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Confira as novidades do principal Congresso do setor

O primeiro sinal de mudança do XVI Congresso Brasileiro de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação, Aquecimento e Tratamento de Ar – que será realizado entre os dias 10 e 13 de setembro, sobre o tema “Novas Tecnologias e Eficiência Energética em Sistemas HVAC-R” – na verdade é um retorno às próprias origens do evento.

Dirigido à comunidade técnica e acadêmica, composta por profissionais da indústria, comércio, serviços, e setores clientes como shopping centers, bancos, hotéis, hospitais, laboratórios e supermercados, o CONBRAVA retoma este ano um dos seus principais atrativos, do qual decorre seu histórico de sucesso.

“Focamos muito nos trabalhos bem acadêmicos, característica que marcou o início do congresso e a gente tratou de resgatar agora”, explica o presidente da comissão organizadora, Leonardo Cozac.

Leonardo Cozac presidente da comissão organizadora o congresso na ABRAVA

Cozac: Volta às origens com programação altamente acadêmica e mais debates

Segundo ele na programação matinal foram concentradas as palestras de universidades, apresentando uma temática bastante técnica, a cargo de pesquisadores e estudiosos que certamente manterão bastante movimentados os auditórios do São Paulo Expo.

À tarde, o engenheiro avisa que as atenções estarão voltadas às apresentações de cunho técnico-comercial, feitas pelos patrocinadores do Congresso.

Outra modificação estratégica decidida para este ano envolve a própria dinâmica dos trabalhos, pois vai aumentar o tempo dedicado aos debates após cada palestra, que não deverá se estender por mais de 20 minutos.

“A gente está colocando alguns especialistas em cada sala para proporcionar maior interação com o público”, exemplifica Cozac, estimando que a presença nos três dias deverá repetir a média histórica de 1.500 pessoas.

Serão, ao todo, cerca de 50 palestras, com um tema central proposto a cada dia para a discussão e integração de ideias, com foco nos setores representados.

Até agora, mais de 120 trabalhos já foram inscritos para avaliação, prevalecendo como critérios de seleção a relevância do tema, assim como a sua ligação às novas tecnologias, eficiência energética e novas tendências.

Destaques

Dentre os trabalhos aprovados por unanimidade está o da Escola Politécnica da USP abordando o comportamento da qualidade do ar em ambientes educacionais como fator de melhor aprendizagem, um estudo de vanguarda que Cozac considera fundamental para incutir na sociedade a importância da QAI nos mais diversos setores.

Também no primeiro dia, uma apresentação da Universidade de Brasília vai destacar a internet das coisas aplicada ao controle de vazão de ar externo. “Isso é muito importante, porque você garante não só a qualidade do ar como também a eficiência energética”, frisa o engenheiro.

O trabalho do Instituto Mauá de Tecnologia, fazendo um teste de campo comparativo entre equipamentos de ar condicionado do tipo split, ele igualmente considera ter um grande potencial de agradar a plateia.

Auditório lotado no congresso em 2017

Auditórios lotados mais uma vez deverão ser uma constante no
Congresso

No campo dos temas menos usuais, o presidente da comissão organizadora aponta os fornos solares, objeto de um estudo preliminar realizado por uma equipe da Universidade de São Paulo.

Paralelamente, nas muitas conversas de coffee break e bastidores, ele prevê que uma das tendências atuais a serem discutidas é o monitoramento online da qualidade do ar interior nos diferentes ambientes.

Embora a legislação da área preveja a realização de um laudo a cada seis meses, Cozac considera mais do que desejável haver um controle permanente, como se faz hoje em dia com temperatura, umidade relativa e outros aspectos meteorológicos.

“Ser você quiser ir a um restaurante, por exemplo, poderá saber antes como está o ar no seu interior, o mesmo ocorrendo com o shopping center e até mesmo a escola onde seu filho vai respirar durante boa parte do dia”, argumenta.

Mesas-Redondas

Dirigido à comunidade técnica e acadêmica, composta por profissionais da indústria, comércio, serviços, assim como setores clientes incluindo shopping centers, bancos, hotéis, hospitais, laboratórios e supermercados, o maior evento do gênero na América Latina também será marcado pela realização de três mesas-redondas, voltadas a alguns dos assuntos mais palpitantes do setor.

Os temas selecionados são Qualidade do Ar de Interiores, Fluidos Refrigerantes e Eficiência Energética, este último com realização agendada para o dia 13, e cujos detalhes não haviam sido divulgados até o fechamento desta edição.

Coordenada pelo engenheiro J.C Felamingo (Union RHAC), ela contará com renomados engenheiros, pertencentes aos diferentes elos da cadeia produtiva do HVAC. São eles: João Tiziani (Yield Control); Charles Domingues (C. Domingues); Alberto Hernandez (Escola Politécnica da USP); Mario Alexandre Möller Ferreira (Projetos Avançados) e George G. Szegö (Mecalor).

Platéia presente no congresso da FEBRAVA 2017

Plateia vai ter a oportunidade de se atualizar sobre temas como a Geração Distribuída (GD)

De acordo com Felamingo, esta mesa-redonda terá em perspectiva elementos relevantes que incluem o projeto, a fabricação, a operação e a manutenção.

“O produto HVAC mudou e está mudando muito. Por um lado, vem melhorando a sua aplicabilidade e flexibilidade na instalação, mas, por outro, tem ficado mais difícil a aplicação de medidas eficazes na redução do consumo energético”, pondera o coordenador.

Segundo ele, o mercado de energias renováveis tem crescido em ritmo acelerado com as fontes solar, eólica e biomassa, interagindo com o usuário final na modalidade “Geração Distribuída” (GD), onde o consumidor pode produzir a sua própria energia elétrica dentro da unidade consumidora.

As possibilidades crescem ainda mais, no seu entender, com a regulamentação da GD permitindo a utilização de fontes alternativas, caso típico do gás natural, que embora não seja renovável, possui papel importante em sistemas de cogeração qualificada.

Com tudo isso, abre-se mais uma vertente para os sistemas de HVAC, quando integrados à Geração Distribuída, permitindo às instalações de médio ou grande porte reduzir seu custo operacional, uma vez integradas na geração de energia, conforme previsto na portaria que regulamenta a GD.

No entender de Felamingo, os participantes do debate terão a oportunidade de discutir com os convidados da mesa os prós e contras dos sistemas de HVAC que hoje disputam o mercado.  “Pretendemos um debate técnico, pautado no custo/benefício das opções desses sistemas, com seus pontos fortes e fracos evidenciados, tanto pelo lado da mesa-redonda como pelo lado da plateia presente”, conclui o especialista.

