Arquivo para Tag: Revista do Frio

Brasil celebra avanços na proteção da camada de ozônio

Eventos em São Paulo marcam o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, em 16 de setembro, e discutem implementação da Emenda de Kigali.

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e a Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH promoverá dois eventos importantes em setembro, em São Paulo. No dia 16, ocorrerá a Cerimônia de Comemoração do Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, e no dia 17, o Workshop de Implementação da Emenda de Kigali no Brasil. Ambos os encontros serão realizados no Hotel WZ Jardins.

Na cerimônia do dia 16,  será celebrado os avanços do Brasil na eliminação gradual de substâncias nocivas à camada de ozônio, em conformidade com o Protocolo de Montreal. O programa brasileiro já está na terceira fase de implementação, contando com o apoio do Fundo Multilateral para o Protocolo de Montreal. O evento reunirá representantes do governo, da sociedade civil, empresários e especialistas do setor, que discutirão os principais resultados da Etapa II do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH) e as expectativas para a fase III, aprovados em maio deste ano.

No dia 17, o Workshop de Implementação da Emenda de Kigali marcará o início da discussão entre governo, setor privado e civil para a redução do consumo de hidrofluorcarbonos (HFCs), substâncias amplamente utilizadas nas indústrias de refrigeração e ar condicionado. A Emenda de Kigali é vista como um passo importante não só para a preservação da camada de ozônio, mas também para o controle de emissões de gases de efeito estufa, trazendo benefícios para o clima global.

Os eventos contarão com a presença de especialistas, empresas do setor e representantes de instituições públicas e privadas.

 

Veja a programação 

Data: 16 de setembro

Comemoração do Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio

14:00h as 14:30h

Mesa de abertura (5 minutos por representante) Representantes da UNIDO, GIZ e PNUD Representantes IBAMA, MRE e MMA

 

14:30h as 15:00h

Palestra – Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs

Encerramento da Etapa II: resultados alcançados

Lançamento de vídeo e publicações

 

15:00h as 15:40h

Homenagens: Magna Luduvice, Miguel Quintero

Entrega de Quadros Comemorativos: empresas do setor de espumas; empresas do setor de RAC; Escolas Técnicas e Associações que contribuíram com a implementação da Etapa II

 

15:40h as 16:00h

Foto oficial do evento

 

16:00h as 17:00h

Palestra – Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs

Início da implementação da Etapa III: abrangência

 

17:00h as 17:20h

Perguntas e respostas

 

17:20h as 17:30h

Encaminhamentos e encerramento

 

17:30h as 18:30h

Coquetel de encerramento

 

____

 

Data: 17 de setembro

Implementação da Emenda de Kigali – Fase Preparatória

 

8:30h as 9:00h

Café da manhã de boas-vindas

 

9:00h as 9:10h

Objetivo do evento e agenda do dia

 

9:10h as 9:40h

Palestra: Implementação da Emenda de Kigali no Brasil e a importância da Fase Preparatória para a elaboração da estratégia geral do país (MMA)

 

9:40h as 9:50h

Perguntas e respostas

 

9:50h as 10:50h

Mesa Redonda: a visão dos setores público e privado e sociedade civil sobre a implementação da Emenda de Kigali no Brasil

 

10:50h as 11:50h

Debate

 

11:50h as 12:00h

Apresentação da dinâmica de trabalho dos Grupos Temáticos

 

12:00h as 13:30h

Almoço

 

13:30h as 16:00h

Grupos Temáticos

1) Ar Condicionado – Manufatura,

2) Refrigeração – Manufatura,

3) Ensino, Treinamento, Capacitação, Certificação – Setor de Serviços,

4) Setor de Serviços.

