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Denso amplia portfólio com novas referências em climatização e arrefecimento

Componentes abrangem veículos elétricos e a combustão, com foco em aplicações para HVAC-R e motor

A Denso, fabricante de componentes automotivos, anunciou no fim de julho a inclusão de 32 novas referências em seu portfólio para gestão térmica, já disponíveis para o mercado de reposição. A atualização contempla sistemas de climatização e arrefecimento do motor, com aplicações que somam mais de mil modelos de veículos.

Do total lançado, 19 são condensadores de ar condicionado e 9 são radiadores. Completam a nova oferta dois motores de ventilador de habitáculo (blower motors), um ventilador de radiador e um núcleo de aquecimento (heater core). Segundo a Denso, as peças são compatíveis com 74 códigos OE e 954 números K-Type.

Entre os novos condensadores, há aplicações específicas para veículos elétricos como VW ID.3, ID.4, ID. Buzz, Fiat 500E, Hyundai IONIQ EV e Nissan Leaf. No mesmo pacote, foram incluídas peças para modelos com motor a combustão, como Ford Fiesta VI, Peugeot 3008 e Mercedes G-Class.

No segmento de arrefecimento do motor, a atualização inclui radiadores para modelos dos grupos VW (Audi A3, VW Golf VII/VIII, Škoda Octavia III/IV, VW Tiguan), Mercedes-Benz (Classe A, CLA), Nissan Qashqai e veículos da linha Lexus (GS, RC, NX).

De acordo com a Denso, os novos componentes já estão disponíveis por meio de sua rede de distribuidores. As informações detalhadas sobre compatibilidade e aplicações podem ser consultadas no catálogo eletrônico da marca e na atualização mais recente da base TecDoc.

Tecnologia limpa em pauta

Seminário discute substituição de chillers com HCFCs por sistemas mais eficientes e sustentáveis

Nos dias 5 e 7 de agosto, as cidades de Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS) recebem o seminário “Projetos para o Setor AVAC-R: Promovendo Ações em Benefício da Camada de Ozônio e do Clima”, que busca discutir o futuro do ar-condicionado comercial e industrial no Brasil.

Organizado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o evento faz parte da terceira etapa do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH).

O foco está na apresentação de projetos demonstrativos para substituição de equipamentos que utilizam os gases HCFC-22 ou HCFC-123, como chillers, por sistemas com menor impacto ambiental. O objetivo é evitar trocas provisórias por modelos que utilizem HFCs, substâncias que também contribuem para o aquecimento global.

As tecnologias promovidas pelo programa têm potencial de destruição da camada de ozônio (PDO) igual a zero e potencial de aquecimento global (GWP) baixo ou médio, conforme orientações da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal — acordo internacional que prevê a redução progressiva do uso de HFCs.

Além de apresentar soluções técnicas, o seminário abordará mecanismos de incentivo à adoção de sistemas mais limpos e eficientes já disponíveis no país. As inscrições são gratuitas e as vagas, limitadas.

Suframa discute política industrial com fabricantes de ar-condicionado do PIM

Reunião técnica reuniu 15 empresas e representantes da Eletros para tratar do modelo ZFM

A Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) realizou, na terça-feira (5), uma reunião técnica com representantes da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) e de 15 empresas fabricantes de aparelhos de ar-condicionado instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM). O encontro ocorreu na sala das Adjuntas da autarquia, em Manaus.

A pauta principal foi a política industrial aplicada à Zona Franca de Manaus (ZFM). A abertura foi conduzida pelo superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, que ressaltou a necessidade de integração entre os setores público e privado no desenvolvimento de estratégias para o modelo ZFM.

As empresas participantes fizeram apresentações com informações sobre demandas específicas e contribuições técnicas para o aprimoramento da política industrial. A condução dos debates ficou a cargo do superintendente-adjunto de Projetos da Suframa, Leopoldo Montenegro.

