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Fabricantes se antecipam a novas regras de etiquetagem

Ainda que a nova etiqueta emitida pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) só passe a ser obrigatória a partir de 1º de janeiro de 2023, a indústria brasileira de ar condicionado passou 2022 se adaptando para atender aos parâmetros da classificação de eficiência energética, de acordo com o Índice de Desempenho de Resfriamento Sazonal (IDRS).

Portanto, o setor só poderá fabricar ou importar aparelhos que obedeçam a estas regras. No caso do varejo, as vendas dos produtos em estoque poderão ser realizadas até 30 de junho de 2023. Esses prazos foram determinados pela Portaria Inmetro  269/2021.

O IDRS é mais fidedigno e realista, refletindo melhor o desempenho do aparelho diante das variações climáticas que ocorrem ao longo de todo ano. A etiquetagem até então utilizada não conseguia, por exemplo, demonstrar claramente ao consumidor final a diferença existente entre um produto com tecnologia Inverter e outro sem.

Segundo o Inmetro, a nova etiqueta traz o cálculo do consumo de energia do condicionador de ar no ano inteiro e leva em consideração o hábito de consumo do brasileiro ao longo do ano. Atesta, ainda, maior facilidade para identificar a eficiência dos produtos com compressor do tipo Inverter, já que foi alterado também o método para determinar o consumo de energia do condicionador de ar.

Agora, a etiqueta renovada traz uma série de informações antes não divulgadas – tipo de fluido refrigerante usado no aparelho; inclusão de duas novas categorias de classificação (“E” e “F”); consumo de energia anual (quanto menor o número, mais eficiente o aparelho); índice de eficiência sazonal (quanto maior o número, mais eficiente o aparelho); e direcionamento do consumidor, por meio de QR Code, para a base de produtos registrados no Inmetro.

Além disso, a autarquia estabeleceu que, para receber o Selo “A”, o aparelho deve ter índice de eficiência energética de 5,5, um aumento considerável, visto que antes, era de apenas 3,23. Essa grande diferença se dá porque a metodologia de cálculo da eficiência energética agora considera o método de carga parcial e métrica sazonal. É por isso que não se deve comparar o consumo de uma etiqueta nova com o de uma etiqueta antiga.

“A nova etiquetagem manteve a lógica de que os produtos classificados como ‘A’ são os mais eficientes. A diferença se resume à metodologia, posto que a anterior era menos exigente e com teste laboratorial menos completo. Isso permitia que houvesse uma diferença grande dentro do nível A”, argumenta o gerente de produtos de ar-condicionado da Samsung Brasil, Daniel Fraianeli.

O executivo enfatiza que os novos testes e níveis mínimos atualizados dão maior certeza ao consumidor sobre quais são os produtos mais eficientes disponíveis. “Além disso, a nova etiqueta tem informações que permitem, inclusive, a diferenciação entre produtos similares, os quais eventualmente podem exceder o mínimo para classificação ‘A’, ao mostrar a estimativa de consumo anual e o índice de eficiência (IDRS)”.

Assim como outros players, a Samsung iniciou antecipadamente a migração para a nova etiquetagem, e acredita que os prazos estabelecidos pela Portaria Inmetro 269/2021 foram suficientes. Entretanto, salienta, Fraianeli, como a multinacional sul-coreana já tinha aparelhos com desempenho compatível com o nível “A” da nova metodologia, não foram necessárias alterações de projeto que causassem impacto nos custos de fabricação.

“Nossos condicionadores de ar vão além dos critérios mínimos para classificação máxima do Inmetro, ou seja, economizam ainda mais energia que o padrão recomendado. Nos próximos anos, a tecnologia desenvolvida e aplicada aos aparelhos da Samsung permitirá ainda mais avanços quanto à eficiência energética”, projeta o gestor.

Outro importante player no mercado brasileiro, a japonesa Daikin trabalhou junto com os demais stakeholders envolvidos diretamente na alteração promovida no padrão de etiquetagem. “O consumidor, na hora da compra, não estava munido de informações para diferenciar os equipamentos, encontrando muitos produtos ‘A’ que, na realidade, não eram realmente eficientes”, afirma o gerente de marketing e produto da companhia no País, Nilson Murayama, frisando que a empresa não promoveu qualquer tipo de adaptação em sua linha de montagem, ajuste ou troca de componentes, uma vez que seus produtos sempre estiveram aptos à nova etiquetagem.

Com a mesma opinião que o seu colega de setor, o gerente de engenharia da Fujitsu do Brasil, Takao Matsumura, entende que a nova etiquetagem do Inmetro mostrará aos consumidores as diferenças de eficiência energética entre os aparelhos de ar-condicionado convencionais (on/off) e os aparelhos com tecnologia Inverter, que vem sendo comercializados desde 2007 pela companhia japonesa.

“A nova etiquetagem favorecerá os fabricantes de equipamentos com as melhores eficiências energéticas do setor. O crescimento da nossa empresa deverá ser superior ao do mercado, e a atualização de preço depende do aumento de custo de fabricação”, avalia o executivo, reforçando que as únicas alterações na linha de montagem aqui no Brasil foram feitas não por causa da nova metodologia de medição de eficiência energética, mas pela substituição, em seus equipamentos, do fluido refrigerante R-410A por R-32. Paralelamente à nova metodologia de medição de eficiência energética promovida pelo Inmetro, as regras do Selo do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) também foram alteradas. Antes, todos os produtos com Selo “A” do Inmetro podiam ostentar também o Selo Procel. Agora, para ter direito ao seu uso, além da eficiência ter de ser maior que o mínimo exigido para ser classe “A”, outros critérios, como potência em modo de espera e tipo de gás refrigerante utilizado, devem ser obedecidos.