 

Definição do relator do grupo temático

Apresentação do cenário conhecido de acordo com o grupo temático e das perguntas orientadoras/motivadoras para a discussão

Perguntas motivadoras:

1) Na visão desse Grupo, quais seriam os impactos positivos e negativos, as oportunidades e barreiras e os passos iniciais para a implementação do KIP no País em termos de – mercado brasileiro, fluidos refrigerantes alternativos, eficiência energética, novas tecnologias (necessidade de desenvolvimento tecnológico) e ambientais;

2) Quais os principais desafios no País para o Ensino, Treinamento, Capacitação, Certificação de Técnicos/as para o setor de RAC, considerando a atual abrangência das ações em ensino, treinamento, capacitação desenvolvidas no âmbito dos PBH – Etapa I e II e as ações previstas no âmbito da Etapa III do PBH? Quais mecanismos esse Grupo considera que podem ser implementados ou aprimorados com a implementação do KIP no País?

3) Considerando a disponibilidade de componentes no mercado brasileiro, como as indústrias, empresas podem superar esse desafio?

4) Quais os fatores que mais impactam as conversões industriais para utilização de fluidos refrigerantes alternativos de baixo GWP?

5) Considerando a necessidade de obtenção de informações como: dados de produção de equipamentos e componentes, carga instalada de refrigerante, número de oficinas, número de técnicos, levantamento / identificação de empresas elegíveis para os projetos de investimento, quais mecanismos o Grupo considera mais adequados? Via Associações dos setores envolvidos, via definição de pontos focais dos principais atores envolvidos para interlocução, via preparação de questionários, outros.

6) Quais as principais ações regulatórias (por exemplo, cotas de importação, rotulagem/certificação de equipamentos e MEPS, normas técnicas) esse Grupo considera que podem ser implementadas ou aprimoradas para aumentar o impacto do KIP no País?

7) Considerando a atual abrangência do sistema integrado de gerenciamento de substâncias controladas e a ampliação prevista no âmbito da Etapa III do PBH, quais os principais desafios no Brasil para o gerenciamento do fluido refrigerantes durante o seu ciclo de vida (recuperação, reciclagem e regeneração e destruição) e como superá-los?

8) Considerando que a Etapa III aborda essencialmente o setor de serviços, quais são as barreiras para integração de gênero e quais são as principais atividades desenvolvidas por mulheres?

Discussão

 

16:00h as 17:00h

Apresentação dos resultados das discussões nos Grupos Temáticos

Encaminhamentos

Encerramento

_____

Local dos eventos: Hotel WZ Jardins, Av Reboucas 955, Jardins, São Paulo, SP, 05401-100.
Mais informações: através do e-mail Sady.fauth@undp.org.

Evento em SP incentiva equidade de gênero no setor de HVAC-R

Encontro em São Paulo reunirá especialistas para debater diversidade e inclusão, com foco na liderança feminina e sustentabilidade no setor de refrigeração e climatização.

O Comitê Nacional de Mulheres da ABRAVA (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação e Aquecimento) realizará no dia 20 de setembro, em São Paulo, o encontro “Equidade de Gênero em Foco: Imersão para a Mudança”. O evento, considerado relevante pelo setor de refrigeração e climatização, discutirá temas relacionados à diversidade e inclusão no ambiente corporativo.

A programação acontecerá das 8h30 às 17h, no Espaço Sinimbu, e reunirá profissionais e empresas da área. O foco será a promoção de boas práticas no setor, abordando temas como liderança feminina, networking, marketing de influência, PMOC (Plano de Manutenção, Operação e Controle) e descarbonização.

Segundo Juliana Reinhardt, presidente do Comitê, o evento foi estruturado em três pilares: equidade de gênero, palestras técnicas e desenvolvimento de carreira.

Um dos destaques do encontro será o painel “Diversidade & Inclusão”, mediado pela própria Juliana, que contará com a participação de profissionais de diferentes áreas. As inscrições estão abertas, com vagas limitadas, e o evento conta com o apoio de entidades parceiras e empresas patrocinadoras, como Bitzer, Heating Cooling, Projelmec e Trane.

DENSO lança novos compressores de AC para Fiat e Jeep

A DENSO Brasil anunciou o lançamento de dois novos modelos de compressores de ar-condicionado voltados para veículos das montadoras Fiat e Jeep. Os modelos YN437190-1360RC e YN437190-1370RC foram desenvolvidos para integrar o portfólio de peças da empresa.

