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Limitações estruturais e tecnológicas afetam Centros de Distribuição

Responsáveis por sustentar o fluxo de produtos em todo o país, os CDs enfrentam desafios que vão de estradas em más condições à ausência de tecnologias modernas

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O abastecimento dos Centros de Distribuição (CDs) no Brasil é um dos pontos mais críticos da cadeia logística, especialmente em um país de dimensões continentais e com infraestrutura desigual. Esses espaços são responsáveis por receber, organizar e expedir produtos para varejistas, indústrias e consumidores finais, desempenhando um papel estratégico na fluidez do mercado.

Montar um CD no setor de HVAC-R vai muito além de encontrar um galpão e instalar prateleiras. A decisão envolve um planejamento logístico preciso, que considera desde o volume de vendas até a capilaridade necessária para alcançar pequenas cidades com eficiência e custos controlados. Com o avanço do e-commerce e o crescimento de distribuidores regionais, os CDs se tornaram peças-chave para garantir disponibilidade de produtos e agilidade no atendimento.

A localização é um dos principais fatores estratégicos. Estar próximo de grandes centros consumidores reduz o tempo de entrega, mas também é preciso planejar rotas que atendam cidades menores — onde a demanda é menor, porém constante. Para muitas empresas do setor, o desafio está em equilibrar o custo de transporte com a necessidade de manter prazos competitivos, especialmente em regiões distantes dos polos industriais.

Outro ponto crítico é o investimento em estrutura. Além do aluguel ou construção do espaço, pesam na conta os custos com estoque, equipamentos de movimentação, sistemas de gestão e pessoal qualificado. A organização do CD influencia diretamente a produtividade: quanto mais eficiente o controle de inventário e a expedição, menor o risco de perdas e atrasos.

No entanto, operadores logísticos, fornecedores e clientes têm registrado reclamações frequentes que vão desde as dificuldades de acesso até a carência de equipamentos modernos que assegurem a agilidade da pronta entrega.

Vinilton Souza, líder de serviços e do centro de treinamento na América Latina da Thermo King

Um dos gargalos mais recorrentes está relacionado à infraestrutura rodoviária. A CNT – Confederação Nacional do Transporte de Rodovias, publicou uma pesquisa em 2024 inspecionando mais de 110 mil km de rodovias, revelando que mais de 60% da malha apresenta condições apenas regulares, ruins ou péssimas, o que reflete diretamente nos custos logísticos e na segurança do transporte de cargas. Esse cenário impacta diretamente a logística de abastecimento, já que o transporte rodoviário responde por mais de 60% da movimentação de cargas no país. Bloqueios em estradas, trechos mal conservados, falta de pavimentação e longas distâncias elevam os custos operacionais, atrasam entregas e comprometem o planejamento dos CDs. Em situações de crise, como greves ou interdições, o efeito é ainda mais devastador: pequenos varejistas, por exemplo, relatam dificuldade para receber perecíveis em tempo hábil, gerando perdas financeiras e desabastecimento.

“A questão de infraestrutura em determinadas regiões do Brasil é um desafio. Muitas estradas têm péssima conservação, a qualidade do combustível varia muito de região para região e encontrar empresas com mão de obra qualificada em determinadas regiões para prestar serviços de manutenção e reparo nas nossas unidades é um grande desafio”, revela Vinilton Souza, Líder de Serviços e do Centro de Treinamento na América Latina da Thermo King.

 Disparidade tecnológica

Outro ponto central das reclamações é a falta de modernização em muitos CDs. Enquanto gigantes do varejo e do e-commerce já investem em esteiras automatizadas, sistemas de triagem inteligentes e monitoramento em tempo real, boa parte das operações nacionais ainda depende de processos manuais ou de equipamentos insuficientes. A ausência de esteiras de movimentação, empilhadeiras modernas, docas padronizadas e softwares de gestão integrados resulta em atrasos na separação de pedidos e na expedição. Não raro, mercadorias ficam paradas dias em armazéns, sem previsão clara de saída, causando frustração a clientes e gargalos em toda a cadeia de abastecimento.

