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Frascold apresentou novas soluções sustentáveis ​​na Chillventa 2024

A Frascold, especializada em compressores semi-herméticos, de precisão e parafuso, marcou presença na Chillventa 2024, em Nuremberga, Alemanha. No evento, a empresa apresentou quatro novas séries de compressores, com destaque para o uso de refrigerantes naturais, alinhando-se ao tema “Sua escolha, nosso compromisso” e reforçando o compromisso com a sustentabilidade.

A empresa italiana dividiu seu espaço em três áreas: uma seção de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), onde foram desenhados protótipos em fase de desenvolvimento; uma Área Quente, com soluções externas para altas temperaturas; e uma Área Fria, focada em compressores para baixas temperaturas.

Entre os destaques da Área de P&D estava o compressor de parafuso Magnético, que utiliza um motor de ímanes permanentes para garantir alta eficiência em cargas parciais e é certificado pela norma ATEX, podendo operar com refrigerantes HC. Na Área Quente, o foco foi o modelo Z da série ATEX HT, ideal para sistemas de bombas de calor, permitindo a produção de água quente sanitária a temperaturas de até 80°C. Na Área Fria, o destaque foi o compressor FVR, voltado para sistemas de refrigeração.

Copeland lança compressor isento de óleo

A Copeland lançou um novo compressor centrífugo isento de óleo, destacando sua tecnologia de mancal Aero-lift™. Destinado a oferecer uma alternativa confiável e eficiente em comparação com tecnologias convencionais, o compressor promete melhor rendimento em aplicações de chillers com condensação a ar ou água.

A tecnologia Aero-lift permite que o compressor funcione de forma independente e sem atrito, aumentando a eficiência do sistema. Além disso, sua concepção dissociada dos controles e variadores de frequência oferece flexibilidade de aplicação e reduz a dependência de lubrificação com óleo, reduzindo custos e preocupações com a confiabilidade.

Desenvolvido para aplicações críticas em data centers, centros de saúde, grandes chillers e recuperadores de calor, o novo componente foi otimizado para uso com refrigerantes de baixo GWP, atendendo aos requisitos regulatórios.

“O compressor centrífugo Copeland livre de óleo combina os legendários padrões de confiabilidade da marca Copeland, sua experiência em modulação de compressores e os algoritmos de controle adaptativo, oferecendo melhorias em suas principais métricas de rendimento”, afirmou Mike Oakley, diretor de soluções centrífugas da Copeland.

A Copeland planeja expandir progressivamente a disponibilidade de produtos em nível global, enquanto trabalha ativamente com OEMs e consultores para implementar a tecnologia nos Estados Unidos, Canadá e América Latina.

Vamos falar sobre óleo lubrificante?

As adaptações essenciais na mudança de óleo do sistema frigorífico envolvem sua seleção cuidadosa, definição adequada, execução correta dos procedimentos, monitoramento da temperatura e capacitação contínua da equipe.

Os óleos lubrificantes utilizados em sistemas de refrigeração desempenham um papel de extrema importância na lubrificação do compressor e na eficiência geral do sistema, evitando o desgaste prematuro e o superaquecimento. Diferentes tipos de compressores e refrigerantes podem requerer óleos específicos, pois a combinação adequada previne sérios problemas em equipamentos da cadeia do frio. A incompatibilidade entre essas substâncias pode levar à formação de ácidos, corrosão, lubrificação insuficiente, carbonização do óleo e danos irreversíveis ao compressor, podendo resultar na inutilização de componentes ou da máquina inteira.

Apesar de os fabricantes fornecerem manuais com informações sobre o assunto, equívocos na execução dos serviços ainda ocorrem, o que, idealmente, não deveria acontecer. Por isso, investir tempo e recursos nesses aspectos contribuirá significativamente para a eficiência operacional e a vida útil prolongada do sistema frigorífico.

Atualmente, o mercado oferece diversos tipos de óleos lubrificantes, como Óleo Mineral (MO), Polioléster (POE), Alquilbenzeno (AB), Poliolester e Alquilbenzeno (POE/AB), Polialquileno Glicol (PAG) e Polivinil Éter (PVE), cada um deles destinado a uma aplicação específica, com características essenciais distintas, incluindo viscosidade, miscibilidade, floculação e umidade, que determinam sua adequação para diferentes usos.

Óleos Minerais (MO) são derivados do petróleo e são amplamente utilizados em sistemas de refrigeração. A mudança de óleo mineral deve ser feita de acordo com o intervalo recomendado pelo fabricante, sempre verificando sua viscosidade e especificações.

Os óleos Polioléster (POE) são sintéticos e compatíveis com uma variedade de refrigerantes. São frequentemente utilizados em sistemas de ar condicionado e refrigeração. Ao trocar de óleo mineral para POE, por exemplo, é necessário limpar completamente o sistema para evitar incompatibilidades. Certifique-se de seguir as orientações do fabricante para a drenagem e recarga.

Óleos Alquilbenzeno (AB) são sintéticos e adequados para sistemas que utilizam HCFCs e alguns HFCs. Recomendações do fabricante para a transição de óleo é de extrema importância para o bom funcionamento do sistema.

Óleos Poliolester e Alquilbenzeno (POE/AB) são misturas que podem ser usadas para combinar as vantagens de ambos os tipos. Certifique-se de que a mistura seja compatível com os componentes do sistema. O procedimento de troca deve levar em consideração as características específicas da mistura.

Óleo Polialquileno Glicol (PAG) é um lubrificante sintético formulado para operar sob altas cargas e temperaturas e pode ser utilizado em todos os compressores. Uma de suas características é o aumento na durabilidade dos equipamentos e maior economia de combustível e confiabilidade operacional.

