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Conferência sobre tratamento de águas para HVAC-R em Porto Alegre

No dia 21 de março, a sede da ASBRAV será palco da IV Conferência Nacional de Tratamento de Águas (CONATRAT), organizada pelo Comitê Nacional de Tratamento de Águas da ABRAVA em parceria com a ASBRAV. O evento reunirá especialistas para discutir a importância do tratamento de águas nos sistemas de climatização, com ênfase em eficiência energética, sustentabilidade e economia financeira, sob a ótica do ESG.

A programação inclui sete palestras divididas em dois painéis, ministradas por profissionais renomados no segmento de tratamento de águas, e um estudo de caso real de um shopping. Ao final de cada período, será realizada uma mesa-redonda para troca de informações sobre os temas abordados.

Mulheres do setor se reúnem em evento temático

O “V Encontro Nacional de Mulheres do Setor AVACR”, organizado pelo Comitê de Mulheres da ABRAVA, reuniu mais de 100 profissionais, entre homens e mulheres,  atuantes nos setores de ar-condicionado e refrigeração.

Realizado no último sábado, 09 de março, na Fatec Itaquera em São Paulo, o evento proporcionou um espaço de disseminação de informações relevantes através de palestras, painel empresarial, troca de experiências e networking.

Juliana Reinhardt abriu a programação com a palestra “Os 4 mitos na carreira das mulheres – estudo da McKinsey”, oferecendo percepções sobre tendências comportamentais e presença feminina nas empresas. Em seguida, o Painel Empresas, conduzido por Ana Carolina Rodrigues, debateu o tema “Flexibilidade no momento de transição do mercado”, contando com a participação de Arnaldo Basile (ABRAVA), Danilo (Gestor Nacional Comercial da SicFlux), Dominique Lemes Chagas (Coordenadora de Marketing na Klimatix) e Marta Castro (Diretora Financeira da Trane Brasil).

O encerramento do Encontro ficou por conta da palestra de Isabel Tünas, CEO da Facilitoy, que discutiu “Como alcançar o sucesso profissional após a maternidade”, consolidando o evento como um espaço de diálogo e aprendizado para profissionais do setor.

Integração do ESG às demandas do setor de HVAC-R

Práticas estão alinhadas com o desenvolvimento mais sustentável e resiliente, traduzido em benefícios como redução de custos operacionais, maior eficiência energética e impacto nos negócios.

As discussões sobre ESG (Environmental, Social and Governance), que corresponde às práticas Ambientais, Sociais e de Governança (ASG), estão em amplo crescimento e se tornou um conceito fundamental para o meio ambiente, à sociedade e à ética nos negócios. Seus critérios estão relacionados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pelo Pacto Global, iniciativa mundial que envolve a ONU (Organização das Nações Unidas) e várias entidades internacionais.

De acordo com dados da Anbima – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, existem hoje no Brasil cerca de R$ 10,5 bilhões alocados em 59 fundos de investimento sustentável (IS) e 30 fundos que integram em suas estratégias fatores ESG.

Apesar do seu início focar no mercado de investimentos, o conceito de ESG foi, ao longo dos anos, ganhando notoriedade em outros setores. A evolução em direção a práticas mais sustentáveis integradas ao setor HVAC-R, não apenas atende às demandas crescentes por responsabilidade ambiental, social e de governança, mas também oferece benefícios como redução de custos operacionais, maior eficiência energética e equipamentos operando com fluidos de baixo impacto ambiental, alinhados com a busca por um desenvolvimento mais sustentável e resiliente.

No quesito ambiental, questões sobre clima, esgotamento de recursos naturais e impacto dos negócios deixam clara a urgência de enfrentarmos as graves questões que afetam o planeta. Por isso, práticas ESG passaram a ter importância central na captação de recursos e investimentos. Conceitos como adequação das mudanças climáticas, precificação de carbono, sustentabilidade ambiental, gestão de resíduos e políticas de saúde ocupacional, já fazem parte do dia a dia empresarial e precisam ser compreendidos pelos gestores empresariais.

As ações envolvem toda a cadeia do frio, desde fabricantes, distribuidores, importadores, comerciantes, consumidores e outras partes interessadas, desde cuidar do meio ambiente, ter preocupação social e adotar melhores práticas de governança, gerando resultado para as empresas, incluindo fatores como emissão de carbono e outros gases poluentes, aquecimento global, eficiência energética, gestão de resíduos, poluição do ar e da água, entre outros.

A Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento), através de seus Comitês de NR+ESG, Eficiência Energética (E.E.) e Qualindoor, vem orientando as empresas do segmento sobre estratégias de internalização do Programa de ESG, com objetivo de auxiliar a compreensão e implantação de práticas ESG no setor de HVAC-R.

Segundo Paulo Reis, presidente do Comitê de NR+ESG, a fim de construir a base no setor de HVAC-R para o atendimento das metas nacionais do desenvolvimento sustentável do Brasil e das metas de ESG da Agenda 2030, é de suma relevância que as empresas compreendam o papel que o setor tem para esta Agenda, a começar pelos quesitos ambientais na condução do programa ESG brasileiro. Ele salienta a preocupação do setor através do Qualindoor, que trata a qualidade do ar interior, e do Comitê de Eficiência Energética junto ao Procel Edifica, além medidas de tratamento e/ou reciclagem dos resíduos gerados nos processos de fabricação dos produtos e na utilização de gases de refrigeração com baixo ou nenhum impacto ambiental. A utilização de energia de fonte renovável também é importante, bem como a não utilização de materiais e utensílios descartáveis.

