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Ministério do Meio Ambiente divulga estudo de caso sobre retrofit do R-22

O relatório técnico do Terceiro Projeto Demonstrativo de Melhor Contenção de HCFC-22 em Supermercados, criado no âmbito do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), já está disponível para download gratuito.

O relatório traz resultados significativos de ganhos sociais, ambientais e econômicos, obtidos durante estudo de caso realizado no supermercado Angeloni, localizado na cidade de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, por cerca de dois anos.

No estudo são detalhados todos os procedimentos para a troca do antigo sistema de refrigeração comercial da loja, com fluido refrigerante HCFC-22, pelo atual sistema subcrítico de dióxido de carbono (CO₂) em cascata com o HFC-134a.

 “Este estudo é resultado de um trabalho muito complexo, porque a instalação de um sistema de refrigeração que originalmente foi projetado e dimensionado para uma outra loja foi um desafio, mas conseguimos alcançar plenamente o objetivo graças ao apoio dos nossos parceiros: o Grupo Angeloni, a Eletrofrio e a Associação Brasileira de Supermercados (Abras)”, diz Stefanie von Heinemann, consultora e gerente de projetos da GIZ-Proklima no Brasil, responsável pelas ações do Projeto paro o Setor de Serviços do PBH, coordenadas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).

“Nesta empreitada, contamos também com o conhecimento de consultores técnicos com experiência internacional, como por exemplo o próprio autor do relatório, o engenheiro Miquel Pitarch.  Devido a esse esforço conjunto,  os varejistas e suas equipes técnicas têm agora acesso a um estudo inédito no País, que traz informações valiosas e bem embasadas para poderem optar por fluidos refrigerantes alternativos de baixo GWP, como por exemplo os fluidos naturais, na futura troca de seus sistemas de refrigeração”, explica

Os ganhos demonstrados ressaltam a relevância do tema. O Projeto foi criado com objetivo de promover conhecimento técnico aos supermercadistas, tendo em vista que o HCFC-22, fluido refrigerante mais utilizado na refrigeração comercial no Brasil, deve ter seu uso eliminado até 2040, seguindo os cronogramas estabelecidos pelo Protocolo de Montreal  — para 2025 está prevista redução das importações de HCFC em 67,5%.

Cumprindo esse objetivo, o estudo de caso destaca ações para redução dos vazamentos de fluidos refrigerantes para a atmosfera, por meio da aplicação das boas práticas durante a instalação, operação, reparo e manutenção de equipamentos de refrigeração e ar condicionado.

“É um estudo muito importante, que vale a pena ser conferido por outros supermercadistas, que ainda utilizam o R-22. Estimo que mais de 85% dos supermercados brasileiros ainda utilizam R-22, que vai ser eliminado, e, portanto, esses varejistas precisam de alternativas, como a demonstrada no estudo. Os resultados alcançados são muito relevantes”, afirma Rogério Marson Rodrigues, gerente de engenharia da Eletrofrio.

A publicação deste terceiro estudo completa o escopo do Projeto Demonstrativo de Melhor Contenção de HCFC-22 em Supermercado. Destaca-se que nos dois primeiros estudos do Projeto publicados (Yamada Nazaré, em Belém, e Hortifruti do Campo, em São Paulo) foram realizadas intervenções completas (incluindo troca de peças e equipamentos) para redução dos vazamentos de HCFC- 22, sem troca de fluido refrigerante.

Portanto, totalizam três publicações técnicas de estudos de caso, totalmente gratuitas, à disposição dos varejistas brasileiros (empresários e profissionais da área de refrigeração comercial) que procuram estratégias para redução de vazamentos de fluidos refrigerantes e/ou opções para substituição do HCFC-22.

Confira o relatório técnico sobre a mudança de sistemas no Angeloni. Baixe o pdf em: http://www.boaspraticasrefrigeracao.com.br/publicacoes

Danfoss busca neutralidade de CO₂ até 2030

O Grupo Danfoss reduziu consideravelmente sua intensidade energética global nos últimos anos. Atualmente, atividades adicionais são iniciadas para reduzir ainda mais o consumo de energia e fazer a transição para energia renovável da demanda restante em todas as operações da Danfoss. Além disso, a empresa compromete-se a mudar sua frota de carros para se tornar elétrica até 2030. Essas são as iniciativas para se tornar neutra em CO2 em todas as operações globais o mais tardar em 2030. A multinacional atualizará continuamente os planos para permanecer alinhados com a ciência.