Também foi criado o Selo Procel Ouro, em que as exigências para o seu uso são maiores do que as do Selo Procel. “Na nossa linha de produtos, o modelo Teto de 24.000 BTU/h obteve a classificação de Selo Procel Ouro. É uma honra estarmos entre os primeiros fabricantes, no mercado de ar condicionado, a obtê-lo”, comemora Matsumura.

Igualmente preparada, a Semp TCL – joint venture formada pela brasileira Semp e a chinesa TCL – há algum tempo já fabrica seus produtos considerando a classificação “A” do Inmetro para os modelos do tipo Inverter. Portanto, toda a linha Inverter da empresa está classificada e aprovada com Selo “A”, de acordo com a nova classificação. “A mudança realizada pelo Inmetro foi muito positiva, porque beneficia, sobretudo, o consumidor, que ganha mais uma ferramenta para avaliar os benefícios do produto na hora da compra”, aponta o gerente de produtos do fabricante, Nikolas Corbacho.

O gestor ressalta ainda que a empresa, assim como outros players do setor, também não precisou ajustar sua linha de produção, devido ao fato de já estar preparada para a fabricação de itens com maior economia de energia no segmento.

“O investimento feito na nova fábrica de Manaus (AM), inaugurada em maio deste ano para a produção exclusiva de condicionadores de ar, já contemplava as tecnologias mais avançadas desenvolvidas pela TCL globalmente, terceira maior fabricante de aparelhos de ar condicionado do mundo”, completa Corbacho.

Para o supervisor de pesquisa e desenvolvimento da Gree, Eduardo Roberto Tavares, o real impacto da transição para a nova etiquetagem está mesmo no fato de que os fabricantes serão obrigados a produzir para o mercado brasileiro produtos que realmente possuam alta performance durante funcionamento. “Realizamos muitos investimentos na linha de produção com a aquisição de novos equipamentos e mão de obra, assim como em novas séries de produtos totalmente Inverter, previstos para serem produzidos a partir primeiro semestre de 2023”, informa o executivo da multinacional chinesa. Toda a linha de ar-condicionado residencial da coreana LG também foi renovada para atender à nova regulamentação antes do prazo estabelecido pelo Inmetro. “O consumidor e a indústria saem ganhando diante dessa atualização”, analisa o gerente de produtos de ar-condicionado residencial da LG, André Pontes.

Pelas regras antigas ainda em vigor, “o Selo ‘A’ de eficiência energética é obtido muito facilmente, seja por produto Inverter, que consome menos energia, ou por não inverter, que gasta mais”, argumenta.

A multinacional ressalta que atualmente trabalha apenas com a tecnologia Inverter, como o compressor Dual Inverter, que contribui para que os modelos de ar-condicionado da LG sejam capazes de obter uma economia de até 70% de energia e uma refrigeração até 40% mais rápida em relação aos produtos convencionais.

“A qualidade e tecnologia dos produtos da LG são reconhecidas pelos consumidores, que mantêm a marca na liderança do mercado de condicionadores de ar no Brasil, com 22,3% de participação geral e 41,8% de liderança na categoria Inverter”, arremata o gestor, citando dados referentes a junho de 2022 divulgados pela consultoria GfK.

Mitsubishi Electric vai construir fábrica de AC na Índia

Mitsubishi Electric investirá US$200 milhões para construir 1ª fábrica de ar-condicionado na Índia

A fábrica terá capacidade de produzir anualmente 300 mil unidades em Tamil Nadu, no sul da Índia, e visa iniciar a produção em outubro de 2025.

A Mitsubishi Electric entrou no mercado indiano de ar-condicionado e sistemas de refrigeração em 2010.

Porto Alegre registra aumento no total de ônibus com ar-condicionado em operação

Dos 690 veículos com o equipamento, cerca de 520 circulam com o sistema operando – cerca de 70 a mais do que o registrado na última semana, o que representa 75% da frota que possui o equipamento. Atualmente, Porto Alegre tem 1.337 ônibus e, deste total, 51,61% possui sistema de refrigeração.

“A orientação que demos para as empresas é de que, à medida que as manutenções acontecerem, imediatamente os veículos passem a circular com o ar-condicionado ligado. Em uma semana tivemos um aumento considerável e seguimos monitorando para dar mais conforto ao usuário do transporte coletivo”, destaca o secretário de Mobilidade Urbana, Adão de Castro Júnior.

De acordo com a legislação, aqueles veículos que possuem refrigeração devem ligá-los a partir dos 24 graus. Em caso de não cumprimento da determinação, os usuários podem registrar reclamação via 118.

A partir de fevereiro, os veículos que não circularem com ar-condicionado ligado serão multados.

Fonte: O Sul

Johnson Controls-Hitachi realiza três treinamentos para instaladores em janeiro

Em janeiro, a Johnson Controls–Hitachi Ar Condicionado dará início à sua programação de treinamentos para instaladores prevista para 2023 com a realização de três cursos para interessados em conhecer mais sobre seus produtos e como fazer uma melhor instalação, operação e manutenção deles. No total, a multinacional oferece seis cursos regularmente com o objetivo de colaborar com a qualificação de profissionais do segmento de climatização e ar condicionado.

