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Boas práticas reduzem riscos de acidentes na indústria

Durante muitos anos, o R-22 foi o principal fluido refrigerante utilizado em sistemas de ar condicionado, bombas de calor residenciais e comerciais, sistemas de refrigeração de supermercados, chillers instalados em prédios comerciais ou fábricas e equipamentos de refrigeração industrial.

Por conter cloro em sua composição, é uma substância nociva à camada de ozônio. A molécula deste hidrocloro-fluorcarbono (HCFC) ainda tem um potencial de aquecimento global (GWP, em inglês) 1.857 vezes maior que o do dióxido de carbono (CO2).

Em 2010, o R-22 foi banido dos novos equipamentos nos países desenvolvidos, onde até 2020 ele deverá ser eliminado totalmente. No caso do Brasil e de outros países em desenvolvimento, este prazo se estenderá até 2040.

Atualmente, o governo brasileiro vem diminuindo suas cotas de importação, o que tem tornado o fluido cada dia mais escasso no mercado.

Assim como no resto do mundo, por aqui ainda há um imenso parque instalado a ser convertido nos próximos anos para operar com novos fluidos refrigerantes alternativos de baixo ou nenhum impacto climático.

No País, onde a grande maioria da mão de obra do setor não possui qualificação adequada, os grandes desafios são promover essa transição tecnológica evitando vazamentos, aumento dos custos de manutenção e, principalmente, os acidentes.

Alguns fluidos tóxicos e inflamáveis utilizados nos primórdios da refrigeração por compressão mecânica, como os hidrocarbonetos (HCs) e o CO2, estão voltando ao mercado, uma vez que eles apresentam boa eficiência energética e baixo impacto ambiental.

Professor José de Jesus Amaral Marques, autor do recém-lançado livro “Boas práticas no uso do cobre para refrigeração e climatização”

“Mas a reintrodução dessas substâncias no setor exige maior atenção dos profissionais em relação às normas e aos procedimentos de segurança”, alerta o professor José de Jesus Amaral Marques, autor do livro Boas práticas no uso do cobre para refrigeração e climatização, lançado em maio pela Senai-SP Editora.

Segundo Amaral, a utilização de fluidos que trabalham com maior pressão no evaporador e condensador também exige o uso de tubos mais resistentes. “O cobre atende perfeitamente a essa demanda”, diz. “Este metal só não pode ser aplicado em instalações com amônia”, completa.

Além da toxicidade e da inflamabilidade dos gases refrigerantes, os circuitos eletromecânicos dos sistemas de climatização e refrigeração podem oferecer riscos relacionados a choque elétrico e arco elétrico, campo magnético, altas temperaturas e congelamento.

 

Normas técnicas e de segurança

De acordo com Amaral, as normas que classificam os fluidos refrigerantes quanto à sua toxicidade e inflamabilidade devem ser observadas rigorosamente para que sua manipulação seja feita de forma segura.

No Brasil, a NBR 16069, que trata da segurança em sistemas frigoríficos referenciando a Ashrae 34, menciona, por exemplo, a limitação da carga de fluidos inflamáveis em sistemas de ar condicionado e bomba de calor para conforto humano.

Segundo a norma, qualquer “sistema de refrigeração selado montado em fábrica com uma carga de fluido frigorífico inferior a 150 gramas de um refrigerante A2 ou A3 poderá ser instalado em um ambiente ocupado sem restrição, mesmo que não seja uma sala de máquinas especial.”

O texto do documento técnico também ressalta que “os fluidos frigoríficos dos grupos A2, A3, B1, B2 e B3 não devem ser utilizados em sistemas de alta probabilidade para conforto humano”, apresentando algumas exceções, como a área industrial, por exemplo.

“No caso dos fluidos refrigerantes A1, os profissionais do setor devem usar luvas, óculos e calçados de proteção, além de uma blusa de manga comprida e calça longa”, ressalta Amaral.

“Em se tratando de fluidos perigosos, classificados com B1, B2 ou B3, além de todos esses EPIs, o uso de uma máscara conforme a toxicidade do produto é imprescindível, assim como o jaleco antichamas, para os fluidos A2 e A3”, acrescenta.

A utilização da solda oxiacetilênica num circuito frigorífico deve ser feita com muito cuidado, prossegue Amaral, lembrando que esse não é um trabalho para “penduradores de ar”, turma composta por aventureiros de outras áreas que invadem o setor, como pedreiros e eletricistas, e se autodenominam “técnicos”.

No fim de 2016, uma série de incidentes durante manutenções de sistemas de ar condicionado, que resultou em queimaduras de trabalhadores, levou o órgão regulador de normas de segurança e saúde do estado australiano de Nova Gales do Sul (SafeWork NSW) a emitir um relatório de alerta a respeito do assunto.

Nos casos relatados, os refrigeristas estavam usando este tipo de solda para desmontar as conexões de cobre ao substituir o compressor. Apesar do uso do fluido não inflamável R-22, acredita-se que a pressão residual fez com que a mistura de refrigerante e óleo fosse liberada da junta do tubo, entrando em contato com a solda e iniciando os incêndios.

O alerta da SafeWork NSW adverte que, em casos assim, o fluido irá permanecer em solução com o óleo do compressor, e aquecer ou agitar o sistema faz com que o refrigerante, ao evaporar, eleve a pressão.

Segundo o relatório, os profissionais devem recolher o fluido frigorífico antes de realizar serviços nos sistemas de refrigeração e ar condicionado, assegurar que o local esteja bem ventilado e utilizar cortadores de tubos.

“A solda oxiacetilênica deve ser utilizada apenas sob condições estritamente controladas”, frisa Amaral.

Outro fator importante para o aumento da segurança no setor é o aprimoramento das Normas Regulamentadoras (NRs) do Ministério do Trabalho.