A Amazon é referência em eficiência operacional, e parte desse sucesso está na tecnologia aplicada em seus CDs. A empresa utiliza sistemas automatizados para otimizar processos de separação e embalagem de produtos, e as esteiras desempenham papel fundamental. Conhecidas por sua durabilidade e resistência ao desgaste, essas soluções garantem a continuidade das operações, reduzindo paradas e custos com manutenção, fatores críticos em um ambiente logístico de alta demanda.

Marcos Jesus, gerente especialista de modulares e linha de transportadores da Ammeraal Beltech

“Com o avanço acelerado do e-commerce, a flexibilidade também se tornou indispensável. As esteiras modulares e escaláveis permitem que os CDs se adaptem rapidamente às flutuações de demanda, como em períodos de alta sazonalidade, sem comprometer a eficiência do fluxo de materiais. Desenvolvidas com materiais de alta durabilidade e resistência ao desgaste, elas reduzem paradas não programadas e custos com manutenção, assegurando a operação ininterrupta. Além disso, são projetadas para integrar-se facilmente a sistemas automatizados de triagem, picking e embalagem, o que permite maior velocidade e precisão no manuseio de mercadorias, diminuindo o esforço manual e otimizando o tempo de processamento de pedidos. Outro diferencial é o design modular e customizável, que possibilita adaptações rápidas em layouts e linhas de transporte conforme a necessidade do CD, atendendo com flexibilidade as variações de demanda. Em um setor onde cada segundo conta, essas soluções são verdadeiras aliadas na busca por produtividade e competitividade”, informa Marcos Jesus, gerente especialista de modulares e linha de transportadores da Ammeraal Beltech.

Já a Thermo King disponibilizou no Brasil e na América Latina o seu sistema de monitoramento, chamado tracking. “Com o tracking é possível ter todas as informações operativas do equipamento, como pressões e temperaturas, além de poder interagir com o equipamento, como por exemplo, liga ou desliga a unidade ou mudar o ponto de ajuste (set-point). É possível programar alertas que são enviados ao celular e e-mail dos gestores em caso de a temperatura do baú ficar fora da temperatura programada ou quando algum alarme, por exemplo, de baixo nível de combustível seja gerado. Com isso é possível tomar ações rápidas em caso de alguma anomalia, mantendo a qualidade e integridade das cargas em todo o trajeto”, comenta Souza.

A disparidade tecnológica reflete não apenas na agilidade, mas também na competitividade das empresas. CDs sem automação têm dificuldade em acompanhar a crescente demanda do e-commerce e o padrão de consumo cada vez mais exigente, marcado por entregas rápidas e rastreamento em tempo real. Para os operadores, isso se traduz em custos extras com mão de obra, manutenção corretiva e falhas na operação. Para os clientes, significa atrasos, produtos indisponíveis e perda de confiança na marca.

Além da infraestrutura viária precária e da carência de equipamentos, pesa também o fator regional. Enquanto o Sudeste concentra a maior parte dos investimentos em CDs modernos, regiões como o Norte e o Nordeste enfrentam maior dificuldade de acesso, menor capilaridade e menos recursos para modernização. Isso gera desigualdade logística, com prazos mais longos e custos maiores para abastecer determinadas localidades.

Especialistas destacam que a solução passa por três frentes: investimentos contínuos em infraestrutura de transporte, modernização dos centros de distribuição e maior integração entre modais. O incentivo à automação, por meio de esteiras inteligentes e correias industriais de alta performance, é um passo essencial para reduzir gargalos e aumentar a capacidade de pronta entrega. Do lado público, é necessário reforçar os investimentos em rodovias, ferrovias e hidrovias, ampliando a conectividade do país. Já as empresas precisam enxergar o CD como um diferencial estratégico e não apenas como um espaço de armazenamento.

Na distribuição, a escolha entre Correios e operadores logísticos terceirizados também impacta o desempenho. Os Correios oferecem cobertura nacional e tarifas competitivas para volumes menores, ideais para peças e componentes de reposição. Já operadores especializados garantem maior previsibilidade, rastreabilidade e flexibilidade em entregas volumosas ou refrigeradas, requisitos comuns no HVAC-R.