Entre os dias 17 e 20, as aulas serão sobre VRF – SET FREE SIGMA, Side Smart, Mini VRF e Sig Splitão no formato presencial. Nos dias 23 e 24 o curso será sobre Chiller Scroll Inverter e Fixo também presencial, enquanto no dia 26 será Chiller Scroll Inverter e Fixo na modalidade on-line.

Prof. Neto: Capacitação é sua missão

Adalberto Bezerra da Rocha Neto, conhecido como “Prof. Neto Climatização”, ingressou como profissional de HVAC através da Arclima Engenharia, em Recife (PE). O ano era 2004, começando sua carreira como estagiário. Após seis meses, foi contratado como auxiliar técnico. Ao concluir o curso, foi destacado para compor uma equipe em Caruaru, interior de Pernambuco, supervisionando contratos de manutenção. Desde então, nesses 12 anos, Prof. Neto adotou Caruaru como sua cidade.

Natural de Recife (PE), hoje ele está à frente da RN Cursos Profissionalizantes, como diretor e instrutor do Cursos de Refrigeração e Climatização. Formado em Técnico de Refrigeração e Climatização, Técnico em Eletrotécnica e Graduado em Engenharia Mecânica, ele conta como se tornou professor.

“Sou da área de manutenção de sistemas de climatização de grande porte, atuando em sistemas para shopping center, entre outros. Em 2016, cai de paraquedas em salas de aulas, em cursos profissionalizantes, onde tive uma passagem de 5 anos por uma instituição conhecida nacionalmente. Me apaixonei pela sala de aula por repassar conhecimento, mas o que me motivou e que me motiva até agora é mudar a vida de pessoas através do conhecimento. Escutar relatos de ex-alunos e famílias que tiveram outro rumo após nos conhecermos em sala de aula é gratificante, motivador. Foi no período de pandemia que tive a oportunidade de ingressar nas redes sociais, ficando com mais evidência, onde surgiu para os que me acompanhavam o apelido Prof. Neto Climatização. Nesta época, conheci pessoas incríveis e juntos, conseguimos levar conhecimento a milhares de profissionais no Brasil”.

Seu maior desafio foi deixar a empresa que trabalhava e acreditar no sonho de ter um Centro de Treinamento, onde poderia fazer a diferença na vida de outras pessoas ensinando a profissão.

“Foi quando surgiu a RN Cursos Profissionalizantes. Hoje, somos o melhor Centro de Treinamento em sistema Inverter em Pernambuco e já temos planos para crescimento. Tenho vários canais nas redes sociais dedicados a ministrar conhecimento através do Instagram, Youtube e TikTok.  Acredito que a indústria do frio encontrou um atalho para levar novidades técnicas e comerciais de forma fácil e rápida. Fazer parte disso é uma experiência singular. Creio que, quanto mais capacitados os técnicos em campo estiverem, será melhor para todos, principalmente para o cliente final. Não esqueçamos que a refrigeração e climatização é parte da engenharia e não há possibilidade de trabalhar com excelência sem estudo e treinamento específico, por isso, não importa o quanto você acha que sabe, sempre existirá algo que você não domina ou ainda não conhece. Estude, torne-se especialista na sua área de atuação, seja o melhor, fique próximo dos melhores. Uma frase do filme Arremessando Alto pode resumir o que levo comigo ‘A obsessão ganha do talento todas as vezes. Mergulhe, saia do óbvio, a busca incessante pelo conhecimento também é uma forma de idolatria, um tipo de adoração fanática, a um deus que jamais se deixará ser achado por nenhum mortal’”.

A arte da refrigeração

Ao longo desses anos, Prof. Neto construiu uma carreira sólida e acalenta seu maior sonho, entre todos, o de construir um super CT no Nordeste.

“Confesso que os amigos mais próximos estão ligados a refrigeração. E graças a Deus e a essa profissão, já fiz até uma viagem internacional, entre tantas outras coisas que conquistei. Ainda tenho um sonho, o de construir um super Centro de Treinamento aqui no Nordeste e através dele alcançar pessoas e levar a mudança de vida para muitas delas, ensinando arte da refrigeração”.

Pai de Anna Beatryz, com 13 anos, e de Analice, 10 anos, suas filhas são o maior tesouro, as meninas de seus olhos.

“Tenho duas filhas queridas e estamos sempre juntos. Elas são incríveis! Compartilho com elas um dos meus hobbies favoritos, tocar instrumentos musicais, a música me traz momentos relaxantes e de paz”.

Ele deixa uma mensagem a todos os profissionais do mercado de HVAC-R: “Agradeço a Deus por minha existência, a todos que direta e indiretamente me ajudaram a chegar aonde estou! Não sou rico, nem o mais inteligente, nem muito menos o melhor, mais faço o melhor que posso para atender meus clientes e superar as expectativas dos meus alunos. Tenho ciência que devo continuar em busca de conhecimento e acima de tudo, levar o que já domino para mais e mais pessoas e fazer a diferença na vida delas. Agradeço também a indústria da refrigeração e climatização pela iniciativa de aproximar o fabricante e o instalador, que tem sido de fundamental importância para os técnicos em campo, para a própria indústria e principalmente, aos clientes. A toda equipe da Revista do Frio, minha eterna gratidão por essa oportunidade e pelo incrível trabalho realizado por vocês, que tem ajudado aos nobres colegas do mundo HVAC-R”, conclui.

 

Com Anna Beatryz e Analice, as meninas de seus olhos

Descarbonização da economia passa pelo isolamento térmico

Tecnologia garante conforto, bem-estar e redução de consumo de energia nas construções.

