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Receita líquida da Paranapanema cresce 36% em 2018

O ano de 2018 foi um verdadeiro divisor de águas para a Paranapanema, líder na produção de cobre refinado no Brasil. Após passar por um processo de reestruturação financeira em 2017, a companhia deu início, no ano passado, ao processo de recuperação dos principais ativos, aumentou a ocupação das fábricas e buscou novos mercados.

A estratégia trouxe resultado: a empresa registrou uma receita de R$ 4,8 bilhões em 2018, crescimento de 36% em relação ao ano anterior. O lucro operacional (EBITDA), informa a indústria, fechou em R$ 82,7 milhões, com um crescimento absoluto de R$ 297,4 milhões, quando comparado ao resultado de 2017.

No primeiro semestre, a planta da Bahia ficou 74 dias sem operar por conta de intermitências operacionais e de uma parada de manutenção programada. Se o EBTIDA do segundo semestre, quando a planta operou normalmente, fosse anualizado, o valor atingiria R$ 365,8 milhões.

O volume anual de vendas da empresa foi de 173,6 mil toneladas, crescimento de 9% em relação a 2017. “Além do aumento no volume de vendas, focamos na otimização de recursos, com alocação de matéria-prima e comercialização de produtos que geram maior rentabilidade, como é o caso de fios e vergalhões”, afirma André Luis da Costa Gaia, diretor financeiro e de relações com investidores da companhia.

No acumulado de 2018, houve aumento de 27% no volume de venda de fios e vergalhões e a receita líquida desses produtos aumentou 50% em relação a 2017. Já a receita líquida com barras, tubos, laminados, arames, conexões e outros, da marca Eluma, cresceu 37% na comparação com o ano anterior. E nos coprodutos, a receita líquida anual registrou aumento de 63%.

“A Paranapanema segue integralmente dedicada à busca pela geração de valor para seus acionistas e ao aumento da rentabilidade de suas operações, por meio da maior alavancagem operacional e da minuciosa gestão de caixa”, complementa Marcos Camara, diretor-presidente da Paranapanema.

No ano, do total de receita da companhia, 60% foi originária do mercado externo, o que demonstra a forte
vocação exportadora da Paranapanema.

Bons resultados no 4º trimestre

No quarto trimestre de 2018, a companhia manteve-se dedicada na recuperação dos seus resultados e avançou significativamente na comparação com o mesmo período do ano anterior: registrou lucro líquido de R$ 32,7 milhões, alta de 128%. A receita líquida da empresa no período teve alta de 16%.

O último trimestre apresentou volume de vendas de 49,9 mil toneladas, um aumento de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os produtos de cobre da marca Eluma apresentaram aumento de 40% quando comparado ao 4T17 e a de vergalhões, fios e outros aumentou 68% entre os trimestres.

Os resultados positivos da companhia contaram ainda com a receita líquida dos coprodutos que registrou aumento de 61% na comparação trimestral. Tal evolução se deu por conta da alta dos preços de ácido sulfúrico nos mercados internacionais além de algumas vendas spot de revert (produto extraído do processo de transformação do concentrado de cobre) e da maior quantidade de ouro contida na lama anódica.

Em franco crescimento, Brasweld tem planos ambiciosos para 2019

Ao completar 16 anos de atividades em 2018, a araraquarense Brasweld, especializada em soldas, prepara duas novidades para 2019 – o lançamento de um antichamas em gel, de fabricação própria, e a expansão de suas instalações físicas.

Em fase final de testes, o produto foi desenvolvido para ser injetado em tubos de cobre para proteger o material das altas temperaturas geradas nos processos de soldas. Com a garantia de qualidade superior, o antichamas nacional – quadragésimo item do portfólio da empresa – competirá com um similar importado dos Estados Unidos.

Ao mesmo tempo, os bons resultados obtidos pela companhia nos últimos anos já prepararam o terreno para a expansão da atual planta fabril, de 735 metros quadrados –, ou a partir da ampliação desse espaço onde está desde 2011, ou com a mudança para uma área maior.

