladas de hidrofluorcarbonos (HFCs). Além de serem nocivas ao clima do planeta, ambas as substâncias são caras, por causa do preço atrelado ao dólar.

Atualmente, 70% desses refrigerantes importados pelo Brasil são usados em recargas de sistemas instalados, dado que expressa o volume absurdo de escapes para a atmosfera e dá uma boa noção acerca dos enormes prejuízos econômicos e ambientais vinculados a esse fato.

“A elevação dos preços dos fluidos refrigerantes nos últimos anos e a variação cambial no Brasil serão os grandes responsáveis pelo aumento da atenção para as boas práticas e a eliminação dos vazamentos”, prevê Egydio.

Contudo, segundo o Ministério do Meio Ambiente, a maioria dos prestadores de serviços da área não segue procedimentos padronizados de manutenção preventiva, considerando controle de fugas, aplicação de ferramentas de qualidade, documentação e monitoramento das atividades realizadas.

 

Detectores de gás aumentam segurança em plantas com amônia e CO2

A Danfoss lançou, recentemente, sua nova linha de detectores fixos de gás para aplicações de refrigeração industrial.

Segundo a empresa, os novos dispositivos de segurança não são apenas compatíveis e precisos, mas também muito mais fáceis e intuitivos de se trabalhar, desde a especificação inicial até a operação de longo prazo

“A nova geração de detectores de gás da Danfoss é baseada em uma plataforma digital que oferece múltiplas opções de comunicação e integração para melhorar a confiabilidade operacional, facilitar a calibração e os procedimentos de manutenção que permitem alta eficiência de serviço e conformidade normativa”, ressalta o comunicado distribuído à imprensa.

Além disso, a interface de usuário intuitiva fornece um alto nível de precisão para simplificar o manuseio do operador, minimizando os riscos operacionais, de configuração e de erro de calibração. O portfólio varia de modelos básicos aos modelos para uso em ambientes agressivos com tecnologia de sensores para atender aos requisitos específicos de refrigerante, aplicação e segurança do sistema de refrigeração. 

A conexão analógica ou Modbus RS485 permite comunicação fácil com um sistema central. Unidades de detecção de gás autônomas com relés integrados estão disponíveis e podem ser conectadas diretamente a sistemas externos para ativar dispositivos de alarme.

Para fornecer uma solução plug and play robusta, todas as unidades de detecção de gás vêm pré-configuradas de fábrica para combinar com o refrigerante e a configuração típica de níveis de alarme necessária – dependendo das regulamentações, isso pode ser alterado localmente.

Para um processo de calibração mais simplificado, a nova linha de unidades de detecção de gás da Danfoss possui uma rotina de calibração integrada.

“A calibração de gás não requer mais potenciômetros e multímetros, simplificando significativamente o processo e reduzindo o tempo de calibração e o risco de erros. Substituições de sensores certificados pela fábrica e pré-calibrados estão disponíveis em todos os tipos de sensores para fácil manutenção”, informa a empresa.

Vários recursos de serviço suportam o planejamento de manutenção otimizado, como alertas de serviço – na unidade, no controlador ou em ambos – para indicar quando o serviço é necessário. A ferramenta dedicada “PC Service Tool” fornece uma visão geral de quando cada unidade de detecção de gás opera, além de gerar relatórios de calibração em campo para apoiar a documentação e os procedimentos de segurança.

O portfólio de detecção de gás da Danfoss atende às normas regulatórias EN 378:2016, ISO 5149:2014, IIAR 2-2017, e Ashrae 15:2016, fornecendo segurança abrangente e recursos fáceis de usar.

Cade aprova venda da Embraco para Nidec

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a venda de 100% das ações da Empresa Brasileira de Compressores (Embraco), de Joinville, controlada da americana Whirlpool Corporation, para a japonesa Nidec. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) em outubro. Esta era uma etapa necessária para a concretização da compra e venda da companhia fabricante de compressores herméticos para refrigeração, detentora de tecnologia de ponta no setor.

A venda da empresa por US$ 1,08 bilhão foi anunciada em 24 de abril deste ano. Com matriz em SC e filiais na China, México e Eslováquia, a Embraco tem 11 mil empregados. O principal motivo da venda é a concorrência acirrada no mercado mundial do segmento. 

 

 

Fonte: NSC Total

Mais de 32 mil visitantes esperados na Chillventa 2018

A cidade alemã de Nuremberga irá acolher de 16 a 18 de outubro a Chillventa 2018, feira de divulgação de eficiência energética, bombas de calor e refrigeração, que acontece a cada dois anos.

O evento propriamente dito abrirá em 15 de outubro para o Chillventa CONGRESS, no qual especialistas do mundo inteiro poderão trocar impressões e esclarecer dúvidas sobre as últimas tendências e desenvolvimentos do mercado.

Daniela Heinkel, diretora da Chillventa, destacou o crescimento da feira com relação a 2016. “A nova configuração que usamos em 2016 provou ter sucesso. O feedback dos visitantes mostrou-nos a importância de ter uma estrutura clara e bem definida para os expositores. Isto torna tudo mais fácil para as pessoas andarem pelo evento e prepararem-se para a visita. Estamos felizes por muitos expositores terem reservado áreas de exposição maiores este ano”, sublinhou Heinkel.

Todo o programa está disponível no site da Chillventa em https://www.chillventa.de/en.