Dependendo da atividade que o profissional vá realizar, ele precisará seguir uma norma específica, como a NR-10 (Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade), NR-35 (Trabalho em Altura), NR-33 (Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados) ou NR-12 (Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos), dentre outras.

Por fim, as tecnologias para prevenir acidentes têm evoluído a passos largos no sentido de não apenas conferir segurança aos profissionais, mas também contribuir para o conforto no desempenho de seu trabalho.

É o caso, por exemplo, das máscaras de solda que escurecem automaticamente, dos óculos em policarbonato e das botas mais ergonômicas aos pés, dentre uma série de outros produtos com essa finalidade.

Para os trabalhos realizados em altura, os novos cintos também têm sido aprimorados, a fim de proporcionar um nível de segurança adequado com maior comodidade.

Mercado de câmaras frias deve experimentar nova fase de expansão

O segmento de câmaras frigoríficas industriais tem se mostrado mundialmente aquecido. No Brasil, um levantamento divulgado pela Abiaf – Associação Brasileira da Indústria de Armazenagem Frigorificada – mostra que as áreas frigorificadas cresceram 20% nos últimos quatro anos, uma média anual de 5%, totalizando cerca de seis milhões de metros cúbicos.

A expansão da demanda por instalações com temperatura controlada vem sendo impulsionada, principalmente, pelo consumo cada vez maior de alimentos resfriados e congelados.

“A expectativa para os próximos anos é de um crescimento contínuo da cadeia de armazenamento frigorificado, pois as pessoas querem minimizar o tempo necessário para preparar as refeições”, afirma o vice-presidente do Departamento Nacional de Refrigeração Industrial da Abrava, Silvio Guglielmoni.

Com a evolução do comportamento do consumidor e com foco na segurança operacional, eficiência energética e sustentabilidade, o setor está passando por diversas mudanças que impactam os projetos e as obras de instalações refrigeradas. Profissional trabalhando em Câmaras Frigoríficas

“Consumo de energia e redução da carga de fluido refrigerante são, neste momento, o nome do jogo para os fornecedores de tecnologias para armazéns frigoríficos”, salienta.

As instalações do gênero, prossegue Guglielmoni, exigem uma análise avançada e detalhada durante a fase inicial de projeto para que resultem em melhor eficiência energética e menores custos operacionais gerais.

“A refrigeração representa a maior parte do consumo de energia destas instalações, em que os sistemas centrais com utilização de amônia (R-717) são a referência mundial para uma instalação eficiente”, diz.

Entre a lista de refrigerantes usados em aplicações modernas de refrigeração, a amônia é a substância que se manteve como uma opção viável desde que foi introduzida pela primeira vez na década de 1930 e classificada como um refrigerante natural. Por sinal, a amônia é elogiada por suas excelentes propriedades termodinâmicas e custo relativamente baixo.

Contudo, sua toxicidade também faz com que ela seja um refrigerante potencialmente letal, exigindo que os operadores garantam procedimentos seguros. “Ao longo dos anos, usuários, projetistas e fabricantes têm adotado padrões de segurança para ajudar a mitigar seus perigos e garantir locais de trabalho seguros e saudáveis. Toxicidade à parte, podemos afirmar que a amônia é uma das alternativas naturais mais ecológicas disponíveis”, informa.

Um dos métodos utilizados para diminuir a carga total de amônia nos sistemas de refrigeração é a sua combinação com o dióxido de carbono (R-744), a fim de removê-la dos espaços ocupados por pessoas ou produtos, ficando restrita somente à sala de máquinas.

Eficiência energética é um dos focos principais dos novos projetos e obras de instalações frigorificadas

“Sistemas de refrigeração baseados em R-744 têm experimentado uma crescente popularidade nos EUA, Europa e Ásia nos últimos anos, porque o CO2 também é um refrigerante natural, não é tóxico e pode ser uma alternativa efetiva para baixas e médias temperaturas”, destaca.

Dentre estas novas tecnologias, os fabricantes de unidades compressoras têm se dedicado a desenvolver sistemas de refrigeração indireto que utilizam CO2 Brine como um fluido secundário para o resfriamento do produto ou local desejado, no qual em vez de enviar amônia através da tubulação para um forçador de ar nos espaços refrigerados, utiliza-se uma pequena carga de amônia no estágio primário do ciclo de refrigeração, e confinada na sala de máquinas para baixar a temperatura do CO2 para congelados (-30 ºC) ou resfriados (-10 ºC).

Fabricantes apostam na sustentabilidade como diferencial competitivo de seus projetos

“Em um sistema do gênero, o fluido refrigerante tóxico fica contido na sala de máquinas, e não em toda a instalação, garantindo que o potencial de exposição à amônia seja significativamente reduzido”, reforça.

Atualmente, os fabricantes de unidades compressoras têm desenvolvido novos projetos de câmaras frigoríficas que utilizam quantidades inferiores a um quilo de amônia por tonelada de refrigeração (1 TR = 3.024 Kcal/h), isto quando combinado com o uso de CO2 Brine como um fluido secundário.

“De qualquer forma, se houver um vazamento de CO2 em um espaço ocupado, isso não representa um risco iminente para a saúde ou segurança do trabalhador com as mesmas proporções que haveria no caso de vazamento da amônia”, garante.

“Salientamos também que este é um método eficiente em termos energéticos, que permite manter uma pegada ecológica com um sistema de refrigeração natural NH3/CO2 e, ao mesmo tempo, atenua os riscos operacionais”, acrescenta.

Nova fase de expansão anima fabricantes de painéis termoisolantes

O sistema de refrigeração por NH3/CO2 também oferece outras vantagens, como eficiência energética, simplicidade da instalação, facilidade de manutenção, forçadores de ar com redução de tamanho e peso, tubulação com redução de diâmetro, sistema de CO2 isento de óleo, operação com pressão positiva em todo o sistema – o que dispensa a necessidade de um subsistema de purga de ar –, pressões e operação similar ao sistema de NH3 convencional.