Polivinil Éter (PVE) é um óleo sintético desenvolvido especialmente para aplicações em compressores herméticos para sistemas de refrigeração. Este produto oferece diversas vantagens em aplicações que utilizam os fluidos refrigerantes HFC.

“Favorecer o resfriamento, proteção contra ferrugem e vedação são algumas das vantagens ao selecionar produtos de qualidade para os equipamentos. Lubrificantes de alta performance garantem ciclos de vida estendidos, permitindo operação por longos períodos sem a necessidade de trocas frequentes. Os compressores são equipamentos fundamentais em diversos setores da indústria brasileira, atuando no fornecimento de ar ou gás para uma variedade de processos.

Assim como o coração é vital para o funcionamento do corpo humano, os compressores exigem cuidados especiais, especialmente no que diz respeito à lubrificação. Esses equipamentos dependem do lubrificante para desempenhar suas funções. Alguns produtos favorecem o resfriamento, vedação e lubrificação dos componentes internos da máquina, melhorando sua eficiência operacional”, afirma Luiz Maldonado, CEO da Lubvap Special Lubrificants, empresa de distribuição e soluções em lubrificação industrial.

Lubrificantes de alta performance garantem ciclos de vida estendidos, permitindo operação por longos períodos sem a necessidade de trocas frequentes.

Ele orienta ainda que, a escolha do lubrificante ideal requer uma consideração cuidadosa do ambiente ao qual ele está exposto. Fatores como umidade, altas temperaturas, gás e ar comprimido, partículas de metal, solubilidade do gás e superfícies de descarga quentes devem ser levados em conta.

“Um lubrificante eficaz deve oferecer estabilidade à oxidação, proteção contra desgaste e corrosão, bom desempenho em amplas faixas de temperatura, longa vida útil e capacidade de resfriar o gás refrigerado durante a compressão, além de vedar contra vazamentos do fluido refrigerante. Ao selecionar um lubrificante, é essencial consultar as recomendações do fabricante do equipamento, pois alguns exigem o uso de uma marca específica como condição de garantia. Mudanças de marca só devem ser consideradas após o término do período de garantia”, explica Maldonado.

Diretrizes gerais para a adaptação de sistemas

A adaptação de sistemas de refrigeração envolve considerações importantes para garantir o desempenho eficiente e a conformidade com regulamentações ambientais.

Hoje, existe uma maior variedade de fluidos refrigerantes em uso e, por isso, é preciso estar atento a sua compatibilidade com os diferentes tipos de óleo lubrificante. Vale lembrar que a compatibilidade entre esses dois elementos é essencial para o bom funcionamento do compressor e para a vida útil de todo o sistema frigorífico.

Especialistas apontam algumas diretrizes gerais para a adaptação de sistemas e procedimentos gerais para a mudança de óleo:

– Desligue o sistema: Antes de qualquer trabalho, desligue o sistema de refrigeração para garantir a segurança durante a manutenção.

– Drenagem do óleo antigo: Remova completamente o óleo antigo do sistema. Pode ser necessário inclinar o compressor ou utilizar bombas de extração para garantir uma drenagem completa.

– Limpeza do sistema: Certifique-se de que o sistema esteja limpo e livre de contaminantes antes de adicionar o novo óleo.

– Adição do novo óleo: Adicione o óleo novo de acordo com as especificações do fabricante. Utilize o tipo e a quantidade corretos de óleo.

– Operação de vácuo: Após a mudança de óleo, realize um vácuo no sistema para remover qualquer umidade residual e gases não condensáveis.

– Verificação de vazamentos: Antes de colocar o sistema em operação, verifique se há vazamentos e corrija-os, se necessário.

– Monitoramento: Implemente sistemas de monitoramento para acompanhar a temperatura e a qualidade do óleo ao longo do tempo.

– Registros de manutenção: Mantenha registros detalhados de todas as mudanças de óleo e manutenções realizadas no sistema.

LG lança linha de ar-condicionado com inteligência artificial

Publieditorial – A LG Eletronics lançou recentemente dois novos modelos de ares-condicionados: o LG Dual Inverter Voice e o LG Dual Inverter Compact, ambos com inteligência artificial, para garantir o bem-estar dos consumidores.

A novidade complementa o portfólio da marca e apresenta funções essenciais, como ajustes de clima ideal para ambientes em um clique, identificação de padrões do uso do produto e análise das condições dos ambientes. Além disso, as novidades possuem funções para preparar a climatização perfeita à distância e adequar seus produtos às necessidades dos consumidores que buscam por tecnologia, economia de energia e um excelente custo-benefício.

LG Dual Inverter Voice

O LG Dual Inverter Voice com inteligência artificial apresenta a tecnologia capaz de escanear a situação climática do ambiente, identificar os padrões de utilização do usuário e configurar automaticamente os principais detalhes para uma climatização confortável, como: a temperatura, a direção e a velocidade do vento, de forma totalmente personalizada.

O modelo também possui controle de energia 4 em 1, função exclusiva da LG que permite reduzir o consumo de energia do ar-condicionado imediatamente, a partir do momento em que a função Energy Control é ativada tanto pelo controle remoto como pelo aplicativo LG ThinQ, possibilitando controlar o consumo de energia à distância.

O Compressor Dual Inverter com 10 anos de garantia possui rotor duplo que trabalha com controle de diversas velocidades, sem a necessidade de ficar ligando e desligando, garantindo o baixo consumo de energia, sendo até 70% mais econômico do que os modelos de ar-condicionado convencionais.

Além disso, possui conectividade Wi-Fi integrado, tecnologia capaz de conectar o ar-condicionado LG à internet, permitindo acesso aos comandos de voz com Google Assistente e Amazon Alexa. O produto está disponível nas capacidades de 9.000 BTU e 12.000 BTU.