Evolução do setor

O setor de HVAC-R tem no meio ambiente uma de suas principais demandas com a redução de consumo de energia e redução da utilização de gases que contribuem para o efeito estufa, e hoje, conta com tecnologias de sistemas com maior automação que permitem melhor eficiência energética com menor custo total de propriedade, adoção de fluidos refrigerantes de baixo impacto ambiental que não degradam a camada de ozônio e possuem baixo potencial de aquecimento global por equipamentos e processos cada vez mais eficientes, além de tecnologias para a redução do consumo de água.

Indicadores apontam essa evolução através do desenvolvimento de equipamentos mais eficientes e o uso de tecnologias avançadas para otimizar o consumo de energia; integração de sensores inteligentes, sistemas de automação e tecnologias de comunicação para otimizar o desempenho dos sistemas; incorporação de fontes de energia renovável, como energia solar, eólica e fotovoltaica; refrigerantes com menor potencial de impacto ambiental, em conformidade com regulamentações globais, como o Protocolo de Montreal e o Acordo de Kigali; adoção de práticas de design e construção sustentáveis, considerando não apenas a eficiência operacional, mas também o impacto social e ambiental durante a construção e ao longo do ciclo de vida do edifício; iniciativas de treinamento, desenvolvimento e cursos de capacitação implementados para garantir que os profissionais do setor estejam atualizados com as práticas mais recentes; e gestão responsável de resíduos, tanto durante a fabricação quanto no final da vida útil dos equipamentos.

“O segmento de HVAC-R possui um grande potencial de colaboração dentro dos princípios do ESG por atuar diretamente com práticas que são naturalmente de impacto socioambiental. Um ponto de destaque é justamente o caráter interdisciplinar dos projetos, que acabam por impactar diversos aspectos dentro dos princípios e práticas do ESG. Todas as questões envolvendo conforto térmico dos ambientes e qualidade do ar interior são de responsabilidade deste segmento e demandam práticas especificas para garantir indicadores positivos. Além disso, pela necessidade cada vez maior da presença de sistemas de ar condicionado e ventilação mecânica nos edifícios, aliada à parcela significativa que os sistemas de HVAC-R representam no consumo de energia elétrica de uma edificação, a busca do setor pelo aumento da eficiência energética dos equipamentos e sistemas também é uma prática de impacto bastante positivo para todos os envolvidos.

Olhando especificamente para o E do ESG, environmental ou ambiente, é notória a importância do segmento e as práticas que podem ser adotadas em consonância com o conceito. De maneira geral, os fabricantes têm trabalhado com bastante dedicação no desenvolvimento de equipamentos cada vez mais eficientes, com ganhos de performance em cargas parciais, redução no consumo elétrico, menores níveis de ruído e a aplicação das novas famílias de fluidos refrigerantes ecológicos com baixos potenciais de aquecimento global e destruição da camada de ozônio.

Seguindo esse movimento, os projetos também têm se destacado pela sofisticação das soluções apresentadas na busca por instalações mais eficientes e com menores pegadas de carbono, ou seja, reduzidas emissões de CO2 – é crescente o número de projetos que utilizam recuperadores de calor, vigas frias e ciclos entálpicos para aumento da eficiência energética dos sistemas.

Muitos deles, principalmente em aplicações industriais e de processos, também têm olhado para o tema dos fluidos refrigerantes naturais e ecológicos, como é o caso da Amônia (R-717), do Dióxido de Carbono (R-744) e do Propano (R-290)”, informa Thiago Boroski, coordenador de eficiência energética e contas corporativas da Trox Brasil.

A maioria dos fabricantes de equipamentos e componentes são multinacionais com filiais no Brasil e já adotam mundialmente padrões razoavelmente satisfatórios.  Já as empresas que complementam a cadeia do frio, como as pequenas e médias, devem (ou poderiam, quando possível) investir mais em Certificações como ISO 14.000, ISO 9001, ISO 14001 e SA 8000, entre outras, que normatizam e direcionam questões prioritariamente ambientais.

“Uma boa prática na governança corporativa é, ademais, o ponto de partida para o estabelecimento de uma agenda ESG em qualquer empresa e vai refletir a visão da empresa na construção de uma operação sustentável e de baixo risco socioambiental.

O caminho natural da implementação da agenda ESG passa pelo planejamento inicial das ações e práticas sociais e ambientais que se deseja adotar e pela análise dos impactos positivos que podem proporcionar. O ponto crucial apontado pelos especialistas é que essas práticas e ações precisam ser medidas de forma bastante criteriosa, o que demanda a definição de indicadores-chave de desempenho (KPI).

São esses indicadores que serão divulgados para o mercado e que evidenciarão o baixo risco socioambiental da empresa, dentro dos princípios do ESG. Para que esse planejamento resulte em ações efetivas e indicadores positivos, a empresa deve contar com uma liderança engajada nas questões socioambientais e que estimule uma mudança cultural no ambiente corporativo, apontando sempre para as práticas sustentáveis, e isso independe do tamanho da empresa”, aponta Boroski.