“Todo o sistema de refrigeração também possui uma malha de controle e supervisão com um software integrado e projetado especificamente para as condições operacionais de cada cliente e suas respectivas aplicações”, explica Guglielmoni.

 

Mercado e tendências

Os fluidos refrigerantes ainda predominantes no setor são o R-404A, R-717 e R-22, que está sendo descontinuado, além dos fluidos secundários.

“As hidrofluorolefinas (HFOs), uma nova geração de fluidos refrigerantes, também estão se destacando no setor, devido ao seu menor impacto climático”, lembra o presidente da Multifrio Refrigeração, Marcos Zanotti.

Segundo o presidente do Departamento Nacional de Refrigeração Comercial da Abrava, Eduardo Almeida, o mercado está passando por uma conscientização bastante ampla, e hoje o investimento inicial não é o mais importante. Assim, leva-se em conta uma visão para todo o processo, com o objetivo de se obter o menor custo operacional.

“As expectativas do segmento são bastante animadoras para o próximo ano, pois o Brasil em breve receberá o status de país livre da febre aftosa, reconquistando assim mercados que, por ora, suspenderam as importações de nossa carne bovina”, diz.

Entretanto, o desempenho do setor em 2018 está abaixo do verificado no ano passado, motivado pelas incertezas políticas e econômicas, criando um ambiente de insegurança para os investidores.

Trinco em nylon com chaveamento, lançado pela Refri-Leste

Outro fator que contribui para o baixo nível de investimentos é a falta ou restrição de linhas de crédito, como Finame e cartão BNDES, o que seria essencial para o reaquecimento do setor.

Segundo Almeida, as principais tendências tecnológicas do segmento estão focadas em melhoria dos sistemas de automação para transporte, movimentação e estocagem, principalmente os  verticais, otimizando as áreas de armazenamento.

O controle e o monitoramento das temperaturas das câmaras também têm merecido especial atenção nos projetos. “A automação e o monitoramento da abertura/fechamento das portas são responsáveis por assegurar a estabilidade da temperatura interna e garantir a qualidade do produto, além de melhorar a performance energética”, salienta.

Segundo empreiteiros do ramo de projeto, montagem e manutenção de equipamentos, outras tendências fortes no mercado são o uso de evaporadores especiais com rendimento e flecha de ar otimizados, válvulas de expansão eletrônicas e inversores de frequência, componentes que já são utilizados em ar-condicionado e agora serão aplicados na maioria dos sistemas de frio.

“Os compressores scroll, adotados hoje em larga escala na climatização, estão cada vez mais presentes em projetos de refrigeração”, exemplifica o engenheiro Marcos Guedes, da São Rafael Câmaras Frigoríficas.

“Sistemas de degelo a gás quente de maior eficiência e com automação ativa e condensadores utilizando a água para absorver parte do calor para processos internos dos centros logísticos junto com energia solar (para aquecimento de água) e outras aplicações com energia solar fotovoltaica ligada à rede elétrica darão o tom das instalações autossustentáveis da próxima década”, prevê o empresário Vandic Rocha, diretor técnico da Setfrio Engenharia e do Centro de Treinamento em HVAC-R Industrial, Naval e Offshore.

Segundo o consultor técnico e encarregado de engenharia de aplicação da Full Gauge Controls, Fábio Tedesco, o uso de válvula de expansão eletrônica mantém um superaquecimento totalmente desejado, independentemente das condições, resultando em um sistema frigorífico mais eficiente.

“Além disso, com o gerenciamento remoto das câmaras frigoríficas é possível ter acesso a todas as informações a distância, inclusive por meio do telefone celular, receber alertas, alterar as temperaturas e elaborar gráficos”, ressalta.

Fabricantes como a EOS Termoisolantes – que são especialistas em painéis isolantes e portas frigoríficas – confirmam tendências assim nos muitos projetos que têm atendido para grandes entrepostos.

O setor de cross docking também está em alta, segundo a empresa. Trata-se de um sistema logístico em que a mercadoria não chega a ser estocada no armazém ou centro de distribuição, sendo imediatamente preparada para entrega ao cliente ou consumidor final.

“Temos participado de diversos fornecimentos de soluções para as aplicações de armazenagen frigorificada”, confirma o coordenador nacional de vendas da empresa, Rui Ribeiro.

Refri-Leste também lançou, recentemente, trilhos para portas frigorificas corrediças

O desempenho do setor, segundo ele, vem sendo positivo em comparação aos últimos anos e a expectativa é que o mercado siga em crescimento. “A demanda, que ficou reprimida nos últimos três anos, está sendo retomada em 2018”, diz.

“Devagar, a economia está voltando a ficar aquecida”, avalia o empresário Orlando Marinho Bailer, da Refri-Leste, fabricante de painéis em poliuretano e portas frigoríficas. “Esperamos que, após as eleições, os negócios voltem ao normal”, completa.

“Este ano, temos um cenário político que deixa algumas incertezas quanto ao segundo semestre. Contudo, observando o movimento de grandes empresas em relação aos investimentos em expansão e obras, o cenário mostra-se promissor para o próximo ano”, acredita o gerente corporativo da divisão de câmaras frigoríficas da Dufrio, Roger Afonso Barchfeld.

Com a recuperação da economia, o setor vê a retomada dos projetos nessa área. “Vale lembrar que alguns segmentos do agronegócio no Brasil podem estar num nível diferenciado da economia geral do País, mas é inegável que, de forma macro, todos seguem o mesmo ritmo de recuperação”, destaca o gerente de engenharia da Kingspan Isoeste, Rafael Tomaz Zacarias.

