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LG apresenta ar-condicionado Dual Inverter AI Air

Modelo usa aprendizado de hábitos para ajustar temperatura, vento e consumo pelo aplicativo ThinQ®

A LG Electronics do Brasil lançou nesta terça-feira (3) o ar-condicionado residencial LG Dual Inverter AI Air. O equipamento combina a tecnologia Dual Inverter com o sistema de Inteligência Artificial 3.5, que identifica padrões de uso e ajusta automaticamente temperatura, direção e velocidade do vento.

Segundo Lucas Nogueira, Gerente de Produto de Ar-Condicionado Residencial da LG Electronics do Brasil, o aparelho utiliza aprendizado de hábitos diários, inclusive de sono, para programar a climatização de maneira autônoma pelo recurso Sleep Timer+. A função registra ajustes frequentes feitos durante a noite e passa a antecipar mudanças de temperatura.

O modelo opera a partir de 19 decibéis e incorpora a função Soft Air, que direciona o fluxo sem jatos frontais. O sistema de filtragem possui quatro etapas: pré-filtro para partículas grandes; filtro antialérgico certificado pela British Allergy Foundation; Auto Clean+ para reduzir umidade interna; e Freeze Cleaning, procedimento que congela o interior da unidade e remove partículas após o degelo.

Aparelho e aplicativo LG ThinQ® permitem o gerenciamento do consumo por meio da função Economia de Energia Pró-Ativa. O Sensor de Janela Aberta identifica perdas térmicas e ajusta a operação para reduzir gasto elétrico. A unidade externa adota serpentina de cobre com tecnologia GoldFin™ e proteção contra picos de até 450 V.

O modelo inclui Wi-Fi integrado e compatibilidade com Amazon Alexa e Google Assistente. A estrutura apresenta dupla saída de ar, com distribuição frontal e inferior.

Falhas na refrigeração de embarcações ampliam perdas e emissões, aponta relatório

Estudo do PNUMA e do IIR detalha desafios técnicos e ambientais na cadeia do frio da pesca mundial

O Cold Chain Technology Brief – Fishing Vessel Applications, publicado em 2025 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pelo International Institute of Refrigeration (IIR), apresenta um panorama técnico sobre sistemas de refrigeração utilizados em frotas pesqueiras e seus impactos ambientais. O documento é assinado por Kristina N. Widell, Eirik S. Svendsen, Souhir Hammami, Monique Baha, com revisão de especialistas como M. S. Dasgupta, Cecilia Gabrielii, Armin Hafner, Bruce Nelson, entre outro.

O relatório indica que a falta de resfriamento imediato após a captura contribui para perdas estimadas entre 30% e 35% da produção mundial, chegando a 50% em pescarias artesanais. Em 2017, o IIR calculou que 19% do pescado destinado ao consumo humano foi perdido por insuficiência da cadeia do frio. A Organização Marítima Internacional (IMO) estima ainda que o setor pesqueiro libera, anualmente, 1.589 toneladas de R-22, o que representa cerca de 2,88 milhões de toneladas de CO₂e, resultado de vazamentos recorrentes nas embarcações.

As tecnologias avaliadas incluem sistemas de água do mar refrigerada (RSW), congeladores de placas, produção de gelo e slurry, além de unidades com CO₂ (R-744) e arranjos híbridos como R-717/R-744. Em frotas norueguesas, sistemas de RSW baseados em amônia alcançam capacidades próximas de 1 MW por unidade. Em regiões tropicais, a eficiência do processo diminui devido às altas temperaturas da água do mar, aumentando a demanda energética para atingir o mesmo nível de resfriamento.

O relatório também apresenta experiências de países como Índia, que desenvolve sistemas de gelo slurry com R-290, e Indonésia, onde uma Avaliação de Ciclo de Vida mostrou menor impacto ambiental no uso de gelo produzido em terra em comparação com máquinas de flocos embarcadas. Nas Maldivas, a eliminação total do R-22 ocorreu apenas em 2023, apoiada pelo Fundo Multilateral do Protocolo de Montreal.

