Arquivo para Tag: HVAC-R

Europa aquece, demanda por climatização cresce

Países enfrentam ondas de calor cada vez mais intensas, mas resistência cultural, custos elevados e metas climáticas limitam uso de ar-condicionado

O aumento da frequência e da intensidade das ondas de calor na Europa tem exposto a limitada infraestrutura de climatização do continente. Em meio a temperaturas que permanecem acima dos 32 °C até durante a noite, moradores de diversas regiões recorrem a ventiladores, chuveiros frios e improvisos para lidar com o calor extremo.

A penetração de sistemas de ar-condicionado na Europa ainda é baixa. Apenas cerca de 20% dos lares possuem algum tipo de refrigeração, com índices ainda menores em países como Reino Unido (5%) e Alemanha (3%). Em contraste, cerca de 90% das residências nos Estados Unidos têm ar-condicionado. A diferença reflete tanto as condições históricas do clima quanto as características culturais e econômicas da região.

Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), o ar-condicionado tem sido tradicionalmente encarado como luxo. No norte europeu, o clima mais ameno reduziu a percepção de necessidade. A arquitetura local, em especial nos países do sul, também contribuiu para essa realidade: paredes espessas, janelas pequenas e ventilação cruzada foram suficientes durante décadas.

A adaptação ao novo cenário climático, no entanto, é dificultada por fatores estruturais. Muitas residências são antigas, especialmente no Reino Unido, onde uma em cada seis casas foi construída antes de 1900. A modernização desses imóveis para instalação de sistemas centrais enfrenta barreiras técnicas, econômicas e, em alguns casos, burocráticas. Há restrições à instalação de unidades condensadoras externas, especialmente em áreas tombadas ou de preservação histórica.

O custo da energia é outro obstáculo. Além de ser mais elevado do que nos EUA, o preço subiu após a invasão da Ucrânia em 2022 e as medidas da União Europeia para reduzir a dependência de combustíveis fósseis russos. Embora os valores tenham se estabilizado, manter um aparelho de ar-condicionado em operação continua sendo oneroso para boa parte da população.

O desafio europeu também é político e ambiental. A União Europeia assumiu o compromisso de neutralidade climática até 2050. O crescimento acelerado do uso de climatização artificial ameaça esse objetivo. Os aparelhos não apenas consomem grandes quantidades de energia, mas também aumentam a temperatura externa — um estudo em Paris apontou elevação de até 4 °C em áreas urbanas densamente povoadas.

Medidas de contenção já foram adotadas. Na Espanha, desde 2022, estabelecimentos públicos devem manter o ar-condicionado ajustado a no mínimo 27 °C. Ainda assim, a demanda por sistemas de refrigeração cresce. Segundo a AIE, o número de unidades na União Europeia deve chegar a 275 milhões até 2050 — mais que o dobro de 2019.

Empresas do setor relatam aumento expressivo nas consultas e vendas. No Reino Unido, por exemplo, a Air Conditioning Company observou que o número de pedidos residenciais mais que triplicou nos últimos cinco anos. O fenômeno é atribuído à incapacidade de suportar o calor noturno, considerado por muitos o maior fator de desconforto.

No campo político, o tema entrou na pauta de líderes de direita. Marine Le Pen, na França, propôs um plano nacional de infraestrutura de climatização e criticou o que chamou de “hipocrisia das elites”, que defendem alternativas sustentáveis enquanto usufruem de ambientes refrigerados.

Especialistas alertam para o risco de um ciclo vicioso: o uso intensivo de ar-condicionado, majoritariamente alimentado por fontes fósseis, aumenta as emissões e agrava o aquecimento global, gerando ainda mais demanda por refrigeração. Para Radhika Khosla, da Universidade de Oxford, o impacto desse ciclo deve ser enfrentado com regulação rigorosa da eficiência energética dos aparelhos vendidos.

A adaptação ao calor intenso parece inevitável. Mas o modo como a Europa decidirá estruturar essa transição — conciliando bem-estar térmico com metas ambientais — será determinante para o futuro climático da região.

Fonte – CNN 

Febrava amplia escopo e confirma nova edição em 2025

Feira de refrigeração e climatização terá expansão física em São Paulo e anuncia evento no Rio de Janeiro para 2026

A organização da Febrava – Feira Internacional de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação, Aquecimento e Tratamento do Ar e de Águas – confirmou a realização de sua 23ª edição entre os dias 9 e 12 de setembro de 2025, no São Paulo Expo. O anúncio foi feito na última terça-feira (1º), em evento para convidados, expositores e lideranças do setor HVAC-R (Aquecimento, Ventilação, Ar-Condicionado e Refrigeração).