Exemplos de implementação

Entre vários exemplos de empresas no Brasil que implementaram e investem em ESG estão a Trox, que atua globalmente de forma integrada para implementar a agenda ESG, dentro de uma série de ações alinhadas com os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU: “Além disso, estabeleceu a meta de zerar globalmente as suas emissões de carbono até 2040, através de um plano de ação que envolve o mapeamento completo das emissões em todas as suas fábricas e escritórios comerciais para adoção de medidas mitigatórias e compensatórias.

Em paralelo, há um plano de metas a serem alcançadas até 2025 que serve como um guia para o plano de zerar as emissões de carbono. Dentre elas, estão o crescimento sólido em faturamento e EBIT, redução das emissões de carbono relativas a cada produto fabricado e aumento do ciclo de vida dos produtos, redução proporcional do consumo elétrico dos equipamentos e sistemas pelo aprimoramento e desenvolvimento contínuo, implementação do sistema de gerenciamento de resíduos com aumento da taxa de reciclagem, homologação e gestão de fornecedores alinhados com as práticas sustentáveis e programas de treinamento para os colaboradores”, comenta o engenheiro da Trox.

A Chemours possui a Agenda ESG que inclui metas de equidade de gênero, diversidade étnica e redução de emissões de gases de efeito estufa, entre outras ações alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

Já a Danfoss, celebra a redução de 28 mil toneladas de CO2 anualmente, correspondendo a uma queda de 23% nas suas emissões totais, visando ser líder em descarbonização, circularidade, diversidade e inclusão.

Para Ariel Gandelman, as empresas da Smacna Brasil (The Sheet Metal and Air Conditioning Contractors’ National Association) são parceiras de seus clientes e contribuem fortemente para a adoção de práticas ESG, buscando proteção ao meio ambiente, qualidade de vida dos usuários, impactos positivos na economia, redução nos gastos com energia e maior eficiência energética, sendo um resultado a ser alcançado por toda a cadeia do HVAC-R.

“Práticas mais sustentáveis como a mudança nos fluidos refrigerantes utilizados, especialmente para atender aos Protocolos de Montreal e Kyoto, sendo necessário em curto-médio prazo passar a utilizar aqueles com baixo GWP e zero ODP.  Inclusive, sistemas já existentes podem ser objeto de retrofit para operar com esses novos fluídos refrigerantes.

Dentro desse contexto, os usuários também precisam se atualizar para entender essas demandas, com tecnologias que atendam ao ciclo de vida do empreendimento. Para isso, projetistas, instaladores, mantenedores e fabricantes do setor estão em constate atualização e treinamento nas suas operações. Clientes também têm se atentado cada vez mais para adquirir sistemas de HVAC-R que garantam além da sustentabilidade, maior eficiência energética, ou seja, menor custo operacional, solicitando e investindo em soluções que incorporem essas questões.

Da mesma forma, toda a cadeia do setor tem sido bastante propositiva, apresentando e viabilizando novas soluções que atendam a essas demandas”, informa Gandelman.

Na questão social, o setor é bastante amplo e está em quase todas as partes do país. Onde tem uma padaria ou um supermercado, tem alguém do setor para prestar serviços de instalação e manutenção. Dada esta abrangência, cabe aos líderes trabalharem na capacitação profissional, segurança do trabalho e diversidade, dando oportunidades a todos os grupos de pessoas que fazem parte da sociedade brasileira.

O caminho é a conscientização da alta direção, que começará a difundir essa nova cultura, permeando a organização com novas normativas e procedimentos que irão estabelecer os novos parâmetros de comportamento, com a participação de gerentes por supervisores e um programa de treinamento para toda a equipe.

Como iniciar um processo ESG

Mas, como incorporar ações práticas de ESG na sua empresa? Para que as ações que envolvam questões ambientais, sociais e de governança deixem de ser um projeto e passem a ser efetivamente executadas, é preciso mudanças ou transformações no ambiente empresarial.

Um primeiro passo para iniciar uma estratégia de implementação ESG no seu negócio é conhecer os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável instituídos pela ONU e analisar quais os impactos positivos e negativos que podem ser gerados a partir da realidade da sua empresa. Todas as metas e estratégias devem estar condicionadas às questões financeiras e humanas da sua empresa.

Um ponto desafiador nessa transformação é, justamente, o alto custo para implementação de ações ESG. Pode ser preciso mobilizar e contratar pessoas e profissionais, mudar ou criar processos, adequar produtos e estruturas, dentre outros. Por isso, é importante manter a responsabilidade e o controle financeiro.

Um outro ponto importante para a implementação é o envolvimento das lideranças e de todos os colaboradores. Como trata-se de uma mudança na cultura organizacional, o engajamento de todos é primordial para que os processos de ESG sejam implantados de forma eficiente na empresa.

Compreender aspectos centrais e teóricos do ESG é importante para a construção de estratégias e para a implementação de uma política dentro do ambiente empresarial. No entanto, não basta a teoria. Vale ressaltar que é preciso mudanças, tanto nos processos internos quanto externos da empresa, para que haja uma consolidação da política ESG que não seja meramente conceitual.

O Sebrae desenvolveu uma ferramenta gratuita para que as empresas pudessem avaliar seu desempenho e identificar os pontos de melhoria na aplicação das melhores práticas relacionadas às diretrizes de ESG, buscando assim potencializar o seu impacto positivo na sociedade e no meio ambiente.