As análises incluem ainda os desafios associados às hidrofluoroolefinas (HFOs), que, apesar de baixo potencial de aquecimento global, originam ácido trifluoroacético (TFA) — uma substância persistente classificada como PFAS. Tendências observadas incluem digitalização de sistemas a bordo, integração energética entre propulsão e refrigeração, armazenamento térmico e uso de combustíveis alternativos.

SMACNA Brasil empossa diretoria para o ciclo 2025-2027

Entidade mantém foco em atuação institucional, formação técnica e aproximação do HVAC-R do cliente final

A SMACNA Brasil oficializou, em 26 de novembro, a diretoria responsável pela gestão 2025-2027. Assumiram José Alberto Poy, presidente; Romulo Pieroni, vice-presidente; Alexandre de Paula Lima, diretor tesoureiro; e Edson Alves, past president.

O jantar de posse, organizado por Selma Lima e Alex Amorim no NB Steak, em São Paulo (SP), reuniu representantes de Sindratar-SP, ABRAVA, Sindratar-RJ e ASHRAE Chapter Brasil, além de associados. Segundo a entidade, o encontro reforçou a integração entre empresas e organizações do HVAC-R.

A SMACNA Brasil destacou que, nos últimos seis anos, sob a liderança de Edson Alves, ampliou sinergias setoriais, aproximou o mercado do usuário final e expandiu o acesso a informações técnicas para contratação de sistemas. Também consolidou iniciativas voltadas ao desempenho energético e ao uso de tecnologias voltadas à sustentabilidade. Alves afirmou que encerra sua gestão com “sentimento de missão cumprida”.

Poy afirmou que a nova diretoria pretende ampliar a atuação institucional e intensificar a relação direta com o cliente final. Segundo ele, o objetivo é evidenciar as diferenças entre empresas associadas e não associadas, destacando padrões de engenharia, segurança, ética e formação contínua. Ele afirmou ainda que a gestão buscará fortalecer a credibilidade das empresas do grupo e demonstrar ao mercado o desempenho técnico que oferecem da contratação ao retrofit.

Durante o evento, Alves recebeu homenagem entregue por João Carlos Correa Silva, representante da gestão anterior.

A entidade informou que seguirá investindo na formação profissional por meio do Programa SMACNA de Educação Continuada em Tratamento de Ar e manterá iniciativas como o “Destaques do Ano SMACNA Brasil”, que reconhece obras com aplicação de melhores práticas de engenharia. A diretoria também declarou compromisso em ampliar a representatividade institucional e fortalecer parcerias estratégicas.

Vidros especiais ampliam controle térmico e experiência do cliente

Soluções avançadas em vidros ajudam a reduzir desperdício, preservar alimentos, economizar energia e melhorar a experiência do cliente

 Nos supermercados brasileiros, a transparência dos expositores vai muito além da estética. Hoje, o vidro é um dos principais aliados do controle de temperatura, da preservação de alimentos e da eficiência energética. Portas, vitrines e tampas de freezers utilizam tecnologias específicas para ambientes refrigerados, equilibrando desempenho térmico, segurança e visibilidade dos produtos.

Entre as soluções está o vidro duplo insulado (IGU), formado por duas lâminas separadas por gás inerte. Essa estrutura cria uma barreira que minimiza a troca de calor e evita a condensação. Em redes como Carrefour, Assaí e Pão de Açúcar, o uso de portas com vidros duplos nas seções de frios e laticínios tem reduzido o consumo de energia em até 25%, além de melhorar a conservação e a aparência dos alimentos expostos.

Nos projetos mais modernos, o destaque vai para o vidro a vácuo (VIG), que oferece isolamento térmico até quatro vezes superior ao vidro comum, mantendo as temperaturas internas estáveis mesmo em ambientes de alta umidade, reduzindo o trabalho dos compressores e garantindo condições ideais para a conservação de produtos congelados e sensíveis ao calor. Lojas conceito como as do Super Nosso (MG) e do Hirota Food Express (SP) já adotam expositores com VIG, que dispensam o uso de resistências elétricas antiembaçamento.