LG Dual Inverter Compact com inteligência artificial

A função de Energy Control também está presente no LG Dual Inverter Compact com inteligência artificial a fim de oferecer maior conforto e comodidade ao usar o produto. Para acionar a função de inteligência artificial basta usar o aparelho por pelo menos 48h e apertar o botão Smart Care pelo controle remoto.

O modelo também traz as funções de baixo nível de ruído, com limite de até 22 decibéis nas capacidades mais baixas, e o R-32 como gás refrigerante, sendo atualmente o mais ecológico e de menor impacto ao ambiente e à camada de ozônio. Disponível nas versões 9.000 BTU, 12.000 BTU e 18.000 BTU. O Compressor LG Dual Inverter tem 10 anos de garantia.

Copeland apresenta soluções com Selo Destaque Inovação na Febrava

Quem passar pelo estande de 154 m2 da Copeland na Febrava deste ano terá a chance de conhecer as quatro soluções vencedoras do Selo Destaque Inovação Febrava 2023.

São elas a Linha Copeland ZPV e ZSV (compressor scroll de velocidade variável com inversor de frequência EVM; Solução Propano – YHV + Driver; Copeland CO2 Scroll – New Cool; e Unidade Condensadora A2L.

Estes itens fazem parte dos 27 produtos e soluções que a companhia está expondo na feira. Os quatro itens foram considerados inovadores por uma comissão julgadora organizada pela Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) e por outras entidades apoiadoras do evento.

“Nossa empresa também aproveita a Febrava para divulgar a nova marca, além de ser uma oportunidade para interagir com clientes, conhecer as últimas tendências do mercado e estabelecer parcerias comerciais”, afirma Daniel Rohe, gerente-geral da empresa na América do Sul.

A Copeland é uma nova marca criada após a aquisição, pela Blackstone, de uma participação majoritária no negócio de tecnologias climáticas da Emerson, em uma transação que avaliou o negócio em US$ 14 bilhões.

A 22ª edição da Feira Internacional de Ar Condicionado, Ventilação, Aquecimento e Tratamento do Ar e da Água começou nesta terça-feira (12/9) e prossegue até até sexta-feira (15/9), das 13 às 20h, no São Paulo Expo, em São Paulo (SP).

Sistemas com baixa carga de amônia ganham espaço no mercado industrial

 

A crescente preocupação em torno da segurança das pessoas e da proteção do meio ambiente no setor de refrigeração e climatização industrial tem levado diversos players do HVAC-R a constantemente buscar tecnologias mais eficientes. Exemplo desta nova realidade traduz-se na adoção de sistemas com carga reduzida de amônia, processo que tem se expandido rapidamente no setor.

Trata-se de uma solução inovadora que combina os benefícios da amônia como refrigerante com medidas de segurança avançadas. Ao reduzir os riscos associados ao uso de NH3 proporcionam-se também maior eficiência energética, conformidade regulatória e sustentabilidade ambiental.

A implementação apropriada desses sistemas passa, fundamentalmente, pela ênfase na avaliação de riscos, em projeto adequado, treinamento e manutenção regular, itens essenciais para garantir o desempenho ideal. É sob este cenário positivo que o mercado de refrigeração brasileiro está testemunhando o avanço do uso de carga reduzida de amônia.

A multinacional japonesa Mayekawa do Brasil, por exemplo, tem investido pesadamente para atender demandas relativas a instalações com baixa carga de fluidos refrigerantes, bem como o uso de fluidos naturais. Baseada nestes pontos, a empresa tem, em seu portfólio, a instalação de sistemas de refrigeração indireta, voltados ao resfriamento ou congelamento de produtos, os quais também podem ser utilizados em sistemas de climatização.

Denominado de CO2 Brine, o sistema consiste na aplicação da carga de amônia reduzida, utilizando-se dióxido de carbono como fluido refrigerante secundário (Brine). “Por ser um fluido natural de baixo custo e com uma baixa viscosidade dinâmica, tem sido uma ótima opção de fluido secundário seguindo a tendência dos fluidos refrigerantes naturais”, afirma o diretor comercial da Mayekawa do Brasil, Silvio Guglielmoni.

O executivo acrescenta que, se por um lado o sistema com amônia é extremamente eficiente energeticamente, por outro há riscos devido à sua toxidade. Em função dessa característica, instalações de refrigeração com carga reduzida de amônia são projetadas para mitigar esses riscos. Afinal, uma das principais preocupações no uso da amônia como refrigerante é o potencial de vazamentos, visto que podem representar riscos significativos para a saúde humana e o meio ambiente.

Vários são os aspectos levados em consideração em um projeto refrigeração com carga reduzida de amônia, como a adoção de válvulas de alívio de pressão, desenvolvidas para liberar amônia em caso de aumento excessivo de pressão no sistema, evitando falhas estruturais ou rupturas.

No caso de sistemas de detecção de vazamentos, a tecnologia se encontra em sensores de amônia, capazes de identificar e alertar sobre possíveis vazamentos, permitindo uma resposta rápida e eficaz para minimizar os riscos. Mas se houver vazamentos, sistemas de ventilação do ambiente de instalação são fundamentais para garantir a dissipação segura de amônia, protegendo os trabalhadores e o ambiente circundante.

A NR-36 desempenha papel fundamental ao estabelecer padrões de segurança, sugerindo, uma série de diretrizes, como a instalação de detectores de amônia em áreas técnicas, a implementação de sistemas de exaustão e purificação do ar, assim como a adoção de sistemas de alarme e evacuação de ambientes, como forma de lidar com eventuais ocorrências.

