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Midea abre loja online para venda direta de eletrodomésticos no Brasil

Midea abriu uma plataforma de varejo online para vender diretamente mais de 100 produtos de sua linha residencial ao consumidor final no Brasil, em mais um passo para expandir as operações no país, segundo maior mercado para a marca.

O grupo, maior fabricante mundial de eletrodomésticos, desembarcou no Brasil em 2007, inicialmente vendendo itens importados da China sob demanda de grandes redes varejistas, e a partir de 2011 ampliou sua atuação por meio de uma joint venture com a empresa norte-americana de soluções de refrigeração e ar condicionado Carrier.

A parceria permitiu o aumento do portfólio de produtos e a entrada em novas categorias, mas até meados de fevereiro os eletrodomésticos da marca Midea eram comercializados apenas em sites de terceiros.

A Midea foi fundada em 1968 e emprega mais de 133 mil funcionários em um total de 29 unidades de produção no mundo. Em 2016, a receita global da companhia subiu 16 por cento, para 24 bilhões de dólares. No Brasil, o grupo tem duas fábricas, uma em Canoas (RS), onde concentra nove linhas de montagem, e outra em Manaus (AM). Somadas, as duas têm capacidade para produzir mais de 1 milhão de unidades de ar condicionado por ano.

O investimento de 3 milhões de reais em uma plataforma própria de comércio eletrônico no Brasil ocorre após iniciativa similar da joint venture Midea-Carrier na Rússia há cerca de um ano, disse à Reuters o chefe da área na companhia, Érico Souza.

A chamada Midea Store entrou em fase de testes em 15 de fevereiro com 110 produtos, incluindo aspiradores de pó, eletroportáteis, lava e seca e freezers e será oficialmente lançada nesta semana. “O varejo online é o ponto de partida para entendermos melhor o consumidor brasileiro e trazermos produtos mais assertivos, ampliando nosso portfólio”, explicou Souza.

Segundo o executivo, a linha residencial de eletrodomésticos e ar condicionado continuará sendo vendida em sites de outros varejistas, mas a loja virtual da Midea disponibiliza alguns produtos exclusivos.

Souza ressaltou que o objetivo do grupo não é competir com parceiros varejistas, e sim realçar a marca. “Não importa se vendemos no nosso ecommerce ou nas varejistas, o que importa é vendermos mais Midea”, afirmou.

Questionado sobre o desempenho da loja online ainda na fase piloto, ele disse que as entregas foram melhores que o esperado. Por enquanto, acrescentou Souza, não há planos para abertura de lojas físicas no Brasil, mas futuramente é possível a criação de um programa de fidelização de clientes e serviços como garantia estendida e seguro.

Em relação às perspectivas para os negócios no Brasil, o executivo afirmou que a estratégia da joint venture Midea-Carrier atualmente está focada no crescimento orgânico das operações brasileiras.

 

Fonte: Reuters por Gabriela Mello

Novo Chiller da Carrier é eficiente e sustentável

A Carrier acaba de incorporar ao seu portfólio mais uma solução para projetos de climatização:  o chiller centrífugo AquaEdge® 19DV com inteligência Greenspeed®. O equipamento utiliza fluído refrigerante com baixo potencial de aquecimento global e atende às demandas dos clientes que buscam por um excelente desempenho, eficiência energética e responsabilidade ambiental.

O compressor foi projetado e otimizado para operação com o refrigerante R-1233zd(E), que possui baixíssimo GWP de 1.34 e classificação A1 pelo Standard 34 da ASHRAE (sem toxidade e flamabilidade). O compressor de baixa rotação possui um design do tipo “Back-to-Back” que melhora significativamente sua eficiência devido ao balanceamento das forças internas, possibilitando a utilização de mancais de cerâmica que utilizam o próprio refrigerante do equipamento como lubrificante. O novo controle PIC-5 tem interface intuitiva para operação com tela sensível ao toque, proporciona gráficos de tendências e capacidade de acesso remoto, além de poder ser instalado em qualquer um dos extremos do equipamento.

O equipamento permite que proprietários de edifícios e gerentes de instalações possam experimentar um novo nível de soluções de conectividade de equipamentos, incluindo diagnósticos remotos, tendências de desempenho de longo prazo, benchmarking, análise de decisões e notificações avançadas.

Isso significa um desempenho consistente durante as horas fora de horário em prédios de escritórios onde os computadores operam à noite. Além disso, os controles PIC5+ permitem uma rápida retomada de operação em apenas 30 segundos em caso de falha de energia inesperada.

“A Carrier investe em tecnologia e em nossa capacidade de inovar para nossos clientes”, diz Alcorn. “Esta solução foi cuidadosamente planejada para oferecer aos clientes uma operação sem preocupações, com níveis de eficiência ainda maiores e impacto econômico bastante reduzido”.

O chiller possui a função de recuperação de calor (Heat Recovery) como Standard e a operação no modo Free Cooling, como opcional.

 

9 apps que fazem a diferença no HVAC-R

Disponíveis para Android e iOS, os apps têm sido criados por empresas do HVAC-R nacional e internacional que perceberam boas oportunidades de negócios. Por outro lado, essas ferramentas são bem úteis, pois proporcionam ganhos de eficiência e mais segurança para os trabalhos na cadeia produtiva do frio.Telefone sendo utilizado

Por isso, esses desenvolvedores costumam colocá-los à disposição de forma gratuita ou paga. Nesta edição, separamos nove ferramentas on-line que podem fazer a diferença positivamente no trabalho dos refrigeristas:

Toolbox – Desenvolvido pela Embraco, o aplicativo facilita as conversões de unidades de medida, evitando o erro na realização de cálculos que necessitam de precisão e rapidez. Traz ainda uma lista de todas as unidades que se deseja converter, proporcionando ao profissional a possibilidade de selecionar apenas as unidades de medida que mais usa regularmente, como capacidade de refrigeração, eficiência, comprimento, pressão, energia e rugosidade, bem como entalpia, volume e entropia específicas.

