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Profissionais do frio comemoram Dia do Refrigerista

Se por um lado, a pandemia do novo coronavírus, que desde março vem ceifando vidas e empregos, agravou os imensos problemas socioeconômicos brasileiros, de outro, passou a evidenciar a importância de uma gama de profissionais, como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, entregadores de delivery e, claro, os técnicos da área de refrigeração e ar condicionado.

O Dia do Refrigerista, celebrado informalmente hoje (7) pela indústria e comércio de refrigeração e ar condicionado; o Dia Mundial da Refrigeração, efeméride criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) no ano passado e celebrada em 26 de junho; e o Dia da Refrigeração, comemorado em 20 de junho na cidade e no estado de São Paulo, também evidenciaram a relevância da profissão nas últimas semanas.

Ademais, ano após ano, a categoria vem ganhando mais reconhecimento, se fortalecendo no mercado e, cada vez mais, procurando se capacitar e conquistando direitos, especialmente por meio de meio de instrumentos legais que regulam sua atuação.

Em meio ao surto da covid-19, os refrigeristas têm mostrado por que são uma classe de trabalhadores essenciais, especialmente para os serviços de instalação e manutenção de sistemas de ar condicionado em unidades hospitalares e de câmaras frias para estocagem de vacinas e medicamentos.

“Eles são, em todos os sentidos da palavra, imprescindíveis para a sociedade, principalmente agora”, avalia o engenheiro Arthur Ngai, gerente de marketing e desenvolvimento de negócios da Chemours na América Latina.

“Ventilação e filtragem de ar adequadas asseguram a boa qualidade do ar interno (QAI) nas edificações de uso público e privado, o que é crucial no combate à pandemia da doença respiratória”, diz.

“Por outro lado, nosso setor desempenha um papel fundamental na cadeia de distribuição de produtos alimentícios e farmacêuticos refrigerados”, completa Ngai, lembrando que, “nestes tempos difíceis, os refrigeristas têm trabalhado arduamente para manter chillers, túneis de congelamento, câmaras frigoríficas, refrigeradores e demais equipamentos do gênero a funcionar plenamente em fábricas, instalações hospitalares, supermercados e outros empreendimentos classificados como essenciais”.

“Afinal de contas, quando um equipamento de refrigeração ou climatização falha, os técnicos de serviços precisam consertá-lo ou substituí-lo o mais rápido possível”, justifica.

O presidente do CFT, Wilson Wanderlei Vieira, também avalia que a atuação dos técnicos, sejam da área de refrigeração e ar condicionado, mecânica ou eletromecânica, é de primeira importância para a entrega de um serviço de excelência à sociedade.

“Celebramos o Dia do Refrigerista e damos os parabéns a todos esses profissionais pelos serviços de altíssima importância prestados”, frisa o presidente da entidade de classe que há anos era sonhada pela grande maioria dos técnicos.

Atuação dos técnicos é de primeira importância para a entrega de um serviço de excelência à sociedade, Wilson Wanderley Vieira, presidente do CFT | Foto: Divulgação

Conquistas da categoria

As conquistas dos profissionais da refrigeração continuam em todos os lados. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o Sindicato dos Trabalhadores em Refrigeração, Aquecimento e Tratamento do Ar (Sindigel-RS) obteve uma “convenção coletiva inédita para a categoria, completa como nunca antes no estado”, de acordo com o presidente da entidade, Adriano Porto Benevides.

O líder sindical lembra que, anteriormente, os trabalhadores gaúchos não tinham a guarida de uma organização representativa, uma vez que estavam pulverizados em outras entidades que não entendiam as demandas da categoria nem buscavam atendê-las. “A nossa convenção está trazendo muitos direitos para o trabalhador da área, que merece todas as congratulações pelo seu dia”, complementa Benevides.

Futuramente, os refrigeristas poderão ter outras conquistas. Isso porque o Sindigel-RS e o Sindgel-CE – presidido por Agenor Lopes da Silva – estão atuando conjuntamente em um grupo de trabalho em Brasília, montando uma comissão para dialogar com a Câmara dos Deputados, com o objetivo de transformar o refrigerista num profissional ainda mais reconhecido.