Em termos de projeto, prossegue o gestor, uma das principais tendências no segmento é o uso da tecnologia BIM (sigla em inglês para Modelagem de Informações da Construção).

“A Kingspan Isoeste já entrega seus projetos nessa plataforma BIM, garantindo assim uma melhor compatibilidade entre todas as disciplinas do empreendimento, melhorando o levantamento de materiais e prevendo com antecedência todas as interferências entre projetos”, diz.

“Esse ganho inicial se mostra também extremamente importante na fase de execução e uso da obra, inclusive com a redução de custos em retrabalhos”, afirma.

Fluido refrigerante ecológico ganha espaço no mercado de climatização

A preocupação com o meio ambiente é cada vez mais constante no segmento da climatização. Desde o Protocolo de Montreal, que exigiu a diminuição de emissão de cloro na atmosfera, as empresas estão trabalhando para desenvolver fluidos refrigerantes que possam manter o desempenho dos equipamentos, sem prejudicar a camada de ozônio.

Um dos exemplos foi apresentado durante palestra promovida pela Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação (Asbrav) na noite da última quinta-feira (21).

“O fluido refrigerante R-427A foi desenvolvido para ser uma opção ecológica para o R-22, que só poderá ser usado ate 2030. A partir do ano que vem, haverá redução de 35% na importação do R-22. Então, o preço deste produto vai elevar os custos da climatização. Cerca de 90% dos climatizadores ainda utilizam este fluido poluente, que é feito com cloro”, explicou o consultor técnico da Arkema, Paulo Napoli.

Uma das preocupações dos empresários é a troca dos fluidos refrigerantes. Entretanto, segundo Napoli, a opção de retrofit desenvolvida pela indústria química francesa realiza a mudança sem transtornos ou elevação de gastos. Ao contrário disso, consegue diminuir os valores da energia elétrica.

“O retrofit aproveita o equipamento sem modificar o projeto já realizado. Conseguimos modificar o fluido refrigerante sem modificar o produto. Algumas empresas já estão realizando o retrofit e perceberam redução de 6% na energia elétrica. Quando diminuir a importação do R-22, o valor deste produto vai elevar bastante. Assim, o R-427A, que hoje tem o mesmo preço do R-22, vai se tornar mais econômico”, salientou.

A palestra contou com a presença de engenheiros, projetistas, profissionais do setor de instalação e manutenção em climatização e refrigeração, e estudantes das áreas de refrigeração e climatização, segundo a assessoria de comunicação da Asbrav.

O consultor da área de fluidos refrigerantes da Arkema, Paulo Napoli, proferindo palestra na sede da Asbrav, em Porto Alegre

Paulo Napoli, consultor da área de fluidos refrigerantes da Arkema, durante palestra na Asbrav na última quinta-feira | Foto: Mariana da Rosa/Divulgação

HVAC-R em festa

O Troféu Oswaldo Moreira, premiação mais esperada do ano pelos empresários e profissionais da indústria e do comércio de refrigeração e climatização, foi entregue na noite de 7 de junho, na Casa Itaim, em São Paulo.

O evento, que leva o nome do fundador da Revista do Frio, reuniu mais de 300 convidados e foi, mais uma vez, uma grande oportunidade de confraternização e networking.

Conforme ocorre há mais de uma década, a votação nos três finalistas de cada categoria ocorreu momentos antes da premiação, em computadores instalados na recepção da festa.

Os vencedores deste ano foram Samsung (Indústria de Ar Condicionado), Chemours (Indústria de Refrigeração), Clima Rio (Comércio de Ar Condicionado), Dufrio (Comércio de Refrigeração), Rafael Dias (Personalidade do Comércio) e Priscila Baioco (Personalidade da Indústria).

TOM - 2018 - Profissionais e empresário no evento de refrigeração e ar condicionado

Homenagens especiais

Antes da entrega ao TOM aos vencedores, a Revista do Frio fez uma homenagem póstuma ao advogado Sidney de Oliveira, falecido em 16 de abril, vítima de complicações após uma cirurgia cardíaca.

Durante seus 58 anos de atuação no setor, ele passou por empresas como Johnson Controls, Tropical, Isopor, Montreal e Girotubo, tendo também atuado como consultor independente de muitas outras grandes companhias e entidades, como a Abrava, a Anprac e a Ordem dos Advogados do Brasil.

“Grande amigo de Oswaldo Moreira, doutor Sidney sempre lutou, com muito afinco, pela profissionalização do setor, com foco na qualidade do ar de interiores”, lembrou Mary Moreira, diretora geral da Revista do Frio.

No fim da cerimônia, a publicação entregou uma homenagem especial a Josenaldo Elias Damacena, colaborador mais antigo da casa. “Obrigado, Naldo, por sua participação ativa em nosso desenvolvimento e, principalmente, por seu companheirismo nestas três décadas”, disse Mary Moreira.

 

Tradição

A entrega de um prêmio aos mais destacados profissionais e empresas da indústria e comércio dos segmentos de refrigeração, ar condicionado, ventilação, aquecimento e tratamento do ar teve início em 1991, por iniciativa da Revista do Frio. 

O troféu que materializou essa ideia foi batizado, inicialmente, como Urso Branco, mas, em 1998 – dois anos após a morte de Oswaldo Moreira –, a premiação ganharia o nome do jornalista que fundou a publicação.

O prêmio, portanto, existe há 27 anos e, em 2018, completou sua 20ª edição com o nome atual.

Conheça, a seguir, o perfil dos ganhadores do TOM 2018:

Samsung – Indústria/Ar Condicionado

Desde seu surgimento como uma pequena empresa de exportação na Coreia do Sul, a Samsung cresceu e se tornou uma das principais empresas de produtos eletrônicos do mundo. O início da produção de condicionadores de ar se deu em 1980 e, de lá para cá, se consolidou cada vez mais como uma das principais fabricantes do setor. 