Mobile Technician – Criado pela Fujitsu, este app é feito para os refrigeristas diagnosticarem problemas em condicionadores de ar da marca, mas somente para modelos com a quarta letra igual a “G”, como ASBG e AUBG. A ferramenta ajuda o profissional a examinar a condição do aparelho, por meio da verificação de código de erro, de resolução de problemas e de sensor. Basta selecionar o tipo de sistema do equipamento – RAC/PAC ou VRF, e se a unidade é externa ou interna, de teto ou de chão.

P/T Forane – Lançado pela Arkema, o aplicativo torna mais fácil e seguro o trabalho dos usuários de fluidos refrigerantes da marca, possibilitando a eles obter os parâmetros indispensáveis sobre pressão, temperatura, superaquecimento e sub-resfriamento, entre outras informações.

Chemours PT Calc – Na mesma linha do aplicativo da Arkema, esta ferramenta da Chemours permite diagnósticos e respostas rápidas e confiáveis sobre o sistema pesquisado. As opções de refrigerantes no aplicativo abrangem os principais produtos da empresa, incluindo os refrigerantes das linhas Freon e Opteon. Os dados disponíveis para cada refrigerante compreendem composição, propriedades físicas, químicas, ambientais, temperatura, aplicações de uso típico e recomendações de lubrificantes.

Refrigerant Slider – A Danfoss, por sua vez, colocou no mercado este conversor de pressão para temperatura que abrange mais de 70 fluidos refrigerantes, incluindo os naturais. As informações englobam classes, combinação química, potencial de aquecimento global (GWP), potencial de depleção de ozônio (ODP), tipos de óleo e número CAS.

HVAC Check & Charge – Desenvolvido pela Emerson Climate Technologies, este app robusto atende bem os profissionais do setor, realizando, por exemplo, cálculos da carga de refrigerante R-22 ou R-410A para aplicações em ar-condicionado. O refrigerista pode usar grandezas relacionadas a subrresfriamento, superaquecimento, fluxo de ar e temperaturas do sistema e cargas ambientais latente e sensível. Os valores obtidos são essenciais para determinar, por exemplo, a correta quantidade de carga a ser utilizada no sistema.

Area Duct HVAC – O aplicativo da SkySouls Engineering foi projetado para engenheiros que trabalham no campo do design e instalação de sistemas de ventilação. O app auxilia os profissionais a determinar a área de dutos de ar e peças de acordo com o formato necessário – dutos retos, curvos, redutores (de transição) e bonés – processo especialmente importante na construção civil.

HVAC Duct Calculator – O aplicativo do grupo Genius Smart Android é utilizado para o dimensionamento de dutos de ar e cálculos acerca da queda de pressão, dados úteis para a sistematização de dutos redondos e retangulares. Uma característica única deste aplicativo é que ele permite ao usuário selecionar a unidade de parâmetros em qualquer combinação. O cálculo da queda de pressão tem sido baseado na equação de Darcy-Weisbach e na fórmula Colebrook.

Condensate Pump Finder – Escolher uma bomba para condensador do aparelho de ar condicionado pode parecer fácil, mas a seleção da peça correta requer experiência, algo que falta aos profissionais que começaram há pouco tempo no mercado. Este app, desenvolvido pelo Sauermann Group, ajuda os refrigeristas a optarem pela melhor bomba de acordo com o tipo de instalação, levando em consideração as características de cada marca, os requisitos elétricos, o clima e a capacidade de refrigeração. Inclui soluções para todos os tipos de ar-condicionado, caldeiras e gôndolas refrigeradas.

Participação de empresas brasileiras na AHR Chicago 2018 é tida como sucesso pela Abrava

Entre os dias 22 e 24 de janeiro, o Programa Abrava Exporta, projeto de parceria entre a  Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e  (Abrava) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), levou doze empresas para a maior feira do setor HVAC-R, nos Estados Unidos, a AHR Expo Chicado 2018 – feira realizada pela ASHRAE – American Society of Heating, Refrigerating, and Air Conditioning Engineers.

Visando ao incremento das exportações das empresas dos setores de refrigeração, ar-condicionado, ventilação e aquecimento, estiveram presentes à Feira, as empresas Deltafrio, Elefant, Elite clima, Frigoking, Globus, Joape, LCPetry, Multivac, Novus, Paranapanema, RLX e Trox. Como resultado da participação na AHR Expo 2018, mais de 600 reuniões de negócios, negócios fechados de US$ 760 mil  e uma expectativa de geração de negócios, para os próximos 12 meses, da ordem de US$ 16 milhões.

Segundo a gestora do Programa Abrava Exporta, Leila Vasconcellos: “a AHR tem apresentado inúmeras oportunidades comerciais para as empresas expositoras brasileiras com a possibilidade de encontrar novos distribuidores e importadores, contribuindo significativamente para o aumento de suas exportações e internacionalização.

A comitiva Abrava Exporta alcançou seu objetivo com a participação na AHR 2018, por meio da exposição dos produtos das empresas brasileiras do setor HVAC-R, no stand compartilhado do Programa, buscando não só o estreitamento de novos relacionamentos comerciais, como também, a apresentação de seus produtos aos mais de 140 países visitantes, mantendo o foco nos países da América Latina, América Central e México. Entre o público visitante, empresas importadoras, distribuidores, empresas de engenharia e gestores com poderes de compra de produtos brasileiros.

 

Sobre a AHR e o histórico de participações do setor HVAC-R

Considerada a maior e mais importante Feira do Setor HVAC-R nos Estados Unidos, a feira é realizada pela ASHRAE – entidade representativa do Setor, atraindo a representação de países da América Latina, América Central, Caribe, México, Europa, Ásia e África, com ampla visitação.

