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Verão tranquilo: ABNT e suas normas garantem segurança do ar-condicionado

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) desempenha um papel crucial no suporte à instalação de ar condicionado, um dos equipamentos mais demandados durante o verão no Brasil. Com um acervo de mais de 50 normas constantemente atualizadas, a ABNT abrange requisitos desde instalação e manutenção até segurança e qualidade do ar em ambientes internos. O Comitê Brasileiro de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABNT/CB-055) gerencia esse acervo, e destaca-se a norma ABNT NBR 16655, que aborda a instalação de sistemas residenciais de ar-condicionado, incluindo medidas para proteção contra acidentes graves.

A intensa onda de calor no país impulsionou significativamente as vendas de ar condicionado, representando um notável crescimento em relação ao ano anterior. As normas técnicas, gerenciadas pelo ABNT/CB-055, desempenham uma missão importante na sociedade, conforme destaca Oswaldo Bueno, gestor do comitê desde 1975. Ele ressalta que essas normas têm como objetivo fornecer conhecimento sistematizado por meio de documentos normativos, contribuindo para o desenvolvimento científico, tecnológico, proteção ambiental e defesa do consumidor.

O trabalho contínuo do ABNT/CB-055 é evidenciado por mais de 20 projetos em discussão, incluindo a norma ABNT NBR 16186, que trata da refrigeração comercial, detecção de vazamentos, contenção de fluido frigorífico, manutenção e reparos. Esses esforços visam aprimorar ainda mais a segurança e a qualidade dos equipamentos relacionados à refrigeração no contexto brasileiro.

Climatização faz a diferença nas cozinhas industriais

Temperatura é variável crítica, pois afeta o desempenho dos equipamentos, a conservação dos alimentos e o conforto térmico dos trabalhadores.

O processo de climatização em uma cozinha industrial desempenha papel crucial na garantia de um ambiente de trabalho eficiente, seguro e confortável. A gestão adequada da temperatura e da ventilação impacta a qualidade dos alimentos manipulados e influencia diretamente a produtividade da equipe e a segurança operacional do espaço.

Esses ambientes de trabalho frequentemente operam com equipamentos que geram calor intenso, como fornos, fogões, chapas e fritadeiras. Por isso, manter uma temperatura confortável e segura para os funcionários é um desafio, exigindo sistemas de condicionamento de ar e de exaustão mais robustos e eficientes.

A temperatura em uma cozinha industrial é uma variável crítica, pois afeta o desempenho dos equipamentos, a conservação dos alimentos e o conforto térmico do local. Sistemas de climatização eficientes operam para manter a temperatura dentro dos padrões ideais, criando uma atmosfera propícia para o preparo de alimentos. Neste quesito, o anexo III da NR-15, por exemplo, determina que os trabalhadores devem ser submetidos a temperaturas externas de no máximo 26,7 °C.

Isso é particularmente importante em cozinhas onde o calor gerado por fogões, fornos e outros equipamentos pode se tornar excessivo, prejudicando não apenas o conforto dos trabalhadores, mas também a eficiência dos aparelhos.

A ventilação adequada é outra faceta vital da climatização em cozinhas industriais. A produção contínua de vapores, fumaça e odores durante o processo de cozimento podem criar um ambiente desagradável e até mesmo prejudicial à saúde. Sistemas de ventilação e exaustão eficazes removem esses poluentes do ar, proporcionando um ambiente mais limpo e saudável. Além disso, a renovação constante do ar contribui para a prevenção de acidentes, como a acumulação de gases inflamáveis.

Dentro deste universo, a segurança dos trabalhadores é uma prioridade em qualquer ambiente, e em cozinhas industriais, onde o manuseio de equipamentos quentes e objetos cortantes é comum, a climatização desempenha um papel importante. Tanto, que mais recentemente, em 2019, a ABNT publicou a NBR 14518 – Sistemas de ventilação para cozinhas profissionais, que revisou a NBR 14518:2000, elaborada pelo Comitê Brasileiro de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABNT/CB-055).

Temperaturas excessivas aumentam as chances de fadiga da equipe, diminuindo a atenção e aumentando o risco de acidentes. Além disso, a ventilação aumenta o risco de inalação de gases tóxicos. Na outra ponta, também pode influenciar a satisfação e retenção da equipe. Ambientes mais confortáveis termicamente contribuem para o bem-estar dos trabalhadores, promovendo um clima organizacional positivo.

“Entretanto, a maioria das cozinhas não conta com sistemas de climatização que atendam às normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho, gerando paradas maiores durante o turno de trabalho, além de perda de produtividade e desgaste físico. Quanto à qualidade do ar, geralmente cozinhas têm uma alta renovação de ar, o qual é injetado por ventilador com filtragem. Não interfere na segurança alimentar”, explica o engenheiro mecânico Roberto Montemor, membro do Departamento Nacional de Empresas Projetistas e Consultores (DNPC) da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

Do alto de sua experiência, o engenheiro entende que entre os maiores desafios de um projeto estão a economia de energia e a eficiência dos equipamentos.

“Em um projeto em preveja uma vazão de exaustão muito grande, e se tiver que condicionar todo o ar que sai pela exaustão, as máquinas de ar condicionado terão de ser enormes. Uma boa solução é usar coifas push pull com lâmpadas UV, com ar externo, e fazer um outro sistema para insuflar ar condicionado sobre a brigada da cozinha”, detalha.

Montemor enfatiza ainda que todo projeto de cozinha profissional deve levar em consideração uma série de características, como os equipamentos, o espaço físico, a quantidade de pessoas circulando e as cargas necessárias para o pleno funcionamento do espaço.

Segundo ele, o que está sob a coifa, como chapa e fritadeiras, por exemplo, deve ser levado em conta para o dimensionamento da vazão de exaustão. “Em uma cozinha que tenha telhado, pode se usar equipamento roof top; em casos de prédios ou plantas industriais que tenham água gelada, é preferível usar fancoils e sistemas de condensação a ar splitões. A vizinhança também é muito importante em questões de cheiro e ruído, dois grandes cuidados a se tomar. No caso de cozinhas em prédios comerciais, com prédios residenciais vizinhos, deve-se ter um cuidado redobrado”, ressalta Montemor.

As coifas exercem importante trabalho na climatização e, portanto, devem passar por criterioso cronograma de manutenção e limpeza, de modo a garantir o funcionamento eficaz.

“O ideal é limpar os filtros inerciais das coifas todos os dias, no final do serviço, verificar a sujidade das lâmpadas UV e a cada dez dias limpar dutos e exaustor internamente, além de verificar no sistema de controle todas as funções da operação”, recomenda o representante da Abrava.

No contexto da climatização em cozinhas industriais, é essencial observar as normas regulamentadoras e padrões de boas práticas relacionados à ventilação e qualidade do ar.

No RDC 216 (regulamento técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação), a ventilação desempenha um papel crucial na garantia da qualidade higiênico-sanitária dos alimentos e na manutenção de um ambiente livre de contaminantes.

De acordo com o regulamento, a ventilação deve assegurar a renovação do ar, evitando a presença de fungos, gases, fumaça, partículas em suspensão e condensação de vapores, entre outros elementos que possam comprometer a qualidade dos alimentos. É ressaltado que o fluxo de ar não deve incidir diretamente sobre os alimentos, visando preservar sua integridade e segurança.

Além disso, o sistema de exaustão deve ser equipado com telas milimetradas para impedir o acesso de vetores e pragas urbanas, sendo essas telas removíveis para facilitar a limpeza periódica. Essas medidas são essenciais para manter a segurança alimentar e prevenir riscos à saúde.

A nutricionista e consultora, Renata Varkulja, destaca a importância de implantar equipamentos sustentáveis na cozinha, visando a eficiência energética e a preservação do meio ambiente. Em um contexto mais avançado, como na cozinha 4.0, ela sugere o uso de equipamentos controlados por sensores conectados a aplicativos, permitindo que gestores tenham acesso remoto para um melhor controle e gestão. Essa abordagem não apenas contribui para a redução de custos, mas também minimiza os riscos de contaminação e danos à saúde dos colaboradores.

Otimização

Atualmente, existem várias tecnologias disponíveis para filtrar, lavar e tirar cheiro, conforme preconiza a norma, a exemplo das coifas certificadas com filtro inercial e ou vórtex e lâmpadas UV, que fazem fotólise e ozonólise, para quebrarem as moléculas de gordura e tratar o odor do ar.

Especialistas deste segmento são unânimes em afirmar que, para se obter uma otimização máxima no projeto, é necessário pensar em todos os detalhes, desde o posicionamento dos aparelhos (quentes com quentes, frios com frios), à estrutura de circulação do ar preexistente ou possíveis modificações que trarão melhorias, incluindo os equipamentos que vão fornecer o apoio, a complementação da climatização.

Até porque, projetos mal dimensionados certamente vão falhar. Gases não expelidos de maneira eficiente não só vão deixar o ambiente quente ou abafado, mas também insalubre, prejudicial à saúde, podendo inclusive ocasionar acidentes bem sérios.