Para enfatizar ainda mais seu compromisso em combater o aquecimento global, a Danfoss está participando da campanha do Pacto Global da ONU “Business Ambition for 1.5°C – Our Only Future” e se compromete a estabelecer metas baseadas na ciência. A Danfoss se une ao movimento global de empresas líderes, alinhando seus negócios com o objetivo mais ambicioso do Acordo de Paris, para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.

“O foco em eficiência energética, acoplamento setorial e eletrificação são as principais etapas para um futuro sustentável. Esse é o núcleo do nosso negócio e as soluções que oferecemos aos nossos clientes. A descarbonização de nossos negócios, por exemplo, usando energia excedente do nosso calor de processo na produção e nos datacenters, são etapas naturais. Impulsionar a eletrificação e integrar as energias renováveis é como tomamos as medidas climáticas e atingimos nossas metas. Estamos bem encaminhados e continuaremos avançando para mostrar que o crescimento verde é realmente possível”, diz Kim Fausing, Presidente e CEO do Grupo Danfoss.

A Danfoss está trabalhando em planos detalhados sobre como atingir as metas, incluindo como equilibrar o potencial impacto de CO2, termos comerciais e considerações de footprint de fábrica a longo prazo. A abordagem geral é a “eficiência energética em primeiro lugar”, que também suporta uma alta parcela de fontes renováveis. Menos energia verde necessária significa que são necessários menos investimentos em extensão da rede, armazenamento de energia, capacidades de backup e importações de energia. Por fim, a eletrificação, alimentada por fontes renováveis, é uma ferramenta que permitirá à Danfoss descarbonizar o negócio.

“Sustentabilidade é um bom negócio para nossos clientes, ao planeta e às pessoas. Como empresa líder, provamos que é possível cumprir metas climáticas ambiciosas descarbonizando nosso próprio negócio e fornecendo as soluções necessárias para dissociar o crescimento econômico do consumo de energia, reduzindo a energia necessária em primeiro lugar”, finaliza Kim Fausing.

Setor se reúne na implementação de alternativas para fim do uso de gases prejudiciais à camada de ozônio

Representantes do setor de refrigeração do país inteiro se reuniram nesta quinta-feira (25) para debater sobre a substituição de um dos gases danosos ao meio ambiente. O evento propôs iniciar a capacitação para utilização de CO2 em equipamentos de refrigeração comercial, como alternativa a substâncias que causam danos à camada de ozônio e têm maior potencial de aquecimento global.

Os HCFCs, assim como outros fluidos sintéticos, são gases utilizados extensivamente em diversos setores industriais como o da refrigeração, espumas e solventes. Mas causam um grande dano à camada de ozônio e, por consequência, ao planeta.

“O HCFC é geralmente atrelado a um GWP (Global Warming Potential ou potencial de aquecimento global) elevado. Usando CO2, o impacto ambiental é muito menor. O GWP do CO2 é a referência-base, GWP igual a um. Um dos fluidos mais utilizados hoje no meio de refrigeração, o HFC 134a, tem o GWP de 1430”, disse o palestrante Marcus Vinícius, da Universidade Federal de Uberlândia. Ele ainda alerta dos perigos dos HCFCs: “Já os HCFCs contêm cloro e o cloro reage com o ozônio. Essa reação é uma das causas do problema da camada de ozônio”.

O dióxido de carbono (CO2) se apresenta como uma alternativa com resultados energéticos similares e com um impacto incomparavelmente menor ao meio ambiente.

“O CO2 é um fluido natural e vem contribuir com essa tendência de combater o aquecimento global, sem falar nos efeitos na camada de ozônio. Ele tem uma eficiência energética, com a tecnologia que temos hoje, muito boa e com isso você consegue ter equipamentos compatíveis e com uma eficácia similar aos que são usados atualmente e que prejudicam o meio ambiente”, disse Enio Bandarra, um dos palestrantes do workshop.

O palestrante ainda citou uma vantagem de se trabalhar com elementos naturais em detrimento de outros fluidos sintéticos: “Por ser natural, por exemplo, se acontece um vazamento, ele é naturalmente absorvido pela natureza. É um fluido muito barato e também muito disponível na natureza”.

Desafios

Se os benefícios da utilização do CO2 são iminentes, os desafios para que essa tecnologia alcance todo o mercado que pode atingir também estão claros. Entre os expositores do workshop, Sidney Mourão, representante da Dorin (empresa de compressores), reconheceu os empecilhos, mas salientou a necessidade da mudança de mentalidade.