O Programa Abrava Exporta participa da Feira AHR Expo desde 2005, fechando com esta a décima segunda participação, além de outras edições como: Orlando 2005; AHR Chicago 2006; Dallas 2007; Nova York 2008; Chicago 2009; Orlando 2010; Las Vegas 2011; Chicago 2012; Dallas 2013; New York 2014; Chicago 2015; Orlando 2016; e Las Vegas 2017. Contando sempre com apoio técnico e financeiro da Apex-Brasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos.

Fonte: Comex /ABRAVA

Como lidar com um compressor ineficiente

Alta pressão de sucção e baixa pressão na linha de líquido podem colocar a qualidade e a segurança do produto em risco.

Ao atender um chamado de manutenção, é comum o refrigerista encontrar um compressor com pressão de sucção acima do normal junto com uma pressão na linha de líquido abaixo da desejável.

Muitas vezes, o equipamento de refrigeração ainda está funcionando, mas a temperatura do produto é muito quente, o que causa deterioração na qualidade e na segurança do produto.

Esse tipo de chamado é difícil de resolver porque o compressor ainda está resfriando, mas não o bastante para atingir sua capacidade máxima. Em casos assim, os produtos de média temperatura irão se desgastar mais rapidamente, ao passo que os de baixa não irão  congelar de maneira tão sólida quanto deveriam.

Há três razões principais para um compressor apresentar pressão de sucção acima do normal e pressão na linha de líquido abaixo da ideal. São elas:

  • Válvulas do compressor ruins (com vazamento)
  • Anéis do compressor desgastados
  • Separador de óleo com vazamento

Válvulas com vazamento

As válvulas do compressor podem se tornar ineficientes ao serem superaquecidas e distorcidas, ou por causa de depósitos de carbono e/ou borra, o que as impede de serem vedadas corretamente. Isso pode ser causado por:refrigerista arrumando compressor de uma geladeira

  • Problemas de migração do refrigerante
  • Problemas de transbordamento do refrigerante
  • Ácidos e/ou borra no sistema
  • Uma válvula de expansão termostática mal instalada, o que resulta em ausência de superaquecimento ou superaquecimento muito elevado
  • Uma carga de refrigerante abaixo do recomendado (alto superaquecimento)
  • Superaquecimento do compressor
  • Escoamentos do tipo slug (golfada) do refrigerante e/ou do óleo
  • Umidade e calor causando acúmulo de borra

Imagine uma situação de manutenção em que as válvulas de um compressor do sistema de refrigeração não estão fechando de modo apropriado. O técnico mede as temperaturas e pressões do sistema e então calcula o split (diferença entre a temperatura ambiente e a do condensador) e o sub-resfriamento do condensador, além dos valores de superaquecimento do compressor e do evaporador. Ambos os valores medidos e calculados seguem abaixo:

Valores medidos

  • Temperatura de descarga do compressor: 280 ºF (138 ºC)
  • Temperatura de saída do condensador: 75 °F (24 ºC)
  • Temperatura de saída do evaporador: 25 °F (-4 ºC)
  • Temperatura de entrada do compressor: 55 °F (13 ºC)
  • Temperatura do espaço refrigerado: 25 ºF (-4 ºC)
  • Amperagem do compressor: baixa
  • Pressão de baixa: 11.6 psig/10 °F
  • Pressão de alta: 95.0 psig/85 °F
  • Temperatura ambiente: 80 ºF (26,5 ºC)

Valores calculados

  • Temperatura split do condensador: 5 ºF (-15 ºC)
  • Sub-resfriamento do condensador: 10 ºF (-12 ºC)
  • Superaquecimento do evaporador: 15 ºF (-9,5 ºC)
  • Superaquecimento no compressor (total): 45 ºF (7 ºC)

Sintomas

  • Temperaturas de descarga acima do normal
  • Baixas temperaturas e pressões de condensação (cabeçote)
  • Sub-resfriamento normal ou elevado
  • Superaquecimentos normais ou elevados
  • Pressões do evaporador elevadas (sucção)
  • Baixa amperagem

Ao analisarmos o sistema no exemplo dado, é importante entender como as temperaturas de descarga superiores ao normal afetam os lubrificantes. A temperatura de descarga é medida a 2 polegadas (5 cm) de distância do compressor. Isso significaria que a temperatura real da válvula de descarga seria de aproximadamente 162 °C (138 °C + 24 °C), visto que a adição de 24 ºC à leitura da temperatura da linha de descarga proporcionará ao técnico uma temperatura aproximada da válvula de descarga.

Os lubrificantes de óleo mineral começam a se decompor a 350 ºF (176 °C) e lubrificantes de poliol éster (POE), a 400 °F (204 ºC). Qualquer aumento de temperatura acima destes pontos provoca uma polimerização de óleo. É na polimerização que as moléculas do lubrificante começam a se combinar em moléculas maiores. O produto final é o óleo grosso e escuro; depois, a borra; e, finalmente, um pó sólido.

Esse processo é conhecido como degradação do lubrificante. A borra de óleo e outros subprodutos de sua decomposição também podem se prender a superfícies internas, inclusive válvulas de sucção e descarga, além de placas de válvulas.

Uma válvula de descarga que não esteja posicionada adequadamente porque foi danificada ou acumulou borra fará com que a pressão na linha de líquido seja baixa. A razão é que o vapor de refrigerante será forçado a sair do cilindro para dentro da linha de descarga durante o movimento ascendente do compressor. No movimento descendente, este mesmo refrigerante que está comprimido na linha de descarga será sugado de volta para o cilindro porque a válvula de descarga não está encaixada corretamente.

Este ciclo curto de refrigerante causará o aquecimento dos gases de descarga repetidamente e causará temperaturas de descarga superiores às normais. Porém, se o problema da válvula progrediu para o ponto onde quase não há fluxo de refrigerante através do sistema, haverá uma temperatura de descarga mais baixa a partir da taxa de fluxo extremamente reduzida.

Pressões de condensação baixas (cabeçote)

Uma vez que as válvulas do compressor começam a vazar e alguns gases de descarga estão sendo encaminhados para dentro e para fora do cilindro do compressor, haverá um baixo fluxo de refrigerante através do condensador. Isso vai resultar em uma redução na carga de rejeição de calor no condensador e nas pressões e temperaturas de condensação (cabeçote).