Como resultado da reunião, foi elaborada uma proposta conjunta para o aperfeiçoamento da política pública do setor, que será formalizada e encaminhada aos ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Segundo Montenegro, o envio da proposta seguirá trâmites institucionais, com abordagem técnica e articulação entre os órgãos envolvidos na formulação e execução das políticas industriais.

ESPANHA – Metrô de Barcelona testa difusores de tecido

Sistema da dinamarquesa FabricAir busca reduzir temperatura nas plataformas e será operado até outubro

ESPANHA – A Transports Metropolitans de Barcelona (TMB) iniciou a operação experimental de um sistema de resfriamento por difusores de tecido na estação Plaça de Sants, no bairro Sants-Montjuïc, como parte de um projeto piloto no metrô de Barcelona.

O sistema utiliza difusores fabricados pela empresa dinamarquesa FabricAir e tem como objetivo reduzir a temperatura nas plataformas durante o verão. A solução foi desenvolvida para melhorar o conforto térmico dos passageiros que aguardam os trens.

O conjunto instalado é composto por duas unidades de tratamento de ar, posicionadas nas extremidades das plataformas, cada uma equipada com dois ventiladores e sistema de filtragem. As unidades têm capacidade de movimentar 5.500 m³ de ar, que é conduzido por um tubo central ao longo da plataforma e distribuído por meio de orifícios regularmente espaçados.

Segundo o TMB, o sistema foi projetado com foco em critérios ambientais e de eficiência energética. A instalação permanecerá em operação até outubro e, nos próximos dias, o mesmo modelo será implementado na estação Catalunya.

ITÁLIA – Frascold apresenta nova série de compressores com hidrocarbonetos

Série ATEX-HT opera com R290, butano e isobutano e atende aplicações industriais e comerciais em aquecimento e refrigeração

ITÁLIA – A Frascold lançou a nova série ATEX-HT de compressores semi-herméticos de pistão para aplicações com hidrocarbonetos, como propano (R290), butano e isobutano. A iniciativa amplia o portfólio da empresa no setor de aquecimento, ventilação, ar-condicionado e refrigeração (AVAC-R), com foco em soluções de alta temperatura e baixa emissão de carbono.

Projetada para operar com fluidos naturais, a série ATEX-HT suporta temperaturas de fluido de até 135 °C com butano, 115 °C com isobutano e 85 °C com propano. A nova linha integra motores elétricos de alta eficiência e componentes adaptados às exigências de operação com hidrocarbonetos, atendendo demandas crescentes por tecnologias compatíveis com metas climáticas da União Europeia, como o Green Deal e o pacote “Objetivo 55”.

A Frascold, com sede na província de Milão e receita consolidada de € 92 milhões em 2023, posiciona a nova série como alternativa à substituição de caldeiras a gás, especialmente em bombas de calor reversíveis ar-água e água-água. Entre as aplicações, estão aquecimento de processo, hospitais, centros esportivos, estabelecimentos comerciais e indústrias de transformação.

Segundo Livio Calabrese, diretor de vendas e marketing da empresa, a ATEX-HT resulta da combinação entre experiência prática, desenvolvimento tecnológico e estratégia voltada à inovação sustentável. “A Frascold foi uma das primeiras empresas a reconhecer o potencial dos hidrocarbonetos para bombas de calor”, afirmou.

A nova linha é composta por quatro tamanhos:

  • S: 4 pistões, deslocamento entre 33 e 56 m³/h, potência de 5 a 15 kW;

  • V: até 93 m³/h e 24 kW;

  • Z: 6 pistões, até 126 m³/h e 30 kW;

  • W: 8 pistões, até 206 m³/h e 52 kW.

Entre os avanços técnicos, estão placas de válvulas com resistência a pressões acima de 30 bar, pistões com revestimento antifricção e óleo com aditivos específicos para HC, visando estabilidade térmica, lubrificação adequada e retorno eficiente ao compressor, sem necessidade de trocadores regenerativos.

