Sistema frigorífico com propano (R-290) | Foto: Nando Costa/Pauta Fotográfica

IEC rejeita aumento de carga inflamáveis em sistemas frigoríficos

Em uma votação concluída na última sexta-feira (12), a Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC, em inglês) rejeitou a proposta para aumentar de 150 g para 500 g o limite de carga de fluidos refrigerantes inflamáveis (A3) em unidades independentes de refrigeração comercial.

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A votação encerrou um processo de longas fases que muitos esperavam que resultasse em um limite de carga mais alto para substâncias como o propano (R-290) sob a norma IEC 60335-2-89.

Segundo reportagem do site Hydrocarbons21, a demanda pode ser colocada em pauta novamente, embora o destino dessa questão não esteja claro no momento.

A votação do projeto final de revisão da norma, conhecido como Final Draft International Standard (FDIS), foi encerrada antes do último voto. Do total de 35 votos emitidos pelos comitês nacionais, nove (25,7%) votaram contra – para a proposta a ser promulgada, os votos contrários não poderiam exceder 25%.

O resultado da votação foi recebido como um grande revés para muitos que viam nessa mudança uma forma de impulsionar o mercado de hidrocarbonetos (HCs) na refrigeração, ressaltou a reportagem.

“Estamos muito desapontados com a notícia, especialmente pela derrota ter ocorrido por uma margem tão pequena”, disse Danielle Wright, diretora executiva do Conselho Norte-Americano de Refrigeração Sustentável (NASRC), que apoiou fortemente o aumento do limite de carga para 500 g.

“Contudo, perder por um só voto indica que a mudança de limite de carga para HCs é uma questão de ‘quando’, e não ‘se’, ela será aprovada no futuro”, acrescentou.

Desde 2014, o subcomitê SC 61C vinha trabalhando para atualizar a IEC 60335-2-89. “Eu esperava que a votação fosse exitosa”, disse Marek Zgliczynski, presidente do SC 61C e diretor de pesquisa e desenvolvimento da Embraco.

“A quantidade de recursos dedicados ao desenvolvimento do novo padrão foi grande, e todo esse trabalho não deu frutos”, lamentou.

Segundo o cientista, a revisão da norma permitiria que um único circuito de 500 g de HC fosse empregado em equipamentos frigoríficos maiores, no lugar de múltiplos circuitos usando não mais que 150 g de refrigerante.

No entanto, mesmo com o limite de 150 g, os sistemas com HCs proliferaram em todo o mundo e estão se tornando cada vez mais comuns em supermercados e restaurantes.

“Com 150 gramas você pode fazer um sistema de até 1,5 kW [0,4TR] em uma unidade de temperatura média”, observou Zgliczynski. Usar vários compressores conforme necessário em um gabinete maior “não é uma solução ruim”, acrescentou.

Se o limite de carga de HCs mais alto fosse aprovado, ele serviria de modelo para que os países adotassem seus próprios padrões. “Agora, não espero que nenhum país desenvolva seu próprio padrão local para resolver esse problema”, ressaltou.

Se tivesse sido aprovada, a emenda à norma também teria aumentado de 150 g para 1,2 quilo o limite de carga de refrigerantes classificados como levemente inflamáveis (A2L). “Apenas sistemas muito pequenos podem operar com 150 g de A2L”, disse.