 

Fonte: Edifício e energia/ David Alvito

Bombas de vácuo e recolhedoras exigem manutenção regular

Bombas de vácuo e máquinas recolhedoras de fluidos refrigerantes são ferramentas essenciais para as boas práticas na indústria de refrigeração e ar condicionado. Entretanto, assim como os próprios sistemas frigoríficos, ambas necessitam de cuidados básicos e manutenção regular para que funcionem de maneira eficaz durante sua vida útil.

Segundo especialistas da área, as melhores coisas que os refrigeristas podem fazer para que suas bombas de vácuo e recolhedoras operem por muito tempo são mantê-las limpas, armazená-las apropriadamente e manuseá-las com cuidado.

Bomba de vácuo de duplo estágio manufaturada pela Vulkan

“Obviamente, os profissionais do setor devem fazer a leitura completa de seus manuais, não só das partes relativas aos princípios de funcionamento e precauções, mas também das tabelas de defeitos e possíveis soluções”, recomenda o engenheiro mecânico Mauro Mendonça, diretor de vendas da Vulkan.

Acima de tudo, os impactos devem ser evitados, pois esses são produtos de precisão que possuem pistões. “Qualquer queda pode danificá-los com muita facilidade. Por isso, toda atenção contra o choque mecânico é altamente necessária”, informa.

Segundo ele, a evacuação do sistema é essencial para qualquer serviço de refrigeração. “As recolhedoras também são imprescindíveis, não só para os profissionais que reutilizarão os refrigerantes em reinstalações, mas em função das exigências daqueles que seguem à risca as normas ambientais vigentes no País e trabalham pensando no futuro do planeta”, avalia.

Cuidados assim também são relevantes para o bolso dos técnicos, uma vez que muitas recolhedoras, por exemplo, são equipamentos que possibilitam a reciclagem dos gases refrigerantes, o que contribui diretamente para a preservação da camada de ozônio e gera ganhos econômicos.

“Instalações frigoríficas que seguem todos os padrões exigidos pelos fabricantes também operam com mais eficiência e têm vida útil superior”, lembra o engenheiro de aplicações da Fieldpiece do Brasil, Roger Kenny Miyamoto Kayano.

“Atualmente, vivemos uma época em que cuidados ambientais são de extrema importância. A busca por soluções que tragam melhor eficiência com o menor prejuízo possível à natureza é algo que interessa a empresas de todo o mundo”, reforça.

 

Desidratação do circuito frigorífico

O objetivo da evacuação é remover as impurezas do circuito frigorífico até chegar a um nível em que os gases não condensáveis e, acima de tudo, a umidade não alterem as propriedades químicas do fluido refrigerante e do óleo.

Bomba de vácuo fornecida pela Fieldpiece

Ao entrar em contato com o óleo e o refrigerante, a umidade ajuda a formar os ácidos fluorídrico e clorídrico, que, por sua vez, podem causar danos permanentes no sistema.

Segundo os documentos técnicos do Programa Brasileiro de Eliminação de HCFCs (PBH), um bom vácuo deve ser realizado com uma bomba de duplo estágio com válvula de balastro de gás e tamanho adequado ao volume do sistema de refrigeração.

O equipamento tem de possuir conexões macho para mangueiras de 1/4″ e 3/8″, além de válvula solenoide no lado da sucção, a fim de evitar o retorno do ar para o sistema, no caso de falta de energia elétrica durante a operação.

Hoje, é possível encontrar diversas marcas e modelos no mercado. “Para a escolha de uma boa bomba de vácuo, o profissional deve levar em consideração a quantidade de estágios (simples ou duplo), sua finalidade (sistemas de refrigeração doméstico, residencial, comercial ou industrial) e marca”, explica Roger.

“A finalidade da bomba de vácuo permitirá a escolha da melhor ferramenta. Bombas de até 8 CFM são adequadas para sistema de refrigeração até o porte comercial de pequeno/médio. Para VRF ou sistemas de grande porte de refrigeração, bombas maiores são necessárias”, exemplifica.

Máquina recolhedora lançada pela Suryha na última Febrava

A qualidade da bomba também é importante. “Bombas de má qualidade à venda no mercado não fornecem vazão de sucção suficiente, dificultando o processo de evacuação. Portanto, uma bomba de marca confiável é essencial”, ressalta.

A manutenção do equipamento, prossegue Roger, é dever do técnico, que precisa “sempre prestar atenção ao óleo da bomba e sempre utilizar o lubrificante próprio para esses equipamentos, trocando-o sempre que necessário, com a quantidade adequada”.

“Para verificar se a bomba necessita de manutenção ou não, deve-se conectá-la a um vacuômetro digital, e sua leitura deve cair para valores menores que 100 microns rapidamente”, orienta.

 

Recolhimento de fluidos

Além de ser uma prática antieconômica, liberar fluidos refrigerantes sintéticos na atmosfera é crime ambiental passível de multas e prisão. “Esse procedimento deve ser realizado sempre com recolhedoras e cilindros próprios para recolhimento em vácuo ou não, dependendo do destino traçado ao fluido”, diz Roger.

Os técnicos nunca devem utilizar cilindros descartáveis dos fluidos nessa tarefa, pois eles não apresentam corpo resistente para aguentar as pressões de recolhimento, podendo causar explosões.

Os fabricantes de equipamentos também não recomendam o recolhimento nas unidades condensadoras. “O risco de explosão causada por alta pressão exercida pelo fluido recolhido é grande”, alerta.

