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Mais de 32 mil visitantes esperados na Chillventa 2018

A cidade alemã de Nuremberga irá acolher de 16 a 18 de outubro a Chillventa 2018, feira de divulgação de eficiência energética, bombas de calor e refrigeração, que acontece a cada dois anos.

O evento propriamente dito abrirá em 15 de outubro para o Chillventa CONGRESS, no qual especialistas do mundo inteiro poderão trocar impressões e esclarecer dúvidas sobre as últimas tendências e desenvolvimentos do mercado.

Daniela Heinkel, diretora da Chillventa, destacou o crescimento da feira com relação a 2016. “A nova configuração que usamos em 2016 provou ter sucesso. O feedback dos visitantes mostrou-nos a importância de ter uma estrutura clara e bem definida para os expositores. Isto torna tudo mais fácil para as pessoas andarem pelo evento e prepararem-se para a visita. Estamos felizes por muitos expositores terem reservado áreas de exposição maiores este ano”, sublinhou Heinkel.

Todo o programa está disponível no site da Chillventa em https://www.chillventa.de/en.

 

Fonte: Edifício e energia/ David Alvito

Bombas de vácuo e recolhedoras exigem manutenção regular

Bombas de vácuo e máquinas recolhedoras de fluidos refrigerantes são ferramentas essenciais para as boas práticas na indústria de refrigeração e ar condicionado. Entretanto, assim como os próprios sistemas frigoríficos, ambas necessitam de cuidados básicos e manutenção regular para que funcionem de maneira eficaz durante sua vida útil.

Segundo especialistas da área, as melhores coisas que os refrigeristas podem fazer para que suas bombas de vácuo e recolhedoras operem por muito tempo são mantê-las limpas, armazená-las apropriadamente e manuseá-las com cuidado.

Bomba de vácuo de duplo estágio manufaturada pela Vulkan

“Obviamente, os profissionais do setor devem fazer a leitura completa de seus manuais, não só das partes relativas aos princípios de funcionamento e precauções, mas também das tabelas de defeitos e possíveis soluções”, recomenda o engenheiro mecânico Mauro Mendonça, diretor de vendas da Vulkan.

Acima de tudo, os impactos devem ser evitados, pois esses são produtos de precisão que possuem pistões. “Qualquer queda pode danificá-los com muita facilidade. Por isso, toda atenção contra o choque mecânico é altamente necessária”, informa.

Segundo ele, a evacuação do sistema é essencial para qualquer serviço de refrigeração. “As recolhedoras também são imprescindíveis, não só para os profissionais que reutilizarão os refrigerantes em reinstalações, mas em função das exigências daqueles que seguem à risca as normas ambientais vigentes no País e trabalham pensando no futuro do planeta”, avalia.

Cuidados assim também são relevantes para o bolso dos técnicos, uma vez que muitas recolhedoras, por exemplo, são equipamentos que possibilitam a reciclagem dos gases refrigerantes, o que contribui diretamente para a preservação da camada de ozônio e gera ganhos econômicos.

“Instalações frigoríficas que seguem todos os padrões exigidos pelos fabricantes também operam com mais eficiência e têm vida útil superior”, lembra o engenheiro de aplicações da Fieldpiece do Brasil, Roger Kenny Miyamoto Kayano.

“Atualmente, vivemos uma época em que cuidados ambientais são de extrema importância. A busca por soluções que tragam melhor eficiência com o menor prejuízo possível à natureza é algo que interessa a empresas de todo o mundo”, reforça.

 

Desidratação do circuito frigorífico

O objetivo da evacuação é remover as impurezas do circuito frigorífico até chegar a um nível em que os gases não condensáveis e, acima de tudo, a umidade não alterem as propriedades químicas do fluido refrigerante e do óleo.

Bomba de vácuo fornecida pela Fieldpiece

Ao entrar em contato com o óleo e o refrigerante, a umidade ajuda a formar os ácidos fluorídrico e clorídrico, que, por sua vez, podem causar danos permanentes no sistema.

Segundo os documentos técnicos do Programa Brasileiro de Eliminação de HCFCs (PBH), um bom vácuo deve ser realizado com uma bomba de duplo estágio com válvula de balastro de gás e tamanho adequado ao volume do sistema de refrigeração.

O equipamento tem de possuir conexões macho para mangueiras de 1/4″ e 3/8″, além de válvula solenoide no lado da sucção, a fim de evitar o retorno do ar para o sistema, no caso de falta de energia elétrica durante a operação.

Hoje, é possível encontrar diversas marcas e modelos no mercado. “Para a escolha de uma boa bomba de vácuo, o profissional deve levar em consideração a quantidade de estágios (simples ou duplo), sua finalidade (sistemas de refrigeração doméstico, residencial, comercial ou industrial) e marca”, explica Roger.

“A finalidade da bomba de vácuo permitirá a escolha da melhor ferramenta. Bombas de até 8 CFM são adequadas para sistema de refrigeração até o porte comercial de pequeno/médio. Para VRF ou sistemas de grande porte de refrigeração, bombas maiores são necessárias”, exemplifica.

Máquina recolhedora lançada pela Suryha na última Febrava

A qualidade da bomba também é importante. “Bombas de má qualidade à venda no mercado não fornecem vazão de sucção suficiente, dificultando o processo de evacuação. Portanto, uma bomba de marca confiável é essencial”, ressalta.

A manutenção do equipamento, prossegue Roger, é dever do técnico, que precisa “sempre prestar atenção ao óleo da bomba e sempre utilizar o lubrificante próprio para esses equipamentos, trocando-o sempre que necessário, com a quantidade adequada”.

“Para verificar se a bomba necessita de manutenção ou não, deve-se conectá-la a um vacuômetro digital, e sua leitura deve cair para valores menores que 100 microns rapidamente”, orienta.

 

Recolhimento de fluidos

Além de ser uma prática antieconômica, liberar fluidos refrigerantes sintéticos na atmosfera é crime ambiental passível de multas e prisão. “Esse procedimento deve ser realizado sempre com recolhedoras e cilindros próprios para recolhimento em vácuo ou não, dependendo do destino traçado ao fluido”, diz Roger.

Os técnicos nunca devem utilizar cilindros descartáveis dos fluidos nessa tarefa, pois eles não apresentam corpo resistente para aguentar as pressões de recolhimento, podendo causar explosões.

Os fabricantes de equipamentos também não recomendam o recolhimento nas unidades condensadoras. “O risco de explosão causada por alta pressão exercida pelo fluido recolhido é grande”, alerta.

A recolhedora costuma ser um equipamento grande e pesado, fazendo com que sua manipulação seja dificultada. Portanto, um equipamento que facilite a manipulação e leituras de parâmetros é uma característica que deve ser levada em conta pelos profissionais do setor antes de sua aquisição.

Com a utilização de um filtro na entrada de sucção da recolhedora, ela também consegue reciclar o fluido. Segundo a norma NBR 15960:2011, da ABNT, a reciclagem é caracterizada pela retirada de contaminantes presentes na substância, como umidade, acidez e materiais particulados. Entretanto, o equipamento não a regenera, deixando-a como um fluido novo.

Detalhe da bomba de vácuo

Bomba de vácuo fabricada pela Mastercool

A velocidade de recolhimento deve ser avaliada. “Há chillers que utilizam grandes quantidades de fluido refrigerante. A potência do compressor da recolhedora afetará a velocidade de recolhimento. Também relacionado ao compressor, o funcionamento com óleo restringe a quantidade de tipos de fluidos com que a recolhedora consegue trabalhar”, explica.

Em alguns casos, o fluido refrigerante pode ser reutilizado, se ele estiver num sistema de refrigeração em boas condições de uso. “O fluido em bom estado deve ser recolhido em um cilindro próprio para recolhimento de gases em vácuo. Dessa forma, ele poderá ser reutilizado em outros sistemas com perda mínima de eficiência”, diz.

“Como dito anteriormente, é necessário que o cilindro esteja em vácuo, caso o objetivo seja utilizar novamente o fluido. Ele também deve ser pesado, para se saber quanto de fluido foi removido do sistema. A pressão do cilindro, durante o recolhimento, deve ser monitorada. Pressões muito elevadas podem ocasionar explosões”, detalha.

“É importante ressaltar que recolhedoras de fluidos não são bombas de vácuo e não devem ser utilizadas como tal. Seu motor não é construído para tal finalidade”, completa.

