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Profissionais de HVAC-R adotam aplicativos móveis para otimizar tarefas

Os aplicativos móveis estão transformando o setor de HVAC-R, oferecendo aos refrigeristas ferramentas poderosas para aumentar a eficiência, melhorar a qualidade do serviço e impulsionar o sucesso dos negócios.

Em sua maioria, os “apps” utilizados pelos técnicos de refrigeração foram desenvolvidos pelas próprias empresas do mercado de HVAC-R, de olho nas vantagens e benefícios tanto para o próprio desenvolvedor, destacando seu produto ou marca, quanto para o usuário. Disponíveis para as plataformas Android e iOS, os apps podem ser facilmente baixados de forma gratuita ou paga em dispositivos móveis, trazendo melhorias significativas em eficiência do serviço prestado, menor margem de erro, satisfação do cliente, lucratividade, e consequentemente, maior qualidade de mão de obra para a cadeia produtiva do frio.

Dentre os especialistas nesta área, Gabriel Pardo Mestre, professor e especialista em PMOC; e Ricardo Viana, proprietário da Viana Manutenção, apontam os apps que não podem faltar para os profissionais do mercado de HVAC-R.

Facilita Técnico

Desenvolvido para ser uma ferramenta multitarefa no auxílio dos técnicos de refrigeração, o app agiliza na detecção rápida de defeitos em equipamentos de ar condicionado e em outras diversas tarefas. Os módulos de trabalho que fazem parte do aplicativo, são projetados baseado na necessidade do técnico de campo e o acervo técnico está regularmente atualizado.

Smart Tools

O conversor de unidade Smart Tools possui ferramentas que trabalham com centímetros, milímetros e polegadas; transferidores para a mensuração de ângulos, conversão de unidades e nível (de superfície), conversor de área (metros quadrados, km², acres); conversor de temperatura, tempo, velocidade, combustível, pressão, potência, etc., conversor de dados, e medição de distâncias através da câmera do dispositivo.

Cálculos Elétricos

Destinado ao setor elétrico, o app possui inúmeras ferramentas para cálculo de seção, quedas de tensão, corrente, tensão, potência fator de potência, resistência, comprimento máximo do fio, capacidade de carga de condutores, dimensão do canal, dimensionando do disjuntor, penetração de energia admissível do cabo (K²S²), Corrente de operação do equipamento, e avaliação do risco de sobretensões de origem atmosférica.

Ref Tools

O Ref Tools, desenvolvido pela Danfoss, contém ferramentas essenciais que ajuda na conversão de pressões x temperaturas, cálculo carga de fluido em câmaras frigorificas e superaquecimento em condicionadores de ar. A atualização mais recente permite assinar podcasts, habilitar notificações de novos episódios e filtrar podcasts por idioma.

Copeland Mobile

O Copeland Mobile fornece acesso ao banco de dados com informações on-line de produtos Copeland (OPI) para especificações dos compressores Copeland, referência cruzada para produtos de ar condicionado e refrigeração, e opção de onde compra para encontrar o atacadista mais próximo. As ferramentas oferecidas estão disponíveis de acordo com as especificações aplicadas em cada país com informações necessárias para suporte aos clientes e salvaguardar o resultado.

Toolbox

Desenvolvido pela Embraco, o aplicativo facilita as conversões de unidades de medida, traz uma lista de todas as unidades que se deseja converter, com possibilidade de selecionar apenas as unidades de medida que mais usa regularmente, como capacidade de refrigeração, eficiência, comprimento, pressão, energia e rugosidade, bem como entalpia, volume e entropia específicas.

TECTools

Desenvolvido pela Tecumseh, o aplicativo possui ferramentas para ajudar na seleção, manutenção e uso de nossos produtos. Ele contém opções para referência cruzada do produto; localizador de revendedor; seletor de produtos; calculadora de carga da caixa refrigerada e procuração do produto.

FG Finder

O Full Gauge Finder ajuda o técnico em campo, principalmente na hora de configurar ou instalar o controlador. Ele tem acesso aos manuais conforme os modelos e buscas por aplicações, essencial para quem trabalha com câmaras frigoríficas e balcões refrigerados, contendo todos os controladores da Full Gauge e seus manuais.