Vantagens

A adoção de carga reduzida de amônia oferece várias vantagens significativas para os profissionais do HVAC-R. Ao diminuir a quantidade de amônia no sistema, os riscos associados a vazamentos são substancialmente reduzidos, proporcionando um ambiente de trabalho mais seguro para os técnicos e evitando possíveis danos ao meio ambiente. Da mesma forma, esses sistemas operam de maneira eficiente, minimizando o consumo de energia e reduzindo os custos operacionais.

Outra importante exigência configura-se na conformidade regulatória. Em muitas regiões, existem regulamentações e normas rigorosas em relação ao uso de amônia como refrigerante devido aos seus riscos potenciais. Os sistemas de refrigeração com carga reduzida de amônia permitem que as empresas cumpram essas regulamentações. Além disso, a manutenção dos sistemas de refrigeração torna-se mais simples e econômica, incluindo a detecção de vazamentos, exigindo menos tempo e recursos para a manutenção preventiva.

Os sistemas de refrigeração com carga reduzida de NH3 contribuem para a sustentabilidade ambiental, uma vez que a amônia é um refrigerante natural sem potencial de aquecimento global.

Companhia que detém globalmente o pioneirismo e a expertise neste sistema, a Mayekawa do Brasil concluiu a primeira obra do País para uma indústria alimentícia. “Ao não bombear amônia para os evaporadores de ar forçado nos espaços refrigerados, utiliza-se uma pequena carga desse fluido refrigerante na sala de máquinas no estágio primário do ciclo de refrigeração para rebaixar a temperatura do CO2 para congelados (-30°C) e resfriados (-10°C). O CO2 é bombeado para os evaporadores de ar forçado como um fluido secundário”, explica o gerente comercial Ricardo César dos Santos.

Através da aplicação da solução com CO2 Brine, a empresa obteve uma redução significativa aproximada de 90% da carga de NH3, de 3.000 para 280 quilos com aplicação do CO2. “Também reduzimos a pressão de projeto em aproximadamente 60%, de 120 (bar) do sistema CO2 convencional para 40 (bar) no sistema CO2 Brine Mayekawa, mitigando consideravelmente riscos operacionais, além de aumentar a eficiência energética dos sistemas”, complementa.

A nova fábrica atendida pela Mayekawa tem capacidade total de refrigeração para o sistema de congelados de 420 Mcal/h e de 1.100 Mcal/h para resfriados. Além do Brasil, a multinacional japonesa já aplicou o conceito de CO2 Brine em dois projetos no Equador e um na Argentina. Na Ásia, onde esta aplicação está mais adiantada, são mais de 500 instalações de refrigeração industrial.

Etapas essenciais

Ao considerar a implementação de sistemas de refrigeração com carga reduzida de amônia, é importante seguir algumas fases fundamentais. A primeira delas é a realização de uma análise de riscos abrangente para identificar os pontos críticos e as áreas de melhoria em relação aos sistemas de refrigeração existentes.

Paralelamente, profissionais especializados devem projetar o sistema, considerando os requisitos específicos da instalação e garantindo que as medidas de segurança, como válvulas de alívio de pressão e sistemas de detecção de vazamentos, estejam devidamente incorporadas.

Outro fator importante é estabelecer um programa de manutenção preventiva para garantir o bom funcionamento do sistema, incluindo a verificação periódica de vazamentos, inspeção das válvulas de segurança e manutenção dos sistemas de detecção de amônia. Para que este item funcione bem, é essencial haver constantes treinamento e conscientização de técnicos e instaladores, sempre enfatizando os procedimentos de segurança e a importância da carga reduzida de amônia.

Ainda de acordo com a Mayekawa, as vantagens do CO2 como fluido secundário são várias – utilização 100% de Fluidos Naturais: NH3 e CO2; redução de 70% a 90% do volume de NH3; melhor eficiência energética total entre sistemas CO2 Brine x CO2 cascata; menor impacto caso haja vazamento, benefício no seguro industrial, atóxico, não inflamável, agilidade nas licenças ambientais); menor impacto ambiental (GWP e ODP zero) e no EAR ou PRG (Cetesb P4.261).

Outras vantagens são o custo de instalação e de manutenção mais baixo (reposições de óleo, overhaul, compressor x bomba); operação similar ao sistema NH3 bombeado convencional; sistema de controle simplificado; forçadores com redução de tamanho e peso na estrutura metálica; bombas secundárias com reduções significativas de potência; tubulações com redução nos diâmetros; sistema secundário isento de óleo; sistema secundário isento de ar; pressão de CO2 similar ao sistema NH3 convencional; carga de NH3 drasticamente reduzida através da utilização de trocadores shell & plate.

“Construir e projetar sistemas de refrigeração confiáveis, com excelente custo-benefício e ecologicamente corretos, usando CO2 como fluido secundário e utilizando o know-how japonês com mais de 90 anos de atuação no mundo, são os conceitos de trabalho da nossa companhia’, conclui Guglielmoni.

Escassez de semicondutores impulsiona manutenção de placas eletrônicas

Brutalmente afetada pela covid-19, a partir de 2020, a indústria mundial de microchips agora corre para pelo menos retomar o patamar de produção pré-pandemia.

Usadas largamente em todo mundo – do setor de eletro-portáteis ao automobilístico e das fabricantes de mísseis às do HVAC-R, as placas eletrônicas, compostas por semicondutores, ainda continuam fazendo falta para atender à demanda por produtos novos.

Especialmente na China, Taiwan, Japão e Coreia do Sul, onde se concentra grande parte da produção desses itens de alta tecnologia, a pandemia trouxe consigo uma série de desafios para fábricas e fornecedores.