 

Tendências

O mercado brasileiro de ferramentas está em constante evolução e tem um potencial de expansão enorme, apesar das adversidades políticas dos últimos anos, segundo avaliação do empresário Jorge

Bomba de vácuo e carrinho fabricados pela Symbol

Lameira, da Symbol, fabricante nacional de bombas de vácuo de duplo estágio com vazões variadas.

“Estamos sentindo, mesmo que de forma bem sutil e vagarosa, um crescimento na exigência de produtos e equipamentos de alto desempenho, baixo consumo energético e alta durabilidade, o que reflete em todos os segmentos do HVAC-R”, diz.

Segundo Luiz Felipe Lopes, técnico de desenvolvimento de produtos da Suryha, as bombas de vácuo mais modernas possuem recursos e características bem interessantes, como vacuômetro integrado, maior vazão e peso reduzido.

“Quanto às recolhedoras, a grande inovação será uma maior capacidade de operação, ou seja, elas serão produtos compactos com grande desempenho”, prevê.

De acordo com o tecnólogo André Oliveira, diretor-geral da Mastercool do Brasil, recolhedoras mais atuais já são eletricamente blindadas contra faiscamento e permitem recolhimento de fluidos refrigerantes inflamáveis.

“As recolhedoras e recicladoras são construídas hoje com compressor seco que permite ao técnico recolher diversos tipos de fluidos sem a necessidade de utilizar vários equipamentos”, salienta.

Mercofrio debate o futuro do segmento de climatização e refrigeração

Considerado como uma referência nacional no segmento, o Mercofrio 2018 – 11º Congresso Internacional de Ar Condicionado, Refrigeração, Aquecimento e Ventilação traz grande expectativa para o setor. As atividades acontecem entre os dias 25 e 27 de setembro reunindo autoridades nas mais diversas áreas do setor e convidados internacionais. O congresso tem a tradição em apresentar trabalhos de alta notoriedade, relevância técnica e utilidade mercadológica.

– É um momento de aproveitar as imensas oportunidades que um evento como esse nos proporciona através do conhecimento de novas tecnologias e processos usados no segmento, além da chance de aprofundar contatos com empresas e parceiros. A grade de programação é variada, o que permite a participação de profissionais de diferentes áreas dos segmentos que representamos de ar condicionado, refrigeração, aquecimento e ventilação – afirma o presidente da ASBRAV, Eduardo Hugo Müller.

Entre os temas confirmados para o evento estão eficiência e inovação em sistemas de água gelada; Co-geração e absorção; uso da ferramenta CFD para HVAC&R e Comissionamento que é o processo de assegurar que os sistemas e componentes de uma edificação ou unidade industrial estejam projetados, instalados, testados, operados e mantidos de acordo com as necessidades e requisitos operacionais do proprietário. Estarão em pauta, ainda, Ar Condicionado de precisão para Data Centers; estratégias para qualidade do ar interno do ambiente condicionado; VRF; Aplicação de modelagem BIM em HVAC&R. A programação conta ainda com a abordagem do tema “O que há de novo na nova edição do PBE Edifica”; Refrigeração comercial e Simulação energética de edificações.

Para o diretor setorial de Ar Condicionado da ASBRAV – Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação, Fernando Pozza, um dos destaques aguardados serão os debates sobre as tendências dos novos fluidos refrigerantes e sistema dedicados para ar externo.

– Todos os temas são relevantes, mas destaco esses por lidarem com ferramentas que auxiliam projetistas e arquitetos a fazerem projetos mais sofisticados com menor custo. Percebemos no segmento uma característica constante de novas tecnologias que ajudam a reduzir o consumo de energia e, logo, promovem melhorias do ponto de vista de sustentabilidade – afirmou.

A sistemática diferenciada do evento e a escolha de um novo local, é destacada pelo membro da comissão organizadora, Luiz Afonso Dias.

– Estamos muito otimistas em virtude da série de novidades que estão sendo oferecidas ao público. O escopo do Congresso está um pouco diferente com palestras simultâneas, além de termos ampliado o volume de conteúdos. O objetivo é permitir uma gama de temas que são de interesse dos profissionais das mais variadas áreas e, certamente, todos encontrarão assuntos que são do seu interesse profissional – disse.

O 1o vice-presidente da ASBRAV, Paulo Fernando Presotto, reforça que foram integradas questões técnicas com seminários e ampliação do espaço para o patrocinador. Isso tudo, faz a edição do Mercofrio 2018, ser especial.

– O mundo está em transformação e as relações entre empresas estão mudando a cada dia. Hoje, vemos uma geração surgindo no mercado de trabalho muito sustentada em novas tecnologias como smartphones, block chain, smart grid, internet das coisas, entre outros. Isso tudo exige que empresas e profissionais busquem atualização. Procuramos fazer um evento agradável em todos os aspectos – comentou.

Para o 2º Vice-presidente da ASBRAV, João Carlos Antoniolli, há uma importante contribuição para a qualificação de toda a cadeia de fornecimento do setor.

– Sabemos que é o local que se atinge o último elo desta cadeia: o usuário final. É ele que nos traz a demanda por conforto, por refrigeração, ventilação, qualidade do ar, eficiência energética, automação e que, por sua vez, justifica os investimentos na busca por inovações, um processo contínuo dentro dos centros de pesquisa e desenvolvimento do fabricante – disse.

O programa do Congresso Mercofrio 2018 será múltiplo, combinando sessões técnicas, seminários, mini-cursos e fóruns de discussão. Nas Sessões Técnicas são apresentados artigos técnicos – papers – que atenderam a chamada de trabalhos e foram submetidos a revisão da comissão científica. Os trabalhos apresentados concorrem ao Prêmio ANPRAC, nas categorias de melhor trabalho de Ar Condicionado, melhor trabalho de Refrigeração e Destaque Inovação. Os Seminários seguirão o modelo da ASHRAE, divididos em blocos temáticos, onde serão apresentadas palestras de profissionais renomados da indústria do HVAC&R, com o compromisso de apresentar trabalhos isentos de comercialismo, trazendo estudos de caso, experiências e novas ideias. Com a presença de profissionais qualificados do setor de HVAC&R vindos de todo Brasil e exterior, será promovido o debate de ideias através da realização de Fórum. Os temas propostos estão listados em sequência. Como em anos anteriores serão disponibilizados cursos em formato short-courses para aprimoramento técnico em disciplinas do HVAC&R, ministrados por profissionais experientes e especialistas em suas disciplinas.

O Mercofrio 2018 acontece nos dias 25, 26 e 27 de setembro no Centro de Eventos BarraShoppingSul, em Porto Alegre. O evento tem como tema central “Construindo Soluções de HVAC&R para o Ambiente do Amanhã. Outras informações podem ser obtidas no site asbrav.org.br.

Tubos, conexões e soldas: um mercado promissor

Os componentes de um sistema frigorífico por compressão de vapor são interligados um ao outro por meio de tubos conhecidos como linhas de sucção, de descarga e de líquido.

Segundo o professor José de Jesus Amaral Marques, autor do livro “Boas práticas no uso do cobre para refrigeração e climatização” (Senai-SP Editora), certas grandezas físicas, como velocidade, temperatura e pressão, devem ser analisadas durante o projeto de tubulações, a fim de garantir sua segurança, menor custo, maior durabilidade e funcionalidade do sistema.

Cada vez mais, as soluções tecnológicas que proporcionam eficiência energética e preservação do meio ambiente têm sido priorizadas pelo setor, o que vem resultando, por exemplo, na adoção de fluidos refrigerantes de baixo impacto climático, caso do propano (R-290) e do isobutano (R-600a) nas refrigerações doméstica e comercial.

“Nessas aplicações, o sistema de refrigeração trabalha com pressões positivas. Portanto, é necessário ter os mesmos cuidados nos pontos de solda e conexões para que não ocorram vazamentos de fluido para a atmosfera, que, dependendo da concentração, podem causar incêndios quando em contato com superfícies quentes, faíscas etc.”, explica.

“Diante dessas características, o material a ser empregado na fabricação das tubulações deve ser resistente à corrosão em contato com a atmosfera do local, e o meio a ser refrigerado não deve reagir quimicamente com os outros elementos do sistema, evitando vazamentos”, acrescenta.

As unidades evaporadoras e condensadoras dos sistemas de climatização com fluxo de refrigerante variável (VRF), mini-splits, multi-splits, máquinas self contained (condensação a ar), racks de compressores em paralelo e câmaras frias também possuem tubos de dimensões que variam de acordo com sua capacidade de refrigeração.