Samsung Climatiza

Voltado para instaladores de ar-condicionado, o app permite capacitar técnicos através de treinamentos e materiais educativos da Samsung para que se torne um instalador oficial da marca, gerenciar serviços, consultar materiais e suporte para solucionar problemas com acesso a manuais, códigos de erro, calculadora de capacidade e atendimento com especialistas.

SIMs2.0

Desenvolvido pela LG, o aplicativo permite solucionar problemas em equipamentos Inverter, funcionando em conjunto com o acessório LG Sims 2 (vendido separadamente), ajuda na resolução de códigos de erro, leituras de parâmetros e diagnósticos de funcionamento do equipamento.

HVAC Check & Charge

Desenvolvido pela Copeland, este app realiza cálculos da carga de refrigerante R-22 ou R-410A para aplicações em ar-condicionado. O refrigerista pode usar grandezas relacionadas a sub-resfriamento, superaquecimento, fluxo de ar e temperaturas do sistema e cargas ambientais latente e sensível determinando a correta quantidade de carga a ser utilizada no sistema.

Midea Play

O Midea Play é uma plataforma de acesso a treinamentos gravados, ao vivo e com funcionalidades únicas para o dia a dia do profissional refrigerista. O app contém conteúdo, treinamento e manuais técnicos para prestador de serviço da Midea Brasil.

Mobile Technician 

Criado pela Fujitsu, este app é feito para os refrigeristas diagnosticarem problemas em condicionadores de ar da marca. A ferramenta ajuda o profissional a examinar a condição do aparelho, por meio da verificação de código de erro, de resolução de problemas e de sensor. Basta selecionar o tipo de sistema do equipamento e se a unidade é externa ou interna, de teto ou de chão.

P/T Forane 

O aplicativo da Arkema facilita o trabalho dos usuários de fluidos refrigerantes da marca, possibilitando obter os parâmetros indispensáveis sobre pressão, temperatura, superaquecimento e sub-resfriamento, entre outras informações.

Chemours PT Calc 

A ferramenta da Chemours permite diagnósticos e respostas rápidas e confiáveis sobre o sistema pesquisado. As opções de refrigerantes no aplicativo abrangem os principais produtos da empresa, com dados disponíveis para cada refrigerante como composição, propriedades físicas, químicas, ambientais, temperatura, aplicações de uso típico e recomendações de lubrificantes.

Area Duct HVAC 

O aplicativo foi projetado para engenheiros que trabalham no campo do design e instalação de sistemas de ventilação. O app auxilia os profissionais a determinar a área de dutos de ar e peças de acordo com o formato necessário – dutos retos, curvos, redutores (de transição) e bonés – processo especialmente importante na construção civil.

HVAC Duct Calculator

O aplicativo é utilizado para o dimensionamento de dutos de ar e cálculos acerca da queda de pressão, dados úteis para a sistematização de dutos redondos e retangulares. Permite ao usuário selecionar a unidade de parâmetros em qualquer combinação.

Auvo

O Auvo é um sistema desenvolvido para gestão, especialmente para quem precisa gerenciar equipes externas, controlando a entrega das atividades de instalação, manutenção, conserto e limpeza de máquinas e equipamentos. Ele contém ferramentas para erros com os checklists em todas as atividades; acesso ao histórico de manutenção por QR Code; acompanhamento dos prazos de planos e planejamentos de manutenção, como o PCM e PMOC; relatório de visitas completos, digitais, com a assinatura do cliente.

Produttivo

Desenvolvido para empresas que precisam fazer o PMOC em equipamentos de refrigeração, o software ajuda na coleta das informações, armazena os dados e permite apresentar o laudo de forma prática e confiável. Com armazenamento em nuvem, permite incluir fotos da galeria ou tiradas na hora, com marcação de data e horário.

Condensate Pump Finder

Este app ajuda os refrigeristas a optarem pela melhor bomba de acordo com o tipo de instalação, levando em consideração as características de cada marca, os requisitos elétricos, o clima e a capacidade de refrigeração. Inclui soluções para todos os tipos de ar-condicionado, caldeiras e gôndolas refrigeradas.

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Elgin inaugura Centro de Treinamento para instaladores em Mogi das Cruzes

A Elgin vai inaugurar, na próxima segunda-feira (27), um Centro de Treinamento para instaladores de ar-condicionado em Mogi das Cruzes.