O modelo YN437190-1360RC será utilizado nos veículos Fiat Argo, Cronos, Mobi e Uno. Suas especificações incluem compressor CVC com embreagem magnética, fixação passante, polia com 5 canais e tensão de 12V. O modelo YN437190-1370RC atenderá os veículos Jeep Compass, Renegade e Fiat Toro. Ele possui compressor CVCE, embreagem magnética, fixação passante, polia com 6 canais e tensão de 12V.

Segundo a empresa, uma das inovações dos novos compressores é a utilização de óleo de operação, o que elimina a necessidade de substituição do óleo interno, reduzindo custos. Os produtos também contam com um QR Code na etiqueta, que permite a rastreabilidade da peça e o acesso a informações como data e local de fabricação

Mercofrio 2024 discute o futuro sustentável do setor HVAC

Congresso internacional destaca a importância da eficiência energética e práticas ecológicas em climatização e refrigeração.

A sustentabilidade será um dos principais temas do Mercofrio 2024 – 14º Congresso Internacional de Ar Condicionado, Refrigeração, Aquecimento e Ventilação, que acontece de 10 a 12 de setembro no Barra Shopping Sul, em Porto Alegre. Organizado pela Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação (ASBRAV), o evento traz o tema “Futuro do Planeta: Transformações Tecnológicas e Responsabilidades do Universo AVAC-R”, focando em práticas ecológicas e eficiência energética no setor.

O congresso reunirá engenheiros, técnicos, empresários e pesquisadores de renome nacional e internacional para discutir as transformações tecnológicas no segmento, com ênfase na redução do impacto ambiental e aprimoramento da qualidade do ar em ambientes internos. Serão abordados temas como a adoção de refrigerantes de baixo impacto climático, estratégias de ventilação eficientes e a importância da adaptação do setor às novas exigências de eficiência energética.

Entre os destaques da programação, o painel de abertura, na terça-feira (10/09) às 14h45, contará com a presença de especialistas como Franciéle Schwanck (RS), Roberto Peixoto (SP), João Manuel Pimenta (DF) e Dennis Knight (EUA), que discutirão as principais inovações tecnológicas que vêm remodelando o setor e as responsabilidades ambientais crescentes na cadeia de produção e operação de sistemas HVAC.

No segundo dia do evento, quarta-feira (11/09), as palestras abordarão boas práticas de ventilação e seu impacto direto na eficiência energética. Leandro Wolff (SP), da SICFLUX, apresentará uma análise aprofundada sobre o tema. Em outra sessão, Frank Amorim, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, destacará a Estratégia Brasileira para a Implementação da Emenda de Kigali, um compromisso global para a redução de substâncias nocivas à camada de ozônio. Também será discutida a Etapa III do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs, com contribuições de especialistas do PNUD, GIZ e UNIDO.

O último dia do congresso, quinta-feira (12/09), terá como foco os avanços em sistemas sustentáveis. Mauricio Camargo (SP), da TROX, falará sobre “Sistemas Altamente Sustentáveis: Eficiência, Tecnologia e Performance como Práticas ESG”. O encerramento do evento será marcado pela palestra de José Fernando Batalha Ferreira, da OTAM S&P, sobre “Futuro Sustentável: A Contribuição dos Ventiladores para a Eficiência Energética”.

Além das palestras e painéis, o Mercofrio 2024 contará com uma área de exposição onde empresas do setor apresentarão as mais recentes soluções tecnológicas para o mercado. O presidente da ASBRAV, Mário Henrique Canale, destaca a relevância do evento para o setor. “O Mercofrio é uma oportunidade única de debater o futuro do setor HVAC-R e fortalecer nossa responsabilidade em relação ao meio ambiente”, afirmou.