“A exaustão e a climatização do ambiente não servem apenas para retirar fumaça e ares do ambiente, mas para garantir a segurança do local e de todas as pessoas que ali trabalham. Entretanto, exaustores, condicionadores de ar, cortinas de ar, entre outros, só devem ser considerados após todos esses outros detalhes serem organizados. A tendência, nesse segmento, é por produtos com motores blindados, rolamentos engraxados e com dupla blindagem. Hélices robustas e com grande vazão também são importantes para os exaustores. O mesmo vale para as cortinas de ar, que devem ter a capacidade de criar uma cama real de ciclo de aprisionamento de ar, e não um fluxo desregulado, que descabele cada pessoa que passar sob o aparelho”, alerta Moisés Botelho Vicente, gerente de marketing das empresas Ventisol e Agratto.

Outra especialista em climatização de cozinhas, a Sicflux, também deixou suas impressões. “A exaustão acompanhada da reposição de ar garante uma adequada renovação de ar e salubridade do ambiente, evitando que as pessoas que trabalham sejam afetadas pelas emanações dos blocos de cocção. A adequada reposição de ar evita o acúmulo de poluentes danosos à saúde. Em um ambiente sem renovação, as diferenças de temperatura entre a cozinha e o ar externo podem chegar a valores superiores a 10 do ºC”, comenta o consultor técnico Eduardo Cabanes Bertomeu, reforçando que a eficiência energética é uma consideração importante, especialmente em ambientes comerciais onde os custos operacionais são uma preocupação.

“Projetar sistemas de exaustão que minimizem o consumo de energia, sem comprometer a eficácia, é um desafio comum”, complementa.

Abrava Exporta leva 11 empresas brasileiras à Feira AHR Expo Chicago 2024

De 22 a 24 de janeiro, o Programa Abrava Exporta, uma parceria entre a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), levará onze empresas do setor HVAC-R para participar da Feira AHR Expo 2024, em Chicago, Estados Unidos. As empresas participantes incluem Asmontec, Bundy Refrigeration, EQ Tech (Frigoking), Globus, Joape, Mecalor (Kilmatix) RLX Refrigerants, Serraff, Thermomatic, Trox e Unada Motor. A exposição oferecerá uma oportunidade significativa para essas empresas apresentarem seus produtos em um dos maiores eventos do setor HVAC-R, com uma audiência diversificada de outros países.

Na última edição da Feira realizada em Atlanta, em 2023, o Programa registrou resultados excepcionais, com um volume total de negócios alcançando U$ 11,9 milhões, incluindo U$ 2,88 milhões em negócios realizados durante o evento e 954 contatos estabelecidos ao longo dos três dias da exposição. A expectativa para a edição de 2024 é superar esses resultados, impulsionada pela demanda internacional por produtos HVAC-R e pela visibilidade proporcionada pelas ações de promoção comercial realizadas em outros países para as empresas exportadoras brasileiras.

Leila Vasconcellos, Gestora do Programa, destaca que a participação das empresas brasileiras na Feira AHR nos Estados Unidos tem contribuído significativamente para o aumento das exportações, a expansão do conhecimento, o estabelecimento de novos relacionamentos comerciais, a ampliação da base de distribuição em outros países, a abertura de novos mercados internacionais e a internacionalização das empresas brasileiras do setor.

Trabalho de entidades setoriais faz toda diferença para o HVAC-R

Sinergia entre organizações associativas, sindicais e conselhos profissionais beneficia o desenvolvimento da cadeia produtiva do frio e da qualificação de mão de obra.

Reconhecidas pelo incansável trabalho em benefício dos setores e das categorias que representam, as entidades patronais e de empregados atuantes no País fazem, em sua maioria, toda diferença para o desenvolvimento de empresas e trabalhadores.

A mesma realidade se aplica ao HVAC-R, que está bem servido por associações, sindicatos e conselhos profissionais, cada qual defendendo suas demandas, inclusive diante do poder público, mas com um forte senso de que o sucesso de um é compartilhado por toda cadeia do frio.

Exemplo desta ampla teia colaborativa, a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) é uma entidade patronal que representa esses quatro setores da economia.

Fundada em 1962, compreende toda cadeia produtiva – indústria, comércio e serviços –, responsável pela geração de mais de 300 mil postos de trabalho diretos e indiretos. Suas empresas associadas estão baseadas na engenharia, tendo como principais temáticas eficiência energética, preservação e melhoria do meio ambiente, sustentabilidade, qualidade do ar, tratamento de águas, normalização, capacitação de pessoas, apoio ao desenvolvimento e inovações tecnológicas e aprimoramento das boas práticas de engenharia.

A Abrava tem um conselho de administração para desfrutar legalmente das devidas representatividades entre suas empresas associadas e a sociedade brasileira. Afinal, segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), o CA é o responsável por exercer o papel de guardião dos princípios, dos valores, do objeto social e do sistema de governança da organização, além de prevenir e administrar conflitos de interesses e buscar que cada parte interessada receba benefícios apropriados ao vínculo que possui com a organização e ao risco a que está exposta.

“Nossa entidade foi uma das primeiras, se não a primeira associação brasileira a criar um compliance associativo, que tem servido de referência para outras organizações”, enfatiza o presidente-executivo da organização, Arnaldo Basile.

O dirigente explica que o conselho de administração da Abrava é formado por 27 membros e tem atribuições bem definidas, como decidir estratégias de negócios considerando os impactos das atividades na sociedade e no meio ambiente, visando a perenidade da organização e a criação de valor no longo prazo; avaliar periodicamente a exposição da organização a riscos e a eficácia dos sistemas de gerenciamento de riscos, dos controles internos e do compliance, de modo a aprovar uma política de riscos compatível com as estratégias de atividades.

Além disso, o CA define os valores e princípios éticos da organização e zela pela manutenção da transparência no relacionamento com todas as partes envolvidas, e revê e aprimora periodicamente o sistema de governança da entidade.

Ainda de acordo com Basile, as vantagens que as empresas associadas encontram na entidade são a representatividade diante de outras organizações privadas e públicas e o acesso aos serviços desenvolvidos com base na sua missão, objetivos e visão, ações que dificilmente conseguiriam desenvolver isoladamente, por falta de representatividade, e sem os consideráveis investimentos financeiros e humanos.

Atualmente, a Abrava conta com a estrutura de 14 departamentos nacionais e cinco comitês, cada qual operando com independência para desenvolver as questões relacionadas com seus respectivos nichos de mercado.

Entre suas realizações mais marcantes estão a criação do Plano Nacional de Qualidade do Ar de Interiores (PNQAI) e a ativa atuação em prol da Lei  13.589/2018, a famigerada Lei do PMOC. “Foi na Abrava onde as discussões foram iniciadas, em 1998, com os primeiros contatos com parlamentares”, lembrou Basile.

Igualmente patronal, o Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar no Estado de São Paulo (Sindratar-SP) foi fundado em 1970, a partir de reuniões realizadas na coirmã Abrava, confirmando a longa sinergia entre as entidades representativas da cadeia produtiva do frio.

É considerada a mais antiga entidade sindical do setor no País e também representa as empresas do HVAC-R diante de governos, instituições e sindicatos, desempenhando o papel de fonte de informação e agente estratégico para projetos de integração, troca de experiências e fomento.

Além da representação setorial, estimula a liderança e a união de propósitos para as demandas do setor, por meio de parcerias com a Fiesp e o Ciesp, onde são oferecidas às empresas e seus profissionais condições especiais para aquisição de produtos e serviços.

Este rol engloba assessoria jurídica, tributária e trabalhista; relações estratégicas com entidades afins; relações institucionais com órgãos do governo, instituições e empresas; acompanhamento e disponibilização de dados do HVAC-R; realização de eventos estratégicos de relacionamento; parceria com o Senai para capacitação de profissionais; cursos e palestras em diversas áreas de interesse do empresariado; ações de apoio à exportação e importação; negociações sindicais e convenções coletivas; e informações sobre segurança do trabalho, normas regulamentadoras, PGR e eSocial.

“Desde sua fundação, o Sindratar-SP tem como missão unir empresas que acreditam na indústria e na prestação de serviços de climatização e refrigeração e em sua importância para o Brasil, em especial para o estado de São Paulo”, resume o gerente-executivo Marcelo Mesquita, destacando que a entidade conta hoje com 82 empresas associadas, pertencentes a seis centrais sindicais.

Além de participar da aprovação da Lei do PMOC, o sindicato enfatiza a participação no processo de formalização, pelo governo brasileiro, da Emenda Kigali ao Protocolo de Montreal, importante ação ambiental de proteção ao clima que prevê investimentos iniciais de US$ 100 milhões, montante oriundo de fundo internacional para capacitação de profissionais e modernização das indústrias e do mercado para a substituição dos HFCs de alto potencial de aquecimento global (GWP).

Presidente do Sindratar-SP e do conselho administrativo da Abrava, Pedro Evangelinos considera que a implantação do conselho consultivo para as áreas de refrigeração e climatização na Escola Senai Oscar Rodrigues Alves, presidido por ele, foi um dos grandes avanços dos últimos 30 anos.