Por meio de um processo de constante inovação, está sempre revolucionando os inúmeros mercados em que atua. Não é à toa que a companhia emprega centenas de milhares de pessoas e fatura bilhões de dólares, anualmente.

Até 2020, a empresa pretende alcançar vendas anuais de US$ 400 bilhões e figurar o valor global da sua marca entre os cinco maiores do mundo.

Chemours– Indústria/Refrigeração

A Chemours ajuda a criar um mundo mais colorido, capaz e limpo por meio do poder da química. Líder global em tecnologias de titânio, produtos fluorados e soluções químicas, a companhia oferece aos seus clientes uma ampla variedade de inovações baseadas na química. 

Os ingredientes da empresa norte-americana são encontrados em plásticos e revestimentos, refrigeração e ar condicionado, mineração e na produção industrial em geral. Seus principais produtos incluem marcas de renome, como Teflon, Opteon e Freon.

Atualmente, a Chemours tem cerca de sete mil funcionários em 70 unidades produtivas que atendem a mais de cinco mil clientes nas Américas, na região Ásia-Pacífico e na Europa.

Com uma receita de US$ 6,2 bilhões em 2017, a companhia chegou à 451ª posição do ranking da revista Fortune das 500 maiores empresas dos EUA.

 Clima Rio – Comércio Distribuidor/Ar Condicionado

A Clima Rio está no mercado há mais de 20 anos destacando-se na venda, montagem e manutenção de câmaras frigoríficas e distribuição de peças e insumos para refrigeração. 

Desde 2000, a companhia também atua no ramo de condicionadores de ar, em parceria com a Midea Carrier, o que a possibilitou construir uma infraestrutura de 18 lojas e quatro centros de distribuição.

Notabilizada pela ética e a transparência do empresário Gilson Miranda, a empresa que iniciou suas atividades em 1996, em Niterói, conta hoje com amplo estoque de ar-condicionado, produtos para refrigeração comercial e industrial, cobre, compressores, gases refrigerantes e forçadores de ar para câmaras frigoríficas, dentre outros itens do portfólio da empresa, que também explora o nicho de serviços, por meio do seu departamento de engenharia e projetos.

 Dufrio – Comércio Distribuidor/Refrigeração

Há mais de 20 anos no mercado, a Refrigeração Dufrio oferece soluções completas em refrigeração e ar condicionado. Comprometida em surpreender os clientes e com a qualidade dos mínimos detalhes, a empresa aposta na personalização dos serviços e na transformação de ideias que proporcionam experiências únicas. 

Diferenciada e com espírito jovem, a Dufrio é referência no mercado e reconhecida pela inovação, trabalho sério, atitude e agilidade.

São 16 lojas, quatro centros de distribuição, vendas online e atendimento em todo o Brasil com profissionais altamente capacitados e especializados no segmento. Com mais de 1.200 colaboradores diretos e mais de 100.000 m2 em estoque, a empresa garante aos seus clientes o menor prazo de entrega.

 Rafael Dias – Personalidade do Comércio de Refrigeração e Ar Condicionado

O primeiro emprego de Rafael Dias foi na própria A.Dias Ar Condicionado. Ele começou a trabalhar lá aos 15 anos de idade, no ano 2000, quando seu pai, Gerson Dias, o convidou para fazer um estágio na empresa, a fim de orientar sua escolha para o ensino superior. 

Assim, ele estudava durante a manhã no colégio e trabalhava no período da tarde. No início, realizava tarefas típicas de office boy: entregas de malotes em bancos e documentos em cartório, contagem de estoque e envio de fax para propostas de vendas. Depois de certo tempo, ele começou a ficar seis meses em cada departamento da empresa, para conhecer melhor cada detalhe da operação.

Um de seus grandes projetos para o negócio da família foi a criação de uma ferramenta de comunicação e venda direta para seu principal cliente: o instalador de ar-condicionado.

Segundo ele, foi preciso promover muitos treinamentos internos e quebrar alguns paradigmas, mas, com o tempo, todos perceberam que aquele era o caminho correto a seguir.

 Priscila Baioco  Personalidade da Indústria de Refrigeração e Ar Condicionado

Primeira mulher a conquistar o Troféu Oswaldo Moreira, Priscila Baioco iniciou sua carreia na empresa Luftec Hélices, em 1998, aos 16 anos como assistente de vendas na cidade de Itatiba, no interior de São Paulo. Aos 18 anos, ela se mudou para a capital, para estudar e trabalhar na empresa EH Representações onde ficou por dois anos e, então, foi para a Torin Ventiladores, onde permaneceu por quatro anos. 

Em 2006, ela começou a trabalhar na Armacell como vendedora técnica, ficando nesta função até 2010, momento em que teve a oportunidade de vivenciar uma experiência internacional atuando na Trox Latinoamerica como responsável pelo desenvolvimento de mercado em países sul-americanos.

Em 2011, Priscila retornou à Armacell como gerente regional de vendas e, em 2017 assumiu o cargo de gerente nacional de vendas nesta mesma empresa. São 20 anos de atuação na área de vendas no setor HVAC-R, muitas experiências vividas e conquistas alcançadas.

Troféu Oswaldo Moreira homenageia empresas e personalidades do HVAC-R

Chegou o momento mais esperado anualmente pelo setor de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (HVAC-R). Após um ano de trabalho árduo, os profissionais e empresas que se destacaram em 2017 por seus esforços em elevar a qualidade dos produtos e serviços oferecidos ao mercado nacional concorrerão ao Troféu Oswaldo Moreira.

Nesta edição, marcada para 7 de junho, a partir das 19h30, o palco do evento será a Casa Itaim, que fica na rua Clodomiro Amazonas, 907, na Vila Olímpia, em São Paulo.