Localizado na sede da empresa no município, em Cezar de Souza, o Centro de Treinamento será um espaço para preparar os profissionais e apresentar orientações de boas práticas na instalação dos aparelhos de Ar-Condicionado e Refrigeração da marca.

“Escolhemos Mogi das Cruzes pelas raízes da empresa com a região, que já abriga nosso Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos, além da baixa disponibilidade de cursos nessa localidade. Por isso, queremos investir no município”, disse Anderson Bruno, Diretor Comercial de Ar-condicionado e Eletroportáteis da Elgin.

O local terá capacidade para receber turmas de até 60 instaladores. Os cursos serão modulados, com carga horária de 8 horas por módulo, sendo que os módulos iniciais serão gratuitos.

“O Centro de Treinamento foi desenvolvido para a criação de mais uma via para capacitação dos nossos profissionais instaladores. A Elgin, sempre preocupada com o desenvolvimento de novas tecnologias, desenvolveu este centro como mais uma via de capacitação dos nossos profissionais instaladores, que são tão essenciais para a empresa”, finalizou.

 

Kesia Santos colhe os frutos de seu empenho e dedicação

Kesia Regina de Souza dos Santos adquiriu muita experiência na sua carreira profissional atuando em diversas cidades brasileiras. Nascida em Maringá (PR), aos 15 anos, ainda cursando o segundo grau em contabilidade, ingressou no mercado de trabalho em um escritório em Várzea Grande (MT). Um ano depois, foi contemplada com uma vaga de estágio no BEMAT (Banco do Estado do Mato Grosso).

“Aos 18 anos me mudei para Natal (RN) com meus tios, e logo fui trabalhar em uma agência de câmbio e turismo e aos 19 anos me casei e mudei para Vitória (ES) e logo fui trabalhar com uma representação de um método alemão de cursos relacionados a moda em todo o Brasil. Esse trabalho me proporcionou uma estabilidade financeira muito interessante, onde tive a oportunidade de conhecer culturas diferentes e muita gente de coração bom e ruim, mas alguns bons amigos desse tempo tenho até hoje. Aos 26 anos, eu já tinha minha casa e família, com três filhos pequenos e não conseguia mais ficar viajando e a representação não era mais a mesma. Em 2000, depois de tantas viagens, resolvi fixar residência em Vila Velha (ES) e comecei a fazer faculdade. Ainda cursando, em 2003 iniciei a profissão na área de refrigeração e climatização na autorizada Brastemp de Vitória (ES), atuando por um ano e meio até que veio uma proposta para trabalhar Ar Vix Ar Condicionado, localizada em Cariacica (ES)”, conta Kesia. 

Muito acolhida e incentivada pela empresa, ela permaneceu por cinco anos, se desligando em 2009 por motivos de mudança de cidade. No novo ciclo, já morando no Rio de Janeiro (RJ), teve oportunidade de trabalhar na Ambient Air, lotada no contrato do Tribunal de Justiça, onde durante quase três anos, coordenou uma equipe de manutenção e gestora do contrato por 11 meses. Quatro anos após, em 2013, teve uma rápida passagem na A Salles Engenharia, e em 2017 iniciou sua trajetória de sucesso como sócia da MK Ar Condicionado.

“Creio que deixei sementes de amizades em todas as empresas que passei, e hoje, eu posso falar que aprendi muito e continuo aprendendo. Desde 2017 dirijo a MK Ar Condicionado – M de Marcos, meu marido, que é mecânico de manutenção, e K de Kesia. Trabalhamos juntos, com uma pequena equipe atendendo a todas as demandas de condicionadores de ar, vendas, projetos, manutenção e instalação. Através das sementes de amizades que plantei nas empresas onde trabalhei, hoje estou como suplente da diretoria no Sindratar-RJ e pretendo continuar sendo uma pessoa ajudadora”, revela.

Atualmente, morando em Niterói (RJ), a Administradora em Gestão de Negócios e Engenheira Mecânica, tem forte atuação nas entidades do setor de HVAC-R, promovendo a participação da mulher neste mercado: “É muito importante essa atuação e mostra como a cada dia a luta por igualdade de gênero é importante. Nos últimos anos observamos uma grande mudança! No meu tempo, nos treinamentos era só eu de mulher, e hoje, tenho muito orgulho de ver tantas meninas iniciando nesse segmento que me faz lembrar eu quando tinha 26 anos. O mercado está mais receptivo, e podemos dizer que houve um avanço importante nas contratações, mas em alguns lugares, a diferença salarial ainda existe e reflete a desigualdade de gênero da sociedade, mas estamos no caminho certo. As mulheres estão se preparando mais, estudando mais e o conhecimento é tudo para chegar em uma liderança”.