“O conselho foi constituído objetivando manter a contínua cooperação entre o Senai e os representantes de empresas do HVAC-R para a solução de problemas relativos à formação de profissionais, atendendo a necessidades do setor”, afirma o dirigente, lembrando que desde o início dos anos 1990 até hoje, a escola já formou cerca de 200 mil profissionais para o mercado do frio.

“O papel desempenhado pelo conselho está nas suas atribuições, que se relacionam a colaborar com o Senai, de modo a identificar e analisar necessidades de formação profissional e sugerir medidas ao seu equacionamento e solução, desde propostas de alterações na reformulação dos cursos e currículos para adequá-los às exigências do mercado de trabalho e às inovações introduzidas nos processos produtivos até a orientação acerca de leiautes de oficina e laboratórios”, complementa Evangelinos.

Entidades mais jovens

Fundada em 1989 e com sede em São Paulo, a Smacna Brasil também tem reconhecida importância no setor do frio, pois congrega fabricantes e empresas instaladoras de sistemas de tratamento de ar e sua cadeia de fornecimento, patrocinando e promovendo os seus interesses e objetivos comuns. Da mesma forma, interage com os meios acadêmicos, instituições de pesquisas e organismos afins.

Paralelamente, desenvolve e difunde tecnologias avançadas em tratamento de ar, através de normas e artigos técnicos, contribuindo para o setor em vários níveis. A entidade é conhecida por promover uma relação mais estreita inteiramente direcionada às demandas do cliente final, por meio de divulgações de conhecimentos e orientações que atendam às suas necessidades na contratação de projetistas, instaladores, comissionadores e mantenedores.

“A troca de informações e experiências, inclusive com a Smacna Inc./USA, faculta às empresas brasileiras de engenharia termo ambiental, e por extensão os organismos com os quais se relaciona, a reciclar os seus conhecimentos adaptando-os às sempre renovadas necessidades do setor”, ressalta o presidente da entidade técnico-científica, Edson Alves.

O executivo reforça que o capítulo brasileiro oferece aos profissionais de engenharia e, em especial, ao cliente final, informações atualizadas e robustas sobre o planejamento, contratação, implementação e utilização dos sistemas para a melhoria da eficiência energética, com tecnologias inovadoras, atendendo os conceitos de ESG.

Entre suas realizações mais destacadas estão a criação do Guia de Garantia da Qualidade, que tem como objetivo nortear o sistema de gestão da qualidade para produtos e serviços fornecidos pelas empresas; e do Guia de Contratação de Empresa Especializada na Manutenção de Sistemas HVAC-R, além da realização de eventos com o Destaques do Ano Smacna Brasil, Smacna Day e do Programa Smacna de Educação Continuada em Tratamento de Ar.

Em operação desde o início de 2018, quando obteve sua carta sindical, o Sindicato das Empresas Prestadoras de Serviços no Segmento de Refrigeração, Aquecimento, Climatização e Ventilação do Rio Grande do Sul (Sindratar-RS) tem atualmente 24 empresas filiadas.

Além de congregar as empresas comerciais e de serviços que se dediquem às atividades econômicas representadas pelo segmento, também representa os interesses coletivos e individuais de seus associados e celebra contratos coletivos de trabalho, acordos e convenções coletivas de trabalho, com escopo de regulamentar os aspectos trabalhistas no tocante à atividade profissional e econômica, de forma a regulamentar os custos de mão de obra do setor.

“A criação do sindicato já pode ser destacada como uma vitória para o setor no Rio Grande do Sul, pois poucos estados são representados por uma entidade específica do HVAC-R. Estamos homologando a quarta convenção coletiva de trabalho com o sindicato laboral Sindigel, garantindo aos trabalhadores do setor um piso salarial justo, um ambiente de trabalho seguro, e as empresas a adequação e flexibilização de direitos de trabalho adequado às exigências do mercado, trazendo equilíbrio ao setor”, descreve o presidente Marcos Abel Silva Kologeski.

Criada em 1894, mas presente no Brasil somente a partir de 2002, a Ashrae é uma sociedade global que promove o bem-estar humano por meio de tecnologias sustentáveis para o ambiente construído. Sua atuação se dá nas áreas de edificações, eficiência energética, qualidade do ar interno, refrigeração e sustentabilidade dentro da indústria.

A entidade conta com 57 mil profissionais associados em mais de 130 países, grupo formado por estudantes, engenheiros consultores, contratantes, proprietários de edifícios e funcionários de empresas do setor, instituições educacionais, organizações de pesquisa, governo ou qualquer organização preocupada com o ambiente construído.

Entre suas atividades estão a redação de normas técnicas, realização de pesquisas, publicações, educação continuada e certificações profissionais. “Dentro de nosso capítulo Brasil, existem subcomitês, e o encarregado de relacionamento com instituições governamentais é o comitê de GAC (Governments Affairs). São firmados acordos de parceria ou memorandos de entendimento para colaboração técnica, tradução de normas ao português, realização de eventos conjuntos, divulgação de atividades, entre outras ações”, explica o presidente do Chapter Brasil da Ashrae, Walter Lenzi, que acumula funções de conselheiro do Ashrae Student Branch São Paulo e vice chair regional de atividades estudantis.

O dirigente ressalta a importância do projeto integrado em todos os empreendimentos, sendo necessária a participação de todos os involucrados, desde a concepção do projeto, elaboração e análise, obra e implantação de sistemas prediais, testes, comissionamento, entrega e recebimento do empreendimento, operação e manutenção durante o ciclo de vida deste empreendimento.

As principais responsabilidades da Ashrae Brasil no desenvolvimento do HVAC-R incluem a elaboração de publicações, manuais, guias e normas técnicas para o setor e realização de eventos, seminários, webinários e palestras para conscientização de boas práticas no ambiente construído (edifícios existentes e novas construções).

A entidade também é formada por 16 Student Branches, localizados nas universidades em vários estados do Brasil, com professores coordenadores dos grupos e estudantes participantes e membros dos SBs.

 Força regional

Embora a atuação simultânea em mais de um estado possa parecer prejudicial para o alcance da representatividade de um setor, a Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação (Asbrav) já provou que é, sim, possível operar com sucesso desta maneira.

Fundada em 1995, a entidade sediada em Porto Alegre (RS) também se faz presente em Santa Catarina (em parceria com o Senai-SC) e no Paraná (com a Escola Técnica Profissional), por meio de escritórios regionais, onde desenvolve ações em defesa dos interesses de seus 160 associados – em torno de 120 empresas e 40 pessoas físicas.

“Esta característica dá uma agilidade essencial para as rápidas tomadas de decisões, que se traduzem em iniciativas mais eficientes, focando em soluções e alternativas para o fortalecimento do mercado que representa. Neste sentido, o estímulo à qualificação profissional é um dos maiores objetivos da entidade”, explica o presidente Mário Henrique Canale, ao se referir ao “Programa Qualificar”, que terá muitas novidades neste ano.

O dirigente destaca que entre as mais destacadas realizações da Asbrav está a criação do Mercofrio – Congresso de Ar Condicionado, Refrigeração, Aquecimento e Ventilação do Mercosul, evento bianual realizado nos anos pares desde 1998, de forma itinerante nas capitais da região Sul.

“Este grande evento está muito bem consolidado como importante ferramenta de negócios e atualização profissional, que alia promoção comercial, apresentações de tecnologias e transferência de conhecimento”, salienta Canale.

Fiscalização profissional combate atuação clandestina

Criado pela Lei 13.639/2018, após mais de 40 anos de lutas dos técnicos industriais, o Sistema CFT/CRTs compreende 11 conselhos regionais pelo país, que são autarquias públicas federais. Antes, os técnicos industriais faziam parte Sistema Crea/Confea e, portanto, não tinham representatividade.

As principais funções dos CRTs são orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício profissional dos técnicos industriais, cada qual no âmbito de um ou mais estados, para que os serviços sejam realizados por profissionais habilitados e em consonância com a legislação vigente. Também compete trabalhar pela valorização e qualificação profissional.

Os conselhos promovem a fiscalização de mais de 90 modalidades diferentes, como edificações, agrimensura, mecânica, eletrotécnica, telecomunicações, eletrônica, além da climatização e refrigeração. Só no estado de São Paulo, aproximadamente 125 mil técnicos estão registrados no CRT-SP. Desse universo, cerca de 1.500 profissionais atuam com refrigeração e climatização.

“Os que exercem a profissão na informalidade devem ser conscientizados de que o registro é obrigatório. Agindo na ilegalidade, eles estão prejudicando a si mesmo e colocando em risco a sociedade”, alerta o presidente do CRT-SP, Gilberto Takao Sakamoto.

O dirigente explica que, para o setor de climatização, duas resoluções foram baixadas pelo Conselho Federal dos Técnicos Industriais – a Resolução CFT nº 068/2019, que define quais profissionais técnicos estão habilitados para elaboração e execução do Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) de sistemas de climatização de ambiente; e a Resolução CFT nº 123/2020, a qual define as atribuições do técnico industrial em refrigeração e climatização e do técnico industrial em refrigeração e ar-condicionado.