Conquistas dos profissionais da refrigeração continuam em todos os lado, diz Adriano Porto | Foto: Arquivo Pessoal

O novo patamar dos refrigeristas na sociedade também pode ser visto em iniciativas mais estruturais, como a do Sindicato dos Refrigeristas no Estado de São Paulo (Sindigel Paulista) e do Conselho Nacional dos Trabalhadores Refrigeristas (CNTR).

A ideia é que haja a mudança da palavra “trabalhador” para “técnico” na nomenclatura de ambas as entidades, cuja reformulação atende às novas exigências da estrutura sindical brasileira.

Esse processo é defendido pelo presidente de ambas as entidades, Sérgio Fernandes. Segundo ele, porém, o Dia do Refrigerista deveria ser comemorado não em 7 de julho, mas sim um mês antes.

Fernandes lembra que a ata de fundação da cooperativa designada Associação dos Refrigeristas, Técnicos em Lava Roupas e Ar Condicionado de Campinas e Região, “a primeira entidade de profissionais do setor no Brasil, foi registrada em 7 de junho de 1983, conforme publicado na então revista Bola Preta, editada pela Embraco”.

“O comércio precisa respeitar essa conquista e, nesse caso, se necessário, fazer a devida correção. Afinal, é uma data histórica e não vamos abrir mão dela”, afirma.

“Para uma data comemorativa existir, é necessário um acontecimento ou uma causa. Não sei quem mudou o Dia do Refrigerista para julho, mas vamos lutar pela correção, divulgando essa informação histórica”, acrescenta.

Dia do Refrigerista deveria ser comemorado em 7 de junho, e não hoje, diz o presidente do Sindicato dos Refrigeristas no Estado de São Paulo, Sérgio Fernandes | Foto: Arquivo pessoal

Oficialmente, o Brasil aderiu à Convenção de Viena e ao Protocolo de Montreal sobre Substâncias Destruidoras da Camada de Ozônio em 7 de junho de 1990. Muitos dizem que, também por isso, o Dia do Refrigerista costumava ser celebrado nessa data até alguns anos atrás.

Foi também no início dos anos 1990 que, por sugestão do jornalista Oswaldo Moreira (in memoriam), fundador da Revista do Frio, o deputado estadual Mantelli Neto apresentou à Assembleia Legislativa de São Paulo o projeto de lei (PL) que instituiu no calendário de datas comemorativas do estado o Dia da Refrigeração, celebrado em 20 de junho desde 1995.

À época, o parlamentar justificou “que seria de justiça reconhecer a inegável importância do ar condicionado e o papel da refrigeração como elemento-chave do progresso e desenvolvimento da humanidade”.

Um PL apresentado à Câmara Federal em 1992 pelo então deputado Fábio Meirelles tentou estabelecer 20 de junho como Dia Nacional da Refrigeração, mas acabou sendo arquivado.

Em 1997, o deputado federal Arnaldo Faria de Sá reapresentou à mesa diretora da Casa o PL do colega, alegando que “é realmente inegável a importância da refrigeração na vida do cidadão e da sociedade”, e que o segmento “tem prestado relevantes serviços à causa pública”.

Depois de mais de 20 anos de tramitação, o PL foi arquivado novamente, em janeiro do ano passado. Enfim, a indústria do frio continua sem o merecido reconhecimento de sua relevância em nível nacional, mas, logicamente, motivos não faltam para os profissionais do setor comemorarem hoje, ou em qualquer outra data do calendário, o seu dia.

Dia do Refrigerista valoriza profissão dos técnicos, diz Carmosinda Santos | Foto: Nando Costa/Pauta Fotográfica

Profissão valorizada

Uma das mais respeitadas técnicas em refrigeração e ar condicionado do mercado nacional, Carmosinda Santos salienta que o Dia do Refrigerista serve para valorizar uma das profissões mais importantes para a sociedade.