Tubos e Conexões: Preço do cobre finalmente já não preocupa tanto

Alívio! Essa talvez seja a palavra que melhor exprima, nos dias de hoje, o sentimento predominante na cadeia de fornecimento responsável pela circulação de fluidos e gases no interior dos sistemas de refrigeração e ar-condicionado.

O motivo é simples: a tradicional volatilidade do cobre na London Metal Exchange (LME), de certa forma já assimilada pelo mercado brasileiro, diminuiu sensivelmente este ano em comparação aos preços médios praticados em 2018.

Segundo Anderson Fernandes, diretor comercial e técnico da Harris, conhecida fornecedora de produtos para brasagem, no primeiro semestre de 2019 a tonelada custou, em média, US$ 6.169, contra US$ 6.166 em 2017 e US$ 6.523 em 2018. “Como se vê, o valor está relativamente estável”, constata o executivo.

Preocupante mesmo para quem trabalha com o cobre foi quando a cotação do metal passou de US$ 4 mil para US$ 6 mil a tonelada, salto que acelerou o movimento existente para sua substituição pelo alumínio no HVAC-R, um processo pouco exitoso até aqui em função de “alguns cuidados e riscos” acarretados pelo uso do alumínio, na visão de Fernandes.

Mesmo assim, a Harris investiu em duas linhas para consumíveis do gênero, hoje trabalhando com plena capacidade, porém fornecendo 90% de sua produção para o mercado externo.

Tubos de cobre sem costura da Cobresul,

Tubos de cobre sem costura da Cobresul, um dos players que atendem aos mercados de refrigeração e ar condicionado no Brasil

Outro que acredita na capacidade de adaptação do HVAC-R às oscilações do cobre é Sandro Lopes Reis, consultor de vendas da Cobresul, indústria especializada na fabricação de tubos produzidos com o sistema Cast&Roll.

“O cobre segue as cotações internacionais de bolsa, assim como outros metais básicos, petróleo etc. Todas as empresas que trabalham com commodities devem se adaptar a estes ciclos de altas e baixas das cotações”, opina Reis.

No seu entender, a flutuação de preço deve seguir um ritmo normal daqui para frente, de acordo com a demanda de consumo, mesmo o cobre apresentando vantagens em segurança e confiabilidade que tendem a fazê-lo naturalmente mais valioso.

Usuária da mesma tecnologia, a Paranapanema fabrica tubos de cobre da marca Eluma. Segundo seu gerente comercial, Daniel Castro, este mercado está cada vez mais competitivo, “e em aspectos que vão muito além do custo”, acentua.

O caminho escolhido pela companhia para manter-se forte em meio a este cenário efervescente é investir continuamente em pesquisa e desenvolvimento voltados à utilização de novas tecnologias, visando conciliar ganho de produtividade e manutenção da qualidade.

Conexões em cobre da Eluma

Conexões, um dos itens do vasto portfólio da Eluma para os setores de refrigeração e ar condicionado

Igualmente atento aos altos e baixos do cobre no mercado internacional, o diretor presidente da Forming Tubing, Wilson Cará, detalha mais ainda os números que vêm causando otimismo na área. “De janeiro a junho deste ano o cobre apresentou baixa de 6,47% e tem flutuado com variações positivas e negativas entre 3% e 4%”, justifica.

De acordo com o empresário, preocupante mesmo é o quadro político nacional, atualmente marcado por indefinições em torno de reformas cruciais como a previdenciária e a tributária, frente a uma oposição que ele afirma não estar deixando o governo trabalhar.

Alternativas

Mesmo que o custo da matéria-prima já não represente um gargalo significativo no segmento de tubos, soldas e conexões para o HVAC-R, há empresas na área buscando novos caminhos, capazes de eliminar o risco de dependência de qualquer natureza.

Sistema Lokring de fixação em cobre

Praticidade, limpeza e rapidez são alguns dos diferenciais enfatizados pela Vulkan, ao falar do seu sistema Lokring de fixação

No tocante a soldas, por exemplo, a Vulkan Lokring há anos fornece anéis e conectores aplicados a frio, isto é, sem fogo e faíscas, diferencial que a empresa assegura reduzir as chances de vazamento, além de possibilitar instalações mais rápidas, limpas e seguras, envolvendo tanto as tubulações de cobre quanto as de alumínio.

Na ótica do diretor de vendas da empresa, Mauro Mendonça, essa modalidade alternativa para unir tubos e conexões já se consagrou em países desenvolvidos como Estados Unidos e França, o mesmo ocorrendo em nações mais pobres, casos de Coreia do Sul, Tailândia e Turquia, por exemplo, que têm investido pesadamente nesse tipo de solução.

Os motivos de tal sucesso incluem confiabilidade no sistema alternativo e redução no custo total da obra, pois não há a necessidade de se contratarem instaladores experientes em solda, e o tempo necessário para a realização da montagem é quase a metade, segundo o executivo.

Fluxo Alutin, que substitui os fios de cobre pelos de alumínio

Fluxo Alutin: alternativa
oferecida pela Brasweld para a solda do alumínio a qualquer
outro metal

Toda essa agilidade diminui despesas com alimentação, deslocamento e hospedagem de mão de obra, sem falar que a ausência de fogo no processo permite intervenções até mesmo no horário comercial, envolvendo uma gama bem menor de Equipamentos de Proteção Individual (EPI).

Embora simples em tese, a aplicação de Lokring no dia a dia requer um mínimo de treinamento para os profissionais de campo, o que tem mantido a Vulkan afastada do varejo, como forma de evitar problemas de garantia causados por falha humana.

Já a Brasweld continua apostando nas soldas especiais que há 19 anos fabrica para setores como o HVAC-R, inclusive nos períodos em que o cobre apresenta custos mais elevados.

As alternativas apresentadas pela empresa incluem o Fluxo Alutin, que substitui os fios de cobre pelos de alumínio para soldá-lo a qualquer metal e também a Solda Fria Mega Pró, capaz de unir tubos compostos por alumínio, cobre e latão.

Seja qual for o material fornecido pelas empresas da área, há pelo menos dois aspectos que parecem pontos pacíficos. Um deles é que este mercado tende a crescer cada vez mais, dentro e fora do Brasil. O segundo é a possibilidade de surgirem novas propostas revolucionárias, pois parar de estudar e evoluir certamente é o caminho mais improvável a ser tomado por esse agitado setor.

 

Um mercado cada vez mais próspero

Desenvolvidos para resfriar e/ou aquecer múltiplos ambientes simultaneamente e sem a necessidade de instalação de redes de dutos, os sistemas de ar condicionado com fluxo de refrigerante variável (VRF, na sigla em inglês) satisfazem plenamente aos anseios dos clientes mais exigentes.

Afinal de contas, essas máquinas usam algoritmos avançados para otimizar componentes já altamente eficientes, como compressores de velocidade variável e ventiladores controlados eletronicamente, além do sub-resfriamento interno e a modulação da válvula de expansão eletrônica.