Outro tipo amplamente utilizado é o vidro de baixa emissividade (Low-E), que recebe uma camada metálica microscópica capaz de refletir o calor infravermelho. Essa barreira impede a entrada do calor externo e retém o frio interno, tornando-o ideal para portas de freezers verticais, câmaras e adegas climatizadas. Além de promover economia de energia, o Low-E ajuda a manter a temperatura constante, promovendo maior segurança alimentar e reduzindo o desperdício de perecíveis.

Fabricantes como Guardian Glass, AGC, Saint-Gobain, Pilkington e Cebrace oferecem linhas específicas de vidros para refrigeração comercial. “A Cebrace, por exemplo, desenvolve soluções de vidro Low-E, como o Themo Vision, fabricado no Brasil, que aliam alto desempenho térmico, ampliando o conforto e a eficiência em ambientes climatizados e refrigerados. A empresa tem investido em tecnologias de revestimento que melhoram a durabilidade e o desempenho óptico dos painéis utilizados em sistemas de refrigeração e fachadas comerciais. O produto ser adquirido na versão jumbo (3,21 m x 6 m), permitindo maior aproveitamento da chapa no processamento e no corte, trazendo ainda mais economia ao processo para as indústrias de refrigeração comercial e de linha branca”, explica Luiz Carlos Gonçalves Junior, diretor de Marketing da Cebrace e Comercial da Saint-Gobain.

No Brasil, empresas como Eletrofrio e Metalfrio já integram esses materiais em suas soluções, combinando vidros Low-E e insulados com perfis de alumínio de baixa condutividade e sistemas de vedação avançados. Essa integração é parte fundamental das metas de sustentabilidade do varejo alimentar, que busca reduzir o consumo elétrico e as perdas por deterioração de alimentos.

“Na Eletrofrio, priorizamos o uso de vidros de alta performance em todos os expositores, especialmente os Low-E e insulados com camadas antiembaçantes. Essa combinação proporciona maior eficiência energética e visibilidade dos produtos, além de garantir a estabilidade térmica e a segurança alimentar. Os resultados têm sido expressivos: nossos clientes observam economia de energia e melhor experiência de compra para o consumidor final”, explica Rogério Marson Rodrigues, da Eletrofrio Refrigeração.

Em freezers horizontais, o vidro temperado com camada antiembaçante é preferido por sua resistência mecânica e segurança

Conservação e a aparência

Uma das inovações mais relevantes no setor é a tecnologia antiembaçamento, essencial em ambientes com alta umidade e portas frequentemente abertas. A condensação sobre o vidro, além de comprometer a visibilidade dos produtos, pode alterar a eficiência do sistema e causar desperdício energético. Para contornar esse problema, as portas de refrigeradores comerciais e vitrines contam hoje com diferentes tipos de vidros desembaçantes. O método mais utilizado é o aquecimento perimetral, no qual uma resistência elétrica de baixa potência é instalada na borda do vidro ou na moldura da porta. O leve aquecimento evita a formação de gotículas de água, mantendo a superfície sempre transparente. Essa solução é amplamente adotada em expositores de supermercados como Muffato e Pão de Açúcar, que valorizam a visibilidade dos produtos congelados e reduzem o tempo de manutenção.

Uma alternativa são os revestimentos anti-fog (ou antiembaçamento), aplicados sobre a superfície interna do vidro. Essa película condutiva ou hidrofílica distribui uniformemente a umidade, impedindo o embaçamento mesmo em temperaturas muito baixas.

Adegas climatizadas utilizam vidro Low-E com proteção UV para manter o equilíbrio térmico e evitar o envelhecimento precoce dos vinhos

O vidro Low-E também pode atuar como desembaçante quando combinado a resistências marginais. Essa combinação é uma das mais eficientes do mercado, pois reflete o calor externo enquanto mantém a superfície livre de condensação — garantindo máxima visibilidade e conforto térmico para o consumidor.