A recolhedora costuma ser um equipamento grande e pesado, fazendo com que sua manipulação seja dificultada. Portanto, um equipamento que facilite a manipulação e leituras de parâmetros é uma característica que deve ser levada em conta pelos profissionais do setor antes de sua aquisição.

Com a utilização de um filtro na entrada de sucção da recolhedora, ela também consegue reciclar o fluido. Segundo a norma NBR 15960:2011, da ABNT, a reciclagem é caracterizada pela retirada de contaminantes presentes na substância, como umidade, acidez e materiais particulados. Entretanto, o equipamento não a regenera, deixando-a como um fluido novo.

Detalhe da bomba de vácuo

Bomba de vácuo fabricada pela Mastercool

A velocidade de recolhimento deve ser avaliada. “Há chillers que utilizam grandes quantidades de fluido refrigerante. A potência do compressor da recolhedora afetará a velocidade de recolhimento. Também relacionado ao compressor, o funcionamento com óleo restringe a quantidade de tipos de fluidos com que a recolhedora consegue trabalhar”, explica.

Em alguns casos, o fluido refrigerante pode ser reutilizado, se ele estiver num sistema de refrigeração em boas condições de uso. “O fluido em bom estado deve ser recolhido em um cilindro próprio para recolhimento de gases em vácuo. Dessa forma, ele poderá ser reutilizado em outros sistemas com perda mínima de eficiência”, diz.

“Como dito anteriormente, é necessário que o cilindro esteja em vácuo, caso o objetivo seja utilizar novamente o fluido. Ele também deve ser pesado, para se saber quanto de fluido foi removido do sistema. A pressão do cilindro, durante o recolhimento, deve ser monitorada. Pressões muito elevadas podem ocasionar explosões”, detalha.

“É importante ressaltar que recolhedoras de fluidos não são bombas de vácuo e não devem ser utilizadas como tal. Seu motor não é construído para tal finalidade”, completa.

 

Tendências

O mercado brasileiro de ferramentas está em constante evolução e tem um potencial de expansão enorme, apesar das adversidades políticas dos últimos anos, segundo avaliação do empresário Jorge

Bomba de vácuo e carrinho fabricados pela Symbol

Lameira, da Symbol, fabricante nacional de bombas de vácuo de duplo estágio com vazões variadas.

“Estamos sentindo, mesmo que de forma bem sutil e vagarosa, um crescimento na exigência de produtos e equipamentos de alto desempenho, baixo consumo energético e alta durabilidade, o que reflete em todos os segmentos do HVAC-R”, diz.

Segundo Luiz Felipe Lopes, técnico de desenvolvimento de produtos da Suryha, as bombas de vácuo mais modernas possuem recursos e características bem interessantes, como vacuômetro integrado, maior vazão e peso reduzido.

“Quanto às recolhedoras, a grande inovação será uma maior capacidade de operação, ou seja, elas serão produtos compactos com grande desempenho”, prevê.

De acordo com o tecnólogo André Oliveira, diretor-geral da Mastercool do Brasil, recolhedoras mais atuais já são eletricamente blindadas contra faiscamento e permitem recolhimento de fluidos refrigerantes inflamáveis.

“As recolhedoras e recicladoras são construídas hoje com compressor seco que permite ao técnico recolher diversos tipos de fluidos sem a necessidade de utilizar vários equipamentos”, salienta.

Mercofrio debate o futuro do segmento de climatização e refrigeração

Considerado como uma referência nacional no segmento, o Mercofrio 2018 – 11º Congresso Internacional de Ar Condicionado, Refrigeração, Aquecimento e Ventilação traz grande expectativa para o setor. As atividades acontecem entre os dias 25 e 27 de setembro reunindo autoridades nas mais diversas áreas do setor e convidados internacionais. O congresso tem a tradição em apresentar trabalhos de alta notoriedade, relevância técnica e utilidade mercadológica.

– É um momento de aproveitar as imensas oportunidades que um evento como esse nos proporciona através do conhecimento de novas tecnologias e processos usados no segmento, além da chance de aprofundar contatos com empresas e parceiros. A grade de programação é variada, o que permite a participação de profissionais de diferentes áreas dos segmentos que representamos de ar condicionado, refrigeração, aquecimento e ventilação – afirma o presidente da ASBRAV, Eduardo Hugo Müller.

Entre os temas confirmados para o evento estão eficiência e inovação em sistemas de água gelada; Co-geração e absorção; uso da ferramenta CFD para HVAC&R e Comissionamento que é o processo de assegurar que os sistemas e componentes de uma edificação ou unidade industrial estejam projetados, instalados, testados, operados e mantidos de acordo com as necessidades e requisitos operacionais do proprietário. Estarão em pauta, ainda, Ar Condicionado de precisão para Data Centers; estratégias para qualidade do ar interno do ambiente condicionado; VRF; Aplicação de modelagem BIM em HVAC&R. A programação conta ainda com a abordagem do tema “O que há de novo na nova edição do PBE Edifica”; Refrigeração comercial e Simulação energética de edificações.

Para o diretor setorial de Ar Condicionado da ASBRAV – Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação, Fernando Pozza, um dos destaques aguardados serão os debates sobre as tendências dos novos fluidos refrigerantes e sistema dedicados para ar externo.

– Todos os temas são relevantes, mas destaco esses por lidarem com ferramentas que auxiliam projetistas e arquitetos a fazerem projetos mais sofisticados com menor custo. Percebemos no segmento uma característica constante de novas tecnologias que ajudam a reduzir o consumo de energia e, logo, promovem melhorias do ponto de vista de sustentabilidade – afirmou.