Fundada oficialmente em 2002 pelo técnico metalúrgico espanhol Alfonso Bautista Romero, à época com 58 anos de idade e hoje com 74, a Brasweld deu os primeiros passos ainda em 2001, com apenas R$ 150,00 no banco e matéria-prima comprada com o 13º salário de sua aposentadoria, provando que empreendedorismo não tem idade e serve de inspiração para todos.

No início, o empresário trabalhava no quintal da casa da mãe, onde começou a fabricar alguns itens. Mesmo próximo de entrar na terceira idade, mostrou fibra e, munido de uma maleta, visitava loja por loja na famosa Alameda Glete, área central de São Paulo, considerada o maior polo do varejo refrigerista no país.

“Chegava em casa, tirava os pedidos, fazia as faturas, fabricava o item, pegava meu carro e entregava. Começamos com dois produtos, o Aron 200, um fluxo para soldar com prata, antes chamado de Epofluxo, cujo nome foi alterado porque começaram a aparecer no mercado muitos produtos com Epo no nome. Também fabricávamos o Trincal, voltada para soldar com latão”, comenta.

O fluxo de solda era usado não só para a área de refrigeração, mas na indústria de modo geral. A experiência do dia a dia, de trabalhar também diretamente com os profissionais, levou a empresa a lançar embalagens menores – de um quilo, de 500 e de 250 gramas. Ao trabalhar com a área de refrigeração, a Brasweld passou a comercializar embalagens de 100 e de 50 gramas, algo que ninguém fazia.

“Há mecânicos que não gostam de comprar muito porque, às vezes, esquecem de fechar a tampinha, o pote fica aberto e seca. Então, 50 gramas de fluxo são suficientes para ele usar durante um mês, um mês e meio. Não estraga, é muito mais barato e proporciona mais rotatividade para a loja. Este foi o nosso começo”, lembra o empresário.

Na sequência, a Brasweld apostou na fabricação da válvula schrader, desenvolvida para sistemas de refrigeração, mas não conseguiu competir com os preços das importadas da China, mesmo tendo um produto de melhor qualidade. “No Brasil, o pessoal dá preferência pelo preço. Não deu para acompanhar”, lamenta.

Mas este revés só serviu para incentivar o empresário, que mais adiante começou a fabricar fluxo para soldar em alumínio com estanho, visto que esses dois materiais não se juntam. O sucesso dessa solução foi imediato, com vendas para lojas de eletroeletrônicos e indústrias de fabricação de lâmpadas e de transformadores.

O fundador da Brasweld, Alfonso Bautista Romero, e o gerente geral da indústria brasileira de soldas, Edgar Souza, em frente à fábrica localizada em Araraquara | Foto: Nando Costa/Pauta Fotográfica

O empresário Alfonso Bautista Romero e o gerente geral da indústria brasileira de soldas, Edgar Souza, em frente à fábrica localizada em Araraquara | Foto: Nando Costa/Pauta Fotográfica

Para este último equipamento, a empresa conseguiu patentear um fluxo de solda ideal para ligar tanto cobre com alumínio quanto alumínio com alumínio, visto que atualmente os transformadores são feitos com alumínio. Enquanto o produto importado dos Estados Unidos custa R$ 1.200 o quilo, o da Brasweld chega ao mercado por R$ 450.

O sucesso da empresa também se deve ao fato de Alfonso ter trabalhado, anteriormente, em grandes empresas, como a multinacional Eutectic Castolin, que o ajudou a conhecer todos os processos de fabricação da solda, utilização de prata, foscoper e todas as ligas de solda, desde a fundição até a embalagem.

É também a partir desta ampla visão que a Brasweld está desenvolvendo uma solda com ligas especiais que não existe no mercado, para substituir o foscoper – liga de cobre e fósforo, que pode conter pequenas quantidades estanho. “Trata-se de uma vareta que não vai usar fluxo, como o foscoper, e terá muito mais resistência, devendo estar disponível em meados de 2019”, descreve.

Outra novidade trazida pela empresa foi a inclusão de um QR Code na embalagem de todos os produtos, que direcionará os instaladores para vídeos explicativos com instruções de uso, visto que nem sempre as instruções escritas são entendidas por todos.

A utilização de tecnologias como esta só está sendo possível graças a um contínuo investimento de aproximadamente 5% do faturamento anual em pesquisa e desenvolvimento.

