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Emerson lança eletroválvulas bidirecionais e tridirecionais

A Emerson lançou uma gama de eletroválvulas bidirecionais e tridirecionais que apoiam a necessidade dos fabricantes de ativos originais (OEMs) de desenvolver máquinas e ativos mais compactos sem comprometer o desempenho do controle de fluidos.

A pegada global reduzida das Séries 256/356 ajuda os OEMs a otimizar o layout interno de seus ativos, permitindo que mais opções de controle de fluido de alto desempenho sejam integradas em um produto final menor e mais elegante. Isso é especialmente importante para os fabricantes de máquinas de café e outros distribuidores de bebidas, de aquecimento, ventilação e ar condicionado, de bombas e compressores, de ativos de soldagem e de dispositivos analíticos e médicos.

Alcançar faixas de pressão comparativas em uma válvula menor normalmente resulta em aumento do consumo de energia, mas as Séries 256/356 reduzem o uso de energia em até 40%. Isso permite que os OEMs apliquem uma válvula menor enquanto combinam ou melhoram o desempenho de controle de fluido da versão anterior e fazem economias significativas de energia.

A faixa de pressão de algumas versões das Séries 256/356 redesenhadas aumentaram em até 30% em comparação com as versões anteriores, permitindo que elas sejam usadas em aplicações mais exigentes, como lavadoras de alta pressão e distribuidores de combustível de hidrogênio. O desempenho da versão de tensão CC é agora semelhante ao da versão de tensão CA, permitindo que os custos gerais do sistema sejam reduzidos, eliminando a necessidade de conversão em energia CA para maximizar o desempenho da eletroválvula.

“A Emerson projetou as Séries 256/356 do zero, criando uma gama de eletroválvulas que define uma nova referência em tecnologia de controle de fluidos, diminuindo a pegada global e o consumo de energia, além de aumentar as faixas de pressão”, disse Erik VanLaningham, vice-presidente de marketing global para o negócio de automação industrial da Emerson. “Essas melhorias de desempenho são complementadas por uma ampla escolha de materiais da estrutura e opções de conexão. Isso fornece aos OEMs a mais ampla gama de opções de um fornecedor de fonte única confiável para atender de forma confiável às suas diversas demandas de aplicações”.

As Séries 256/356 oferecem uma seleção de materiais da estrutura, incluindo latão sem chumbo, aço inoxidável e um compósito projetado que é 20% mais leve que o latão e atende aos padrões globais de saúde e segurança para aplicações em alimentos e bebidas. Segundo a empresa, as válvulas são estanques à poeira, com classificação IP67 e submersíveis em até um metro de água, tornando-as adequadas para ambientes agressivos, aumentando a confiabilidade e prolongando a vida útil das máquinas. As aprovações de terceiros para uma ampla variedade de padrões da indústria, como NSF 169 e EC 1934 para aplicações em alimentos e bebidas, ajudam os OEMs a reduzir o tempo de colocação no mercado de novos produtos.

Aperfeiçoamento do PBE beneficia indústria, consumidores e meio ambiente

As mudanças trazidas pela legislação de eficiência energética tornarão mais rigorosos os critérios para homologar um equipamento como “Classe A” – aqueles que consomem menos energia elétrica – e evidenciarão a economia dos aparelhos com compressor de velocidade variável e inversor de frequência.

A partir de 31 de dezembro de 2022, fabricantes e importadores deverão fornecer para o mercado nacional somente aparelhos de ar condicionado em consonância com as mudanças previstas na Portaria Inmetro 234, publicada em 29 de junho.

Esse grupo de empresas terá, ainda, mais seis meses para escoar todo o estoque fabricado antes da data-limite. Já o varejo terá até 30 de junho de 2024 para comercializar o estoque antigo. Depois disso, esse processo será possível apenas com a nova etiqueta.

De um lado, os novos critérios de avaliação do nível de eficiência energética atendem à necessidade do mercado, passando a considerar também a carga parcial e não somente a plena carga. De outro, vão ajudar o consumidor final, leigo em questões técnicas, que necessita de informação de qualidade para tomar a melhor decisão de compra.

“A nova metodologia de testes e etiquetagem se aproxima muito mais da situação real de uso de um condicionador de ar, uma vez que a carga térmica do ambiente climatizado e a temperatura externa variam bastante não somente ao longo do ano, mas também de um mesmo dia”, explica Luciano Marcatto, diretor de eficiência energética da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

Além disso, exemplifica o dirigente, “o Brasil, devido à sua extensão e diferença de hábitos e diversidade de culturas, tem um mercado muito focado em equipamentos quente-frio no Sul e em parte do Sudeste, e em aparelhos somente frio nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste”.

Marcatto entende que a chegada das novas regras do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) foi um passo importante para o mercado nacional, pois durante muitos anos o antigo formato da etiqueta e os padrões de testes podem ter levado consumidores menos esclarecidos sobre os benefícios da compra de produtos de climatização com tecnologia mais avançada a não terem tomado a melhor decisão de compra.

“Como a maioria dos produtos até então era classificada como ‘Classe A’, o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) não vinha cumprindo seus principais objetivos, que são apoiar o consumidor na decisão de compra e incentivar o desenvolvimento tecnológico. A nova portaria faz com que o PBE recupere sua importância neste sentido”, complementa.

O diretor da Abrava lembra ainda que a Portaria 234 foi construída em conjunto com associações, universidades, ONGs, fabricantes, laboratórios, entre outros participantes.

Segundo o Inmetro, esses agentes contribuíram para um intenso estudo técnico de produto, processo e mercado, que incluiu a discussão com as partes interessadas, ensaio de equipamentos e consulta pública realizada entre fevereiro e março deste ano, que contou com 158 contribuições de 20 diferentes entidades do setor produtivo.

Indústria
Os novos critérios estabelecidos pela portaria do Inmetro são um incentivo para a indústria investir em produtos mais tecnológicos e energeticamente mais eficientes.

Para Marcatto, tal mudança de rumo ajudará o mercado a ser capaz de identificar os benefícios obtidos com investimentos em tecnologia, acelerando a introdução de produtos alinhados com plataformas globais dos principais fabricantes, inclusive ambientalmente mais seguros, ao gerar menos emissões de carbono.

“Isso poderá trazer ganhos de escala com tecnologia mais atual, que facilita a transferência de menores custos para as subsidiárias no Brasil. Ao mesmo tempo, as fábricas do Polo Industrial de Manaus (PIM) vão conseguir trabalhar com a exportação desses produtos, não ficando ‘amarradas’ ao sistema de etiquetagem que visava critérios só válidos no mercado brasileiro”, projeta.

De acordo com o dirigente, no caso da infraestrutura elétrica das edificações, a instalação de equipamentos com maior eficiência em cargas parciais levará, naturalmente, a uma maior migração para os sistemas inverter

“Devido às caraterísticas de funcionamento mais suave e sem picos elétricos na partida, o Inverter evita que ocorram picos durante o liga e desliga, problemas comuns aos equipamentos convencionais de velocidade fixa. Paralelamente, proporciona o aumento do conforto dos usuários, tais como menor nível de ruído e vibração e maior capacidade de adaptação a mudanças bruscas das condições de ocupação e carga térmica, com maior velocidade de resposta”, explica Marcatto.

Entenda as mudanças
O PBE é um programa pelo qual se atesta o desempenho dos produtos considerando critérios de eficiência energética, ruído, utilização de recursos naturais, entre outros.

Nova classificação é fundamental para que os consumidores possam diferenciar os aparelhos de ar condicionado, diz Danielle Assafin, do Inmetro

No caso dos aparelhos de ar condicionado, o principal item de ensaio é a eficiência energética para a refrigeração do ar, sendo o equipamento classificado de A, para os que consomem menos energia, a D, para os que consomem mais energia.

A Etiqueta Nacional de Consumo de Energia (ENCE) é o selo de conformidade que evidencia o atendimento pelo produto aos requisitos estabelecidos no PBE e informa ao consumidor aspectos relevantes para a tomada de decisão de compra, incluindo o consumo energético ou a classificação quanto ao desempenho.

Pelas regras ainda em vigor, os aparelhos de ar condicionado do tipo Inverter e não Inverter são ensaiados da mesma forma e classificados com os mesmos critérios, com os aparelhos configurados em carga total. Assim, numa mesma “Classe A”, por exemplo, convivem aparelhos com e sem inversores de frequência, ainda que os primeiros sejam, em geral, mais econômicos.