A sistemática diferenciada do evento e a escolha de um novo local, é destacada pelo membro da comissão organizadora, Luiz Afonso Dias.

– Estamos muito otimistas em virtude da série de novidades que estão sendo oferecidas ao público. O escopo do Congresso está um pouco diferente com palestras simultâneas, além de termos ampliado o volume de conteúdos. O objetivo é permitir uma gama de temas que são de interesse dos profissionais das mais variadas áreas e, certamente, todos encontrarão assuntos que são do seu interesse profissional – disse.

O 1o vice-presidente da ASBRAV, Paulo Fernando Presotto, reforça que foram integradas questões técnicas com seminários e ampliação do espaço para o patrocinador. Isso tudo, faz a edição do Mercofrio 2018, ser especial.

– O mundo está em transformação e as relações entre empresas estão mudando a cada dia. Hoje, vemos uma geração surgindo no mercado de trabalho muito sustentada em novas tecnologias como smartphones, block chain, smart grid, internet das coisas, entre outros. Isso tudo exige que empresas e profissionais busquem atualização. Procuramos fazer um evento agradável em todos os aspectos – comentou.

Para o 2º Vice-presidente da ASBRAV, João Carlos Antoniolli, há uma importante contribuição para a qualificação de toda a cadeia de fornecimento do setor.

– Sabemos que é o local que se atinge o último elo desta cadeia: o usuário final. É ele que nos traz a demanda por conforto, por refrigeração, ventilação, qualidade do ar, eficiência energética, automação e que, por sua vez, justifica os investimentos na busca por inovações, um processo contínuo dentro dos centros de pesquisa e desenvolvimento do fabricante – disse.

O programa do Congresso Mercofrio 2018 será múltiplo, combinando sessões técnicas, seminários, mini-cursos e fóruns de discussão. Nas Sessões Técnicas são apresentados artigos técnicos – papers – que atenderam a chamada de trabalhos e foram submetidos a revisão da comissão científica. Os trabalhos apresentados concorrem ao Prêmio ANPRAC, nas categorias de melhor trabalho de Ar Condicionado, melhor trabalho de Refrigeração e Destaque Inovação. Os Seminários seguirão o modelo da ASHRAE, divididos em blocos temáticos, onde serão apresentadas palestras de profissionais renomados da indústria do HVAC&R, com o compromisso de apresentar trabalhos isentos de comercialismo, trazendo estudos de caso, experiências e novas ideias. Com a presença de profissionais qualificados do setor de HVAC&R vindos de todo Brasil e exterior, será promovido o debate de ideias através da realização de Fórum. Os temas propostos estão listados em sequência. Como em anos anteriores serão disponibilizados cursos em formato short-courses para aprimoramento técnico em disciplinas do HVAC&R, ministrados por profissionais experientes e especialistas em suas disciplinas.

O Mercofrio 2018 acontece nos dias 25, 26 e 27 de setembro no Centro de Eventos BarraShoppingSul, em Porto Alegre. O evento tem como tema central “Construindo Soluções de HVAC&R para o Ambiente do Amanhã. Outras informações podem ser obtidas no site asbrav.org.br.

Tubos, conexões e soldas: um mercado promissor

Os componentes de um sistema frigorífico por compressão de vapor são interligados um ao outro por meio de tubos conhecidos como linhas de sucção, de descarga e de líquido.

Segundo o professor José de Jesus Amaral Marques, autor do livro “Boas práticas no uso do cobre para refrigeração e climatização” (Senai-SP Editora), certas grandezas físicas, como velocidade, temperatura e pressão, devem ser analisadas durante o projeto de tubulações, a fim de garantir sua segurança, menor custo, maior durabilidade e funcionalidade do sistema.

Cada vez mais, as soluções tecnológicas que proporcionam eficiência energética e preservação do meio ambiente têm sido priorizadas pelo setor, o que vem resultando, por exemplo, na adoção de fluidos refrigerantes de baixo impacto climático, caso do propano (R-290) e do isobutano (R-600a) nas refrigerações doméstica e comercial.

“Nessas aplicações, o sistema de refrigeração trabalha com pressões positivas. Portanto, é necessário ter os mesmos cuidados nos pontos de solda e conexões para que não ocorram vazamentos de fluido para a atmosfera, que, dependendo da concentração, podem causar incêndios quando em contato com superfícies quentes, faíscas etc.”, explica.

“Diante dessas características, o material a ser empregado na fabricação das tubulações deve ser resistente à corrosão em contato com a atmosfera do local, e o meio a ser refrigerado não deve reagir quimicamente com os outros elementos do sistema, evitando vazamentos”, acrescenta.

As unidades evaporadoras e condensadoras dos sistemas de climatização com fluxo de refrigerante variável (VRF), mini-splits, multi-splits, máquinas self contained (condensação a ar), racks de compressores em paralelo e câmaras frias também possuem tubos de dimensões que variam de acordo com sua capacidade de refrigeração.

“Essas tubulações não saem prontas de fábrica, ou seja, elas são feitas na obra”, lembra. Por isso, é essencial que os refrigeristas dominem os processos de brasagem para o exercício da profissão.

Segundo o diretor comercial e técnico da Harris, Anderson Fernandes, os profissionais do setor sempre devem observar as boas práticas de climatização e refrigeração na hora de unir tubulações ou tapar fugas nesses sistemas.