“Apesar de relativamente novo, o Sistema CFT/CRTs já abriu novos campos e oportunidades de trabalho, graças às resoluções baixadas, que esclareceram suas atribuições. A grande quantidade de TRTs recolhidas comprova esse crescimento do mercado de trabalho para os técnicos, número que tende a aumentar conforme os profissionais e a sociedade vão sendo devidamente informados de que somente os que são habilitados e registrados podem realizar serviços de forma legal e segura”, conclui Sakamoto.

Em ponto de ebulição, fabricantes de splits vislumbram alcançar demanda retraída

Onda de calor aquece as vendas de ar-condicionado eficiente e inteligente para o verão

Em meio a fortes ondas de calor e com o verão batendo à porta, indústria do frio se anima com crescimento das vendas neste ano, lançando equipamentos cada vez mais eficientes e conectados, de modo a atender clientes que buscam adquirir seu primeiro aparelho de ar-condicionado.

O segmento de equipamentos de ar condicionado split no Brasil está fervendo. Os números não mentem. No primeiro semestre deste ano, o varejo registrou um aumento de 16% nas vendas, em comparação com o mesmo período de 2022, segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros). De janeiro a junho deste ano, 1.483.492 unidades saíram das lojas.

Termômetro dessa e de outras indústrias, o Amazonas é o segundo maior centro industrial de ar-condicionado do mundo, atrás apenas da China, e conta atualmente com 13 fábricas instaladas, entre grandes multinacionais e empresas de capital nacional, e esse ambiente de negócios deve se expandir ainda mais.

“A Zona Franca de Manaus, por exemplo, gera mais de 10 mil empregos diretos e 35 mil indiretos na região”, afirma o presidente-executivo da Eletros, José Jorge do Nascimento Júnior.

Em vista disso, o forte crescimento nas vendas é resultado de uma combinação de fatores bastante consistentes ocorridos ao longo dos últimos anos, a exemplo dos rápidos avanços tecnológicos, da maior conscientização ambiental e da busca por conforto térmico mais eficiente. As altas temperaturas que o País vem enfrentando foram a última peça da engrenagem.

De olho nesse movimento, os fabricantes incrementaram ainda mais os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, alocando recursos em produtos conectados e econômicos energeticamente, como os splits hi-wall Inverter. Em parte, essa alavancagem foi ajudada por campanhas de marketing em jornais, revistas, tevês e internet, reforçada pela contratação de influenciadores digitais para posts nas redes sociais e de celebridades para o papel de embaixadores da marca.

A estratégia foi acertada, concordam dirigentes de entidades do setor e especialistas no assunto, visto que o Brasil tem um mercado reprimido muito grande – somente 18% dos lares têm ar-condicionado, segundo Gilson Miranda, vice-presidente do Departamento Nacional de Comércio da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), baseado em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Há, portanto, muito espaço para esse segmento crescer no País nos próximos anos, quem sabe décadas. Os splits estão rapidamente se tornando o padrão em conforto térmico em residências, escritórios e estabelecimentos comerciais. Além de conectados (wi-fi e inteligência artificial) e mais econômicos e silenciosos, contam com design que se integra perfeitamente aos ambientes interno e externo. Ao contrário disso, os tradicionais aparelhos de janela, além de menos eficientes e barulhentos, acabam gerando obstrução visual.

Paralelamente aos avanços tecnológicos do setor, a demanda da sociedade por equipamentos menos poluentes reverberou fortemente no HVAC-R, que ao longo dos anos buscou adotar fluidos refrigerantes com reduzido impacto ambiental, como o R-32, que gradualmente vem substituindo o R-410A.

As novidades não param de chegar ao mercado, conforme continuamente divulgam os fabricantes. E mais um verão que se aproxima está novamente no radar do HVAC-R. Conheça o que pensam alguns players sobre setor:

AGRATTO

Uma das sensações da Febrava 2023, a empresa é reconhecida pela diversidade de itens que fabrica, incluindo linhas completas de splits hi-wall e Inverter que utilizam o gás ecológico R-32. A companhia celebra o sucesso de seus equipamentos, conforme ficou evidenciado durante os períodos de altas temperaturas em quase todo o Brasil.

O gerente de marketing Moisés Botelho enfatiza que a Agratto estava pronta para atender essa “demanda surpresa” do mercado. “Temos uma linha de splits residenciais e uma alta capacidade fabril, além de uma malha logística muito bem desenvolvida, o que nos permitiu responder de maneira rápida a essa situação.”

Além da tendência de substituição dos splis on/off pelos inverters, que são muito mais econômicos, “todas as nossas linhas de produtos, a partir deste ano, passaram a usam o gás R-32”, complementa ele, revelando que em breve a Agratto lançará splits com funções de IoT.

DAIKIN

A necessidade de transformação do segmento de ar condicionado split também foi identificada pela empresa há alguns anos. O diretor comercial residencial Júlio Passos lembra que, até há pouco tempo, a quantidade de produtos do tipo on/off era muito maior do que os dotados com sistemas Inverter.

“O mercado brasileiro era muito focado em equipamentos de baixa eficiência. Nossa primeira diretriz, quando implantamos a fábrica em Manaus, em 2014, foi somente produzir equipamentos Inverter e ajudar a transformar esse mercado”, detalha.

O mais recente lançamento foi o split EcoSwing Gold, em que a tecnologia de controle de capacidade em cargas parciais foi ainda mais aprimorada, resultando em altíssima eficiência.

“A linha Gold vem ainda com conectividade com o App Daikin Smart AC para Android e iOS, possibilitando conexão com Alexa e Google Home. Conta com dupla filtragem com íons de prata para uma melhor qualidade do ar, função led off para conforto noturno, entre outras funções”, explica o executivo, reforçando que em 2024 a multinacional comemorará 100 anos de fundação, planejando anunciar que toda a sua linha residencial será fabricada 100% com fluido refrigerante R-32.

ELGIN

A onda de calor também foi considerada pela Elgin, que lançou, para este verão, toda a sua linha comercial leve Inverter com R-32, além de uma linha de bi e tri split Inverter, ambos com wi-fi embarcados. Esse processo foi possível graças à reestruturação da unidade de produção de Manaus, no início desse ano. A companhia adaptou-a para a utilização de fluido refrigerante ecológico, que se traduz em equipamentos mais eficientes.

“As principais tendências estão nos equipamentos cada vez mais eficientes, silenciosos e compactos, com tecnologia wi-fi embarcada. Tudo isso já está sendo aplicada à família de produtos da Elgin Eco Inverter II”, ressalta o diretor comercial Anderson Bruno.

Recém-chegada ao ramo de split no Brasil, a multinacional italiana apresentou aparelhos fabricados aqui no País, considerando a intenção de expandir cada vez mais suas operações. Para este verão, a empresa projeta sucessivos recordes de temperatura, e esse cenário poderá levar a uma falta de equipamentos.

“Estamos ampliando nossa fábrica, e em breve poderemos produzir máquinas maiores, como já é feito em nossa unidade fabril na Itália”, comenta o supervisor de vendas Rogério Paulo. “Inicialmente, vamos trabalhar com o R-410A e, posteriormente, com o R-32”.

O executivo detalha que todos os equipamentos terão sistema Inverter e filtro com função antibactericida. Os splits chegarão ao mercado com 9.000, 12.000, 18.000, 24.000 e 36.000 BTU/h e opções com ciclo reverso.

A Emmeti também lançou tubos multicamadas para instalações de ar-condicionado, produzidos em sua unidade fabril na Alemanha. O item é fabricado conforme a norma internacional ASTM F3346-19 e tem certificação ICC PMG 1662.

“Esse produto propicia um melhor rendimento do ar-condicionado, pois tem baixa condutividade térmica, baixa perda de carga e uma excelente resistência mecânica. Além de ter um valor de sucata igual a zero, consome apenas 60% do tempo de instalação do tubo de cobre”, frisa Rogério.

FUJITSU

A multinacional japonesa recentemente apresentou sua nova linha premium com refrigerante R-32. Também lançou no País sua nova marca de produtos fabricada no Brasil, a Airstage. A linha Essencial vem com opções de equipamentos frio e quente/frio, de modo a abranger todas as regiões.

“As principais vantagens dos produtos são confiabilidade, sustentabilidade, eficiência energética e baixo nível de ruído”, descreve o coordenador da engenharia de projetos e aplicação da empresa, Bruno Cezar Furlin.

O executivo acredita que a demanda por sistemas de ar condicionado mais eficientes energeticamente provavelmente prosseguirá crescendo. Ele reforçou que a empresa vai continuar se concentrando no desenvolvimento de produtos que atendam aos padrões de eficiência energética em constante evolução. A Fujitsu oferece capacidades entre 9.000 e 36.000 BTU/h.