Agora que a economia de energia deixou de ser uma questão puramente técnica para estar na boca de todo mundo, é hora de falar com clareza sobre quais são os elementos que mais podem resultar em consumo menor de energia em edifícios e instalações de refrigeração e ar condicionado. Para atingir isso, uma das chaves é o isolamento térmico.

Atualmente, o mercado dispõe de uma vasta gama de fontes limpas e renováveis – solar, eólica, geotérmica e biomassa – para tornar o consumo energético menos intensivo em carbono. No entanto, sistemas eficientes e mais ecológicos só serão úteis se forem instalados em edifícios bem isolados, uma vez que grande parte da energia gerada é perdida em construções sem isolamento adequado.

Nos ambientes construídos, para se obter um correto isolamento térmico, é preciso dar especial atenção às paredes e ao teto. Ao investir no isolamento de ambos, não se obtém apenas economias significativas de energia, como também se agrega mais conforto e bem-estar para os ocupantes de casas, escritórios e fábricas.

Atualmente, existem muitos materiais que podem ser utilizados para isolar internamente uma construção, como poliuretano (PUR), fibra de vidro, lã mineral, placa de lã de madeira etc.

Segundo os especialistas da área, esses materiais são muito fáceis de serem instalados e podem ser implantados facilmente, gerando benefícios diretos para o bolso e o planeta – afinal de contas, as cidades, onde ficam a maioria absoluta das construções, são responsáveis pelo consumo de 78% da energia mundial e por 60% das emissões de gases de efeito estufa (GEE).

É por isso que a descarbonização dos edifícios passa pelo isolamento térmico. “A melhor energia é aquela que não é produzida porque não é necessária a sua utilização. Isso significa que a redução da demanda energética através do isolamento térmico também deve ser priorizada”, explica Luis Mateo, diretor da associação espanhola de fabricantes do setor.

Segundo ele, um edifício com um nível ótimo de isolamento “sempre” reduzirá suas necessidades energéticas e, consequentemente, emitirá menos dióxido de carbono ao longo de sua vida útil.

“Dessa forma, o isolamento térmico torna os edifícios mais sustentáveis, melhora a qualidade de vida das pessoas e valoriza as construções”, conclui.

 Qualidade acústica

Com o aumento do trabalho remoto, o isolamento termoacústico também provou-se essencial para a produtividade.

Segundo o engenheiro Gilmar Luiz Pacheco Roth, membro da Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação (Asbrav), embora não existam dados concretos, é possível observar que, desde julho de 2013, quando a Norma de Desempenho de Edificações Habitacionais (NBR 15575) entrou em vigor, o setor de incorporação passou a pensar na qualidade acústica de seus prédios.

“Um bom isolamento acústico pode servir tanto para residências como ambientes de trabalho e estudo, além de locais corporativos para apresentações e reuniões”, diz.

“A indústria, prontamente, passou a investir no desenvolvimento de materiais acústicos, elementos e sistemas tanto de isolamento, como mantas, quanto na melhor performance de esquadrias e elementos de vedação”, afirma.

Já os construtores, segundo ele, passaram a investir em medições acústicas em obras, para certificação do desempenho das opções escolhidas. Paralelo às ações citadas, consultorias especializadas e ensaios laboratoriais específicos para produzir parâmetros na qualidade acústica dos prédios tiveram um crescimento considerável por solicitação dos construtores.

O especialista explica que o isolamento acústico está diretamente relacionado ao controle de ruído, seja por via estrutural de um prédio ocasionado por vibrações de algum equipamento mecânico, ou ruído aéreo, produzido por inúmeras fontes, móveis ou fixas. Já o conforto acústico é o resultado obtido através do isolamento acústico de um ambiente, e pode ser combinado com o condicionamento acústico, que se refere à qualidade dos sons produzidos num ambiente interno e sua propagação no recinto e cuida do controle do tempo de reverberação (eco).

“A acústica bem projetada de um ambiente para desempenho de atividades laborais é fundamental para a produtividade e bem-estar dos usuários. Acústica e saúde andam juntas, pois uma das vantagens de um ambiente bem projetado acusticamente é a contribuição para melhorar a concentração e a diminuição do estresse, geralmente causado por ruídos excessivos, conversas paralelas, equipamentos ruidosos e outras situações conflitantes de trabalho, muito comuns nos meios corporativos”, acrescenta.

 Cadeia do frio

Muitos produtos, como alimentos e produtos fármacos, por exemplo, precisam ser acondicionados em ambientes refrigerados. O objetivo é que, armazenados por um certo período em um ambiente de temperatura controlada, de acordo com suas necessidades específicas individuais, os itens tenham sua vida útil garantida.

Para isso, atacadistas e varejistas utilizam câmaras frias, que são consideradas um dos equipamentos mais importantes para garantir o isolamento térmico e manter a conservação dos produtos estocados.

Fazer o controle de temperatura das câmaras frias, no entanto, não é tarefa fácil. Formadas por uma série de equipamentos que auxiliam no isolamento do ambiente e impedem a entrada de calor no espaço interno, elas exigem uma verdadeira barreira protetora dos insumos.

“Quando o local sofre com a entrada de calor, é possível que a câmara frigorífica tenha infiltrações que podem causar instabilidades climáticas, por exemplo. Além disso, a falta de vedação das paredes ou portas isolantes e a abertura delas por longos períodos ocasiona a entrada de calor no espaço e pode resultar em um problema sério, como perda dos produtos e aumento de custos. Por essa razão, é importante contar com equipamentos que permitam máxima vedação e o isolamento térmico industrial, como é o caso de uma porta rápida”, comenta Giordania Tavares, diretora-executiva da Rayflex.

