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EDITORIAL – Ventos de otimismo

Outubro chega com um sopro de confiança. O clima pós-Febrava ainda reverbera no setor, impulsionado por um comércio mais ativo e pela expectativa de um verão aquecido. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), da CNI, subiu um ponto em outubro, alcançando 47,2 — avanço discreto, mas significativo, após dez meses de pessimismo.

A recuperação da confiança vem acompanhada de sinais positivos vindos do exterior. O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou a projeção de crescimento do PIB brasileiro para 2,4% em 2025, enquanto a perspectiva de melhora nas relações com os Estados Unidos reforça o ambiente de negócios. Soma-se a isso o protagonismo do Brasil nas discussões sobre sustentabilidade, impulsionado pela aproximação da COP 30.

O HVAC-R ocupa posição central nesse novo contexto. Em um mundo que busca eficiência energética e redução de emissões, a refrigeração e a climatização consolidam-se como vetores técnicos da descarbonização — um campo em que a engenharia e a responsabilidade ambiental caminham lado a lado.

Nesta edição, a Revista do Frio analisa dois pilares desse movimento. A matéria de capa aborda os desafios da cadeia de abastecimento dos Centros de Distribuição, mostrando como as deficiências de infraestrutura e a baixa automação comprometem a eficiência logística. Já a reportagem sobre peças de reposição discute os efeitos da dependência de importações e as diferenças entre produtos originais e paralelos, temas que impactam diretamente o atendimento técnico e a confiabilidade dos sistemas em todo o país.

Entre a confiança que começa a se reconstruir e os desafios que persistem, o setor HVAC-R segue avançando. Cada sinal de retomada reforça a importância de manter o foco na eficiência, na inovação e na sustentabilidade — princípios que continuam a guiar o nosso trabalho.

Justiça absolve técnico por incêndio no Ninho do Urubu

Decisão judicial reconhece ausência de provas contra responsável pela manutenção dos aparelhos de ar-condicionado

A Justiça do Estado do Rio de Janeiro absolveu os sete réus processados pelo incêndio de 2019 no alojamento das categorias de base do Flamengo, o Ninho do Urubu. A sentença, assinada pelo juiz Tiago Fernandes Barros, da 36ª Vara Criminal, considerou improcedente a ação movida pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).

Entre os absolvidos está Edson Colman, sócio da Colman Refrigeração, empresa contratada para a manutenção dos aparelhos de ar-condicionado instalados nos contêineres que serviam de dormitório aos atletas. O processo havia sido instaurado após o incêndio ocorrido em 8 de fevereiro de 2019, que provocou a morte de dez jovens e deixou três feridos.

A decisão destaca que não há provas suficientes para estabelecer nexo causal entre as ações dos réus e o início do fogo. Segundo o magistrado, não foi demonstrado vínculo técnico entre os serviços de manutenção e o incidente.

O MPRJ havia pedido a condenação de todos os acusados, entre eles gestores do clube e engenheiros da NHJ Contêineres, responsável pela estrutura dos módulos habitacionais. O Ministério alegava falhas de gestão, infraestrutura e climatização.

O episódio, que resultou em mudanças nas normas internas de segurança do Flamengo e em 11 acordos de indenização com famílias das vítimas, também expôs a necessidade de procedimentos documentados de instalação, inspeção e manutenção de sistemas de climatização, conforme preveem normas técnicas e regulamentos do setor HVAC-R, como a Lei do PMOC (13.589/2018).

O caso reforça a importância de que empresas prestadoras de serviços de refrigeração e climatização mantenham registros de operação, certificados de responsabilidade técnica e planos de manutenção em conformidade com as exigências de segurança e desempenho.

Limitações estruturais e tecnológicas afetam Centros de Distribuição

Responsáveis por sustentar o fluxo de produtos em todo o país, os CDs enfrentam desafios que vão de estradas em más condições à ausência de tecnologias modernas

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O abastecimento dos Centros de Distribuição (CDs) no Brasil é um dos pontos mais críticos da cadeia logística, especialmente em um país de dimensões continentais e com infraestrutura desigual. Esses espaços são responsáveis por receber, organizar e expedir produtos para varejistas, indústrias e consumidores finais, desempenhando um papel estratégico na fluidez do mercado.