“Essas tubulações não saem prontas de fábrica, ou seja, elas são feitas na obra”, lembra. Por isso, é essencial que os refrigeristas dominem os processos de brasagem para o exercício da profissão.

Segundo o diretor comercial e técnico da Harris, Anderson Fernandes, os profissionais do setor sempre devem observar as boas práticas de climatização e refrigeração na hora de unir tubulações ou tapar fugas nesses sistemas.

“Primeiro, é preciso limpar a região da brasagem, pois realizá-la sobre partes sujas é garantia de falhas”, diz.

“Outra boa prática é manter as folgas nos diâmetros inferiores a 0,30 mm. Se for apenas um reparo de vazamento, o técnico deve efetuar uma boa limpeza que retire a gordura e a oleosidade, passar uma lixa fina e, em seguida, refazer a brasagem, sempre utilizando fluxo, mesmo que seja cobre com cobre, usando foscoper ou silfoscoper”, orienta.

Atualmente, a Harris é a única indústria que produz as varetas com gravação indicando a liga, o que evita misturas e enganos, com uso de liga com teor de prata errado, o que pode pôr em risco a qualidade do sistema.

“Quanto à solda prata, temos varetas revestidas de fluxo e arames tubulares, com fluxo na parte interna do arame. Para alumínio, temos duas opções, uma destinada aos OEMs, o Alumiflux, o qual é um arame tubular de alumínio/silício, e uma dedicada ao aftermarket, o Zincaflux, que é uma liga de zinco/alumínio de baixa temperatura. Ambos são tubulares e possuem em seu interior fluxos não corrosivos e que protegem as uniões de alumínio com cobre de corrosão galvânica. Para fluxos, lançamos o Super Fluxo Prata, o qual tem embalagem de 80 g, ideal para os mecânicos”, detalha.

De acordo com Fernandes, o alumínio ainda enfrenta muita resistência no mercado brasileiro de tubos, obstáculo já superado em mercados mais maduros. “É uma questão de tempo para essa barreira cair”, avalia.

“O alumínio não será capaz de substituir 100% o cobre, mas, em aplicações mais leves, certamente isso ocorrerá. A Harris, sempre se antecipando ao mercado, já possui uma linha de produtos para brasagem de alumínio há mais de 12 anos e, em 2017, iniciamos a produção desses produtos no Brasil, sendo a primeira e única empresa a produzir tais itens em nosso mercado”, afirma.

Outra indústria que sempre acreditou no potencial do alumínio é a Vulkan Lokring, apesar do baixo nível de qualificação da grande maioria da mão de obra que trabalha na área.

Enfim, o que ocorreu com os tubos de alumínio há alguns anos no mercado de ar condicionado reforça a preocupação dos fabricantes com as gambiarras feitas por “penduradores” e “mexânicos”.

“Ninguém tem dúvidas de que o alumínio é um metal excelente. Senão, sequer entraríamos em um avião ou não confiaríamos no ar-condicionado dos nossos carros”, diz Mauro Mendonça, diretor de vendas da divisão de conectores livres de chama para união de tubos metálicos.

“O fato é que um trabalho mal planejado do passado, somado à entrada de metais de baixa qualidade, vindos da Ásia, e sem as ligas corretas, trouxe uma imagem de vilão aos tubos de alumínio no mercado de climatização”, argumenta.

“Tanto é verdade que, no mercado de geladeiras, o alumínio é um enorme sucesso há mais de 40 anos”, exemplifica.

Mas, então, onde está a diferença? “Na geladeira, estamos falando de grandes empresas, linhas de produção e departamentos de qualidade totalmente envolvidos. Nas instalações de ar condicionado, infelizmente, essa não é a realidade por aqui”, reforça

“Conheço bons técnicos de ar condicionado que ainda hoje utilizam tubos de alumínio em ar-condicionado, economizam muitíssimo com isso e não têm nenhuma reclamação de clientes”, afirma o executivo, lembrando que os conectores Lokring fornecem segurança contra vazamentos, alta performance e produtos de última geração em termos de uniões metálicas, não só para refrigeradores, mas para toda a linha de ar condicionado.

“Além dos anéis Lokring, existem as comumente chamadas no nosso meio de juntas Lokring, que são mais adequadas àquelas conexões de baixa escala, ou seja, por serem mais práticas que a aplicação dos anéis Lokring, geralmente são as preferidas para a montagem manual e não em produção em série. Estamos falando, por exemplo, de reparos em qualquer tipo de refrigerador, mas principalmente do mercado que mais cresce neste uso em termos percentuais, que são as aplicações para condicionadores VRF”, explica.

Alguns países no mundo já utilizam mais sistemas Lokring que soldas para estas aplicações, tais como Estados Unidos, Coreia do Sul e França. “E isso não será diferente no Brasil num futuro próximo. Nosso crescimento por aqui já atinge 300%”, salienta.

“Isso porque as vantagens, além do custo total menor, são muito grandes. Por exemplo, a diminuição do tempo de instalação pela metade, a possibilidade de realização das obras mesmo em horário comercial, sem necessidade de interrupção do expediente de trabalho, e sem necessidade de autorização de bombeiros e equipamentos de proteção individual (EPIs) especiais, uma vez que não há fogo envolvido”, completa.

A união pelo sistema Lokring é, realmente, muito simples. Mesmo um iniciante, com bom treinamento, é capaz de fazê-la. “Contudo, é aí que mora o perigo. Se um aventureiro resolver entrar neste negócio sem treinamento, ele fará besteira e, seguramente não assumirá a culpa por eventuais problemas, colocando-a no Lokring, ou na tubulação ou no fabricante do ar-condicionado”, avisa.

“A Vulkan é muito preocupada com tudo isso. Tanto que, no caso de juntas para VRF, a empresa não tem disponibilizado esses produtos diretamente nas revendas, mas somente para clientes devidamente treinados e certificados por nós”, ressalta.

Tendência irreversível

Na avaliação do coordenador de vendas de tubos da Hydro, Marcio Bianchini, a utilização de tubos de alumínio no HVAC-R é uma tendência irreversível.

“O custo é muito interessante, a oferta de alumínio é muito maior que a do cobre e as inovações nessa área têm permitido o surgimento de produtos que atendem ao exigente mercado, mantendo as mesmas características de instalação que os produtos concorrentes”, afirma, lembrando que a qualificação e o aprimoramento da mão de obra são fatores importantes para ampliação do uso dessas novas tecnologias.

Segundo o executivo, os tubos fornecidos pela Hydro são produzidos com liga Hylife, cuja composição permite uma maior resistência à corrosão quando comparada a ligas convencionais de mercado.

“Adicionado a esta característica, aplicamos uma proteção mecânica sobre o tubo impedindo que as impurezas do meio onde ele é aplicado entrem em contato com o alumínio e promovam a aceleração do processo de corrosão que venha a causar furos e perda do gás refrigerante em instalações de ar condicionado split”, informa.

Essa solução não exige utilização de ferramentas especiais e porcas em alumínio para sua instalação. “O instalador utiliza as mesmas condições de instalação e ferramentas que está acostumado a utilizar nas instalações com cobre”, diz.

Quem também acredita no futuro do alumínio é a Termomecanica. “Nossos tubos de alumínio são manufaturados a partir de metal de alta qualidade, apresentando excelente resistência à corrosão, alta capacidade de troca térmica e de conformação para aplicação em sistemas de refrigeração, ventilação, ar condicionado, evaporadores e trocadores de calor automotivos, sempre com ótima compactação, leveza e economia”, destaca o superintendente de vendas da empresa, Marcelo Silva.

 

Cobre em foco

A empresa também tem a expectativa de continuar investindo em tecnologia e se manter líder no mercado de semielaborados de cobre e suas ligas. “Fornecemos tubos de cobre em barras ou em bobinas do tipo LWC. Esses tubos podem ser recozidos ou encruados em barras. Os recozidos permitem a realização de dobras e, como são fornecidos em bobinas, permitem trechos maiores em comprimento sem a necessidade de emendas”, informa.

Recentemente, a TM inaugurou uma fábrica de tubos de cobre com ranhuras internas em Manaus (AM). Estes tubos são utilizados para a fabricação de ar-condicionado. “Com a nova fábrica, é possível estar próximo dos maiores fabricantes do segmento no País e, adicionalmente, esta unidade permite a fabricação de bobinas do tipo Jumbo, que conferem aos nossos clientes mais  produtividade, pois são maiores e, portanto, reduzem o número de abastecimento (setups) dos equipamentos”, revela.