O objetivo deste diagnóstico é oferecer uma ferramenta para medir e acompanhar o desempenho do seu negócio, analisando as esferas econômica, social e ambiental. Com esse diagnóstico, você poderá rever a estratégia da sua empresa, construir uma cultura sustentável, tornando-a mais transparente, consciente e atuante.

Adotar práticas sustentáveis implicará em um melhor posicionamento de mercado, já que a empresa estará engajada em iniciativas sociais e ambientais para reduzir ao máximo seus possíveis impactos negativos no meio ambiente e na sociedade.

Pilares do ESG

Ambiental (Environmental)

O primeiro pilar, o “E,” se refere à preocupação com o meio ambiente. Isso inclui questões como a pegada de carbono, conservação de recursos naturais e a atitude da empresa em relação às mudanças climáticas. Empresas comprometidas com o ESG buscam minimizar seu impacto ambiental, reduzir emissões de carbono e adotar práticas sustentáveis em sua cadeia de suprimentos.

Social

O “S” aborda a relação entre a empresa e a sociedade. Isso envolve preocupações com a diversidade, equidade e inclusão, bem como questões trabalhistas, direitos humanos e responsabilidade com a comunidade local. Empresas ESG estão comprometidas em promover ambientes de trabalho justos, respeitar os direitos humanos em toda a cadeia de suprimentos e contribuir para o bem-estar das comunidades em que operam.

Governança (Governance)

O último pilar, “G,” diz respeito à governança corporativa. Isso envolve a estrutura de tomada de decisões, a transparência, a ética empresarial e o tratamento justo de acionistas e partes interessadas. Empresas ESG buscam uma governança sólida e ética, evitando conflitos de interesse e assegurando que as vozes de todos os acionistas sejam ouvidas.

ABRAVA lança cartilha para setor de Ar-Condicionado

A ABRAVA lançou a cartilha “Eficiência energética no ar-condicionado – tecnologias aliadas às boas práticas”. Desenvolvida em parceria com o Comitê de Eficiência Energética da ABRAVA, a cartilha surge em resposta à crescente preocupação com o consumo de energia no setor HVAC-R e na sociedade como um todo.

O material tem como objetivo principal disseminar conhecimento sobre a relação entre o uso do ar-condicionado e a eficiência energética em ambientes comerciais e residenciais de pequeno e médio porte. Ao abordar temas como conforto térmico, qualidade do ar, saúde e produtividade, a cartilha visa orientar consumidores e profissionais do setor sobre a escolha, instalação, manutenção e contratação de equipamentos e serviços relacionados.

A cartilha busca tornar as informações compreensíveis para todos os interessados, destacando a importância de considerar aspectos legais, financeiros e ambientais na tomada de decisões relacionadas à climatização. Questões frequentes, como a escolha do equipamento mais adequado, a periodicidade da manutenção e a contratação de profissionais qualificados, são abordadas de forma clara e objetiva.

Em meio à crise energética e ao aumento das contas de consumo, a eficiência energética tornou-se uma preocupação central para a sociedade. Nesse contexto, a economia de energia elétrica e financeira torna-se uma prioridade, e a cartilha oferece orientações práticas para alcançar esse objetivo no uso do ar-condicionado.

A cartilha está disponível para download gratuito no site da ABRAVA.

Setor de HVAC-R prevê faturamento de R$ 41 bilhões em 2024

No último trimestre de 2023, o Departamento de Economia e Estatísticas da ABRAVA realizou uma pesquisa com empresas dos setores representados, o estudo apresenta que os R$ 36,9 bilhões faturados por essas empresas no ano passado têm tudo para evoluir perto de 12% ao longo de 2024, período para o qual se prevê R$ 41,3 bilhões de negócios a serem fechados pela área em todo o país, na somatória entre produção, venda de equipamentos e serviços relacionados a instalação e manutenção.

No ranking das áreas com maior variação positiva este ano a liderança apontada pelo levantamento fica com a de instalação e manutenção de sistemas centrais de ar-condicionado, ventilação e refrigeração, cujas vendas devem subir dos R$ 6,36 bilhões de 2023 para R$ 8,02 bi em 2024, representando, portanto, um crescimento de 26%.

Vem em seguida o segmento de manutenção e reparação de máquinas e aparelhos de refrigeração e ventilação para uso industrial e comercial, com uma variação positiva da mesma ordem (26%).

Já o comércio do HVAC-R, cresceu 10% no geral no ano passado e tem tudo para repetir tal desempenho no ano em curso.

Em contrapartida, fica entre 7% e 8% a expansão aguardada para 2024 nos segmentos de fabricação de compressores; aparelhos e equipamentos para instalações térmicas; fabricação de máquinas e aparelhos de refrigeração e ventilação para uso industrial e comercial.

O anúncio foi feito no evento ABRAVA de Portas Abertas, a expectativa de faturamento considera fatores como as altas temperaturas, novas tecnologias, novos empreendimentos comerciais, avanço das construções e a recuperação gradual no consumo das famílias como fator principal

“A ABRAVA entende que o ano de 2024 acusará crescimento em todos os segmentos que representa, em relação ao ano anterior. Esse otimismo está baseado nas questões das manutenções relacionadas às temperaturas elevadas, com a necessidade de rever e promover adequações em sistemas de refrigeração e ar-condicionado, de maneira que apresentem maior eficiência energética, menor consumo de energia, utilização de gases refrigerantes mais adequados que provoque menor aquecimento global e o olhar para a inteligência artificial, que cada vez mais se torna presente nos equipamentos e sistemas do setor HVAC-R”, destaca Arnaldo Basile, presidente executivo da ABRAVA.