O prêmio, que leva o nome do fundador da Revista do Frio – empreendedor que participou ativamente da história do HVAC-R no Brasil, ajudando a fortalecer parcerias no ramo –, é também uma grande oportunidade de networking.

Conforme ocorre há mais de uma década, a votação nos três finalistas de cada categoria será feita durante o encontro, com os convidados votando– por meio de computadores dispostos no local da cerimônia – nos melhores profissionais e empresas do setor.

Confira a seguir os nomes dos indicados que concorrerão troféu este ano:

 

Indústria – Ar Condicionado
Daikin
Samsung
Trane

Indústria – Refrigeração
Chemours
Full Gauge Controls
Embraco

Comércio Distribuidor – Ar Condicionado
A.Dias
Clima Rio
Friopeças

Comércio Distribuidor – Refrigeração
Dufrio
Refrigeração Marechal
Polipartes

Personalidade do Comércio de Refrigeração e Ar Condicionado
Rafael Dias (A.Dias)
Sidney Tunda (Poloar)
Tiziano Giordano Pravato (Leveros)

Personalidade da Indústria de Refrigeração e Ar Condicionado
Anderson Bruno (LG)
Katsuya Fujii (Fujitsu)
Priscila Baioco (Armacell)

Tradição

A entrega de um prêmio aos mais destacados profissionais e empresas da indústria e comércio dos segmentos de refrigeração, ar condicionado, ventilação, aquecimento e tratamento do ar teve início em 1991, por iniciativa da Revista do Frio.

O troféu que materializou essa ideia foi batizado inicialmente como Urso Branco, mas, em 1998 – dois anos após a morte de Oswaldo Moreira – a premiação ganharia o nome do fundador da publicação.

O prêmio, portanto, existe há 27 anos e, em 2018 chega à sua 20ª edição com o nome atual, e 14 anos com o formato de votação eletrônica, realizada pelos convidados da festa em terminais de computador minutos antes da sua entrega.

Whirlpool concede férias coletivas

A partir de hoje a fabricante de eletrodomésticos Whirlpool dará férias coletivas de cinco dias aos trabalhadores das fábricas Joinville (SC) e Rio Claro (SP). O motivo é a falta de insumos, como aço e resinas, para as linhas de produção.

Com a greve dos caminhoneiros, a entrega desses materiais, que é diária, começou a falhar. A saída de produtos acabados também está prejudicada pela falta de transporte. O estoque de geladeiras e fogões da companhia, por exemplo, é de 20 dias.

 

Fonte: Márcia De Chiara, O Estado de S.Paulo

Elgin assina acordo para comprar Heatcraft do Brasil

A Elgin S.A. anunciou a assinatura de um acordo vinculante para comprar a Heatcraft do Brasil, indústria de condensadores, evaporadores, racks de compressores, condensadores remotos e monoblocos frigoríficos pertencente ao grupo Lennox International.

“Estamos muito confiantes com esta aquisição, cujo maior objetivo é oferecer um crescimento sustentável para esta união entre ambas as empresas”, ressalta Rafael Feder, presidente da Elgin.

Os valores envolvidos na operação não foram divulgados, e a conclusão dela ainda está condicionada à aprovação por parte do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Segundo um comunicado da Elgin, as duas companhias continuarão a conduzir suas atividades de forma independente até obterem este aval.

Em seus mais de 66 anos de história, a empresa 100% nacional que iniciou suas atividades no segmento de máquinas de costura, diversificou sua atuação no mercado brasileiro e internacional.

Hoje, a indústria fabrica uma grande variedade de produtos, incluindo condicionadores de ar, tecnologias de refrigeração e automação comercial, lâmpadas, telefones, calculadoras, pilhas, placas fotovoltaicas e móveis planejados.

Embraco é vendida para empresa japonesa

A fabricante de eletrodomésticos Whirlpool concordou em vender a Embraco para a japonesa Nidec Corp por US$ 1,08 bilhão, enquanto busca focar em negócios voltados para o consumidor final.

O acordo, que não inclui as instalações da Embraco na Itália, que a empresa planeja fechar, não deverá ter um impacto significativo nos resultados financeiros da Whirlpool em 2018, disse a Whirlpool.

A expectativa é que o negócio seja concluído em 2019.Rac com compressor Embraco

A Whirlpool também disse que espera recomprar até US$ 1 bilhão em ações por meio de uma oferta a um preço antecipado de US$ 150 a US$ 170 dólares. A oferta está prevista para começar em 26 de abril.

A empresa, sediada em Benton Harbor, Michigan, informou também que pretende realizar recompras de ações no mercado aberto ao longo de 2018, após a conclusão da oferta pública.

 

Fonte: Reuters

Supermercados investem em lojas mais eficientes

A rede atacadista Makro investiu, recentemente, R$ 60 milhões na substituição do sistema de iluminação antigo por LED nas áreas internas e externas de todas as suas lojas no País, um projeto realizado pela EDP Brasil.

O resultado, de acordo com a companhia energética, foi uma redução de até 55% – ou 17,5 mil megawatts-hora (MWh) – no consumo de energia.

Segundo a EDP, com a economia de energia, mais de 1.431 toneladas de CO2 deixarão de ser lançadas na atmosfera anualmente, o que correspondente ao plantio de 11 mil árvores.

Além disso, haverá uma redução também nos custos de manutenção, uma vez que a durabilidade da lâmpada LED é de 50 mil horas (de 3 a 4 vezes mais que lâmpadas fluorescentes). A tecnologia ainda gera menos impacto ambiental,  por  não possuir mercúrio e outros componentes nocivos em sua composição.expositor horizontal poupando energia

“A EDP Brasil assumiu o compromisso de reduzir o consumo de 100 gigawatts-hora (GWh) de energia dos seus clientes até 2020 com a expansão do nosso segmento de soluções em energia, e a parceria com o Makro é mais um exemplo de como as corporações podem usufruir das nossas soluções de eficiência energética para reduzir custos e elevar sua contribuição ao meio ambiente, com baixo investimento inicial”, afirma Aldemir Spohr, diretor da EDP.