GREE

A multinacional chinesa incrementou seus investimentos no Brasil, com base nos números positivos do mercado interno. A empresa analisou dados do setor registrados nos últimos cinco anos e notou que segmento de climatização teve um rápido crescimento no volume produzido e comercializado nacionalmente.

“Alguns big players, como a Gree, realizaram grandes investimentos nesse período, a exemplo da aquisição de novas planta fabril e linhas de produção, além de um novo line-up de produtos e capital intelectual para suas bases produtivas”, analisa o coordenador de P&D da companhia, Eduardo Roberto.

Ele diz que fabricantes que antes produziam em média 200 a 300 mil unidades de condicionadores de ar por ano passaram para um milhão de máquinas por ano. “O resultado dessa alta produtividade se reflete na grande variedade de produtos ofertados no mercado nacional”, completa.

Recentemente, a Gree lançou o G-Top Auto Inverter, com uma série de tecnologias, como auto learning (memoriza os hábitos de funcionamento do aparelho e a temperatura ambiente diária), auto clean (limpeza da evaporadora), auto fast cooling (aumenta a capacidade de resfriamento de acordo com a temperatura interna) e auto saving (limita automaticamente a demanda de energia elétrica).

A Gree também aposta nos equipamentos hi-wall G-Top Inverter Connection, G-Top Auto Inverter e G-Diamond Auto Inverter. Já nas linhas comerciais, destacam-se o G-Max (multi-split Inverter contendo o cassete uma via como opcional de evaporadora) e o G-Prime Inverter Plus e G-Prime Inverter Compact – ambos com cassetes 4 vias e piso-teto.

JOHNSON CONTROLS-HITACHI

A fabricante acaba lançou o airHome 600, split hi-wall Inverter com a marca Hitachi, concebida para atender às capacidades de 9.000, 12.000, 18.000 e 24.000 BTU/h e utilização do gás R-32. Vem com garantia geral de dois anos e de 12 anos para o compressor.

Outra novidade que certamente será muito útil neste e nos demais verões e ondas de calor é a inserção, na fábrica, de uma QR Code nas unidades externa e interna, com o objetivo de auxiliar o instalador a cadastrar a máquina no novo aplicativo airCode.

“Ficará mais fácil acompanhar o histórico do equipamento desde a instalação, assim como com os futuros registros de manutenções preventivas e limpezas durante a vida útil do produto, viabilizando essa linha como a de maior prazo de garantia adicional do mercado brasileiro”, avalia Gerson Robaina, diretor de marketing de comunicação, produto e engenharia.

A conectividade é outro ponto positivo da linha. Por meio do aplicativo airCloud Go, é possível controlar o ar-condicionado a qualquer hora e em qualquer lugar, e programá-lo para ligar e desligar de acordo com a geolocalização do usuário. O app permite configurar o Google Home ou Amazon Alexa, para realizar funções por comando de voz.

LG

Em meio ao cenário de calor elevado que o Brasil vem enfrentando, a empresa sul-coreana também entendeu a necessidade de colocar no mercado equipamentos dotados de componentes que reduzam os impactos ambientais. Para isso, optou pelo gás R-32, incluiu a função Energy Control, que possibilita controlar o consumo de energia a distância, assim como os compressores Dual Inverter, 70% mais econômicos.

A LG lançou ainda o Dual Inverter Voice, com inteligência artificial. Este e os demais modelos dessa linha, com conexão wi-fi, são compatíveis com o app LG ThinQ. O aplicativo permite controlar o ar-condicionado a qualquer hora e de qualquer lugar e aceita sincronização com Google Assistente e Alexa, permitindo ao usuário dar comandos de voz para controlar o aparelho.

No caso da linha residencial, a aposta está no Dual Inverter Compact com inteligência artificial. Para acionar a função de IA, basta usar o aparelho por pelo menos 48 horas e apertar o botão Smart Care pelo controle remoto ou diretamente no produto.

“A LG Electronics é, no País, a marca líder em vendas de ar-condicionado pelo terceiro ano consecutivo, com 22,3% de participação geral. Na categoria split Inverter, somos líderes desde 2016, com 39,6% do segmento, segundo dados do GfK, de dezembro de 2022”, detalha o vice-presidente de vendas de IT, B2B e ar-condicionado da multinacional no Brasil, Rodrigo Fiani.

MIDEA CARRIER

Uma das maiores fabricantes de eletrodomésticos do mundo, a multinacional aposta firmemente na conectividade, nas funcionalidades intuitivas e constantes atualizações. Na Febrava 2023, por exemplo, lançou a versão Black Edition da linha Xtreme Save Connect Inverter. Equipado com fluido refrigerante R-32, o modelo é eco-friendly e pode ser controlado por aplicativo via wi-fi. Está disponível nas versões 12.000, 18.000 e 24.000 BTU/h, quente/frio.

Para enfrentar o calorão, não basta um produto eficiente, mas que traga um sistema de filtragem excepcional, como o Air Magic, que elimina até 99,9% dos vírus e bactérias, emitindo íons negativos que removem pólen e impurezas do ar. A condensadora foi equipada com o Black Fin, com dupla proteção de grafeno, proporcionando cinco vezes mais resistência contra corrosão.

Assim como parte de seus concorrentes, tem conectividade por wi-fi, controle por voz com os assistentes Google Assistant e Amazon Alexa, além de monitoramento do consumo de energia, ajuste da curva de sono e até mesmo ligar ou desligar o equipamento com a geolocalização por meio do aplicativo SmartHome.

“Todos esses aspectos mencionados são tendências de consumo que vieram para ficar. Por meio de tecnologias avançadas aliadas a um design moderno, buscamos entregar aos clientes eficiência, conforto e praticidade”, pondera Gustavo Martins, gerente de produtos ar-condicionado.

SAMSUNG

A companhia sul-coreana anunciou nos últimos meses três novos modelos de aparelhos de ar-condicionado no Brasil – WindFree Pro Energy, WindFree Black Edition e WindFree Slim Connect, este último com apenas 68,2 cm de largura, uma redução de 17% em comparação com outros modelos de 9.000 BTU/h da linha.

“Para quem busca conforto térmico nesses dias quentes, os modelos contam com o modo WindFree, o qual dispersa o ar climatizado através de 23 mil microfuros que eliminam o vento gelado direto, deixando o ambiente ainda mais confortável”, explica Daniel Fraianeli, gerente de produto da divisão de ar-condicionado da Samsung Brasil.

Nesse modo, detalha, o compressor Digital Inverter tem dez anos de garantia, proporciona uma eficiência energética ainda maior, atingindo uma economia de até 77% de energia comparado ao modo resfriamento rápido.

A conectividade se impõe com o app SmartThings, com o qual pode-se ligar e desligar os aparelhos conectados, além de controlar a temperatura e gerenciar o consumo energético por meio da funcionalidade Energy. Já o recurso inteligente AI Auto Cooling analisa as condições do ambiente e padrões de uso e otimiza automaticamente os vários modos de ambas novas versões, todos compatíveis com os principais assistentes de voz, como Bixby, Alexa e Google Assistent.

TCL SEMP

Nesta temporada, tem sido muito forte a influência do fenômeno climático El Niño em boa parte do País, o que tende a aumentar, de forma significativa, a demanda do mercado, uma vez que as temperaturas estarão acima da média para o período. A partir desta caraterística, a TCL concebeu estratégias bem delineadas.

“Para a nossa empresa, este é um momento de crescimento de forma ainda mais exponencial, onde iremos focar em ampliar o nosso portfólio e buscar sempre oferecer produtos cada vez mais inteligentes, eficientes e ecologicamente responsáveis”, analisa o gerente de produtos Nikolas Corbacho.

Segundo ele, os produtos, independente da região do País, atendem às principais necessidades do consumidor, mesmo em condições climáticas mais adversas. Nesse contexto, estão disponíveis os modelos split do tipo hi-wall Inverter da linha Elite A2 e T-Pro, capazes de operar em uma ampla faixa, com temperaturas externas que podem variar de -10 ºC a 54 ºC.

Entre os mais recentes lançamentos da TCL estão o modelo Split Cassete Inverter, disponível nas capacidades de 36.000 e 55.000 BTU/h e com gabinete da unidade externa em aço galvanizado com proteção anticorrosão.

Neste ano, a empresa também lançou o MultiSplit Inverter com capacidades da unidade externa de 18.000, 27.000 e 36.000 BTU/h. O produto pode formar conjuntos de duas, três ou quatro unidades evaporadoras, que vão de 9.000 até 24.000 BTU/h.

Smacna Brasil celebra 29ª Edição dos Destaques do Ano de 2023

No dia 08 de novembro, cerca de 400 pessoas participaram da solenidade de premiação promovida pelas entidades SMACNA Brasil (Sheet Metal Air Conditioning Contractors’ National Association) e ABRAVA (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento). O evento visa considerar, no âmbito nacional, os melhores trabalhos de engenharia ambiental termo do ano anterior.

Os critérios de avaliação incluem incorporação de tecnologia, inovação, uso responsável de energia, comprometimento com a qualidade do ar, preservação ambiental e normatização.