Restrições de trabalho, fechamento temporário de fábricas e interrupções na cadeia de suprimentos levaram a uma diminuição brutal – ou mesmo, paralisação total – na produção desses componentes essenciais para o dia o dia das pessoas. Além disso, o aumento da demanda por dispositivos eletrônicos durante o período de lockdown, com mais pessoas trabalhando e estudando em casa, agravou ainda mais a situação.

“Antigamente, a produção dos chips era planejada para computadores, celulares e outros dispositivos de tecnologia da informação, e hoje há geladeiras com algum tipo de inteligência, carros conectados e processos ligados à Internet das Coisas, com várias máquinas conectadas digitalmente”, comenta Reinaldo Sakis, gerente de pesquisa e consultoria e devices consumer da consultoria IDC, para quem o crescimento do uso de chips em larga escala passou a exigir um total replanejamento das linhas de produção.

De acordo com a IDC, o mercado global de semicondutores deve fechar 2023 com 6% de aumento em relação ao ano anterior, perfazendo uma receita de US$ 676,3 bilhões, chegando a US$ 745,5 bilhões ao final de 2027. “Estados Unidos e Europa estão recebendo investimentos altíssimos em fábricas de semicondutores, que levam anos para serem construídas. Projetos iniciados em 2021 devem começar a produzir em 2024. São necessários bilhões de dólares para desenvolver uma fábrica dessas e pelo menos de quatro a cinco anos para entrar em produção”, explica Sakis, indicando que a oferta desses produtos tende a demorar um pouco para se estabilizar.

Conhecido por seu dinamismo, o mercado do frio se adaptou a este complexo e inédito processo gerado pela falta de semicondutores, a partir do desenvolvimento de técnicas avançadas para a recuperação de componentes. Assim, foi impulsionado principalmente o segmento formado por empresas e profissionais especializados em manutenção, reparo e recondicionamento de componentes danificados ou defeituosos em placas eletrônicas de equipamentos comerciais e residenciais.

O conserto de placas eletrônicas em vez de sua substituição total configurou-se em uma marcante mudança de abordagem, que não apenas contribui para uma utilização mais eficiente dos recursos, mas também reduz o impacto ambiental da indústria de eletrônicos, especialmente pelo prolongamento da vida útil dessas placas, evitando a produção desnecessária de novos dispositivos.

“Outra razão para esta alteração é o elevado custo das placas para reposição, muitas das quais podendo chegar a até 80% do valor do equipamento, inviabilizando o conserto. O reparo deixa essas placas funcionando perfeitamente a um baixo custo, não precisando descartar prematuramente o equipamento, além de ter a mesma garantia de uma nova, ou seja, três meses”, afirma o eletrotécnico Rogério Lima, fundador da Refrigeração Lima e do e-commerce Split Peças e sócio-diretor da Inverter na Prática Treinamentos.

O especialista entende que o avanço da tecnologia Inverter, nos equipamentos de ar condicionado, é extremamente positivo, inclusive porque o reparo dessas placas é mais fácil e rápido. O funcionamento da placas Inverter tem uma importância enorme, porque elas – uma na unidade interna e outra na externa – se comunicam para que haja a execução de funções solicitadas pelo consumidor.

Primeira coisa a ser feita, comenta o Lima, é identificar o defeito que o equipamento está mostrando, e se ele indica o problema na unidade externa, não tem sentido ver a interna. Sabendo disso, é necessário verificar todas as conexões, tanto nas placas como nos seus periféricos, motor, ventilador, compressor, sensores e válvulas. Só depois parte-se para a identificação de defeito nas placas.

Limpeza preventiva

Nos aparelhos de ar condicionado Inverter e convencionais, a limpeza preventiva tem papel fundamental para um melhor funcionamento e rendimento do equipamento, além do aumento da vida útil.

A higiene das placas é feita igual a qualquer outra, apenas diferenciando que elas geralmente acabam sujando mais devido à função de ventilação presente nos equipamentos. A limpeza das placas deve ser realizada com álcool isopropílico, que é de rápida evaporação.

“Outra forma de prevenir principalmente a queima da placa da unidade externa é a troca da pasta térmica, principalmente em locais muito quentes, porque ela acaba ressecando e diminuindo a vida útil da sua função, que é retirar calor dos componentes da placa”, enfatiza Lima.

Quanto ao ferramental utilizado, não é tão extenso, sendo formado por ferros de solda, pinças, alicates de bico, multímetros digital e analógico, suporte para placas, sugador de solda, lupa, solda para placa eletrônica, fluxo para solda e uma pequena bancada de teste.

“É ideal utilizar, para o teste de placas, uma lâmpada em série para teste de curto, luvas antiestáticas e emborrachadas. Além de um bom disjuntor para proteção da sua rede elétrica”, recomenda o professor Roberto Messias, sócio-diretor da Inverter na Prática Treinamentos.

Segundo ele, sempre deve-se identificar qual o erro indicado, por meio de códigos ou leds piscando, e com esta informação, eliminar todas as possibilidades que podem estar nos periféricos, para só depois avaliar a placa.

“Um dos defeitos mais comuns é a ‘placa morta’, em que o ar não liga ou não aciona o led da placa, após energizada. Este defeito pode ocorrer na entrada de tensão da placa, e quando ela é convertida de AC para DC, os principais componentes são os osciladores de tensão, ou TOP”, detalha Messias.

O professor salienta que já existem no mercado testes prontos disponibilizados por empresas que os construíram e testes dos próprios fabricantes, usados especificamente nos seus equipamentos.

Para facilitar as manutenções dessas placas, ele lembra do Método Inverter na Prática criou diversos testadores Inverter, como teste do motor BLDC; de compressor Inverter; de comunicação; de IPM; e de osciladores, compondo um rol com mais de 20 testes na plataforma de estudo.