Em um cenário de transformação do consumo e de crescimento acelerado do comércio eletrônico, os desafios logísticos para abastecimento dos Centros de Distribuição no Brasil estão no centro do debate. Superá-los não é apenas uma questão de eficiência operacional, mas também de competitividade econômica e de atendimento às expectativas cada vez mais imediatistas dos consumidores.

SMACNA Brasil anuncia vencedores do Prêmio Destaques 2025

Em sua 31ª edição, a premiação destacou seis obras que refletem as tendências atuais do setor de climatização no Brasil

A SMACNA Brasil realizou em 15 de outubro de 2025 a cerimônia de entrega do Prêmio Destaques do Ano SMACNA Brasil 2025, reunindo profissionais e empresas do setor HVAC-R (Aquecimento, Ventilação, Ar-Condicionado e Refrigeração) em reconhecimento às obras de climatização que marcaram 2024. O evento foi aberto pelo presidente da entidade, Edson Alves, que ressaltou a importância da premiação para a valorização da excelência técnica e da inovação em engenharia de climatização.

O presidente da ABRAVA, Leonardo Cozac, também participou da solenidade e destacou a parceria entre as entidades e o papel do prêmio no fortalecimento do setor.

A Comissão Julgadora foi formada por Antonio Luis de Campos Mariani (POLI USP/SMACNA Brasil), Oswaldo de Siqueira Bueno (SMACNA Brasil/ABRAVA), Rosangela Mitie (Pro Rac Projetos), Liriane Ferreirós (Garneira Engenharia) e Sandra Botrel (Protherm Engenharia). O processo de avaliação contou com o acompanhamento dos fabricantes patrocinadores, garantindo transparência e imparcialidade.

Aos 31 anos de existência, o Prêmio Destaques do Ano SMACNA Brasil acumula 209 instalações reconhecidas em diferentes categorias. A edição de 2025 destacou seis obras, sendo três com sistemas de expansão direta (VRF) e três com sistemas de água gelada, incluindo um retrofit e uma modernização com substituição de selfs por chillers modulares.

Entre os premiados, estão:

  • W Residences, em São Paulo (SP), reconhecida como Obra Destaque do Ano, com Toledo Ferrari (empreendedor), Teknika Projetos e Consultoria (projetista), LG Electronics (fabricante) e Star Center Soluções em Climatização (instaladora);

  • Empresarial Gran Tower Shopping, em Recife (PE), com LMA Empreendimentos, COMERC Eficiência, Midea Carrier e SET – Sociedade de Engenharia Térmica;

  • Unidade Administrativa e de Engenharia da TROX do Brasil, em Curitiba (PR), com TROX do Brasil, ENCOMEL Consultoria e Projetos, OPJ Construções e Empreendimentos e TROX;

  • Arquipéo, em São Paulo (SP), com Brookfield Properties, Rocontec, Teknika Projetos e Consultoria, Outsource, CTE, Efipe, LG Electronics e Best Clima;

  • Aeroporto Internacional de Manaus – Eduardo Gomes, em Manaus (AM), com Vinci Airports, MSA Projetos e Consultoria, Midea Carrier e ARTEMP Engenharia;

  • Roxy Dinner Show, no Rio de Janeiro (RJ), com Roxy Dinner Show, Vetor Consultoria e Projetos de Engenharia, Paulo Bodas, RMS Group e A. Salles Engenharia.

As obras premiadas refletem o panorama atual do mercado de climatização no Brasil. De um lado, a expansão dos sistemas VRF; de outro, a predominância dos edifícios corporativos e empresariais como foco dos investimentos. As seis instalações contempladas mostram a diversidade regional e tecnológica do setor.