Para atingir este patamar e chegar ao que é hoje, foi fundamental à Brasweld a entrada, em 2006, na Incubadora de Empresas, em Araraquara, projeto que conta com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

“Os planos para 2019 também incluem a montagem de um departamento de vendas para atender à indústria, especialmente as da área automobilística, com a entrega de fluxo para soldar”, enfatiza Alfonso.

Metalfrio lança canal e-commerce, para venda direta ao consumidor

Empresa global e uma das maiores fabricantes mundiais de equipamentos de refrigeração comercial tipo plug-in, líder no mercado latino-americano, a Metalfrio Solutions avança em seu processo de transformação digital com a criação de um site exclusivo para compras. O e-commerce da Metalfrio é voltado ao público B2C (consumidor final), com uso para comerciantes, padarias, bares etc. É a primeira do segmento a abrir um canal direto com o B2C.

”Estamos lançando uma plataforma complementar a todos os nossos parceiros de negócio, onde os consumidores irão encontrar facilmente todo o portfólio da Metalfrio, ampliando nossa comunicação e interação com eles, além de oferecer a opção de compra direta”, explica Ricardo Schaer, diretor comercial da empresa.

A plataforma oferece muitas facilidades, entre elas, informações técnicas dos produtos, chat online para dúvidas, versão mobile e pagamento através de todas as bandeiras de cartões. Inicialmente, estará acessível apenas a clientes no Brasil, mas com projeção de atendimento a outros países da América Latina. O novo E-commerce soma-se a outros sites de vendas, que oferecem produtos da marca.

A Metalfrio tem um dos maiores portfólios de equipamentos de refrigeração comercial do mundo, que apresenta centenas de modelos nas linhas de bebidas (soft drinks, cervejeiras comerciais e Beer Maxx), sorvetes (NextGen, lançada recentemente), tripla ação e Chest Freezer. Hoje a Metalfrio está presente em 90,5% dos estabelecimentos comerciais no País.

“A Metalfrio tem uma história de quase 60 anos de pioneirismo e inovação, com o desenvolvimento de expertise e tecnologia para buscar sempre as melhores soluções para cada o cliente, oferecendo mais praticidade, maior economia de energia, e contribuindo para a preservação do meio ambiente, sempre com custo-benefício altamente competitivo. O nosso site de vendas reforça esse perfil de pioneirismo ao incluir o B2B entre o público-alvo, um fato inédito em nosso segmento. Além de aprimorar o atendimento aos clientes, com mais agilidade e segurança, o site nos permitirá conhecer profundamente o consumidor atual e desenvolver novos prospects”, diz Fábio Figueiredo, Country Manager.

Troféu Oswaldo Moreira homenageia empresas e personalidades do HVAC-R

Chegou o momento mais esperado anualmente pelo setor de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (HVAC-R). Após um ano de trabalho árduo, os profissionais e empresas que se destacaram em 2017 por seus esforços em elevar a qualidade dos produtos e serviços oferecidos ao mercado nacional concorrerão ao Troféu Oswaldo Moreira.

Nesta edição, marcada para 7 de junho, a partir das 19h30, o palco do evento será a Casa Itaim, que fica na rua Clodomiro Amazonas, 907, na Vila Olímpia, em São Paulo.

O prêmio, que leva o nome do fundador da Revista do Frio – empreendedor que participou ativamente da história do HVAC-R no Brasil, ajudando a fortalecer parcerias no ramo –, é também uma grande oportunidade de networking.

Conforme ocorre há mais de uma década, a votação nos três finalistas de cada categoria será feita durante o encontro, com os convidados votando– por meio de computadores dispostos no local da cerimônia – nos melhores profissionais e empresas do setor.