Dos empreendimentos inscritos, seis foram premiados nas seguintes categorias: Retrofit / Conforto – Luna Crescente (São Paulo – SP); Obra Nova / Industrial – Nutera-RP (Ribeirão Preto – SP); Hospital Mater Dei Salvador (Salvador – BA); Hospital e Maternidade São Luiz Osasco (Osasco – SP); Obra Nova / Conforto – Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Catedral (Cascavel – PR); e Obra Nova / Ventilação – Ecourbis TVE Vergueiro (São Paulo – SP).

“É com imensa alegria e satisfação que damos as boas-vindas à 29ª edição do ‘Destaques do Ano Smacna Brasil. Estamos honrados em reconhecer os méritos dos trabalhos de engenharia termo ambiental realizados no ano de 2022 e a busca incessante pela excelência na qualidade das instalações, traduzida em seis obras que se destacaram no ano passado. Ao longo deste período, já reconhecemos 196 projetos executados em diferentes estados do Brasil. Expresso ainda, nossa gratidão aos patrocinadores que contribuíram significativamente para a realização e sucesso deste evento!”, comemorou Edson Alves, presidente da Smacna Brasil.

Calor extremo aquece vendas de ventiladores e ares-condicionados

O Brasil tem sido palco de uma onda de calor sem precedentes. Segundo dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), inverno de 2023 foi o mais quente desde 1961. São Paulo e partes de Minas Gerais registraram até 70 dias com temperaturas superiores a 30 ºC, uma marca similar às registradas em algumas regiões do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Esse calor – impulsionado El Niño, fenômeno atmosférico que aquece as águas do Oceano Pacífico e traz intensas massas de ar quente e seco para o continente – tem sido fonte de preocupação.

De maneira geral, as altas temperaturas têm trazido à tona mais discussões sobre as mudanças climáticas. Por outro lado, a indústria de climatização celebra os números ascendentes.

Empresários do setor preveem que a demanda por ventiladores e ares-condicionados pode superar a oferta já no final de dezembro. Há preocupações no horizonte, especialmente entre aqueles que veem as redes de varejo reagindo tardiamente ao aumento da procura. Se as encomendas para a indústria não forem feitas a tempo, o Brasil pode enfrentar um déficit no fornecimento de ventiladores e ares-condicionados no fim ano.

O calor extremo que afeta praticamente todo o País não é um episódio isolado, mas parte de uma tendência preocupante. Ano após ano, os brasileiros têm enfrentado mais dias sob condições de estresse térmico, uma situação potencialmente perigosa para a saúde. Conforme um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mais de 38 milhões de pessoas passam até 25 dias por ano sob condições climáticas que o corpo humano pode achar difícil de suportar. Os riscos vão além do simples desconforto e incluem problemas graves de saúde como ataques cardíacos, agravamento de câncer, diabetes e depressão.

Em meio à atual onda de calor, a demanda por soluções de climatização disparou. A Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) prevê que o Brasil venda 700 mil aparelhos de ar condicionado a mais do que em 2022, com expectativas de vendas ultrapassando quatro milhões de unidades residenciais. Este número se aproxima do recorde de 2014, quando foram vendidos 4,3 milhões de aparelhos.

Apesar do crescimento impressionante, há espaço para mais. A Abrava estima que apenas 20% das casas brasileiras possuem ar-condicionado, o que sugere um mercado vasto e inexplorado.

Os números do primeiro semestre de 2023 já indicavam essa tendência de alta. As vendas de ares-condicionados cresceram 16% em comparação ao mesmo período do ano anterior, com 1,48 milhão de unidades comercializadas, em comparação a 1,28 milhão em 2022, de acordo com a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros).

Copeland debate equidade de gênero e liderança feminina

A Copeland teve participação ativa no 4º Café com Conteúdo, evento realizado em 25 de agosto, na cidade de São Paulo, organizado pelo Comitê Nacional de Mulheres da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

O evento incluiu uma palestra focalizada no “Protagonismo Feminino” e um painel de discussão, ambos centrados no tema “Equidade de Gênero”, realizados em 26 de agosto.

Ana Carolina de Souza Rodrigues, Engenheira de Aplicação da Copeland, moderou o painel, que contou com a participação de Daniel Rohe, Gerente Geral América do Sul da Copeland; Arnaldo Basile, Presidente Executivo da Abrava; e Diogo Prado, Diretor da Trane.

A participação da Copeland reforça o compromisso da empresa com a igualdade de gênero e evidencia o esforço da indústria em promover um ambiente inclusivo e igualitário, que valoriza todas as vozes.

 

Em apenas meia década, PMOC acelera mudanças no setor de climatização

Em apenas cinco anos, a legislação do Plano de Manutenção, Operação e Controle foi responsável por promover uma importante diferença positiva no setor, principalmente porque tornou a adoção do PMOC obrigatória para estabelecimentos que possuem sistemas de climatização central.

Especialistas no tema concordam que o PMOC teve importante papel durante pandemia de covid-19 no País. Quando os primeiros casos da doença foram detectados por aqui, no final de fevereiro de 2020, a Lei 13.589/2018 já estava em vigor há dois anos.

Porém, sua história começou muito antes, a partir da criação da Norma ABNT NBR 13.971/1997. No início dos anos 2000, a trajetória ganhou mais robustez, quando a Anvisa começou a identificar os riscos à saúde associados aos sistemas de climatização central sem a devida manutenção. Em 2003, a agência publicou a Resolução 9/2003, estabelecendo requisitos mínimos para o controle da qualidade do ar interior (QAI) em ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo, a exemplo de prédios públicos, shoppings centers, consultórios médicos e odontológicos, laboratórios, clínicas, drogarias e hospitais, entre outros estabelecimentos.

Desde então, o mercado passou a se adaptar às novas exigências, realizando a instalação de equipamentos e sistemas de filtragem de ar, bem como a elaboração e implementação de planos de manutenção, operação e controle dos sistemas de climatização.

Este fator, aliado à Lei 13.589/2018, aos conhecimentos sobre a importância da qualidade do ar de interiores e às medidas de proteção, foi decisivo para minimizar o impacto das contaminações nos estabelecimentos que até aquele momento tinham cumprido as regras.

“Nestes cinco anos, as principais mudanças ocorreram para as empresas de menor porte, pois as maiores ou multinacionais já estavam se regularizando, uma vez que o PMOC já era exigido. A observação das diretrizes ESG também determina o cumprimento de todas as normas, regras e leis para garantia das melhores condições ambientais, o que necessariamente remete ao PMOC”, pondera o engenheiro Arnaldo Lopes Parra, diretor da Associação Brasileira de Refrigeração Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

De acordo com o Regulamento Técnico do PMOC (Portaria 3.523/1998), para estabelecimentos com equipamentos de climatização instalados acima de 60.000 BTU/h, há a exigência de se manter um responsável técnico legalmente habilitado, cujas atribuições são determinadas em seu sexto artigo.

Segundo esta mesma Portaria, cabe ao responsável técnico elaborar o PMOC com base nas normas ABNT, tais como a NBR 13971, NBR 16401, NBR 16655, NBR 14518, entre outras, bem como considerar as especificações dos fabricantes.

“Com essas informações e com sua imprescindível experiência na área, o RT montará o quadro de atividades, de forma a atender às necessidades locais e às exigências legais, visando garantir a segurança, o bem-estar e a saúde dos ocupantes dos ambientes climatizados, proporcionando as melhores condições da qualidade do ar de interiores”, salienta Parra.

Por ser uma exigência legal, a falta ou o descumprimento do PMOC, total ou parcialmente, pode ensejar multas por infração sanitária em diversas instâncias, tais como as estabelecidas pelo código sanitário de cada município, assim como por meio do art. 9º da Portaria 3.523/1998. Este trecho aponta o descumprimento do PMOC com penalidades previstas na Lei nº 6.437/1977, a qual estabelece multas de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão, considerando gravidade da infração e porte do estabelecimento.

“Existem vários casos de interdição de estabelecimentos que reiteradamente descumprem as determinações legais, visto que em episódios mais graves haverá riscos aos ocupantes dos ambientes em condições de forte contaminação”, alerta o dirigente da Abrava.

Parra entende que, após meia década, se faz necessária a revisão dos parâmetros da qualidade do ar de interiores, que atualmente são regidos pela Resolução 9/2003, da Anvisa.

“As condições climáticas atuais, principalmente a concentração de CO2 na atmosfera, mudaram desde 1998, assim como a realização de ajustes para outros poluentes, inclusão para análise (tal como a concentração de radônio), podem melhorar a avaliação dos espaços internos. Existe ampla discussão, no momento, para estabelecermos novos limites, para modernização e revisão de valores e métodos”, ressalta o engenheiro.

Mudanças no mercado desde o início da implementação de projetos baseados na legislação de 2018 também foram notadas pela diretora da Indústrias Tosi, Patrice Tosi.