LG inicia Expedição 2024 para capacitação de instaladores de ar-condicionado

A LG deu início, nesta quarta-feira (4), à Expedição LG 2024, evento anual que promove a capacitação de instaladores e profissionais de ar-condicionado. A edição deste ano passará por seis capitais, começando em Florianópolis (SC) e seguindo por Belo Horizonte (MG) no dia 11 de setembro, Goiânia (GO) em 18 de setembro, Teresina (PI) em 2 de outubro e Fortaleza (CE) em 9 de outubro. O encerramento será em São Paulo (SP) em 7 de novembro, com um evento fechado para instaladores convidados.

A programação da Expedição inclui palestras, treinamentos e dinâmicas que apresentam as últimas tendências e inovações do setor de climatização. O Esquadrão LG, formado por 12 profissionais embaixadores da marca, conduzirá simulações, explicará produtos e soluções, além de tirar dúvidas dos participantes.

Empresas parceiras do ecossistema de instalação de ar-condicionado, como Armacell, Chemours, Rothenberger, Brasil Soldas e Controlbox, também participam do evento com estandes, patrocínios e exposições de produtos.

Uma novidade desta edição é a ação social vinculada ao evento: os profissionais que desejam participar devem se inscrever no site da Expedição e doar 1 kg de alimento não-perecível. Os alimentos arrecadados serão destinados a instituições de caridade nas cidades-sede, escolhidas pelos próprios instaladores.

Rodrigo Fiani, vice-presidente de Vendas de IT, B2B e ar-condicionado da LG Business Solutions Brasil, destacou a importância da iniciativa: “A LG é pioneira no investimento em ações de capacitação para instaladores de ar-condicionado. Em 2023, conseguimos treinar mais de 900 profissionais em todo o Brasil. Estamos muito felizes em seguir com essa iniciativa, garantindo ao consumidor final uma assistência técnica melhor, já que a disseminação de conhecimento ajuda a qualificar essa mão de obra.”

Futuro do ensino em um mundo cada vez mais digital

O aumento do uso das redes sociais tem transformado a educação de diversas maneiras. Enquanto o ensino tradicional ainda predomina em muitas instituições, o ensino via redes sociais tem ganhado espaço, mas é preciso estar atento ao que se aprende, em especial, no acesso a tutoriais de HVAC-R.

 A indústria de HVAC-R está enfrentando uma transformação significativa com a crescente influência das redes sociais e das plataformas digitais. Este fenômeno apresenta tanto desafios quanto oportunidades para o ensino e a formação profissional na área. Tanto o ensino tradicional quanto o ensino via redes sociais têm suas próprias vantagens e desvantagens. A escolha entre um método e outro depende das necessidades e circunstâncias individuais. Enquanto o ensino tradicional oferece uma estrutura e interação pessoal valiosas, o ensino via redes sociais proporciona flexibilidade e acessibilidade que podem ser essenciais para muitos. Idealmente, um modelo híbrido que combine o melhor dos dois mundos pode oferecer uma solução equilibrada, aproveitando a estrutura e os recursos do ensino tradicional com a flexibilidade e inovação das redes sociais.

Porém, há muita polêmica sobre o tema. Muitos profissionais desprezam o ensino e se apoiam no conhecimento de tutoriais publicados em várias plataformas digitais, comprometendo a qualidade de seus serviços, negligenciando aspectos como segurança, levando a erros que podem resultar em grandes avarias para os sistemas quanto a ele próprio, se envolvendo em acidentes a até levando a óbito.

Na opinião de Carmosinda Santos, técnica em refrigeração e ar condicionado, segurança do trabalho, engenheira mecânica e representante do CRT/SP (Conselho Regional Técnico do Estado de São Paulo), nenhuma rede social influencia sua forma de aprender e de se atualizar em relação ao HVAC-R.

“Eu tenho uma formação acadêmica antiga vinda da base do SENAI Oscar Rodrigues Alves e busco conhecimento em literaturas específicas da área, nas normas da ABNT, ASHRAE e SMACNA e catálogos técnicos dos produtos.