A empresa destaca que o intervalo de regulação de velocidade da série ATEX-HT permite operação com até 25% da capacidade máxima, o que favorece desempenho em cargas parciais. Em modelos com rotores de ímã permanente (S, V, Z), os ganhos de desempenho chegam a 6% em média, especialmente em condições de baixo giro e alto torque.

Embraco lança compressor inverter para mercado de reposição

Equipamento substitui nove modelos anteriores e amplia atendimento a refrigeradores residenciais


A Embraco, marca da Nidec Global Appliance, iniciou em julho a distribuição nacional do compressor inverter FMR para o mercado de reposição. O equipamento é destinado a refrigeradores residenciais, incluindo modelos compactos, como adegas, até aparelhos de duas portas.

O novo modelo substitui até nove compressores da família FMS, atualmente entre os mais vendidos da marca no Brasil. Segundo a empresa, a iniciativa visa padronizar componentes de reposição e facilitar o processo de manutenção. O FMR é compacto, bivolt e inclui passador alongado para maior segurança na brasagem durante a troca.

A Nidec Global Appliance informa que as vendas de compressores inverter com refrigerante natural R600a cresceram 105% no Brasil, entre 2023 e 2024. A tendência, segundo Sander Malutta, diretor de Vendas e Engenharia de Aplicação para América Latina, deve continuar com a expansão da tecnologia no segmento residencial. Ele aponta que a maior eficiência energética, menor ruído e maior resistência às oscilações da rede elétrica são fatores que impulsionam a demanda.

O compressor é fabricado na planta da Nidec em Joinville (SC). Para Malutta, a produção local favorece a disponibilidade para pronta entrega. A empresa também destaca que o FMR tem capacidade de refrigeração entre 169 e 904 Btu/h (1/9 a 1/4 HP), deslocamento de 7 a 11 cc, e utiliza o fluido R600a.

Segundo Malutta, o lançamento amplia o portfólio da Embraco para atender à substituição de compressores inverter, assim como foi feito anteriormente com o modelo EMR para a linha on-off.

Governo favorece indústria nacional em compras do SUS

Medida de R$ 2,4 bi inclui câmaras frias e pode beneficiar setor de refrigeração

O governo federal afirma que irá priorizar produtos da indústria nacional na seleção de R$ 2,4 bilhões em equipamentos de saúde para o Sistema Único de Saúde (SUS). A medida, anunciada após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevar a sobretaxa sobre produtos importados do Brasil a 50%, prevê que itens nacionais poderão ser adquiridos mesmo se custarem entre 10% e 20% mais caros que os similares importados, segundo nota do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

O edital, enquadrado no programa Novo PAC Saúde, incluirá produtos para atenção primária — como dispositivos para diagnóstico, cadeiras de rodas e câmaras frias para conservação de vacinas — e para atenção especializada, como aparelhos de anestesia e ultrassom portátil.

O ministro e vice presidente Geraldo Alckmin afirmou que o governo usará “todos os instrumentos para defender a economia brasileira”, incluindo as compras públicas. A nota do MDIC acrescenta que o Brasil atualmente atende a cerca de 45% das suas necessidades com produção nacional de medicamentos, vacinas, equipamentos, dispositivos médicos, materiais e outras tecnologias em saúde. A meta da Nova Indústria Brasil (NIB) é elevar essa participação para 50% até 2026 e 70% até 2033.

Destaque técnico para o mercado de HVAC-R

A inclusão de câmaras frias para conservação de vacinas no edital do Novo PAC Saúde representa uma oportunidade para fornecedores do setor HVAC-R no Brasil, especialmente aqueles focados em refrigeração farmacêutica. Empresas do setor, como fabricantes de câmaras frias, chillers e sistemas de ar-condicionado industrial, podem se beneficiar da política de preferência nacional ao disputar contratos públicos de grande porte.

Fonte: Jornal de Brasília

Bosch amplia atuação global em HVAC com aquisição bilionária

Fábrica em São José dos Campos está entre as unidades incorporadas após a compra de operação da Johnson Controls-Hitachi.