Montar um CD no setor de HVAC-R vai muito além de encontrar um galpão e instalar prateleiras. A decisão envolve um planejamento logístico preciso, que considera desde o volume de vendas até a capilaridade necessária para alcançar pequenas cidades com eficiência e custos controlados. Com o avanço do e-commerce e o crescimento de distribuidores regionais, os CDs se tornaram peças-chave para garantir disponibilidade de produtos e agilidade no atendimento.

A localização é um dos principais fatores estratégicos. Estar próximo de grandes centros consumidores reduz o tempo de entrega, mas também é preciso planejar rotas que atendam cidades menores — onde a demanda é menor, porém constante. Para muitas empresas do setor, o desafio está em equilibrar o custo de transporte com a necessidade de manter prazos competitivos, especialmente em regiões distantes dos polos industriais.

Outro ponto crítico é o investimento em estrutura. Além do aluguel ou construção do espaço, pesam na conta os custos com estoque, equipamentos de movimentação, sistemas de gestão e pessoal qualificado. A organização do CD influencia diretamente a produtividade: quanto mais eficiente o controle de inventário e a expedição, menor o risco de perdas e atrasos.

No entanto, operadores logísticos, fornecedores e clientes têm registrado reclamações frequentes que vão desde as dificuldades de acesso até a carência de equipamentos modernos que assegurem a agilidade da pronta entrega.

Vinilton Souza, líder de serviços e do centro de treinamento na América Latina da Thermo King

Um dos gargalos mais recorrentes está relacionado à infraestrutura rodoviária. A CNT – Confederação Nacional do Transporte de Rodovias, publicou uma pesquisa em 2024 inspecionando mais de 110 mil km de rodovias, revelando que mais de 60% da malha apresenta condições apenas regulares, ruins ou péssimas, o que reflete diretamente nos custos logísticos e na segurança do transporte de cargas. Esse cenário impacta diretamente a logística de abastecimento, já que o transporte rodoviário responde por mais de 60% da movimentação de cargas no país. Bloqueios em estradas, trechos mal conservados, falta de pavimentação e longas distâncias elevam os custos operacionais, atrasam entregas e comprometem o planejamento dos CDs. Em situações de crise, como greves ou interdições, o efeito é ainda mais devastador: pequenos varejistas, por exemplo, relatam dificuldade para receber perecíveis em tempo hábil, gerando perdas financeiras e desabastecimento.

“A questão de infraestrutura em determinadas regiões do Brasil é um desafio. Muitas estradas têm péssima conservação, a qualidade do combustível varia muito de região para região e encontrar empresas com mão de obra qualificada em determinadas regiões para prestar serviços de manutenção e reparo nas nossas unidades é um grande desafio”, revela Vinilton Souza, Líder de Serviços e do Centro de Treinamento na América Latina da Thermo King.

 Disparidade tecnológica

Outro ponto central das reclamações é a falta de modernização em muitos CDs. Enquanto gigantes do varejo e do e-commerce já investem em esteiras automatizadas, sistemas de triagem inteligentes e monitoramento em tempo real, boa parte das operações nacionais ainda depende de processos manuais ou de equipamentos insuficientes. A ausência de esteiras de movimentação, empilhadeiras modernas, docas padronizadas e softwares de gestão integrados resulta em atrasos na separação de pedidos e na expedição. Não raro, mercadorias ficam paradas dias em armazéns, sem previsão clara de saída, causando frustração a clientes e gargalos em toda a cadeia de abastecimento.

A Amazon é referência em eficiência operacional, e parte desse sucesso está na tecnologia aplicada em seus CDs. A empresa utiliza sistemas automatizados para otimizar processos de separação e embalagem de produtos, e as esteiras desempenham papel fundamental. Conhecidas por sua durabilidade e resistência ao desgaste, essas soluções garantem a continuidade das operações, reduzindo paradas e custos com manutenção, fatores críticos em um ambiente logístico de alta demanda.