Carmosinda Santos

Não costumo buscar informações e conhecimento nas redes sociais, pois observo que a maioria das informações que chega através dessas plataformas digitais são vazias ou com contextualização distorcida. Eu não acredito que as informações via redes sociais irão substituir o ensino tradicional no HVAC-R, pois é necessário a dinâmica prática em laboratório. Então, quando falamos de disciplinas técnicas relativas à área de exatas, incluindo a elétrica, comandos, sistemas de refrigeração, ou seja, os trabalhos manuais que precisam da destreza humana, como aprender a utilizar ferramentas, temos que executar. Na minha opinião, o aprendizado, principalmente através de tutoriais, não vai vingar, uma vez que é fundamental a etapa prática deste processo, isso inclui a experiência 3D através de IA. Mesmo com simulações, isso não te dá a percepção real, a do tato. Já fiz alguns treinamentos em 3D, mas nada substitui o treinamento em campo”, informa Carmosinda.

Da mesma opinião compartilha Valdemir Oliveira da Silva, Coordenador de Manutenção da OAM Engenharia, sócio e instrutor da Oficina Escola: “Acredito que o aprendizado via redes sociais não vai substituir o ensino tradicional, vejo muito mais como uma ferramenta complementar, gerando novas vias para debates, resolução de problemas e até divulgação mais fácil de novos métodos, mas o ensino tradicional, se bem aplicado, é importante para a construção de uma base sólida em HVAC-R”.

Valdemir acrescenta que as redes sociais contribuíram muito para uma maior divulgação e valorização da área. “Hoje, temos diversos perfis de instrutores compartilhando seus conhecimentos, alunos publicando seus aprendizados, marcas divulgando novas tecnologias, escolas divulgando seus cursos, então acredito que o acesso ao conhecimento se tornou mais acessível e ágil.  Todo esse movimento permitiu um crescimento da comunidade refrigerista e as redes promovem uma conexão maior com essas pessoas e a troca de experiências com elas”.

 Desafios e benefícios do mundo digital

Para Carmosinda, o aprendizado em redes sociais é complicado. “Por exemplo, quando você recebe aprendizado técnico via academia, há uma grade curricular estipulada pelo Ministério da Educação, o que não acontece no ensino informal das plataformas digitais.  Nas redes sociais, as informações são avulsas e fragmentadas, nem sempre referenciam as fontes, tornando informação vulnerável. É preciso tomar muito cuidado com esse fato. Vejo que boa parte dessas informações chegam até nós por experiências em campo, mas isso é só uma parte de um todo, onde é preciso treinamento técnico. Outro ponto é que as informações das plataformas digitais se referem muito a produtos de determinadas marcas e não a técnica em si. Já no ensino tradicional, o profissional aprende a técnica que se aplica a qualquer produto ou marca, orientada por um profissional capacitado”.

Ela chama a atenção sobre as informações incorretas ou enganosas sobre HVAC-R nas redes sociais: “Vemos muitas pessoas divulgando informações técnicas, mas não sabemos qual formação ela tem, a sua expertise na área, que tipo de conhecimento ou atualização profissional recebeu. É um jeito rápido de aprendizado medíocre e muitos profissionais hoje se utilizam dessas informações para realizar serviços, comprometendo a qualidade de mão de obra especializada no setor de HVAC-R. O papel do 31hoje ganhou notoriedade, mas é preciso filtrar essas informações, pois não sabemos qual embasamento técnico ele utilizou, se o que ele está divulgando é realmente verdadeiro na questão do ensino profissional. Vejo que nas redes sociais, as pessoas se importam mais com número de seguidores, likes, do que as informações de qualidade”.

Dentre os benefícios do aprendizado via redes sociais, Valdemir destaca a facilidade de acesso, a possibilidade de acesso a conteúdo em sua maioria gratuito, contudo, ao mesmo tempo que conecta diversas pessoas, isso dá margem para qualquer pessoa com conhecimento mínimo, propagar inverdades ou informações direcionadas tendo em vista benefício próprio, afinal, até perfis gratuitos precisam gerar lucro de alguma maneira.