Boas amizades

Além de suplente da diretoria no Sindratar-RJ, Kesia integra os Grupos Elas no AVAC-R RJ e SP, participando ativamente na ajuda mútua com informações técnicas, conselhos, normas, projetos, e muito mais, o que lhe trouxe inúmeras boas amizades. Em seu canal no Instagram, além de postar novidades e trabalhos, ela se preocupa em motivar seus seguidores, tanto no campo profissional quanto no emocional.

Além de suplente da diretoria do Sindratar-RJ, ela tem forte atuação em grupos femininos, como o Elas no AVAC-R

Aos 50 anos, se permitiu desacelerar e curtir mais a vida em família: “Minha vida em família é simples, hoje não trabalho mais no sol quente, não subo escadas, até mesmo porque não sou mais aquela novinha e engordei também (risos). Hoje, faço mais a parte de visita a clientes, projetos e orçamentos. Tenho muitos amigos do nosso segmento que às vezes marcamos churrascos e as conversas são as nossas experiências e perrengues da profissão. Tenho um hobby que chamo de trabalho nos finais de semana, que é empresariar uma filha que é cantora e está indo muito bem no mercado. As conquistas pessoais são atendidas lentamente, a ainda nem cheguei na metade da lista! Deixo um recado motivador a todos os profissionais: ‘A luta é grande, mas ainda vale a pena continuar e se tornar uma profissional exemplar, pois as dificuldades preparam pessoas comuns para destinos extraordinários’”, conclui Kesia.

Qualificação não só eleva a qualidade dos serviços, mas também promove a segurança

Profissionais de HVAC-R devem estar atentos as tendências e inovações tecnológicas e se prepararem para adquirir as habilidades para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades futuras

À medida que enfrentamos desafios cada vez maiores relacionados ao aquecimento global e à adaptação às       condições climáticas, a importância da formação em HVAC-R nunca foi tão evidente. O calor crescente dos últimos anos aliado as inovações tecnológicas nesta área têm impulsionado uma busca significativa por conhecimentos especializados nesse campo, destacando a necessidade de profissionais qualificados serem capazes de instalar e manter sistemas de climatização e refrigeração eficientes.

Investir na formação em HVAC-R não apenas promove conhecimento, mas também representa maior segurança para técnicos ao manusearem esses sistemas, adequando-se cada vez mais as novas tecnologias e fluidos refrigerantes mais sustentáveis.

“A qualidade da mão de obra especializada desempenha um papel fundamental na eficiência e na segurança dos serviços prestados na área de refrigeração e climatização. Profissionais bem treinados e qualificados são capazes de realizar instalações, manutenções e reparos de forma precisa e eficaz, garantindo o funcionamento adequado dos sistemas de refrigeração. Além disso, sua expertise reduz o risco de falhas ou danos, promovendo um ambiente mais seguro para os usuários e prolongando a vida útil dos equipamentos. Qualificar os profissionais de refrigeração não só eleva a qualidade dos serviços prestados, mas também promove a segurança, a eficiência energética e o cuidado com o meio ambiente, contribuindo para um futuro mais sustentável e confortável para todos”, enfatiza o Prof. Dr. Alexandre F. Santos, diretor do Grupo ETP que engloba a FAPRO (Faculdade Profissional, ETP (Escola Técnica Profissional) e ETP Processos Tecnológicos.

“Profissionais bem treinados e qualificados são capazes de realizar instalações, manutenções e reparos de forma precisa e eficaz” – Alexandre F. Santos

Segundo o professor, com a crescente preocupação com a sustentabilidade, os desafios estão intimamente ligados à capacidade de adaptação aos fluidos refrigerantes naturais e à integração da inteligência artificial, agregando mais valor aos serviços que oferecem. Devido ao notável aumento nas vendas de sistemas Split, é evidente que os profissionais que ingressam nesse mercado estão ansiosos por progresso. No entanto, muitas vezes, eles se aventuram nesse campo sem o devido preparo, o que apresenta um desafio significativo para o mercado de trabalho.