Ela explica que, para a montagem de uma câmara frigorífica para estocagem de produtos já resfriados ou congelados, é importante definir o fluxo e o nível de rigorosidade.

“As movimentações que acontecem em uma câmara fria industrial precisam de agilidade. O principal desafio encontrado em locais voltados para o isolamento térmico e que necessitam de uma alta taxa de movimentação é justamente preservar essa temperatura com a abertura e fechamento das portas”, diz a executiva.

E são as portas um dos principais equipamentos dessas câmaras frias. “Geralmente, o acesso a esses locais é feito com o uso de uma empilhadeira ou paleteira. O recomendado é que as portas tenham abertura e fechamento muito rápido ou que não precisem de intervenção humana direta, podendo ser acionadas também por botoeira, puxador, controle remoto e laço de indução. Sem isso, um operador precisará descer da paleteira para fechar a porta”, completa.

No mercado brasileiro, dois tipos de painéis isotérmicos vêm se destacando na utilização em câmaras frias, sendo eles o com núcleo em poliisocianurato (PIR) e o poliestireno expandido (EPS), conforme ressalta o CEO da Dufrio, Guillermo Zanon.

“O PIR é um plástico termofixo, obtido da mesma forma que o PUR, com alguns diferenciais químicos e de composição e que apresenta também excelentes propriedades termoisolantes e mecânicas. Tecnicamente, se diferencia do PUR por apresentar melhor resistência térmica a altas temperaturas. As placas de PIR são compostas de 95% de células fechadas e o restante de abertas”, explica.

“Por conta disso, o PIR não absorve água. Entre as vantagens, apresenta baixo índice de condutibilidade térmica, o que, comparado a outros produtos voltados ao isolamento térmico, é bastante interessante, necessitando de uma espessura menor para ter o mesmo nível de isolamento de outros, ou seja, ele é mais eficiente”, detalha.

Por não ser necessária a utilização de água na sua instalação e nem na produção, é considerado uma construção seca. “Ambas as opções – PIR e EPS – são painéis que chegam prontos para instalação, o que proporciona um canteiro de obras limpo, alta produtividade, livre de entulhos e de desperdício de materiais. Trabalham tanto como revestimento de vedação, quanto estrutural, e, por isso, dispensam chapisco e reboco, diminuindo o peso próprio das edificações”, salienta o executivo, lembrando que a Dufrio fornece essas tecnologias para “vários segmentos, como frigoríficos, abatedouros, logística de alimentos e medicamentos, supermercados, agronegócio e lojas de conveniência, entre outros”.

Outro grande player nacional, a Frigelar também se mantém atenta à evolução e às demandas do segmento. “O isolamento térmico está completamente ligado à eficiência energética, assunto que é pauta e desafio para o mercado brasileiro”, diz o gerente de vendas da divisão industrial da companhia, Eduardo Machado.

“Painéis termoisolantes de alto rendimento são bem-vistos pelos clientes que buscam a excelência em suas operações. A EOS/Frigelar tem fornecido ao setor painéis e portas frigoríficas de altíssima qualidade. As densidades implicam diretamente na barreira de troca de calor e, por esse motivo, temos investido muito nos controles internos. Os encaixes dos painéis, a injeção de portas, a densidade do EPS são requisitos básicos para um maior isolamento”, acrescenta.

Para o gestor, o mercado, principalmente os nichos de armazenagem, transporte e estocagem frigorificados, está em alta. “Indústrias, varejos e comércios estão sendo desafiados a evitarem o desperdício, uma vez que os custos estão cada vez mais altos.

O desperdício por armazenagens inadequadas, por exemplo, ocasiona uma diminuição direta das margens de lucro, muitas vezes impedindo o crescimento dos negócios.”

 Expectativas para 2023

De maneira geral, a indústria brasileira de isolantes termoacústicos está relativamente confiante com relação às perspectivas de negócios para o ano que vem, apesar do cenário bastante recessivo previsto em algumas regiões do mundo.

“O Brasil pode aparecer como uma boa alternativa de investimento estrangeiro, podendo acelerar negócios em 2023, inclusive no segmento da construção, e, por consequência, afetando positivamente o segmento de isolantes térmicos no próximo ano”, avalia o diretor-geral da Armacell, Mansur Haddad.

“É claro que isso dependerá também das definições do próximo governo, e na condição que ele estabeleça uma agenda de responsabilidade fiscal, assim como uma boa base de segurança jurídica aos investidores externos. Acreditamos também que uma parte do bom crescimento encontrado no nosso segmento nos últimos dois anos seguirá ocorrendo em 2023 devido às dinâmicas inércias naturais dos mercados do HVAC-R”, completa.

Segundo o executivo, a Armacell vem trabalhando e investindo constantemente na qualidade de seus produtos, “para oferecer aos nossos clientes soluções de alta performance”.

“Este ano, inauguramos o Centro Tecnológico Armacell (CTA), projetado para realização de testes, concepção e aperfeiçoamento de produtos e materiais, aprimoramento de tecnologias de instalação, desenvolvimento de peças de isolamento pré-fabricadas (fittings), além de possuir infraestrutura para treinamentos on-line e presenciais”, revela.

“O CTA será o eixo central de inovação na América do Sul, ou seja, referência no mercado em isolamentos térmicos na tecnologia de elastoméricos e polietilenos, através da implementação de conceitos como o de joint innovation ou mesmo de inovação aberta”, enfatiza.

