Em Recife, leis preveem climatização em todos os ônibus até 2023

O Recife sancionou neste ano uma lei que obriga a climatização dos ônibus que circulam na capital e o estado aprovou, no início do mês, na mesma linha, uma lei que determina a instalação de ar-condicionado nos coletivos da Região Metropolitana, ainda a ser sancionada pelo governador Paulo Câmara.

Nos dois casos, as legislações dão um prazo até 2023 para as empresas de transporte público de passageiros substituírem os veículos com mais de oito anos de vida útil por modelos refrigerados. A média de idade atual da frota é de 4,7 anos. De um total de 2,7 mil ônibus, só 397 têm ar-condicionado, entre BRT e convencionais. A prioridade é atender as linhas perimetrais e radiais.

O passageiro Bruno Henrique, 21 anos, aprendeu que a sombrinha é boa companheira em dias de chuva ou sol. “Está muito quente e a gente tenta se proteger como pode”, revelou. Não é difícil encontrar pessoas dentro dos ônibus procurando amparar o sol com as mãos. A auxiliar de enfermagem, Eleuza Gonçalves, 45 anos, procura sentar no ônibus no lado da sombra, mas nem sempre é possível. “As cadeiras com sombra são as primeiras a serem ocupadas, mas quando fico do lado do sol eu cubro o rosto com mão”, disse.

Para o meteorologista da Apac, Thiago Vale, as temperaturas recordes costumam ocorrer no período em que há poucas nuvens e baixa umidade. “A sensação térmica é ainda maior em áreas com muito asfalto e com mais prédios. Além da dificuldade de circulação do vento, o asfalto retém mais calor. É bem diferente a sensação térmica de quem está no Parque 13 de Maio para quem está na Conde da Boa Vista”, comparou.

A lei que falta ser sancionada pelo governador determina a substituição dos ônibus com mais de oito anos de vida útil. Desses, pelo menos 70% dos que entrarão em uso entre 2020 e 2023 terão que ser equipados com ar-condicionado. A obrigatoriedade vale para todos os veículos da Região Metropolitana do Recife.

“As principais demandas que os usuários apontam são relacionadas à melhoria do transporte público são aumento de velocidade e menor tempo de deslocamento, mais conforto e terceiro mais segurança. Então o projeto de climatização vai no sentido de ampliar o conforto nesse trajeto que o usuário tem que fazer e a que a gente sabe que vai ter se somar a outras iniciativas”, destacou Marcelo Bruto, secretário das Cidades.

Custos

Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE), disse que “o conforto térmico aparece como a 16ª preocupação dos passageiros, mas a climatização da frota pode ajudar a aliviar os efeitos das altas temperaturas da cidade, em especial nos meses do verão”. Ainda segundo a nota “o projeto deve ser complementar às medidas que garantem maior regularidade ao sistema”.

O sindicato também aponta que a climatização também deverá trazer “impacto nos custos de operação, em especial nos insumos de manutenção e consumo de combustível. Logo, as empresas aguardam a orientação do órgão gestor sobre a especificação para renovação da frota e ampliação da oferta de serviço com ar-condicionado”.

Temperaturas

34 graus