Sub-resfriamento de condensador normal ou alto

Haverá um fluxo de refrigerante reduzido através do condensador e, portanto, através de todo o sistema, devido ao fato de componentes do sistema estarem em série. A maior parte do refrigerante estará no condensador e no receptor. Isso pode dar ao condensador um sub-resfriamento um pouco maior.

Superaquecimento entre o nível normal ou elevado

Devido ao fluxo reduzido de refrigerante através do sistema, a válvula de expansão termostática (TXV) pode não receber a taxa de fluxo de refrigerante que necessita. O resultado pode ser superaquecimentos elevados; no entanto, os superaquecimentos podem ser normais se o problema da válvula não for severo.

Pressão de evaporação elevada (sucção)

O vapor de refrigerante será retirado da linha de sucção para dentro do cilindro do compressor durante o movimento descendente do compressor. No entanto, durante o movimento ascendente, este mesmo refrigerante pode voltar a entrar na linha de sucção porque a válvula de sucção não está corretamente instalada devido à borra de óleo ou outros subprodutos da degradação de óleo que aderem à sua superfície. Os resultados são altas pressões de sucção. As válvulas de sucção ou de descarga também podem ficar entortadas por causa de um problema de superaquecimento do compressor.

Baixa carga de amperagem

É causada pelo fluxo reduzido de refrigerante através do compressor. Durante o ciclo de compressão, parte do refrigerante irá escorrer através da válvula de sucção e voltar para a linha de sucção, o que reduz o fluxo de fluído refrigerante. Durante o ciclo de sucção, parte do refrigerante irá escorrer através da válvula de descarga por não estar encaixado adequadamente e voltará ao cilindro do compressor. Em ambas as situações, há uma taxa de fluxo de refrigerante reduzida, o que diminui a carga de amperagem.

Anéis do compressor desgastados

Quando os anéis do compressor estão gastos, os gases de descarga do lado superior irão passar por eles durante o ciclo de compressão e darão ao sistema uma pressão mais baixa na linha de líquido. Como os gases de descarga vazaram através dos anéis e entraram no cárter, a pressão de sucção também será maior do que o normal. O sintoma resultante será uma pressão na linha de líquido mais baixa com uma maior pressão de sucção. Os sintomas apresentados em anéis gastos são muito semelhantes às válvulas com vazamento.

Separador de óleo com vazamento

Quando o nível de óleo no separador é alto o suficiente para levantar a boia, uma agulha de retorno de óleo é aberta, e o óleo retorna ao cárter do compressor através de uma pequena linha de retorno.

A diferença de pressão entre as partes alta e baixa do sistema de refrigeração é a força motriz para fazer o óleo viajar do separador de óleo para o cárter do compressor. O separador de óleo está no lado alto do sistema e o cárter do compressor no lado baixo. A válvula de agulha de retorno de óleo operada por boia está localizada em uma altura elevada o suficiente no reservatório de óleo para permitir que o óleo limpo retorne automaticamente ao cárter do compressor. É necessária apenas uma pequena quantidade de óleo para acionar o mecanismo flutuante, o que garante que apenas uma pequena quantidade de óleo esteja sempre ausente do cárter do compressor em qualquer momento.

Quando o nível de óleo no cárter do separador de óleo cai para um certo nível, a boia força a válvula da agulha a fechar. Quando o mecanismo flutuador de um separador de óleo fica ruim, pode acabar desviando o gás de descarga quente diretamente no cárter do compressor. A válvula de agulha também pode ficar presa parcialmente por causa de sujeira no óleo. Isso causará entrada direta de alta pressão no cárter do compressor.

Fabricantes buscam a máxima eficiência

O compressor é a parte mais básica e crucial de um sistema de refrigeração. Sua principal função é succionar o fluido refrigerante a baixa pressão e comprimi-lo em direção ao condensador a alta pressão e temperatura na fase gasosa. É por isso que a performance de um sistema de refrigeração depende do desempenho do compressor.

Estes equipamentos são utilizados numa grande quantidade de aplicações, como refrigeração doméstica, refrigeração comercial e em sistemas frigoríficos utilizados na indústria de transporte.

O principal uso dos compressores está no processo de preservação de alimentos, mas eles também são largamente utilizados em sistemas de conforto térmico, na indústria química, entre outros setores.

Com a evolução da tecnologia, os refrigeradores domésticos estão ficando mais baratos. Este é um dos motivos que levarão o mercado global de compressores a registrar uma taxa de crescimento anual composta de 5% entre 2017 e 2021.

Com o aumento do consumo de alimentos processados e congelados em todo o mundo, espera-se que a indústria de compressores cresça a um ritmo acelerado.

Nos últimos anos, o varejo global vem crescendo rapidamente. Muitos grandes players do setor varejista estão se expandindo em vários países, especialmente nas economias emergentes.

Enfim, o que se vê é um aumento do número de supermercados e hipermercados que requerem grandes sistemas de refrigeração. Esta tendência também é responsável pelo crescimento do mercado global de compressores.

Com a demanda por alimentos congelados, embalados etc. aumentando rapidamente, o mercado de compressores aplicados em sistemas de transporte está experimentando um rápido crescimento.

A indústria farmacêutica também precisa de sistemas de refrigeração altamente avançados para o processo de resfriamento de certas matérias-primas, produtos acabados e semiacabados. Isso, obviamente, alavanca o setor.

Atualmente, um grande número de fabricantes de compressores se concentra em pesquisar e desenvolver novas tecnologias com níveis cada vez mais aprimorados de eficiência.

“Todas as redes de supermercados, das grandes às pequenas, têm dado uma atenção especial ao consumo de energia elétrica”, lembra Rodolfo Cereghino, diretor de pesquisa e inovação da Embraco.

Sediada em Joinville, a indústria de compressores investe de 3% a 4% de sua receita líquida em pesquisa e desenvolvimento, independentemente do cenário econômico.