Em freezers horizontais, o vidro temperado com camada antiembaçante é preferido por sua resistência mecânica e segurança. Já em locais de alto tráfego, como padarias e lojas de conveniência, o vidro laminado com película interna protege contra impactos e mantém a estrutura coesa em caso de quebra, além de poder receber tratamento anti-fog.

As adegas e empórios gourmet também se beneficiam dessas tecnologias. No Empório Santa Maria (SP), por exemplo, portas de vidro Low-E com proteção UV mantêm o equilíbrio térmico e evitam o envelhecimento precoce dos vinhos. Além da conservação, a estética e a clareza visual valorizam o ambiente e os produtos expostos.

“Mais do que garantir eficiência energética, os vidros tecnológicos são fundamentais para a segurança dos alimentos. Ao evitar oscilações térmicas e eliminar a formação de condensação, eles mantêm carnes, frios, laticínios e congelados dentro da faixa segura de refrigeração. Isso reduz o risco de contaminações, amplia o prazo de validade e evita perdas por descarte. Estudos do setor indicam que o controle adequado de temperatura pode reduzir em até 10% o desperdício de perecíveis no varejo”, comenta Gonçalves.

Com ambientes mais confortáveis, exposição aprimorada e economia comprovada, os vidros inteligentes consolidam-se como peças-chave na refrigeração moderna. Em um cenário em que eficiência energética, segurança alimentar e sustentabilidade são prioridades, eles representam o elo que conecta tecnologia, economia e qualidade, mantendo o frio e o alimento protegido.

Grupo Midea inaugura fábrica de motores no Sul de Minas

Unidade da Welling Motor em Santa Rita do Sapucaí recebe investimento de R$ 70 milhões e prevê 150 empregos até 2026

O Grupo Midea inaugurou, nesta quinta-feira (27/11), a primeira fábrica de motores de ar-condicionado de Minas Gerais, em Santa Rita do Sapucaí. A planta, operada pela Welling Motor, subsidiária da Midea, recebeu investimento de R$ 70 milhões.

A unidade emprega 85 trabalhadores e tem previsão de alcançar 150 empregos diretos até 2026. O prefeito de Santa Rita do Sapucaí, Leandro Mendes, afirmou ao Terra do Mandu que a empresa deve investir mais R$ 150 milhões na operação no próximo ano.

A fábrica produz motores DC para unidades externas de ar-condicionado, com processos de injeção, estamparia, montagem e embalagem. Instalada na BR-459, segue padrões globais de eficiência energética e automação.

A Welling Motor é uma das principais fabricantes de motores elétricos do mundo. A instalação da planta contou com apoio da Invest Minas, responsável por identificar o imóvel, negociar com a prefeitura e a Cemig, dar suporte no licenciamento ambiental, orientar sobre incentivos tributários, auxiliar no Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) e mapear fornecedores locais.

O Grupo Midea informou que os investimentos fazem parte dos compromissos anunciados durante a Missão China realizada em junho. Na ocasião, a empresa apresentou aporte de R$ 198 milhões, com estimativa de gerar 830 empregos diretos no Sul de Minas.

O Centro de Distribuição da Midea Carrier, em Extrema, tem 25 mil metros quadrados e previsão de entrar em operação em 2025. Em Pouso Alegre, onde já funciona a indústria de linha branca da Midea, está prevista a implantação de uma fábrica de embalagens no primeiro quadrimestre de 2026. A empresa também planeja inaugurar uma fábrica de refrigeradores no município em 2028.