Com crescimento de 25% em área em comparação à edição anterior, a Febrava 2025 contará com mais de 600 marcas e a expectativa de receber mais de 25 mil visitantes. A feira terá como tema “No Clima da Inovação” e será estruturada em torno de quatro eixos: eficiência energética, descarbonização, qualificação técnica e inovação.

Dois novos pavilhões farão parte da edição de 2025: o WTE – Water Treatment Expo, voltado ao tratamento de águas industriais, e o Smart Heat Expo, direcionado ao setor de aquecimento. A ampliação física somará mais de mil metros quadrados de área de exposição.

O evento terá também uma nova dinâmica de reconhecimento. O Selo Inovação Febrava 2025 permitirá que o público vote entre os vencedores para eleger o produto com maior destaque. Será implementada uma rota de visitação específica para os estandes das empresas participantes.

Já o Prêmio Nelson Baptista, em sua segunda edição, manterá as categorias de Produto Destaque para o visitante, Destaque na Captura de Leads e Personalidade do Setor. A premiação leva o nome de Nelson Baptista, profissional com mais de quatro décadas de atuação no mercado e um dos articuladores da consolidação da feira.

A Febrava ocorrerá simultaneamente à FIEE – Feira Internacional da Indústria Elétrica, Eletrônica, Energia e Automação, também no São Paulo Expo. Os eventos terão visitação cruzada.

Durante o lançamento, foi anunciada ainda a expansão da Febrava para o Rio de Janeiro. A nova edição fluminense está prevista para 2026.

Febrava chega ao Rio em 2026

Evento será realizado no Riocentro, com apoio do Sindratar-RJ

A cidade do Rio de Janeiro sediará, pela primeira vez, a Febrava — Feira Internacional de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação, Aquecimento e Tratamento do Ar. O evento ocorrerá de 6 a 8 de outubro de 2026, no centro de convenções Riocentro, com apoio do Sindratar-RJ (Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento do Ar no Estado do Rio de Janeiro).

O anúncio da edição no Rio foi feito durante evento de lançamento realizado na segunda-feira (1º). De acordo com os organizadores, a escolha da capital fluminense teve caráter estratégico, considerando a presença de polos industriais relevantes nos setores de óleo e gás, hospitalidade, construção civil e alimentos e bebidas — segmentos com alta demanda por soluções em climatização, refrigeração e qualidade do ar.

A Febrava 2026 terá perfil voltado à indústria e à gestão de processos, com foco em soluções aplicadas à realidade dos grandes complexos industriais da região Sudeste. A organização afirma que o objetivo é aproximar a feira de profissionais qualificados do eixo Rio–Vitória–Minas, sem alterar o escopo internacional do evento.

A capital fluminense também concentra um dos maiores índices de uso de ar-condicionado residencial do país, com mais de 35% de penetração, segundo dados apresentados no lançamento. A edição de 2026 buscará contemplar tanto o setor industrial quanto demandas por eficiência energética e conforto térmico no mercado residencial e comercial.

Já estão confirmadas para o evento empresas como Daikin, Elgin, RAC e Sicflux. A organização prevê atividades voltadas para atualização técnica, intercâmbio entre segmentos da cadeia produtiva e geração de negócios.

Interessados em participar devem contatar o Sindratar-RJ para obter informações sobre formas de adesão e credenciamento.

Selo certifica qualidade do ar em ambientes internos

Iniciativa da NSF e da Brasindoor estabelece parâmetros técnicos para avaliação e auditoria de locais públicos climatizados


A NSF, organização internacional voltada à segurança ambiental e sanitária, e a Brasindoor (Sociedade Brasileira do Meio Ambiente e Controle da Qualidade do Ar Interno) lançaram, em julho de 2024, o Selo de Qualidade do Ar Interno. A certificação é destinada a edifícios, fábricas, hospitais, hotéis, escolas, shoppings, restaurantes e demais espaços de uso coletivo que estejam em conformidade com normas de higiene e segurança relativas à qualidade ambiental do ar.

O objetivo do selo é indicar que o ambiente atende critérios técnicos de controle de poluentes e ventilação, conforme parâmetros estabelecidos pela Brasindoor, em consonância com regulamentações como a Resolução ANVISA 09/2003, que determina, entre outros aspectos, o limite de concentração de dióxido de carbono em 1.000 ppm em ambientes climatizados.