Outra gigante do setor que continua apostando no cobre é a Paranapanema, produtora de tubos sem costura, seguindo as normas ASTM. A empresa trabalha com a tecnologia Cast & Roll, que é a mais avançada atualmente no mercado mundial.

Os tubos da marca são fabricados por extrusão, fundição contínua ou trefilação, podendo ser fornecidos nos formatos reto, panqueca, bobina e carretel, com diversas dimensões dentro de um limite de fabricação amplo.

“O produto tem uma grande margem de segurança, que lhe permite resistir a picos de pressão e temperatura com alta condutividade térmica e facilidade de instalação”, diz o coordenador de vendas de tubos para refrigeração da Paranapanema, Sandro Navarro

“Os tubos de cobre ranhurados sem costura (Inner Grooved) são fabricados por meio da mais alta tecnologia existente, que tem como objetivo aumentar a performance de troca térmica”, acrescenta.

Fornecido no formato de LWC, o produto é recomendado para projetos que necessitam de maior eficiência em troca térmica, podendo proporcionar uma compactação superior dos equipamentos e eficiência energética, ressalta a empresa.

“Se o objetivo é garantir qualidade de uma obra, o cobre é a melhor opção, pois é um condutor de calor mais eficiente e apresenta um melhor desempenho que os demais metais. O cobre atinge a temperatura desejada mais rápido e possui maior eficiência energética, gerando menor consumo”, avalia Navarro.

 

Expectativas

Apesar da recessão profunda vivida pelo segmento de ar condicionado em 2015 e 2016, somada a um crescimento pífio no ano passado, as expectativas das indústrias do setor de tubos, conexões e soldas são positivas.

“O Brasil será um mercado promissor, onde os negócios serão alavancados pelos ramos de construção civil, automobilístico, alimentício e de conforto térmico”, avalia o empresário Fernando Cardoso, sócio da DFM, fabricante de conexões de cobre e de latão para sistemas de refrigeração e ar condicionado.

Outro fabricante de componentes de cobre animado com o desempenho do segmento é a Forming Tubing. Em algumas famílias de produtos, como capilares, filtros secadores e linhas de sucção, a empresa espera um aumento de demanda na ordem de 30%.

“Isso se deve, principalmente, às novas linhas de produção e à nova política de vendas”, explica o diretor comercial da companhia, Wilson Cará, ressaltando que os produtos da marca são produzidos rigorosamente de acordo com a norma ASME B 16.22 e com equipamentos de última geração, o que possibilita alta produtividade com repetibilidade.

“Nossos produtos também são produzidos para atender rigorosas exigências do processo de brasagem recomendados pelas normas DIN e AWS”, completa.

 

Danfoss planeja crescer acima de dois dígitos no Brasil

Marca global no fornecimento de tecnologias que atendem à crescente demanda da cadeia produtiva de alimentos, eficiência energética, soluções favoráveis ao clima e infraestrutura moderna, a Danfoss completa 50 anos no Brasil com crescimento superior a dois dígitos em 2017 no país.

Entre os investimentos feitos pela empresa no Brasil está a inauguração da linha de produção de bombas e motores de pistão para alta pressão High Power (H1) na fábrica de Caxias do Sul. De 2013 a 2015 a companhia, que já fabricava localmente outros produtos, investiu na produção local da sua linha de válvulas PVG com investimento de R$ 5 milhões. Além de atender o mercado brasileiro, os equipamentos feitos em Caxias do Sul são exportados para Argentina, Paraguai, Chile, Costa Rica, Peru entre outros países.

Nesta nova fase, a Danfoss investirá mais R$ 10 milhões até o final de 2018 para aumentar a gama de produtos nacionais produzidos com conteúdo local. Outro investimento foi feito na fábrica de Osasco, na qual a Danfoss iniciou a produção das unidades condensadoras OptymaTM Slim Pack, dedicadas ao segmento de refrigeração comercial.

“Acreditamos que o Brasil terá um excelente 2018 e os resultados do primeiro trimestre confirmam isso. Nosso pipeline de projetos é mais ativo do que nunca e o dinamismo que vemos no mercado é promissor. Segmentos como industrial, construção e óleo e gás começam a ter um crescimento mais sustentável; a agricultura teve um ano fantástico em 2017 e esperamos manter o ritmo em 2018. Também aguardamos a evolução dos segmentos de alimentos e bebidas e varejo alimentar”, destaca Julio Molinari, presidente da Danfoss na América Latina.

Linha do tempo da Danfoss no Brasil

1948 – Início das atividades da Danfoss no Brasil por meio da representação e da distribuição exclusiva pela Cia. T. Janér Comércio e Indústria.

24 de julho de 1968 – Constituição da Danfoss do Brasil Indústria e Comércio Ltda., com a abertura de escritório de representação em São Paulo.

6 de setembro de 1974 – Produção do primeiro Compressor PW da Embraco com tecnologia Danfoss.

1975 – Conquista da licença para a produção de compressores no Brasil.

1 de setembro de 1977 – Inauguração do novo escritório na avenida Paulista, em São Paulo. A Cia. T Janér sai do contrato social da empresa.

29 de junho de 1979 – Escritório é transferido para o bairro da Água Branca, em São Paulo.

1986 – O Brasil é nomeado headquarter para a América Latina.

1 de março de 1987 – Parceria com a empresa Sabroe Atlas, que obtém participação de 25% das ações da Danfoss. No acordo, a Sabroe aluga espaço em sua sede para produção industrial nacional de válvulas solenoides e termostatos RT.

1991 – Chega o primeiro VLT® da Dinamarca ao Brasil, estabelecendo a divisão brasileira de Drives. É criada também a divisão de Refrigeração no Brasil.

Abril de 1992 – Término da produção local com a Sabroe.

1993 – Transferência do escritório para o bairro do Limão, em São Paulo.

1996/1997 – Lançamento da produção de  termostatos no Brasil.

1998 – Fusão da Sauer-Sundstrand com a divisão hidráulica da Danfoss no Brasil, que passa a se chamar Sauer-Danfoss.

1999 – Inauguração da linha de montagem de unidades condensadoras.

Maio de 2000 – Abertura da fábrica para a montagem de termostatos para refrigeradores e freezers em Campinas.

Junho de 2001 – Compra das operações de Comando Direcionais de marca local em Caxias do Sul.

18 de março de 2003 – Inauguração da linha de produção Danvalve (montagem de válvulas de parada e filtros para refrigeração Industrial) em São Paulo.

2006 – Separação das divisões da Danfoss por segmentos de negócios.

2007 – Encerramento das operações da fábrica em Campinas.

2008 – O Brasil entra na lista das 10 filiais com melhor desempenho.

16 de abril de 2009 – Inauguração da nova sede brasileira da Danfoss na cidade de Osasco.

Setembro de 2013 – A Sauer-Danfoss passa a se chamar Danfoss Power Solutions.

2015 – Danfoss compra a finlandesa Vacon e amplia a participação no mercado de drives, inclusive no Brasil.

2018 – Lançamento da produção nacional de bombas e motores axiais na planta de Caxias do Sul.

PMOC colocará “penduradores” e “mexânicos” para escanteio

Em vigor desde julho, a Lei 13.589/2018, que tornou obrigatória a execução do Plano de anutenção, Operação e Controle (PMOC) para sistemas de ar condicionado em edificações de uso público e coletivo, foi recebida  pelo HVAC-R nacional não só como uma forma de melhorar a qualidade do ar interior, mas de “escantear” a mão de obra de qualidade duvidosa.

Deivi Homem acredita que a Lei do PMOC possa acabar com a informalidade no setor

“O PMOC evidencia a tendência de profissionalização no mercado do frio, e certamente colocará para escanteio as empresas sem estrutura e os chamados ‘penduradores’ e ‘mexânicos’, que acabarão prestando serviços para clientes domésticos, menos rentáveis”, afirma o empresário Deivi Teixeira Homem.

Embora haja multa entre RS 2 mil e R$ 1,5 milhão para quem descumprir a Lei do PMOC, a questão em torno da fiscalização ainda suscita muitas dúvidas. A pergunta é se as vigilâncias sanitárias vão mesmo inspecionar os edifícios.