“É um fluido novo, requer alguns cuidados, mas não é um bicho de sete cabeças. Não é uma mudança que acontecerá da noite para o dia, mas se você não fizer eventos como o de hoje, vai demorar ainda mais. É uma quebra de paradigma e você só consegue fazer mostrando novas opções para as pessoas. O ponto é que essa transformação já está acontecendo lá fora. Quando chegar aqui no Brasil, nós estaremos prontos?”

Nesse sentido, o evento cumpriu seu papel. Além das informações técnicas passadas pelos palestrantes, as trocas de experiências entre os profissionais foi intensa do começo ao fim.

O palestrante David Marcucci destacou a importância dessa troca de informações para superar alguns tabus. “Eventos como esse permitem que as empresas tenham contato com novas tecnologias dessa área, saibam mais sobre os quesitos para utilização desses fluídos e até quebrem alguns preconceitos sobre essas novas tecnologias.”

Entre os que participaram como espectadores do encontro, Tomaz Cleto, da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA), destacou a urgência do tema para o país. “O Brasil já está atrasado em relação a outros países no sentido de discutir opções aos HCFCs. Nós, fabricantes, instaladores, empresas de serviço e também os usuários temos que nos preparar para isso.”

Ele também frisou a importância do evento e de se discutir o tema para avanços na área de refrigeração. “Eu acho extremamente oportuno esse tipo de evento. Precisamos de mais eventos e mais pessoas participando para enriquecer essa discussão de novas tecnologias.”

O CO2 já em uso

Empresas expositoras desta quinta feira mostraram diversos aparelhos que já funcionam com a utilização do CO2.

Representante da empresa Eletrofrio, Ivair Soares acredita que mais mudanças no setor estão por vir: “Eu acredito que, num período de cinco a dez anos, nós veremos e viveremos essa revolução de encontro a essa tecnologia. Hoje, olhando pelo viés ambiental, o CO2 em conjunto com o propano é a escolha mais acertada entre os fluidos”.

Sobre o workshop

O evento foi realizado pela Organização das Nações Unidas para Desenvolvimento Industrial (UNIDO), como parte das atividades do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), visando cumprir metas traçadas em 2007 do Protocolo de Montreal.

Esse é o segundo de um ciclo de três workshops que tem por objetivo auxiliar tecnicamente pequenas e média empresas fabricantes de equipamentos de refrigeração comercial na implantação de novas tecnologias. A proposta é ajudá-las a adotar fluídos frigoríficos alternativos ao HCFC-22.

Pretende-se que esse ciclo de reuniões seja a introdução de um processo de construção e aprimoramento do conhecimento sobre fluidos frigoríficos alternativos, com vistas a que sejam utilizados, manuseados e aplicados de forma tecnicamente adequada, segura e responsável.

O próximo workshop, que abordará os fluidos frigoríficos HFOs, acontecerá novamente na cidade de São Paulo, no dia 13 de junho.

Fonte: Nações Unidas

Carrier comemora instalação de 10 mil sistemas com CO₂ na Europa

A área de refrigeração comercial da Carrier está comemorando uma conquista marcante com a entrega de seu 10.000º sistema de refrigeração com CO₂ para clientes na Europa.

A primeira instalação do gênero da empresa foi realizada em 2004 em um supermercado na Suíça. Desde então, os negócios da companhia norte-americana só cresceram por lá.

“Acreditamos que esse refrigerante natural é a solução adequada para os requisitos regulatórios e as expectativas dos clientes quanto a uma tecnologia de refrigeração sustentável e eficiente”, disse Victor Calvo, presidente da divisão de refrigeração comercial da Carrier.

Atualmente, a empresa oferece uma gama completa de sistemas com CO₂ para atender a uma variedade de aplicações de 1 kW a 1.2 MW em todos os climas.

O movimento do fabricante em direção a refrigerantes naturais, que começou com instalações em supermercados, está se expandindo para locais como pistas de patinação no gelo, armazéns frigoríficos e outros empreendimentos.

Carel triplica participação em projetos com CO₂

A Carel, fabricante italiano de componentes. triplicou o número de seus projetos de sistemas de refrigeração com dióxido de carbono (R-744) e inversores de frequência em 2018, informou a multinacional num comunicado à imprensa.

Os sistemas vendidos durante o ano de 2018 economizaram quase três mil MWh de energia, evitando o lançamento de 1,5 mil tonelada de CO₂ no meio ambiente, destacou a Carel no comunicado.