“Basta tirar da nossa vida tudo o que envolve refrigeração, como a produção de cerveja e iogurte, a estocagem de carne e legumes congelados, e tudo ficará mais difícil. Até mesmo a embalagem plástica que envolve os produtos necessita passar por um sistema de refrigeração durante sua produção. Fora da área alimentícia, temos os sistemas de refrigeração dos grandes data centers, imprescindíveis para a transmissão e armazenagem de dados. A refrigeração está presente em praticamente todos os locais com circulação de pessoas, como shopping centers, ônibus, hospitais, enfim, em tudo”, diz.

A técnica lembra que a refrigeração faz parte da evolução da sociedade, e os bons profissionais acordaram para essa realidade e entenderam que é importante realizar os procedimentos corretos e estabelecer normas técnicas para o exercício do trabalho.

A mesma visão tem Deivi Homem, outro profissional do mercado, para quem não há mais espaço para se discutir a importância da refrigeração e da climatização para pessoas e empresas.

No Dia do Refrigerista, “lembramos de um dos profissionais mais importantes do mundo moderno, visto que hoje ninguém consegue mais sobreviver sem um ambiente climatizado, seja para a conservação de alimentos e processos de produção na indústria de medicamentos e fábricas em geral. O mesmo vale para o controle de temperatura em centros de usinagem ou a climatização de ambientes residenciais e comerciais”, comenta.

Sua colega de profissão, a técnica em refrigeração e climatização Marilon Barbosa entende que, em meio ao grave momento pelo qual o País atravessa, o profissional do HVAC-R será lembrado também pelos serviços essenciais prestados à sociedade.

“Um deles é o PMOC, que visa eliminar o risco de doenças causadas por fungos, ácaros e bactérias presentes nos sistemas de climatização, quando não existe uma rotina de manutenção adequada”, argumenta.

Da mesma forma como ocorre em diversos outros setores da economia, o mercado do frio tem, no avanço das tecnologias de refrigeração e climatização, uma de suas maiores tendências para os próximos anos.

“E esse progresso vem exigindo que os profissionais busquem mais conhecimento, frequentando cursos, treinamentos, redes sociais e sites, mas como não poderia deixar de ser, a maior dificuldade encontrada pelos técnicos na hora de capacitar-se é que nem todos têm acesso a todas essas oportunidades”, pondera Marilon, reconhecendo que vontade de fazer a diferença na sociedade é uma virtude que não falta aos refrigeristas brasileiros.

Vontade de fazer a diferença na sociedade é uma virtude que não falta aos refrigeristas brasileiros, diz a técnica Marilon Barbosa | Foto: Nando Costa/Pauta Fotográfica

Com atribuições reconhecidas, técnicos em mecânica podem fazer PMOC

Repudiada pelos conselhos de engenheiros, resolução do CFT amplia atuação de profissionais.

Processo há anos aguardado por parte dos profissionais do setor do frio, a aprovação das prerrogativas e atribuições dos técnicos industriais com habilitação em mecânica virou realidade.

As definições fazem parte da Resolução nº 101, emitida pelo Conselho Federal dos Técnicos Industriais (CFT) e publicada no Diário Oficial da União de 4 de junho.

De acordo com a legislação, os técnicos em mecânica podem elaborar e executar Planos de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) em sistemas de climatização de ambientes.

Para efeito do exercício profissional, encontram-se entre as atribuições desses profissionais ações para: conduzir, coordenar, gerenciar, executar e os trabalhos de sua especialidade; operar máquinas e equipamentos dentro de sua especialidade; elaborar especificações e laudos técnicos, vistoriar, projetar, dimensionar, comissionar, testar, prestar manutenção, elaborar procedimentos técnicos, instruções de trabalho, gerenciar máquinas e sistemas mecânicos em geral; elaborar especificações e laudos técnicos, projetar e dimensionar equipamentos mecânicos. A lista continua na Resolução.