Além de ser pioneira na utilização de fluidos refrigerantes naturais, a empresa detém 1,7 mil patentes. Por isso, ela está entre as empresas privadas com maior número de patentes depositadas vigentes no Brasil e nos Estados Unidos.

Segundo o gerente de desenvolvimento de negócios da Danfoss, Gustavo Asquino, a busca e a necessidade por equipamentos mais eficientes tornam os compressores com tecnologia inverter e válvula intermediária de descarga (IDV) uma tendência.

“Quando falamos de equipamentos inverter, o mercado de ar condicionado está um passo à frente. Agora é o mercado de refrigeração que vem avançando fortemente neste caminho à procura de soluções de eficiência energética para as lojas”, analisa.

“Ainda que timidamente, as legislações internacionais com relação à eficiência energética e ao aquecimento global vêm influenciando o Brasil. Por isso, cada vez mais teremos equipamentos aprovados para novos fluidos refrigerantes”, acrescenta.

Quem também investe fortemente em novas tecnologias é a Elgin. “O objetivo é atender as necessidades do mercado, visando o melhor desempenho com a qualidade e melhor eficiência enérgica”, enfatiza o supervisor de engenharia de aplicação da empresa, Alexandre Rosa da Costa.

Johnson Controls é reconhecida como líder mundial no combate às mudanças climáticas

Mais de seis mil empresas apresentam divulgações climáticas anuais ao CDP para avaliação independente em relação à sua metodologia de pontuação. A Johnson Controls está entre os 22% das corporações que participam do programa de mudanças climáticas do CDP com nível de liderança, recebendo uma pontuação de clima A.

De acordo com o CDP, este resultado indica que a Johnson Controls implementou uma série de ações para gerenciar a mudança climática, tanto em suas próprias operações quanto além. “A Johnson Controls está empenhada em se expandir de forma sustentável ao clima”, diz Grady Crosby, vice-presidente de assuntos públicos e diretor de diversidade da Johnson Controls. “A visão da nossa empresa é um mundo seguro, confortável e sustentável – parte disto é tomar medidas sobre as mudanças climáticas”, completa.

A concorrência pelo nível de liderança está aumentando. De acordo com o CDP, as mudanças climáticas são agora um tema recorrente na sala de reuniões. Das empresas participantes, 97% relatam que as mudanças climáticas estão integradas em sua estratégia de negócios e 96% agora estão relatando o envolvimento com formuladores de políticas sobre questões climáticas para encorajar mitigação ou adaptação.

 

Mercado do frio busca diminuir perdas na conservação de alimentos

Fundamental para um país de clima tropical como o nosso, a correta conservação de alimentos perecíveis – do fabricante ou produtor, passando pelo distribuidor e transporte até o ponto de venda – tem sido um desafio grandioso para o mercado do frio.

Este gargalo promove um dos maiores desperdícios do mundo, com o Brasil jogando fora 1,3 bilhão de toneladas ao ano – um terço dos alimentos produzidos –, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

A partir desta rápida análise, conclui-se que a redução dessas enormes perdas econômicas geradas pelo desperdício de alimentos perecíveis no país pode ser obtida com a integração dos elos produtivos por meio de uma rede frigorífica bem estruturada.

Transporte refrigerado
aumenta segurança
alimentar

“Quanto mais adequado for o transporte, armazenamento e manuseio, da produção à venda, melhor será a qualidade do alimento e sua vida de prateleira. Isso permitiria ao consumidor ser mais atraído  para a compra de produtos hortifruti pela melhor apresentação desses produtos em mercados, feiras ou sacolões, gerando um consumo maior e refletindo em melhores aspectos nutricionais da alimentação. Com isso, diminuiríamos o desperdício, algo inaceitável para o mundo de hoje”, comenta Roberto Hira, coordenador de planejamento de vendas e operações da Thermo King no Brasil.

A demanda é tão complexa que passa, primeiramente, na opinião do executivo, por um rearranjo de nossas legislações tributárias, trabalhistas e previdenciárias e da infraestrutura logística do país.

Este segundo item é formado por malhas rodoviária, ferroviária e de navegação de cabotagem sucateadas e subaproveitadas, além de uma frota de caminhões, que tem, em média, 18 anos de idade (motoristas autônomos) e 10,2 anos (transportadoras), segundo pesquisa da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

“Temos de nos organizar melhor para diminuir o custo dos produtos para o consumidor, a fim de melhorar a capacidade de investimento dos transportadores. Por exemplo, a chamada ‘lei do motorista’ estipula as horas trabalhadas, porém a estrutura nas rodovias dificulta o planejamento das paradas do caminhão para cumprimento desta lei. Outro fator estrutural são as condições das rodovias, que impactam diretamente no custo do transporte por conta de acidentes, baixa velocidade média, seguros de carga”, reforça Hira.

Frutas congeladas para serem distribuídas no mercado

Frutas, legumes e outros
alimentos congelados são
cada vez mais populares

Segundo ele, no aspecto operacional, é fundamental capacitar todas as operações da cadeia do frio, desde quem carrega, transporta, recebe e vende até a conscientização do consumidor.

“Em uma cadeia do frio perfeita, o carregamento é feito de forma adequada com embalagem correta, o transportador configura a unidade de refrigeração para manter a temperatura ideal, quem armazena mantém em condições adequadas e o consumidor mantém ao máximo os cuidados devidos para que o produto esteja em boas condições até o consumo”, idealiza.

O diretor de marketing de poliuretanos da Dow, Marcelo Fiszner, reforça esta tese ao ponderar que os processos de deterioração dos alimentos ao longo da cadeia estão diretamente relacionados à temperatura ambiente do produto.

“Os problemas se concentram em duas etapas importantes: durante o transporte, com uma refrigeração que poderia ser melhor controlada no decorrer de todo o percurso, e nos diversos meios de transporte utilizados, para não gerar perdas de calor; e durante o armazenamento, com câmaras frias inadequadas que não utilizam os melhores isolantes do mercado ou não estão na temperatura correta. É essencial que o produto mantenha a mesma temperatura ao sair do setor de armazenagem, ser transportado e depois armazenado no seu destino final”, salienta.