“Se antes era algo mais voltado para as centrais de água gelada, hoje em dia já serve para qualquer ar-condicionado ou obra acima de 5 TRs. Cada vez mais, as pessoas buscam o PMOC, então as empresas que querem atender corretamente têm de se adaptar e obedecer às normas. Afinal, as fiscalizações estão mais rigorosas desde sua implementação”, argumenta.

Assim como qualquer outra legislação, o PMOC ainda precisa lidar com alguns desafios, como a falta de conscientização e informação das empresas, carência de uma fiscalização mais rigorosa e efetiva e deficiência na capacitação técnica – muitas empresas não contam com esses profissionais –, que acabam tendo um custo mais elevado quando o PMOC é implementado. “Estes são alguns pontos que sabemos que precisam ser melhorados, para serem efetivos em todos os tipos de obras”, complementa Patrice.

Partindo da mesma visão, o diretor técnico da Dannenge International, Ricardo Cherem de Abreu, afirma que os principais resultados da Lei do PMOC foram, em grande parte, a estruturação e o acompanhamento dos serviços de manutenção dos ativos incluídos nos sistemas de climatização prediais, ou seja, equipamentos, infraestrutura, desempenho energético, conforto e saúde das pessoas.

“Para aqueles que adotaram o PMOC para valer, não apenas para constar, o ganho passou a ser mensurável, na medida em que se permitiram a documentação das ações de prevenção e a correção nos sistemas implementados. Em empresas com gestão de mais de um sistema, tanto para as de serviço quanto para os operadores de utilidades, o ganho ficou evidente, o que permitiu o aumento da adesão à implementação e prática do PMOC”, explica.

O empresário entende que, para fortalecer ainda mais a adoção do PMOC no mercado nacional, a fiscalização por parte dos órgãos de controle sanitário deveria ser ampliada, com a obrigatoriedade da submissão dos relatórios de avaliação para a adequada análise pelas entidades responsáveis.

“Com a obrigatoriedade da realização do PMOC, sistemas e edificações têm melhorado em qualidade, limpeza e funcionamento, melhorando os ambientes que as pessoas ocupam”, afirma o engenheiro Walter Lenzi, presidente da Ashrae Brasil.

O dirigente argumenta que entre os principais desafios para o PMOC está o fato de que todos os proprietários de edificações que possuam um sistema de ventilação e ar condicionado devem fiscalizar e manter os sistemas operando da maneira como foram projetados. “Tudo deve funcionar da forma que foram entregues, testados e comissionados no início da sua existência”, completa.

 

PMOC digital

Realidade no HVAC-R, o uso da tecnologia no trabalho com o PMOC tem sido uma importante ferramenta de trabalho para mecânicos, empresários e gerentes de serviços, a partir de aplicativos que reúnem a parte da formalização do PMOC, tal como check-list das atividades, coleta de assinaturas do cliente, executor, fotos do “antes e depois”, tudo criado na nuvem e transformado automaticamente no relatório mensal.

“Além desta parte, aplicativos sofisticados permitem controle de estoque da empresa e do carro-oficina, controle de frota, tempo dispendido em trânsito e nas atividades, incluindo geolocalização. É um grande avanço para a administração dos negócios, e permite corrigir desvios de maneira fácil e transparente”, pontua o engenheiro Arnaldo Lopes Parra.

Para o diretor técnico da Dannenge International, Ricardo Cherem de Abreu, a execução de um PMOC não requer tecnologia de ponta, nem estudo técnico suplementar, mas apenas conhecimento básico sobre os aspectos construtivos e operacionais do sistema-alvo e informações acessadas ou geradas na própria elaboração do plano. “Por esse motivo, é uma excelente oportunidade para envolver no processo as equipes de manutenção e operação do sistema”, detalha.

Nesta mesma linha, o CTO da Cadclima Engenharia, Francisco José de Abreu, entende que executar o planejado, avaliar continuamente as dificuldades encontradas e os resultados obtidos devem ter foco na busca pela melhoria de todo o processo que compõe o PMOC.

“Para isso, são fundamentais as avaliações semestrais da qualidade do ar prevista na mesma lei. Considerando as facilidades oferecidas por estas ferramentas não há desculpas para não adotá-las, uma vez que elas facilitam o trabalho dos clientes, prestadores de serviços, usuários e fiscais do processo”, completa o executivo.

Após cinco anos da implementação do PMOC, certamente ainda há muitos desafios a serem enfrentados, concordam especialistas ouvidos pela Revista do Frio. E no centro dessa nova realidade está a conscientização dos proprietários e gestores de facilities sobre a importância da manutenção adequada dos sistemas de climatização.

Tecnologias de monitoramento ampliam horizontes do HVAC-R

A intensa evolução deste segmento do HVAC-R demonstrou a crescente preocupação com a sustentabilidade ambiental e a eficiência energética, levando à invenção de equipamentos e componentes automatizados, mais precisos e inteligentes, visando minimizar o desperdício de energia e garantir um ambiente saudável e termicamente confortável para as pessoas.

Para atingir esses objetivos, players do setor do frio estão investindo em componentes automatizados e cada vez mais diminutos, com capacidade de gerenciamento a distância e dotados de inteligência artificial para gerar dados e análises.

Os sistemas atualmente embarcados em equipamentos e centrais de refrigeração e climatização têm capacidade de ajustar temperatura, umidade e fluxo de ar de forma dinâmica de acordo com as condições externas e internas.

As informações coletadas por sensores e sistemas de controle podem ser analisadas, em tempo real, para identificar possíveis problemas e evitar falhas catastróficas. Além disso, os dados de monitoramento podem ser usados para otimizar o desempenho do sistema em longo prazo, garantindo a vida útil de aparelhos, peças e componentes e reduzindo o custo total de propriedade.

“Existem hoje, no mercado, sistemas de gestão de edifícios que realizam o gerenciamento completo nas grandezas do HVAC-R, tais como temperatura, umidade, pressão do ar e/ou da água, vazão de ar e/ou de água, qualidade do ar, velocidade do ar e/ou da água e demais grandezas das disciplinas de climatização e refrigeração”, descreve o engenheiro Paulo Reis, presidente do Comitê de Normas e ESG da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

Para o dirigente, a fim de atender estes requisitos, é necessário contar com o trabalho de profissionais com a devida “expertise” na área de automação predial, “mas, acima de tudo, especificar os sistemas de fabricantes certificados e homologados”, complementa.

Este aspecto precisa ser definido nos projetos porque existem exigências específicas no gerenciamento dos sistemas de HVAC-R conforme o perfil do cliente e o tipo de edifício a ser gerenciado, por exemplo, prédios corporativos, shopping centers, hotéis, aeroportos e residências, onde o quesito principal são o controle de temperatura e a qualidade do ar, nos ambientes interiores.

“Há, ainda, os edifícios como hospitais, clínicas de análises, consultórios e escolas, onde é necessário o controle mais efetivo da temperatura e umidade e, principalmente, da qualidade do ar, além da necessidade de neutralização de agentes biológicos nocivos em aerodispersoides dos ambientes. No caso dos centros cirúrgicos, as atenções também envolvem o controle da pressão atmosférica, com a manutenção da pressão positiva”, explica Reis.

O engenheiro salienta que em edifícios de indústrias farmacêuticas, de alta tecnologia e petroquímicas, os sistemas de gestão técnica são os mais completos e complexos para as disciplinas do HVAC-R, quanto à climatização, refrigeração, ventilação, exaustão e aquecimento.

“Infelizmente, o Brasil não conta com diretivas governamentais que, no mínimo, criariam um critério ou mesmo uma classificação baseada na eficiência energética para sistemas de refrigeração e climatização e para qualidade do ar interior para climatização. O que possuímos são normas técnicas da ABNT, internacionais da ISO e IEC e recomendações e procedimentos da Abrava e/ou da Ashrae para atender os quesitos de engenharia do HVAC-R”, comenta.

De acordo com ele, “como normas técnicas e recomendações não têm o chamado ‘poder de lei’, os procedimentos e padronizações são realizados e respeitados de acordo com o interesse do cliente”, completa.

 Mercado em transição

A busca por processos capazes de aumentar a eficiência energética dos equipamentos e o impacto ecológico das instalações da cadeia produtiva do frio colocou este setor, atualmente, em uma fase de transição de tecnologias.

Na Coel, por exemplo, a família de controladores de temperatura E34B, ET1 e ET3 dispõe de uma confiável conectividade embarcada, uma tecnologia que conquistou inclusive a confiança da Coca-Cola Company. A multinacional norte-americana decidiu usar esses controladores nos refrigeradores comerciais instalados em pontos de venda no Brasil e na América Latina, obtendo informações importantes sobre o funcionamento dos equipamentos em campo.

“A avaliação dos dados obtidos, como a análise das entradas, saídas e alarmes de funcionamento, permite a efetividade do uso do refrigerador, bem como uma melhor tomada de decisão na estratégia comercial do cliente”, revela o engenheiro Fernando Lemos, gerente de desenvolvimento de negócios da empresa.