“Primeiro, é preciso limpar a região da brasagem, pois realizá-la sobre partes sujas é garantia de falhas”, diz.

“Outra boa prática é manter as folgas nos diâmetros inferiores a 0,30 mm. Se for apenas um reparo de vazamento, o técnico deve efetuar uma boa limpeza que retire a gordura e a oleosidade, passar uma lixa fina e, em seguida, refazer a brasagem, sempre utilizando fluxo, mesmo que seja cobre com cobre, usando foscoper ou silfoscoper”, orienta.

Atualmente, a Harris é a única indústria que produz as varetas com gravação indicando a liga, o que evita misturas e enganos, com uso de liga com teor de prata errado, o que pode pôr em risco a qualidade do sistema.

“Quanto à solda prata, temos varetas revestidas de fluxo e arames tubulares, com fluxo na parte interna do arame. Para alumínio, temos duas opções, uma destinada aos OEMs, o Alumiflux, o qual é um arame tubular de alumínio/silício, e uma dedicada ao aftermarket, o Zincaflux, que é uma liga de zinco/alumínio de baixa temperatura. Ambos são tubulares e possuem em seu interior fluxos não corrosivos e que protegem as uniões de alumínio com cobre de corrosão galvânica. Para fluxos, lançamos o Super Fluxo Prata, o qual tem embalagem de 80 g, ideal para os mecânicos”, detalha.

De acordo com Fernandes, o alumínio ainda enfrenta muita resistência no mercado brasileiro de tubos, obstáculo já superado em mercados mais maduros. “É uma questão de tempo para essa barreira cair”, avalia.

“O alumínio não será capaz de substituir 100% o cobre, mas, em aplicações mais leves, certamente isso ocorrerá. A Harris, sempre se antecipando ao mercado, já possui uma linha de produtos para brasagem de alumínio há mais de 12 anos e, em 2017, iniciamos a produção desses produtos no Brasil, sendo a primeira e única empresa a produzir tais itens em nosso mercado”, afirma.

Outra indústria que sempre acreditou no potencial do alumínio é a Vulkan Lokring, apesar do baixo nível de qualificação da grande maioria da mão de obra que trabalha na área.

Enfim, o que ocorreu com os tubos de alumínio há alguns anos no mercado de ar condicionado reforça a preocupação dos fabricantes com as gambiarras feitas por “penduradores” e “mexânicos”.

“Ninguém tem dúvidas de que o alumínio é um metal excelente. Senão, sequer entraríamos em um avião ou não confiaríamos no ar-condicionado dos nossos carros”, diz Mauro Mendonça, diretor de vendas da divisão de conectores livres de chama para união de tubos metálicos.

“O fato é que um trabalho mal planejado do passado, somado à entrada de metais de baixa qualidade, vindos da Ásia, e sem as ligas corretas, trouxe uma imagem de vilão aos tubos de alumínio no mercado de climatização”, argumenta.

“Tanto é verdade que, no mercado de geladeiras, o alumínio é um enorme sucesso há mais de 40 anos”, exemplifica.

Mas, então, onde está a diferença? “Na geladeira, estamos falando de grandes empresas, linhas de produção e departamentos de qualidade totalmente envolvidos. Nas instalações de ar condicionado, infelizmente, essa não é a realidade por aqui”, reforça

“Conheço bons técnicos de ar condicionado que ainda hoje utilizam tubos de alumínio em ar-condicionado, economizam muitíssimo com isso e não têm nenhuma reclamação de clientes”, afirma o executivo, lembrando que os conectores Lokring fornecem segurança contra vazamentos, alta performance e produtos de última geração em termos de uniões metálicas, não só para refrigeradores, mas para toda a linha de ar condicionado.

“Além dos anéis Lokring, existem as comumente chamadas no nosso meio de juntas Lokring, que são mais adequadas àquelas conexões de baixa escala, ou seja, por serem mais práticas que a aplicação dos anéis Lokring, geralmente são as preferidas para a montagem manual e não em produção em série. Estamos falando, por exemplo, de reparos em qualquer tipo de refrigerador, mas principalmente do mercado que mais cresce neste uso em termos percentuais, que são as aplicações para condicionadores VRF”, explica.

Alguns países no mundo já utilizam mais sistemas Lokring que soldas para estas aplicações, tais como Estados Unidos, Coreia do Sul e França. “E isso não será diferente no Brasil num futuro próximo. Nosso crescimento por aqui já atinge 300%”, salienta.

“Isso porque as vantagens, além do custo total menor, são muito grandes. Por exemplo, a diminuição do tempo de instalação pela metade, a possibilidade de realização das obras mesmo em horário comercial, sem necessidade de interrupção do expediente de trabalho, e sem necessidade de autorização de bombeiros e equipamentos de proteção individual (EPIs) especiais, uma vez que não há fogo envolvido”, completa.

A união pelo sistema Lokring é, realmente, muito simples. Mesmo um iniciante, com bom treinamento, é capaz de fazê-la. “Contudo, é aí que mora o perigo. Se um aventureiro resolver entrar neste negócio sem treinamento, ele fará besteira e, seguramente não assumirá a culpa por eventuais problemas, colocando-a no Lokring, ou na tubulação ou no fabricante do ar-condicionado”, avisa.

“A Vulkan é muito preocupada com tudo isso. Tanto que, no caso de juntas para VRF, a empresa não tem disponibilizado esses produtos diretamente nas revendas, mas somente para clientes devidamente treinados e certificados por nós”, ressalta.