Um ar-condicionado do gênero, por exemplo, funciona perfeitamente em cargas parciais e, portanto, cada ambiente climatizado pode ter sua temperatura controlada individualmente.

Muitos empreendimentos comerciais e residenciais de alto padrão têm priorizado sua instalação, devido à facilidade de operação e à economia de energia.

O design compacto e o layout flexível em termos de unidades externas e internas são grandes vantagens competitivas adicionais desses equipamentos, segundo empreiteiros do setor.

“Na era da Indústria 4.0 na construção civil, quem contrata quer soluções prontas”, diz o engenheiro Arnaldo Basile, diretor executivo da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

“Para diminuir o custo final dos empreendimentos, só existe uma maneira: reduzir a mão de obra nas construções adotando soluções do tipo Lego. É aí que o VRF se encaixa”, uma vez que “as instalações de centrais de água gelada (CAGs) demandam mão de obra intensiva, e a indústria da construção civil quer exatamente o contrário”.

 A facilidade de instalação dos sistemas VRF, enfim, é altamente atrativa para os empreendedores. “As obras medianas de ar condicionado não serão mais de água gelada, serão de VRF. Isso é irreversível no mundo todo”, ressalta Basile.

De acordo com o gerente de marketing de produto da Midea Carrier, Nikolas Corbacho, o Brasil é um mercado aberto a oportunidades e está mais maduro em relação à aplicação da tecnologia. “Temos visto uma diversificação grande em projetos que antes eram concentrados em água gelada ou package e estão migrando para VRF”, afirma.

“O mercado brasileiro é uma das maiores vertentes deste segmento no mundo, com crescimentos expressivos ano sobre ano”, reforça o engenheiro.

Recentemente, a companhia lançou o Midea V6, “um dos produtos mais avançados e eficientes de sua categoria”, que sai de fábrica com três inovações exclusivas: o Sistema de Gestão de Energia (EMS), o compressor com injeção otimizada de vapor (EVI) e a carga automática de refrigerante (opcional).

“Levando em consideração que o custo da energia elétrica no Brasil está entre um dos mais caros do mundo, a economia em sistemas de climatização torna-se fundamental. Além disso, facilidade na operação e manutenção são outros pontos em destaque”, enfatiza o gerente nacional de VRF da Trane no Brasil, Felipe Oliveira.

Segundo a gerente de produtos da área de ar condicionado central da LG do Brasil, Graziela Yang, o cenário brasileiro apresenta um grande espaço para a expansão do setor comercial, além de um nível de urbanização e reorganização residencial nas cidades ainda em ascensão, que impulsiona a demanda por equipamentos de climatização.

“Os sistemas de ar condicionado também estão sendo integrados a diversas tecnologias de última geração, como sensores conectados à internet, sistemas de controle remoto e unidades de climatização híbridas, para fornecer o máximo conforto com consumo de energia reduzido”, destaca.

Junto com seu portfólio de VRF, a indústria sul-coreana oferece um line up amplo de evaporadoras, inclusive com design diferenciado, como a ArtCool Mirror. “Também possuímos soluções que funcionam com gás natural, como o GHP, que pode ser utilizado em locais com pouca oferta de energia elétrica”, lembra.

“Além dos nossos sistemas de ar condicionado, temos o Hydro Kit, que esquenta água através do calor rejeitado na condensadora. Ao utilizar essa tecnologia, pode-se economizar espaço de instalação (quando comparado com sistemas de placas solares, por exemplo) e energia elétrica ao fornecer água quente para piscinas, chuveiros, cozinhas etc.”, acrescenta.

VRF destaque nesta edição da Revista do Frio

Gargalos

Segundo os fabricantes ouvidos pela Revista do Frio, um dos principais riscos no mercado brasileiro é a falta de qualificação da mão de obra para instalação de máquinas VRF e manutenção desses sistemas, assim como a necessidade de uma melhor regulamentação para detecção de vazamento do gás refrigerante.

“Além da economia relativamente estagnada, a concorrência acirrada entre os mais de dez players do segmento dificulta o desenvolvimento dos negócios no Brasil”, diz Felipe Oliveira, da Trane.

“Isso, de certa forma, gera oportunidade para que os fabricantes se diferenciem no suporte e fornecimento de novas tecnologias ao cliente, o que de fato é uma tendência no mercado brasileiro de sistemas VRF”, afirma.

“Uma das dificuldades de se desenvolver em negócios neste segmento no Brasil é a volatilidade da situação cambial e econômica, que são fatores importantes quando tratamos de produtos importados”, lembra Nikolas Corbacho, da Midea Carrier.

“Além de não termos uma regulação clara em relação aos padrões de eficiência a serem adotados para o nosso mercado, como temos diversas normas internacionais, esse acaba sendo um dos pontos de divergência para aplicações que exigem diferentes níveis de eficiência energética”, revela.

Apesar desses gargalos, o gerente de produto da área de ar condicionado da Samsung, Tiago Dias, considera o mercado brasileiro de VRF muito maduro e com grandes oportunidades. Para superar os desafios, a multinacional investe em produtos de alta tecnologia, com alto nível de eficiência energética e uma enorme gama de unidades internas e externas.

“Além disso, a Samsung conta com profissionais do mais alto nível que auxiliam a elaboração de projetos, suporte de pré e pós venda, e treinamento das empresas de instalação”, diz o gestor, ressaltando que treinamento e suporte aos instaladores são o principal foco do fabricante no segmento de VRF.

Chemours fará palestra no Seminário do Refrigerista

A Chemours participará no dia 18 de julho, em Bauru – SP, das atividades organizadas pela Refrigás no Seminário do Refrigerista. Em sua quarta edição, o Seminário oferece um dia para ampliar conhecimentos, se capacitar, trocar experiências e apresentar novidades do mercado. A Chemours levará para o evento o consultor técnico Amaral Gurgel, que falará sobre Fluidos Refrigerantes: Qualidade, seleção, segurança e boas práticas de manuseio.

A palestra é voltada para estudantes, técnicos projetistas, prestadores de serviço, supervisores de manutenção e demais públicos interessados.

O consultor apresentará as novas tecnologias em fluídos refrigerantes e como selecionar o produto adequado. Também falará sobre manuseio seguro, dando dicas sobre boas práticas, e apresentará as novas ferramentas digitais aplicadas ao setor.

Fluidos refrigerantes são produtos responsáveis por realizar a troca térmica em sistemas de refrigeração e ar condicionado. Exemplos destes produtos são os HCFCs ou hidroclorofluorcarbonos, como o R-22, que são amplamente utilizados no país pelos setores de climatização e refrigeração. Os HCFCs, por apresentarem potencial de degradação da camada de ozônio, terão importação reduzida gradativamente até a completa erradicação em 2040. Por isso, os profissionais do setor precisam estar atentos às substituições corretas e às novas tecnologias disponíveis.