Ocorre, porém, que a característica dos condicionadores de ar Inverter é justamente regular o fluxo de energia do sistema, alterando a velocidade do compressor e reduzindo o consumo de energia quando se detecta que o ambiente precisa de menos refrigeração ou aquecimento.

Com o aperfeiçoamento, os aparelhos Inverter serão submetidos ao método de carga parcial, o que evidenciará o ganho de eficiência que se tem com a utilização dessa tecnologia.

“Assim, quando configuramos o aparelho em carga parcial, simulamos melhor o funcionamento do Inverter e, com isso, obtemos um indicador de eficiência energética mais fidedigno”, explica Danielle Assafin, pesquisadora do Inmetro e responsável pelo PBE para condicionadores de ar.

Segundo a especialista, essa nova classificação de eficiência energética é fundamental para que os consumidores possam realmente diferenciar os produtos que atualmente são comercializados. Estudos apresentados pelos fabricantes revelam que um condicionador de ar Inverter pode economizar até 47% de energia elétrica, em relação aos equipamentos com compressores de velocidade fixa.

Outro dado importante é a adoção da métrica sazonal para o cálculo da eficiência energética do condicionador de ar, que considera os cálculos baseados nas temperaturas que ocorrem ao longo do ano e na frequência de utilização do aparelho para cada temperatura.

A introdução dessa métrica considerará os resultados do estudo coordenado pelo Programa de Conservação de Energia Elétrica (Procel), gerenciado pela Eletrobras, que determinou a curva média de temperatura para o Brasil e, com base nos resultados da Pesquisa de Posses e Hábitos de 2020, que estimou a frequência de utilização dos condicionadores de ar pelos brasileiros.

“Dessa forma, o cálculo do índice de desempenho e do consumo energético anual será realizado com base nas características médias do clima do Brasil e do uso do condicionador de ar pela população brasileira”, ressalta Danielle.

 

Varejo em busca da sustentabilidade

Sustentabilidade, eficiência energética e conectividade têm ditado os rumos do varejo de alimentos e bebidas, setor para o qual a indústria de refrigeração e ar condicionado não para de desenvolver tecnologias que ajudam a reduzir custos, como compressores de velocidade variável, sistemas de automação e novos fluidos frigoríficos.

Nesse cenário, alguns varejistas também têm colocado em prática medidas para reduzir a carga de refrigerantes e o volume de vazamentos dessas substâncias, o que impulsiona a adoção de uma ampla variedade de arquiteturas de sistemas de refrigeração.

“O vazamento de fluido refrigerante é uma das falhas mais comuns em um sistema de refrigeração comercial. Por ser um circuito fechado, não deveria ser necessário uma nova recarga de gás nos racks de compressores, porém, na prática, estudos comprovam que a média de reposição de carga de gás nos supermercados brasileiros é maior do que uma carga por ano. Os vazamentos ocorrem geralmente por falha na manutenção dos equipamentos, como porcas mal apertadas, flanges de má qualidade, conexões e válvulas com vedações deterioradas, soldas quebradas ou até mesmo pela ruptura da tubulação por excesso de vibração”, explica o coordenador de vendas da Emerson, Denis Ferraz.

“Dentre as principais consequências desse problema, podemos citar perda de mercadorias, devido à parada de expositores, aumento no consumo energético e impacto ambiental, além de custos diretos para reposição do fluido refrigerante e indiretos, como custos administrativos para compra do material, frete e mão de obra para reposição”, diz.

O descaso em relação aos vazamentos também pode acarretar riscos à reputação e à imagem das empresas. Em setembro, grupos de defesa do meio ambiente entregaram abaixo-assinados de mais de 100 mil consumidores pedindo ao Walmart para reduzir as emissões de fluidos refrigerantes usados nos sistemas de refrigeração e ar condicionado em suas 11,5 mil lojas em todo o mundo.

Em seu recém-anunciado plano estratégico, a maior rede varejista do planeta não especificou medidas para solucionar vazamentos de gases refrigerantes, o que revoltou organizações ambientalistas como a Green America e a Agência de Investigação Ambiental (EIA, na sigla em inglês).

As ONGs também pediram para que o Walmart adote rapidamente fluidos refrigerantes de baixo potencial de aquecimento global (GWP, na sigla em inglês) em suas lojas.

Ruptura na tubulação prejudica a eficiência energética

Falhas na manutenção podem ocasionar rupturas nas tubulações de sistemas de refrigeração e ar condicionado, alerta especialista


Inovações para o segmento

Pensando na questão dos vazamentos de fluidos refrigerantes, a Emerson desenvolveu o detector MRLDS, uma solução para o monitoramento de ambientes de refrigeração, como supermercados, hipermercados, centros de distribuição e câmaras frigoríficas, que também é aplicável para sistemas de climatização, como chillers e bombas de calor.

“O MRLDS é compatível com refrigerantes fluorados, R-290, R-717 e R-744. Seus sensores possuem ótima precisão e nível de detecção a partir de 30 ppm de concentração de refrigerante no ambiente”, explica Ferraz.

“Com montagem simples, configuração amigável e comunicação com sistema supervisório XWEB, o MRLDS é a solução ideal para gerenciamento remoto do nível de fluidos refrigerantes”, assegura.

O uso de controles cada vez mais sofisticados é tendência na refrigeração comercial, a tecnologia é essencial para o gerenciamento dos ativos e qualidade dos produtos. A integração dos controladores, compressores e componentes de acionamento e de proteção contribuem para o bom funcionamento do sistema, garantindo assim a qualidade do frio alimentar.

Hoje em dia, é possível monitorar remotamente os alarmes e proteções de compressores assim como temperatura de descarga, corrente elétrica e status de operação, contribuindo para o perfeito funcionamento do sistema.

Em relação ao controle de temperatura, há dispositivos que podem gerenciar os ajustes necessários do sistema baseados nas temperaturas reais das câmaras, ilhas e gabinetes, aumentando ou diminuindo o ponto de controle da evaporação com base na capacidade requerida de refrigeração.

“A coleta de dados a partir de dispositivos conectados permite uma análise criteriosa das condições operacionais dos equipamentos de refrigeração. O uso de softwares específicos para análise desses dados gera ações de controle que buscarão a mais alta performance dos equipamentos de um dado projeto, adequando-os às condições do local da instalação e às condições operacionais de cada supermercado”, destaca o gerente de engenharia da Eletrofrio, Rogério Marson Rodrigues.

Embora essas ferramentas proporcionem resultados rápidos e inúmeras vantagens, “o investimento inicial exigido ainda dificulta sua disseminação pelo País, muito pela falta de conhecimento. São poucas as redes supermercadistas que usufruem delas. Em redes europeias e norte-americanas, essa solução é de uso comum”.

Recentemente, a indústria brasileira lançou a linha Compack de sistemas de refrigeração para lojas de pequeno e médio porte, visando “proporcionar o fornecimento de equipamentos que, além de dispor das tecnologias de gerenciamento eletrônico e permitir a análise de dados remotamente, atendam a requisitos de alta eficiência energética, baixa carga de fluido refrigerante e alta qualidade construtiva e de componentes”.

Uma outra solução tecnológica que tem sido adotada por supermercados para reduzir falhas e vazamentos de fluidos refrigerantes, além de otimizar o consumo de energia, são os sistemas de refrigeração acoplados.

“Esses sistemas são soluções conectadas diretamente ao refrigerador e não dependem de uma rede de tubulação como numa solução remota. Em virtude disso, eles têm uma carga menor de refrigerante e diminuem os riscos de vazamento. Além disso, agregam outros ganhos, como rapidez de projeto e instalação, mais espaço nas lojas, pela eliminação da casa de máquinas e tubulação, flexibilidade de layout das lojas, porque permite mudar os equipamentos de lugar facilmente, e custo mais baixo”, diz o gerente de vendas do portfólio Embraco na Nidec Global Appliance, Fábio Venâncio.

“Nessa linha de produtos, temos unidades seladas, como nosso Plug n’ Cool, e as unidades condensadoras, como a UFMFT. Ambas são tipos de sistemas acoplados completos”, informa.

“Os sistemas acoplados da Embraco entregam também um grande ganho de eficiência energética em comparação com a solução remota. Um exemplo é um teste de campo feito com o Plug n’ Cool com uma cadeia de lojas de conveniência na Rússia, que resultou em uma redução do custo de energia de 34% na loja onde o sistema foi instalado, em comparação com o sistema remoto usado em outras lojas da cadeia”, revela.