Além disso, a empresa estimou que seus projetos de 2018 reduzem 2,5 mil toneladas de emissões CO₂ em comparação com as soluções com o hidrofluorcarbono (HFC) R-404A de mesma capacidade. Isso representa uma economia total líquida de quatro mil toneladas de CO₂ – o equivalente a nenhum carro circulando pelo centro de Londres por 20 dias.

Os produtos para CO₂ da Carel incluem controladores, válvulas de alta pressão e ejetores moduladores eletrônicos.

“Soluções com refrigerantes naturais representam o presente e não mais o futuro”, disse Matteo Dal Corso, especialista em aplicações para o varejo da Carel.

Latas de bebidas já resfriam sozinhas nos EUA

A empresa californiana The Joseph Company, especializada em tecnologia e alimentação, acaba de lançar um sistema que permite refriar uma lata de cerveja de forma autônoma.

A tecnologia, chamada de “MicroCool”, demorou duas décadas para ser desenvolvida e aperfeiçoada.

Até o momento, as latinhas que se resfriam em um minuto sem usar eletricidade, energia ou gelo, apenas são comercializadas em algumas lojas de Los Angeles, na Califórnia.

Como funciona?

Ao girar o item, a peça libera o dióxido de carbono (CO2) de um depósito interno na lata. É ele que resfria a bebida dentro de 75 a 90 segundos, fazendo com que sua temperatura caia cerca em de 16ºC. O produto fica 150 gramas mais pesado em função do novo sistema.

Fonte: G1

 

Escassez de HFCs ameaça varejistas europeus

Assim que as drásticas reduções na oferta de refrigerantes à base de hidrofluorocarbonos (HFCs) entrarem em vigor na Europa, alguns supermercados vão sofrer grave abalo financeiro, revela recente avaliação divulgada pela Agência de Investigação Ambiental (EIA, em inglês).

Ao anunciar a publicação da sétima edição de seu relatório Chilling Facts sobre a adoção de tecnologias de refrigeração de baixo potencial de aquecimento global (GWP), a organização não governamental adverte que a oferta de HFCs sofrerá corte de 48% em termos reais – ou seja, após correção para efeito da inflação – no próximo ano.

Enquanto a transição para os chamados refrigerantes “naturais” continua, a EIA prevê altas drásticas nos preços e escassez de abastecimento para os varejistas que ainda não adotaram alternativas favoráveis ao meio ambiente.

Para o atual relatório, 22 varejistas enviaram dados de supermercados oriundos de 37 países para o ano de 2015.

Avaliando o preparo para a regulação de gases fluorados com efeito estufa (f-gases) e o progressivo abandono de HFCs, o relatório cita oito varejistas no topo da lista como Green Cooling Leaders (Líderes em Refrigeração Verde, em tradução livre): Albert Heijn, Aldi Süd, Carrefour, Kaufland, Metro Cash & Carry, Migros, Tesco e Waitrose.

Indústria italiana aposta em alternativas naturais para seus compressores

No meio da lista estão Marks and Spencer, Jerónimo Martins, Real, Rewe Germany e Sonae, enquanto Aldi Nord, Delhaize Belgium, Spanish retailer Dia, Auchan Portugal e a irlandesa Musgrave estão abaixo da média.

No caso da alemã Aldi Nord, a EIA critica a falta de investimento em tecnologia livre de HFCs, visto que a empresa possui quase cinco mil lojas espalhadas pela Europa.

A EIA diz que o varejista tem apenas cinco lojas com sistemas em cascata de dióxido de carbono (CO2) na Alemanha e 20 com freezers refrigerados com CO2 na Espanha.

“Varejistas europeus se destacam como líderes globais na adoção da refrigeração comercial sem HFCs, mas, apesar das eficientes e bem estabelecidas alternativas que não utilizam esses gases, os esforços ainda estão aquém do ritmo necessário para atender à redução progressiva estabelecida pela União Europeia”, comentou Clare Perry, a diretora de campanha climática da EIA.

O documento sustenta que, com o objetivo de atender a agenda de redução gradual de HFCs em 2015, deveria haver 9,5 mil sistemas de média temperatura e nove mil de baixa instalados com baixo GWP. A indústria estima que em 2016 havia cerca de 8,7 mil sistemas transcríticos com refrigeração à base de CO2 na Europa.

O relatório insiste que o ritmo em que os varejistas se afastam de HFCs “precisa ser acelerado, a fim de evitar a perturbação associada com os cortes iminentes de oferta e aumento de preços.”