De Manaus, o retrofit do Aeroporto Eduardo Gomes, executado pela baiana ARTEMP Engenharia, representa o avanço da climatização no Norte. Do Nordeste, o Empresarial Gran Tower Shopping, conduzido pela pernambucana SET HVAC, optou por uma solução energeticamente eficiente. Em São Paulo, as instaladoras Best Clima e Star Center assinaram duas obras em áreas de transformação urbana — o Arquipéo, na Vila Leopoldina, e o W Residences, na Rua Funchal, antigo polo fabril. No Rio de Janeiro, a A. Salles Engenharia executou o projeto do Roxy Dinner Show, que adaptou o antigo Cine Roxy para um novo espaço de entretenimento. Por fim, em Curitiba, a OPJ Engenharia modernizou os escritórios da TROX do Brasil, instalando tecnologias alinhadas à tradição da empresa alemã.

A SMACNA Brasil também reconheceu as instaladoras associadas Star Center Soluções em Climatização, SET – Sociedade de Engenharia Térmica, OPJ Construções e Empreendimentos, Best Clima, ARTEMP Engenharia e A. Salles Engenharia pela contribuição técnica nas obras premiadas.

Durante a cerimônia, Edson Alves entregou placas de reconhecimento às empresas fornecedoras: Tropical – Indústrias Tosi, WEG, Tork Tecnologia em Sistemas e Aerotérmica, Traydus Climatização Indústria e Comércio, ProjElmec Ventilação Industrial, Sicflux, Multivac, Duct Air Instalações Especiais, Belimo Brasil, Mercato Automação, Berliner Luft do Brasil, Armacell Brasil, Armstrong Fluid Technology, Midea Carrier, TROX do Brasil LTDA e LG Electronics.

Mulher se apoia em suporte de ar-condicionado para salvar a família em incêndio

Temperatura ultrapassou 800 °C em apartamento de Cascavel; mãe e criança também ficaram feridas

Um incêndio atingiu um apartamento no 13.º andar de um edifício em Cascavel (PR) na quarta-feira (15). Segundo o Corpo de Bombeiros, a temperatura dentro do imóvel chegou a 800 °C, suficiente para fundir metais leves e destruir revestimentos.

Durante o fogo, Juliane Vieira, 28, se apoiou no suporte de um aparelho de ar-condicionado instalado na fachada para tentar salvar a mãe, 51, e o primo, 4. O equipamento funcionou como ponto de apoio temporário enquanto as chamas avançavam pelo interior do apartamento.

Juliane teve queimaduras em cerca de 70% do corpo e está internada em estado grave na UTI. A mãe e a criança também foram intubadas e apresentam queimaduras em diferentes regiões do corpo, conforme informações dos bombeiros.

Dois militares ficaram feridos durante o combate às chamas, mesmo com o uso de roupas de proteção feitas de meta-aramida, material resistente a temperaturas de até 700 °C. O fogo destruiu a sala e a cozinha e deixou o restante do imóvel coberto de fuligem.

As causas do incêndio ainda não foram determinadas pelas autoridades.

AUSTRÁLIA – Inventor do Turbocor lidera desenvolvimento de novo ar-condicionado com menor consumo de energia

Ron Conry, da Conry Tech, trabalha na criação do BullAnt, sistema de HVAC descentralizado que promete reduzir custos e emissões

AUSTRÁLIA – O engenheiro australiano Ron Conry, inventor do compressor sem óleo Turbocor, está à frente de uma nova iniciativa para desenvolver um sistema de ar-condicionado de baixo consumo energético. A Conry Tech, empresa fundada por Conry, obteve recentemente AUD$ 13 milhões (cerca de US$ 8,4 milhões) em investimentos, após receber um aporte adicional de AUD$ 3 milhões (US$ 1,9 milhão) em rodada inicial. Uma nova captação Série A está prevista para 2026.

O capital será usado para a construção do BullAnt, sistema de climatização descrito pela empresa como capaz de reduzir pela metade os custos de energia em edifícios comerciais e eliminar até um bilhão de toneladas de emissões de CO₂. O projeto é liderado por Conry e pelo cofundador e CEO Sam Ringwaldt, que também é responsável pelo desenvolvimento técnico do equipamento.

O BullAnt é uma solução de HVAC descentralizada, projetada para transferir calor entre diferentes áreas de um edifício, evitando o uso intensivo de energia externa. De acordo com documentos de patente, o sistema utiliza micro resfriadores conectados a um circuito primário de água. Esses módulos atuam tanto no aquecimento quanto no resfriamento, controlados por um sistema de regulação térmica que ajusta a temperatura da água circulante.