“A legislação vem para dar autonomia ao técnico sobre aquilo que ele já pratica no dia a dia. Será um estímulo para que os profissionais busquem cada vez mais capacitação, visto que o nosso mercado é dinâmico, está sempre se atualizando e evoluindo, a exemplo do segmento de fluídos refrigerantes”, afirma Carmosinda Santos, técnica em refrigeração e ar condicionado formada pelo Senai-SP.

De outro lado, os conselhos federais de engenharia não gostaram dessa nova legislação. Em nota oficial intitulada “CFT extrapola atribuições em resolução”, o Crea-GO, por exemplo, se posicionou contra a Resolução nº 101.

“Ao elencar supostas atribuições de técnicos industriais com habilitação em mecânica, a resolução extrapola a formação dos profissionais de nível médio, pretendendo conferir a estas atribuições, que são exclusivas de engenheiros mecânicos, profissionais de nível superior”, diz a nota.

Mais adiante, a entidade enfatiza que, “enquanto Conselho que regulamenta o exercício de profissionais das Engenharias, Agronomia e Geociências em Goiás, o Crea-GO, em solidariedade ao Confea, manifesta seu repúdio à resolução que, ao atribuir atividades a profissionais sem a formação adequada, coloca em risco toda a sociedade”.

E finaliza o texto, salientando que, “como sempre fez, a autarquia continuará fiscalizando o exercício das profissões do Sistema e não hesitará em autuar aqueles que não têm a capacidade técnica de exercer determinadas atividades, exorbitando suas funções e colocando a sociedade goiana em risco”.

Para Carmosinda, o próprio Conselho desconhece qual é a real atividade do técnico em campo atualmente, já que ele trabalha exposto aos riscos da profissão, como a manipulação de vasos de pressão e de processos que envolvem energia elétrica, brasagem e intervenção em infraestrutura predial.

“A Resolução nº 101 tirou da ilegalidade a atividade que o técnico já exercia até então, continuamente exposto aos riscos e sem autonomia. Não tinha responsabilidade técnica sobre aquilo que fazia”, reforça.

Respeitada no mercado e reconhecida por romper barreiras, Carmosinda frisa ainda que hoje o engenheiro emite a ART e faz o descritivo do trabalho, mas, na prática, acaba não o executando.

“Com exceções, a maioria não sabe executar determinados trabalhos que o técnico faz habitualmente. Nossas resoluções precisam estar atualizadas com a realidade do mercado, que cresceu demais nos últimos anos, e o Sistema Confea/Creas não acompanhou”, complementa.

Do Recife para o Brasil, Saulo Maia Vieira é referência no Nordeste

Carismático e com visão de futuro, Saulo Maia Vieira, nascido no Recife (PE), aos 38 anos conquistou o respeito e a admiração de muitos profissionais do mercado de climatização e refrigeração. Fissurado em ferramentas, hoje está à frente da SMV Climatização e Elétrica, empresa de referência na Região Nordeste e conhecida em todo o Brasil. Ganhou visibilidade através das redes sociais fazendo vídeos dos seus serviços e tutoriais para o uso de ferramentas, ensinando seus seguidores a prática correta de instalação, o uso de ferramentas adequadas, tirando dúvidas e ajudando quem está iniciando na profissão.

Técnico em eletrônica, eletrotécnico eletricista predial, e mecânico em refrigeração, ele investiu em conhecimento e se diz um apaixonado por ferramentas, tanto que, sua oficina é de encher os olhos. Há quem diga que ele é “o homem das ferramentas”, adquirindo o que tem de mais moderno no mercado, considerado campeão na demonstração de como utilizá-las por meio de seus vídeos pela internet.

 

Venceu muitos desafios, atraiu os olhares de grandes fabricantes do setor, e hoje faz parte do Esquadrão do Clima LG, percorrendo o Brasil, ministrando cursos e treinamentos.

Após 29 anos trabalhando numa empresa, buscou conhecimento, mudou de profissão e abriu seu próprio negócio. Saulo conta que foi um grande desafio abrir sua empresa no ramo e ganhar espaço num mercado tão concorrido.