Antes da implantação, a iluminação representava, em média, 20% da conta de energia elétrica das unidades do Makro, o que deve ser diminuído para cerca de 10%. Por meio do contrato firmado entre as empresas, no modelo de success fee, a economia mensal de energia com a nova iluminação abaterá o investimento inicial.

“Além da economia no consumo de energia, o projeto de eficiência energética trouxe inúmeros benefícios, como o aumento da produtividade dos funcionários, valorização dos produtos trazendo mais conforto visual para os clientes e o compromisso sustentável de evitar desperdício e reduzir a emissão de gases poluentes”, destaca Marcos Ambrosano, presidente do Makro no País.

Segundo Daniel Marcucci, gerente de vendas da Danfoss, os supermercados brasileiros também têm investido em balcões e expositores refrigerados com porta de vidro, na troca de equipamentos antigos por mais modernos e eficientes com corrente contínua (DC), em equipamentos self-contained e na mudança do layout da loja visando o melhor aproveitamento da ventilação, a fim de reduzir o uso do ar-condicionado.

“Nos sistemas de climatização e refrigeração, os supermercados têm utilizado ferramentas de controle e de gestão, o que é fundamental para otimizar o desempenho. Além disso, os varejistas investem na troca de controles mecânicos por eletrônicos e em sistemas com fluidos refrigerantes mais eficientes e ecológicos”, ressalta.

Atualmente, os proprietários destes estabelecimentos podem ter a informação em tempo real dos detalhes de seu consumo de energia. “Com o controle e o gerenciamento sobre seus equipamentos, eles sabem o que está funcionando e podem intervir rapidamente no que não está funcionando adequadamente, fazendo uma gestão inteligente do seu patrimônio”, observa.

“Como exemplo, temos uma loja de porte grande que abre às 7h30 e a condensadora do ar condicionado só liga em torno das 10h30, pois os ventiladores do sistema de ventilação trocam o ar da loja pelo ar externo durante a noite”, diz.

“Em refrigeração, temos um caso que, com um controle eletrônico, possibilita a uma loja programar as pressões de sucção flutuantes, isto é, o sistema trabalha com mais precisão da temperatura do balcão e menos consumo de energia”, acrescenta.

 

Varejo mais competitivo

Reduzir gastos com energia elétrica e aumentar a eficiência dos supermercados são algumas das principais estratégias para tornar o varejo mais competitivo e, ao mesmo tempo, sustentável.

O aumento da demanda por produtos resfriados e congelados, fruto de novos hábitos do consumidor, gera maior necessidade de investimentos em equipamentos de refrigeração, o que, por sua vez, eleva o consumo de energia, cujo custo subiu significativamente nos últimos anos.

Em 2015, este insumo passou a representar a segunda maior despesa dos supermercados, ficando atrás apenas dos gastos com folha de pagamento.

Segundo o presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Pedro Celso Gonçalves, a refrigeração, a climatização e a iluminação das lojas estão no centro das atenções quando o assunto é energia elétrica.

“Neste contexto, a tecnologia é aliada nestes casos, a partir de sistemas mais eficientes, gerenciáveis, adaptativos e modulares”, ressalta.

“Além da redução de consumo, destacam-se ainda as mudanças com foco na redução de custos para a operação, com o combate à energia reativa e a entrada em mercados de energia mais barata solar e até mesmo a maior atenção às modalidades de contratação no mercado cativo tradicional, de acordo com cada perfil de consumo”, completa.

O empresário ainda destaca que as mudanças no setor supermercadista acompanham a substituição do hidroclorofluorcarbono (HCFC) R-22, um fluido refrigerante nocivo à camada de ozônio.

“De um lado, enxergamos o avanço dos motores eletrônicos e moduladores (inversores), gerenciadores e controladores, além de compressores mais eficientes. Enquanto na área de vendas, o que se nota é o fechamento dos expositores e melhor controle da temperatura e tempo dos degelos”, explica.

Outra mudança apontada pelo executivo é a ampliação da diversidade de sistemas – desde racks a equipamentos plug-ins –, sendo que cada um adapta-se a diferentes perfis de loja, trazendo resultados significativos para seu custo de operação.

De acordo com ele, a refrigeração, climatização e iluminação impactam diretamente na experiência de consumo do cliente. “O que se destaca com sistemas refrigerados mais eficientes é a qualidade e segurança dos produtos oferecidos”, afirma.

“O bom resultado pode ser medido, no âmbito da economia, pela redução de perdas e de custos com energia, que pode chegar a 20%. Desta forma, a loja aumenta a competitividade e pode ofertar melhores condições aos consumidores”, acrescenta.

“Graças à necessidade de substituição dos refrigerantes destruidores da camada de ozônio o mercado teve de buscar soluções que, por sua vez, culminaram com opções mais eficientes”, reforça  Pedro Gonçalves, lembrando que o mesmo ocorre com a redução do uso de fluidos com alto potencial de aquecimento global (GWP, em inglês).

“Outros bons exemplos atuais de ações focadas no meio ambiente têm sido os cases de combate ao vazamento de gases refrigerantes e as análises químicas do grau de contaminantes nos gases dos sistemas, que demonstram alto potencial de redução de custos de manutenção e tornam estas ações mais do que viáveis”, salienta.

Em decorrência das mudanças climáticas, a redução das emissões de gases de efeito estufa tem sido pauta de grandes debates internacionais. Inclusive, já existem regulamentações na Europa e nos EUA que limitam o uso de fluidos utilizados pela indústria de refrigeração de acordo com seu GWP.