Confira a seguir os nomes dos indicados que concorrerão troféu este ano:

 

Indústria – Ar Condicionado
Daikin
Samsung
Trane

Indústria – Refrigeração
Chemours
Full Gauge Controls
Embraco

Comércio Distribuidor – Ar Condicionado
A.Dias
Clima Rio
Friopeças

Comércio Distribuidor – Refrigeração
Dufrio
Refrigeração Marechal
Polipartes

Personalidade do Comércio de Refrigeração e Ar Condicionado
Rafael Dias (A.Dias)
Sidney Tunda (Poloar)
Tiziano Giordano Pravato (Leveros)

Personalidade da Indústria de Refrigeração e Ar Condicionado
Anderson Bruno (LG)
Katsuya Fujii (Fujitsu)
Priscila Baioco (Armacell)

Tradição

A entrega de um prêmio aos mais destacados profissionais e empresas da indústria e comércio dos segmentos de refrigeração, ar condicionado, ventilação, aquecimento e tratamento do ar teve início em 1991, por iniciativa da Revista do Frio.

O troféu que materializou essa ideia foi batizado inicialmente como Urso Branco, mas, em 1998 – dois anos após a morte de Oswaldo Moreira – a premiação ganharia o nome do fundador da publicação.

O prêmio, portanto, existe há 27 anos e, em 2018 chega à sua 20ª edição com o nome atual, e 14 anos com o formato de votação eletrônica, realizada pelos convidados da festa em terminais de computador minutos antes da sua entrega.

Danfoss cresce 10% em vendas líquidas em 2017

A Danfoss apresentou em 2017 aumento em mais de 4 bilhões de Coroas Dinamarquesas (550 milhões de Euros) nas vendas líquidas, atingindo 43,3 bilhões de Coroas Dinamarquesas (5,8 bilhões de Euros), o que equivale a um crescimento de 12% em moeda local. Combinados, o alto crescimento e as melhorias operacionais contínuas elevaram o lucro operacional, excluindo outras receitas e despesas operacionais, em mais de 700 milhões de Coroas Dinamarquesas (95 milhões de Euros) para 5,1 bilhões de Coroas Dinamarquesas (685 milhões de Euros). O lucro líquido melhorou em 13%, chegando a 3,3 bilhões de Coroas Dinamarquesas (445 milhões de Euros). O fluxo de caixa continuou forte comparado a 2016.

“Estamos muito satisfeitos com nossos resultados de 2017. Ao longo do ano, vimos um crescimento extraordinário e elevado, e conseguimos resultados sólidos. Ao mesmo tempo, fizemos investimentos significativos em iniciativas de crescimento e digitalização, e adquirimos várias tecnologias-chave que nos ajudarão a manter nossa posição como um líder provedor de tecnologia, agregando o maior valor possível para nossos clientes”, diz Kim Fausing, presidente e CEO.

O segmento de negócios Danfoss Power Solutions apresentou um desempenho muito forte em 2017, e os outros três segmentos de negócios também cresceram mais rapidamente do que os mercados e a economia global. No geral, o crescimento das vendas e dos ganhos foi amplamente baseado nos mercados da Danfoss e particularmente elevado nos países do BRIC e nos EUA.

Entre outros fatores, o crescimento na China é impulsionado por grandes investimentos em eficiência energética para resolver os desafios das mudanças climáticas e da poluição do ar. Na Índia, a Danfoss vê um foco significativo nas soluções que garantem alimentos frescos para a crescente população e, nos EUA, que é o maior mercado da Danfoss, o aumento dos investimentos em infraestrutura, em particular, está gerando mais vendas.

“Estamos entrando em 2018 com impulso em todos os nossos negócios. Nossos produtos e soluções combinam perfeitamente com as tendências globais, como eletrificação, urbanização e maior foco na eficiência energética para lutar contra as mudanças climáticas. E em combinação com uma sólida base financeira e vantagem competitiva em nossas operações de supply chain, temos um forte início para continuar nossa trajetória de crescimento e investimentos maciços no futuro”, completa Kim Fausing.

Perspectivas para 2018

Esperamos manter ou expandir nossa participação de mercado, mantendo a lucratividade medida como margem em 2017 após investimentos significativos em digitalização.

A recuperação econômica já começou

Fazendo o paralelo com um doente, a economia brasileira acabou de sair da UTI e foi para a unidade de terapia semi-intensiva. Ou seja, nós teremos uma recuperação econômica, mas não na mesma velocidade com que caímos. De março de 2014 a julho de 2017 a queda do PIB foi de 8% e nós vamos recuperar isto em três anos, no mínimo”.