Valdemir Oliveira da Silva

“Acho importante mensurar e avaliar em mais de um local as informações encontradas nas redes. Eu vejo que a maior dificuldade é transformar os conhecimentos teóricos em práticos, quando a plataforma não tem essa preocupação e cuidado em transformar a teoria em algo visual e prático, existe uma sensação de conhecimento incompleto. Então sempre tenho essa preocupação ao usar essas plataformas. Sempre ressalto que essa amplitude em comunicação abre margem para qualquer pessoa propagar sua opinião e conhecimentos, então, aquela pessoa pode estar desatualizada ou até mesmo propagando algum conhecimento a seu favor. Quando me deparo com situações como essa procuro propagar o conhecimento correto, divulgando as fontes do meu conhecimento e abrindo um diálogo para um debate com a pessoa/perfil, com trocas benéficas”, enfatiza Valdemir.

Ele acredita que o cenário futuro será o aproveitamento dos melhores aspectos do ensino tradicional conciliado ao mundo digital.” É exatamente esse cenário que venho buscando, não esquecer os fundamentos e a base muito forte do ensino tradicional, mas transformá-lo em um conhecimento acessível, inclusive financeiramente, prático e versátil, onde as pessoas possam escolher se manter em constante evolução e aprimorando seus conhecimentos usando todas as ferramentas possíveis ao seu favor. O mundo digital é muito benéfico quando usado com coerência e aliado a bons comunicadores e é isso que enxergo para o futuro. As plataformas digitais permitiram um olhar para a arte que é essa área, possibilitando aos profissionais conhecerem além do tradicional, aumentando sua capacidade de enxergarem não apenas um trabalho, mas também, uma profissão com um campo de conhecimento vasto e em completa ascensão, além da facilidade na busca para adquirir os conhecimentos necessários da área”, explica Valdemir.

Carmosinda complementa que, enquanto o segmento de HVAC-R não entender o papel de cada instituição, futuramente acontecerão muitos mais acidentes do que já presenciamos hoje: “Por exemplo, o CTR habilita o profissional para trabalhar em campo, porém, muitos profissionais recorrem a treinamentos de fabricantes, mas legalmente, esse profissional não tem embasamento e não possui a habilitação técnica e desempenha um papel fundamental para os instaladores dessa área. Ao oferecer diretrizes técnicas atualizadas e normas de segurança, o conselho assegura que os profissionais estejam sempre informados sobre as melhores práticas e inovações no setor. Além disso, promove treinamentos e certificações que garantem a competência e a qualidade dos serviços prestados, aumentando a confiança dos clientes e contribuindo para a segurança e eficiência das instalações”, conclui.

Mercofrio 2024 traz como um dos temas a importância da ventilação em ambientes hospitalares

Para garantir a saúde dos pacientes, planejamento dos espaços requer a colaboração entre diferentes profissionais

O 14º Congresso Internacional de Ar Condicionado, Refrigeração, Aquecimento e Ventilação apresenta em sua programação atividades que abordam o desenvolvimento de ambientes hospitalares projetados para assegurar a circulação eficiente do ar. Na terça-feira (10/09), será realizado o minicurso “Simulação CFD de uma Sala de Operação Hospitalar: Metodologia, Passo a Passo e Comparação com Dados Experimentais”, com o engenheiro mecânico Lisandro Maders, e na quarta-feira (11/09), será apresentado o painel “Ambientes Hospitalares: Expectativa, Necessidades e Realidade”, com os engenheiros mecânicos Mário Alexandre Ferreira, Wili Hoffmann e Bruno Perazzo, além do engenheiro civil Carlos Marczyk.

O minicurso mostrará o passo a passo da montagem do protótipo virtual de uma sala de operação hospitalar por meio da simulação da Dinâmica dos Fluidos Computacional (CFD). Segundo Lisandro, essa metodologia oferece mais detalhes do que um modelo analítico, produzido de forma mais simplificada.