O Plug n’ Cool é uma unidade selada do tipo plug n’ play, ou seja, pode ser instalada no topo do gabinete sem a necessidade de ser embutida na parte inferior do equipamento de refrigeração, facilitando, dessa maneira, as manutenções, como limpeza de condensador. O equipamento, segundo o gestor, usa um compressor de velocidade variável com R-290, “duas características que proporcionam alta eficiência energética”.

Em se tratando especificamente de novos fluidos refrigerantes, uma solução que tem ajudado o varejo a economizar energia é o R-449A, substância à base de hidroflu-orolefina (HFO).

“Os supermercados realmente estão cada vez mais preocupados em otimizar os seus sistemas e buscar soluções de baixo consumo de energia”, comenta da líder de desenvolvimento de negócios da Chemours, Joana Canozzi, ao destacar que o R-449A proporciona redução de até 12% no consumo de energia dos sistemas de refrigeração comercial.

Esse fluido está sendo utilizado em centenas de supermercados e em estabelecimentos industriais no Brasil, informa a gestora.  “Já realizamos no Brasil diversas experiências que comprovaram o potencial dessa tecnologia, como, por exemplo, o caso da maior rede de supermercados do País, que substituiu o R-404A por R-449A em uma de suas lojas, reduzindo em 67% o GWP do sistema e em 9,5% o consumo de energia do seu sistema de resfriados”, diz.

“Essa experiência foi replicada em diversos outros supermercados que puderam comprovar o benefício energético desse retrofit, como o St. Marché, que registrou redução do consumo de até 11% no sistema de refrigeração de uma de suas lojas. Redes como ABC, Center Box, Jaú Serve e unidades da Mondelez, entre outras, são alguns exemplos de empresas que adotaram a tecnologia com resultados positivos”, ressalta.

 

Impactos da pandemia

Durante a atual pandemia de covid-19, os supermercados foram uma das poucas atividades que não sofreram interferência em seu funcionamento, mantendo assim uma demanda constante, conforme destaca o vice-diretor comercial da Full Gauge Controls, Rodnei Peres Junior,

“Os estabelecimentos da área sabem que a qualidade do produto que oferecem depende, entre outros fatores, da temperatura em que são produzidos e armazenados. Existe uma grande preocupação em seguir os rígidos padrões exigidos por órgãos fiscalizadores, o que só pode acontecer através de um controle muito preciso. Além disso, a manutenção dos níveis de temperatura é uma garantia do correto funcionamento dos equipamentos e sistemas, o que resulta em menos desperdício de tempo e energia, redução de custos e, consequentemente, otimização de lucros”, diz.

“Notamos que houve um crescimento significativo na implantação de softwares de gerenciamento via internet integrados a instrumentos digitais para controle e monitoramento dos equipamentos refrigerados (câmaras frias, balcões de congelados, resfriados, etc.) e até os racks de refrigeração de supermercados”, afirma.

“Hoje, o gerenciamento de instalações de refrigeração, climatização e aquecimento pode ser feito pela internet e celular através de softwares especiais para isso, como é o caso do Sitrad Pro que é desenvolvido e distribuído gratuitamente pela Full Gauge Controls”, acrescenta.

“Nosso software de gerenciamento via internet vem sendo amplamente usado por todos os tamanhos de supermercados, de pequenas lojas a grandes redes, justamente por possibilitar o controle dos equipamentos do supermercado remotamente, via internet, e por ser gratuito. Com ele, é possível administrar todos equipamentos controlados com nossos controladores à distância, gerar e imprimir relatórios gráficos que substituem as velhas planilhas manuais de anotações de temperatura, respeitando todos requisitos de órgãos como Anvisa e FDA”, informa.

Para o engenheiro de aplicação da Carel, Fellipe Dias, “2020 está sendo um ano desafiador para qualquer um por conta da inesperada pandemia do novo coronavírus. Especificamente para o mercado de refrigeração comercial, temos observado que houve de um a dois meses sem novos projetos. Para a nossa positiva surpresa, no meio do ano, o setor retomou os projetos e, desde então, tem se mostrado promissor”, afirma.

“Como um balanço do ano até agora (setembro), eu diria que mercado está indo muito bem. O setor continua aquecido tanto para os prestadores de serviço quanto para os fornecedores e os clientes finais. A explicação para esse cenário é relativamente simples: o mundo parou, porém, precisamos continuar a comer. As classes econômicas que antes costumavam comer sempre em restaurantes passaram a comer em casa. Grupos que antes pediam comida passaram a cozinhar mais. Pessoas que comiam na rua agora comem em casa. Todas as mudanças de hábito trazidas pela pandemia alteraram a rotina do consumidor, mas os alimentos sempre saem das prateleiras dos supermercados”, relata o engenheiro, destacando que “a Carel é uma empresa que investe muito em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e está sempre em destaque quando falamos sobre lançamentos”.

Uma das principais inovações da empresa para o segmento é o sistema Heos, em que o controlador gerencia absolutamente tudo no sistema de refrigeração. “O controlador comanda o compressor, a válvula de expansão eletrônica, os ventiladores, o degelo etc. Essa solução apresenta-se como um modelo mais recente com relação aos racks centralizados e suas vantagens são inúmeras: menor consumo de fluido refrigerante, menor despesa com vazamentos de fluido refrigerante, controle de todas as variáveis do sistema de refrigeração – o que possibilita o supermercadista a ter acesso a absolutamente todo o sistema do balcão – e o mais importante, que é a economia de energia”, explica.

Daikin ultrapassa nível de eficiência energética no PBE

A Daikin, empresa de origem japonesa e maior fabricante de ar condicionado no mundo, se antecipa e, a partir de outubro de 2020, oferece ao mercado de HVAC-R toda linha de produtos residenciais com a nova etiqueta de classificação do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) para aparelhos de ar condicionado.

Os novos critérios publicados pelo Inmetro em julho último, por meio da Portaria nº 234, evidenciam a economia dos equipamentos com compressor de velocidade variável (Inverter), que passa a ser feita pelo método de carga parcial e métrica sazonal, obtendo um Índice de Desempenho de Resfriamento Sazonal (IDRS), indicador mais fidedigno e fundamental para que os consumidores possam diferenciar os produtos que atualmente são comercializados.

Tomoji Miki, presidente da Daikin, entende que a atualização dos critérios de classificação anunciada pelo Inmetro fará com que o Brasil finalmente fique alinhado à tendência global.

“Essa mudança será bem-vinda para os consumidores finais na aquisição de equipamentos de fabricantes com a mais alta tecnologia, como a Daikin, obtendo mais informações para a tomada de decisão. Na classificação anterior, segundo a tabela que constava no site antes da mudança na classificação, mais de 90% dos equipamentos inverter no mercado eram classificados como Classe ‘A’, sendo que na realidade, a eficiência energética desses produtos é totalmente diferente. A superioridade da tecnologia inverter depende das condições de temperatura externa e do tempo de operação do equipamento, avaliados nesta atualização. Especialmente durante a pandemia da COVID-19, a tendência é o aumento do tempo que ficamos em casa, o que torna os benefícios do inverter ainda maiores”, informa Miki.

A atualização tem como foco o aumento dos níveis de eficiência energética para que o aparelho possa receber a ENCE (Etiqueta Nacional de Consumo de Energia) e o Selo Procel de Economia de Energia. Entre as mudanças, a nova Classe ‘A’ deverá apresentar eficiência de 5,5 W/W, contra os 3,24 aceitos anteriormente.

Os produtos da Daikin com tecnologia inverter se enquadram em diferentes níveis de eficiência, a depender da linha, mas todos com Índice de Desempenho de Resfriamento Sazonal (IDRS) superiores a 6,0. As linhas Split Hi Wall Advance (Só Frio e Quente/Frio) possuem IDRS de 6,20; e a linha Split Hi Wall Exclusive com IDRS na faixa de 6,70.

Já o Split Hi Wall 32.000 BTU/h, o primeiro do Brasil a utilizar o fluido refrigerante R32, apresenta IDRS de 7,50. Seria um produto Classe ‘A’, mesmo quando os critérios ficarem mais rígidos, o que deve acontecer a partir de 2026.