Pedro Evangelinos discorre sobre a área econômica

Evangelinos, da RAC: recuperação lenta, em comparação à velocidade da queda

A constatação é do diretor da Fiesp e conhecido empresário do HVAC-R, Pedro Evangelinos, ao fazer um contraponto entre a situação real econômica e o estado de ânimo percebido por ele próprio nos corredores do São Paulo Expo, durante a Febrava.

“Aqui na feira estou vendo um clima de otimismo, tanto por parte de expositores quanto de visitantes, dizendo que o pior já passou, algo verdadeiro, embora não signifique que o melhor vá começar logo amanhã”, raciocina.

No seu entender, a ida do “paciente” para o quarto depende, antes de tudo, da queda dos juros, assim como ocorreu de uma forma fantástica com a inflação. “Nossa taxa é de fazer vergonha a agiota na Europa e nos Estados Unidos”, acentua.

O benefício a se obter com essa redução, de acordo com Evangelinos, será a percepção das pessoas de que é preferível aplicar num negócio, mesmo pequeno ou médio, em vez de deixar o dinheiro rendendo. Isto é, começa-se a premiar capital produtivo em detrimento do financeiro especulativo.

“Imagine o volume de recursos que viria para a economia se alguém pagasse apenas uma geladeira e meia, e não três, ao fazer uma compra a prazo, como ocorre com os juros praticados atualmente”, projeta o diretor da RAC Brasil.

Num segundo momento, ele defende que se resolva a questão da taxa de câmbio, “pois a que nós temos hoje é irreal”. “Não podemos continuar ouvindo visitantes da Europa e dos Estados Unidos perguntando: por que tudo é tão caro por aqui?”

 

Parou de piorar

Percepção semelhante quanto ao ritmo lento com que o País vai sair da crise econômica é a do presidente da Abrava, Arnaldo Basile.

Basile, da Abrava: retomada deve se entender pelos próximos quatro, cinco anos

“Nós sofremos uma retração fortíssima num período muito curto. Em dois anos tivemos alguns segmentos que caíram 50%, outros tiveram queda de até 60% em três anos. Recuperar isso tudo não é fácil, vai demorar algum tempo”, justifica.

A boa notícia, na sua opinião, é que a situação já parou de piorar, e após a chegada ao fundo do poço começamos a melhorar, com vários segmentos do mercado demonstrando o descolamento da economia da política.

“Nestes últimos dias, conversando com os colegas do setor aqui na Febrava, todos, sem exceção, deram testemunho de que a situação está melhorando, corroborando assim o que eu vinha falando no final do ano passado, ou seja, que no início do segundo semestre isso aconteceria, e de uma maneira sustentável”, afirma Basile.

“Estamos vivenciando uma realidade de recuperação bastante dura, mas ela vai acontecer”, acrescenta o líder setorial, aludindo às projeções dos economistas, baseadas nos ciclos históricos das nossas crises, segundo as quais haverá uma reação forte nos próximos quatro, cinco anos, variando de acordo com os diferentes segmentos.

Mesmo assim, ele alerta para a necessidade de cautela na análise dos números. “Sempre que a gente falava em evolução no Brasil pensava em percentuais robustos, de 8%, 10%. Falar em 1,5%, 2,0% era pouco para nós. Mas quando você pensa em mercados maduros como Europa e Estados Unidos essas cifras menores são plenamente aceitáveis”, observa.

O presidente do Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar no Estado de

Presidente do Sindratar de São Paulo mostra seu parecer na área econômica

Trombini, do Sindratar-SP

São Paulo (Sindratar-SP), Calos Eduardo Trombini, compartilha a sensação generalizada de que estamos saindo da crise. A velocidade ele também considera pequena, pois ainda estamos em plena correção de rota.

O ano passado, em sua análise, foi difícil, com a perda de mercado em todos os setores  após três exercícios seguidos de queda no PIB. “A indústria de transformação, que é hoje a grande maioria dos nossos expositores nesta Febrava, sofreu demais”.

Na refrigeração, segundo ele, a queda de vendas situou-se entre 25% e 30%. No ar condicionado, por sua vez, houve produtos com um volume de comercialização até 40% menor.