Conforme a nova legislação, os padrões, valores, parâmetros, normas e procedimentos necessários à garantia da boa qualidade do ar interior, inclusive de temperatura, umidade, velocidade, taxa de renovação e grau de pureza, são os regulamentados pela Anvisa e ABNT.

“Caso haja realmente uma fiscalização efetiva, as empresas que atuam no setor deverão ter um técnico responsável devidamente registrado, assim como um engenheiro para assinar o PMOC para as máquinas, além de um corpo técnico para executar o plano elaborado. Ao mesmo tempo, precisarão de uma estrutura administrativa mínima”, argumenta Deivi.

A obrigação de atender à Lei do PMOC é válida para quem tem mais de 60 mil BTU/h instalados, por exemplo, como ocorre com empresas que possuam cinco equipamentos de 12 mil BTU/h em suas dependências. Aliás, este tipo de sistema de climatização é bem comum de encontrar.

A Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) já deixou claro que os responsáveis pelos serviços de limpeza e manutenção dos equipamentos são os engenheiros mecânicos ou engenheiros industriais (modalidade mecânica), ou tecnólogos da área de engenharia mecânica.

Já os serviços de avaliação biológica, química e física das condições do ar interior dos ambientes climatizados são de responsabilidade de engenheiros químicos ou engenheiros industriais (modalidade química), ou engenheiros de segurança do trabalho ou tecnólogos da área de engenharia química.

“Os refrigeristas podem prestar assistência técnica e assessoria no estudo, pesquisa e coleta de dados, execução de ensaios, aplicação de normas técnicas e regulagem de aparelhos e instrumentos concernentes aos serviços de fiscalização de qualidade do ar nos ambientes climatizados”, esclarece a entidade, ressaltando que, embora o presidente Michel Temer tenha vetado o artigo que atribuía a engenheiro mecânico a responsabilidade pelo PMOC, os técnicos de nível médio não estão autorizados a assiná-lo.

Novas oportunidades

Deivi Homem explica que em Porto Alegre (RS) aumentou o número de empresas solicitando cotação de preços para projeto e execução de um PMOC para o sistema de climatização.

Para ele, haverá uma procura muito grande por serviços prestados por empresas que estejam plenamente organizadas, com uma apresentação padronizada de seus funcionários e aptas a atender às regras do PMOC.

“Hoje, temos o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e os respectivos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (Creas), entidades que de todas as formas têm buscado fiscalizar as empresas, obrigando-as a adotar um padrão. Começaram a fiscalizar até a assistência técnica de máquinas de lavar e geladeiras, por exemplo, como tem ocorrido com mais força no Paraná”, salienta Deivi.

“E o que aconteceu? Isso jogou muitas empresas para a informalidade. Para fugir desta situação, o técnico está se colocando como profissional de outro ramo e não como reparador doméstico, porque não é viável para ele que uma instituição forte como o Crea crie um ônus deste tamanho, jogando-o numa competição com profissionais não qualificados”, complementa.

O técnico aposta também que quando houver uma fiscalização no cliente, para melhorar a qualidade do ar interior do local onde o ar-condicionado está instalado, certamente será criada uma grande demanda por serviços mais rentáveis, difíceis de serem “prostituídos”, com a cobrança de preços aviltados, como se vê, hoje, no mercado.

Ar quente desperdiçado oferece oportunidade milionária

As rajadas de ar quente que saem dos aparelhos de ar-condicionado para as ruas no verão, do Soho a Cingapura, representam uma oportunidade de investimento global em eficiência energética que, de acordo com a Engie, chegará a US$ 70 bilhões na próxima década.

Grandes projetos de resfriamento por bairro, que utilizam água gelada de instalações subterrâneas para fornecer ar frio a quarteirões inteiros, podem ser o caminho a seguir, pois cada vez mais os governos querem que as incorporadoras eliminem as unidades individuais de ar-condicionado, de acordo com Didier Holleaux, vice-presidente executivo da empresa. Coberturas ou painéis solares também poderiam substituir os aparelhos de ar-condicionado que ocupam espaço nos telhados dos edifícios de escritórios, disse ele.

O crescente mercado de refrigeração por bairro ressalta como os governos e as incorporadoras passaram a valorizar a redução de emissões e a melhoria da eficiência energética depois do acordo climático de Paris de 2015. O investimento em eficiência energética cresceu 9 por cento, para US$ 231 bilhões, em 2016, de acordo com a Agência Internacional de Energia.

“O mercado potencial é de dezenas de bilhões de dólares, então é óbvio que este mercado é atraente”, disse Holleaux em uma entrevista em Cingapura, onde no começo do ano a companhia havia anunciado planos de investir 80 milhões de dólares de Cingapura (US$ 59 milhões) durante cinco anos na cidade-estado para desenvolver o Centro de Especialização em Resfriamento Distrital. “Em um futuro próximo, tudo o que fizermos para cidades, como o resfriamento distrital, provavelmente será uma linha de negócios muito importante para nós.”

Entre os exemplos mais notáveis de resfriamento por bairro estão o centro de Paris e o distrito de Marina Bay, em Cingapura. A Engie está trabalhando em um projeto de resfriamento por bairro na Malásia e participa de outro projeto perto de Manila. Holleaux também disse que a empresa está interessada no empreendimento imobiliário One Bangkok, de US$ 3,5 bilhões e mais de 16 hectares, que planeja utilizar resfriamento por bairro.

 

Fonte: Bloomberg

HVAC-R em festa

O Troféu Oswaldo Moreira, premiação mais esperada do ano pelos empresários e profissionais da indústria e do comércio de refrigeração e climatização, foi entregue na noite de 7 de junho, na Casa Itaim, em São Paulo.

O evento, que leva o nome do fundador da Revista do Frio, reuniu mais de 300 convidados e foi, mais uma vez, uma grande oportunidade de confraternização e networking.

Conforme ocorre há mais de uma década, a votação nos três finalistas de cada categoria ocorreu momentos antes da premiação, em computadores instalados na recepção da festa.

Os vencedores deste ano foram Samsung (Indústria de Ar Condicionado), Chemours (Indústria de Refrigeração), Clima Rio (Comércio de Ar Condicionado), Dufrio (Comércio de Refrigeração), Rafael Dias (Personalidade do Comércio) e Priscila Baioco (Personalidade da Indústria).

TOM - 2018 - Profissionais e empresário no evento de refrigeração e ar condicionado

Homenagens especiais

Antes da entrega ao TOM aos vencedores, a Revista do Frio fez uma homenagem póstuma ao advogado Sidney de Oliveira, falecido em 16 de abril, vítima de complicações após uma cirurgia cardíaca.

Durante seus 58 anos de atuação no setor, ele passou por empresas como Johnson Controls, Tropical, Isopor, Montreal e Girotubo, tendo também atuado como consultor independente de muitas outras grandes companhias e entidades, como a Abrava, a Anprac e a Ordem dos Advogados do Brasil.

“Grande amigo de Oswaldo Moreira, doutor Sidney sempre lutou, com muito afinco, pela profissionalização do setor, com foco na qualidade do ar de interiores”, lembrou Mary Moreira, diretora geral da Revista do Frio.

No fim da cerimônia, a publicação entregou uma homenagem especial a Josenaldo Elias Damacena, colaborador mais antigo da casa. “Obrigado, Naldo, por sua participação ativa em nosso desenvolvimento e, principalmente, por seu companheirismo nestas três décadas”, disse Mary Moreira.

 

Tradição

A entrega de um prêmio aos mais destacados profissionais e empresas da indústria e comércio dos segmentos de refrigeração, ar condicionado, ventilação, aquecimento e tratamento do ar teve início em 1991, por iniciativa da Revista do Frio. 

O troféu que materializou essa ideia foi batizado, inicialmente, como Urso Branco, mas, em 1998 – dois anos após a morte de Oswaldo Moreira –, a premiação ganharia o nome do jornalista que fundou a publicação.

O prêmio, portanto, existe há 27 anos e, em 2018, completou sua 20ª edição com o nome atual.

Conheça, a seguir, o perfil dos ganhadores do TOM 2018:

Samsung – Indústria/Ar Condicionado

Desde seu surgimento como uma pequena empresa de exportação na Coreia do Sul, a Samsung cresceu e se tornou uma das principais empresas de produtos eletrônicos do mundo. O início da produção de condicionadores de ar se deu em 1980 e, de lá para cá, se consolidou cada vez mais como uma das principais fabricantes do setor. 