Desenvolvido integralmente na Austrália, o BullAnt recebeu financiamento liderado pela empresa de investimentos em tecnologia climática Audacy. Segundo Ringwaldt, o projeto foi construído “do zero”, sem componentes prontos, após cinco anos de pesquisa e desenvolvimento.

Com experiência de seis décadas no setor, Conry afirmou que o mercado de ar-condicionado “praticamente não mudou” nesse período. Segundo ele, a busca por metas globais de emissões líquidas zero exige “inovação genuína” para reduzir o impacto ambiental do HVAC.

Conry, que transferiu sua operação Turbocor para a América do Norte em 1999 e participou da implantação de 30 fábricas no mundo, agora pretende fabricar o BullAnt em território australiano.

Eficiência energética ganha novo comitê no setor HVAC-R

Seminário em Brasília, promovido por MME, ABDI e Clasp, discutiu políticas para fortalecer a transição energética e a sustentabilidade na indústria de climatização e refrigeração

O Ministério de Minas e Energia (MME), a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a organização internacional Clasp realizaram, em 14 de outubro, em Brasília, o seminário “Brasil e a COP30: o papel da eficiência energética no setor HVAC-R”. O encontro reuniu representantes do governo, da indústria e especialistas nacionais e internacionais para discutir desafios e oportunidades da eficiência energética no setor de aquecimento, ventilação, ar-condicionado e refrigeração (HVAC-R), com foco na transição energética e na sustentabilidade industrial.

Durante o evento, foi lançado o Comitê de Acompanhamento do Projeto de Eficiência Energética como Instrumento de Política Industrial, grupo que reunirá representantes públicos e privados para propor ações que ampliem a competitividade e a sustentabilidade do setor. O comitê também será responsável pela elaboração de uma carta de compromisso com a eficiência energética, prevista para ser apresentada durante a COP30, em Belém (PA), em novembro.

O diretor do Departamento de Informações, Estudos e Eficiência Energética do MME, Leandro Andrade, afirmou que o setor de HVAC-R representa cerca de 10% do consumo de energia elétrica do segmento residencial e tem potencial significativo de crescimento. Segundo ele, a eficiência energética é a alternativa mais econômica para o consumidor e pode reduzir a necessidade de novos investimentos em geração e transmissão de energia.

A coordenadora-geral de Eficiência Energética do MME, Samira Sana, ressaltou a importância de aprimorar continuamente as regulamentações do setor e destacou a matriz energética sustentável do país como um ativo para a neoindustrialização e a transição energética.

O seminário contou ainda com a participação de Perpétua Almeida, diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI; Júlia Cruz, secretária de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC); e Colin Taylor, diretor executivo da Clasp para a América Latina. A programação incluiu painéis técnicos e debates sobre inovação tecnológica, gargalos produtivos e impactos sociais da climatização sustentável, culminando na assinatura da carta de intenções que institui o novo comitê.

Full Gauge Controls e Climtek lançam nova versão de assistente técnico com IA

Atualização integra vídeos, diagramas e suporte multilíngue aos sites da Full Gauge e ao futuro aplicativo FG Finder

A Full Gauge Controls e a Climtek, divisão da Trimac Inc., anunciaram uma atualização da plataforma de suporte técnico baseada em inteligência artificial voltada à indústria HVAC-R. O sistema, lançado em fase piloto há dois anos, passa a oferecer recursos multimídia e integração direta aos sites da Full Gauge e ao novo aplicativo FG Finder, que será disponibilizado em breve.

O assistente utiliza IA para atender técnicos, engenheiros, parceiros de canal e usuários finais, oferecendo suporte conversacional em diversos idiomas, entre eles português, inglês e espanhol. A nova versão inclui tutoriais em vídeo, diagramas elétricos e guias de configuração visual, além de acesso por meio de dispositivos móveis e computadores.