“Além disso, há a preocupação real de que a escassez de HFCs não irá só resultar no descontrole das contas de refrigerantes, mas também fazer com que a atual demanda pesada dos varejistas possa, na verdade, induzir o comércio ilegal deles, fato que testemunhamos quando os hidroclorofluorocarbonos (HCFCs) foram banidos”, acrescentou Clare Perry.

Vazamentos

As taxas de vazamento continuam causando preocupação. Enquanto os gigantes da indústria Albert Heijn, Mega Image, Migros e Waitrose atingem taxas de vazamento de aproximadamente 5% a 7% da carga instalada, a EIA diz que muitos varejistas foram incapazes de fornecer informações sobre elas, apesar do fato de a regulação acerca dos f-gases obrigar a existência dos registros de serviços.

Varejistas que têm consistentemente participado da pesquisa Chilling Fact mostram queda média de 11% nas emissões diretas entre 2013 e 2015. No caso das empresas Jerónimo Martins, Metro Cash & Carry e Waitrose, as emissões diretas tiveram redução superior a 20%.

Sistema de refrigeração transcríticos com R-744 reduzem impacto ambiental do varejo

O documento também afirma que, apesar das medidas de prevenção de vazamentos, quase metade de todo o impacto climático causado por sistemas de refrigeração à base de HFCs é proveniente de vazamentos.

Em 2009, quando o primeiro Chilling Facts foi publicado, as emissões diretas eram frequentemente maiores que as  indiretas. Sete anos depois, a EIA relata que as diretas médias permanecem quase iguais às emissões indiretas.

As recomendações do Chilling Facts VII incluem exigir aos varejistas que implementem a refrigeração livre de HFCs em todas as lojas e substituições de máquinas, inclusive a instalação de portas em todas as unidades de refrigeração e freezers.

O relatório pede ainda aos governos que apoiem financeiramente os pequenos usuários finais para que estes possam abandonar os HFCs, além de dar incentivos para portas em refrigeradores.

Carel fornece tecnologias para uso de CO2 em supermercados

A Carel esteve envolvida diretamente no fornecimento de tecnologias para novos sistemas frigoríficos com dióxido de carbono (R-744) instalados na Finlândia e na Islândia nas últimas semanas, segundo o site britânico Cooling Post.

Na Islândia, a Carel Nordic ajudou a desenvolver o primeiro supermercado do país totalmente com CO2. Entre as soluções da indústria italiana, foram incluídos na instalação os sistemas de controle pRack300T e MPXPro, detectores de vazamento e o supervisório PlantVisorPRO.

Todos esses produtos foram aplicados em três racks de compressores, 11 câmaras frias (duas de baixa temperatura) e 22 expositores frigoríficos de média e baixa temperatura.

Na Finlândia, a subsidiária da Carel atuou na instalação frigorífica do supermercado S-market Tikkula. O trabalho consistiu na substituição do antigo sistema de refrigeração com o hidrofluorcarbono (HFC) R-404A por um novo sistema operando com R-744.

Todos os expositores e câmaras frias foram substituídos ou reconstruídos para usar o fluido refrigerante natural. No total, a instalação possui 19 evaporadores de câmaras frias e 55 evaporadores de balcões e expositores de baixa e média temperatura. Tudo é gerenciado pelo sistema de controle MPXPro.

“Este tem sido um período muito intenso no norte da Europa, pois as novas regras internacionais estão levando à substituição de refrigerantes antigos”, comentou Michael Aarup, gerente de vendas técnicas da Carel Nordic.

Danfoss lança multiejetor de CO2 na Apas Show

A Danfoss está apresentando diversas novidades para o varejo alimentar durante na Apas Show 2017, mostra do setor supermercadista que começou ontem (2/5) e prossegue até sexta-feira (5/5), no Expo Center Norte, em São Paulo.

Um dos principais destaques no estande da companhia dinamarquesa é o Ejector, um multiejetor controlado eletricamente e projetado especificamente para sistemas de CO2 transcríticos aplicados em clima quente.

Segundo o gerente de vendas da área de refrigeração comercial da subsidiária brasileira, Daniel Marcucci (foto), a inovação é a capaz de reduzir o consumo de energia enquanto controla a alta pressão típica das aplicações do gênero.

“A tecnologia também pode aproveitar o calor rejeitado pelos compressores no aquecimento de água. Assim, essa solução promove em torno de 20% de eficiência energética nas regiões de clima tropical”, salienta.