Climas favoráveis no setor do ar-condicionado

Como era de se esperar, um dos motivos determinantes para uma expectativa de faturamento acima de R$ 40 bi para o HVAC-R em 2024 é o prolongamento até abril previsto pelos meteorologistas para o fenômeno El Niño, assim como a tendência de termos novamente um ano de altas temperaturas, a exemplo de 2023, quando foi atingido um recorde histórico de calor mundo afora.

Quanto aos aspectos econômicos, Arnaldo Basile, destaca o ritmo de recuperação do setor do ar condicionado , que após o pico de 5,4 milhões de unidades produzidas em 2021, houve uma queda em 2022, voltando a crescer em 2023, chegando a 4,5 milhões em 2023. De acordo com a pesquisa a estimativa para venda de unidades de split em 2024 é de aproximadamente 4, 9 milhões de unidades.

“Além disso, as fortes oscilações de consumo percebidas pelo segmento durante a pandemia ficaram para trás, ao mesmo tempo em que os preços subiram em 2023 acima de 23%, produtos cada vez mais eficientes no tocante ao consumo energético”, aponta o presidente executivo da ABRAVA.

Também anima o setor, segundo ele, a demanda reprimida, inclusive nas classes A,  B1 e B2, nas quais a penetração do ar-condicionado ainda se limita, respectivamente, a 61,2%, 45,3% e 30,1%. “Considerando todas as faixas de consumidores esse índice impressiona mais ainda, pois não passando dos 16,7%, o que pressupõe um grande espaço ainda nas aspirações do consumidor brasileiro para esse tipo de aquisição.

Dentre os motivos para que isso ocorra, mesmo o ar-condicionado tornando-se um item fundamental ao conforto e bem-estar das famílias, ainda se encontra a falta de infraestrutura nos edifícios para a instalação desses equipamentos. “Tanto é que o país ganhou 23 milhões de domicílios em 12 anos e esse crescimento no campo da construção não vem se refletindo no nosso”, argumenta o dirigente, acreditando, porém, numa animadora tendência para a mudança desse quadro, no médio e longo prazo.

 

O evento tem o objetivo de fazer uma retrospectiva, apresentando os resultados do ano anterior e as tendências para o ano vigente.

Desafios e oportunidades para o HVAC-R em 2024

Setor enfrentará ano desafiador, mas promissor, com foco em sustentabilidade, eficiência energética e inovação tecnológica, prevê indústria.

Nem bem 2024 se iniciou e a indústria brasileira de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (HVAC-R, na sigla em inglês) já enfrenta um cenário desafiador, mas, por sinal, cheio de oportunidades.

O acesso a capital, a atração de investimentos estrangeiros, a necessidade de descarbonização e a incorporação de inovações tecnológicas definirão os caminhos do setor neste ano, conforme previsões de empresários do segmento.

Com um otimismo moderado, o mercado se prepara para não apenas crescer, mas também para liderar em termos de sustentabilidade e inovação tecnológica no cenário global.

Na avaliação do presidente-executivo da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), Arnaldo Basile, o setor experimentou um desempenho estável em 2023, influenciado pela cautela inicial com a nova gestão do governo federal e um crescimento modesto no segundo semestre.

“Para 2024, espera-se um crescimento contido, alinhado à economia em geral, com foco em segmentos específicos, como água gelada e sistemas centrais de ar condicionado”, diz.

Por conta das fortes ondas de calor, o mercado de mini-splits experimentou crescimento além da expectativa em 2023. E o nicho deverá continuar em franca expansão neste ano, tendo em vista que menos de 20% dos lares do País possui um aparelho de ar condicionado e o fenômeno El Niño.

Segundo o executivo, um dos grandes desafios atuais é a necessidade de tornar o Brasil num destino mais atraente para investimentos externos, especialmente em sistemas sustentáveis.

As iniciativas das empresas apontam para um futuro onde o setor não só responde às necessidades imediatas, mas também contribui ativamente para soluções ambientais e econômicas mais amplas.

Nesse sentido, Basile destaca as oportunidades emergentes, como a melhoria da qualidade do ar interno e os processos de descarbonização, que se alinham com tendências globais.

“A modernização (retrofit) de sistemas existentes para modelos mais sustentáveis e eficientes é vista como caminho fundamental para o crescimento da nossa indústria”, afirma.

Afinal, a proteção da camada de ozônio e as mudanças climáticas estão impulsionando a demanda no setor, com a indústria se comprometendo a trabalhar com instituições governamentais e outras entidades para contribuir com soluções ambientalmente responsáveis.

Embora não sejam nenhuma novidade, tecnologias como bombas de calor e automação são apontadas como tendências significativas para 2024. “Ambas as inovações prometem maior eficiência energética e desempenho otimizado dos sistemas”, diz.

As mudanças regulatórias, especialmente aquelas ligadas a regulamentações ambientais, estão redefinindo o mercado frio, que parece estar no limiar de uma era de crescimento e transformação.

Devido à implementação da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal neste ano, o Brasil vai congelar as importações dos hidrofluorcarbonos (HFCs) de alto potencial de aquecimento global (GWP), como o R-404A e R-410A, com base na média de consumo registrada entre 2020 e 2022.