“As placas eletrônicas estão ficando menores e mais eficientes, diminuindo componentes e centralizando algumas funções em partes mais inteligentes. Outra mudança para se produzir equipamentos mais econômicos e eficientes e de baixo consumo, está nos compressores Inverter, que gradualmente vêm melhorando sua tecnologia. Consequentemente, as placas precisam ser atualizadas para o perfeito funcionamento dos compressores”, complementa Messias.

1º dia do Circuito dos Instaladores – Santos/SP

Mercado de cursos para HVAC-R busca equilíbrio entre presencial e a distância

O mercado de cursos na área de refrigeração e climatização vai voltar com força total em 2023, projetam diversos gestores da área educacional ouvidos pela Revista do Frio. Basicamente, esta nova fase do setor se dará principalmente por três aspectos.

Em primeiro lugar, a volta gradual dos treinamentos presenciais, iniciada em 2022, foi acelerada durante todo o ano passado, pelo fato de o Brasil ter ultrapassado a marca de 80% da população com o esquema vacinal completo contra a covid-19. Esta realidade trouxe um clima de mais segurança para docentes e estudantes.

O segundo ponto a se considerar, segundo pessoas ligadas ao segmento educacional, é o crescimento da oferta de cursos técnicos, profissionalizantes e de nível superior, com uma variedade de temas, horários, datas e valores. Neste caso, destacam-se treinamentos sobre sistemas inverter e VRF (fluxo de refrigerante variável) e refrigeração comercial.

Por fim, a maioria das instituições de ensino especializadas em refrigeração e climatização passou a investir em grades de treinamentos com um mix mais equilibrado entre presenciais, online e semipresenciais. A ideia foi dar mais opções aos alunos, uma vez que boa parte trabalha em horário comercial, tendo tempo limitado para estudar.

A estratégia de investir em aulas online, por exemplo, já se mostrou positiva, uma vez que este mercado ganhou força no país durante a pandemia, conforme evidenciou o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Em 2021, auge da crise sanitária, os cursos EaD na graduação representavam 52% das matrículas quando comparados com os presenciais. Traduzindo: a aderência ao ensino a distância passou a ser tão fundamental para aprendizado quanto o presencial.

Mesmo assim, os treinamentos presenciais continuam a ser o carro-chefe dos estabelecimentos de ensino, uma vez que a parte prática é fundamental para o aprendizado. “No segundo semestre deste ano, a Fatec São Paulo vai dar início ao seu novo curso de refrigeração e sistemas de ar condicionado e climatização, nos mesmos moldes da unidade de Itaquera”, adianta o professor Cléber Vieira, membro do Departamento de Mecânica da Fatec.

O curso de tecnologia em projetos e processos destaca-se porque tem, em sua grade horária, um semestre da disciplina de sistemas mecânicos 3, onde entra a matéria de refrigeração e ar-condicionado. Enquanto Cleber cuida da parte prática nos laboratórios, o professor José Ernesto Furlan fica com o ensino da teoria.

A parte teórica, por exemplo, desafia os alunos a calcular a carga térmica de uma biblioteca ou um anfiteatro. A prática, no laboratório, é realizada a partir de experimentos nas bancadas de refrigeração e ar condicionado, onde são estudadas as peças dos componentes do evaporador, condensador, motor e compressor, inclusive em cortes, além de fluidos refrigerante e da Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos. Os cursos na Fatec são gratuitos e têm duração de três anos.

Igualmente gratuitos, os concorridos cursos da Escola Senai Oscar Rodrigues Alves estão em consonância com as demandas do mercado do frio, que cada vez mais dá prioridade à mão de obra especializada. Reconhecido como um dos mais fortes estabelecimentos de ensino na área de HVAC-R, o Senai atualmente dispõe de diversos cursos, como “Mecânico de manutenção de aparelhos da linha branca”, “Mecânico de climatização residencial”, “Instalação de condicionador de ar tipo split”, “Mecânico de manutenção em sistemas VRF”, “Mecânico de manutenção em centrais de climatização”, “Técnicas de brasagem em tubulação de cobre” e “Instalação de isolamento térmico em tubulações frigoríficas”.

A Intac Cursos também compartilha de uma visão mais equilibrada da adoção das modalidades (presencial, semipresencial e online) disponíveis no setor de treinamentos em HVAC-R. Afinal, se o mercado de ensino superior, com características superexigentes, já aprova a aplicação do ensino a distância, nos cursos profissionalizantes em HVAC-R não poderia ser diferente.

“Nós buscamos sempre desenvolver cursos que atendam às demandas atuais do mercado do frio. Neste ano, teremos treinamentos práticos por meio do uso da tecnologia de simulação em 3D e realidade virtual. Esse método de ensino é inédito para o HVAC-R no Brasil”, afirma o professor e tecnólogo em refrigeração e climatização Anderson Oliveira.

A grade 2003 da Intac é formada por cursos sobre refrigeração comercial, câmaras frigoríficas, ar-condicionado residencial e centrais de climatização (chiller e torres de resfriamento). “Todos os cursos serão ministrados online, com encontros presenciais aos sábados para utilização dos óculos 3D para imersão no Metaverso”, complementa o docente.

Mercado em alta

Outros importantes players do mercado de cursos estão crescendo no setor do frio, e por isso vêm investindo pesado para atrair cada vez mais alunos, inclusive abrindo novas turmas em períodos antes não explorados.

Duas das mais importantes instituições de ensino do setor, a Escola Técnica Profissional (ETP) e a Fapro, ambas sediadas em Curitiba (PR), também estão recebendo grandes investimentos. Atualmente, é possível escolher entre cursos de “Refrige-ração comercial”, “PMOC – legislação e prática”, “Técnico em refrigeração e ar condicionado”, “Mecânico de refrigeração e ar-condicionado”, “Pós-graduação em engenharia da climatização” e “Tecnologia em refrigeração e climatização” (curso superior).