Para Leandro Lourenço, gerente de engenharia de produto da Daikin, a mudança na avaliação do nível de eficiência, considerando a carga parcial e não somente a plena carga, se aproxima muito mais da situação real de uso de um condicionador de ar, uma vez que a carga térmica do ambiente climatizado e a temperatura externa variam bastante, não somente ao longo do ano, mas também de um mesmo dia.

“Isso demonstra o real benefício em economia de energia proporcionado por produtos que empregam tecnologias mais modernas, como é o caso de equipamentos do tipo Inverter. O consumidor é quem mais se beneficiará com a nova classificação, sabendo de forma mais clara, porque um produto com preço mais elevado pode ser atrativo, proporcionando maior economia de energia durante sua operação. Isso embasará a sua decisão de compra. Se ele busca o menor custo e não se importa com o consumo de energia, poderá optar por produtos mais baratos e de classificação mais baixa, enquanto que, se deseja investir em produtos de maior tecnologia, poderá mensurar os benefícios desta decisão em termos de economia. O mais importante é que a informação necessária para a tomada de decisão estará clara”, enfatiza.

Acompanhando as mudanças, a Daikin está desenvolvendo ações para informar os distribuidores e consumidores sobre os produtos que se encontram no mercado e atendem aos novos critérios. Inclusive, a partir de outubro de 2020, toda a produção utilizará a etiquetagem com a nova classificação.

“Como os produtos que a Daikin fabrica e comercializa no Brasil foram concebidos para entregar desempenho e eficiência elevados nas condições reais de uso, eles já estão prontos para a nova etiquetagem. Nada precisa ser alterado”, informa Lourenço.

Critérios avaliados e impactos no mercado de HVAC-R

Para que fosse possível a avaliação com a nova abordagem, as seguintes mudanças foram implantadas pelo Inmetro:

– Utilização de mais de um ponto de teste, em diferentes condições de funcionamento;

– Avaliação da quantidade de horas de funcionamento e condições climáticas mais próximas das condições reais de uso;

–  Utilização do IDRS (Índice de Desempenho de Resfriamento Sazonal) como critério de classificação, ao invés do CEE (Coeficiente de Eficiência Energética) até então utilizado, também conhecido como EER ou COP.

“Para o mercado de HVAC-R, especificamente os residenciais e comerciais leves (com capacidade até 60.000 BTU/h), o impacto da nova classificação será principalmente sobre a redistribuição dos produtos na gama de classificações possíveis. Enquanto que, ainda sob a regra antiga, quase todos os aparelhos de ar condicionado no mercado se apresentam como Classe ‘A’, mesmo os do tipo velocidade fixa. Sob a nova regra isso deve mudar. Produtos de velocidade fixa tenderão a ser classificados como Classe ‘E’ ou ‘F’, e produtos do tipo inverter de tecnologia inferior, deverão ser classificados como ‘D’, ‘C’ ou ‘B’. A Daikin, como foi a primeira empresa a apresentar ao mercado uma linha completa de produtos já aprovados com elevados índices de eficiência no novo critério do Inmetro, poderá se benefici ar com e sta mudança”, diz o gerente de engenharia de produtos.

Ele acrescenta que o potencial de economia proporcionado pela tecnologia inverter pode variar bastante. “Isso depende não somente de quão elaborada é a tecnologia inverter empregada, mas também da região, do período de utilização, época do ano, dentre outros fatores, podendo chegar até 70% de economia, como comprovamos em testes de campo feitos na UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, PUC-RJ e Mauá, em relação a um produto de velocidade fixa utilizado nas mesmas condições. Isto ocorre porque o produto modula sua capacidade à necessidade do ambiente, podendo manter o compressor em funcionamento em rotações bastante baixas, evitando o tradicional liga/desliga”.

As novas classificações dos produtos Daikin estão disponíveis no site do Inmetro: http://www.inmetro.gov.br/consumidor/pbe/condicionadores-de-ar-indices-novos-idrs.pdf.

Além da atualização dos critérios, a Portaria também traz um cronograma de adequação para as novas regras. Dividido em fases, estabelece o período que será proibida a fabricação, importação e comercialização dos produtos fora das novas especificações determinadas pelo Inmetro, assim, os fabricantes terão até dezembro de 2022 para se ajustarem aos novos critérios, mas já será possível utilizar a nova etiqueta a partir da publicação da Portaria.

Nova tecnologia aumenta eficiência de refrigeradores domésticos

Embora muitos avanços tenham resultado na melhoria da eficiência dos refrigeradores residenciais, eles ainda consomem uma quantidade considerável de energia. Afinal de contas, a maioria das famílias precisa de um ou dois desses eletrodomésticos sempre ligados 24 horas por dia durante os 365 dias do ano.

Por isso, pesquisadores chineses estão trabalhando para minimizar a perda de frio que ocorre na barreira térmica entre o interior do freezer e a parte externa da geladeira.

A ideia dos cientistas é usar parte desse frio que escapa do freezer para resfriar o compartimento de alimentos frescos.

“Existe uma diferença significativa na temperatura entre o freezer de um refrigerador tradicional e a temperatura do ar ambiente, e a barreira térmica normal do freezer causa perda considerável de frio”, diz Jingyu Cao, da Universidade de Ciência e Tecnologia da China.

Cao e sua equipe não são os primeiros cientistas a tentar aumentar a eficiência da refrigeração doméstica. Muitos outros especialistas já examinaram as várias partes desses refrigeradores para melhorar o consumo de energia, mas ainda não foi encontrada uma solução definitiva para o setor.

No estudo de Cao, um novo refrigerador com um circuito de termossifão é apresentado como solução para diminuir a transferência de calor entre o freezer e o ar ambiente.

A perda total de frio das paredes do lado superior e lateral do freezer foi reduzida de 16 W para 14 W nas condições normais de teste, e a taxa de economia variou de 6,3% a 28,5%, o que superou as expectativas dos pesquisadores.

“Esses resultados certificam a capacidade de economia de energia do novo refrigerador e sua confiabilidade, inclusive em climas quentes”, ressalta o cientista.

Embora o estudo de Cao seja atualmente baseado em cálculos teóricos, os resultados são considerados promissores.

“Essa inovação tem um grande potencial de ser popularizada como uma tecnologia de energia sustentável, devido a aspectos como impacto significativo na economia de energia, estrutura simples e baixo custo”, avalia.

Curso prepara profissionais para eficiência energética em climatização e refrigeração

Buscando manter o mais alto nível de qualidade no mercado, a ASBRAV – Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação promove, entre os dias 12 de março e 26 de junho, mais um curso direcionado a profissionais da área de manutenção de sistemas de ar condicionado e demais interessados que atendam aos pré-requisitos. O objetivo é oferecer conhecimento complementar sobre manutenção e operação de sistemas de água gelada com foco na excelência preventiva, corretiva e preditiva e na eficiência energética.

Com aulas práticas e teóricas, os encontros ocorrem em locais e datas diferentes. As atividades orais são realizadas na sede da ASBRAV, (Rua Arabutan, 324 Bairro Navegantes) em Porto Alegre (RS), nas terças, quartas e quintas-feira, das 19h às 22h. Nos dias de desenvolvimento prático, as atividades ocorrem no SENAI Mauá (Avenida Jaime Vignoli, 693, Bairro Anchieta), na capital gaúcha, em quatro sábados, das 9h às 16h (as datas serão informadas quando o curso iniciar).

Ao todo, são 156 horas de carga-horária e o conteúdo está sob responsabilidade do engenheiro Gilsomar Gabriel da Silva que trabalhará com os alunos habilidades como: identificar problemas de rendimento de sistemas de água gelada, analisar o ciclo de refrigeração de sistemas de água gelada, identificar falhas, apresentar soluções para unidades chillers e realizar manutenção preventiva.

Quem deseja participar, precisa observar os seguintes pré-requisitos para efetuar sua inscrição: o candidato deve ter o 1° grau completo e o Certificado ASBRAV no Curso Mecânico de Ar Condicionado ou Curso similar (sujeito a avaliação) ou experiência comprovada (sujeito a avaliação).