Marcos Jesus, gerente especialista de modulares e linha de transportadores da Ammeraal Beltech

“Com o avanço acelerado do e-commerce, a flexibilidade também se tornou indispensável. As esteiras modulares e escaláveis permitem que os CDs se adaptem rapidamente às flutuações de demanda, como em períodos de alta sazonalidade, sem comprometer a eficiência do fluxo de materiais. Desenvolvidas com materiais de alta durabilidade e resistência ao desgaste, elas reduzem paradas não programadas e custos com manutenção, assegurando a operação ininterrupta. Além disso, são projetadas para integrar-se facilmente a sistemas automatizados de triagem, picking e embalagem, o que permite maior velocidade e precisão no manuseio de mercadorias, diminuindo o esforço manual e otimizando o tempo de processamento de pedidos. Outro diferencial é o design modular e customizável, que possibilita adaptações rápidas em layouts e linhas de transporte conforme a necessidade do CD, atendendo com flexibilidade as variações de demanda. Em um setor onde cada segundo conta, essas soluções são verdadeiras aliadas na busca por produtividade e competitividade”, informa Marcos Jesus, gerente especialista de modulares e linha de transportadores da Ammeraal Beltech.

Já a Thermo King disponibilizou no Brasil e na América Latina o seu sistema de monitoramento, chamado tracking. “Com o tracking é possível ter todas as informações operativas do equipamento, como pressões e temperaturas, além de poder interagir com o equipamento, como por exemplo, liga ou desliga a unidade ou mudar o ponto de ajuste (set-point). É possível programar alertas que são enviados ao celular e e-mail dos gestores em caso de a temperatura do baú ficar fora da temperatura programada ou quando algum alarme, por exemplo, de baixo nível de combustível seja gerado. Com isso é possível tomar ações rápidas em caso de alguma anomalia, mantendo a qualidade e integridade das cargas em todo o trajeto”, comenta Souza.

A disparidade tecnológica reflete não apenas na agilidade, mas também na competitividade das empresas. CDs sem automação têm dificuldade em acompanhar a crescente demanda do e-commerce e o padrão de consumo cada vez mais exigente, marcado por entregas rápidas e rastreamento em tempo real. Para os operadores, isso se traduz em custos extras com mão de obra, manutenção corretiva e falhas na operação. Para os clientes, significa atrasos, produtos indisponíveis e perda de confiança na marca.

Além da infraestrutura viária precária e da carência de equipamentos, pesa também o fator regional. Enquanto o Sudeste concentra a maior parte dos investimentos em CDs modernos, regiões como o Norte e o Nordeste enfrentam maior dificuldade de acesso, menor capilaridade e menos recursos para modernização. Isso gera desigualdade logística, com prazos mais longos e custos maiores para abastecer determinadas localidades.

Especialistas destacam que a solução passa por três frentes: investimentos contínuos em infraestrutura de transporte, modernização dos centros de distribuição e maior integração entre modais. O incentivo à automação, por meio de esteiras inteligentes e correias industriais de alta performance, é um passo essencial para reduzir gargalos e aumentar a capacidade de pronta entrega. Do lado público, é necessário reforçar os investimentos em rodovias, ferrovias e hidrovias, ampliando a conectividade do país. Já as empresas precisam enxergar o CD como um diferencial estratégico e não apenas como um espaço de armazenamento.

Na distribuição, a escolha entre Correios e operadores logísticos terceirizados também impacta o desempenho. Os Correios oferecem cobertura nacional e tarifas competitivas para volumes menores, ideais para peças e componentes de reposição. Já operadores especializados garantem maior previsibilidade, rastreabilidade e flexibilidade em entregas volumosas ou refrigeradas, requisitos comuns no HVAC-R.

Em um cenário de transformação do consumo e de crescimento acelerado do comércio eletrônico, os desafios logísticos para abastecimento dos Centros de Distribuição no Brasil estão no centro do debate. Superá-los não é apenas uma questão de eficiência operacional, mas também de competitividade econômica e de atendimento às expectativas cada vez mais imediatistas dos consumidores.