Segundo Antonio Gobbi, fundador e diretor da Full Gauge Controls, a atualização reforça o compromisso da empresa em facilitar o trabalho de instaladores e engenheiros, com orientações acessíveis tanto no site quanto no aplicativo.

De acordo com Rakesh Saxena, fundador e diretor da Trimac Inc., a evolução do assistente transforma a ferramenta em um recurso de campo voltado à precisão e à agilidade, incorporando aprendizado contínuo e feedback de usuários para aprimoramento constante.

O painel de análises da nova versão permite acompanhar tendências, intenções de uso e modelos de produto, fornecendo dados que apoiam o desenvolvimento e a melhoria de serviços. Disponível globalmente, a atualização busca unir experiência técnica e automação inteligente no atendimento a profissionais do setor.

Espectadora interrompe peça de Wagner Moura em Salvador por causa do frio

A apresentação ocorreu no Trapiche Barnabé, onde o público relatou incômodo após desligamento do ar-condicionado

Uma espectadora interrompeu, na quinta-feira (9), a sessão da peça Um Julgamento — depois do Inimigo do Povo, estrelada por Wagner Moura, em Salvador, para reclamar do frio no Trapiche Barnabé, no bairro do Comércio.

De acordo com relatos de pessoas que estavam na plateia, após o comentário, o ator interrompeu o espetáculo e pediu que a produção desligasse a climatização do espaço. Segundo publicações feitas em redes sociais, o episódio ocorreu durante um momento de fala do personagem interpretado por Moura.

Após o desligamento dos aparelhos de ar-condicionado, outros espectadores relataram desconforto térmico. “Desligaram os dois únicos ar-condicionados da plateia por causa dessa querida, foi todo mundo depois tirando o casaco e se abanando”, escreveu uma pessoa em uma publicação no Instagram.

A mulher também foi criticada por supostamente utilizar o celular durante a apresentação, prática proibida pela produção. Segundo um dos relatos, um funcionário usou um laser para alertá-la até que o aparelho fosse guardado.

O espetáculo Um Julgamento — depois do Inimigo do Povo está em cartaz até 12 de outubro, com ingressos esgotados. A peça tem direção de Christiane Jatahy e roteiro de Lucas Paraizo, e conta com Wagner Moura, Danilo Grangheia, Júlia Bernart, Fernanda Paquelet e Marcelo Flores no elenco. A trama acompanha o personagem Thomas Stockmann, que enfrenta um julgamento público após denunciar a contaminação das águas de um balneário.

Armacell apoia 5ª edição do Festival de Circo de Florianópolis

Empresa leva crianças do Sertão do Maruim ao evento e reforça vínculo com a cultura local

A Armacell apoia a 5ª edição do Festival de Circo de Florianópolis, que será realizada entre os dias 24 e 26 de outubro, na capital catarinense. A ação integra o conjunto de iniciativas culturais da empresa no Brasil.

Como parte das atividades sociais do festival, a Armacell levará 40 crianças do Sertão do Maruim, em São José (SC), para assistir a dois espetáculos no dia 24. No sábado (25), colaboradores da companhia também participarão do evento, assistindo à apresentação “Le Falta Algo, Ernesto”, da artista Marília Storck (SC), em uma vivência voltada à aproximação entre público e artistas.

Segundo Flaviana Camargo Mazzetto, gerente de Recursos Humanos da Armacell, a iniciativa busca incentivar o acesso à cultura e estimular a cidadania. O apoio ao Festival de Circo de Florianópolis soma-se a outros projetos realizados pela empresa por meio da Lei de Incentivo à Cultura, como o espetáculo “Mestres do Tempo” (2023) e o Festival EcoMúsica – 30 anos de Tom Jobim (2024).

O festival reunirá 18 companhias e artistas do Brasil e do Uruguai, com apresentações gratuitas no Floripa Shopping e atividades formativas na Escola Circular, no bairro Estreito. O evento é coordenado pela Marte Cultural e conta com patrocínio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, Prefeitura Municipal de Florianópolis, Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes.

Vereador desliga ar-condicionado da Câmara em protesto contra veto a projeto escolar

Guilherme Bianco (PCdoB) criticou a base do prefeito Luis Lapena após a rejeição de proposta que previa climatização e isolamento térmico nas escolas de Araraquara (SP).