“No Brasil, existem excelentes escolas de refrigeração, tanto presenciais quanto online (EAD). No entanto, é inegável que, devido à necessidade e à demanda do mercado, a principal fonte de conhecimento para a maioria é a participação em treinamentos oferecidos por empresas autorizadas e a experiência prática adquirida no campo. Posteriormente, os treinamentos fornecidos por escolas renomadas de refrigeração contribuem significativamente para a formação profissional. Além disso, é importante destacar o papel das transmissões ao vivo realizadas em diversos grupos do YouTube, Facebook e outras mídias sociais. Apesar dos desafios, o Brasil se destaca como um exemplo de união digital, onde profissionais compartilham conhecimentos e experiências, enriquecendo ainda mais o cenário da refrigeração no país”, diz Santos.

Execução de serviços

Adalberto Neto, diretor e instrutor da RN Cursos Profissionalizantes, acrescenta que o setor se encontra no melhor momento, considerando os pré-requisitos para obter as certificações e que os treinamentos realizados podem contribuir para a qualidade da mão de obra e segurança do profissional.

“Embora o conteúdo teórico seja extremamente necessário, é preciso obter experiência prática para adquirir habilidade e realizar a atividade de forma rápida e com qualidade” – Adalberto Neto

“Estamos no melhor momento para o setor em termos de acesso à informação, seja diretamente com o fabricante através de canais a disposição do profissional, ou mesmo os canais que se encontram disponíveis em plataformas digitais e que podem ajudar bastante o instalador. Então, buscar as informações no lugar certo é a forma mais rápida do profissional estar atualizado. Porém, muitos instaladores não querem investir tempo em qualificação pensando que será prejuízo financeiro ou mesmo não buscam acessar o conteúdo que irá qualificá-lo.  A frase de Larisse Ribeiro ‘A prática leva a perfeição e o erro à excelência’ é verdadeira! Embora o conteúdo teórico seja extremamente necessário, em nossa área é preciso obter experiência prática para adquirir habilidade e realizar a atividade de forma rápida e com qualidade. Em um dos milhares de atendimento em campo nesses últimos 21 anos de experiência, me deparei com um sistema de água gelada que estava reduzindo capacidade de refrigeração e os ambientes não estavam climatizados, como esse sistema é automatizado, existem válvulas de controle que podem apresentar falhas e não aparentar erro no funcionamento. Então, tive que verificar de forma manual através de instrumentos como termômetros e termo anemômetros e então constatei que um atuador da válvula 3 vias apresentava algum tipo de avaria e estava sem controle. Solicitamos a substituição do atuador e foi resolvido”, explica Neto.

Ele diz que a aplicação do conhecimento se faz a todo o momento: “Em nossa área de atuação não teremos chances reais de evolução sem a aplicação do conhecimento. Somos o braço da engenharia, os engenheiros criam e desenvolvem o equipamento e nós teremos que validar o projeto em campo. Então, a aplicação do conhecimento técnico é diária. Quando me deparo com um problema já tenho que debruçar sobre o funcionamento e listar as possíveis causas que levaria aos sintomas apresentados e iniciar testes até chegar no defeito e diagnosticar. Recorro aos manuais técnicos, em seguida procuro os canais de suporte do fabricante. Quando existe tempo para capacitação, faço treinamentos específicos com o fabricante.  Para executar um serviço de excelência, é necessário ter conhecimento sobre o equipamento e ter boas ferramentas. Depois adotar boas práticas na execução se baseando na NBR 16655, NR10, NR35 entre outras que normatizam nossa atividade.  É necessário também ter aptidão para o aprendizado, procurar atualização em novas tecnologias aplicadas em novos equipamentos e saber gerir sua conduta profissional, e por fim, ter uma boa gestão empresarial”, orienta Neto.

Educação continuada

A educação continuada desempenha um papel vital na formação de profissionais completos e verdadeiramente educados. Embora os treinamentos não regulamentados forneçam uma base de conhecimento, é a educação continuada por meio de cursos regulares que permite aos profissionais ampliarem seus horizontes e desenvolverem habilidades além do básico, essencial para capacitar os profissionais não apenas a realizar tarefas técnicas, mas também para compreender aspectos mais amplos do trabalho, como elaboração de relatórios técnicos, laudos, memorandos descritivos, compreensão de data books de obras, elaboração de memorandos de cálculo, além dos fundamentos da metodologia científica.