HVAC-R celebra Dia Mundial da Refrigeração

A primeira efeméride anual do setor de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração está sendo celebrada hoje (26). Segundo seus idealizadores, o Dia Mundial da Refrigeração foi lançado para aumentar a conscientização da comunidade internacional sobre o papel do HVAC-R em toda a sociedade.

O consultor britânico Stephen Gill, que liderou a campanha global para implantar a comemoração nos últimos anos, diz que “agora temos realmente uma oportunidade coletiva para ajudar a elevar o perfil de nossa indústria e o que ela faz para a vida moderna”.

“As tecnologias e aplicações de refrigeração, ar condicionado e bombas de calor surgiram a partir da necessidade humana por alimentos, conforto e processos térmicos. Essa é uma história que remonta a séculos, porém, para aqueles que trabalham nessa indústria, ainda é uma frustração de longa data não receber o devido reconhecimento”, destaca.

Para celebrar o Dia Mundial da Refrigeração, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) informou que suas 147 unidades nacionais da divisão OzonAction estão promovendo seminários, workshops, treinamentos e competições para profissionais do setor e usuários finais de sistemas de refrigeração e ar condicionado.

Além da agência de meio ambiente da ONU, associações empresariais e profissionais sediadas nos EUA, Índia, Paquistão, Filipinas, Tailândia, Austrália, África, Oriente Médio e em toda a Europa declararam apoio formal à data.

O presidente do Instituto Internacional de Refrigeração com Amônia (IIAR, em inglês), Dave Rule, ressalta: “A refrigeração é parte integrante de nossas vidas em todo o mundo. Suas aplicações ajudam a melhorar nossa saúde e conforto, a fornecer novos medicamentos e garantir que nosso suprimento de alimentos esteja seguro e fresco.”

“A refrigeração é um componente importante de uma sociedade segura e saudável. Ela mantém seguros os remédios e suprimentos de alimentos e permite sua distribuição em qualquer localidade”, reforça o presidente e CEO do Instituto de Refrigeração, Aquecimento e Ar Condicionado dos EUA (AHRI), Stephen Yurek.

Resolução do CFT autoriza técnico em refrigeração a elaborar PMOC

Medida leva em conta preocupação com a saúde, segurança, bem-estar e conforto dos ocupantes de ambientes climatizados, diz autarquia.

Uma resolução do Conselho Federal dos Técnicos Industriais (CFT) definindo quais profissionais de sua base estão habilitados a elaborar e executar o Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) de sistemas de ar condicionado deverá ser publicada, em breve, no Diário Oficial da União (DOU).

Assinada em 24 de maio pelo presidente da autarquia, o técnico em edificações Wilson Wanderlei Vieira, a Resolução 68 leva em conta “as competências privativas dos profissionais especializados estabelecidas” na legislação brasileira, “afastando risco ou dano material ao meio ambiente ou à segurança e saúde do usuário do serviço”.

Segundo o CFT, a medida também é baseada na Portaria 3.523, do Ministério da Saúde, e na Lei 13.589, que obriga todos os edifícios de uso público e coletivo que possuem sistemas de climatização com mais de 60 mil BTU/h de capacidade a dispor de um PMOC, observando os parâmetros normativos e de qualidade regulamentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Em seu primeiro artigo, a resolução do CFT explicita que “o profissional técnico industrial habilitado para planejar, elaborar, executar, coordenar, controlar, inspecionar e avaliar a execução de manutenção de sistema de refrigeração e climatização […] é o técnico em refrigeração e ar condicionado, o técnico em mecânica e o técnico em eletromecânica”.

O PMOC deverá ser registrado pelos profissionais do setor por meio do Termo de Responsabilidade Técnica (TRT), conforme estabelece seu segundo artigo.

Polêmica sem fim

Longe de pôr fim a uma discussão que se arrasta desde a sanção da Lei 13.589 em 4 de janeiro do ano passado, a resolução do CFT tende a fomentar mais disputas entre técnicos e engenheiros.

Considerada uma grande conquista do setor, a famosa Lei do PMOC parece ter se tornado um pesadelo para ambas as classes profissionais. Ao sancionar a tão aguardada legislação, o então presidente Michel Temer decidiu vetar seu segundo artigo, o qual deixava claro que o “PMOC deve[ria] estar sob responsabilidade técnica do engenheiro mecânico”.

À época, a Presidência da República justificou que o dispositivo criaria “reserva de mercado desarrazoada, ao prever exclusividade de atuação de um profissional para a responsabilidade técnica do plano instituído pelo projeto [de lei], contrariando dispositivo constitucional atinente à matéria, em violação ao inciso XIII do artigo 5º da Constituição, que garante o direito ao livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão”.

O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) destaca, entretanto, que o PMOC é uma atividade dividida em duas partes: a manutenção mecânica do sistema de ar condicionado e a avaliação da qualidade do ar.

Por isso, a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) esclarece que “a parte relativa à manutenção mecânica é privativa de todos os profissionais de engenharia mecânica (engenheiros, tecnólogos ou técnicos), e a avaliação da qualidade do ar deverá ser realizada por profissionais de engenharia química, engenharia de segurança do trabalho ou de engenharia sanitária”.

Engenheiro Carlos Trombini, presidente do Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento do Ar no Estado de São Paulo (Sindratar-SP) | Foto: Nando Costa/Pauta Fotográfica
Diálogo é o melhor caminho para solução de conflito entre profissionais de nível técnico e engenheiros, defende Carlos Trombini, presidente do Sindratar-SP | Foto: Nando Costa/Pauta Fotográfica

“O mercado brasileiro cresceu, as oportunidades cresceram e as profissões têm de encontrar seus caminhos, buscando o desenvolvimento e a criação de oportunidades futuras também”, diz o presidente do Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento do Ar no Estado de São Paulo (Sindratar-SP), Carlos Trombini.

“No entanto, no caso do PMOC, a lei que foi para nós um motivo de alegria resultou numa divisão do setor. Está havendo uma falta de harmonização e uma falta de caminhos para se tratar o assunto como ele deveria ser tratado”, avalia.

“Para mim, independente de a responsabilidade técnica pela elaboração e execução do PMOC ser do engenheiro, do técnico ou do arquiteto, o que precisamos, dentro das nossas qualificações, é termos alguns critérios e estarmos juntos na busca desses critérios”, afirma.

O engenheiro classifica como “um incômodo essa discussão sobre quem é responsável, quem executa, o que é necessário fazer para se ter um documento de responsabilidade técnica, se deve emitir TRT, se emite ART, ou seja, criou-se mais uma vez um conflito que deve ser dirimido” entre os conselhos de classe envolvidos e autoridades, a fim de se “encontrar um caminho, não digo perfeito, mas um caminho bom de convivência”.