Inovações

Pródigo em apresentar soluções inovadoras, o HVAC-R tem buscado incessantemente ferramentas contra o desperdício, seja de alimentos, seja de energia elétrica. Tendência no mercado, a interação entre o equipamento e dados on-line tem se mostrado eficiente para a preservação de alimentos.

A Thermo King, por exemplo, tem investido na chamada Internet das Coisas, que permite a verificação on-line das condições em que a carga está sendo transportada, de modo que o problema possa ser identificado no momento em que ocorre, permitindo a manutenção ou ajuste, evitando assim a perda dos produtos.

Cadeia do frio estruturada evita perdas de alimentos

“Além disso, a tecnologia de monitoração da Thermo King é a garantia de que a carga está sendo mantida dentro da temperatura acordada, para todos os envolvidos na operação. Além da tecnologia da informação, temos avançado nas questões ambientais, desenvolvendo sistemas e serviços e atendendo o mercado brasileiro com equipamentos que consomem cada vez menos combustível e que atendem às exigências de emissões da Europa e Estados Unidos”, exemplifica Hira.

Paralelamente, o mercado de isolantes também tem se beneficiado com a maior consciência dos players, como gestores e operadores logísticos, sobre a importância de se combater o desperdício.

“A Dow procura incentivar os clientes a utilizar os melhores materiais isolantes. Temos produtos para isolamento para as diferentes necessidades do mercado, como os sistemas de poliuretano Voracor e Voratherm, que oferecem excelente isolamento, são estruturalmente sólidos e resistentes ao fogo e proporcionam leveza aos painéis de isolamento”, afirma Fiszner.

Os produtos podem ser utilizados em painéis para máquinas de refrigerantes e grandes eletrodomésticos, veículos e tanques refrigerados, além de paredes e painéis para telhados. As propriedades finais da espuma rígida garantem o preenchimento total das cavidades, bem como evitam o desperdício de energia.

A companhia também leva ao mercado o Pascal Pro, sistema e processo de poliuretano que aumenta significativamente o desempenho da eficiência energética nas aplicações da cadeia fria profissional, sem afetar negativamente o design e melhorando substancialmente a produtividade.

“As formulações de poliuretano são desenvolvidas sob medida e o sistema de processos de injeção sob pressão reduzida fazem com que o enchimento da cavidade de isolamento do painel seja mais eficaz e consistente”, explica o executivo da Dow.

 Expectativas para 2018

O Brasil sempre foi um mercado promissor para a cadeia produtiva do frio, e as expectativas têm crescido, visto que o País já começou a se recuperar. Tanto a Thermo King quanto a Dow esperam um 2018 positivo.

“O mercado brasileiro é um grande desafio, pois requer experiência para entender as necessidades das diferentes regiões e operações logísticas, e a responsabilidade de atendê-las com eficiência, ética e transparência. Temos, há alguns anos, um grande foco no atendimento prestado por nossos representantes ao longo do país, pois entendemos que nosso trabalho não se encerra após a venda”, disse Hira, da Thermo King.

Já Marcelo Fiszner, da Dow, acredita que os investimentos em infraestrutura voltarão, e em 2018 a cadeia do frio para alimentos também sairá ganhando, “pois estimamos que o volume de perdas tende a diminuir”, acrescenta.

“Isso porque o segmento de transporte refrigerado tem como principal desafio a falta de infraestrutura nas rodovias. Problemas desde falta de qualidade do asfalto à segurança nas rodovias impactam os resultados. Atualmente, apenas 15% das vias do nosso país são pavimentadas. Por isso, melhorar a infraestrutura das estradas de um território com dimensões continentais como o nosso é essencial”, reforça.

 

Evento debate reflexos da economia nacional no HVAC-R

O Comitê Nacional de Climatização e Refrigeração promove, na sexta-feira (08/12), o debate “A economia brasileira e o setor de climatização e refrigeração”. O evento ocorre na sede do Sebrae na Praia de Iracema, em Fortaleza, e tem o apoio da ASBRAV – Associação Sul-Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação.

A abertura está prevista para às 9h30min, com mediação do advogado do departamento jurídico do Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar (Sindratar-SP) e da ABRAVA – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento, Paulo Rosenthal.

Em seguida, ocorrem dois painéis, com o assessor especial da diretoria do núcleo de economia e estratégia da Casa da Indústria – FIEC, Guilherme Muchale, e com o gerente do departamento de estudos e pesquisas econômicas da FIESP e CIESP, Guilherme Moreira.

Informações pelo telefone (85) 99992 2878 e pelo e-mail sindiar@gmail.com .

Governo quer aparelhos de ar-condicionado mais econômicos

A fim de baixar o consumo de eletricidade, o Ministério de Minas e Energia (MME) pretende cobrar dos fabricantes maior eficiência energética dos aparelhos de ar condicionado no País. A medida não teve ter efeitos práticos em curto prazo, conforme análises de especialistas do setor.

A ideia de regulamentação ainda está recebendo sugestões em audiência pública virtual. Interessados devem ir ao site. No menu à direita, clicar em Consultas públicas e, depois, procurar a de número 40. Por três meses, a pasta colherá informações para melhorar a performance de condicionadores.

A ideia é tornar os aparelhos mais eficientes – ou seja, fazendo as mesmas funções, mas com menor consumo.

A regularização ainda é desdobramento do recente debate no Governo sobre o fim do horário de verão. Estudo do ministério aponta que a economia com a hora adiantada nos meses mais quentes do ano se dilui com a alta no gasto de energia, puxada pela popularização dos aparelhos de ar condicionado. Esse foi um dos argumentos para não se adotar a mudança no sistema neste ano.

Caso as exigências sejam aprovadas, fabricantes apontam que dois em cada cinco modelos seriam retirados do mercado por estarem fora das possíveis novas especificações.