Para Paulo Neulaender Junior, da Frigga Refrigeração, a inovação tecnológica, especialmente em termos de fluidos refrigerantes ecológicos e eficiência energética, será crucial em 2024.

“As mudanças climáticas estão aumentando a demanda por soluções de refrigeração e ar condicionado e trazendo novas regulamentações”, diz o empresário, enfatizando que o comércio está se adaptando a essas mudanças, focando na destinação correta dos fluidos refrigerantes e na promoção de equipamentos mais eficientes.

“O ano de 2023 foi bom para o comércio de refrigeração, embora tenhamos enfrentado margens apertadas e alta carga tributária. Para 2024, as expectativas giram em torno de continuar atendendo aos clientes com preço competitivo, agilidade e informação precisa”, revela.

“O aumento do consumo em supermercados, restaurantes e padarias, impulsionado pelo aumento do poder aquisitivo, além de uma demanda crescente devido a temperaturas extremas, promete expandir ainda mais o mercado”, acrescenta.

Entretanto, olhando para 2024, o setor continua enfrentando desafios significativos, como impostos elevados, problemas logísticos e a escassez de mão de obra qualificada. “Além disso, a falta de componentes permanece como uma barreira”, adverte Neulaender.

Já as indústrias de câmaras frias e de ar-condicionado se preparam para um crescimento robusto em 2024. “Com o fim da pandemia, setores como bares, restaurantes e hotéis estão se reerguendo, criando uma demanda crescente por pequenas infraestruturas de refrigeração”, analisa o diretor comercial da Isocold, Edson Girelli.

“O Brasil hoje tem uma carência enorme de pequenos equipamentos de qualidade em pequenas capacidades comerciais, e o fornecedor que se atentar a isso sairá na frente”, completa.

E as temperaturas elevadas e mudanças climáticas continuarão fomentando o segmento de climatização. Em geral, as indústrias do setor estão aumentando os estoques e ampliando a capacidade produtiva, buscando atender a alta demanda dos consumidores por produtos eficientes e tecnologicamente inovadores.

De maneira geral, o ano de 2024 representa para os fabricantes de ar-condicionado um período de expansão e inovação. Com novos produtos, investimentos em tecnologia e um compromisso inabalável com a eficiência energética, as indústrias do setor parecem estar prontas para atender às necessidades emergentes de um mercado em constante mudança.

Enfim, o HVAC-R brasileiro como um todo tem diante de si um caminho repleto de potencialidades. A capacidade de navegar nesse mercado será determinada pela habilidade das empresas em inovar, adaptar-se a um clima em mudança e superar desafios operacionais.

Com um compromisso renovado com a sustentabilidade e a eficiência, o setor pode não apenas prosperar economicamente, mas também contribuir de forma significativa para um futuro mais descarbonizado.

ABRAVA de Portas Abertas

A Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA) dará início à sua agenda de eventos de 2024 com o “ABRAVA de Portas Abertas”. O evento, marcado para amanhã (30/01), será focado no tema “Perspectivas e Oportunidades para o Setor AVAC-R em 2024”.

O encontro espera receber representantes de empresas associadas e não associadas, setores clientes, parceiros, formadores de opinião e membros da imprensa. O objetivo principal da ação é apresentar o escopo de atuação da Associação, destacar as atividades realizadas em prol do setor em 2023 e fornecer insights sobre o planejamento para o ano corrente.

Os interessados em participar presencialmente devem realizar inscrição antecipada devido ao número limitado de vagas disponíveis na sede da ABRAVA. Já aqueles que optarem por acompanhar virtualmente poderão fazê-lo de forma gratuita através do canal da Associação no YouTube.

AHR Expo 2024 impulsiona HVAC-R em Chicago

A AHR Expo, um dos principais evento HVAC-R (aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração), teve início hoje no McCormick Place de Chicago e ocorrerá até o dia 24 de janeiro. Com um foco crescente na descarbonização e eletrificação, o evento reúne fabricantes, fornecedores, empreiteiros e engenheiros para discutir e apresentar as últimas inovações no setor.

Após a última edição em 2021, a indústria HVAC-R tem se adaptado à nova norma pós-pandemia. Nicole Followell Bush, diretora de marketing da AHR Expo, destaca o ressurgimento notável de participantes nas últimas mostras e a expectativa de que mais setores da indústria aproveitem essa experiência valiosa.

Nesta edição, o evento oferece uma rica variedade de oportunidades educacionais, destacando-se com mais de 110 seminários gratuitos, painéis, apresentações de produtos e tecnologias, certificações profissionais e cursos de educação continuada.

O Programa Educacional abrange diversos tópicos, desde gerenciamento de negócios até disciplinas de nicho, proporcionando aos participantes a chance de se atualizarem sobre as últimas tendências e estratégias de crescimento.

Além disso, a feira inclui uma série de painéis de discussão, reunindo líderes de organizações importantes do setor para abordar desafios, oportunidades e previsões, incluindo mudanças regulatórias, previsões econômicas e a transição verde.

O Programa Abrava Exporta, resultado de uma parceria entre a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), levou cerca de onze empresas do setor para participar da feira. As empresas incluídas no programa são Asmontec, Bundy Refrigeration, EQ Tech (Frigoking), Globus, Joape, Mecalor (Kilmatix), RLX Refrigerants, Serraff, Thermomatic, Trox e Unada Motor.