“Não é através de resolução, de imposições e de falta de diálogo que a gente faz com que o mercado seja organizado e possa crescer”, ressalta.

“Nada contra a criação de conselhos, nada contra a criação de oportunidades, porém eu sinto que a gente precisa trabalhar na construção de um diálogo para que não se tenha mais conflito”, conclui.

INMETRO apresenta novo modelo regulatório para ABRAVA

No dia 10 de maio, a ABRAVA recebeu representantes do INMETRO que apresentaram o novo modelo regulatório a ser implantando, que  em breve, entrará em consulta pública. A ação faz parte de uma estratégia de simplificação, a partir da criação de regras mais abrangentes, que incluam categorias inteiras de produtos, nos moldes do que já ocorre na Comunidade Europeia.

Para o diretor de Avaliação de Conformidade do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Gustavo Kuster os fabricantes passarão a ter mais responsabilidades, mas também mais liberdade para produzir e colocar seus produtos no mercado, “Hoje em dia levamos até sete anos para implementar uma nova medida. A solução para esse estado de coisas é repensar todo o modelo.  A estratégia é simplificar, por isso é importante a participação de todos nas audiências públicas que serão abertas com vistas a enxugar as propostas já existentes”

Em resumo, o objetivo é mudar o modelo regulatório, desburocratizando o sistema de certificações e aumentando o escopo de produtos seguindo padrões indicados pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico – OCDE e países desenvolvidos.

Para o presidente da ABRAVA, o engenheiro Arnaldo Basile, “Há muitos anos a ABRAVA vem conversando com o INMETRO. Com base nas sugestões apresentadas, o órgão está reformulando a sua programação de atividades de maneira mais objetiva em atendimento as necessidades do setor HVAC-R, adequando-se assim a realidade do mercado brasileiro de refrigeração e ar-condicionado”.

A reunião aconteceu na sede da ABRAVA. Estiveram presentes: Além de Gustavo Kuster – diretor do INMETRO; Marcos Borges – INMETRO; o eng. Oswaldo Bueno – consultor da ABRAVA; e, eng. Tomaz Cleto VP de Eficiência Energética ABRAVA.  Representantes da indústria e diretores da Associação, Eduardo Almeida – Bitzer; Luciano Marcato – Daikin, Mauro Apor – LG; e, Renato Majarão – Danfoss.

Segurança em 1º lugar

Todo profissional de refrigeração e ar condicionado devidamente qualificado sabe que precaução extra nunca é demais durante a realização de serviços em campo.

Em um dia normal de trabalho, os técnicos e instaladores podem ter de visitar vários clientes. Por esse motivo, todo refrigerista deve verificar as ferramentas necessárias para cada ordem de serviço, tais como alicates para descascar fios, chaves inglesas e vacuômetros.

Nessa primeira etapa, é importante verificar se o ferramental está em perfeitas condições, o que garantirá sua eficiência e a segurança dos trabalhos, ajudando a evitar acidentes durante reparos, manutenção ou instalação de equipamentos.  Enfim, é muito importante que as ferramentas não estejam desgastadas ou quebradas.

Antes de realizar qualquer serviço, os profissionais do setor também devem colocar os equipamentos de proteção individual (EPIs), tais como protetores de rosto contra líquidos e produtos químicos perigosos; máscara para respirar, caso haja substâncias nocivas no ar; capacetes de segurança ao trabalhar em uma área onde haja risco de objetos ou vigas caírem; e calçados de segurança para proteger os pés contra quedas de objetos pesados.

Outros EPIs importantes são as roupas adequadas para proteger as mãos, a pele e o corpo contra temperaturas rigorosas; os tampões de ouvido para evitar perda auditiva, especialmente quando se trabalha em áreas que tenham 90 decibéis ou mais; e os óculos de segurança para impedir que projéteis e detritos entrem nos olhos.

Refrigerista utilizando EPIs no atendimento

 

Produtos perigosos

A fim de evitar acidentes, os refrigeristas sempre devem manusear corretamente agentes de limpeza, detergentes, solventes, fluidos refrigerantes e outros produtos químicos, uma vez que alguns deles podem explodir e causar ferimentos.

Durante o transporte de cilindros contendo fluidos frigoríficos, os profissionais do setor também precisam ficar atentos às altas temperaturas do verão. Nesta época, mantê-los em veículo fechado ou parado sob o sol pode ser perigoso. Afinal de contas, o cilindro pode literalmente decolar ou até mesmo explodir. EPIs protegem o contato com gases e meios químicos

Segundo especialistas em segurança do trabalho, a maioria dos técnicos de refrigeração precisa elevar seu nível de conhecimento acerca dos procedimentos de segurança para a realização de serviços em equipamentos que utilizam fluidos frigoríficos inflamáveis, tais como propano (R-290), isobutano (R-600a), pentano (R-601) e isopentano (R-601a).

A primeira coisa a levar em conta ao trabalhar com eles é a existência de três ingredientes básicos para o início de um incêndio: um combustível na concentração certa, uma quantidade de oxigênio e uma fonte de ignição.

Neutralizar o risco apresentado pelo combustível requer o seu confinamento, seja num cilindro ou no próprio sistema de refrigeração, evitando-se que ele se espalhe por outras áreas, em caso de vazamento.

Quanto ao ar, embora ele seja um dos fatores da combustão, também funciona como dispersante do gás eventualmente liberado no ambiente, o que faz da boa ventilação outra forte aliada contra acidentes.

Portanto, antes de iniciar um trabalho em equipamentos com fluidos inflamáveis, os refrigeristas devem checar se o local está adequadamente ventilado. Caso contrário, será necessário fornecer ventilação adicional.

Em serviços dessa natureza, ter um extintor de incêndio também é imprescindível, assim como um detector de gás inflamável ligado antes de entrar no ambiente. Esse dispositivo deve permanecer ligado durante todo o processo e ser desligado apenas após o término do serviço.

Além disso, os técnicos devem estar conscientes de que os cortadores de tubos, e não os maçaricos, são o método de desmontagem recomendado para os sistemas que contêm algum tipo de hidrocarboneto inflamável.

Da mesma forma, os profissionais do setor precisam ser especialmente cautelosos e diligentes ao usar um maçarico para “selar” as extremidades do tubo de processo. Purgar o sistema com nitrogênio é igualmente essencial para garantir que nenhum hidrocarboneto permaneça nele.

 

Riscos nas alturas

Segundo o recém-extinto Ministério do Trabalho e Emprego, 40% dos acidentes de trabalho no Brasil relacionam-se a quedas de lugares elevados.