“Este é o ano em que o nosso Laboratório, em parceria com a GIZ Brasil e o Ministério do Meio Ambiente, começara a funcionar, e assim poderemos ofertar o treinamento em fluídos refrigerantes naturais. Além disso, os múltiplos racks e expositores já estão em nossas dependências, e a obra se encontra bem adiantada”, salienta o professor Alexandre Fernandes Santos, CEO do Grupo de Educação ETP, lembran-do que o curso “Tecnólogo em refrigeração e ar-condicionado”, de nível superior, obteve nota 4 no MEC.

Em Belo Horizonte (MG), a Treinatec também tem se destacado no segmento, colocando à disposição, em 2023, os cursos “Refrigeração doméstica + split + ACJ”, “Refrigeração doméstica”, “Split” e “Refrigeração comercial”.

Sediada em Santo André (SP), a Samacursos é outro player que tem investido em treinamentos para o setor, a exemplo dos cursos de “Refrigeração residencial”, “Refrigeração residencial avançado”, “Refrigeração comercial câmara fria”, “Ar-condicionado mini split”, “Lavadoras de roupa – top load”, “Lava e seca – front load” e “Micro-ondas”.

“Pela previsibilidade de mercado, haverá neste ano um crescimento significativo em vendas e manutenção de equipamentos de refrigeração residencial e comercial, passando pela linha de comercial leve, câmara fria e linha branca, além de ar-condicionado”, explica a proprietária da escola, Renata Arcipretti, destacando que a constante expansão do setor tem levado a uma situação curiosa.

Somente na cidade de São Paulo, há mais de 4 mil vagas para refrigeristas, mas não são encontrados profissionais para suprir essa demanda. São pequenos comércios voltados à refrigeração comercial, conhecidos como comercial leve, como balcões frigoríficos, expositores, entre outros, que estão presentes em padarias, açougues e supermercados, sem falar do segmento de refrigeração residencial”, completa o diretor e coordenador da Samacursos, Adriano de Oliveira Gomes.

Localizada na cidade de São José do Rio Preto (SP), onde as temperaturas facilmente ultrapassam os 35ºC no verão, a Thermo Cursos se posicionou como uma reconhecida formadora de mão de obra qualificada, conforme deixa claro o diretor técnico Américo Martins Junior.

A grade de cursos para este ano inclui “Split até 30.000 BTUs – manutenção e insta-lação”, “”Refrigeração comercial (balcão refrigerado, cervejeiras, minicâmaras e câmara fria)”, “Inverter – manutenção e instalação”, “Chiller – manutenção – scroll e parafuso” e “Rack (supermercado)”.

“O fato de os nossos treinamentos terem 50% de pura prática, faz com que os alunos aprendam a trabalhar de forma correta, e este aspecto traz a garantia de uma excelente prestação de serviços, sem retrabalhos, e com satisfação plena do cliente”, enfatiza Américo.

Sistemas com degelo a gás quente precisam usar compressores projetados para este tipo de operação

Este artigo apresenta os fenômenos que ocorrem durante o degelo a gás quente (Hot Gas Defrost) e os requisitos para o projeto do compressor. Esta descrição é importante para entender que compressores projetados para operação em gás quente possuem características especiais e maior robustez de componentes para suportar tal condição. Desta forma, ao selecionar um compressor para aplicações com esse sistema de degelo, sempre verifique se o modelo do compressor foi projetado considerando tais condições.

Degelo a gás quente no circuito de refrigeração

Nos aparelhos de refrigeração convencionais, o evaporador é o componente responsável por resfriar o ar do gabinete. Durante o processo, a umidade do ar, que condensa na superfície do evaporador,  pode eventualmente congelar, reduzindo a eficiência de troca de calor. Em outros aparelhos, como máquinas de gelo, durante o período de resfriamento, o evaporador precisa estar em contato direto com a água para produzir os cubos de gelo. Em ambos os casos, o gelo deve ser removido da superfície do evaporador, seja para melhorar sua eficiência ou para coleta de cubos de gelo.

O método de degelo por gás quente é o comumente utilizado em aparelhos comerciais, como máquinas de gelo, freezers comerciais, unidades seladas e em alguns equipamentos médicos. Este método utiliza o gás da descarga do compressor, que está em alta temperatura e pressão, para derreter o gelo. O principal benefício do degelo por gás quente é derreter o gelo da superfície do evaporador para fora de forma rápida, com menor irradiação de calor para o gabinete. Para possibilitar este método, um desvio é adicionado (chamado de linha de gás quente, desvio de gás quente ou bypass de gás quente), para criar um atalho entre a descarga do compressor e a entrada do evaporador.

Durante o período de resfriamento, o bypass de gás quente é desenergizado (válvula fechada) e a operação do sistema é semelhante a um circuito de resfriamento padrão. Para realizar o degelo, o bypass é energizado para que a válvula, em geral do tipo solenoide, abra. A operação pode ocorrer com o compressor funcionando ou desligado, dependendo da configuração do aparelho. Depois que a válvula é aberta, a maior parte do gás de descarga do compressor, que está em alta temperatura e pressão, fluirá pelo bypass de gás quente, devido à menor restrição em comparação ao escoamento pelo condensador e dispositivo de expansão (tubo capilar ou válvula de expansão).