“O Ejector também elimina a necessidade de sistemas em cascata redundantes, tornando as aplicações transcríticas de CO2 mais eficientes do que os sistemas com HFC em qualquer clima”, acrescenta.

Multiejetor Ejector de CO2 Danfoss

Multiejetor torna as aplicações transcríticas de CO2 mais eficientes, informa a Danfoss

Outro lançamento é a unidade condensadora Optyma Trio, indicada para aplicações em minimercados de 250 m² a 1.000 m² e que pode ser utilizada em diversos sistemas de refrigeração, como câmaras frigoríficas, resfriadores de leite, máquinas de sorvete, balcões refrigerados, condicionadores de ar, adegas etc.

De acordo com a Danfoss, o equipamento é dotado de três compressores scrolls MLZ ou LLZ, para aplicação em média e baixa temperatura.

Outra novidade é Optyma Slim Pack, unidade condensadora desenvolvida para atender todas as necessidades em aplicações média e baixa pressão de retorno (MBP e LBP). O equipamento pode ser aplicado em minimercados, supermercados, restaurantes, adegas, resfriamento do leite, câmaras frias e freezers, entre outras instalações.

A multinacional informa que as unidades são fornecidas com compressores recíprocos e scroll altamente confiáveis, trocadores de calor com microcanal e todos os componentes necessários, que são pré-montados, integrados e testados em fábrica.

Além desses lançamentos, a Danfoss apresenta uma vasta gama de tecnologias que melhoram tanto a eficiência operacional quanto energética dos supermercados, como o sistema de gerenciamento AK-SM 880, o controlador MCX, a válvula de expansão eletrônica ETS Colibri e o conversor de frequência VLT, entre outros componentes.

Rack de Compressores com Dióxido de Carbono - CO2

Fabricantes de racks e componentes para refrigeração comercial exibem lançamentos na Apas Show 2017

Indústria aposta em compressores para gases de baixo GWP

A indústria global de compressores segue atualizando suas linhas de equipamentos, a fim de permitir o uso mais irrestrito de fluidos frigoríficos alternativos de baixo potencial de aquecimento global (GWP, em inglês) no mercado de refrigeração e ar condicionado.

Para amenizar os efeitos das mudanças climáticas, cerca de 200 países concordaram, em outubro do ano passado, com uma proposta de emenda ao Protocolo de Montreal visando diminuir gradualmente, até a metade deste século, o uso de hidrofluorcarbonos (HFCs) em sistemas do gênero.

Há tempos, diversos fabricantes têm anunciado a ampliação da oferta de compressores homologados para operar com hidrofluorolefinas (HFOs), hidrocarbonetos (HCs) e dióxido de carbono (CO2), entre outros gases.

“Mas o caminho adiante vai envolver escolhas conflitantes”, analisa Mark McLinden, pesquisador do Instituto Nacional de Padrões Tecnológicos dos EUA (NIST).

“As diretrizes de segurança podem ser revisadas para permitir o uso de refrigerantes levemente inflamáveis. Misturas de dois ou mais fluidos podem gerar um refrigerante não inflamável, mas com alto GWP. O CO2 não é inflamável, mas demanda uma completa remodelação dos equipamentos”, exemplifica.

Indústria desenvolve equipamentos para refrigerantes à base de HCs

Para os grandes players do setor, essa é uma grande oportunidade. “Novos regulamentos exigem um forte investimento para resolver problemas complexos”,  sustenta Carlos Obella, vice-presidente de serviços de engenharia e gestão de produtos comerciais e residenciais da Emerson na América Latina.

Enquanto essa indústria está no meio de uma transição para refrigerantes mais sustentáveis, a verdade é que não existe uma única solução que atenda a todas as aplicações com o mínimo efeito sobre o meio ambiente.

“A melhor avaliação do refrigerante requer uma abordagem holística, envolvendo segurança, impacto ambiental, desempenho do sistema e economia”, diz.

Atualmente, a Emerson possui uma linha completa de compressores com diversas tecnologias, como scroll, pistão e de parafuso, utilizando refrigerantes sintéticos de baixo GWP, como misturas de R-32 e HFO, além de fluidos naturais, como amônia, CO2 e HCs.

Novos rumos

Segundo os fabricantes, o Brasil tem liderado a aplicação de refrigerantes naturais, como o CO2, na América Latina, particularmente nos supermercados. Mais recentemente, o propano (R-290) chegou com força ao mercado de refrigeração comercial leve e, há muitos anos, o isobutano (R-600a) está presente no segmento de refrigeração doméstica.