Tendência irreversível

Na avaliação do coordenador de vendas de tubos da Hydro, Marcio Bianchini, a utilização de tubos de alumínio no HVAC-R é uma tendência irreversível.

“O custo é muito interessante, a oferta de alumínio é muito maior que a do cobre e as inovações nessa área têm permitido o surgimento de produtos que atendem ao exigente mercado, mantendo as mesmas características de instalação que os produtos concorrentes”, afirma, lembrando que a qualificação e o aprimoramento da mão de obra são fatores importantes para ampliação do uso dessas novas tecnologias.

Segundo o executivo, os tubos fornecidos pela Hydro são produzidos com liga Hylife, cuja composição permite uma maior resistência à corrosão quando comparada a ligas convencionais de mercado.

“Adicionado a esta característica, aplicamos uma proteção mecânica sobre o tubo impedindo que as impurezas do meio onde ele é aplicado entrem em contato com o alumínio e promovam a aceleração do processo de corrosão que venha a causar furos e perda do gás refrigerante em instalações de ar condicionado split”, informa.

Essa solução não exige utilização de ferramentas especiais e porcas em alumínio para sua instalação. “O instalador utiliza as mesmas condições de instalação e ferramentas que está acostumado a utilizar nas instalações com cobre”, diz.

Quem também acredita no futuro do alumínio é a Termomecanica. “Nossos tubos de alumínio são manufaturados a partir de metal de alta qualidade, apresentando excelente resistência à corrosão, alta capacidade de troca térmica e de conformação para aplicação em sistemas de refrigeração, ventilação, ar condicionado, evaporadores e trocadores de calor automotivos, sempre com ótima compactação, leveza e economia”, destaca o superintendente de vendas da empresa, Marcelo Silva.

 

Cobre em foco

A empresa também tem a expectativa de continuar investindo em tecnologia e se manter líder no mercado de semielaborados de cobre e suas ligas. “Fornecemos tubos de cobre em barras ou em bobinas do tipo LWC. Esses tubos podem ser recozidos ou encruados em barras. Os recozidos permitem a realização de dobras e, como são fornecidos em bobinas, permitem trechos maiores em comprimento sem a necessidade de emendas”, informa.

Recentemente, a TM inaugurou uma fábrica de tubos de cobre com ranhuras internas em Manaus (AM). Estes tubos são utilizados para a fabricação de ar-condicionado. “Com a nova fábrica, é possível estar próximo dos maiores fabricantes do segmento no País e, adicionalmente, esta unidade permite a fabricação de bobinas do tipo Jumbo, que conferem aos nossos clientes mais  produtividade, pois são maiores e, portanto, reduzem o número de abastecimento (setups) dos equipamentos”, revela.

Outra gigante do setor que continua apostando no cobre é a Paranapanema, produtora de tubos sem costura, seguindo as normas ASTM. A empresa trabalha com a tecnologia Cast & Roll, que é a mais avançada atualmente no mercado mundial.

Os tubos da marca são fabricados por extrusão, fundição contínua ou trefilação, podendo ser fornecidos nos formatos reto, panqueca, bobina e carretel, com diversas dimensões dentro de um limite de fabricação amplo.

“O produto tem uma grande margem de segurança, que lhe permite resistir a picos de pressão e temperatura com alta condutividade térmica e facilidade de instalação”, diz o coordenador de vendas de tubos para refrigeração da Paranapanema, Sandro Navarro

“Os tubos de cobre ranhurados sem costura (Inner Grooved) são fabricados por meio da mais alta tecnologia existente, que tem como objetivo aumentar a performance de troca térmica”, acrescenta.

Fornecido no formato de LWC, o produto é recomendado para projetos que necessitam de maior eficiência em troca térmica, podendo proporcionar uma compactação superior dos equipamentos e eficiência energética, ressalta a empresa.

“Se o objetivo é garantir qualidade de uma obra, o cobre é a melhor opção, pois é um condutor de calor mais eficiente e apresenta um melhor desempenho que os demais metais. O cobre atinge a temperatura desejada mais rápido e possui maior eficiência energética, gerando menor consumo”, avalia Navarro.

 

Expectativas

Apesar da recessão profunda vivida pelo segmento de ar condicionado em 2015 e 2016, somada a um crescimento pífio no ano passado, as expectativas das indústrias do setor de tubos, conexões e soldas são positivas.

“O Brasil será um mercado promissor, onde os negócios serão alavancados pelos ramos de construção civil, automobilístico, alimentício e de conforto térmico”, avalia o empresário Fernando Cardoso, sócio da DFM, fabricante de conexões de cobre e de latão para sistemas de refrigeração e ar condicionado.

Outro fabricante de componentes de cobre animado com o desempenho do segmento é a Forming Tubing. Em algumas famílias de produtos, como capilares, filtros secadores e linhas de sucção, a empresa espera um aumento de demanda na ordem de 30%.

“Isso se deve, principalmente, às novas linhas de produção e à nova política de vendas”, explica o diretor comercial da companhia, Wilson Cará, ressaltando que os produtos da marca são produzidos rigorosamente de acordo com a norma ASME B 16.22 e com equipamentos de última geração, o que possibilita alta produtividade com repetibilidade.

“Nossos produtos também são produzidos para atender rigorosas exigências do processo de brasagem recomendados pelas normas DIN e AWS”, completa.