Pouca gente, porém, sabe da existência da Norma Regulamentadora nº 35, que define requisitos e medidas de proteção aos profissionais que atuam nessas condições, como os instaladores de sistemas de ar condicionado.

Além dos equipamentos básicos a serem utilizados, a NR-35 prevê a realização de cursos gerais e específicos, voltados para a área de atuação do técnico.

Independentemente dessa norma específica, todos os profissionais da área de refrigeração e climatização devem aprender a avaliar os riscos envolvidos em seu trabalho antes de executar qualquer serviço, e sempre ficarem alertas às possíveis ameaças, segundo especialistas em segurança do trabalho.

 

Norma internacional

Outra norma relevante a ser observada pelos profissionais do setor é a ISO 5149-1:2014 – Sistemas de Refrigeração e Bombas de Calor – Requisitos Ambientais e de Segurança.

Além de recomendações sobre a coisa certa a fazer em cada etapa do trabalho, a norma fala sobre recuperação, reutilização e descarte correto de todos os tipos de fluidos refrigerantes, óleos lubrificantes, sistemas de refrigeração, peças e componentes.

No capítulo que define o perfil do refrigerista, ela diz que o profissional deve conhecer os requisitos de inspeção; dominar o funcionamento, a operação e o monitoramento dos sistemas; e saber o processo de troca de fluido refrigerante, observando sempre as boas práticas ambientais e de segurança.

Outra recomendação da norma – publicada em substituição a uma de 1993 – é que todo sistema de refrigeração tenha um livro para o registro das manutenções e reparos realizados, incluindo cargas de fluido e a substituição de partes.

Finalmente, ela detalha o que fazer ao término da vida útil de todos os itens de um sistema frigorífico, para que eles sejam recuperados, reutilizados ou destinados conforme a regulamentação de cada país.

No caso dos fluidos refrigerantes, a norma internacional frisa que os refrigeristas devem seguir os processos adequados de manuseio e armazenamento, bem como garantir os testes necessários antes de sua reutilização.

Eficiência, o nome do jogo no HVAC-R

O Brasil é o sexto país com a energia mais cara do mundo. Aqui, o custo desse insumo estratégico para a economia é 46% maior que a média global. O levantamento, feito pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), mede o peso financeiro da energia para o setor industrial.

Tarifas de energia sobem mais que a inflação, lembra o engenheiro Fabio Moacir Korndoerfer, da Recomservice

Mas este item também representa valores importantes para os proprietários e inquilinos de edifícios comerciais, onde o ar-condicionado chega, em alguns casos, a ser responsável por até 60% do consumo de eletricidade. No varejo de alimentos e bebidas, os sistemas de refrigeração são os grandes vilões.

“As tarifas da energia vêm registrando aumentos anuais bem acima da inflação”, lembra o engenheiro eletricista Fabio Moacir Korndoerfer, diretor comercial da Recomservice.

Segundo ele, em certos empreendimentos, esse custo é muito expressivo e o payback de investimentos para garantir mais economia anual é, geralmente, menor do que três anos. “Rende muito mais do que aplicação bancária”, compara.

Atualmente, a substituição de chillers antigos por novos, dotados de compressor parafuso ou centrífugo de velocidade variável, é uma das principais tendências tecnológicas no mercado de retrofits de centrais de água gelada (CAGs).

Troca de equipamentos instalados há mais de 15 ou 20 anos resulta em menor consumo de energia, segundo Edson Ferrara, da Trane

Um sistema de automação associado a variadores de frequência, tanto em compressores de sistemas de expansão direta ou indireta, também resulta em diversos benefícios, conforme destaca o gerente de serviços da Trane no Brasil, Edson Ferrara.

“A simples troca de equipamentos instalados há 15 ou 20 anos já pode trazer um economia em torno de 25% a 30% no consumo”, exemplifica.

“Se associarmos essa troca do sistema de inteligência a um sistema de automação, junto com esses variadores de frequência, é possível conseguir, no mínimo, mais uns 12% ou 15% de economia”, revela.

Segundo Ferrara, o Brasil tem uma capacidade de geração e distribuição de energia limitada e, atualmente, o País está em uma situação de consumo mais ou menos balanceado.

“Ou seja, a indústria não está produzindo tanto e, por isso, não está consumindo muita energia. Porém, a partir do momento em que o setor retomar a produção, vai faltar energia e o Brasil não tem uma capacidade de suprir essa demanda no mesmo ritmo do crescimento econômico”, alerta.

“A saída para se economizar é a busca de equipamentos cada vez mais eficientes e projetos de eficiência energética associados ao governo. E com subsídio, para que o consumidor possa investir e reduzir o consumo, além de garantir a distribuição da energia para todos”, avalia.


Do analógico para o digital

As estratégias mais utilizadas para reduzir o consumo energético em sistemas de refrigeração e ar condicionado tentam aproximar a capacidade frigorifica fornecida pelo equipamento com a demanda requerida pelo ambiente refrigerado.

Tradicionalmente, os sistemas frigoríficos são dimensionados para suprir a carga térmica do pior cenário – situação que requer a maior quantidade de frio. Logo, no modo de controle tradicional, é importante que a regulagem do termostato seja feita para a temperatura adequada, pois quanto mais baixa a temperatura desejada (setpoint), mais tempo a máquina trabalhará e consumirá mais energia.

“Sistemas de refrigeração industrial estão adotando compressores modulares com o objetivo de aproximar a capacidade de refrigeração da demanda”, afirma o engenheiro mecânico Felipe Airoldi Accorsi, consultor técnico de produto para o mercado externo da Full Gauge Controls. 

“Na mesma linha, os fabricantes de ar condicionado apostam na tecnologia Inverter, com a finalidade de variar a capacidade de climatização de acordo com a demanda do ambiente, como uma alternativa ao modo de controle liga-desliga cíclico”, enfatiza.

Outra mudança observada no setor é a adoção de softwares supervisórios. “Esses sistemas, além de possibilitarem o acesso remoto à planta, tornando as informações acessíveis de qualquer lugar do mundo, agilizam a identificação de problemas, reduzem o downtime, permitem um melhor planejamento para a realização das manutenções necessárias e ainda auxiliam na otimização dos processos, o que gera redução do consumo energético”, detalha.

Pensando nessas tendências, a Full Gauge desenvolveu a VX-950 Plus, válvula de expansão eletrônica destinada a diversas aplicações na área de refrigeração comercial, entre elas, em transporte frigorífico e em câmaras e balcões de resfriados e congelados.

“Além de economia, a válvula garante mais eficiência operacional, com respostas imediatas a qualquer problema, pois também pode ser integrada ao Sitrad, nosso software de gerenciamento remoto”, salienta.