“Conseguimos ter um nível de detalhe muito mais alto, como o valor da velocidade, temperatura, pressão do ar e de algum contaminante ou poluente, ao contrário dos modelos analíticos mais simples, que entregam somente um valor médio de velocidade. Como consequência, conseguimos reduzir o custo e o tempo de entrega de um produto ou de uma solução para o mercado, porque podemos criar um protótipo virtual ao invés de um real, que seria bastante custoso e demandaria muito trabalho”, destaca.

O painel discutirá as expectativas relacionadas às instalações de climatização em ambientes hospitalares, focando na mitigação do risco de contaminação e na melhoria da qualidade do ar interior.

“Ambientes hospitalares concentram um número significativamente maior de pessoas doentes em comparação com outros espaços públicos. Por isso, a principal expectativa é proporcionar condições seguras para evitar a contaminação entre as pessoas, além de assegurar os parâmetros essenciais da qualidade do ar. Os sistemas de climatização são eficazes em reduzir o risco de contaminação pelo ar, embora não sejam capazes de evitar outras formas de transmissão”, afirma o engenheiro mecânico Wili Hoffmann.

O especialista também pontua que os pacientes presentes nos hospitais têm diferentes necessidades. Alguns requerem proteção contra qualquer contaminação externa, necessitando de condições específicas, conhecidas como PE (Ambiente Protegido). Por outro lado, pacientes que emitem contaminantes infecciosos pelo ar, como os infectados pela COVID-19, precisam de ambientes AII (Ambiente Isolado) para minimizar o risco de contaminação.

“Para atender a essas necessidades, as instalações devem ser planejadas e projetadas com a colaboração entre diferentes disciplinas. A arquitetura e os fluxos de pessoas (pacientes, profissionais de saúde, visitantes, acompanhantes), além de rejeitos, materiais esterilizados e contaminados, devem ser definidos de forma coerente e com a participação de todos. É fundamental que as escolhas de acabamentos, limpeza e desinfecção sejam claramente estabelecidas”, relata.

Além disso, o engenheiro afirma que, após a pandemia de COVID-19, houve maior conscientização sobre sistemas de climatização. Porém, ele destaca que esses sistemas não impedem completamente a contaminação.

“Para mim, a pandemia trouxe uma expectativa exagerada sobre a capacidade dos sistemas de climatização, atribuindo-lhes uma responsabilidade maior do que realmente podem suportar. Sistemas mal projetados, instalados ou mantidos sempre agravaram o problema, seja durante uma pandemia ou não. Esses problemas deveriam ter sido evitados muito antes. O que ocorreu, na minha visão, é que os sistemas passaram a ser vistos tanto como vilões quanto como heróis, capazes de evitar qualquer tipo de contaminação. Eles podem ser considerados vilões quando há descuido nos processos de manutenção, mas esperar que esses sistemas sejam completamente eficazes para evitar a contaminação, mesmo quando operando corretamente, é um equívoco”, finaliza.

O Mercofrio 2024, organizado pela ASBRAV – Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação, ocorrerá de 10 a 12 de setembro no BarraShoppingSul, em Porto Alegre.

Alta empregabilidade no setor de Refrigeração e Climatização atinge 94,5%

Demanda da indústria por técnicos cresce com novas tecnologias e questões ambientais.

Um levantamento realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) entre 2021 e 2023 revelou que o curso técnico em Refrigeração e Climatização alcançou o 4º lugar em empregabilidade, com uma taxa superior a 94,5%. Esse dado impressionante reflete a crescente demanda da indústria por profissionais qualificados nessa área, especialmente em um cenário de aquecimento global e adoção de novas tecnologias.

O estudo, que analisou a empregabilidade de ex-alunos até um ano após a conclusão de seus cursos, destacou que 84,4% dos egressos de cursos técnicos estão empregados nesse período, marcando o melhor resultado desde a primeira edição da pesquisa. O curso de Refrigeração e Climatização figura entre os dez cursos com melhor desempenho, superando a marca de 90% em empregabilidade.