Por meio de um processo de constante inovação, está sempre revolucionando os inúmeros mercados em que atua. Não é à toa que a companhia emprega centenas de milhares de pessoas e fatura bilhões de dólares, anualmente.

Até 2020, a empresa pretende alcançar vendas anuais de US$ 400 bilhões e figurar o valor global da sua marca entre os cinco maiores do mundo.

Chemours– Indústria/Refrigeração

A Chemours ajuda a criar um mundo mais colorido, capaz e limpo por meio do poder da química. Líder global em tecnologias de titânio, produtos fluorados e soluções químicas, a companhia oferece aos seus clientes uma ampla variedade de inovações baseadas na química. 

Os ingredientes da empresa norte-americana são encontrados em plásticos e revestimentos, refrigeração e ar condicionado, mineração e na produção industrial em geral. Seus principais produtos incluem marcas de renome, como Teflon, Opteon e Freon.

Atualmente, a Chemours tem cerca de sete mil funcionários em 70 unidades produtivas que atendem a mais de cinco mil clientes nas Américas, na região Ásia-Pacífico e na Europa.

Com uma receita de US$ 6,2 bilhões em 2017, a companhia chegou à 451ª posição do ranking da revista Fortune das 500 maiores empresas dos EUA.

 Clima Rio – Comércio Distribuidor/Ar Condicionado

A Clima Rio está no mercado há mais de 20 anos destacando-se na venda, montagem e manutenção de câmaras frigoríficas e distribuição de peças e insumos para refrigeração. 

Desde 2000, a companhia também atua no ramo de condicionadores de ar, em parceria com a Midea Carrier, o que a possibilitou construir uma infraestrutura de 18 lojas e quatro centros de distribuição.

Notabilizada pela ética e a transparência do empresário Gilson Miranda, a empresa que iniciou suas atividades em 1996, em Niterói, conta hoje com amplo estoque de ar-condicionado, produtos para refrigeração comercial e industrial, cobre, compressores, gases refrigerantes e forçadores de ar para câmaras frigoríficas, dentre outros itens do portfólio da empresa, que também explora o nicho de serviços, por meio do seu departamento de engenharia e projetos.

 Dufrio – Comércio Distribuidor/Refrigeração

Há mais de 20 anos no mercado, a Refrigeração Dufrio oferece soluções completas em refrigeração e ar condicionado. Comprometida em surpreender os clientes e com a qualidade dos mínimos detalhes, a empresa aposta na personalização dos serviços e na transformação de ideias que proporcionam experiências únicas. 

Diferenciada e com espírito jovem, a Dufrio é referência no mercado e reconhecida pela inovação, trabalho sério, atitude e agilidade.

São 16 lojas, quatro centros de distribuição, vendas online e atendimento em todo o Brasil com profissionais altamente capacitados e especializados no segmento. Com mais de 1.200 colaboradores diretos e mais de 100.000 m2 em estoque, a empresa garante aos seus clientes o menor prazo de entrega.

 Rafael Dias – Personalidade do Comércio de Refrigeração e Ar Condicionado

O primeiro emprego de Rafael Dias foi na própria A.Dias Ar Condicionado. Ele começou a trabalhar lá aos 15 anos de idade, no ano 2000, quando seu pai, Gerson Dias, o convidou para fazer um estágio na empresa, a fim de orientar sua escolha para o ensino superior. 

Assim, ele estudava durante a manhã no colégio e trabalhava no período da tarde. No início, realizava tarefas típicas de office boy: entregas de malotes em bancos e documentos em cartório, contagem de estoque e envio de fax para propostas de vendas. Depois de certo tempo, ele começou a ficar seis meses em cada departamento da empresa, para conhecer melhor cada detalhe da operação.

Um de seus grandes projetos para o negócio da família foi a criação de uma ferramenta de comunicação e venda direta para seu principal cliente: o instalador de ar-condicionado.

Segundo ele, foi preciso promover muitos treinamentos internos e quebrar alguns paradigmas, mas, com o tempo, todos perceberam que aquele era o caminho correto a seguir.

 Priscila Baioco  Personalidade da Indústria de Refrigeração e Ar Condicionado

Primeira mulher a conquistar o Troféu Oswaldo Moreira, Priscila Baioco iniciou sua carreia na empresa Luftec Hélices, em 1998, aos 16 anos como assistente de vendas na cidade de Itatiba, no interior de São Paulo. Aos 18 anos, ela se mudou para a capital, para estudar e trabalhar na empresa EH Representações onde ficou por dois anos e, então, foi para a Torin Ventiladores, onde permaneceu por quatro anos. 

Em 2006, ela começou a trabalhar na Armacell como vendedora técnica, ficando nesta função até 2010, momento em que teve a oportunidade de vivenciar uma experiência internacional atuando na Trox Latinoamerica como responsável pelo desenvolvimento de mercado em países sul-americanos.

Em 2011, Priscila retornou à Armacell como gerente regional de vendas e, em 2017 assumiu o cargo de gerente nacional de vendas nesta mesma empresa. São 20 anos de atuação na área de vendas no setor HVAC-R, muitas experiências vividas e conquistas alcançadas.

HVAC-R conectado

Definitivamente os brasileiros amam as redes sociais. Diversas estatísticas provam isso. Com uma média diária de 3h43 navegando por elas, o Brasil está em segundo no ranking de tempo gasto nesse tipo de site, perdendo somente para as Filipinas

E a tendência é que isso continue crescendo. Com mais de dois bilhões de usuários ativos em todo o mundo, o Facebook é, de longe, a rede social mais popular do planeta.

Por aqui, as coisas não são diferentes. Afinal de contas, 139,1 milhões de brasileiros usam esta versátil rede social para se comunicar com amigos, familiares e colegas de profissão, além de se informar sobre os mais variados assuntos de seu interesse e fazer negócios.

Para muitos profissionais do setor de refrigeração, ar condicionado, ventilação e aquecimento, o site de relacionamento criado em fevereiro de 2004 pelo empresário norte-americano Mark Zuckerberg também já se tornou uma ferramenta de trabalho fundamental em seu dia a dia.

Nele, há diversas comunidades reunindo engenheiros, instaladores, mecânicos, projetistas, vendedores e empresários que costumam trocar experiências e informações relevantes para suas atividades.

Atualmente, os três grandes grupos especializados do setor no Facebook – Refrigeristas do Brasil, Refrigeração e Serviço Técnico em Refrigeração – já contam com cerca de 120 mil membros.

Os meios de comunicação também embarcaram nessa onda. Há três anos, a Revista do Frio lançou o Clube do Frio, fan page de notícias sobre o setor integrada a um blog homônimo no site da revista na internet.

Por meio desse canal, a publicação inovou a forma como produz e divulga seu conteúdo editorial, postando diariamente as últimas notícias do setor, com o objetivo de estabelecer um relacionamento mais estreito e frequente com os seus leitores.

Estratégias

Diante desta realidade tecnológica, as empresas do setor também vêm realizando ações de marketing no universo digital. Um ótimo exemplo de como uma indústria do setor usa as redes sociais para se comunicar melhor com seu público é a fan page do programa de relacionamento Clima LG.

Bárbara Toscano, gerente executiva de marketing da LG

Criado para atender profissionais de instalação, o espaço online oferece conteúdos e materiais exclusivos, treinamentos e aulas sobre aparelhos de ar condicionado e, além disso, proporciona diversos canais de comunicação aos profissionais que precisam entrar em contato com a empresa.

Um deles, o Facebook, recebeu atenção especial da LG, depois de constatado que a grande maioria dos instaladores tem por hábito acessar a plataforma, principalmente por meio de seus smartphones.

Dessa forma, a marca sul-coreana investiu em uma estrutura que permite responder rapidamente às mais diversas dúvidas dos instaladores, atendendo a seus pedidos por meio dos comentários nos posts ou por mensagens diretas, uma abordagem que ajuda a aproximar as pessoas à LG, aprofundando seu relacionamento com a marca.

Uma estratégia que tem se mostrado muito eficiente para atingir este objetivo foi a criação de Arthur Aires Bueno, um personagem fictício que sintetiza os mais diversos perfis do público da LG.

Atualmente com mais de 3 mil amigos no Facebook, Arthur se tornou um influenciador na rede social, ajudando a divulgar conteúdos exclusivos para instaladores do canal Clima LG, como agenda de eventos, palestras ao vivo, dicas e orientações técnicas sobre os sistemas de climatização da indústria.