“Nós dependemos muito da construção civil, primeiro setor a ser afetado pelas crises, mas ainda conseguimos andar mais aquecidos porque os projetos estão em andamento e a instalação dos produtos vem muito atrás”, observa Trombini.

“Mesmo assim, aquele setor ainda sofre demais e nós estamos aguardando sua retomada para que também possa haver um aumento de produção e vendas no nosso”, prevê.

A exemplo de Basile, ele acredita que a queda contínua parece ter se estancado, havendo uma certa estabilização no mercado, que no momento está se rearranjando.

Mas o presidente do Sindratar-SP também concorda que nada vai ocorrer da noite para o dia. “Pelo que diz o Ministério da Fazenda, a retomada será lenta, não deixando de haver um lado bom nessa história. Um crescimento contínuo, numa base mais sustentável, dará condições para as nossas empresas se prepararem e planejarem muito mais”.

A leitura que ele faz, com base nos números recebidos do departamento de economia da Fiesp e do próprio mercado, é que crescimento mesmo só a partir de 2019, quando haverá um quadro político diferente e uma nova gestão nacional estabelecida.

Mecalor investe em pós-venda tecnológico e conectado

Embora relegado a segundo plano por parte considerável dos players do mercado do frio, os serviços de pós-venda começam a subverter esta realidade, apostando em um atendimento mais profissional e próximo do cliente, a ponto de as estratégias adotadas focarem-se na resolução de problemas em uma única visita técnica.

A paulistana Mecalor, por exemplo, saiu da Febrava 2017, realizada de 12 a 15 de setembro, com a certeza de que está no caminho certo, esperando elevar as vendas em 10% até o fim deste ano.

Às indústrias, ao varejo e aos profissionais que por lá passaram, demonstrou que é possível se destacar no setor promovendo um pós-atendimento diferenciado, que dê prioridade à qualidade total. Afinal, basta um mau atendimento para acabar com uma reputação construída ao longo do tempo.

Durante o evento, a empresa exibiu em seu estande uma oficina móvel hi-tech, totalmente customizada, desenvolvida em veículos utilizados pelos técnicos de campo. Cada unidade é munida de todo o ferramental necessário para resolver de imediato qualquer problema do equipamento do cliente.

“O conceito de atendimento em uma única visita objetiva também minimizar os prejuízos para o cliente com tempo de máquina parada”, afirma o engenheiro János Szegö, diretor-presidente da Mecalor, fabricante de chillers compactos, industriais e hospitalares, drycoolers, câmaras climáticas e climatizadores de precisão, entre outros equipamentos.

Para implementar o seu pós-venda de excelência, a empresa criou um sistema de conectividade baseado no emprego de inteligência artificial, pelo qual os softwares dos equipamentos têm a capacidade de automanutenção, identificação de possíveis falhas, eventuais consertos e alertas de problemas.

Unidade móvel Mecalor

Unidade de atendimento móvel da Mecalor em exposição na última Febrava

“A inteligência artificial implantada nos softwares minimiza o tempo de hora parada da máquina”, explica Marcelo Zimmaro, gerente de vendas da Mecalor.

“O equipamento tem capacidade de ele mesmo fazer correções de alguns defeitos e de diagnosticar erros que podem levar a interrupção”, completa.

Se o equipamento estiver conectado à internet, a máquina avisa o setor de pós-venda da Mecalor, e um técnico é enviado até o cliente já com toda a radiografia do que está acontecendo.

Os softwares embarcados nos equipamentos da empresa estabelecem uma conectividade entre a máquina, o cliente e os técnicos, permitindo manutenção remota e verificação de parâmetros de funcionamento, como temperatura, por meio da internet ou com o uso de aplicativos por celular.

Segundo a empresa, esta tecnologia própria garante o funcionamento ininterrupto de chillers de alta precisão.

János Szegö, presidente da Mecalor

János Szegö, presidente da Mecalor

Diversificação e ajustes de processos impulsionam a Vulkan do Brasil

Na tentativa de driblar a crise doméstica, empresas brasileiras que atuam internacionalmente ampliaram seus negócios em outros países. A Vulkan do Brasil seguiu esse caminho, aumentando as vendas para os mercados para os quais já exporta, como África do Sul, EUA, Europa e Austrália, entre outros.