Da linha de gás quente, ele flui para o evaporador onde condensa e rejeita calor para a tubulação do evaporador, realizando o degelo. Durante quase todo o período do degelo por gás quente, a condição de saída do evaporador será uma mistura de refrigerante líquido e vapor. Finalmente, a mistura de gás-líquido refrigerante é empurrada do evaporador para o compressor e aquecida por seus componentes. Durante este ciclo, o refrigerante continua a circular na seguinte sequência: compressor, bypass de gás quente, evaporador e compressor. Em um dado momento, o degelo por gás quente é encerrado por um sensor de temperatura ou outro meio e a válvula solenoide é fechada. Antes que o ciclo de resfriamento seja iniciado novamente, pode ser aplicado um tempo de gotejamento da água de degelo.

Operação do compressor durante o degelo a gás quente

No início do processo do degelo por gás quente, a válvula solenoide é aberta e a alta vazão empurra o refrigerante líquido acumulado no evaporador para o compressor. A quantidade de líquido que chega ao tubo de sucção do compressor depende das características da aplicação. Quando o refrigerante líquido atinge o compressor, ele pode: (i) evaporar ao entrar em contato com elementos quentes, (ii) entrar no filtro acústico de sucção (muffler) ou (iii) acumular na carcaça do compressor. Cada um desses “caminhos de líquidos” pode ocorrer em paralelo e afetar os componentes do compressor de diferentes maneiras, exigindo diferentes soluções.

Se o líquido entrar no filtro acústico de sucção e atingir a câmara de compressão, a carga aumentará significativamente para o motor do compressor. Além do retorno do líquido, as altas pressões de evaporação durante o degelo a gás quente também aumentarão a carga em outros componentes. Devido a essas cargas, os compressores que operam em sistemas com degelo a gás quente necessitam de maior robustez. Requisitos especiais devem ser levados em conta para mancais, válvulas, cabeçote e filtro acústico de sucção de modo a considerar essas cargas.

Filtro acústico de sucção

O líquido que entra no compressor deve passar pelo filtro acústico de sucção de modo a atingir a câmara de compressão. Quando certa quantidade de líquido (óleo ou refrigerante) é comprimida, podem ocorrer picos de carga conhecidos como “golpe de líquido”. Para reduzir a probabilidade de ocorrência destes “golpes de líquido”, o caminho de sucção do compressor pode ser projetado de tal forma que proporcione uma separação eficaz e segura de vapor e líquido.

Isso é feito, por exemplo, quando o conector do tubo de sucção na carcaça do compressor, a entrada de gás do filtro acústico de sucção de gás e a unidade de bombeamento estão localizados em lados opostos da carcaça do compressor (sucção indireta). No entanto, este conceito reduz a eficiência do compressor, uma vez que o gás de sucção é superaquecido dentro da carcaça. Nos compressores de alta eficiência, o filtro acústico de sucção é projetado para reduzir o superaquecimento do refrigerante, que exige um caminho mais direto para chegar à câmara de compressão (sucção semidireta e direta). Para o filtro acústico de sucção direta, em que o caminho do refrigerante é “limitado” por um conector, a probabilidade de “golpe de líquido” aumenta. Neste caso, sugere-se utilizar um separador de gás/líquido adequado, após a saída do evaporador para evitar que o líquido atinja o tubo de sucção do compressor.

Válvulas

 Mesmo durante o degelo a gás quente, se o projeto da linha de sucção e do filtro acústico considerar essa condição, apenas uma fração do líquido deverá conseguir atingir a câmara de compressão. No entanto, quando este líquido é comprimido, leva a picos de pressão extremos dentro da câmara do cilindro e impõe uma carga adicional nas válvulas e no kit mecânico. A compressão de uma determinada quantidade de líquido (refrigerante ou óleo) pode causar danos à válvula, como uma deformação permanente, que pode resultar em quebra quando o limite à fadiga for atingido.

Outra possibilidade é a quebra direta de outros componentes mecânicos com maior quantidade de líquido. Além do retorno de líquido, as condições de degelo a gás quente geralmente implicam que o compressor precisa funcionar fora do envelope de operação aprovado, com temperaturas de evaporação mais altas e condensação mais baixas do que aquelas que são caracterizadas no envelope. Isso pode estressar o sistema de válvulas (principalmente os modelos LBP). Pelas razões expostas acima, em compressores que usam degelo a gás quente , o sistema de válvulas deve ser robusto o suficiente para aguentar operação fora da envelope, bem como as cargas adicionais impostas pela eventual compressão de gotículas de líquido.

Mancais

O refrigerante líquido, que retorna ao compressor, será misturado com o óleo do compressor, que reduzirá suas propriedades lubrificantes. Enquanto é bombeado através dos mancais, a pressão do óleo é reduzida e a mistura é aquecida por superfícies quentes e fricção, que promovem a evaporação do refrigerante líquido, resultando em um fluxo bifásico que pode levar à cavitação nos mancais. A cavitação reduzirá a capacidade de carga dos mancais, o que pode levar ao desgaste. Portanto, os compressores aprovados para degelo a gás quente possuem requisitos especiais para os mancais. A quantidade de óleo, viscosidade e capacidade de carga dos mancais são algumas das variáveis ​​de projeto que visam garantir uma operação robusta durante o degelo a gás quente .

Design do sistema de refrigeração

Além do projeto do próprio compressor, o projeto do refrigerador também pode contribuir para a robustez durante a operação durante degelo a gás quente . Isso requer um projeto que minimize o retorno do líquido ao compressor. Os componentes que mais influenciam são o separador líquido-vapor, a carga de refrigerante, o acumulador, o comprimento e a orientação do tubo de sucção, o  evaporador, a restrição de fluxo de bypass de gás quente e o algoritmo de controle da válvula solenoide e compressor.

 

Por Daniel Hense, pesquisador sênior da área de Pesquisa e Desenvolvimento da Nidec Global Appliance (detentora da marca Embraco)