Segundo a empresa, o feedback é, geralmente, positivo. “Percebe-se isso, principalmente, graças ao alto engajamento dos instaladores na fan page do Clima LG, o que indica que a plataforma está funcionando”, diz a gerente executiva de marketing da companhia, Bárbara Toscano.

“O fato de que esses profissionais sentem que podem colocar seus questionamentos no Facebook para serem atendidos mostra que o objetivo de aproximar as pessoas da marca está sendo cumprido, o que ajuda a solucionar dúvidas e oferece suporte ao público”, acrescenta.

Em sua opinião, o impacto das redes sociais em um setor tão específico como o HVAC-R ainda precisa ser mais amplamente entendido e avaliado. De modo geral, assim como em demais segmentos do mercado, é possível perceber que as plataformas criaram um canal de comunicação mais próximo para marcas, profissionais e consumidores.

“Investir nisso é uma ótima maneira de expandir o relacionamento da empresa com públicos estratégicos e, até o momento, isso tem funcionado muito bem para a LG”, afirma.

 Investimento tangível

Paula Faria de Souza, gerente de comunicação e marketing da Danfoss

Quem também tem investido bastante nas redes sociais nos últimos dois anos é a Danfoss. “Analisamos que as páginas globais da companhia não atendiam completamente ao nosso público no Brasil e criamos nossas páginas locais para que pudéssemos nos comunicar com ele de maneira mais eficiente”, revela a gerente de comunicação e marketing para a América Latina, Paula Faria de Souza.

“Hoje temos nossas fan pages no Facebook e no Instagram e showcase no LinkedIn. Em cada canal, utilizamos uma estratégia diferente, uma maneira diferente de nos comunicar e também uma segmentação específica de público-alvo dependendo do tema abordado. Exploramos formatos distintos – imagens, vídeos, texto, infográficos – e falamos tanto sobre produtos e novidades quanto tendências do mercado”, explica.

Segundo a gestora, o resultado de um estudo dedicado a essas plataformas, ajustes e estratégias assertivas é o aumento exponencial da sua base de seguidores, um alcance cada vez maior das publicações da empresa e um índice de engajamento bastante alto para empresas B2B.

Para ela, as redes sociais são a maneira mais rápida de atingir centenas de milhares de pessoas ao mesmo tempo. “Elas acabaram trazendo ao nosso setor uma certa oxigenação na forma com que nos comunicávamos. Nos obrigam a pensar de formas diferentes, a nos colocar no lugar dos nossos seguidores, a analisar o nosso mercado sob a ótica deles e a oferecer o mesmo conteúdo com novas roupagens”, exemplifica.

“Passamos a fazer uso de mais imagens, mais vídeos, comunicações mais curtas, mais diretas e mais simples. Junto com isso veio a necessidade de manter sempre conteúdos atualizados na nossa própria página web, revisitar o nosso acervo e mantê-lo completo e atual. Temos muitos projetos e novos conteúdos vindo por aí”, informa.

Em sua avaliação, quem hoje não explora as redes sociais a seu favor na estratégia de comunicação já está em desvantagem em relação à concorrência. “Qualquer empresa deve ter sua estratégia de comunicação totalmente integrada e isso inclui diferentes canais para diferentes públicos e perfis”, ressalta.

“Por mais conservador que seja o segmento, por mais empresas familiares que tenhamos entre nossos clientes, estamos justamente agora vivendo o momento de transição dessas direções e a geração que começa a assumir a liderança entre eles já cresceu em uma realidade digital – as mídias sociais já fazem naturalmente parte da sua cultura e do modo como se atualizam de tudo. Por isso, não podem ser ignoradas”, completa.

Como outra vantagem, Paula de Souza lembra que o investimento nos meios digitais é tangível. “Sabemos de fato a quantas pessoas chegamos, que perfil elas têm, quantos interagem conosco, o que buscam etc.”, salienta.

 Pioneira nas redes sociais

Uma das empresas do setor precursoras no uso das redes sociais é a Full Gauge Controls. Em 2009, a indústria brasileira lançou sua conta no Twitter e, desde então, possui profissionais especializados em seu departamento de comunicação e marketing para cuidar dessa área.

“Antes disso, em 2007, já tínhamos criado nosso canal no YouTube. Naquela época, a maioria das empresas ainda nem pensava em usar as redes sociais como uma ferramenta para dialogar com seu público e clientes”, revela o analista de marketing Guilherme Gonçalves.

Atualmente, a Full Gauge realiza diversas ações de relacionamento no Facebook, que incluem sorteios, colaborações com influenciadores, grupos e outras empresas. “Um exemplo dessas ações foi uma parceria com o Cabify, na qual demos um código de desconto para os seguidores da empresa, em comemoração ao aniversário de 20 anos do nosso software Sitrad”, diz.

“Já durante a última edição da Febrava, realizamos uma atividade voltada aos integrantes do grupo Refrigeração, do Facebook, que conta com mais de 30 mil membros do Brasil todo. Os participantes foram presenteados com diversos brindes, entre eles pen-drives e camisetas feitas especialmente para a ocasião”, lembra.

Fan page da Full Gauge Controls no Facebook

O canal da empresa no YouTube é uma plataforma voltada a disseminar conhecimento, pois disponibiliza diversos vídeos explicativos a respeito de produtos e ainda tutoriais sobre melhores práticas para o setor de HVAC-R.

“Já no Twitter nosso objetivo é falar pontualmente sobre os lançamentos e as participações da empresa como expositora em feiras e treinamentos ao redor do mundo”, explica.

“Todos nós estamos cada vez mais envolvidos com as redes sociais e as empresas estão se adaptando a esta realidade. As pessoas estão usando as redes como uma maneira de se organizarem em grupos, por interesse ou afinidade, e isso não é diferente no segmento de climatização e refrigeração”, ressalta.

 Engajamento alto

Para a Embraco, também não é de hoje que as redes sociais são canais fundamentais para a divulgação de conteúdos relevantes sobre o universo da refrigeração a todos os profissionais ligados ao setor, como clientes, técnicos e parceiros, além de instituições do terceiro setor e comunidade em geral.

“Nosso Facebook e LinkedIn são plataformas globais que informam o público em uma linguagem didática sobre o que e como fazemos, dividindo histórias sobre nossa inovação e a tecnologia empregada em nossas soluções. Também publicamos participações em eventos, prêmios, conquistas, lançamentos e discutimos tendências de inovação e refrigeração”, diz o diretor de marketing da indústria de compressores, Guilherme Almeida.

Site do Clube da Refrigeração, da Embraco

Um dos canais de maior interação com o público, e que ilustra esse propósito da Embraco de compartilhar conteúdo e conhecimento de forma educativa e técnica, é o portal Clube da Refrigeração, que apresenta informações técnicas e educativas, como por exemplo, o melhor produto para determinada aplicação; orientações sobre como fazer a manutenção preventiva de sistemas frigoríficos; normas técnicas; vantagens de cada tecnologia; benefícios dos refrigerantes naturais; entre outros assuntos.

Segundo Almeida, a fan page da Embraco conta com um público fiel que interage e compartilha ideias. “Por ser um canal global, os posts relacionados ao Clube da Refrigeração são produzidos em três idiomas.

Outro canal que reforça nosso perfil educador é o YouTube. Só para citar um exemplo, o vídeo ‘Troca de Compressor’ já tem mais de 100 mil visualizações”, informa.

“Em 2017, alcançamos mais de três milhões de pessoas na página do Facebook. No Linkedin, cerca de dois milhões. Atualmente, o Brasil é o país que reúne o maior número de seguidores da Embraco”, acrescenta o executivo, salientando que a taxa de engajamento e interação nas redes sociais é alta.

“Frequentemente, recebemos feedbacks positivos destacando nossa qualidade e credibilidade no setor da refrigeração comercial, residencial e de distribuição e revenda”, revela.

“No Clube da Refrigeração, todos os dias recebemos dúvidas de técnicos refrigeristas, vendedores de lojas de refrigeração, entre outros profissionais, e respondemos a todas elas contando com o apoio do time de engenharia, quando necessário. No caso das redes sociais, também mantemos um frequente diálogo com o nosso público, respondendo todas as dúvidas”, explica.

Influenciadores

Responsáveis por exercer uma grande influência em seu público – ou seguidores –, os influenciadores digitais, fortemente presentes nas redes sociais, por meio de canais de vídeos e notícias, também estão despontando com força no mercado do frio.