De acordo com dados da EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA), o ar em ambientes internos pode apresentar níveis de poluição de duas a cinco vezes superiores aos do ar externo. A média de permanência da população nesses espaços ultrapassa 90% do tempo diário, segundo a cartilha da Qualidade do Ar Interior (PNQAI/ABRAVA).

Para obtenção do selo, a empresa interessada passa por auditoria conduzida por profissional treinado pela NSF, com duração entre quatro e seis horas. São verificados aspectos técnicos e operacionais do sistema de climatização e ventilação. A avaliação também considera a presença de fontes poluentes e a manutenção periódica dos equipamentos.

O processo resulta em um relatório técnico e, caso os requisitos sejam atendidos, na emissão do selo de certificação. Segundo Fabiane Zanoti, diretora-geral da NSF LATAM, a medida busca alinhar práticas de gestão do ar interior às diretrizes ESG (Environmental, Social and Governance), incentivando a implementação de procedimentos contínuos de melhoria da qualidade do ar.

Para Leonardo Cozac, presidente da Brasindoor, a certificação tem o papel de identificar locais que adotam práticas adequadas de controle da qualidade do ar e reduzir riscos relacionados à chamada Síndrome do Edifício Doente — quadro em que cerca de 20% dos ocupantes apresentam sintomas relacionados à exposição a contaminantes em ambientes fechados.

A iniciativa é voltada à prevenção de efeitos adversos à saúde, como irritações, crises alérgicas e doenças respiratórias agravadas por poluentes biológicos, químicos ou físicos.

Compradores estrangeiros confirmam presença na Rodada de Negócios da Febrava 2025

Evento promovido pelo Programa Abrava Exporta terá representantes de seis países entre os dias 9 e 12 de setembro

Oito empresas compradoras da Argentina, Chile, Colômbia, México, Paraguai e Uruguai participarão da Rodada Internacional de Negócios 2025, que ocorrerá entre os dias 9 e 12 de setembro durante a realização da Febrava. A atividade é promovida pelo Programa Abrava Exporta, uma parceria entre a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

O objetivo da rodada é aproximar empresas brasileiras do setor HVAC-R de compradores internacionais, por meio de reuniões presenciais e pré-agendadas com importadores, distribuidores e empresas de engenharia. O evento será realizado em salas individuais com acompanhamento técnico da equipe do programa.

De acordo com a gestora do Programa Abrava Exporta, Leila Vasconcellos, a iniciativa é realizada desde 2005 e tem contribuído para o crescimento das exportações brasileiras e o processo de internacionalização das empresas do setor. Na edição de 2019, o volume de negócios gerado foi de US$ 8,53 milhões.

Para a edição de 2025, o programa selecionará os compradores com base no portfólio de produtos das empresas brasileiras participantes, buscando alinhamento entre oferta e demanda. As inscrições para as empresas nacionais interessadas em participar estão abertas até o dia 29 de agosto.

O Programa Abrava Exporta, em parceria com a ApexBrasil desde 2004, está em sua nona fase, com convênio renovado até 2025. A iniciativa inclui ações de promoção comercial como participação em feiras internacionais, projetos compradores, missões comerciais, ações de marketing no exterior e geração de inteligência de mercado.

Elgin compra Refrio e entra no mercado de evaporadores

Aquisição inclui planta de Hortolândia e equipe; nova empresa se chamará Elgin|Refrio

A Elgin anunciou a aquisição da Refrio Coils & Coolers, fabricante de evaporadores para aplicações em refrigeração comercial e industrial. Fundada em 1967, a Refrio será incorporada ao grupo a partir de julho de 2025, sob o nome Elgin|Refrio.

A planta industrial da empresa, localizada em Hortolândia (SP), será mantida, assim como os colaboradores. Segundo a Elgin, a preservação do conhecimento técnico e da estrutura produtiva é parte do processo de incorporação.

O grupo informou que os princípios da Refrio relacionados à preservação ambiental, ao relacionamento com clientes e ao desenvolvimento de pessoas continuarão a ser respeitados. A empresa também destaca que a aquisição expande sua atuação no setor de refrigeração comercial e industrial.

“O que torna essa união promissora é a sinergia entre os valores da Refrio e da Elgin. Com essa aquisição, damos um passo estratégico para ampliar nossa presença em mercados-chave, acelerar a inovação tecnológica de nossos produtos e, sobretudo, oferecer um portfólio ainda mais completo e competitivo aos nossos clientes”, disse Rafael Feder, presidente da Elgin.