Verão tranquilo: ABNT e suas normas garantem segurança do ar-condicionado

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) desempenha um papel crucial no suporte à instalação de ar condicionado, um dos equipamentos mais demandados durante o verão no Brasil. Com um acervo de mais de 50 normas constantemente atualizadas, a ABNT abrange requisitos desde instalação e manutenção até segurança e qualidade do ar em ambientes internos. O Comitê Brasileiro de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABNT/CB-055) gerencia esse acervo, e destaca-se a norma ABNT NBR 16655, que aborda a instalação de sistemas residenciais de ar-condicionado, incluindo medidas para proteção contra acidentes graves.

A intensa onda de calor no país impulsionou significativamente as vendas de ar condicionado, representando um notável crescimento em relação ao ano anterior. As normas técnicas, gerenciadas pelo ABNT/CB-055, desempenham uma missão importante na sociedade, conforme destaca Oswaldo Bueno, gestor do comitê desde 1975. Ele ressalta que essas normas têm como objetivo fornecer conhecimento sistematizado por meio de documentos normativos, contribuindo para o desenvolvimento científico, tecnológico, proteção ambiental e defesa do consumidor.

O trabalho contínuo do ABNT/CB-055 é evidenciado por mais de 20 projetos em discussão, incluindo a norma ABNT NBR 16186, que trata da refrigeração comercial, detecção de vazamentos, contenção de fluido frigorífico, manutenção e reparos. Esses esforços visam aprimorar ainda mais a segurança e a qualidade dos equipamentos relacionados à refrigeração no contexto brasileiro.

Climatização faz a diferença nas cozinhas industriais

Temperatura é variável crítica, pois afeta o desempenho dos equipamentos, a conservação dos alimentos e o conforto térmico dos trabalhadores.

O processo de climatização em uma cozinha industrial desempenha papel crucial na garantia de um ambiente de trabalho eficiente, seguro e confortável. A gestão adequada da temperatura e da ventilação impacta a qualidade dos alimentos manipulados e influencia diretamente a produtividade da equipe e a segurança operacional do espaço.

Esses ambientes de trabalho frequentemente operam com equipamentos que geram calor intenso, como fornos, fogões, chapas e fritadeiras. Por isso, manter uma temperatura confortável e segura para os funcionários é um desafio, exigindo sistemas de condicionamento de ar e de exaustão mais robustos e eficientes.

A temperatura em uma cozinha industrial é uma variável crítica, pois afeta o desempenho dos equipamentos, a conservação dos alimentos e o conforto térmico do local. Sistemas de climatização eficientes operam para manter a temperatura dentro dos padrões ideais, criando uma atmosfera propícia para o preparo de alimentos. Neste quesito, o anexo III da NR-15, por exemplo, determina que os trabalhadores devem ser submetidos a temperaturas externas de no máximo 26,7 °C.

Isso é particularmente importante em cozinhas onde o calor gerado por fogões, fornos e outros equipamentos pode se tornar excessivo, prejudicando não apenas o conforto dos trabalhadores, mas também a eficiência dos aparelhos.

A ventilação adequada é outra faceta vital da climatização em cozinhas industriais. A produção contínua de vapores, fumaça e odores durante o processo de cozimento podem criar um ambiente desagradável e até mesmo prejudicial à saúde. Sistemas de ventilação e exaustão eficazes removem esses poluentes do ar, proporcionando um ambiente mais limpo e saudável. Além disso, a renovação constante do ar contribui para a prevenção de acidentes, como a acumulação de gases inflamáveis.

Dentro deste universo, a segurança dos trabalhadores é uma prioridade em qualquer ambiente, e em cozinhas industriais, onde o manuseio de equipamentos quentes e objetos cortantes é comum, a climatização desempenha um papel importante. Tanto, que mais recentemente, em 2019, a ABNT publicou a NBR 14518 – Sistemas de ventilação para cozinhas profissionais, que revisou a NBR 14518:2000, elaborada pelo Comitê Brasileiro de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABNT/CB-055).

Temperaturas excessivas aumentam as chances de fadiga da equipe, diminuindo a atenção e aumentando o risco de acidentes. Além disso, a ventilação aumenta o risco de inalação de gases tóxicos. Na outra ponta, também pode influenciar a satisfação e retenção da equipe. Ambientes mais confortáveis termicamente contribuem para o bem-estar dos trabalhadores, promovendo um clima organizacional positivo.

“Entretanto, a maioria das cozinhas não conta com sistemas de climatização que atendam às normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho, gerando paradas maiores durante o turno de trabalho, além de perda de produtividade e desgaste físico. Quanto à qualidade do ar, geralmente cozinhas têm uma alta renovação de ar, o qual é injetado por ventilador com filtragem. Não interfere na segurança alimentar”, explica o engenheiro mecânico Roberto Montemor, membro do Departamento Nacional de Empresas Projetistas e Consultores (DNPC) da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

Do alto de sua experiência, o engenheiro entende que entre os maiores desafios de um projeto estão a economia de energia e a eficiência dos equipamentos.

“Em um projeto em preveja uma vazão de exaustão muito grande, e se tiver que condicionar todo o ar que sai pela exaustão, as máquinas de ar condicionado terão de ser enormes. Uma boa solução é usar coifas push pull com lâmpadas UV, com ar externo, e fazer um outro sistema para insuflar ar condicionado sobre a brigada da cozinha”, detalha.