A Bosch concluiu em 31 de julho a maior aquisição de sua história ao incorporar o negócio de aquecimento, ventilação e ar-condicionado (HVAC) residencial e comercial leve da Johnson Controls e da joint venture Johnson Controls-Hitachi Air Conditioning. A operação, iniciada há cerca de um ano, inclui a transferência de unidades industriais e comerciais em diferentes continentes, entre elas a fábrica localizada em São José dos Campos, SP, com mais de 450 funcionários. O valor da transação é de US$ 8 bilhões, sujeito a ajustes.

Com a aquisição, a divisão Home Confort da Bosch quase dobra de tamanho, passando a contar com mais de 25 mil colaboradores e 8 bilhões de euros em vendas anuais. A operação também amplia a rede de produção de 17 para 33 fábricas e a estrutura de desenvolvimento de 14 para 26 centros.

Segundo Stefan Hartung, presidente global do Grupo Bosch, a transação fortalece a presença da empresa nos setores de energia e construção, além de acelerar o crescimento da companhia no mercado global de HVAC. A expectativa da Bosch é que o mercado avance 5% ao ano até 2030. A empresa planeja crescer acima dessa média.

Christian Fischer, membro da Direção Global da Bosch, afirma que a operação complementa o portfólio da companhia, que passa a oferecer uma gama completa de tecnologias HVAC. A integração dos novos ativos deverá ser concluída até o fim de 2027, com os primeiros impactos financeiros previstos para 2026.

Entre os ativos adquiridos estão marcas como York, nos Estados Unidos, e Hitachi, na Ásia. A Bosch também adquiriu licenças de longo prazo para o uso comercial dessas marcas. Com presença ampliada na América, Ásia e Europa, a empresa afirma que a estratégia visa explorar canais de vendas já consolidados e reduzir custos por meio da compra integrada e do desenvolvimento conjunto de produtos.

O presidente da gestão executiva da Home Confort, Jan Brockmann, afirma que a nova estrutura da divisão será regionalizada, com unidades responsáveis pela gestão direta das operações na América, Ásia e Europa/Oriente Médio/África. Ele assume também a presidência da região EMEA.

David Budzinski será o responsável pela região das Américas e atuará como vice-presidente da nova estrutura. Ulrich Lissmann ficará responsável pela Ásia-Pacífico. Nora Klug, ex-conselheira do Grupo Bosch, assume a diretoria de pessoas e governança. A integração será conduzida por Oliver Koukal, atual gerente do projeto de aquisição. Thomas Volz e Birte Luebbert seguem na Direção Global como diretor financeiro e diretora de operações, respectivamente.

Segundo a Bosch, a aquisição posiciona a empresa de forma mais abrangente no mercado de soluções de ar-condicionado, especialmente em razão da crescente demanda por sistemas de refrigeração, que representam dois terços dos 150 bilhões de euros movimentados pelo setor global em 2024. A previsão é que as vendas mundiais de aparelhos de ar-condicionado superem 200 milhões de unidades por ano até 2030.

O portfólio da empresa passa a incluir tecnologias distintas conforme a demanda regional. Nos Estados Unidos, o foco são os sistemas dutados; na Ásia, sistemas sem dutos e de fluxo variável de refrigerante (VRF); na Europa e Oriente Médio, o destaque está em bombas de calor, aquecedores híbridos, elétricos, a óleo e gás.

A divisão Home Confort da Bosch continuará operando com as marcas Bosch e Buderus, e passa a incluir também York, Hitachi e outras marcas locais. O objetivo declarado é ampliar participação de mercado com soluções energeticamente eficientes.