As vagas são limitadas e é necessária inscrição antecipada. Mais informações podem ser obtidas através do telefone 3342 2964 ou pelo e-mail secretaria@asbrav.org.br

Programa:

Fundamentos de Termodinâmica e Refrigeração;
Ciclo de Refrigeração;
Fundamentos de Sistemas de Água Gelada;
Compressores;
Tipos Construtivos de Trocadores de Calor;
Conceitos de Chillers,
Mecânica,
Instrumentação e Controle;
Sistemas Elétricos de Partida,
Interpretação de Esquemas Elétricos de Painel de Comando de Chillers;
Ferramentas e Instrumentos para Manutenção;
Segurança na Manutenção de Chillers;
Normas Nacionais e Internacionais para Ar Condicionado;
Bombas Centrífugas;
Torres de Resfriamento e Tratamento de Água;
Sistemas de Ventilação;
Manutenção Preventiva, Preditiva e Corretiva de Chillers;
Diagnóstico de Falhas de Chillers;
Ajustes e Balanceamento na Central de Água Gelada (CAG);
Eficiência Energética em Sistemas de Água Gelada.

Eficiência, o nome do jogo no HVAC-R

O Brasil é o sexto país com a energia mais cara do mundo. Aqui, o custo desse insumo estratégico para a economia é 46% maior que a média global. O levantamento, feito pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), mede o peso financeiro da energia para o setor industrial.

Tarifas de energia sobem mais que a inflação, lembra o engenheiro Fabio Moacir Korndoerfer, da Recomservice

Mas este item também representa valores importantes para os proprietários e inquilinos de edifícios comerciais, onde o ar-condicionado chega, em alguns casos, a ser responsável por até 60% do consumo de eletricidade. No varejo de alimentos e bebidas, os sistemas de refrigeração são os grandes vilões.

“As tarifas da energia vêm registrando aumentos anuais bem acima da inflação”, lembra o engenheiro eletricista Fabio Moacir Korndoerfer, diretor comercial da Recomservice.

Segundo ele, em certos empreendimentos, esse custo é muito expressivo e o payback de investimentos para garantir mais economia anual é, geralmente, menor do que três anos. “Rende muito mais do que aplicação bancária”, compara.

Atualmente, a substituição de chillers antigos por novos, dotados de compressor parafuso ou centrífugo de velocidade variável, é uma das principais tendências tecnológicas no mercado de retrofits de centrais de água gelada (CAGs).

Troca de equipamentos instalados há mais de 15 ou 20 anos resulta em menor consumo de energia, segundo Edson Ferrara, da Trane

Um sistema de automação associado a variadores de frequência, tanto em compressores de sistemas de expansão direta ou indireta, também resulta em diversos benefícios, conforme destaca o gerente de serviços da Trane no Brasil, Edson Ferrara.

“A simples troca de equipamentos instalados há 15 ou 20 anos já pode trazer um economia em torno de 25% a 30% no consumo”, exemplifica.

“Se associarmos essa troca do sistema de inteligência a um sistema de automação, junto com esses variadores de frequência, é possível conseguir, no mínimo, mais uns 12% ou 15% de economia”, revela.

Segundo Ferrara, o Brasil tem uma capacidade de geração e distribuição de energia limitada e, atualmente, o País está em uma situação de consumo mais ou menos balanceado.

“Ou seja, a indústria não está produzindo tanto e, por isso, não está consumindo muita energia. Porém, a partir do momento em que o setor retomar a produção, vai faltar energia e o Brasil não tem uma capacidade de suprir essa demanda no mesmo ritmo do crescimento econômico”, alerta.

“A saída para se economizar é a busca de equipamentos cada vez mais eficientes e projetos de eficiência energética associados ao governo. E com subsídio, para que o consumidor possa investir e reduzir o consumo, além de garantir a distribuição da energia para todos”, avalia.


Do analógico para o digital

As estratégias mais utilizadas para reduzir o consumo energético em sistemas de refrigeração e ar condicionado tentam aproximar a capacidade frigorifica fornecida pelo equipamento com a demanda requerida pelo ambiente refrigerado.

Tradicionalmente, os sistemas frigoríficos são dimensionados para suprir a carga térmica do pior cenário – situação que requer a maior quantidade de frio. Logo, no modo de controle tradicional, é importante que a regulagem do termostato seja feita para a temperatura adequada, pois quanto mais baixa a temperatura desejada (setpoint), mais tempo a máquina trabalhará e consumirá mais energia.

“Sistemas de refrigeração industrial estão adotando compressores modulares com o objetivo de aproximar a capacidade de refrigeração da demanda”, afirma o engenheiro mecânico Felipe Airoldi Accorsi, consultor técnico de produto para o mercado externo da Full Gauge Controls. 

“Na mesma linha, os fabricantes de ar condicionado apostam na tecnologia Inverter, com a finalidade de variar a capacidade de climatização de acordo com a demanda do ambiente, como uma alternativa ao modo de controle liga-desliga cíclico”, enfatiza.

Outra mudança observada no setor é a adoção de softwares supervisórios. “Esses sistemas, além de possibilitarem o acesso remoto à planta, tornando as informações acessíveis de qualquer lugar do mundo, agilizam a identificação de problemas, reduzem o downtime, permitem um melhor planejamento para a realização das manutenções necessárias e ainda auxiliam na otimização dos processos, o que gera redução do consumo energético”, detalha.

Pensando nessas tendências, a Full Gauge desenvolveu a VX-950 Plus, válvula de expansão eletrônica destinada a diversas aplicações na área de refrigeração comercial, entre elas, em transporte frigorífico e em câmaras e balcões de resfriados e congelados.

“Além de economia, a válvula garante mais eficiência operacional, com respostas imediatas a qualquer problema, pois também pode ser integrada ao Sitrad, nosso software de gerenciamento remoto”, salienta.

“Essas facilidades são ainda mais relevantes durante uma época marcada pelo calor, férias e feriados prolongados, na qual o comércio aumenta seus estoques, uma vez que é possível monitorar as instalações de maneira eficaz a distância, otimizando a operação com segurança”, completa.

A eficiência, enfim, tem norteado os investimentos feitos pelos grandes players do HVAC-R em inovação. “Isso resulta, cada vez mais, em componentes que fazem a transição do universo mecânico para o eletrônico”, diz o gerente de desenvolvimento de negócios da Danfoss, Eládio Pereira.

Especificamente, ele cita as válvulas de expansão eletrônicas ETS Colibri e os variadores de velocidade dos compressores VZH, além da IDV (acrônimo em inglês para Intermediate Discharge Valve), uma válvula mais simples, mas também eficiente, utilizada nos compressores DSH.

“Cada tecnologia tem um custo distinto e proporcional ao desempenho que oferece, para que todos os clientes possam ter acesso à eficiência energética em todos os níveis”, afirma.

Embora ainda não sejam utilizadas em larga escala no País, as válvulas de expansão eletrônicas são uma tecnologia indispensável para reduzir o consumo de energia nos equipamentos de refrigeração e ar condicionado.

“O controle adequado do superaquecimento possibilita um maior rendimento no evaporador com a mesma potência consumida pelo compressor, item que mais consome energia num circuito frigorífico”, explica o engenheiro Marcel Nishimori, coordenador técnico da Carel.

Segundo estudos realizados na Europa, a substituição de uma válvula termostática mecânica por uma eletrônica proporciona um ganho médio em eficiência na ordem de 13% durante o ano.

“Outro efeito positivo é a redução do índice de quebra de compressores por retorno de líquido, uma vez que o controle é mais preciso”, destaca.

A tecnologia faz um controle de superaquecimento mais acurado, por meio da leitura dos valores da temperatura de sucção e evaporação, assim como o processamento desses dados por um controle digital.

No caso da solução da Carel, o acionamento ocorre por meio de uma válvula motorizada de passo que controla com exatidão a quantidade de refrigerante que deverá ser injetada no evaporador.

Outra tecnologia em ascensão no mercado nacional são os compressores dotados de motores com ímã permanente no rotor e sem escovas (BLDC, na sigla em inglês).

“Tais características, aliadas a inversores como o nosso Power+, permitem que esses compressores tenham um rendimento maior, chegando a 15% em cargas parciais, em comparação com as tecnologias tradicionais do mercado”, ressalta.

Os compressores do tipo BLDC, prossegue Nishimori, têm um range de aplicação bem amplo, sendo utilizados em selfs de precisão para data centers, balcões de congelados em supermercados e geladeiras para bebidas. “E a gama de fluidos refrigerantes aceitos por eles inclui HFC, propano e CO2”, diz.


Casos de sucesso

Não é de hoje que alto custo energético e risco de escassez forçam os gestores de plantas de refrigeração e ar condicionado a buscar novas soluções para tornar suas operações mais eficientes.