Nascido em Duque de Caxias, cidade da Baixada Fluminense, no Rio, o técnico Job Ney Palmeira Júnior atua há 16 anos no mercado e participa ativamente das redes sociais, especialmente o Facebook, onde já atingiu o limite de cinco mil amigos, enquanto 600 aguardam que suas solicitações de amizade sejam aceitas.

Dono de uma loja que presta serviços para empresas e realiza consultorias e suporte técnico, Job Ney começou a gravar vídeos para ajudar outros técnicos a solucionar problemas do dia a dia e as gravações foram um sucesso, atingindo 15 mil, 20 mil visualizações.

Em outubro do ano passado, ele criou o Job Refrigeração, canal no YouTube que já chegou a 3.357 inscritos, número que pode ser considerado expressivo para o HVAC-R.

Membro do Clima LG, projeto da multinacional sul-coreana considerado um divisor de águas no mercado do frio, no tocante ao desenvolvimento profissional dos técnicos brasileiros, por meio de treinamentos, tecnologias, campanhas institucionais e conteúdos, Job Ney é um entusiasta da área.

“Eu acho que o mercado de refrigeração está mudando para melhor com essa difusão do conhecimento realizado pelas empresas do setor, como a LG, cuja iniciativa está mudando os rumos do mercado. Na verdade, já mudou. Em 16 anos, nunca vi um treinamento colocar 600 pessoas dentro de uma sala, no horário comercial, com 35ºC de temperatura, para assistir uma aula. É impressionante”, afirma.

 Fenômeno

Outro fenômeno da internet, a técnica mecânica pelo Senai Carmosinda Santos, formanda em engenharia mecânica pela Unip, começou há pouco mais de um mês a postar vídeos nos grupos fechados do Facebook “Refrigeristas do Brasil”, com 56 mil membros, e “Refrigeração e Climatização”, com 6,8 mil integrantes.

O sucesso foi tão grande, inclusive com um dos vídeos obtendo sete mil visualizações, que semanas depois ela criou um canal no YouTube que já conta com quase 400 inscritos e não para de crescer.

A técnica em refrigeração Carmosinda Santos, formanda em engenharia mecânica pela Unip, já é uma das principais influenciadoras digitais do setor

“Faço vídeos voltados somente a equipamentos de grande porte, como chillers, selfs e fancoils. Normalmente não faço postagens sobre máquinas de pequeno porte, como split, pois meu trabalho é ligado à linha de água gelada, resfriadores de líquidos”, explica.

Lotada em um dos maiores datacenters do país, na  região de Tamboré, a profissional trabalha com equipamentos de 40 TR, 50 TR. Sua expertise vem dos quase dez anos de atuação no mercado do frio, com passagens marcantes por Emerson Liebert e Carrier.

“O objetivo dos vídeos é ajudar a valorizar a nossa profissão, atingindo todo tipo de profissional, seja mecânico, técnico, tecnólogo ou engenheiro, o importante é também mostrar aos clientes que nossa profissão é fundamental, pois a refrigeração está em todos os lugares – no supermercado, açougue, shopping, na farmácia, no transporte coletivo urbano, no avião etc., estamos sempre trabalhando em prol da sociedade”, reitera Carmosinda.

E-commerce

Embora as vendas do mercado do frio brasileiro por meio de ferramentas de e-commerce tenham crescido nos últimos anos, este modelo não afetará a comercialização de produtos nas lojas físicas.

Isto porque o público do HVAC-R tem como características a preferência por comprar diretamente no balcão, ver e tocar o produto e ser atendido por vendedores treinados. Além disso, o tempo de entrega e o preço do frete são dois aspectos que acabam prejudicando as vendas pela internet, pois quem trabalha com refrigeração tem pressa e não dispõe de uma margem de lucro muito grande.

Entretanto, os varejistas continuam apostando não somente no e-commerce com site próprio e nos marketplaces, mas também na divulgação nas redes sociais, inclusive com vídeos voltados a ampliar a notoriedade da loja, seja institucionalmente, seja explicando as funcionalidades de uma peça ou equipamento.

“O impacto nas vendas da Eletrofrigor no e-commerce não cresceu tanto quanto eu esperava. É verdade que muitas vezes a pessoa não clica no link e realiza a compra on-line, mas acaba chegando à loja por meio do site, por que encontrou o produto que precisava. Investir no ambiente de vendas on-line funciona como um cartão de visitas. afinal, ninguém hoje pode estar fora da internet”, explica a presidente da Eletrofrigor, Graciele Davince Pereira.

A ideia da empresária é continuar aprimorando o site da loja para atingir cada vez mais pessoas e converter visitas em vendas. “O volume de acessos aumentou dez vezes nos últimos dois anos, especialmente pelo smartphone, em detrimento do uso do desktop”, salienta.

Sediada em Niterói e com uma filial em São Gonçalo, ambas no estado do Rio de Janeiro, a Eletrofrigor tem desenvolvido sua presença também nas redes sociais. No Facebook, a página da loja já foi curtida 8 mil vezes e possui um pouco mais do que isso em número de seguidores.

A empresa também mantém um blog constantemente atualizado com matérias e vídeos, alimentado por uma equipe técnica que busca, por exemplo, ajudar os profissionais do setor a se capacitar ainda mais. “Quando o técnico é qualificado, o cliente percebe essa diferença e paga mais pelo agregado no serviço”, complementa Graciele.

Vanguarda

Primeira loja física a figurar, em 1999, no ambiente on-line de peças para refrigeração, ar-condicionado e eletrodomésticos no Brasil, a carioca Polipartes já passou por cinco plataformas de e-commerce e hoje investe em televendas e nos principais marketplaces.

“Gosto muito de tecnologia e sempre estudei o e-commerce, ajudando os sistemas por onde passamos. A Polipartes foi copiada em toda a sua trajetória, por meio de suas imagens, textos, estratégia comercial, sistemas, leiautes, slogans e nomes”, explica o presidente Eduardo Silva.

“O e-commerce no Brasil foi muito desenvolvido por causa dos marketplaces, pois com poucos recursos, num curto prazo e sem obrigações fiscais e tributárias, o pequeno enxergou um mercado gigantesco à sua frente. Isso não é bom, porque não contribui com a formalização do mercado em geral. Hoje vivemos num desafio de altos custos de ferramentas e mão de obra, além dos operacionais, como logística e atendimento”, argumenta.

O futuro do mercado do frio na internet será um grande desafio para as empresas do setor. “O concorrente do revendedor será seu próprio fornecedor, o omnicanal requererá muita inteligência, e as ferramentas científicas para concorrer com os grandes serão muito caras”, acredita o presidente da Polipartes, cuja página no Facebook já ultrapassou cinco mil curtidas e seguidores.

 Mundo digital

Vale ressaltar que um bom site é o início para a empresa se destacar na internet. A web está repleta de ferramentas que podem ajudar no desenvolvimento de um ambiente de vendas para o mundo digital.

Genivaldo Oliveira de Jesus, fundador da Welcome Digital

“Mas é preciso ser muito bem projetado para falar com o seu cliente. Mesmo que você não tenha uma loja virtual, ainda sim é possível criar canais de ofertas e oportunidades de negócio no seu site. Em conjunto com ações em redes sociais, é possível até gerar vendas”, comenta Genivaldo Oliveira de Jesus, graduado em estatística e pós-graduado em comunicação e hipermídia.

Especialista em soluções digitais e fundador da Welcome Digital, empresa de soluções web, ele elabora e executa projetos on-line para vários players do mercado do frio, com destaque para JetFrio, SR Frio e Brasmak.

Embraco é vendida para empresa japonesa

A fabricante de eletrodomésticos Whirlpool concordou em vender a Embraco para a japonesa Nidec Corp por US$ 1,08 bilhão, enquanto busca focar em negócios voltados para o consumidor final.

O acordo, que não inclui as instalações da Embraco na Itália, que a empresa planeja fechar, não deverá ter um impacto significativo nos resultados financeiros da Whirlpool em 2018, disse a Whirlpool.

A expectativa é que o negócio seja concluído em 2019.Rac com compressor Embraco

A Whirlpool também disse que espera recomprar até US$ 1 bilhão em ações por meio de uma oferta a um preço antecipado de US$ 150 a US$ 170 dólares. A oferta está prevista para começar em 26 de abril.

A empresa, sediada em Benton Harbor, Michigan, informou também que pretende realizar recompras de ações no mercado aberto ao longo de 2018, após a conclusão da oferta pública.

 

Fonte: Reuters