“Antes de trabalhar com ar condicionado, até 2014 atuava como eletrotécnico, eletricista predial na Play Toy, empresa de equipamentos para diversões eletrônicas. Por essa firma, participei de várias obras, adquirindo uma ótima base de eletroeletrônica, graças aos setores de manutenção nos equipamentos.

Um certo dia, o ar condicionado da minha residência deu problema e precisei chamar um técnico de manutenção para sanar um gotejamento. Após a primeira visita, o problema continuou e ele teve que retornar várias vezes, pois o serviço não tinha sido executado de forma correta. Foi aí que calculei o tempo de serviço que ele havia me cobrado e a execução do mesmo, e percebi que era vantajoso atuar nessa área. Comecei a fazer cursos profissionalizantes nível A como mecânico em refrigeração e me especializar em serviços de manutenção para ar condicionado. Em 2015, ingressei no Centro de Estudos Freudianos do Recife – CEF, cursando mecânica em refrigeração e especialização em inverter. Paralelamente, busquei me atualizar em cursos específicos de grandes fabricantes como LG, Daikin, Midea Carrier, Trane, Elgin, entre outros. Participei de muitos treinamentos dedicados oferecidos por essas empresas e como sempre gostei muito de ferramentas, com uma ótima base em eletrônica, fiz especialização na ETP – Escola Técnica Pernambucana, e comecei a atuar como prestador de serviços em equipamentos de ar condicionado na área de climatização. Me dediquei a fazer diversos cursos de inverter em São Paulo (SP), e o primeiro foi na Academia LG de Ar Condicionado. Lá, fiz cinco cursos e vários treinamentos; na Daikin, fiz o de credenciador; e na Trane participei de diversos treinamentos. Fui me especializando cada vez mais e adquirindo grande conhecimento, integrando as áreas complementares da climatização, como comandos elétricos, elétrica predial, drywall, e assim, me aperfeiçoando cada vez mais. Me destaquei com postagens nas redes sociais e o mercado passou a me ver com outros olhos, além de um simples instalador, mas como profissional que ensinava as boas práticas para uma instalação correta, agregando o ar condicionado a outras utilidades prediais. As redes sociais me ajudaram muito a divulgar meu trabalho. Hoje tenho centenas de seguidores no Instagram que me contratam por meio dessa rede. Como sempre gostei de ferramentas, investi nessa área. As ferramentas, além de facilitar o trabalho, proporciona agilidade e perfeição à instalação”, diz Saulo.

Em 2019, através das mídias, o Esquadrão do Clima da LG começou a acompanhar seu trabalho e fez o convite para integrar o grupo.

“Hoje faço parte do Esquadrão do Clima LG, me tornando uma das referências no Recife e em várias cidades do Brasil. Ganhei maior visibilidade no mercado de HVAC. Isso me possibilitou fazer muitas viagens, como para o Panamá, onde fiz um treinamento pela Academia da LG daquele país. Depois dessa viagem, começamos a viajar por todo o Brasil através da Expedição do Clima LG, realizando treinamentos nas principais capitais. O Esquadrão do Clima tem por missão ajudar ao próximo, e assim, levamos conhecimento a várias pessoas, contribuindo para a melhoria da mão de obra qualificada. Também estamos à disposição para tirar dúvidas e auxiliar os técnicos do setor através da internet”, revela.

Saulo faz questão de trabalhar com ferramentas modernas em sua oficina

Mercado exigente

“Em 2016, dei um grande passo, criando minha marca, a SMV, tornando-se referência no mercado de climatização em Recife (PE). A SMV é dedicada a instalação, manutenção, projetos e infraestrutura para linhas residencial e comercial leve. Hoje, o mercado de climatização é promissor e exigente, por isso, estamos preparados e atualizados para atender as expectativas dos nossos clientes. Com a chegada da tecnologia Inverter, o mercado tornou-se mais exigente na questão da mão de obra qualificada, e o grande desafio atualmente é manter um preço justo, com instalação padrão, usando as melhores ferramentas que há no setor de climatização e refrigeração, porém, ainda é muito comum a política de preços bem abaixo do mercado”, enfatiza o diretor da SMV.