 

Danfoss planeja crescer acima de dois dígitos no Brasil

Marca global no fornecimento de tecnologias que atendem à crescente demanda da cadeia produtiva de alimentos, eficiência energética, soluções favoráveis ao clima e infraestrutura moderna, a Danfoss completa 50 anos no Brasil com crescimento superior a dois dígitos em 2017 no país.

Entre os investimentos feitos pela empresa no Brasil está a inauguração da linha de produção de bombas e motores de pistão para alta pressão High Power (H1) na fábrica de Caxias do Sul. De 2013 a 2015 a companhia, que já fabricava localmente outros produtos, investiu na produção local da sua linha de válvulas PVG com investimento de R$ 5 milhões. Além de atender o mercado brasileiro, os equipamentos feitos em Caxias do Sul são exportados para Argentina, Paraguai, Chile, Costa Rica, Peru entre outros países.

Nesta nova fase, a Danfoss investirá mais R$ 10 milhões até o final de 2018 para aumentar a gama de produtos nacionais produzidos com conteúdo local. Outro investimento foi feito na fábrica de Osasco, na qual a Danfoss iniciou a produção das unidades condensadoras OptymaTM Slim Pack, dedicadas ao segmento de refrigeração comercial.

“Acreditamos que o Brasil terá um excelente 2018 e os resultados do primeiro trimestre confirmam isso. Nosso pipeline de projetos é mais ativo do que nunca e o dinamismo que vemos no mercado é promissor. Segmentos como industrial, construção e óleo e gás começam a ter um crescimento mais sustentável; a agricultura teve um ano fantástico em 2017 e esperamos manter o ritmo em 2018. Também aguardamos a evolução dos segmentos de alimentos e bebidas e varejo alimentar”, destaca Julio Molinari, presidente da Danfoss na América Latina.

Linha do tempo da Danfoss no Brasil

1948 – Início das atividades da Danfoss no Brasil por meio da representação e da distribuição exclusiva pela Cia. T. Janér Comércio e Indústria.

24 de julho de 1968 – Constituição da Danfoss do Brasil Indústria e Comércio Ltda., com a abertura de escritório de representação em São Paulo.

6 de setembro de 1974 – Produção do primeiro Compressor PW da Embraco com tecnologia Danfoss.

1975 – Conquista da licença para a produção de compressores no Brasil.

1 de setembro de 1977 – Inauguração do novo escritório na avenida Paulista, em São Paulo. A Cia. T Janér sai do contrato social da empresa.

29 de junho de 1979 – Escritório é transferido para o bairro da Água Branca, em São Paulo.

1986 – O Brasil é nomeado headquarter para a América Latina.

1 de março de 1987 – Parceria com a empresa Sabroe Atlas, que obtém participação de 25% das ações da Danfoss. No acordo, a Sabroe aluga espaço em sua sede para produção industrial nacional de válvulas solenoides e termostatos RT.

1991 – Chega o primeiro VLT® da Dinamarca ao Brasil, estabelecendo a divisão brasileira de Drives. É criada também a divisão de Refrigeração no Brasil.

Abril de 1992 – Término da produção local com a Sabroe.

1993 – Transferência do escritório para o bairro do Limão, em São Paulo.

1996/1997 – Lançamento da produção de  termostatos no Brasil.

1998 – Fusão da Sauer-Sundstrand com a divisão hidráulica da Danfoss no Brasil, que passa a se chamar Sauer-Danfoss.

1999 – Inauguração da linha de montagem de unidades condensadoras.

Maio de 2000 – Abertura da fábrica para a montagem de termostatos para refrigeradores e freezers em Campinas.

Junho de 2001 – Compra das operações de Comando Direcionais de marca local em Caxias do Sul.

18 de março de 2003 – Inauguração da linha de produção Danvalve (montagem de válvulas de parada e filtros para refrigeração Industrial) em São Paulo.

2006 – Separação das divisões da Danfoss por segmentos de negócios.

2007 – Encerramento das operações da fábrica em Campinas.

2008 – O Brasil entra na lista das 10 filiais com melhor desempenho.

16 de abril de 2009 – Inauguração da nova sede brasileira da Danfoss na cidade de Osasco.

Setembro de 2013 – A Sauer-Danfoss passa a se chamar Danfoss Power Solutions.

2015 – Danfoss compra a finlandesa Vacon e amplia a participação no mercado de drives, inclusive no Brasil.

2018 – Lançamento da produção nacional de bombas e motores axiais na planta de Caxias do Sul.

PMOC colocará “penduradores” e “mexânicos” para escanteio

Em vigor desde julho, a Lei 13.589/2018, que tornou obrigatória a execução do Plano de anutenção, Operação e Controle (PMOC) para sistemas de ar condicionado em edificações de uso público e coletivo, foi recebida  pelo HVAC-R nacional não só como uma forma de melhorar a qualidade do ar interior, mas de “escantear” a mão de obra de qualidade duvidosa.

Deivi Homem acredita que a Lei do PMOC possa acabar com a informalidade no setor

“O PMOC evidencia a tendência de profissionalização no mercado do frio, e certamente colocará para escanteio as empresas sem estrutura e os chamados ‘penduradores’ e ‘mexânicos’, que acabarão prestando serviços para clientes domésticos, menos rentáveis”, afirma o empresário Deivi Teixeira Homem.

Embora haja multa entre RS 2 mil e R$ 1,5 milhão para quem descumprir a Lei do PMOC, a questão em torno da fiscalização ainda suscita muitas dúvidas. A pergunta é se as vigilâncias sanitárias vão mesmo inspecionar os edifícios.