A Epex – outro grande nome do setor – pretende se manter firme em seu “propósito de levar produtos de qualidade ao mercado, visando sempre facilitar o dia a dia de revendas e instaladores, mesmo diante do incêndio de grandes proporções que atingiu a empresa em julho”, conforme esclarece a diretora comercial companhia, Juci Crsipim.

“Pensando nisso, seguiremos fornecendo nosso isolamento Tubex Inverter na embalagem Slim (20 barras por pacote), isolamento Tubex Dreno também na embalagem Slim (15 barras por pacote), além da nossa manta protetora de superfícies Protepiso. Cabe igualmente ressaltar a parceria Epex Wincell estará ainda mais forte no próximo ano para o mercado de espuma elastomérica na América Latina”, diz a executiva, ressaltando que as expectativas da empresa para 2023 estão elevadas e agradecendo “imensamente ao mercado de climatização e refrigeração por todo apoio dado à epex” após o incêndio em sua planta.

Quem também está otimista em relação ao desempenho do setor no próximo ano é a Rocktec. “Em 2021, falando em números reais de produtividade, nós tivemos um crescimento de 48% em relação a 2020. Enfim, foi um ano incrível e, por essa razão, difícil de ser superado, mas fomos surpreendidos em 2022, para o qual temos um crescimento previsto de 11,5% sobre 2021. Isso é fantástico”, explica o diretor comercial da empresa, Elias Barbosa.

“A Rocktec vem, nos últimos anos, se destacando no segmento de sistemas de ar condicionado com sua linha de pré-isolados AluPir, referência no Brasil e em outros sete países com bastante força, tanto que ainda no primeiro semestre de 2023 estaremos inaugurando nossa nova sede”, diz.

“Nesse novo local, teremos mais uma máquina de linha contínua e, até final do segundo semestre de 2024, estaremos com três máquinas desse tipo em operação. Com isso, teremos preços ainda mais competitivos para oferecer ao mercado nacional e em alguns outros mais países onde estamos buscando novas parcerias”, antecipa o executivo.

Trane apresenta novo sistema de chiller RTAG refrigerado a ar

A Trane acaba de criar a linha de chillers RTAG resfriados a ar. Segundo a empresa, a nova linha surgiu para atender aos exigentes padrões de qualidade, onde a capacidade foi levada a condições de extrema exigência em instalações de ambientes críticos, como data centers e armazéns.

“Esta linha de produtos permite que nossos clientes escolham o nível de eficiência desejado em cada modelo, de acordo com suas necessidades, para que tenham controle do consumo energético. Os benefícios para quaisquer negócios são claros: menor consumo de energia, maior economia”, disse Diogo Prado, Diretor Geral da Trane Brasil.

Os chillers RTAG possuem interface touch screen e conectividade por meio de software especializado – Controlador Tracer™ UC800 – o que proporciona uma visualização clara das informações, tendências, geração de relatórios e monitoramento do espaço interno.

“O design acústico da unidade RTAG garante baixa vibração e mínima propagação do som, por isso oferecemos opções para atender às necessidades de sensibilidade acústica do edifício e de seus ocupantes, com testes de potência sonora que atendem aos requisitos da norma ISO 3744”, compartilhou Jorge Ordoñez, Líder de Portfolio Aplicado Trane para a América Latina.

Compressores parafuso duplo, serpentina do condensador em tubo de cobre e aletas de alumínio são alguns dos elementos que integram as unidades RTAG.

2º Café com Conteúdo para mulheres do setor AVACR

O Comitê Nacional de Mulheres da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA) realizará no dia 6 de dezembro, das 8 às 13 horas, o “2º Café com Conteúdo: um encontro com as mulheres do AVAC-R”. Homens também são bem-vindos.

Gratuito, o evento será híbrido (simultaneamente presencial e online) e acontecerá na sede da entidade, em São Paulo, com vagas limitadas.

A programação contará com três palestrantes especiais, que farão desta segunda edição um fórum de troca de informações e networking – Bianca Alves, professora do Senai Oscar Rodrigues Alves (“Ensino profissional e suas oportunidades para as mulheres no AVAC-R”); Regina Nogueira, CEO da Re-branding Treinamento (“Rebranding”); e Raimundo Silva, educador executivo e atual diretor da Armstrong do Brasil (“Você no Controle”).

“Organizar a 2ª edição deste encontro com mulheres do setor AVACR,  nos deu uma enorme satisfação. A cada ação que realizamos, vemos como mais um passo dado diante do compromisso que firmamos, que é de contribuir com o desenvolvimento profissional e pessoal das mulheres dos setores que representamos. Acreditamos que, os diferentes perfis dos palestrantes convidados para este Café com Conteúdo nos apresentarão um novo olhar para novas perspectivas e possibilidades”, afirma Priscila Baioco, presidente do Comitê e gerente nacional de vendas e marketing da Armacell.

Sistemas com degelo a gás quente precisam usar compressores projetados para este tipo de operação

Este artigo apresenta os fenômenos que ocorrem durante o degelo a gás quente (Hot Gas Defrost) e os requisitos para o projeto do compressor. Esta descrição é importante para entender que compressores projetados para operação em gás quente possuem características especiais e maior robustez de componentes para suportar tal condição. Desta forma, ao selecionar um compressor para aplicações com esse sistema de degelo, sempre verifique se o modelo do compressor foi projetado considerando tais condições.