Marcos Burin, atual presidente da Refrio, permanecerá na empresa para colaborar com a continuidade das operações e o fortalecimento da marca durante a transição.

De acordo com Anderson Bruno, vice-presidente comercial da Elgin, a expectativa com a operação é ampliar a participação no mercado e manter o foco em parcerias estratégicas com alinhamento de valores e propósitos.

Nova geração de fluidos sintéticos impulsiona a refrigeração sustentável

Com a eliminação gradual dos fluidos R-22 e R-404A devido ao seu impacto ambiental, o setor investe em opções sintéticas de baixo GWP

 Diante dos compromissos ambientais globais e das regulamentações cada vez mais rígidas, o setor de refrigeração e climatização tem buscado alternativas sustentáveis aos tradicionais fluidos refrigerantes R-22 e R-404A. Ambos os compostos, amplamente utilizados por décadas, estão sendo progressivamente eliminados por seu alto potencial de destruição da camada de ozônio (ODP) e elevado potencial de aquecimento global (GWP). Nesse contexto, surgem os fluidos alternativos não naturais que, embora sintéticos, apresentam um perfil ambiental mais favorável e são essenciais na transição rumo a sistemas mais ecológicos e eficientes. Embora não sejam naturais, os novos compostos representam um passo importante rumo à eficiência energética e à preservação do meio ambiente.

O R-22, pertencente à família dos HCFCs (hidrocloro-fluorcarbonos), possui um ODP de 0,05 e GWP de cerca de 1.810, sendo progressivamente retirado do mercado conforme o Protocolo de Montreal. Já o R-404A, um HFC (hidrofluorcarbono) com GWP altíssimo – aproximadamente 3.922 – também entrou na lista de compostos com uso restrito. Como resposta, a indústria desenvolveu diversas alternativas técnicas e ambientais que buscam equilibrar desempenho e menor impacto climático.

“Na última década, diversos setores da indústria de HVAC-R foram impactados pela redução global de gases refrigerantes com alto potencial de aquecimento global (GWP). Muitas regiões estão impondo a redução da produção e do consumo de refrigerantes tradicionais, como hidroclorofluorocarbonos (HCFCs) e hidrofluorocarbonos (HFCs) – R-22 e R-404A, respectivamente. Usuários finais do varejo também estão migrando para alternativas mais ecológicas para apoiar suas metas de sustentabilidade ambiental e descarbonização”, informa Joana Canozzi, diretora de engenharia e serviços da Copeland e especialista em fluidos refrigerantes.

Entre as principais opções para substituir o R-22, destacam-se os fluidos HFCs e HFOs (hidrofluorolefinas), como o R-407C, R-407A, R-438A e R-422D. O R-407C, por exemplo, tem GWP de 1.774 e zero ODP, sendo compatível com muitos sistemas originalmente projetados para o R-22. Já o R-438A oferece uma substituição mais direta, com GWP de cerca de 2.265 e ODP zero. Essas opções permitem atualização de equipamentos antigos com adaptações mínimas.

Para o R-404A, as alternativas mais sustentáveis incluem o R-448A, R-449A, R-452A e R-407A. O R-448A, por exemplo, tem GWP de aproximadamente 1.273, uma redução significativa em relação ao R-404A, além de boa eficiência energética e compatibilidade com os óleos POE. O R-449A apresenta características similares, com GWP de 1.397. Ambos têm sido amplamente adotados em supermercados e sistemas comerciais de médio porte. O R-452A, com GWP de 2.141, é indicado para aplicações que exigem alta capacidade de resfriamento, como transporte refrigerado. Já o R-407A tem GWP de 2.107 e pode ser usado em sistemas com arquitetura semelhante à do R-404A, com mudanças nos ajustes de pressão e controle.

“Os refrigerantes A2L surgiram como alternativas líderes de baixo GWP, oferecendo características de desempenho comparáveis e uma menor pegada de carbono. De acordo com as classificações de refrigerantes da ASHRAE, os refrigerantes A2L têm uma classificação de “baixa inflamabilidade” que os diferencia dos refrigerantes tradicionais A1. Consequentemente, normas internacionais de segurança para produtos e aplicações estabeleceram diretrizes para o uso seguro de refrigerantes A2L. Os A2Ls oferecem uma redução significativa no GWP e zero potencial de destruição do ozônio (ODP), preservando a eficiência energética, o desempenho e alinhando-se às metas globais de descarbonização”, destaca a especialista.