Segundo os profissionais do setor, só a substituição dos fluidos refrigerantes feitos com HCFCs por novas alternativas sintéticas ou naturais não será atrativa comercialmente nos próximos anos e deverá perder espaço para a opção pela troca de máquinas.

“Equipamentos mais novos sempre serão muito mais eficientes ano a ano, com a predominância para o avanço das tecnologias de velocidade variável e gestão de performance energética pela internet”, reforça Fabio Korndoerfer, da Recomservice.

Recentemente, a empresa especializada em manutenção de sistemas de ar condicionado e automação fez o retrofit da CAG de um shopping center localizado na zona oeste de São Paulo.

Segundo o engenheiro, a instalação dos resfriadores de líquido Carrier 30XW Aquaforce em três casas de máquinas, além da automação completa do edifício, proporcionou redução de 50% do consumo de energia elétrica no sistema de climatização do edifício.

“Os chillers de última geração substituíram máquinas ineficientes fabricadas há mais de 25 anos, e operam durante 80% do tempo de funcionamento do ar-condicionado”, explica.

Outro caso de sucesso recente é o do Shopping Flamboyant, localizado em Goiânia (GO). Após desenvolver um estudo energético, a Trane avaliou a oportunidade para tornar a planta de ar condicionado mais eficaz e desenvolveu um plano personalizado para redução do consumo de energia elétrica, aplicando equipamentos de alta eficiência e sistemas de gerenciamento automatizados.

“Com isso, o shopping alcançou economia de cerca de 36% na conta de energia”, diz Edson Ferrara, lembrando que cada empreendimento possui características próprias que irão determinar as estratégias ideais para a implantação de um projeto de modernização dos sistemas de ar condicionado.

De acordo com o gestor de serviços do fabricante de ar-condicionado, a implantação do projeto no Flamboyant começou pela troca dos equipamentos. Três resfriadores de líquido de 390 TR foram substituídos por chillers com compressores parafuso de alta eficiência energética.

Além disso, a obra foi realizada em regime de turnkey, ficando a Trane responsável por toda a execução. Na segunda fase, com o desafio de melhorar ainda mais a eficiência alcançada, foi projetado o sistema de automação, que permitiu a operação conjugada dos chillers, bombas, torres e tanque de termo-acumulação de forma otimizada.

O setor supermercadista também aposta em novas tecnologias para economizar energia. Desde meados de maio de 2017, está em funcionamento em São Paulo uma loja de um varejista francês no formato express que opera com equipamentos de refrigeração de alta eficiência HEOS, fabricados pela Carel.

“Esse sistema consiste em unidades de refrigeração plug-ins com compressores do tipo BLDC e válvulas de expansão eletrônicas instaladas sobre os expositores e condensadas por um sistema fechado de água com dry-cooler”, informa o engenheiro Marcel Nishimori.

“Além de apresentar uma redução no consumo elétrico na ordem dos 35% frente a uma loja com formato semelhante na mesma região, o índice de manutenção é mínimo, se comparado com outras tecnologias. Esse nível de confiabilidade é possível por meio de algoritmos desenvolvidos pela Carel que protegem o compressor segundo a especificação do seu envelope de operação”, diz.

Essa mesma tecnologia, agora com condensação a ar, está sendo amplamente instalada em todo o País para aplicações em balcões de congelados, informa Nishimori. “Esse formato permite ao varejista ampliar sua área de vendas de congelados sem grandes intervenções no salão de vendas”, assegura.

 

Especialistas destacam ações para eficiência energética no Brasil

O Brasil tem um grande potencial de melhoria em eficiência energética se investir na digitalização, unificando e compartilhando dados de desempenho de fabricantes e grandes usuários para poder aprimorar as tecnologias e suas aplicações. Essa é uma das conclusões do Simpósio Ideias para Reinventar o Amanhã, promovido pela Danfoss na última quinta-feira (8), em São Paulo.

Com abertura de Julio Molinari, presidente da Danfoss na América Latina, o simpósio contou no primeiro bloco da programação com representantes do Ministério de Minas e Energia, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), da Eletrobras e da Abesco, que discorreram sobre o atual cenário, desafios e o que pode ser feito para aprimorar a eficiência energética em diversos setores.

Samira Sousa, coordenadora geral de Eficiência Energética do Ministério de Minas e Energia, iniciou as palestras falando das grandes perdas em energia e do potencial de melhoria, especialmente na indústria. Reforçou que o incentivo para pesquisas em tecnologia é primordial: “Sem inovação não se criam novas soluções nem se gera mais eficiência”.

Na sequência, Thiago Barral, diretor de estudos econômico-energéticos e ambientais da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), focou no uso do ar condicionado residencial no Brasil. Segundo o especialista, o uso de ar condicionado em residências triplicou nos últimos 12 anos.

A EPE projeta que a demanda por eletricidade devido ao uso de ar condicionado continue crescendo nos próximos anos. Para Barral, é necessário implementar índices mínimos mais ambiciosos para os equipamentos de ar condicionado operarem mais eficientemente quanto ao consumo de energia. Além disso, devem ser avaliados os resultados e os impactos dos índices mínimos para aprimorar mais ainda a eficiência energética.

Em seguida, Marcel da Costa Siqueira, gerente do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica do Procel, abordou a atuação do Procel e as políticas públicas de Eficiência Energética (EE) no Brasil. Para Siqueira, é primordial incluir a EE como requisito para acessar novas fontes de recursos ou as existentes.

Por fim, Marcelo Sigoli, diretor técnico da Abesco, contextualizou o cenário de eficiência energética. Segundo a Abesco, o setor industrial é o maior consumidor de energia do país e estudos apontam um potencial de redução de 25%. Sigoli defende que é necessário transformar o mercado de Eficiência Energética (EE) para ser efetivamente sustentável. Para tanto, indica algumas ações como a reformulação do Plano Nacional de Eficiência Energética e a adoção compulsória de níveis mínimos de EE para equipamentos e edificações.

O segundo bloco do Simpósio contou também com a participação dos especialistas Roberto Lamberts, professor titular da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Fausto Padrão Jr, gerente de engenharia da Coca-Cola Andina; e Eduardo Moreno, presidente da Vitalux, para um debate sobre o futuro da eficiência energética no Brasil.

Lamberts cravou que os hábitos pessoais são muito importantes. “Quando pensamos em reinventar o amanhã, precisamos melhorar, mudar e otimizar os nossos recursos. Precisamos de edificações mais eficientes, de ar condicionado mais eficiente e de usuários com hábitos mais eficientes, pois não é só com tecnologia que vamos resolver o problema, hábitos pessoais são muito importantes.”

Fausto Padrão Jr. destacou a necessidade de o país desenvolver uma infraestrutura de monitoramento digital para engajar o compartilhamento de dados, ou seja, a digitalização e geração de dados para análises e pesquisas futuras que vão orientar os investimentos e toda a sequência de evolução da indústria e da eficiência energética. “A indústria de forma geral não tem dados suficientes para poder decidir, isso é um problema de cultura. Precisamos saber o que está acontecendo para melhorar a performance.”

Eduardo Moreno focou no mercado de saneamento, no qual o segundo maior insumo é a energia – o setor fatura R$ 50 bilhões e gasta mais R$ 6 bilhões com energia. Com parques muito antigos e tecnologias defasadas, o setor tem focado em ações em prol da eficiência energética e da redução de perdas. “Tem muita ação pra ser feita no saneamento, diferente do que falamos em edificação e em ar condicionado que já têm uma evolução – tem mais o que evoluir – mas estão num determinado patamar com padrões comparativos com outros países.”

“A eficiência energética é um fator chave de sucesso para descarbonizar nossas economias. É fundamental um forte apoio político para garantir que o mercado atenda à velocidade e à escala necessárias”, finalizou Julio Molinari, presidente da Danfoss na América Latina.

Recuperação do mercado de splits anima indústria de climatização

Até 2050, haverá cerca de 5,6 bilhões de condicionadores de ar instalados em todo o mundo, contra os 1,6 bilhão em uso agora, de acordo com o relatório The Future of Cooling (O Futuro da Climatização, em tradução livre), estudo publicado em maio pela Agência Internacional de Energia (AIE).

Isso equivale a 10 novos equipamentos vendidos a cada segundo nos próximos 30 anos. “Com o aumento da renda, as vendas de aparelhos de ar condicionado tendem a disparar, especialmente no mundo emergente”, afirma o economista Fatih Birol, diretor executivo da organização não governamental (ONG) que reúne 30 países, incluindo o Brasil.