Moeda de um dólar homenageará caminhões frigoríficos

Casa da Moeda dos EUA lançará em 2026 moeda dedicada à inovação do transporte refrigerado

A Casa da Moeda dos Estados Unidos divulgou os desenhos das moedas de um dólar que integrarão a edição de 2026 do Programa American Innovation $1 Coin, entre elas uma que homenageia a invenção dos caminhões frigoríficos.

O modelo escolhido para representar o estado de Minnesota mostra um caminhão da década de 1940 com uma unidade de refrigeração montada na parte frontal. Na lateral, símbolos indicam produtos sensíveis à temperatura, cujo transporte se tornou possível com o avanço da refrigeração móvel.

A inovação surgiu no final da década de 1930, quando sistemas mecânicos começaram a ser aplicados em veículos de carga, permitindo o transporte de alimentos e medicamentos a longas distâncias sob controle de temperatura. O desenvolvimento marcou o início da era dos caminhões refrigerados, transformando a logística de produtos perecíveis.

O programa American Innovation, criado em 2018, tem como objetivo celebrar contribuições significativas para o progresso tecnológico e industrial dos Estados Unidos. A série emite moedas de um dólar com representações de inovações associadas a cada um dos 50 estados, ao Distrito de Columbia e aos cinco territórios norte-americanos.

SMACNA Brasil anuncia vencedores do Prêmio Destaques 2025

Em sua 31ª edição, a premiação destacou seis obras que refletem as tendências atuais do setor de climatização no Brasil

A SMACNA Brasil realizou em 15 de outubro de 2025 a cerimônia de entrega do Prêmio Destaques do Ano SMACNA Brasil 2025, reunindo profissionais e empresas do setor HVAC-R (Aquecimento, Ventilação, Ar-Condicionado e Refrigeração) em reconhecimento às obras de climatização que marcaram 2024. O evento foi aberto pelo presidente da entidade, Edson Alves, que ressaltou a importância da premiação para a valorização da excelência técnica e da inovação em engenharia de climatização.

O presidente da ABRAVA, Leonardo Cozac, também participou da solenidade e destacou a parceria entre as entidades e o papel do prêmio no fortalecimento do setor.

A Comissão Julgadora foi formada por Antonio Luis de Campos Mariani (POLI USP/SMACNA Brasil), Oswaldo de Siqueira Bueno (SMACNA Brasil/ABRAVA), Rosangela Mitie (Pro Rac Projetos), Liriane Ferreirós (Garneira Engenharia) e Sandra Botrel (Protherm Engenharia). O processo de avaliação contou com o acompanhamento dos fabricantes patrocinadores, garantindo transparência e imparcialidade.

Aos 31 anos de existência, o Prêmio Destaques do Ano SMACNA Brasil acumula 209 instalações reconhecidas em diferentes categorias. A edição de 2025 destacou seis obras, sendo três com sistemas de expansão direta (VRF) e três com sistemas de água gelada, incluindo um retrofit e uma modernização com substituição de selfs por chillers modulares.

Entre os premiados, estão:

  • W Residences, em São Paulo (SP), reconhecida como Obra Destaque do Ano, com Toledo Ferrari (empreendedor), Teknika Projetos e Consultoria (projetista), LG Electronics (fabricante) e Star Center Soluções em Climatização (instaladora);

  • Empresarial Gran Tower Shopping, em Recife (PE), com LMA Empreendimentos, COMERC Eficiência, Midea Carrier e SET – Sociedade de Engenharia Térmica;

  • Unidade Administrativa e de Engenharia da TROX do Brasil, em Curitiba (PR), com TROX do Brasil, ENCOMEL Consultoria e Projetos, OPJ Construções e Empreendimentos e TROX;

  • Arquipéo, em São Paulo (SP), com Brookfield Properties, Rocontec, Teknika Projetos e Consultoria, Outsource, CTE, Efipe, LG Electronics e Best Clima;

  • Aeroporto Internacional de Manaus – Eduardo Gomes, em Manaus (AM), com Vinci Airports, MSA Projetos e Consultoria, Midea Carrier e ARTEMP Engenharia;

  • Roxy Dinner Show, no Rio de Janeiro (RJ), com Roxy Dinner Show, Vetor Consultoria e Projetos de Engenharia, Paulo Bodas, RMS Group e A. Salles Engenharia.