Montemor enfatiza ainda que todo projeto de cozinha profissional deve levar em consideração uma série de características, como os equipamentos, o espaço físico, a quantidade de pessoas circulando e as cargas necessárias para o pleno funcionamento do espaço.

Segundo ele, o que está sob a coifa, como chapa e fritadeiras, por exemplo, deve ser levado em conta para o dimensionamento da vazão de exaustão. “Em uma cozinha que tenha telhado, pode se usar equipamento roof top; em casos de prédios ou plantas industriais que tenham água gelada, é preferível usar fancoils e sistemas de condensação a ar splitões. A vizinhança também é muito importante em questões de cheiro e ruído, dois grandes cuidados a se tomar. No caso de cozinhas em prédios comerciais, com prédios residenciais vizinhos, deve-se ter um cuidado redobrado”, ressalta Montemor.

As coifas exercem importante trabalho na climatização e, portanto, devem passar por criterioso cronograma de manutenção e limpeza, de modo a garantir o funcionamento eficaz.

“O ideal é limpar os filtros inerciais das coifas todos os dias, no final do serviço, verificar a sujidade das lâmpadas UV e a cada dez dias limpar dutos e exaustor internamente, além de verificar no sistema de controle todas as funções da operação”, recomenda o representante da Abrava.

No contexto da climatização em cozinhas industriais, é essencial observar as normas regulamentadoras e padrões de boas práticas relacionados à ventilação e qualidade do ar.

No RDC 216 (regulamento técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação), a ventilação desempenha um papel crucial na garantia da qualidade higiênico-sanitária dos alimentos e na manutenção de um ambiente livre de contaminantes.

De acordo com o regulamento, a ventilação deve assegurar a renovação do ar, evitando a presença de fungos, gases, fumaça, partículas em suspensão e condensação de vapores, entre outros elementos que possam comprometer a qualidade dos alimentos. É ressaltado que o fluxo de ar não deve incidir diretamente sobre os alimentos, visando preservar sua integridade e segurança.

Além disso, o sistema de exaustão deve ser equipado com telas milimetradas para impedir o acesso de vetores e pragas urbanas, sendo essas telas removíveis para facilitar a limpeza periódica. Essas medidas são essenciais para manter a segurança alimentar e prevenir riscos à saúde.

A nutricionista e consultora, Renata Varkulja, destaca a importância de implantar equipamentos sustentáveis na cozinha, visando a eficiência energética e a preservação do meio ambiente. Em um contexto mais avançado, como na cozinha 4.0, ela sugere o uso de equipamentos controlados por sensores conectados a aplicativos, permitindo que gestores tenham acesso remoto para um melhor controle e gestão. Essa abordagem não apenas contribui para a redução de custos, mas também minimiza os riscos de contaminação e danos à saúde dos colaboradores.

Otimização

Atualmente, existem várias tecnologias disponíveis para filtrar, lavar e tirar cheiro, conforme preconiza a norma, a exemplo das coifas certificadas com filtro inercial e ou vórtex e lâmpadas UV, que fazem fotólise e ozonólise, para quebrarem as moléculas de gordura e tratar o odor do ar.

Especialistas deste segmento são unânimes em afirmar que, para se obter uma otimização máxima no projeto, é necessário pensar em todos os detalhes, desde o posicionamento dos aparelhos (quentes com quentes, frios com frios), à estrutura de circulação do ar preexistente ou possíveis modificações que trarão melhorias, incluindo os equipamentos que vão fornecer o apoio, a complementação da climatização.

Até porque, projetos mal dimensionados certamente vão falhar. Gases não expelidos de maneira eficiente não só vão deixar o ambiente quente ou abafado, mas também insalubre, prejudicial à saúde, podendo inclusive ocasionar acidentes bem sérios.

“A exaustão e a climatização do ambiente não servem apenas para retirar fumaça e ares do ambiente, mas para garantir a segurança do local e de todas as pessoas que ali trabalham. Entretanto, exaustores, condicionadores de ar, cortinas de ar, entre outros, só devem ser considerados após todos esses outros detalhes serem organizados. A tendência, nesse segmento, é por produtos com motores blindados, rolamentos engraxados e com dupla blindagem. Hélices robustas e com grande vazão também são importantes para os exaustores. O mesmo vale para as cortinas de ar, que devem ter a capacidade de criar uma cama real de ciclo de aprisionamento de ar, e não um fluxo desregulado, que descabele cada pessoa que passar sob o aparelho”, alerta Moisés Botelho Vicente, gerente de marketing das empresas Ventisol e Agratto.

Outra especialista em climatização de cozinhas, a Sicflux, também deixou suas impressões. “A exaustão acompanhada da reposição de ar garante uma adequada renovação de ar e salubridade do ambiente, evitando que as pessoas que trabalham sejam afetadas pelas emanações dos blocos de cocção. A adequada reposição de ar evita o acúmulo de poluentes danosos à saúde. Em um ambiente sem renovação, as diferenças de temperatura entre a cozinha e o ar externo podem chegar a valores superiores a 10 do ºC”, comenta o consultor técnico Eduardo Cabanes Bertomeu, reforçando que a eficiência energética é uma consideração importante, especialmente em ambientes comerciais onde os custos operacionais são uma preocupação.

“Projetar sistemas de exaustão que minimizem o consumo de energia, sem comprometer a eficácia, é um desafio comum”, complementa.