Especialistas, no entanto, acreditam que a medida ainda é tímida em relação a parâmetros de outros países e à tecnologia adotada pelos fabricantes nacionais.

 

O que mudaria

Em reunião realizada no final de agosto passado, o Comitê Gestor de Indicadores de Eficiência Energética (CGIEE), do MME, sugeriu aos fabricantes que promovessem a redução do consumo por aparelhos de ar condicionado. A proposta é retirar do mercado, em até dois anos, os produtos que não estiveram dentro da nova especificação.

O órgão propôs a elevação do índice mínimo exigido dos modelos split, que concentram 80% do aparelhos vendidos no País. Atualmente, um condicionador de ar desse tipo precisa ter um coeficiente de eficiência energética (CEE) de, pelo menos, 2,6 para ser comercializado no País.

A ideia é elevar o CEE para 2,81 e, depois, 3,02, em etapas diferentes para fabricantes, atacadistas e varejistas do setor. “Quanto maior esse índice, menor é o consumo do aparelho”, explica o coordenador do curso de Engenharia Elétrica do campus Santos da Universidade Paulista (Unip), Cássio Eduardo Pereira Magalhães.

Ele considera a proposta “tímida”, por estar abaixo dos parâmetros mínimos exigidos em países como México, China e Índia – nações que aprovaram recentemente regras mais rígidas para o consumo de energia por ar-condicionado.

“Embora bem-vindas, as mudanças propostas não terão efeito imediato. Só serão sentidas nos reservatórios (das hidrelétricas) a longo prazo, com a troca dos aparelhos atuais e do parque de máquinas existente”, resume.

Para o especialista, alternativas mais simples podem ser adotadas em tempo curso para reduzir a sobrecarga do setor. Ele cita a adoção de redes inteligentes de distribuição, que realizam em tempo integral leituras do consumo de energia. Isso possibilitaria uma planejamento mais eficiente na produção e na distribuição de eletricidade. “A empresa pode, ainda, desligar o aparelho que apresenta consumo fora da normalidade”, explica.

Magalhães cita, ainda, a necessidade de modernizar as indústrias ligadas ao setor produtivo. O entrave também foi citado pelo presidente da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), Arnaldo Basile. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ele afirmou que os fabricantes terceirizados nacionais não produzem peças tão funcionais quanto as peças importadas.

Fonte: A Tribuna

Empresas mostram como estão superando a crise

Ficar se lamentando ou arregaçar as mangas para fazer as mudanças necessárias? Boa parte dos players do setor vem respondendo a essa pergunta de forma assertiva, ao colocar em prática uma série de medidas que está mudando o perfil das organizações.

Um dos exemplos emblemáticos disto é a ex-Multi-ar, grande revenda paulistana de ar condicionado, agora denominada Leveros, que se tornou, no ano passado, a primeira empresa do segmento a receber o aporte de um fundo de investimentos, hoje detentor de 30% do seu capital.

Tiziano Filho

“Em 2015, quando a crise estava no seu ápice, uma das coisas que nós avaliamos é que se nos estruturássemos como uma companhia mais organizada, com governança e gestão, e passássemos esse período com equilíbrio de caixa, olhando para o mercado de forma profissional, a gente conseguiria se posicionar bem numa eventual retomada da economia em 2017”, conta o vice-presidente de performance e operação, Tiziano Filho.

A estratégia, segundo ele, deu certo, com a empresa crescendo 10% no período 2015-2016 e já acumulando números 40% maiores relativos ao intervalo 2016-2017.

“Para nós, todos os investimentos recentes só se justificam com a retomada da economia, algo que já vem ocorrendo”, comemora Tiziano, com base na resposta positiva identificada no consumidor neste segundo semestre.

O resultado disso tudo foi apresentado na Febrava, a partir do novo nome da empresa, Leveros, que é o anagrama da palavra “resolve”, focando muito mais na filosofia de trabalho da empresa, cultivada desde 1978, do que propriamente em produtos, além de trazer em sua sonoridade o termo italiano vero (verdade).

Juntamente com esse reposicionamento de mercado, a Leveros mostrou na feira a ampliação do seu portfólio, que passou a incluir o fornecimento de insumos como placas fotovoltaicas para a geração de energia elétrica, graças a uma parceria firmada com a Elgin.

Na ponta da indústria, nomes como LG também colocaram em prática estratégias audaciosas para superar a crise da melhor forma possível.

Segundo o gerente de vendas de ar condicionado residencial, Marcel Souza, a empresa supriu a crise investindo muito em tecnologia para oferecer cada vez mais economia de energia aliada ao melhor conforto térmico.

“Prova disso é que toda a nossa linha de split passou a ter tecnologia inverter, seguindo com isso uma tendência verificada na Ásia e Europa”, diz ele.

Uma clara demonstração de que a aposta foi acertada está nos indicadores de agosto divulgados pela Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

Marcel Souza

“Percebemos que o período acumulado já é maior em relação ao ano passado, com um crescimento acima de 100% no segmento inverter, sendo 42% do mercado residencial. Nossa empresa lidera o market share nesse mercado”, comemora Marcel.

Além de mostrar lançamentos como o inverter residencial de 31 mil BTU/h, a empresa aproveitou a Febrava para promover o Clima LG, programa de fidelidade para o instalador que inclui um canal de comunicação destinado a tirar dúvidas técnicas e a realização de treinamentos nas principais capitais.

 

 

Blindagem

A Full Gauge é outra força do HVAC-R que manteve intactos seus planos de crescimento, independentemente dos maus ventos trazidos pela atividade econômica.

“Durante os dois últimos anos, que foram os mais intensos da crise na economia brasileira, nós

Antonio Gobbi

seguimos investindo em equipamentos e tecnologia de fabricação”, revela o diretor da empresa, Antonio Gobbi.