Conforme a nova legislação, os padrões, valores, parâmetros, normas e procedimentos necessários à garantia da boa qualidade do ar interior, inclusive de temperatura, umidade, velocidade, taxa de renovação e grau de pureza, são os regulamentados pela Anvisa e ABNT.

“Caso haja realmente uma fiscalização efetiva, as empresas que atuam no setor deverão ter um técnico responsável devidamente registrado, assim como um engenheiro para assinar o PMOC para as máquinas, além de um corpo técnico para executar o plano elaborado. Ao mesmo tempo, precisarão de uma estrutura administrativa mínima”, argumenta Deivi.

A obrigação de atender à Lei do PMOC é válida para quem tem mais de 60 mil BTU/h instalados, por exemplo, como ocorre com empresas que possuam cinco equipamentos de 12 mil BTU/h em suas dependências. Aliás, este tipo de sistema de climatização é bem comum de encontrar.

A Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) já deixou claro que os responsáveis pelos serviços de limpeza e manutenção dos equipamentos são os engenheiros mecânicos ou engenheiros industriais (modalidade mecânica), ou tecnólogos da área de engenharia mecânica.

Já os serviços de avaliação biológica, química e física das condições do ar interior dos ambientes climatizados são de responsabilidade de engenheiros químicos ou engenheiros industriais (modalidade química), ou engenheiros de segurança do trabalho ou tecnólogos da área de engenharia química.

“Os refrigeristas podem prestar assistência técnica e assessoria no estudo, pesquisa e coleta de dados, execução de ensaios, aplicação de normas técnicas e regulagem de aparelhos e instrumentos concernentes aos serviços de fiscalização de qualidade do ar nos ambientes climatizados”, esclarece a entidade, ressaltando que, embora o presidente Michel Temer tenha vetado o artigo que atribuía a engenheiro mecânico a responsabilidade pelo PMOC, os técnicos de nível médio não estão autorizados a assiná-lo.

Novas oportunidades

Deivi Homem explica que em Porto Alegre (RS) aumentou o número de empresas solicitando cotação de preços para projeto e execução de um PMOC para o sistema de climatização.

Para ele, haverá uma procura muito grande por serviços prestados por empresas que estejam plenamente organizadas, com uma apresentação padronizada de seus funcionários e aptas a atender às regras do PMOC.

“Hoje, temos o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e os respectivos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (Creas), entidades que de todas as formas têm buscado fiscalizar as empresas, obrigando-as a adotar um padrão. Começaram a fiscalizar até a assistência técnica de máquinas de lavar e geladeiras, por exemplo, como tem ocorrido com mais força no Paraná”, salienta Deivi.

“E o que aconteceu? Isso jogou muitas empresas para a informalidade. Para fugir desta situação, o técnico está se colocando como profissional de outro ramo e não como reparador doméstico, porque não é viável para ele que uma instituição forte como o Crea crie um ônus deste tamanho, jogando-o numa competição com profissionais não qualificados”, complementa.

O técnico aposta também que quando houver uma fiscalização no cliente, para melhorar a qualidade do ar interior do local onde o ar-condicionado está instalado, certamente será criada uma grande demanda por serviços mais rentáveis, difíceis de serem “prostituídos”, com a cobrança de preços aviltados, como se vê, hoje, no mercado.

Ar quente desperdiçado oferece oportunidade milionária

As rajadas de ar quente que saem dos aparelhos de ar-condicionado para as ruas no verão, do Soho a Cingapura, representam uma oportunidade de investimento global em eficiência energética que, de acordo com a Engie, chegará a US$ 70 bilhões na próxima década.

Grandes projetos de resfriamento por bairro, que utilizam água gelada de instalações subterrâneas para fornecer ar frio a quarteirões inteiros, podem ser o caminho a seguir, pois cada vez mais os governos querem que as incorporadoras eliminem as unidades individuais de ar-condicionado, de acordo com Didier Holleaux, vice-presidente executivo da empresa. Coberturas ou painéis solares também poderiam substituir os aparelhos de ar-condicionado que ocupam espaço nos telhados dos edifícios de escritórios, disse ele.

O crescente mercado de refrigeração por bairro ressalta como os governos e as incorporadoras passaram a valorizar a redução de emissões e a melhoria da eficiência energética depois do acordo climático de Paris de 2015. O investimento em eficiência energética cresceu 9 por cento, para US$ 231 bilhões, em 2016, de acordo com a Agência Internacional de Energia.

“O mercado potencial é de dezenas de bilhões de dólares, então é óbvio que este mercado é atraente”, disse Holleaux em uma entrevista em Cingapura, onde no começo do ano a companhia havia anunciado planos de investir 80 milhões de dólares de Cingapura (US$ 59 milhões) durante cinco anos na cidade-estado para desenvolver o Centro de Especialização em Resfriamento Distrital. “Em um futuro próximo, tudo o que fizermos para cidades, como o resfriamento distrital, provavelmente será uma linha de negócios muito importante para nós.”

Entre os exemplos mais notáveis de resfriamento por bairro estão o centro de Paris e o distrito de Marina Bay, em Cingapura. A Engie está trabalhando em um projeto de resfriamento por bairro na Malásia e participa de outro projeto perto de Manila. Holleaux também disse que a empresa está interessada no empreendimento imobiliário One Bangkok, de US$ 3,5 bilhões e mais de 16 hectares, que planeja utilizar resfriamento por bairro.

 

Fonte: Bloomberg