“Essas facilidades são ainda mais relevantes durante uma época marcada pelo calor, férias e feriados prolongados, na qual o comércio aumenta seus estoques, uma vez que é possível monitorar as instalações de maneira eficaz a distância, otimizando a operação com segurança”, completa.

A eficiência, enfim, tem norteado os investimentos feitos pelos grandes players do HVAC-R em inovação. “Isso resulta, cada vez mais, em componentes que fazem a transição do universo mecânico para o eletrônico”, diz o gerente de desenvolvimento de negócios da Danfoss, Eládio Pereira.

Especificamente, ele cita as válvulas de expansão eletrônicas ETS Colibri e os variadores de velocidade dos compressores VZH, além da IDV (acrônimo em inglês para Intermediate Discharge Valve), uma válvula mais simples, mas também eficiente, utilizada nos compressores DSH.

“Cada tecnologia tem um custo distinto e proporcional ao desempenho que oferece, para que todos os clientes possam ter acesso à eficiência energética em todos os níveis”, afirma.

Embora ainda não sejam utilizadas em larga escala no País, as válvulas de expansão eletrônicas são uma tecnologia indispensável para reduzir o consumo de energia nos equipamentos de refrigeração e ar condicionado.

“O controle adequado do superaquecimento possibilita um maior rendimento no evaporador com a mesma potência consumida pelo compressor, item que mais consome energia num circuito frigorífico”, explica o engenheiro Marcel Nishimori, coordenador técnico da Carel.

Segundo estudos realizados na Europa, a substituição de uma válvula termostática mecânica por uma eletrônica proporciona um ganho médio em eficiência na ordem de 13% durante o ano.

“Outro efeito positivo é a redução do índice de quebra de compressores por retorno de líquido, uma vez que o controle é mais preciso”, destaca.

A tecnologia faz um controle de superaquecimento mais acurado, por meio da leitura dos valores da temperatura de sucção e evaporação, assim como o processamento desses dados por um controle digital.

No caso da solução da Carel, o acionamento ocorre por meio de uma válvula motorizada de passo que controla com exatidão a quantidade de refrigerante que deverá ser injetada no evaporador.

Outra tecnologia em ascensão no mercado nacional são os compressores dotados de motores com ímã permanente no rotor e sem escovas (BLDC, na sigla em inglês).

“Tais características, aliadas a inversores como o nosso Power+, permitem que esses compressores tenham um rendimento maior, chegando a 15% em cargas parciais, em comparação com as tecnologias tradicionais do mercado”, ressalta.

Os compressores do tipo BLDC, prossegue Nishimori, têm um range de aplicação bem amplo, sendo utilizados em selfs de precisão para data centers, balcões de congelados em supermercados e geladeiras para bebidas. “E a gama de fluidos refrigerantes aceitos por eles inclui HFC, propano e CO2”, diz.


Casos de sucesso

Não é de hoje que alto custo energético e risco de escassez forçam os gestores de plantas de refrigeração e ar condicionado a buscar novas soluções para tornar suas operações mais eficientes.

Segundo os profissionais do setor, só a substituição dos fluidos refrigerantes feitos com HCFCs por novas alternativas sintéticas ou naturais não será atrativa comercialmente nos próximos anos e deverá perder espaço para a opção pela troca de máquinas.

“Equipamentos mais novos sempre serão muito mais eficientes ano a ano, com a predominância para o avanço das tecnologias de velocidade variável e gestão de performance energética pela internet”, reforça Fabio Korndoerfer, da Recomservice.

Recentemente, a empresa especializada em manutenção de sistemas de ar condicionado e automação fez o retrofit da CAG de um shopping center localizado na zona oeste de São Paulo.

Segundo o engenheiro, a instalação dos resfriadores de líquido Carrier 30XW Aquaforce em três casas de máquinas, além da automação completa do edifício, proporcionou redução de 50% do consumo de energia elétrica no sistema de climatização do edifício.

“Os chillers de última geração substituíram máquinas ineficientes fabricadas há mais de 25 anos, e operam durante 80% do tempo de funcionamento do ar-condicionado”, explica.

Outro caso de sucesso recente é o do Shopping Flamboyant, localizado em Goiânia (GO). Após desenvolver um estudo energético, a Trane avaliou a oportunidade para tornar a planta de ar condicionado mais eficaz e desenvolveu um plano personalizado para redução do consumo de energia elétrica, aplicando equipamentos de alta eficiência e sistemas de gerenciamento automatizados.

“Com isso, o shopping alcançou economia de cerca de 36% na conta de energia”, diz Edson Ferrara, lembrando que cada empreendimento possui características próprias que irão determinar as estratégias ideais para a implantação de um projeto de modernização dos sistemas de ar condicionado.

De acordo com o gestor de serviços do fabricante de ar-condicionado, a implantação do projeto no Flamboyant começou pela troca dos equipamentos. Três resfriadores de líquido de 390 TR foram substituídos por chillers com compressores parafuso de alta eficiência energética.

Além disso, a obra foi realizada em regime de turnkey, ficando a Trane responsável por toda a execução. Na segunda fase, com o desafio de melhorar ainda mais a eficiência alcançada, foi projetado o sistema de automação, que permitiu a operação conjugada dos chillers, bombas, torres e tanque de termo-acumulação de forma otimizada.

O setor supermercadista também aposta em novas tecnologias para economizar energia. Desde meados de maio de 2017, está em funcionamento em São Paulo uma loja de um varejista francês no formato express que opera com equipamentos de refrigeração de alta eficiência HEOS, fabricados pela Carel.

“Esse sistema consiste em unidades de refrigeração plug-ins com compressores do tipo BLDC e válvulas de expansão eletrônicas instaladas sobre os expositores e condensadas por um sistema fechado de água com dry-cooler”, informa o engenheiro Marcel Nishimori.

“Além de apresentar uma redução no consumo elétrico na ordem dos 35% frente a uma loja com formato semelhante na mesma região, o índice de manutenção é mínimo, se comparado com outras tecnologias. Esse nível de confiabilidade é possível por meio de algoritmos desenvolvidos pela Carel que protegem o compressor segundo a especificação do seu envelope de operação”, diz.

Essa mesma tecnologia, agora com condensação a ar, está sendo amplamente instalada em todo o País para aplicações em balcões de congelados, informa Nishimori. “Esse formato permite ao varejista ampliar sua área de vendas de congelados sem grandes intervenções no salão de vendas”, assegura.

 

Baixa carga de amônia, uma tendência na refrigeração

Há vários anos, a indústria global de refrigeração vem passando por diversas mudanças. Em particular, o impacto ambiental de alguns fluidos refrigerantes halogenados – como a destruição da camada de ozônio e o aquecimento global – mudaram radical-mente a história do setor, em função de leis ambientais mais restritivas.