Em 10 de outubro, um vídeo em que o vereador Guilherme Bianco (PCdoB), de Araraquara (SP), desliga os aparelhos de ar-condicionado da Câmara Municipal em protesto após a rejeição de um projeto de sua autoria circulou nas redes sociais e ultrapassou 1,5 milhão de visualizações na plataforma X, antigo Twitter.

A ação ocorreu após a base governista do prefeito Luis Lapena, identificado como bolsonarista, votar contra a instalação de equipamentos de climatização nas escolas da rede pública municipal. O projeto, que instituía o Programa de Enfrentamento à Crise Climática nas Escolas, recebeu nove votos favoráveis e oito contrários, sendo rejeitado pela maioria.

Segundo Bianco, o ato de desligar o ar-condicionado da Câmara teve o objetivo de demonstrar o impacto do calor extremo nas condições de trabalho e estudo. “Desliguei o ar condicionado aqui, para ver se o líder do governo acha razoável trabalhar sem ar condicionado, num calor de 40 graus. Eu não acho que é razoável”, declarou o parlamentar.

O município enfrenta ondas de calor com temperaturas que ultrapassam 40 °C, e há relatos de alunos e profissionais da educação passando mal em salas sem ventilação adequada. O projeto de Bianco previa a revisão da estrutura de climatização e isolamento térmico das escolas públicas municipais, a adequação das estruturas físicas e arquitetônicas, além da ampliação da arborização e redistribuição de alunos por sala de aula.

Durante a sessão, o vereador afirmou que a base governista “não entendeu o papel do Legislativo” e defendeu a proposta como uma medida para proteger estudantes e profissionais da educação. “Nossa luta não acaba aqui. Amanhã o projeto estará protocolado de novo e vocês vão ter que ficar votando contrário até a gente cansar”, disse Bianco no vídeo que motivou a repercussão online.

Veja vídeo https://x.com/GugaNoblat/status/1977074934762598788

CHINA – Resfriamento no fundo do mar ganha espaço entre data centers

Estrutura submersa próxima a Xangai promete reduzir em até 90% o consumo de energia para resfriamento de servidores.

CHINA – A empresa chinesa Highlander iniciou neste mês os testes de um sistema de resfriamento de data centers no fundo do mar, em uma estrutura localizada no oceano próximo à cidade de Xangai, na China. A proposta busca reduzir o alto consumo de energia necessário para manter os servidores refrigerados.

Segundo a empresa, o novo método pode economizar até 90% da energia usada em sistemas convencionais. A água fria das profundezas é utilizada como meio natural de dissipação do calor gerado pelos equipamentos. A estrutura subaquática é conectada a uma base na superfície, com um elevador para deslocamento entre os dois níveis.

Os servidores são colocados em cápsulas de aço, protegidas por placas de vidro para impedir o contato direto com a água salgada e minimizar os efeitos da corrosão. O resfriamento é auxiliado pela temperatura naturalmente mais baixa do ambiente submarino, condição que ajuda a manter a estabilidade térmica dos sistemas.

O projeto envolve energia de fontes renováveis, com 95% da eletricidade proveniente de parques eólicos marinhos, segundo a Highlander. A empresa afirma que os testes realizados indicaram impacto ambiental dentro de limites aceitáveis, embora o calor emitido pelos servidores seja monitorado devido à possibilidade de afetar o ecossistema marinho.

A iniciativa é considerada o primeiro data center subaquático com operação comercial. Entre os primeiros clientes estão a China Telecom, uma das maiores companhias de telecomunicações do país, e uma empresa pública de computação baseada em inteligência artificial.

Projetos semelhantes já haviam sido conduzidos anteriormente. A Microsoft realizou testes na Escócia, e a própria China mantém outra experiência submersa. Contudo, o novo sistema da Highlander representa um avanço rumo à viabilidade comercial desse tipo de estrutura, unindo eficiência energética, redução da pegada de carbono e inovação tecnológica no setor de infraestrutura digital.