Alameda Glete e o comércio de rua diante do desafio digital

Comércio de peças e acessórios de climatização e refrigeração da Glete se reinventa, alia experiência física à digital e transforma o balcão em centro técnico de soluções, treinamentos e networking

 Na tradicional Alameda Glete, no bairro de Campos Elíseos, em São Paulo, o entra e sai de profissionais de refrigeração e climatização ainda marcam o ritmo de uma das ruas mais emblemáticas do setor de HVAC-R no país. Conhecida há décadas como um polo de peças, equipamentos e serviços técnicos, a Glete abriga empresas como Frigelar, Friopeças, Karisfrio, Zeon Refrigeração, Disparcon, Frigga Frio, CairoFrio, DSfrio, BlueAr, Tosi, entre muitas outras, que continuam movimentando o comércio especializado.

Um estudo da empresa de pesquisa de mercado Grand View Research mostra que o mercado de peças e acessórios de HVAC-R no Brasil teve faturamento estimado em US$ 717,2 milhões em 2024, com previsão de crescimento para US$ 956,1 milhões em 2030, o que implica uma CAGR (taxa de crescimento anual composta) de cerca de 4,9% entre 2025 e 2030.  E apesar do crescimento exponencial, a região vem enfrentando o mesmo dilema que atinge o varejo técnico em todo o Brasil: como equilibrar a força do atendimento presencial com a praticidade e o preço competitivo do ambiente online.

É fato que a digitalização das compras e o crescimento do e-commerce remodelaram a forma como os instaladores, empresas de manutenção e consumidores profissionais buscam produtos e suporte técnico, porém, algumas lojas passaram a investir em diferenciais que o comércio digital dificilmente consegue replicar, como o suporte técnico imediato, espaços para treinamentos, coworking, estoque disponível na hora e o relacionamento direto com o cliente.

A Friopeças, por exemplo, criou o “Espaço Café”, desenvolvido em parceria com a Gree, para treinamentos e demonstrações de produtos. O movimento revela uma aposta no físico, mas com foco em experiência, proximidade e capacitação, mais do que apenas em balcão de vendas.

“São Paulo é um dos principais mercados de atuação da Friopeças e merecia este investimento em parceria com a Gree numa das ruas mais tradicionais do setor. Entendemos que a loja física é fundamental para a fidelização dos nossos clientes e parceiros, pois nos permitirá oferecer mais conforto e um mix ainda mais completo”, informa Daniel Prado, presidente e fundador da Friopeças.

Em 2025, a Frigga Refrigeração inaugurou uma nova unidade na rua, reforçando a aposta no ponto físico e no atendimento personalizado. Para os especialistas, a tendência é que o polo se transforme em um centro técnico de relacionamento, com espaços de treinamento, cafés para instaladores, integração com plataformas digitais e suporte especializado. Ou seja, o futuro não é abandonar o físico, mas redefinir seu papel.

Frigga: O valor do contato humano, aliado à disponibilidade imediata, continua sendo o principal diferencial das lojas de rua

“Diferente de um simples ponto de venda, a Frigga Frio traz um conceito inovador para o mercado. Um dos destaques é o espaço de coworking exclusivo para técnicos e instaladores, que visa oferecer um local de apoio e estrutura para que os profissionais possam trabalhar e interagir com colegas. Queremos ir além do fornecimento de produtos. Nosso objetivo é fortalecer a comunidade de profissionais, oferecendo um espaço onde eles possam se desenvolver e encontrar as melhores soluções,” explica Paulo Neulaender, diretor da Frigga Frio. “A loja também dispõe de uma área de treinamentos dedicada, equipada para a realização de workshops e cursos. O objetivo é manter os profissionais atualizados sobre as mais recentes tecnologias e práticas do mercado de refrigeração e climatização”, acrescenta.

Soluções híbridas

Diante desse cenário, o comércio físico tem apostado em soluções híbridas, como o atendimento digital com retirada imediata na loja e a comunicação mais ativa nas redes sociais. Porém, mesmo assim, o comportamento do cliente técnico também mudou. “Hoje, o comprador chega com o celular na mão, comparando preços e conferindo modelos, porém a compra é feita no balcão. Na venda física, o cliente pode tirar dúvidas, testar e não errar no produto”, comenta Waldir Batista Lacerda, atendente da Disparcon, que trabalha há 10 anos na loja.