Dióxido de carbono é uma das tendências no setor

“Em 2016, 50% dos nossos lançamentos foram feitos com oferta de fluidos refrigerantes de baixo GWP”, informa o engenheiro mecânico Homero Cremm Busnello, diretor de marketing da Tecumseh na América Latina.

O R-290 continua sendo a opção preferida da companhia para equipamentos de refrigeração comercial autônomos com capacidade inferior a ½ cavalo de potência (hp).

No entanto, a empresa ressalta que, em função de sua alta inflamabilidade, as limitações de carga e os requisitos de segurança devem ser sempre levados em consideração. Aplicações típicas para o R-290 incluem refrigeradores de bebidas, máquinas de venda automática e freezers comerciais.

“A indústria tem se adaptado aos novos fluidos nos últimos anos e, agora, chegou a vez do mercado de reposição prestar seu tradicional suporte à substituição correta e segura de componentes por outros originais”, salienta.

Para o engenheiro Wilson José de Carvalho, gerente de engenharia de produto de refrigeração da Elgin, os novos desenvolvimentos demandam mão de obra mais qualificada.

“O uso do R-134a e do R-404A já está se difundido no mercado, mas, quanto aos fluidos naturais, tanto os usuários quanto os técnicos de refrigeração terão de se preparar melhor, por causa da periculosidade e de outras características dessas substâncias”, ressalta.

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“Empresas precisam investir em treinamentos dos operadores de novos equipamentos”, diz Silvio Guglielmoni, da Mayekawa

“As empresas precisam investir em treinamentos para os operadores desses novos equipamentos”, concorda o engenheiro Silvio Guglielmoni, gerente comercial da Mayekawa no Brasil.

Segundo o gestor, a indústria japonesa tem desenvolvido soluções de engenharia utilizando refrigerantes naturais para uma extensa faixa de temperaturas em sistemas de aquecimento e resfriamento.

“Chamamos essas soluções de Natural Five, pois englobam cinco refrigerantes desse tipo: amônia (NH3), CO2, água (H2O), HC e ar”, diz.

Tais substâncias são usadas em instalações de aquecimento, secagem, fornecimento de água quente, ar condicionado, resfriamento, refrigeração e congelamento em um range de temperaturas variando de 200 ºC a -100 ºC.

“A aplicação desses fluidos naturais e as soluções de engenharia em eficiência energética visam apoiar o desenvolvimento sustentável, não afetando a camada de ozônio e diminuindo drasticamente o aquecimento global”, reforça.

Nos últimos meses, a Danfoss tem trabalhado forte no desenvolvimento de equipamentos para gases de baixo GWP, incluindo unidades condensadoras. Uma das prioridades da empresa é validar o portfólio atual de compressores para os novos fluidos alternativos.

“Quando falamos de soluções ambientalmente amigáveis, o mercado brasileiro tem sido influenciado externamente, mas o que mais pesa na hora da escolha dessas tecnologias ainda é o custo da energia”, lembra o gerente de contas de compressores comerciais da companhia, Gustavo Asquino.

Mayekawa também aposta nos chamados fluidos naturais

Em busca do substituto ideal para os HFCs

Pesquisadores do Instituto Nacional de Padrões Tecnológicos dos EUA (NIST) finalizaram, em fevereiro, um estudo de vários anos para identificar os “melhores” candidatos entre os fluidos refrigerantes que, no futuro, terão o menor impacto sobre o clima.

Infelizmente, todos os 27 gases que o NIST identificou como os melhores a partir de uma análise de desempenho são, no mínimo, levemente inflamáveis, o que não é permitido pelas diretrizes de segurança dos EUA e de outros países para a maioria das aplicações. E diversas substâncias da lista são altamente inflamáveis, como o R-290.

Em outras palavras, o estudo não encontrou nenhum refrigerante ideal que combinasse baixo GWP  – uma medida da quantidade de calor que um gás retém quando liberado na atmosfera – com outras características desejáveis de performance e segurança, como não ser inflamável e nem tóxico.

“A conclusão é de que não há um substituto fácil e perfeito para os refrigerantes atuais”, diz Mark McLinden, engenheiro químico do NIST. “Durante o estudo, pensávamos que encontraríamos algo mais. Acontece que não há muita coisa. Então, o resultado foi um pouco inesperado, um pouco decepcionante.”