As obras premiadas refletem o panorama atual do mercado de climatização no Brasil. De um lado, a expansão dos sistemas VRF; de outro, a predominância dos edifícios corporativos e empresariais como foco dos investimentos. As seis instalações contempladas mostram a diversidade regional e tecnológica do setor.

De Manaus, o retrofit do Aeroporto Eduardo Gomes, executado pela baiana ARTEMP Engenharia, representa o avanço da climatização no Norte. Do Nordeste, o Empresarial Gran Tower Shopping, conduzido pela pernambucana SET HVAC, optou por uma solução energeticamente eficiente. Em São Paulo, as instaladoras Best Clima e Star Center assinaram duas obras em áreas de transformação urbana — o Arquipéo, na Vila Leopoldina, e o W Residences, na Rua Funchal, antigo polo fabril. No Rio de Janeiro, a A. Salles Engenharia executou o projeto do Roxy Dinner Show, que adaptou o antigo Cine Roxy para um novo espaço de entretenimento. Por fim, em Curitiba, a OPJ Engenharia modernizou os escritórios da TROX do Brasil, instalando tecnologias alinhadas à tradição da empresa alemã.

A SMACNA Brasil também reconheceu as instaladoras associadas Star Center Soluções em Climatização, SET – Sociedade de Engenharia Térmica, OPJ Construções e Empreendimentos, Best Clima, ARTEMP Engenharia e A. Salles Engenharia pela contribuição técnica nas obras premiadas.

Durante a cerimônia, Edson Alves entregou placas de reconhecimento às empresas fornecedoras: Tropical – Indústrias Tosi, WEG, Tork Tecnologia em Sistemas e Aerotérmica, Traydus Climatização Indústria e Comércio, ProjElmec Ventilação Industrial, Sicflux, Multivac, Duct Air Instalações Especiais, Belimo Brasil, Mercato Automação, Berliner Luft do Brasil, Armacell Brasil, Armstrong Fluid Technology, Midea Carrier, TROX do Brasil LTDA e LG Electronics.

Mulher se apoia em suporte de ar-condicionado para salvar a família em incêndio

Temperatura ultrapassou 800 °C em apartamento de Cascavel; mãe e criança também ficaram feridas

Um incêndio atingiu um apartamento no 13.º andar de um edifício em Cascavel (PR) na quarta-feira (15). Segundo o Corpo de Bombeiros, a temperatura dentro do imóvel chegou a 800 °C, suficiente para fundir metais leves e destruir revestimentos.

Durante o fogo, Juliane Vieira, 28, se apoiou no suporte de um aparelho de ar-condicionado instalado na fachada para tentar salvar a mãe, 51, e o primo, 4. O equipamento funcionou como ponto de apoio temporário enquanto as chamas avançavam pelo interior do apartamento.

Juliane teve queimaduras em cerca de 70% do corpo e está internada em estado grave na UTI. A mãe e a criança também foram intubadas e apresentam queimaduras em diferentes regiões do corpo, conforme informações dos bombeiros.

Dois militares ficaram feridos durante o combate às chamas, mesmo com o uso de roupas de proteção feitas de meta-aramida, material resistente a temperaturas de até 700 °C. O fogo destruiu a sala e a cozinha e deixou o restante do imóvel coberto de fuligem.

As causas do incêndio ainda não foram determinadas pelas autoridades.