Segundo Felipe Morgado, superintendente de Educação Profissional e Superior do Senai, a alta empregabilidade desses cursos está fortemente vinculada à demanda da indústria por mão de obra especializada. “O aquecimento global é um fator que impulsiona a demanda por técnicos em refrigeração, enquanto a inserção de novas tecnologias na indústria explica o bom desempenho de cursos como automação e eletromecânica”, explica.

A pesquisa demonstra a relevância dos cursos técnicos como um caminho eficaz para a inserção rápida no mercado de trabalho, especialmente em setores onde a demanda por profissionais qualificados continua a crescer.

Confira a lista dos cursos com as melhores taxas de empregabilidade:

  1. Mecânica – 96,5%
  2. Alimentos – 95,2%
  3. Mecânica de Manutenção – 94,7%
  4. Refrigeração e Climatização – 94,5%
  5. Eletromecânica – 94,4%
  6. Automação Industrial – 93,2%
  7. Fabricação Mecânica – 93%
  8. Eletrotécnica – 92,7%
  9. Soldagem – 91,3%
  10. Manutenção de Máquinas Industriais – 90,6%

Essa alta taxa de empregabilidade reflete a importância de investir em formação técnica, que se mostra alinhada às necessidades do mercado e garante aos egressos uma vantagem competitiva na busca por emprego.

Governador do Paraná sanciona lei que institui Semana da Qualidade do Ar Interior

O governador do Paraná sancionou a lei que cria a Semana Estadual da Qualidade do Ar Interior (QAI). A iniciativa, resultado do projeto de lei 428/2023, estabelece que as atividades ocorram anualmente na semana do dia 14 de agosto, coincidindo com o Dia Interamericano da Qualidade do Ar.

O principal objetivo da lei é conscientizar a população sobre a importância da qualidade do ar em ambientes internos, tanto coletivos quanto individuais. A legislação inclui a realização de palestras, seminários e campanhas educativas. O deputado Cobra Repórter, autor do projeto, afirmou que a lei busca garantir ambientes mais saudáveis para a população.

A Semana da Qualidade do Ar Interior passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Estado. A lei visa prevenir a propagação de doenças respiratórias em ambientes fechados, destacando a necessidade de manutenção regular dos sistemas de climatização, conforme o Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC), estabelecido pela Lei Federal nº 13.589/2018.

Além de conscientizar a população, a lei prevê a modernização de sistemas de ventilação em locais de uso coletivo, como hospitais e escolas, para garantir padrões mínimos de qualidade do ar.

Fábrica de refrigeração pode se instalar no Pará

Representantes da Spig Torres de Resfriamento, empresa paulista do setor de refrigeração, participaram de uma reunião em Belém para avaliar a instalação de uma filial no Distrito Industrial de Barcarena. O encontro, realizado na quarta-feira (21), envolveu gestores da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) e da Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec), que apresentaram os incentivos fiscais e as oportunidades de negócio oferecidas pelo Estado.

Os incentivos fiscais oferecidos pelo Pará, que podem chegar a 95% de isenção para novas empresas industriais, foram destacados como um dos principais atrativos para a Spig. A empresa, que busca expandir sua presença na Região Norte, vê o Pará como uma localização estratégica, beneficiada por uma infraestrutura adequada e mão de obra qualificada.

João Luiz Castropil Silva, diretor da Spig, ressaltou que a instalação no Pará permitirá à empresa oferecer um atendimento mais personalizado aos clientes locais. “O apoio da Codec tem sido essencial para nos guiar na escolha do local e na compreensão das possibilidades de incentivos fiscais”, afirmou.

Carlos Ledo, secretário-adjunto da Sedeme, reforçou o compromisso do governo em apoiar o setor industrial e orientou os representantes da Spig a apresentarem uma carta consulta à Secretaria Operacional de Incentivos Fiscais (Secop) para formalizar o pedido de incentivos. Manoel Ibiapina, diretor de Atração de Investimentos e Negócios da Codec, destacou que a instalação de novos empreendimentos no Estado poderá gerar novos empregos e impulsionar o desenvolvimento econômico local.