Órgãos reguladores norte-americanos já admitiram a dificuldade de escolher novos refrigerantes. A Agência de Proteção Ambiental (EPA) ainda não estipulou limites específicos de GWP, mas tem, em vez disso, conduzido análises de risco comparativo para cada fluido e finalidade. Os critérios incluem efeitos atmosféricos e os impactos correlatos no meio ambiente e na saúde, riscos ao ecossistema, riscos ao consumidor, inflamabilidade, custo e disponibilidade.

Com o intuito de ajudar a indústria e os formuladores de políticas públicas dos EUA a compreenderem os limites e as escolhas intrincadas que envolvem a redução gradual dos HFCs, o NIST realizou, durante quatro anos, uma pesquisa abrangente para achar os melhores fluidos alternativos com baixo GWP e apenas um componente em sua fórmula.

O estudo do NIST focou em possíveis fluidos substitutos para os sistemas de ar condicionado pequenos, que são comuns em residências e pequenas empresas. Uma mescla de HFCs chamada R-410A é agora o refrigerante mais popular em tais sistemas.

Essas unidades são lacradas, o que significa que elas não devem liberar HFCs na atmosfera. Entretanto, os sistemas podem ter vazamentos, e quando eles recebem manutenção ou são descartados, o refrigerante tem o risco de escapar e não pode ser recuperado e reciclado, disse McLinden.

O estudo fez uma triagem em um banco de dados de mais de 60 milhões de substâncias químicas, estimando as propriedades unicamente com base na estrutura molecular. Isso foi feito com a ajuda de um método computacional desenvolvido anteriormente no NIST.

Visto que todos os refrigerantes atuais são pequenas moléculas, a pesquisa do NIST ficou limitada a moléculas com 18 ou menos átomos e a apenas oito elementos que formam compostos voláteis o suficiente para servirem como refrigerantes. Esta seleção inicial resultou em 184 mil moléculas que seriam melhor analisadas depois.

A triagem por propriedades energéticas que correspondem aos fluidos utilizados em pequenos sistemas de ar condicionado e a um GWP menor que 1.000 (entende-se por convenção que representa os efeitos por um período de 100 anos) rendeu 138 fluidos.

Os pesquisadores, então, simularam o desempenho destes 138 compostos em ares-condicionados. Um parceiro dentro da Universidade Católica dos Estados Unidos, em Washington, ajudou a desenvolver o modelo de simulação e a avaliar os resultados. Seleções adicionais para descartar compostos quimicamente instáveis ou muito tóxicos ou aqueles com baixa eficiência energética culminaram na lista final de 27 fluidos com baixo GWP.

Uma das prioridades da Danfoss é validar o portfólio atual de compressores para novos fluidos alternativos

O R-290, por exemplo, tem um GWP de 3, muito menor que o valor do R-410A, de 1.924. Entre os potenciais refrigerantes com os menores índices de GWP, encontra-se a amônia, geralmente utilizada em grandes sistemas de refrigeração industriais. Contudo, ela tóxica e levemente inflamável.

Além disso, há o dimetil éter, um propelente e potencial combustível que é um pouco menos inflamável do que o R-290. O CO2 possui um GWP de 1 e não é inflamável, porém necessitaria de um tipo diferente de ciclo de refrigeração para operar sob pressões muito altas. Outros compostos de baixo GWP são as HFOs, atual foco de pesquisa da indústria química global, mas elas são ligeiramente inflamáveis.

Embora não haja um limite específico de GWP nos EUA, datas de redução em fases foram estipuladas para os HFCs com maior GWP. (Na União Europeia, refrigerantes com GWP abaixo de 750 são permitidos em sistemas de pequeno porte.)

A lista do NIST pode oferecer novas ideias, porque inclui muitos refrigerantes que ainda não estão na lista da EPA de substitutos aceitáveis. “A indústria de refrigeração vem desenvolvendo ativamente novos fluidos levemente inflamáveis, e os resultados do atual estudo sustentam esse caminho”, afirma McLinden.

“Olhando adiante, as conclusões do estudo do NIST indicam a necessidade de reconhecer e lidar com escolhas conflitantes no planejamento para o futuro”, completa.

Mas como as diretrizes de segurança deveriam ser alteradas para garantir que os compostos inflamáveis sejam usados seguramente? “Misturas de diferentes refrigerantes podem oferecer um equilíbrio entre segurança e baixo impacto climático. Por exemplo, um fluido com baixo GWP, mas inflamável, mesclado com um fluido não inflamável, porém de alto GWP, pode resultar num fluido não inflamável com um valor moderado de GWP”, explica McLinden.