Embraco lança unidade condensadora compacta para câmaras frias

Andes+, nova solução da Nidec Global Appliance, tem até 40% menos profundidade e carenagem opcional que pode ser instalada após o uso

A Embraco, marca da Nidec Global Appliance, anunciou o lançamento da unidade condensadora Andes+, desenvolvida para aplicações de refrigeração comercial em câmaras frias, resfriadores de leite e sistemas de conservação de produtos congelados e resfriados. O equipamento foi projetado para atender a demandas de restaurantes, padarias, mercados, indústrias de laticínios e estabelecimentos do setor médico no Brasil e na América Latina.

A Andes+ tem capacidade de refrigeração de até 6 HP e adota compressores do tipo scroll, tecnologia que permite maior eficiência energética e baixo nível de ruído. A unidade apresenta profundidade até 40% menor do que modelos tradicionais e foi desenvolvida para facilitar o acesso aos componentes internos durante a instalação e a manutenção.

Entre os diferenciais técnicos estão a operação em ampla faixa de temperatura, de −30°C a +5°C, e a resistência a condições ambientais de até 43°C. O sistema conta com condensador de cobre e aletas em alumínio. Outro destaque é a carenagem opcional, que pode ser instalada após a compra, permitindo ao usuário adaptar o produto conforme a necessidade.

Segundo Milton Augusto Lunardi, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento de Cooling Solutions da Nidec Global Appliance, a possibilidade de adicionar a carenagem posteriormente resulta de uma pesquisa voltada a diferentes perfis da cadeia de refrigeração. A solução, diz ele, favorece lojistas, técnicos e usuários finais ao simplificar a gestão de estoque, o processo de instalação e a adaptação do produto.

Sander Malutta, diretor de Refrigeração Comercial para a América Latina da Nidec Global Appliance, afirma que a Andes+ reflete a estratégia da empresa de desenvolver inovações voltadas à eficiência e à praticidade na refrigeração comercial.

O modelo é fabricado na planta da Nidec Global Appliance em Itaiópolis (SC) e opera com múltiplos refrigerantes — R404A, R448A e R449A.

AUSTRÁLIA – Inventor do Turbocor lidera desenvolvimento de novo ar-condicionado com menor consumo de energia

Ron Conry, da Conry Tech, trabalha na criação do BullAnt, sistema de HVAC descentralizado que promete reduzir custos e emissões

AUSTRÁLIA – O engenheiro australiano Ron Conry, inventor do compressor sem óleo Turbocor, está à frente de uma nova iniciativa para desenvolver um sistema de ar-condicionado de baixo consumo energético. A Conry Tech, empresa fundada por Conry, obteve recentemente AUD$ 13 milhões (cerca de US$ 8,4 milhões) em investimentos, após receber um aporte adicional de AUD$ 3 milhões (US$ 1,9 milhão) em rodada inicial. Uma nova captação Série A está prevista para 2026.

O capital será usado para a construção do BullAnt, sistema de climatização descrito pela empresa como capaz de reduzir pela metade os custos de energia em edifícios comerciais e eliminar até um bilhão de toneladas de emissões de CO₂. O projeto é liderado por Conry e pelo cofundador e CEO Sam Ringwaldt, que também é responsável pelo desenvolvimento técnico do equipamento.

O BullAnt é uma solução de HVAC descentralizada, projetada para transferir calor entre diferentes áreas de um edifício, evitando o uso intensivo de energia externa. De acordo com documentos de patente, o sistema utiliza micro resfriadores conectados a um circuito primário de água. Esses módulos atuam tanto no aquecimento quanto no resfriamento, controlados por um sistema de regulação térmica que ajusta a temperatura da água circulante.

Desenvolvido integralmente na Austrália, o BullAnt recebeu financiamento liderado pela empresa de investimentos em tecnologia climática Audacy. Segundo Ringwaldt, o projeto foi construído “do zero”, sem componentes prontos, após cinco anos de pesquisa e desenvolvimento.

Com experiência de seis décadas no setor, Conry afirmou que o mercado de ar-condicionado “praticamente não mudou” nesse período. Segundo ele, a busca por metas globais de emissões líquidas zero exige “inovação genuína” para reduzir o impacto ambiental do HVAC.