O gestor destaca que a Coel também tem uma linha completa de controladores de temperatura e processos para o segmento de refrigeração e automação industrial, formada pela linha nanoPAC, que oferece uma plataforma modular para atender projetos de maior complexidade. Além disso, para o acompanhamento de falhas no equipamento ou na instalação, seus produtos são dotados de um conjunto de alarmes que permite melhor ação corretiva em campo.

“O mercado brasileiro tem um potencial gigantesco de modernização dos sistemas de controle nos segmentos que formam o HVAC-R, e estamos acompanhando de perto esta evolução. Entre essas transformações, estão as soluções focadas em retrofit, as quais permitem uma instalação fácil para sistemas que já estão em operação”, destaca Lemos, enfatizando que a companhia brevemente lançará produtos com novos protocolos de comunicação, permitindo ao cliente a escolha do padrão que melhor atenda o seu projeto.

Pensamento similar sobre a incorporação de novas tecnologias no setor tem vendedor externo Alex Pagiato, lotado no Departamento de Food Retail da dinamarquesa Danfoss. De acordo com ele, geralmente os clientes buscam soluções tecnológicas para minimizar impactos de perdas em sua cadeia.

“Mas, o que podemos constatar é que eles não desejam fazer o monitoramento, mas sim os benefícios que ele proporciona. Monitorar não significa dizer que todos os problemas vão desaparecer, mas sim, vão ser evidenciados, e para isso, ações terão de ser tomadas para alcançar performance. As tecnologias atuais proporcionam aos clientes desde o controle de temperatura em balcões, geladeiras etc. que podem garantir a qualidade de produtos comercializados como gerar alarmes que reduzem tempos de paradas”, comenta.

Hoje, a Danfoss oferece automação para todos os segmentos em que atua. Para refrigeração comercial, tem a linha ERC, que são controladores para geladeiras de bebidas, freezers horizontais, e entre as várias funções de controle, destaque para a economia de energia sobre o controle de abertura de portas e da frequência com que clientes passam em frente ao expositor.

Além disso, dispõe de uma função específica que indica se há algum problema com o sistema, o que tem reduzido a quebra de compressores neste segmento, garantindo a qualidade dos produtos expostos dentro dos equipamentos.

Para as centrais frigoríficas, há tecnologias como o modelo AK-PC 551, o qual possui um software de controle com alguns algoritmos específicos para compressores e dos ventiladores do condensador. “Ele traz também a possibilidade de controlar um chiller pensando na demanda com sistemas com glicol, otimizando a condensação de acordo com o delta T do condensador como uma das suas maiores virtudes”, descreve Pagiato.

No caso dos sistemas com CO2, a multinacional oferece o controlador AK-PC783A, que, além de controlar todo o sistema do frio, é capaz de analisar o balance de carga do sistema e entregar a melhor performance possível de acordo com a demanda. Ele também controla os periféricos, como bomba e aquecimento de água.

Para o controle de evaporadores, o modelo AK-CC55 é capaz de controlar válvulas de expansão eletrônica (AKVP-pulso ou a ETS-motorizada) e traz uma interface bluetooth para comunicação com o celular para facilitar a configuração, o comissionamento e a manutenção.

“Em uma instalação com muitos evaporadores, essa interface facilita a programação em massa, pois pode ser usada como um arquivo eletrônico armazenando as configurações e pode compartilhar a programação com outros controladores”, afirma.

A Danfoss dispõe ainda em seu portfólio o modelo EKE400, controlador para evaporadores aplicados com amônia. Já a linha MCX é formada por controladores programáveis.

Para todo o sistema, a empresa tem o gerenciador AK-SM-880A, que interliga todos os controladores que estão no sistema de refrigeração, ar-condicionado, medição de energia, dentre outros. Ele realiza leitura e armazenamento de dados (registros), gerenciamento de alarmes por nível de criticidade.

 Vanguarda

Assim como os demais concorrentes, a Carel também acelera em direção a tecnologias de vanguarda. Atualmente, a companhia oferece a família de supervisórios Boss, que atendem desde pequenas instalações (15 dispositivos) até grandes plantas (300 dispositivos).

“Nosso portfólio também oferece serviços de monitoramento remoto, como a plataforma IoT Tera, que pode monitorar até dez dispositivos por CloudGate com conectividade 4G integrada, ideal para pequenas instalações e locais onde não há provedor de internet disponível”, ressalta o engenheiro Rafael Valsani Leme Passos, analista pleno de suporte técnico.

O gestor projeta como principal tendência os serviços de computação em nuvem para HVAC-R, que agregam valor às instalações onde cada dispositivo pode ser conectado à internet, gerando dados importantes para o gerenciamento da planta.

“O registro de dados e a sua análise são fundamentais durante o processo de gerenciamento de plantas e instalações de HVAC-R. A partir dos dados coletados, é possível fazer análises de eficiência, otimização de funcionamento de máquinas por meio do ajuste de parâmetros e também detectar anomalias, tais como pequenas fugas de refrigerante”, exemplifica Passos, citando que a tecnologia pode otimizar remotamente o processo de degelo de balcões frigoríficos somente analisando a tendência de funcionamento do equipamento no sistema de supervisão.

A Carel contra-ataca no mercado com a plataforma em nuvem RED Optimise, que integra múltiplos supervisórios em um só portal, onde os dados de cada instalação são processados, gerando estatísticas, dashboards e alarmes. Por meio de um algoritmo avançado, a plataforma é capaz de identificar em cada instalação pontos de otimização, traduzindo em economia de energia.

Igual velocidade na tomada de decisões também permeia o dia a dia na Full Gauge Controls, conforme esclarece o diretor Antonio Gobbi. A empresa tem hoje uma linha com 147 produtos, além do software de gerenciamento remoto Sitrad PRO.

“Demos um grande salto migrando dos termostatos mecânicos para os controladores digitais. Depois, tivemos outra grande evolução com os softwares de gerenciamento e suas versões mobiles”, afirma Gobbi, para quem o futuro do setor pode estar ligado a tecnologias como Metaverso e ChatGPT, que em algum momento poderão oferecer soluções dentro do HVAC-R.

Avanços integrados

O avanço dos equipamentos integrados às tecnologias como 5G, Internet das Coisas (IoT), realidade aumentada e inteligência artificial está cada vez mais forte e veloz, e esta realidade também tem transformado o modelo de negócios de muitos players.

Nesta área tecnológica, especialistas acreditam que na utilização em definitivo e exclusivamente dos chamados controladores DDC, dedicados à gestão técnica de edifícios.

Os controladores são dedicados e distintos para cada finalidade. Para climatização, possuem características específicas e próprias para o controle total das condições do ambiente interior, e os controladores para refrigeração específicas para a geração e controle do frio.

“Hoje já são uma realidade no Brasil, estando disponíveis os sistemas de gestão técnica de edifícios com as mais novas tecnologias com 5G, IoT, backup em nuvem e segurança cibernética, e alguns até realidade aumentada, e a previsão é a de que até 2030 já ter sido incorporada à inteligência artificial”, comenta o engenheiro Paulo Reis, presidente do Comitê de Normas e ESG da Abrava.

Exemplo deste movimento, a multinacional Danfoss investiu na plataforma Alsense, que é uma solução de IoT para varejo alimentar e o mais recente lançamento em nuvem da empresa para supermercados e aplicações de varejo de alimentos.

“Trata-se de um portal escalonável e seguro para otimizar o desempenho das operações de varejo de alimentos, com uma tecnologia que pode ajudar a alcançar as eficiências necessárias, pois a solução Alsense permite rastrear facilmente o desempenho dos equipamentos de refrigeração que estão conectados ao gerenciador AK-SM880A, responder a alarmes, integrar monitoramento 24 horas por dia, sete dias por semana, reduzir o consumo de energia e muito mais – tudo em uma plataforma moderna e integrada”, detalha o vendedor externo Alex Pagiato, do Departamento de Food Retail.

“Acho que os hardwares terão menos responsabilidade direta sobre o controle e mais em compartilhar com a nuvem os dados do equipamento/instalação e os algoritmos ou as IAs ficarão em nuvem enviando comandos para os hardwares nas plantas. Os sistemas de gestão devem sair fisicamente das plantas e ficar na nuvem”, aposta o gestor.

Na mesma linha de pensamento, a Carel aposta na integração a serviços de IoT, inteligência artificial e Internet móvel por meio do sistema de supervisão Boss e também pelos sistemas de integração a serviços baseados na nuvem.

“Um sistema de água gelada pode ser integrado facilmente a serviços de IoT e monitoramento remoto com Internet móvel a partir do CloudGate. A integração dos dispositivos a serviços de computação impacta de maneira positiva o dia a dia dos clientes, uma vez que as instalações podem ser monitoradas e gerenciadas de forma totalmente remota”, arremata o engenheiro Rafael Valsani Leme Passos, analista pleno de suporte técnico.

Por fim, o engenheiro Fernando Lemos, gerente de desenvolvimento de negócios da Coel, entende que, no aspecto do controle de temperatura, o mercado oferece uma extensa gama de soluções. “Mas, quando abordamos essas novas frentes de conectividade de inteligência artificial, notamos que há muitas oportunidades a serem exploradas”, vislumbra.