“Além disso, a formação contínua ajuda os profissionais a expandirem seus conhecimentos além do que é fornecido pelos fabricantes, permitindo que adquiram uma compreensão mais profunda e abrangente da área. Isso é especialmente importante em campos como a refrigeração e a climatização, que estão intimamente ligados a conceitos matemáticos e análise de dados. Ao investir em educação continuada, os profissionais não apenas melhoram suas habilidades técnicas, mas também desenvolvem uma mentalidade mais aberta e crítica, permitindo-lhes transformar dados em informações significativas e, por fim, em conhecimento acionável. Essa abordagem mais ampla e integrada é fundamental para impulsionar a excelência profissional e promover avanços significativos na indústria de refrigeração e climatização”, revela Santos.

Tendências

Tanto a inteligência artificial (IA) quanto a Internet das Coisas (IoT) estão se tornando cada vez mais presentes no cotidiano dos profissionais da área de refrigeração e climatização como ferramentas que visam integrar os produtos às necessidades em tempo real dos clientes.

“Portanto, é fundamental que esses avanços sejam incluídos nos currículos de ensino dos profissionais da área. Isso significa que os programas de formação devem abordar não apenas os conceitos tradicionais de refrigeração e climatização, mas também as aplicações práticas e o uso de tecnologias emergentes, como IA e IoT. Ao integrar essas tecnologias nos currículos de ensino, os profissionais serão capazes de compreender e utilizar de forma eficaz os sistemas de refrigeração e climatização mais avançados disponíveis no mercado. Isso não apenas os preparará para atender às demandas dos clientes, mas também os ajudará a se manterem atualizados em um campo em constante evolução. Em resumo, a incorporação da IA e da IoT no aprendizado dos profissionais é essencial para garantir a excelência e a relevância da indústria de refrigeração e climatização no futuro”, orienta Santos.

Além da qualificação técnica, ele acrescenta que as empresas estão cada vez mais valorizando habilidades comportamentais e éticas nos profissionais de refrigeração. Ter um profissional tecnicamente competente é importante, mas não é suficiente se ele não possuir habilidades como pontualidade, controle emocional, resiliência, independência, atitude positiva, ética e honestidade.

A desinformação

A desinformação entre técnicos em HVAC-R é um problema sério que não apenas compromete a eficiência dos sistemas, mas também representa uma ameaça à segurança pública e ao meio ambiente. Dois exemplos de casos emblemáticos como o trágico incidente do Ninho do Urubu e a morte envolvendo um instalador, destacam as consequências da má educação profissional nesse campo. Em 2019, o incêndio no centro de treinamento do Flamengo, conhecido como Ninho do Urubu, resultou na morte de 10 jovens jogadores e ferimentos em outros três. A tragédia ressalta a importância crítica de técnicos qualificados em HVAC-R, capazes de projetar, instalar e manter sistemas de forma segura e eficiente. Mais recentemente, um instalador de ar condicionado faleceu enquanto realizava uma instalação. Este trágico incidente destaca a importância de medidas rigorosas de segurança e treinamento adequado.

Torna-se urgente investir em programas de treinamento de alta qualidade, padronização de práticas e fiscalização eficaz para garantir a segurança e a sustentabilidade dos sistemas de climatização. Somente assim podemos evitar futuras tragédias e proteger vidas enquanto avançamos em direção a um setor mais seguro e responsável.

Tanto a inteligência artificial quanto a Internet das Coisas estão se tornando cada vez mais presentes no cotidiano dos profissionais da área de refrigeração e climatização

Philco realiza workshop gratuito para instaladores em Cuiabá  

A Philco realizará workshops presenciais do programa “Seja um instalador Philco” para a capacitação e treinamento de instaladores de ares-condicionados nas cidades de Cuiabá (MT), no dia 21/05 (terça-feira), e em Campo Grande (MS), no dia 23/05 (quinta-feira). O treinamento já passou por Brasília (DF) e Goiânia (GO) neste mês e ao longo do ano serão realizados workshops gratuitos por todo o Brasil, com agenda presencial e online.