Transição para A2L nos splits exige preparo técnico e combate à desinformação

Os refrigerantes A2L ganham protagonismo nos sistemas split, combinando eficiência energética e menor impacto ambiental. Sua aplicação, no entanto, exige atenção técnica, conformidade com normas e adoção de boas práticas para garantir segurança e desempenho

 A transição para refrigerantes de baixo impacto ambiental é uma realidade no setor de HVAC-R, especialmente nos sistemas split de ar-condicionado. Entre os novos fluidos que vêm ganhando espaço, os classificados como A2L merecem atenção especial. Com menor potencial de aquecimento global (GWP), esses refrigerantes equilibram eficiência energética e sustentabilidade, mas exigem cuidados específicos quanto à instalação, manutenção e segurança.

Para muitos técnicos e consumidores, o termo “A2L” ainda é uma novidade e, infelizmente, alvo de desinformação em redes sociais e fóruns não especializados. Nesta matéria, reunimos informações técnicas, recomendações práticas e depoimentos de especialistas e fabricantes para esclarecer o que são os A2L, porque estão substituindo fluidos como o R-410A e como garantir uma instalação segura e eficiente.

Segundo a classificação da ASHRAE Standard 34, os refrigerantes são categorizados de acordo com sua inflamabilidade e toxicidade. Os A2L são levemente inflamáveis (classe 2L) e de baixa toxicidade (classe A). Diferem dos A2 e A3 por terem uma inflamabilidade significativamente menor e serem considerados seguros quando utilizados conforme normas técnicas. O R-32, por exemplo, já é adotado extensivamente em splits em países da Europa e Ásia.

“O A2L, como o R-32, está se tornando o novo padrão nos sistemas splits porque combina eficiência energética com um GWP muito mais baixo do que o R-410A. Temos em nosso portfólio produtos realmente inovadores, como fluidos refrigerantes que otimizam a performance energética dos sistemas de refrigeração e ar-condicionado e reduzem o impacto climático dos negócios dos nossos clientes”, explica Renato Cesquini, líder da área comercial de fluidos refrigerantes da Chemours na América. “O R-32, por exemplo, tem GWP de 675, comparado aos 2.088 do R-410A”.

Além do R-32, outros exemplos de A2L incluem o R-454B, o R-1234yf e outros HFOs usados em diversas aplicações. Esses fluidos estão alinhados com os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil na Emenda de Kigali, que visa à redução gradual do uso de HFCs com alto GWP. A Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal exige que países reduzam o uso de HFCs de alto GWP e os A2L se apresentam como solução eficaz. São refrigerantes com pressão operacional compatível com os sistemas split tradicionais, o que facilita a adoção sem reengenharia completa. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, somente entre 2020 e 2022 foi estabelecida a linha base para HFCs, buscando cortar 50% até 2040 e 80% até 2045.

Normas técnicas e diretrizes de segurança

Normas como ISO 5149, ABNT NBR 16069, ASHRAE 15 e ASHRAE 34 regulam os requisitos de segurança para manuseio, instalação e operação de A2L. Entre os principais pontos estão a limitação da carga de fluido por ambiente fechado, instalações com ventilação adequada, detectores de vazamento específicos para A2L, e uso de equipamentos certificados para fluidos levemente inflamáveis.

Natanael Oliveira Lima, diretor técnico da RLX Fluidos Refrigerantes, afirma que “Não se trata de um risco novo e descontrolado, mas sim de um cenário técnico que exige capacitação. Há décadas se trabalha com fluidos inflamáveis no setor e, com os A2L, temos segurança desde que os protocolos sejam seguidos. Contudo, como qualquer inovação, esses refrigerantes exigem atenção às normas técnicas. A ISO 5149, a ABNT NBR 16069 e a própria ASHRAE 15 abordam os critérios de segurança para instalações com fluidos levemente inflamáveis. Entre os pontos críticos estão a limitação da carga máxima de fluido por ambiente, sistemas de ventilação apropriados e detectores de vazamento em espaços confinados”.