O ar-condicionado é um eletrodoméstico comum em nações como Japão, Coreia do Sul, EUA, Arábia Saudita e China. Mas apenas 8% das 2,8 bilhões de pessoas que vivem nas partes mais quentes do mundo dispõem dessa tecnologia de climatização.

Atualmente, o Japão possui 90 unidades de ar condicionado residenciais para cada 100 pessoas, enquanto a Índia tem apenas uma. A Coreia do Sul, revela o estudo, tem 30 milhões de condicionadores de ar residenciais – o dobro do Brasil, cuja população é quatro vezes maior que a do país asiático.

Por esse motivo, indústrias como a Gree – maior fabricante de sistemas de climatização do mundo – pretendem fazer novos investimentos para fortalecer sua presença no País.

Para este ano, a empresa chinesa projeta 30% de expansão, tanto no mercado brasileiro quanto no resto do mundo.

“Podemos atribuir esta forte expansão aos constantes investimentos em novas tecnologias e desenvolvimento de produtos inovadores, entre outros aspectos”, explica Alex Chen, diretor comercial da companhia no Brasil.

De acordo com a multinacional, os ares-condicionados estão se tornado cada vez mais populares no País.

 

Recuperação do setor

Após a queda geral nas vendas globais em 2016, principalmente devido ao impacto da desaceleração na China, o setor registrou recuperação em 2017, com vendas totais – de todos os tipos de ar-condicionado – atingindo US$ 102 bilhões, aponta um estudo da BSRIA, uma empresa britânica de pesquisas.

Segundo o documento, os aparelhos do tipo split continuam a dominar o mercado de climatização. No ano passado, foram vendidas cerca de 113 milhões de unidades externas em todo o mundo.

Devido aos recursos mais modernos, os splits oferecem maior capacidade de refrigeração, seus modelos chegam a 60 mil BTU/h com menor ruído ambiente, uma vez que a unidade condensadora é instalada na parte externa dos edifícios; e a tecnologia inverter, que proporciona mais economia no consumo de energia.

No ano passado, a China e os países da região Ásia-Pacífico responderam por 70% das vendas de splits.

“Olhando para os 10 principais mercados de ar condicionado do mundo, não houve muita mudança no topo deste ranking. A China continua a dominar o setor, seguida pelos EUA e, depois, pelo Japão”, diz David Garwood, analista de inteligência de mercado da BSRIA.

Segundo dados da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), os splits estão instalados em 72% das residências e empreendimentos que contam com ar-condicionado no Brasil, embora menos de 20% dos domicílios brasileiros tenham um aparelho do gênero.

De acordo com a entidade, o mercado nacional também voltou a crescer em 2017, após uma queda acumulada de quase 60% em 2015 e 2016.

“Esperamos uma retomada efetiva do segmento apenas a partir do ano que vem. Em 2018, devido às condições econômicas do País, acreditamos que nosso crescimento será de 10% em relação a 2017, valor ainda abaixo das expectativas dos fabricantes e revendedores”, informa o gerente de produtos da Panasonic, Luciano Valio.

Para o gerente de marketing e produtos da Daikin, Nilson Murayama, a retomada iniciada em 2017 mostra, entretanto, que a recuperação do setor não será tão lenta quanto todos esperavam. “O mercado está aguardando novidades para auxiliar no reaquecimento”, avalia.

Segundo ele, as vendas de equipamentos com inversores de frequência têm se consolidado e crescido a cada dia. “As tecnologias mais eficientes são a resposta da indústria para alcançar um crescimento sustentável nas próximas décadas”, ressalta.

 

Eficiência energética, o grande desafio

Em 2050, a quantidade de energia necessária para ligar todos os ares-condicionados instalados no mundo será igual à capacidade atual de geração dos EUA, da União Europeia e do Japão, aponta o estudo da AIE.

Enfim, o consumo de energia para climatizar ambientes deve triplicar nas próximas três décadas. Portanto, a busca por equipamentos mais eficientes tem sido a prioridade da grande maioria dos fabricantes.

O problema é que a eficiência energética entre os modelos de condicionadores de ar varia muito. Os vendidos na Europa e no Japão tendem a ser pelo menos 25% mais eficientes do que os comercializados nos EUA e na China, por exemplo.

Populações cada vez mais urbanas e envelhecidas provavelmente querem mais sistemas de climatização, e se a temperatura global continuar subindo como esperado, isso aumentará o consumo de ar-condicionado, prevê o documento.

Uma vez que áreas consideráveis do planeta devem sofrer aumentos de temperatura além do que o ser humano pode suportar, os sistemas de climatização tendem a tornar o mundo mais tolerável – ou até seguro – para se viver.

“Milhões de pessoas morrem todos os anos por falta de acesso a tecnologias de refrigeração, seja por perdas de alimentos, vacinas estragadas ou impacto do calor severo”, lembra Rachel Kyte, chefe da ONG Energia Sustentável para Todos (SEforALL, em inglês).

Anualmente, as ondas de calor matam cerca de 12 mil pessoas em todo o mundo. Até 2050, as mortes ocasionadas por esse tipo de desastre climático poderão atingir 260 mil pessoas por ano, a menos que os governos – principalmente as cidades – se adaptem a essa ameaça agravada pelo aquecimento global, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Produtividade e conforto térmico também estão inter-relacionados. Até 2050, projeta-se que as perdas de horas de trabalho em alguns países cheguem a 12% nas regiões da África subsaariana e da Ásia mais afetadas pelas mudanças climáticas, revelam dados da Organização das Nações Unidas (ONU).

O grande paradoxo é que as emissões de dióxido de carbono (CO2) provenientes das plantas de produção de energia para manter os condicionadores de ar ligados ajudam a aquecer o planeta, tornando algumas dessas regiões quentes do globo ainda mais cálidas e o clima menos previsível, alerta a EIA.

“Estabelecer padrões mais elevados de eficiência para os sistemas de climatização é uma das medidas mais fáceis que os governos podem tomar para reduzir a necessidade de novas usinas, diminuir as emissões de CO2 e cortar custos ao mesmo tempo”, lembra o diretor executivo da ONG, Fatih Birol.

“É essencial que o desempenho dos sistemas de climatização seja priorizado. Os padrões de eficiência para a maioria desses novos equipamentos são muito menores do que deveriam ser”, acrescenta.

A AIE também alerta que grandes investimentos em novas usinas para atender à demanda de pico de energia durante a noite são necessários, e que a tecnologia solar fotovoltaica não será suficiente para supri-la.

De acordo com cálculos da ONG, padrões obrigatórios de desempenho energético poderiam reduzir pela metade o consumo dos ares-condicionados e economizar até US$ 2,9 trilhões em investimento, combustível e custos operacionais.

ar condicionado com selo procel

 

Novas tecnologias

Devido à necessidade de reduzir a demanda por energia, grande parte das indústrias do segmento tem colocado no mercado equipamentos com níveis cada vez maiores de performance energética.

Recentemente, a Trane lançou no Brasil uma linha de splits hi-wall de 9 mil a 24 mil BTU/h com compressor inverter e taxa de eficiência energética sazonal (SEER, em inglês) 16.

A eficiência sazonal é uma nova forma de medir a verdadeira eficiência energética dos sistemas de climatização ao longo de todo o ano. Esta nova medida proporciona uma indicação mais realista do desempenho energético e do impacto ambiental de um equipamento.

“Também lançamos nossa linha de multi-split inverter SEER 16, que promoverá a flexibilidade nas instalações, aliada à alta eficiência energética deste tipo de sistema”, informa Matheus Lemes, diretor de soluções ductless da subsidiária brasileira.

A linha Econavi – com modelos inverter nas capacidades de 9 mil, 12 mil, 18 mil e 22 mil BTU/h – é o destaque da Panasonic para o segmento de splits.

Segundo o fabricante, o inversor de frequência, em conjunto com a tecnologia Econavi – um sensor de presença inteligente que ajusta automaticamente a temperatura e evita o desperdício durante a ausência de pessoas no ambiente climatizado –, proporciona até 60% de economia de energia em relação aos modelos convencionais.

O Eco Garden Inverter, um dos destaques da Gree na Eletrolar Show deste ano, também pode gerar economia de energia de até 60%, segundo o fabricante.