Ela cita um exemplo de aplicação do A2L em uma grande rede de supermercados: “Recentemente, trabalhamos com uma grande rede de supermercados para substituir um sistema de refrigeração baseado em R-22 em uma de suas unidades por uma solução utilizando o refrigerante A2L R-454C. Este projeto não apenas melhorou a eficiência energética do sistema de refrigeração do supermercado, mas também reduziu significativamente as emissões de gases de efeito estufa, demonstrando o compromisso do varejista com a sustentabilidade e a inovação na cadeia do frio”.

Apesar de não serem classificados como naturais, esses fluidos alternativos cumprem papel importante na transição para um futuro mais sustentável, ao mesmo tempo em que mantêm a confiabilidade operacional exigida por aplicações comerciais e industriais. Outra vantagem é que muitos deles podem ser usados em sistemas existentes com adaptações limitadas, o que reduz custos de conversão e descarte de equipamentos.

Solução utilizando o A2L R-454C reduz as emissões de gases de efeito estufa, demonstrando o compromisso com a sustentabilidade

 

 Impacto dos refrigerantes no clima

O efeito estufa é um fenômeno natural que mantém a Terra aquecida ao reter parte da radiação solar refletida pela superfície terrestre. Ele é essencial para a vida como conhecemos. No entanto, as atividades humanas como a queima de combustíveis fósseis e o uso de certos gases industriais, incluindo refrigerantes, aumentam significativamente a concentração de gases estufa na atmosfera, intensificando esse efeito e provocando o aquecimento global.

Os principais gases envolvidos são o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxidos de nitrogênio (NOx) e os HFCs, como o R-404A. A contribuição de cada gás ao aquecimento global é medida por seu Potencial de Aquecimento Global (GWP), que compara o impacto de uma tonelada do gás com o CO‚  ao longo de 100 anos. Por exemplo, o R-404A tem um GWP cerca de 3.922 vezes maior que o CO2, ou seja, um quilo de R-404A liberado na atmosfera tem o mesmo efeito estufa que quase quatro toneladas de CO2.

Já o Potencial de Destruição da Camada de Ozônio (ODP) mede o impacto de um gás sobre a camada de ozônio, que protege a Terra da radiação ultravioleta. O R-22, por exemplo, ainda tem um ODP baixo, mas diferente dos HFCs mais modernos que apresentam ODP zero.

A substituição dos fluidos refrigerantes com alto GWP e ODP por alternativas mais seguras é uma das formas mais diretas de mitigar os impactos das mudanças climáticas e proteger a camada de ozônio. Por isso, além das tecnologias, é essencial compreender os conceitos por trás desses índices e como cada decisão no setor HVAC-R pode fazer diferença no equilíbrio ambiental do planeta.

“O R-454B, R-454C e R-32 estão entre as alternativas A2L mais adotadas. Eles são amplamente usados em aplicações residenciais e comerciais de climatização e bombas de calor, bem como em equipamentos comerciais de refrigeração. Esses refrigerantes A2L têm GWP significativamente mais baixos do que os refrigerantes HFC e HCFC tradicionais, reduzindo consideravelmente os impactos ambientais dessas aplicações. Inclusive, já existem normais locais que comtemplam as questões de segurança para a aplicação do A2L como a ABNT, NBR e ISO 5149”, explica Joana.

A seguir, listamos algumas das principais alternativas para substituição.

Esses fluidos não naturais têm como principal vantagem o baixo ODP e GWP reduzido em relação aos antecessores. Além disso, muitos podem ser usados em sistemas existentes com adaptações mínimas, reduzindo custos e evitando o descarte prematuro de equipamentos. Contudo, a transição exige atenção. É essencial avaliar pressões de trabalho, compatibilidade de materiais, tipo de óleo lubrificante (geralmente POE) e ajustes nos componentes de controle. O uso de boas práticas é indispensável para garantir eficiência energética e evitar vazamentos – que podem anular os ganhos ambientais. Além dos aspectos técnicos, a capacitação profissional é vital. Conhecer os dados dos fluidos, aplicar normas de segurança e manter os sistemas bem ajustados faz parte do compromisso com a sustentabilidade no setor de HVAC-R.