Um exemplo dessa postura é a aquisição de uma impressora 3D de grande porte, com apenas quatro similares no país, utilizada na produção de protótipos de gabinetes e dispositivos para a própria linha de montagem, cujos benefícios incluem menor tempo empregado no desenvolvimento de novos produtos.

Dizendo-se otimista em relação ao presente e ao futuro próximo, Gobbi lembra que sua empresa também manteve intactos os investimentos em feiras internacionais, já que atualmente cerca de 60% da demanda por seus controles eletrônicos vêm do exterior.

No caso da Embraco, também tem origem lá fora boa parte do antídoto adotado para neutralizar a crise brasileira, juntamente com a adoção de medidas para melhorar, otimizar, simplificar e revisar processos para enfrentar com solidez conjunturas adversas como a atual.

“Como temos 11 unidades de negócios e estamos presentes em mais de 80 países ao redor do mundo, há um balanço equilibrado para a empresa. O fato de termos conjunturas políticas e econômicas menos favoráveis em alguns países, ao mesmo tempo em que existem outras mais favoráveis, é uma situação com que sabemos lidar, devido à maturidade de 46 anos de história”, afirma o CEO da indústria, Luis Felipe Dau.

Luis Felipe Dau

Outra política da multinacional, independentemente do cenário socioeconômico enfrentado, é investir continuamente de 3% a 4% de sua receita líquida em pesquisa e desenvolvimento. “Tecnologia e inovação estão no nosso DNA e trazem oportunidades em qualquer cenário de mercado”, acrescenta o executivo.

Somado a isto, a Embraco tem apostado na área de novos negócios, onde enxerga oportunidades além do compressor.

Foi o caso do recente lançamento da diili, sua plataforma de serviços em IoT (Internet das Coisas) que revoluciona a gestão das marcas de bebidas e alimentos sobre seus produtos dentro de freezers e geladeiras comerciais nos pontos de venda.

Outros exemplos são a Nat.Genius, unidade responsável pela reciclagem e logística reversa da indústria, e a startup UpPoints, que desenvolveu um sistema inovador de reconhecimento de imagem e análise de performance de vendas dos produtos.

Rafael Feder

“O mercado ainda está receoso. Precisamos sair de uma vez por todas desta crise política e dar um basta à corrupção. Depois disso, incentivar a indústria investindo em infraestrutura e educação”. É assim que o presidente da Elgin, Rafael Feder, resume a situação atual e os passos desejáveis para superá-la.

De uma forma geral, ele identifica uma pequena reação no setor, embora sua empresa possa ser considerada uma exceção, pois vem crescendo dois dígitos no acumulado do ano e continua se expandindo. Tanto é que está investindo em máquinas, prédios e pessoal, seja no segmento de refrigeração comercial – por meio de uma nova fábrica de aletados para grandes evaporadores –, seja na área de ar condicionado.

 

Novas Plantas

Juntamente com a manutenção de uma filosofia voltada para o crescimento, mesmo diante de quadros instáveis como o vivido pelo Brasil de hoje, a atitude de certas empresas de continuar olhando para a frente inclui a expansão dos parques fabris.

A Armacell, por exemplo, anunciou na Febrava a instalação, no segundo semestre de 2018, de sua primeira linha contínua dedicada à produção de espuma elastomérica no País.

Com extensão superior à das instalações do gênero existentes nas 25 fábricas da empresa espalhadas pelo mundo, a nova unidade produtiva, localizada em São José (SC), pretende atender o mercado interno até 2021, ao substituir a importação anual de mais de 500 contêinere

Márcio Nieble

s e viabilizar exportações, a princípio, para Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia.

“A implementação dessa nova linha de produção, neste momento da história econômica do País, é a prova de que acreditamos nos fundamentos de nossa economia e no potencial do Brasil”, afirma o diretor-geral da companhia, Márcio Nieble, lembrando que a melhora nos tempos de entrega e a facilidade para desenvolvimentos locais serão ganhos igualmente expressivos com a novidade.

Embora também tenha sentido fortemente os efeitos da crise, sobretudo na ponta das OEMs, que utilizam em grande escala os seus produtos nas linhas de montagem, a Chemours é outra empresa com postura positiva diante da crise.

“Somos uma companhia com tradição de muitos anos no País, desde a época da DuPont, e o nosso foco é o médio e o longo prazo, ou seja, não podemos tomar as decisões pensando apenas no que está acontecendo no momento”, explica o presidente da empresa, Maurício Xavier.

Maurício Xavier

“Em nível de perspectiva nós temos um sentimento muito positivo quanto ao crescimento dos mercados de refrigeração e ar condicionado. Sinal disso é que fizemos os investimentos que achamos necessários, caso da nova planta de R-410A, inaugurada em Manaus para atender os fabricantes de mini-splits ali instalados, e da nova sede da companhia no Brasil, recém-montada em São Paulo”, acrescenta o executivo.

Um bom sinal identificado pela Chemours é que, quando a crise começou a se acentuar, em 2015, a parte do mercado onde chegaram os primeiros sinais de retração foram os fabricantes de equipamentos, setor que agora também está sendo pioneiro, porém ao esboçar uma reação.

O presidente da Danfoss para a América Latina também acredita que

Julio Molinari

o pior já passou. “Apesar dos problemas que a gente vê dia a dia nos jornais, a atividade econômica para nós se expandiu fortemente, especialmente durante o primeiro semestre. Nos últimos dois, três meses começou a dar uma freada, mas não muito grande”, analisa Julio Molinari.

Alguns setores, segundo ele, responderam muito bem, com destaque para o varejo e também a construção, “que havia começado o ano um pouco devagar, mas nos últimos meses melhorou muito”, festeja.

No campo das exceções, Molinari aponta a refrigeração industrial, onde muitos projetos dos usuários finais acabaram adiados.

Em meio a desempenhos assim, a empresa de origem dinamarquesa prossegue firme com os planos iniciais que tinha para este ano, incluindo o desenvolvimento de novos produtos e a abertura de uma nova fábrica em Caxias do Sul (RS) na área de hidráulica.