Conry, que transferiu sua operação Turbocor para a América do Norte em 1999 e participou da implantação de 30 fábricas no mundo, agora pretende fabricar o BullAnt em território australiano.

Eficiência energética ganha novo comitê no setor HVAC-R

Seminário em Brasília, promovido por MME, ABDI e Clasp, discutiu políticas para fortalecer a transição energética e a sustentabilidade na indústria de climatização e refrigeração

O Ministério de Minas e Energia (MME), a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a organização internacional Clasp realizaram, em 14 de outubro, em Brasília, o seminário “Brasil e a COP30: o papel da eficiência energética no setor HVAC-R”. O encontro reuniu representantes do governo, da indústria e especialistas nacionais e internacionais para discutir desafios e oportunidades da eficiência energética no setor de aquecimento, ventilação, ar-condicionado e refrigeração (HVAC-R), com foco na transição energética e na sustentabilidade industrial.

Durante o evento, foi lançado o Comitê de Acompanhamento do Projeto de Eficiência Energética como Instrumento de Política Industrial, grupo que reunirá representantes públicos e privados para propor ações que ampliem a competitividade e a sustentabilidade do setor. O comitê também será responsável pela elaboração de uma carta de compromisso com a eficiência energética, prevista para ser apresentada durante a COP30, em Belém (PA), em novembro.

O diretor do Departamento de Informações, Estudos e Eficiência Energética do MME, Leandro Andrade, afirmou que o setor de HVAC-R representa cerca de 10% do consumo de energia elétrica do segmento residencial e tem potencial significativo de crescimento. Segundo ele, a eficiência energética é a alternativa mais econômica para o consumidor e pode reduzir a necessidade de novos investimentos em geração e transmissão de energia.

A coordenadora-geral de Eficiência Energética do MME, Samira Sana, ressaltou a importância de aprimorar continuamente as regulamentações do setor e destacou a matriz energética sustentável do país como um ativo para a neoindustrialização e a transição energética.

O seminário contou ainda com a participação de Perpétua Almeida, diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI; Júlia Cruz, secretária de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC); e Colin Taylor, diretor executivo da Clasp para a América Latina. A programação incluiu painéis técnicos e debates sobre inovação tecnológica, gargalos produtivos e impactos sociais da climatização sustentável, culminando na assinatura da carta de intenções que institui o novo comitê.

Full Gauge Controls e Climtek lançam nova versão de assistente técnico com IA

Atualização integra vídeos, diagramas e suporte multilíngue aos sites da Full Gauge e ao futuro aplicativo FG Finder

A Full Gauge Controls e a Climtek, divisão da Trimac Inc., anunciaram uma atualização da plataforma de suporte técnico baseada em inteligência artificial voltada à indústria HVAC-R. O sistema, lançado em fase piloto há dois anos, passa a oferecer recursos multimídia e integração direta aos sites da Full Gauge e ao novo aplicativo FG Finder, que será disponibilizado em breve.

O assistente utiliza IA para atender técnicos, engenheiros, parceiros de canal e usuários finais, oferecendo suporte conversacional em diversos idiomas, entre eles português, inglês e espanhol. A nova versão inclui tutoriais em vídeo, diagramas elétricos e guias de configuração visual, além de acesso por meio de dispositivos móveis e computadores.

Segundo Antonio Gobbi, fundador e diretor da Full Gauge Controls, a atualização reforça o compromisso da empresa em facilitar o trabalho de instaladores e engenheiros, com orientações acessíveis tanto no site quanto no aplicativo.

De acordo com Rakesh Saxena, fundador e diretor da Trimac Inc., a evolução do assistente transforma a ferramenta em um recurso de campo voltado à precisão e à agilidade, incorporando aprendizado contínuo e feedback de usuários para aprimoramento constante.

O painel de análises da nova versão permite acompanhar tendências, intenções de uso e modelos de produto, fornecendo dados que apoiam o desenvolvimento e a melhoria de serviços. Disponível globalmente, a atualização busca unir experiência técnica e automação inteligente no atendimento a profissionais do setor.