Degelo a gás quente no circuito de refrigeração

Nos aparelhos de refrigeração convencionais, o evaporador é o componente responsável por resfriar o ar do gabinete. Durante o processo, a umidade do ar, que condensa na superfície do evaporador,  pode eventualmente congelar, reduzindo a eficiência de troca de calor. Em outros aparelhos, como máquinas de gelo, durante o período de resfriamento, o evaporador precisa estar em contato direto com a água para produzir os cubos de gelo. Em ambos os casos, o gelo deve ser removido da superfície do evaporador, seja para melhorar sua eficiência ou para coleta de cubos de gelo.

O método de degelo por gás quente é o comumente utilizado em aparelhos comerciais, como máquinas de gelo, freezers comerciais, unidades seladas e em alguns equipamentos médicos. Este método utiliza o gás da descarga do compressor, que está em alta temperatura e pressão, para derreter o gelo. O principal benefício do degelo por gás quente é derreter o gelo da superfície do evaporador para fora de forma rápida, com menor irradiação de calor para o gabinete. Para possibilitar este método, um desvio é adicionado (chamado de linha de gás quente, desvio de gás quente ou bypass de gás quente), para criar um atalho entre a descarga do compressor e a entrada do evaporador.

Durante o período de resfriamento, o bypass de gás quente é desenergizado (válvula fechada) e a operação do sistema é semelhante a um circuito de resfriamento padrão. Para realizar o degelo, o bypass é energizado para que a válvula, em geral do tipo solenoide, abra. A operação pode ocorrer com o compressor funcionando ou desligado, dependendo da configuração do aparelho. Depois que a válvula é aberta, a maior parte do gás de descarga do compressor, que está em alta temperatura e pressão, fluirá pelo bypass de gás quente, devido à menor restrição em comparação ao escoamento pelo condensador e dispositivo de expansão (tubo capilar ou válvula de expansão).

Da linha de gás quente, ele flui para o evaporador onde condensa e rejeita calor para a tubulação do evaporador, realizando o degelo. Durante quase todo o período do degelo por gás quente, a condição de saída do evaporador será uma mistura de refrigerante líquido e vapor. Finalmente, a mistura de gás-líquido refrigerante é empurrada do evaporador para o compressor e aquecida por seus componentes. Durante este ciclo, o refrigerante continua a circular na seguinte sequência: compressor, bypass de gás quente, evaporador e compressor. Em um dado momento, o degelo por gás quente é encerrado por um sensor de temperatura ou outro meio e a válvula solenoide é fechada. Antes que o ciclo de resfriamento seja iniciado novamente, pode ser aplicado um tempo de gotejamento da água de degelo.

Operação do compressor durante o degelo a gás quente

No início do processo do degelo por gás quente, a válvula solenoide é aberta e a alta vazão empurra o refrigerante líquido acumulado no evaporador para o compressor. A quantidade de líquido que chega ao tubo de sucção do compressor depende das características da aplicação. Quando o refrigerante líquido atinge o compressor, ele pode: (i) evaporar ao entrar em contato com elementos quentes, (ii) entrar no filtro acústico de sucção (muffler) ou (iii) acumular na carcaça do compressor. Cada um desses “caminhos de líquidos” pode ocorrer em paralelo e afetar os componentes do compressor de diferentes maneiras, exigindo diferentes soluções.

Se o líquido entrar no filtro acústico de sucção e atingir a câmara de compressão, a carga aumentará significativamente para o motor do compressor. Além do retorno do líquido, as altas pressões de evaporação durante o degelo a gás quente também aumentarão a carga em outros componentes. Devido a essas cargas, os compressores que operam em sistemas com degelo a gás quente necessitam de maior robustez. Requisitos especiais devem ser levados em conta para mancais, válvulas, cabeçote e filtro acústico de sucção de modo a considerar essas cargas.

Filtro acústico de sucção

O líquido que entra no compressor deve passar pelo filtro acústico de sucção de modo a atingir a câmara de compressão. Quando certa quantidade de líquido (óleo ou refrigerante) é comprimida, podem ocorrer picos de carga conhecidos como “golpe de líquido”. Para reduzir a probabilidade de ocorrência destes “golpes de líquido”, o caminho de sucção do compressor pode ser projetado de tal forma que proporcione uma separação eficaz e segura de vapor e líquido.

Isso é feito, por exemplo, quando o conector do tubo de sucção na carcaça do compressor, a entrada de gás do filtro acústico de sucção de gás e a unidade de bombeamento estão localizados em lados opostos da carcaça do compressor (sucção indireta). No entanto, este conceito reduz a eficiência do compressor, uma vez que o gás de sucção é superaquecido dentro da carcaça. Nos compressores de alta eficiência, o filtro acústico de sucção é projetado para reduzir o superaquecimento do refrigerante, que exige um caminho mais direto para chegar à câmara de compressão (sucção semidireta e direta). Para o filtro acústico de sucção direta, em que o caminho do refrigerante é “limitado” por um conector, a probabilidade de “golpe de líquido” aumenta. Neste caso, sugere-se utilizar um separador de gás/líquido adequado, após a saída do evaporador para evitar que o líquido atinja o tubo de sucção do compressor.

Válvulas

 Mesmo durante o degelo a gás quente, se o projeto da linha de sucção e do filtro acústico considerar essa condição, apenas uma fração do líquido deverá conseguir atingir a câmara de compressão. No entanto, quando este líquido é comprimido, leva a picos de pressão extremos dentro da câmara do cilindro e impõe uma carga adicional nas válvulas e no kit mecânico. A compressão de uma determinada quantidade de líquido (refrigerante ou óleo) pode causar danos à válvula, como uma deformação permanente, que pode resultar em quebra quando o limite à fadiga for atingido.