Nos quatro anos à frente da SMV, ele cita várias obras que participou instalando equipamentos de climatização de linhas residencial e comercial leve no Recife, como a Ruplastic – Indústria de Embalagens, instalando 26 equipamentos; Nipoflex Linhas de Crédito, 15 equipamentos; em diversos condomínios residenciais; e se destacando em 2018 e 2019 como instalador oficial LG na CasaCor Recife.

“Além de instalar os equipamentos, também faço o PMOC para algumas instalações e estamos prospectando novos contratos, uma vez que o plano de manutenção, operação e controle dos sistemas de climatização passou a ser obrigatório por lei. O mercado de ar condicionado em Pernambuco ainda está se adaptando a essa nova lei e acredito que esse mercado irá crescer muito, não só em Recife, mas na região Nordeste em geral”, comenta Saulo.

Ele acrescenta que, ainda neste semestre, serão realizados vários treinamentos dedicados às novas tecnologias como o VRF, uma área mais qualificada nível A, voltado a linha empresarial, e oferecer mais um tipo de serviço ao mercado.

“Hoje, muitos fabricantes necessitam de mão de obra qualificada e estamos buscando conhecimento e qualificação, proporcionando aos nossos clientes um serviço de qualidade através de boas práticas de instalação, com manutenções preventivas, garantindo maior vida útil dos equipamentos, além de contribuir para a eficiência energética das edificações”.

Cristão, torcedor fanático do Sport Clube Recife, casado com Fabiane há 20 anos, pai do Saulo Junior, com 19 anos; de Selton, com 17 anos; e de Samara, com 15 anos; Saulo deixa um recado para os profissionais que estão ingressando no mercado: “Procure sempre investir em conhecimentos, ferramentas e ajudar o próximo. Siga com confiança, faça um trabalho bem feito, com qualidade e perfeição. Só assim você criará um leque de clientes bem sólido, ganhando credibilidade e fidelidade. A maior propaganda ainda é o boca-a-boca, e se fizer um serviço perfeito, não faltarão indicações e recomendações”, finaliza.

Ricardo Viana, o novo influenciador digital do HVAC-R

O refrigerista Ricardo Viana é um desses fenômenos que, de vez em quando, surgem no HVAC-R nacional, geralmente impulsionados por aplicar novos estilos de trabalho e de atendimento ao cliente, característica que acabou levando-o à condição de influenciador digital nas redes sociais, onde começou a despontar em 2017.

Incentivado por colegas que já estavam se comunicando com o mercado por meio do YouTube, o profissional começou a fazer e postar conteúdos com cada vez mais frequência no canal Viana Manutenção, onde já publicou até hoje cerca de 500 vídeos com dicas, informações e tutoriais sobre refrigeração, elétrica, hidráulica, mecânica e construção civil.

Os vídeos viralizaram de tal forma que Viana ficou bastante conhecido, a exemplo de seus colegas dos canais Job Refrigeração e Leo Alfatech. Para se ter uma ideia da evolução nessa rede social, o técnico contava, até 22 de novembro, com 51,8 mil inscritos. Há um ano, tinha apenas oito mil inscritos, e no mesmo mês de 2017, não mais que 100.

“Estudei marketing digital e comecei a elaborar melhor os conteúdos, economizando tempo na edição dos vídeos, abrindo caminho para ter mais seguidores. A minha meta é fechar 2020 com 100 mil inscritos e 2021 com 200 mil”, afirma, já projetando melhorar sua presença no Facebook, Instagram e LinkedIn.

Trajetória

Mas não foi fácil chegar a esse patamar. Vontade e coragem fizeram toda a diferença. Com  de 18 para 19 anos de idade, pai de família, somente com a 5ª série e trabalhando das 13h à meia-noite como entregador em uma farmácia da Barra da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro, o rapaz mudou sua trajetória ao questionar-se se chegaria – como um de seus colegas de trabalho à época – aos 50 anos fazendo esse tipo de trabalho.