A visita à loja deixou de ser apenas o momento da compra: tornou-se parte da pesquisa, da busca por informação e da checagem de credibilidade. Os lojistas reconhecem que o fluxo de visitantes já não garante conversão imediata, e que a decisão final muitas vezes é influenciada pelo preço online.

A questão do preço também é apontada como o ponto mais sensível. “Podemos mudar o layout e fazer promoções, mas a venda na loja continua essencial, mesmo quando o cliente compara o preço com o marketplace”, acrescenta Waldir.

Outro fator que pesa é a estrutura física. A operação de uma loja especializada envolve custos fixos altos como aluguel, funcionários, manutenção de estoque técnico, que o e-commerce não tem. Por isso, a eficiência operacional e o valor agregado do serviço passaram a ser determinantes. Se a loja for igual ao site, vai perder. Mas se for mais humana, mais resolutiva e imediata, esse é o caminho.

Mesmo diante dessas transformações, a Glete mantém importância simbólica e comercial. É um ponto de referência para quem precisa de uma peça urgente, uma segunda opinião técnica ou uma solução que depende do olhar do profissional experiente. “Quando preciso de algo para o mesmo dia, prefiro vir aqui. Se erro um modelo, perco o serviço. Aqui posso ver, comparar, testar”, conta João Batista de Souza, instalador que há 15 anos compra no bairro. O valor do contato humano, aliado à disponibilidade imediata, continua sendo o principal diferencial das lojas de rua.

Espaço Café, desenvolvido pela Friopeças em parceria com a Gree, para treinamentos e demonstrações de produtos

Para Neulaender, há muita bagagem a ser dividida na Glete: “No nosso caso, temos uma equipe experiente, motivada e treinada, sem falar naquilo que venho procurando aprender e transmitir ao mercado nesses 40 anos de refrigeração. Idealizamos uma área de coworking aberta a quem estiver na região e queira dar uma parada, tomar um café, conversar com alguém, organizar a agenda, além de nosso auditório para 40 pessoas”.

Ao mesmo tempo, novas áreas, como a Barra Funda, vêm atraindo lojas e distribuidores pela facilidade logística e maior espaço para estacionamentos, algo que na Glete se tornou um desafio. Esses fatores urbanos, combinados com o avanço da digitalização, explicam parte da migração de fluxo e a necessidade de reposicionamento da região.

A loja de rua ainda tem espaço, desde que comunique com clareza o que o cliente realmente ganha ao estar ali: atendimento humano, resposta imediata e confiança. Afinal, enquanto o preço pode ser comparado em um clique, a segurança de escolher certo continua sendo um diferencial que o digital ainda não substitui.

Nidec inaugura linha de produção de compressores FMS em Joinville

Instalação tem capacidade anual de até 5 milhões de unidades e prevê mais de 220 postos de trabalho

A Nidec ACIM inaugurou, na unidade de Joinville, uma nova linha dedicada à produção de compressores Embraco FMS. A instalação integra a plataforma Global Appliance. A cerimônia contou com a presença de Valter Taranzano, CEO e presidente da Nidec Appliance Automotive Division (AAD); Katia Drusian, CEO e presidente da Nidec ACIM; e Alberto Casnati, presidente da Nidec Global Appliance. A vice-prefeita de Joinville, Rejane Gambin, também participou.

Os visitantes acompanharam um percurso pela área produtiva, onde foram apresentados o processo de fabricação do modelo FMS e iniciativas da empresa nas áreas de inovação e sustentabilidade. A nova linha tem capacidade para produzir até 5 milhões de compressores por ano e prevê a criação de mais de 220 empregos diretos. Segundo Katia Drusian, a iniciativa integra a estratégia global da companhia relacionada a inovação e sustentabilidade. Ela afirmou ainda que a planta de Joinville recebeu reconhecimento interno como unidade carbono neutra.