A companhia também promoveu uma série de ajustes, como a diversificação de sua linha de produtos, processo que abriu novos mercados.

Para se adaptar às necessidades do mercado, a empresa aplicou em todas as divisões no País o sistema Lean (manufatura enxuta), que ajudou fazer as mudanças necessárias.

Basicamente, o sistema Lean é uma filosofia de gestão focada na redução dos sete tipos de desperdícios (superprodução, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, inventário, movimento e defeitos).

Eliminando esses desperdícios, a qualidade melhora e o tempo e custo de produção diminuem. As ferramentas “lean” incluem processos contínuos de análise, produção e elementos/processos à prova de falhas.

Segundo o vice-presidente de operações da multinacional alemã, Ferdinand Senske, a adoção dessas ferramentas de gestão foi uma questão de sobrevivência para a empresa.

“Com o mercado brasileiro em recessão e a guerra de preços entre os competidores, tanto locais quanto os internacionais, o único caminho é reduzir custos de todos os tipos para se manter competitivo”, salienta o executivo.

Danfoss qualifica 19 famílias de produtos para gases de baixo GWP

A Danfoss acaba de concluir um extenso programa de qualificação de 19 famílias de equipamentos para refrigerantes de baixo potencial de aquecimento global (GWP, em inglês), incluindo compressores, unidades condensadoras, válvulas, trocadores de calor e outros componentes.

A estratégia da empresa é atender aos novos regulamentos do setor, com destaque para a norma europeia F-gas, o Programas de Novas Políticas Alternativas (SNAP) dos EUA e o Protocolo de Montreal.

Por causa desse cenário regulatório, diferentes refrigerantes estão surgindo como substitutos viáveis para o R-404A, sujeito a proibições ou reduções em 2017, nos EUA, e a partir de 2020, na Europa.

Quando se trata de aplicações em refrigeração comercial e unidades condensadoras, uma mudança para o R-407A e R-407F já ocorreu em muitas áreas, reduzindo o impacto climático em cerca de 50%.

Agora, o catálogo de equipamentos da empresa para a área refrigeração comercial inclui opções que operam com R-448A, R-449A, R-452A, além do propano (R-290) e do dióxido de carbono (CO2), enquanto a área de ar-condicionado está mudando para R-1234ze(E), R-32, R-452B e R-454B.

“Fazendo um programa de qualificação deste calibre, esperamos garantir um caminho viável para nossos clientes em refrigeração comercial e ar condicionado”, diz Torben Funder-Kristensen, chefe de relações públicas da divisão de refrigeração e ar condicionado da multinacional dinamarquesa.

Indel B fecha acordo para comprar parte da Elber

A indústria italiana Indel B anunciou que fechou um contrato preliminar para a aquisição de 40% das ações da empresa brasileira Elber Indústria de Refrigeração por 3,455 milhões de euros, sujeito a variações com base em mecanismos de earn-out ligados ao desempenho futuro da empresa adquirida.

É esperando que o preço seja correspondido e o fechamento do negócio seja finalizado em maio.

A operação, explica o comunicado, “permitirá à Indel B desenvolver indiretamente o mercado brasileiro e sul-americano com o objetivo de atingir, contando com o know-how tecnológico do Grupo Indel B e suas relações comerciais consolidadas em 50 anos de presença em nível global, uma posição de primária importância em um mercado de alto potencial de crescimento como a América Latina”.

A Indel B é uma empresa-mãe de um grupo ativo na produção de sistemas de refrigeração para espaços móveis nos mercados automotivos, como o ar condicionado em automóveis, por exemplo, de hospitalidade, lazer e cooling appliances. Em 8 de março, apresentou o pedido de admissão para abertura no Mercato Telematico Azionario (MTA) da Bolsa de Valores de Milão.

Já a Elber atua na produção de geladeiras para utilização em veículos, embarcações e transportes especiais com um faturamento, em 31 de dezembro de 2015, de cerca de 5,9 milhões de euros. (ANSA)