As máquinas dessa linha possuem ainda as tecnologias blue layer e gold layer, que são utilizadas nas aletas dos aparelhos e aumentam a sua durabilidade contra a corrosão e oxidação, o que facilita o escoamento da água residual e evita a criação de camada de gelo.

Outro diferencial dos aparelhos da linha Eco Garden é que eles possuem quatro filtros em um, cujos agentes químicos são capazes de eliminar bactérias presentes no ar.

Durante sua primeira participação na maior feira de eletroeletrônicos, eletrodomésticos e eletroportáteis da América Latina, a LG apresentou ao mercado seus splits dotados do compressor Dual Inverter.

“Esta tecnologia exclusiva da marca proporciona estabilidade e controle da velocidade mais amplo, o que garante um resfriamento até 40% mais rápido e até 70% de economia de energia”, ressalta o supervisor de produto de companhia no Brasil, Carlos Estevam.

“Nossa nova linha residencial conta com três grandes novidades: o LG Dual Inverter, o LG Dual Inverter Power e o LG Dual Inverter Artcool”, informa o gerente de ar condicionado residencial da empresa no País, Marcel Souza.

Seguindo com o conceito de casa conectada, o modelo LG Dual Inverter Artcool conta com o SmartThinQ, outra tecnologia exclusiva da multinacional. O modelo possui conectividade wi-fi e, por meio de um aplicativo, o usuário pode controlar, a distância, o funcionamento do ar-condicionado.

“É possível controlar o gasto de energia, receber notificações de uso e alertas de limpeza dos filtros do produto, por exemplo”, diz Souza.

Outro destaque no estande da empresa foi o Multi Inverter, sistema que alia design e conforto com economia de espaço, podendo agregar até cinco unidades internas a uma externa.

“Além do controle individualizado de temperatura, as máquinas desta linha podem ser conectadas aos sistemas de automação e controle dos edifícios”, salienta o gerente de vendas da área de ar condicionado comercial da LG, Anderson Bruno, lembrando que elas também contam com a tecnologia Smart ThinQ.

Outra empresa do setor que aposta na conectividade de seus produtos é a Elgin. “Lançamos recentemente o dispositivo wi-fi como um opcional para a unidade split Eco Power. Com ele, é possível fazer toda a programação da unidade a distância, como ligar, desligar, acionar o timer, o air swing etc. É muito fácil para o consumidor final configurar o wi-fi com a unidade instalada. Basta fazer o download do aplicativo no smartphone ou tablet e seguir as orientações em tela”, conta a gerente de produtos da empresa, Andrea Lima.

Recentemente, a Elgin também lançou uma condensadora de piso-teto compacta de 58 mil BTU/h. Com a tecnologia de microcanais, o tamanho do condensador foi reduzido em 35% e o peso está 30% menor, o que facilita sua instalação. Outra vantagem é a redução na quantidade de gás refrigerante no aparelho.

“Em breve, vamos lançar o Multi Split Total Inverter com um sistema de até cinco evaporadoras por unidade externa. O diferencial é que a unidade é totalmente inverter, ou seja, a máquina tem compressor inverter, motores de corrente contínua, válvula de expansão eletrônica e motor de passo para as aletas com corrente continua. Toda essa tecnologia se traduz em mais conforto com menos gasto de energia elétrica”, destaca.

No início deste ano, a Fujitsu introduziu no mercado brasileiro sua condensadora multiflexível compacta para seis ambientes, que dispensa o uso da caixa de distribuição e o tubo separador.

Segundo a empresa, o equipamento, que possui 45 mil BTU/h de capacidade, tem um compressor DC inverter 40% mais econômico que o dos aparelhos de ar condicionado convencionais da marca.

O fabricante informa que este sistema multiflexível ainda possibilita 148 combinações com evaporadoras distintas para atender aos requisitos dos mais diversos tipos de projeto de climatização residencial ou comercial.

Além disso, a máquina é adequada para espaços menores, devido às suas dimensões reduzidas – 99,8 cm de altura x 97 cm de largura x 37 cm de profundidade.

A evacuação do sistema ainda pode ser feita a partir de uma válvula centralizada, o que poupa bastante tempo na hora da instalação, destaca a indústria.

 

Split com R-32 no Brasil

O próximo hi-wall inverter a ser lançado pela Daikin no mercado brasileiro virá com o fluido refrigerante R-32, que possui apenas um terço do potencial de aquecimento global (GWP, em inglês) do R-410A.

O equipamento, que tem 32 mil BTU/h de capacidade nominal, também contará com a classificação A de eficiência energética atestada pelo Selo Procel.

Segundo o fabricante, a máquina possuirá um sensor de presença com a nova tecnologia Intelligent Eye de duas áreas, filtro de titânio, controle remoto completo com iluminação (backlight), entre outras tecnologias.

Mas o maior destaque do aparelho fica por conta mesmo do R-32, fluido cuja pressão de trabalho é similar à do R-410A.

Segundo a Daikin, o R-32 possui capacidade de refrigeração volumétrica superior e densidade inferior às do R-410A, o que resulta em menor massa de fluido refrigerante para um sistema de mesma capacidade, reduzindo ainda mais o impacto ambiental.

Estima-se que, em todo o mundo, já existam mais de 6,5 milhões de splits com R-32, presentes em 28 países da Europa, no Oriente Médio, Ásia e Oceania. “O Brasil, certamente, não ficará de fora dessa tendência mundial”, afirma o gerente de marketing e produtos da empresa no País, Nilson Murayama, lembrando que a substância possui propriedades superiores, sendo a escolha natural para a substituição do R-410A.

“O R-32 tem performance energética excelente em equipamentos de ar condicionado. Além disso, o ferramental requerido é compatível com o do R-410A”, destaca.

Sol é sinônimo de lazer para os hóspedes e economia para o resort

Pensar em um empreendimento de lazer que oferece toda a infraestrutura de um parque aquático, com as facilidades e o conforto de um resort, remete a uma imagem de sol e férias em família. Mas, no caso do Olímpia Park Resort, na cidade de Olímpia, interior de São Paulo, o sol tem uma responsabilidade muito maior. A energia gerada por ele assegura um empreendimento com foco na eficiência energética e economia. A estimativa é de que, por meio de uma área coletora de 544m2, se alcance uma redução no consumo de energia de cerca de 64% ao ano. energia gerada assegura um empreendimento com foco na eficiência energética

O Olímpia Park Resort teve suas obras iniciadas em 2013. A primeira fase foi entregue recentemente e a segunda deve ser finalizada em 2019. O empreendimento, que possui um total de 912 apartamentos, precisava de uma solução de grande porte no quesito eficiência energética. Pensando nisto, a Rio Verde, construtura responsável, entrou em contato com a Solis, empresa especialista em engenharia de aplicação e assistência técnica no ramo de aquecimento solar. Em agosto de 2017, a Solis realizou o projeto de instalação das placas coletoras e equipamentos, sendo dez quadros de comando, todos equipados com controladores da Full Gauge Controls, fabricante brasileira de instrumentos para os setores de aquecimento, refrigeração e climatização. “Este projeto é o maior, em termos de metragem, já realizado pela nossa empresa”, ressalta a projetista responsável, Sally Freddi. O sistema possui uma capacidade total de 54 mil litros de água e é encarregado do aquecimento dos banhos dos hóspedes. Além da redução no consumo energético, é importante ressaltar também a economia de água: “Por meio de um anel de recirculação, com controladores da Full Gauge que garantem que a água dentro da tubulação está sempre quente, é possível garantir também uma redução no consumo, visto que não é preciso ligar o chuveiro e aguardar até o aquecimento”, aponta Sally. 

A parceria entre a Solis e a Full Gauge Controls existe desde 2016, quando a empresa passou a utilizar os produtos da marca em todas suas obras. Em instalações como as que foram feitas no Olímpia Park Resort, são usados os controladores Microsol II E plus e o RT-607E plus, para o acionamento de bombas hidráulicas e resistências elétricas. O Microsol II E plus atua no comando da bomba de circulação de água, impedindo o superaquecimento e o congelamento nas tubulações. Já o RT-607E plus é um controlador de temperatura com programador horário, que permite a configuração de até oito eventos diários. Os dois instrumentos podem ser conectados ao Sitrad, software de monitoramento remoto desenvolvido pela Full Gauge Controls, que permite gerenciar as instalações a distância, apenas utilizando um dispositivo (tablet, celular ou computador) conectado à Internet.