Recentemente, o Supermercado Jaú Serve, rede varejista com 35 lojas no estado de São Paulo, adotou a hidrofluorolefina (HFO) R-449A em sua nova unidade em Lençóis Paulista.

Com 7,2 mil metros quadrados de área construída, esta loja é a maior da rede na cidade e conta com mais de 13 mil produtos, distribuídos nas seções de mercearia, carnes, frios e laticínios, hortifruti, adega, padaria, confeitaria, pizzaria, rotisseria, restaurante, lanchonete e floricultura.

“A utilização deste novo fluido refrigerante é vantajosa tanto do ponto de vista energético quanto operacional, pois o ele pode ser aplicado sem necessidade de adaptações em projetos originalmente desenhados para operar com o hidrofluorcarbono (HFC) R-404A, uma substância de alto GWP”, explica o diretor de operações do varejista, Odirlei Salustiano.

De acordo com a Chemours (ex-DuPont Refrigerantes), o R-449 tem um GWP 67% menor que o do R-404A e também pode ser usado na substituição do R-22.

A instalação de sistemas de recuperação de calor para o aquecimento de água, por exemplo, é outra tendência nos supermercados, pois eles também ajudam a reduzir o consumo global de eletricidade.

Além de diminuir a conta de energia, acredita-se que, no futuro, graças a esses sistemas, os estabelecimentos passarão a ser fornecedores de energia, e não mais meros consumidores.

 

Qualidade garantida

Segundo o gerente de engenharia de aplicação da Full Gauge Controls, Anderson Machado, a adoção de equipamentos como válvulas de expansão eletrônica, gases refrigerantes mais eficientes e softwares supervisórios também ajuda a aumentar a vida útil das instalações frigoríficas.

“Hoje, softwares supervisórios como o Sitrad permitem que o supermercadista tenha acesso à performance de todos os equipamentos de sua loja usando apenas um celular ou tablet conectado à internet”, ressalta.

“O sistema ainda alerta os técnicos responsáveis de alguma anomalia que possa surgir. Então, além de ter uma redução de custos com energia elétrica e de quebra de equipamentos, ter o controle total das instalações na palma da mão proporciona agilidade e tranquilidade aos gestores, garantindo a qualidade do que é oferecido aos clientes”, diz.

Um exemplo disso é o caso do Grupo Mig, rede catarinense de supermercados que investiu, há cerca de seis anos, no Sitrad para fazer o gerenciamento remoto das instalações em suas sete lojas e também no centro de distribuição, no qual o sistema da Full Gauge é responsável pelo controle das câmaras frias.

“Certa vez, o cliente relatou que durante a noite ocorreu a queima de uma bobina solenoide em uma ilha de congelados que armazenava peixes. A oscilação na eletricidade fez com que a ferramenta enviasse um alarme para a equipe técnica, que se deslocou imediatamente até o supermercado. O equipamento continha mais de R$ 10 mil em mercadorias, porém nada se perdeu, graças ao aviso do software, que permitiu uma resposta imediata dos técnicos”, exemplifica.

De acordo com o gestor, as possibilidades de redução no consumo energético no setor supermercadista ainda dependem de melhores práticas.

Por isso, prossegue Machado, é preciso manter a temperatura e a pressão dos sistemas de refrigeração reguladas, assim como o degelo ajustado e os drenos desobstruídos, garantir exposição e armazenagem adequadas, monitorar a quantidade correta de produtos por equipamento e deixar as máquinas sempre fora da corrente de vento, sem luz solar direta e com a limpeza em dia.

“A modernização destas instalações é outra aliada muito importante, que pode garantir uma redução considerável do consumo de energia”, arremata.

Eletrofrio participa da Mercosuper 2018

Entre os dias 10 e 12 de abril, a Eletrofrio vai expor a sua linha de equipamentos na Mercosuper – 37ª Feira e Convenção Paranaense de Supermercados, realizada no Expotrade Convention Center, em Pinhais, a feira terá como tema principal o combate ao desperdício de alimentos.

Uma das tendências sustentáveis que será apresentada pela Eletrofrio são as portas instaladas nos balcões de congelados e refrigerados, que mantêm os produtos mais bem conservados e reduzem em até 60% a carga térmica, contribuindo para a redução do consumo de energia. Os balcões refrigerados também podem oferecer mais um ponto de sustentabilidade ao trocar o gás R22 pelo Glicol, inofensivo à camada de ozônio e que reduz em até 90% os gases poluentes.

A empresa espera receber os supermercadistas e varejistas em seu estande para explicar sobre as soluções customizadas e projetadas para cada tipo de operação que oferecem.

“Um dos nossos diferenciais é utilizar agentes refrigerantes não poluentes, que contribuíram para que atingíssemos a marca de apenas 10% da quantidade de R22 utilizados há cinco anos”, aponta o diretor comercial da Eletrofrio, Roberto Weidner.

Em seu estande de quase 180 m² os visitantes terão contato com os produtos como expositores para congelados verticais e horizontais de Autosserviço, Expositores de Frios e Lacticínios de Atendimento e de Autosserviço, Expositores de atendimento para Carnes em Corte e Carnes embaladas, além de gôndolas e check out.

“Além de apresentar as novidades e as principais soluções aos supermercadistas e varejistas presentes, acreditamos que a Mercosuper é uma oportunidade de encontrar os parceiros atuais e de fazer novos clientes”, afirma Weidner.

 

Palestra

O engenheiro e gerente SMR da Eletrofrio, Rogério Marson, vai palestrar na Mercosuper, no dia 11 de abril, às 16h30, no auditório B. Marson  onde vai expor as principais mudanças ocorridas no setor nos últimos anos, que propiciaram a redução do consumo de energia nos sistemas de refrigeração aplicados em supermercados, bem como uma abordagem sobre os gases hoje disponíveis e seus efeitos no consumo de energia elétrica.