 

Troféu Oswaldo Moreira 2025 reconhece profissionais e empresas do setor HVAC-R

Premiação da Revista do Frio chega à 27ª edição com votação aberta ao público

A 27ª edição do Troféu Oswaldo Moreira (TOM 2025) foi realizada em 26 de junho na Casa Itaim, em São Paulo, com a entrega de homenagens a profissionais e empresas atuantes nos segmentos de refrigeração e ar condicionado. Promovido pela Revista do Frio e pelo Clube o Frio, o evento reuniu representantes da indústria e do comércio HVAC-R e contou com votação aberta realizada pela internet a partir de 12 de junho.

Ao todo, foram registrados 12.909 votos na escolha dos vencedores em sete categorias. O prêmio foi criado em 1991 e, desde 1998, leva o nome do fundador da publicação, Oswaldo Moreira. A cerimônia é também reconhecida como espaço de encontro entre profissionais do setor.

Durante o evento, foi feita uma homenagem póstuma ao Sr. Arlindo Pereira, cofundador da Trineva, falecido em março deste ano aos 82 anos.

Os premiados desta edição foram:

  • Personalidade do Comércio HVAC-R: Tiziano Filho (Leveros), com 45% dos votos
  • Distribuidor de Insumos HVAC-R: Climario, com 49,6%
  • Personalidade da Indústria HVAC-R: Gilmar Oliveira (Daikin), com 45,2%
  • Distribuidor de Ar Condicionado: Leveros, com 44,3%
  • Indústria de Ar Condicionado: LG, com 45,8%
  • Indústria de Refrigeração: Brasil Soldas, com 42,2%
  • Personalidade Instaladores/Influenciadores: Kleber Milênio, com 39%

A premiação, que já foi chamada de Urso Branco, passou a se chamar Troféu Oswaldo Moreira em 1998. A iniciativa segue com o objetivo de reconhecer os esforços de quem contribui para o aprimoramento da qualidade no setor HVAC-R brasileiro.

Seminário apresenta soluções para reduzir impacto ambiental da climatização

Evento discute substituição de equipamentos com HCFCs e viabilidade de distritos térmicos

Representantes do setor de climatização e refrigeração participaram nesta quarta-feira (26) do seminário “Projetos para o Setor AVAC-R – Promovendo Ações em Benefício da Camada de Ozônio e do Clima”, realizado em São Paulo. O encontro, que segue até esta quinta-feira (27), é uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em parceria com a ABRAVA e a ELETROS.

Um dos eixos centrais do evento é o programa de assistência técnica voltado à substituição de sistemas de ar condicionado que utilizam substâncias prejudiciais à Camada de Ozônio, como os fluidos refrigerantes HCFC-22 e HCFC-123. A proposta visa incentivar o uso de tecnologias com menor impacto ambiental e maior eficiência energética. Edifícios comerciais e industriais, como hospitais, hotéis, shopping centers e data centers, estão entre os públicos-alvo da iniciativa.

Durante o seminário, foram apresentados critérios de elegibilidade e o cronograma de atividades previsto para 2025 e 2026. De acordo com Edgard Soares, assessor técnico do projeto no PNUD, o foco está na promoção de soluções modernas para sistemas de climatização, alinhadas às metas climáticas e de conservação da Camada de Ozônio.

Outro tema abordado foram os distritos térmicos. Nesses sistemas, uma central única realiza o resfriamento ou aquecimento e distribui água gelada ou quente para diferentes edifícios. A alternativa é apontada como mais eficiente do ponto de vista energético e operacional. Experiências brasileiras e sete casos implementados na Colômbia foram apresentados durante o evento. Também está em andamento um estudo para mapear empreendimentos viáveis no Brasil.

A discussão sobre data centers foi outro ponto destacado. O país ocupa a 13ª posição entre os maiores mercados do setor, o que amplia a necessidade de avaliar o consumo energético e as emissões desses empreendimentos. Segundo a gerente de projetos do PNUD, Ana Paula Leal, o seminário aborda as tecnologias disponíveis, a situação da infraestrutura brasileira e experiências internacionais. O objetivo é discutir a viabilidade de projetos demonstrativos e as etapas seguintes de implementação.

O analista ambiental do MMA, Frank Amorim, ressaltou que o evento contribui para a construção da estratégia nacional de implementação da Emenda de Kigali, que trata da eliminação progressiva dos HFCs. Está prevista, para 2026, a negociação de recursos com o Fundo Multilateral para a etapa inicial do programa no Brasil. Amorim destacou o potencial de tecnologias como o liquid cooling para data centers, que combinam menor impacto ambiental e alta eficiência energética.

Troféu Oswaldo Moreira 2025