Alberto Casnati destacou que a ampliação da produção do FMS está associada a metas internas vinculadas à eficiência energética e à difusão da tecnologia de velocidade variável.

O evento marcou a consolidação do projeto industrial voltado à fabricação do FMS, modelo direcionado ao setor de refrigeração residencial. A visita apresentou informações técnicas relacionadas ao uso de refrigerantes naturais e aos parâmetros de eficiência definidos pelo INMETRO para 2026, que orientam parte das decisões de produção.

LG promove imersão tecnológica para instaladores brasileiros na Coreia do Sul

Programa da LG reúne 14 profissionais de HVAC em visitas técnicas, seminários e intercâmbio de conhecimento

A LG Electronics realizou no início deste mês a LG Brazil Installer HVAC Academy, programa de capacitação que levou 14 instaladores brasileiros de aquecimento, ventilação e ar-condicionado para uma imersão tecnológica na Coreia do Sul. A iniciativa integra a estratégia global da companhia de promover aprendizado contínuo e fortalecer parcerias no setor.

O grupo participou de atividades técnicas e visitas a instalações que adotam os sistemas residenciais da LG. Os profissionais observaram o funcionamento das tecnologias em operação e discutiram aplicações voltadas à eficiência energética e à confiabilidade.

Graziela Yang, gerente de Produto de Ar-Condicionado Comercial da LG Brasil, acompanhou os participantes e destacou o objetivo de aproximar a rede de parceiros da matriz. Segundo ela, a imersão permitiu troca de conhecimento e discussão sobre tendências que orientarão o desenvolvimento de soluções de HVAC voltadas ao mercado brasileiro.

A programação incluiu um seminário conduzido por especialistas da Hi-M Solutek, subsidiária da LG dedicada a serviços de HVAC. A sessão tratou de métodos de instalação e práticas aplicadas na Coreia do Sul. Os profissionais brasileiros apresentaram estudos de caso, promovendo intercâmbio técnico com engenheiros da empresa.

O encerramento ocorreu no LG Smart Park, em Changwon, complexo industrial que produz equipamentos residenciais e comerciais. O grupo visitou o showroom de HVAC e participou de sessão de perguntas e respostas com a equipe de desenvolvimento de produto da LG.

A iniciativa integra o plano da empresa de ampliar programas de capacitação para consultores e instaladores, com foco no fortalecimento de parcerias de longo prazo e na difusão de soluções consideradas mais inteligentes e eficientes.

CIBSE inicia adendo brasileiro ao TM65 sobre carbono incorporado

Documento terá orientação específica para estimar carbono incorporado em sistemas prediais no Brasil

A CIBSE (Chartered Institution of Building Services Engineers, entidade britânica que reúne profissionais de engenharia de serviços prediais) iniciou a elaboração do adendo brasileiro da norma TM65, em parceria com a ASHRAE (American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers, associação técnica dos Estados Unidos dedicada a aquecimento, refrigeração, ar-condicionado e ventilação) e o Capítulo Brasil da ASHRAE.

O TM65 Brasil terá orientações voltadas a consultores e fabricantes do país sobre estimativas de carbono incorporado em sistemas prediais, considerando práticas, regulamentações e condições locais. A iniciativa segue modelos adotados em outras regiões.

Segundo as entidades, a cooperação entre CIBSE, ASHRAE e o Capítulo Brasil da ASHRAE inclui também ações de divulgação para ampliar o uso do guia no país.

O projeto se soma à parceria anterior que resultou no documento “Carbono incorporado em serviços prediais: Uma metodologia de cálculo para a América do Norte”, que apresentou hipóteses específicas para aplicar a metodologia da CIBSE no Canadá, nos Estados Unidos e no México.

A CIBSE afirma que o desenvolvimento do adendo reforça seu esforço para apoiar profissionais de serviços prediais na construção de edifícios sustentáveis e alinhados às necessidades locais.