Outra possibilidade é a quebra direta de outros componentes mecânicos com maior quantidade de líquido. Além do retorno de líquido, as condições de degelo a gás quente geralmente implicam que o compressor precisa funcionar fora do envelope de operação aprovado, com temperaturas de evaporação mais altas e condensação mais baixas do que aquelas que são caracterizadas no envelope. Isso pode estressar o sistema de válvulas (principalmente os modelos LBP). Pelas razões expostas acima, em compressores que usam degelo a gás quente , o sistema de válvulas deve ser robusto o suficiente para aguentar operação fora da envelope, bem como as cargas adicionais impostas pela eventual compressão de gotículas de líquido.

Mancais

O refrigerante líquido, que retorna ao compressor, será misturado com o óleo do compressor, que reduzirá suas propriedades lubrificantes. Enquanto é bombeado através dos mancais, a pressão do óleo é reduzida e a mistura é aquecida por superfícies quentes e fricção, que promovem a evaporação do refrigerante líquido, resultando em um fluxo bifásico que pode levar à cavitação nos mancais. A cavitação reduzirá a capacidade de carga dos mancais, o que pode levar ao desgaste. Portanto, os compressores aprovados para degelo a gás quente possuem requisitos especiais para os mancais. A quantidade de óleo, viscosidade e capacidade de carga dos mancais são algumas das variáveis ​​de projeto que visam garantir uma operação robusta durante o degelo a gás quente .

Design do sistema de refrigeração

Além do projeto do próprio compressor, o projeto do refrigerador também pode contribuir para a robustez durante a operação durante degelo a gás quente . Isso requer um projeto que minimize o retorno do líquido ao compressor. Os componentes que mais influenciam são o separador líquido-vapor, a carga de refrigerante, o acumulador, o comprimento e a orientação do tubo de sucção, o  evaporador, a restrição de fluxo de bypass de gás quente e o algoritmo de controle da válvula solenoide e compressor.

 

Por Daniel Hense, pesquisador sênior da área de Pesquisa e Desenvolvimento da Nidec Global Appliance (detentora da marca Embraco)

Danfoss anuncia a intenção de adquirir fabricante alemã de compressores BOCK

A Danfoss anuncia a intenção de adquirir a fabricante de compressores BOCK GmbH da NORD Holding GmbH, com sede em Frickenhausen, Baden-Württemberg, Alemanha.

Com mais de 50 anos de história e ativos de cerca de € 2,5 bilhões, a NORD Holding é uma das principais empresas de gestão de ativos de private equity na Alemanha.

De acordo com o Instituto Internacional de Refrigeração, a tecnologia de refrigeração e ar condicionado representa cerca de 15% do consumo de energia elétrica mundial, tornando cada vez mais relevante a busca por soluções energeticamente eficientes. Soluções inteligentes, combinando alta eficiência energética e refrigerantes de baixo GWP (sigla em inglês para baixo potencial de aquecimento global), tanto naturais quanto sintéticos, são o caminho para refrigeração e ar condicionado sustentáveis.

Ao adquirir a BOCK, a Danfoss adota uma abordagem proativa para promover o desenvolvimento e uso de fluidos refrigerantes de baixo GWP para ajudar a reduzir o aquecimento global e garantir a competitividade da indústria.

De acordo com Jürgen Fischer, Presidente da Divisão de Climate Solutions da Danfoss, a aquisição visa contribuir com a transição verde e ajudar os clientes da companhia em realizar a descarbonização. “Nunca foi tão relevante acelerar a transição verde, e compressores eficientes que funcionam com refrigerantes de baixo GWP são fundamentais para atingir essa meta. Ao expandir nosso portfólio com a linha BOCK de compressores semi-herméticos, cumprimos nossa promessa de ajudar nossos clientes a descarbonizar. O potencial para reduzir as emissões de CO2 é enorme”, afirma Fischer.

Com a aquisição, a Danfoss adiciona o maior portfólio do mundo de compressores semi-herméticos para refrigerantes naturais como CO2 (R744), hidrocarbonetos e outros refrigerantes de baixo GWP ao seu já forte portfólio de compressores centrífugos livres de óleo, inverter-scroll, compressores do tipo parafuso e unidades condensadoras.

“A aquisição criará uma posição única no mercado para os negócios de Compressores Comerciais da Danfoss, e nossos clientes se beneficiarão de um portfólio completo de compressores, incluindo compressores semi-herméticos para CO2, que ajudarão na transição para refrigerantes alternativos e maior eficiência energética”, explica Kristian Strand, Presidente da divisão de Compressores Comerciais da Danfoss.

Com uma força de trabalho existente de cerca de 350 especialistas em compressores em todo o mundo e quatro fábricas em Frickenhausen – Alemanha, Stribo – República Tcheca, Bangalore – Índia e Suzhou, China, a BOCK construiu uma forte reputação como fabricante de compressores que atende sistemas de refrigeração móveis e estacionários sendo destinado para os segmentos de transporte, varejo, logística, armazenamento e processamento de alimentos.

“Este é realmente um momento emocionante para todos nós. Após nosso forte e bem-sucedido crescimento nos últimos 2 anos, agora se tornar parte da família Danfoss abrirá novas oportunidades de negócios para a BOCK. Com base em nossa estreita parceria, podemos afirmar que juntos estamos alinhados para nos tornarmos um dos players mais fortes no negócio de compressores em todo o mundo. Não apenas compartilhamos as mesmas ideias de como desenvolver o negócio, mas também temos os mesmos valores quando se trata de nosso pessoal e como impulsionar o crescimento”, afirma Marcus Albrecht, CEO da BOCK.