Instalação, manutenção e boas práticas com A2L

A instalação de sistemas com refrigerantes A2L não é radicalmente diferente das rotinas já adotadas pelos profissionais qualificados, mas existem algumas recomendações como: evitar fontes de ignição no ambiente durante a instalação e manutenção; utilizar ferramentas certificadas e adequadas a fluidos inflamáveis (bombas de vácuo, manifolds, detectores); realizar testes de estanqueidade rigorosos com detectores específicos para A2L; ventilar o ambiente adequadamente, principalmente em locais fechados ou abaixo do nível do solo.

Para os profissionais que atuam na linha de frente, é fundamental investir em capacitação contínua. “O técnico que busca atualização está preparado para lidar com A2L com total segurança e pode até se destacar em um mercado cada vez mais exigente e regulado”, afirma André Dorta, gerente regional da divisão de fluidos refrigerantes da Honeywell. E ele faz um alerta: “Atualmente, no Brasil, não existe uma legislação federal específica que imponha limites obrigatórios de carga ou aplicação para o uso de refrigerantes A2L (como o R-32) em sistemas de ar-condicionado split. Porém, existem normas técnicas nacionais e internacionais que servem como base de orientação para projetos, instalações e segurança”.

 Combate à desinformação: o perigo dos tutoriais não oficiais

Apesar dos avanços técnicos, cresce nas redes sociais uma onda de vídeos e postagens que espalham desinformação sobre os refrigerantes A2L. De tutoriais sem qualquer respaldo técnico a boatos alarmistas sobre riscos de explosão, o que se vê é um desserviço à categoria dos instaladores sérios e às empresas comprometidas com a qualidade.

Os fabricantes alertam: confiar em vídeos de procedência duvidosa pode comprometer a segurança da instalação e expor o profissional a riscos legais. A recomendação é buscar informações apenas em fontes reconhecidas, como: Associações técnicas; documentação oficial de fabricantes; cursos profissionalizantes com instrutores certificados; Normas da ABNT e manuais de boas práticas.

Além disso, a responsabilidade é também dos distribuidores e revendedores, que devem orientar corretamente seus clientes e oferecer produtos com especificações claras e atualizadas.

Com a evolução regulatória, a demanda por soluções mais sustentáveis deve crescer. A migração para refrigerantes A2L em sistemas splits já é realidade em países da Europa e da Ásia, e o Brasil caminha para seguir o mesmo rumo, especialmente com a chegada de novos modelos e linhas de fabricantes que já adotam esses fluidos como padrão. A fase de transição exige diálogo entre indústria, instaladores, técnicos e entidades de classe. Com treinamento, boas práticas e informação técnica, os A2Ls representam um avanço positivo, seguro e necessário para o setor.

ViaQuatro e ViaMobilidade modernizam sistema de climatização

Substituição de aparelhos reduz impacto ambiental e melhora conforto térmico em estações e escritórios

As concessionárias ViaQuatro e ViaMobilidade, operadoras das linhas 4-Amarela, 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda, concluíram a substituição de 42% dos sistemas de climatização em áreas fixas, como estações, pátios, escritórios e centros de controle. A medida faz parte de um investimento de R$ 3,3 milhões e antecipa em três anos a meta global para o fim do uso do gás R22, previsto no Protocolo de Montreal.

Foram trocados 746 aparelhos de ar-condicionado que agora utilizam gás refrigerante R32, substância com potencial de aquecimento global 63% menor do que o R22, em fase de eliminação gradual por seu impacto nocivo à camada de ozônio.

A modernização integra a estratégia climática da Motiva – grupo que assumiu a antiga CCR –, que busca reduzir em 59% as emissões diretas e indiretas (escopos 1 e 2) até 2033 e atingir a neutralidade de carbono nesses escopos até 2035. Os compromissos ambientais da Motiva têm validação da Science Based Targets initiative (SBTi).

Desde 2024, 100% da energia elétrica consumida pelas concessionárias é proveniente de fontes renováveis. A empresa também lançou, no mesmo ano, um plano de resiliência climática inédito no setor de mobilidade. A expectativa é que, até o fim de 2025, todos os ativos considerados críticos tenham planos específicos de mitigação frente às mudanças climáticas.