Resolveu buscar uma nova oportunidade, mas para isso sabia que precisava estudar muito. Depois de exaustiva pesquisa, decidiu fazer cursos profissionalizantes de refrigeração do Centro de Tecnologia Senai Euvaldo Lodi, no bairro de Benfica, e concluir o ensino médio.

De lá para cá, nunca parou de estudar, inclusive fazendo cursos de aperfeiçoamento em áreas correlatas, tornando-se com isso um profissional polivalente. Hoje, mexe com manutenção de equipamentos de refrigeração doméstica e comercial, atendendo clientes na região metropolitana do Rio e Baixada Fluminense.

Interessado em crescer no mercado, começou a trabalhar como ajudante de refrigeração em manutenção predial em um edifício, onde aprendeu na prática. Paralelamente, fez cursos profissionalizantes em elétrica, período em que começou a galgar novas posições no mercado de trabalho.

Nada além do básico

Viana representa a classe refrigerista nas redes sociais

Focado em atualizar conhecimentos com frequência, Viana acredita que parte da mão de obra que chega ao mercado de trabalho é formada especialmente por jovens que estudaram apenas em cursos de qualidade duvidosa, aprendendo nada além do básico, visando fazer todo tipo de trabalho somente para ganhar dinheiro rápido, pulando etapas na formação.

Da mesma forma, também vê com preocupação os profissionais que se formam em cursos presenciais, “os quais muitas vezes acham que somente ter o conhecimento técnico é suficiente para obter resultados positivos na prestação de serviços. Esquecem que, para empreender, é necessário conhecer gestão financeira e fazer um bom atendimento ao cliente”, exemplifica.

Hoje, aos 40 anos, o profissional fala sobre isso com propriedade, porque além de já ter feito palestras em locais como o Senai, deu aulas em empresas onde trabalhou e também no Capre.RJ (Capacitação de Refrigeristas e Eletricistas), em Madureira.

Atualmente, leciona no CFM (Curso de Formação de Mantenedores), em Duque de Caxias, nos cursos de refrigeração domiciliar, ar-condicionado split, refrigeração comercial (câmaras frigoríficas) e comandos elétricos para refrigeração.

“Procuro focar e não pular etapas, ensinando os fundamentos básicos, mas de forma aprofundada, para que os futuros profissionais cheguem ao mercado mais preparados”, complementa Viana, que invariavelmente conhece alunos que desejam, por exemplo, “atuar com splits sem saber o básico em refrigeração, ou mexer com comandos elétricos sem conhecer o mínimo de eletricidade”.

Estudante brasileiro é certificado na WorldSkills nos Emirados Árabes

O estudanteEstudante do SENAI certificado do SENAI DF, Wisley Pereira, de 19 anos, conquistou o certificado de excelência na categoria “mecânica de refrigeração e ar-condicionado” na – WorldSkill –  mundial de profissões nos Emirados Árabes.

O torneio aconteceu entre os dias 15 e 18 de outubro, na cidade de Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos. Ao todo, 1,2 mil jovens de 68 países competiram em 52 ocupações técnicas. Os brasileiros ganharam 15 medalhas, sendo 7 de ouro, 5 de prata e 3 de bronze. No quadro geral, o Brasil ficou em segundo lugar, atrás apenas da Rússia.

Na disputa, os competidores foram desafiados a realizar tarefas que reproduzem o dia a dia de profissões técnicas. Os certificados de excelência foram distribuídos aos estudantes que tiveram nota próxima da pontuação dos vencedores de cada modalidade.

A próxima edição do torneio, que ocorre a cada dois anos, será disputada em Kazan, na Rússia.

Topo do ranking

Na edição anterior da WorldSkills, em 2015, o Brasil saiu vitorioso com 27 medalhas (12 a mais do que em 2017). A competição foi realizada em São Paulo, e o resultado foi considerado “surpreendente”, com base na trajetória do país, que participa da competição desde 1983. Nas três primeiras edições os brasileiros não receberam medalhas.

 

Fonte: G1