Refrigerantes naturais, como amônia (NH3), dióxido de carbono (CO2) e hidrocarbonetos (HCs), não são afetados por esses marcos legais; no entanto, a toxicidade e a inflamabilidade deles são problemas que restringem o uso desses fluidos refrigerantes em determinadas aplicações.

A amônia, particularmente, é a substância mais empregada em sistemas de refrigeração industrial, devido às suas propriedades termodinâmicas superiores e baixo custo. Ela é um fluido refrigerante comprovadamente eficaz, com mais de 150 anos de utilização.

Enfim, a amônia tem sido usada continuamente como refrigerante desde que o uso prático do ciclo de refrigeração por compressão de vapor foi desenvolvido.

A amônia é, de forma geral, considerada benigna para o meio ambiente. Por isso, a Associação Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar Condicionado (Ashrae) incentiva seu uso em equipamentos de refrigeração industrial e comercial, conservação de alimentos, sistemas indiretos, bombas de calor e outras aplicações.

De acordo com a classificação Ashrae, norma que indica o nível de toxicidade e inflamabilidade dos fluidos, a amônia é classe B2, ou seja, tóxico (B), e com baixo grau de inflamabilidade (2L).

Em razão disso, há uma série de restrições que vale considerar ao projetar sistemas com amônia. Geralmente, a limitação de sua carga no sistema minimiza as precauções de segurança, o que a torna mais acessível aos usuários de refrigerantes sintéticos e ajuda os usuários existentes a reduzir o estoque local.

Devido à sua baixa densidade, a eficiência dos sistemas com amônia torna-se menos atrativa a baixa temperatura, em comparação com um sistema em cascata utilizando amônia e CO2, por exemplo.

Um projeto desse tipo é uma maneira única de combinar os benefícios de dois refrigerantes naturais. Normalmente, a carga de amônia pode ser reduzida a aproximadamente um décimo da requerida por um sistema tradicional com amônia, o que minimiza os requisitos de segurança.

Um sistema em cascata de amônia/CO2 tem uma eficiência melhor em baixas temperaturas, em comparação com as instalações tradicionais de amônia.

Um sistema com salmoura é outra maneira de reduzir a carga de amônia, mas em comparação com o sistema em cascata de amônia/CO2, esse método tem uma eficiência menos atrativa.

 

Tecnologia emergente

Instalação de Amônia nas dependências do SENAI

As soluções modernas de refrigeração com baixa carga de amônia estão experi-mentando uma onda de interesse em diversos segmentos do mercado de refrigeração.

Tecnicamente, a “baixa carga” refere-se à proporção de carga por unidade de capacidade de refrigeração, com sistemas que não ultrapassam 1,3 kg/kW. Alguns deles chegam a ter carga de 0,06 kg/kW.

No passado, a amônia era usada exclusivamente em instalações de grande porte. Novas exigências ambientais, contudo, também favoreceram sua aplicação em grandes sistemas comerciais tradicionais.

Pequenos sistemas de expansão direta (DX) de amônia ainda não são ampla-mente utilizados, principalmente devido à falta de componentes adequados. Por sinal, esse ainda é um dos desafios do setor.

Requisitos de segurança e ambientais são definitivamente uma obrigação para sistemas de refrigeração industrial. Os fabricantes simplesmente precisam seguir essas exigências e garantir sua confor-midade.

Particularmente, os requisitos de segurança podem ser divididos em dois grupos: para produtos e para a operação de sistemas de refrigeração.

Para os fabricantes de componentes e sistemas, os requisitos referentes a vaza-mentos são uma questão essencial para estar em conformidade com as exigências ambientais. Aliás, essa é uma forte tendência global.

Isso significa que os componentes e sistemas precisam ser hermeticamente selados e todos os potenciais riscos de vazamento eliminados ou minimizados.

Juntas flangeadas, parafusadas e similares têm um potencial de vazamento maior do que o de juntas permanentes e, portanto, é óbvio que elas devem ser eliminadas, quando possível.

A tendência global nas áreas de segurança e meio ambiente é apoiada pelas normas internacionais para sistemas de refrigeração, como a ISO 5149 e a ISO 14903, que se baseiam em duas normas europeias, a EN 378 e a EN 16084.

“Devido à sua toxicidade, a amônia erroniamente é vista como  perigosa. Assim, diversas oportunidades de emprego desse refrigerante são descartadas por desconhecimento de consultores, usuários e fabricantes”, avalia a gerente de produto de refrigeração industrial da Johnson Controls, Celina Bacellar.

“Tomando os devidos cuidados com a segurança no projeto, na instalação, na operação e na manutenção dos sistemas, a amônia é a solução ideal para quase todos os sistemas de refrigeração industrial”, acrescenta.

Segundo a gestora, programas de gestão de riscos com treinamentos e procedimentos de operação e manutenção, juntamente com um projeto cuidadosamente executado, são fundamentais à segurança de qualquer instalação industrial.

“O aumento dos requisitos de segurança (regulamentação) em plantas de refrigeração com amônia vem colocando enorme pressão sobre os proprietários, devido ao aumento do custo da conformidade (compliance)”, diz.

Em todo o mundo, prossegue, proprietários de instalações frigoríficas estão à procura de soluções de refrigeração com baixa carga de amônia. “E nós, fabricantes, estamos buscando desenvolver soluções cada vez mais sustentáveis com carga mínima de refrigerante – seja ele qual for. Tudo em busca de sistemas mais econômicos, ecológicos, eficientes e seguros”, ressalta.

“O incentivo ao emprego de fluidos naturais, como a amônia e o CO2, é a solução para a eliminação desses gargalos. Assim como a amônia, o CO2 é vítima do desconhecimento e receio de usuários e projetistas por sua alta pressão de trabalho”, afirma.

Ao contrário dos hidroclorofluorcarbonos (HCFCs) e hidrofluorcarbonos (HFCs), a amônia é uma solução tecnológica de longo prazo e prontamente disponível.

A perspectiva de preços da amônia também é estável, pois seu custo está firmemente vinculado à indústria agrícola – seu principal consumidor para fertilizantes –, enquanto a transição para sistemas com baixa carga de amônia pode ser concluída com o mínimo de interrupção e custo.

Os avanços na tecnologia de evaporadores já reduziram as cargas de refrigerante em mais de 30%. Ao fazer a troca para soluções compactas, refrigeradas a ar, localizadas próximas ao ponto de resfriamento, até mesmo reduções de carga adicionais podem ser alcançadas.

Segundo especialistas da área, as mais recentes tecnologias voltadas à aplicações com baixa carga de amônia estão quebrando as metas de eficiência energética mais rígidas recentemente estabelecidas pela legislação europeia.

Esses avanços não apenas promovem um ambiente de refrigeração industrial mais ambientalmente consciente, como também melhoram a segurança no local, aumentam a produtividade e reduzem os custos operacionais.