O novo olhar feminino que movimenta o HVAC-R pernambucano

Da venda de ar-condicionado ao comando da própria empresa, Julliane Gomes construiu uma trajetória marcada por propósito, coragem e sensibilidade, representando a nova geração feminina no setor

Tudo começou com uma jovem de 21 anos que vendia ar-condicionado em Recife (PE) e sonhava em ir além. Hoje, Julliane Gomes é referência no setor de HVAC-R e exemplo de como propósito e coragem podem mudar destinos. Natural de Escada (PE), ela saia todos os dias antes do sol nascer, enfrentando 75 quilômetros de estrada para chegar ao trabalho e à faculdade em Recife. Sem saber, cada quilômetro percorrido ajudava a construir a trajetória que a transformaria em empresária e empreendedora, inspirando muitas mulheres do setor de climatização em Pernambuco.

Aos 37 anos, ela é a CEO e fundadora da JG Engenharia & Climatização, formada em Administração de Empresas e pós-graduada em Planejamento e Gestão Organizacional pela FCAP-UPE. “Iniciei minha trajetória na área de refrigeração e climatização em 2009 como vendedora em loja de ar-condicionado em Recife. Mesmo com a rotina intensa, me destaquei nas vendas, bati metas e realizei meus sonhos: Conquistar minha independência financeira, morar sozinha em Recife e comprar meu primeiro carro. Logo após, comecei a prestar consultoria para empresas do setor, conciliando o trabalho na Dufrio durante o dia e a consultoria à noite. Adquiri muito conhecimento com planejamento, oração e determinação, e em 12 de julho de 2013, meu maior sonho se realizou, fundei a JG Engenharia & Climatização. Comecei do zero, mas com o coração cheio de propósito. Desde o início, sempre digo que Deus é o meu sócio majoritário e que sem Ele e o total apoio da minha família nada teria acontecido”, comemora.

A vivência nas vendas deu a ela algo que nenhum curso ensina: empatia, humildade e respeito. “Os profissionais que conheci nessa fase foram essenciais. Quando abri minha empresa, muitos me estenderam a mão. Tenho uma relação de amizade e admiração que dura mais de uma década”.

Equilíbrio e propósito

No comando da empresa, Julliane faz questão de unir técnica, gestão e sensibilidade ao mesmo tempo, cultivando sua essência feminina. “Já amanheci o dia em obra, já dirigi 600 km com a equipe para executar serviços e comi marmita junto com todos. Isso me deu total conhecimento operacional. Sempre mantive o bom gosto, o salto, o perfume e o cuidado estético que me representam. E nunca deixei de sentar-se à mesa para discutir gestão e negócios em alto nível. Desde cedo, precisei ser PHD em equilíbrio entre a firmeza e a sensibilidade, entre o comando e o cuidado”.

Atuante no Comitê de Mulheres da ABRAVA e no movimento Elas no AVAC-R, para ela, a presença feminina trouxe novas perspectivas ao setor onde a união é fundamental. “As mulheres têm mostrado competência técnica, visão estratégica e um jeito único de liderar com empatia e inteligência emocional. Diversidade gera resultados reais e sustentáveis e esses espaços fortalecem o papel da mulher no setor. Quando uma mulher cresce, ela abre caminhos para outras também crescerem”.

No momento, ela prepara o livro “Elas no mercado predominantemente masculino”, que reunirá relatos e aprendizados para inspirar outras profissionais.

Fora do trabalho, valoriza o convívio com a família e os momentos de paz, desacelerando da rotina intensa. “Minha família é meu alicerce. O amor do meu sobrinho José Netto é meu combustível para seguir com alegria. Também decidi cuidar da mente, do corpo e da paz. A JG pessoa jurídica já teve o meu máximo, agora é tempo de viver plenamente a Ju pessoa física”, revela.

E para os profissionais do setor, ela deixa uma mensagem de propósito: “Não se compare, se prepare. O sucesso vem com propósito, humildade e fé. Quando Deus é o centro, o impossível se torna rotina”.

Um dos prazeres de Juliane é viajar e conhecer lugares e culturas diferentes