Durante os treinamentos presenciais, serão abordados os princípios básicos de refrigeração, os processos envolvidos em uma instalação, a ligação elétrica entre unidades, além de outros tópicos relevantes para a área. As capacitações serão realizadas pelo instrutor técnico Antônio Luiz Guesser, que ministra treinamentos pelo Brasil e em outros países do Mercosul. Durante a realização, os participantes vão receber certificados dos treinamentos, kit de boas-vindas e serão realizados sorteios.

Segundo o instrutor responsável pelo programa, essa expansão dos treinamentos que a empresa está levando aos técnicos em refrigeração é de suma importância para os profissionais. “Estamos juntos com os instaladores, trazendo os benefícios dos nossos produtos e auxiliando com a parte da instalação, fazendo com que os procedimentos do próprio fabricante sejam seguidos. No fim, é bom para a empresa, para o instalador e para o cliente”, comentou Guesser.

Conheça os patrocinadores do troféu Oswaldo Moreira

O Troféu Oswaldo Moreira é uma premiação anual concedida pela Revista do Frio, que homenageia personalidades e empresas do setor de HVAC-R (Aquecimento, Ventilação, Ar Condicionado e Refrigeração) que se destacaram no ano por seus esforços em elevar a qualidade dos produtos e serviços oferecidos ao mercado nacional. O troféu foi criado em 1991, inicialmente batizado como Urso Branco, e em 1998, após a morte de Oswaldo Moreira, fundador da publicação, foi renomeado em sua homenagem. A votação para a premiação é feita eletronicamente pelos convidados da festa minutos antes de sua entrega. A premiação é uma grande oportunidade de networking para os profissionais do setor.

 

 

Fusão entre energia solar e sistemas de climatização oferece potencial significativo

A busca por soluções sustentáveis para enfrentar os desafios energéticos e ambientais tem levado a uma convergência cada vez maior entre a energia solar e os sistemas de climatização. Esta fusão não só promete reduzir a pegada de carbono das edificações, mas também aumentar a eficiência energética, trazendo benefícios tanto ambientais quanto econômicos.

Vale destacar que no Brasil, a energia solar foi regulamentada em 2012, por meio de uma Resolução Normativa nº 486 através da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), que dizia que os consumidores das classes residencial, comercial ou industrial conectados ao sistema elétrico brasileiro através desse processo de energia poderiam fazer a sua própria geração de energia. Cinco anos mais tarde, a ANEEL revisou a Resolução 486, instituindo a Resolução nº 687. Em 2022, foi sancionada a Lei 14.300, conhecida como o Novo Marco Legal de Geração Distribuída e que trouxe algumas mudanças para a mini e microgeração de energia solar, uma vez que instalação de projetos de geração solar distribuída cresceu de forma significativa, somando 2 milhões de sistemas solares instalados em 2023, segundo a Agência Brasil. Em fevereiro de 2023, após pouco mais de um ano de debates e discussões entre agentes do setor de energia solar, a Agência Nacional de Energia Elétrica regulamentou a Lei 14.300/2022, trazendo as regras atualizadas sobre sistemas solares, produção de energia e compensação de créditos junto a concessionárias.

Diante deste cenário, o setor de HVAC-R tem observado esse crescimento significativo na adoção de energias renováveis, especialmente a energia solar, impulsionado pela busca por eficiência energética e redução de custos operacionais, apresentando um potencial considerável para a integração da energia solar em sistemas de climatização.

Segundo Vinicius Suppion, especialista técnico-regulatório da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), os benefícios da convergência das duas tecnologias (energia solar e sistemas de climatização) são diversos, como a redução do gasto com energia elétrica, principalmente em períodos em que bandeiras tarifárias encarecem ainda mais o valor do kWh.

“Também podemos citar a possibilidade de utilização do sistema de climatização em sua plena capacidade, sem restrições de tempo ou intensidade de uso. A utilização do sistema fotovoltaico, local ou remoto, é uma forma de garantir que a energia consumida seja realmente produzida por uma fonte limpa e renovável, sem qualquer parcela de geração térmica, que além de poluente, também onera o consumidor de eletricidade pelo seu alto custo de operação. Outro ponto interessante que vale ser ressaltado é que o pico de geração solar ocorre no pico da carga térmica, geralmente às 14 horas, o que contribui para um uso eficiente dos sistemas solares fotovoltaicos em sistemas de climatização”, informa Suppion.

Ele explica que sistema solar fotovoltaico é usualmente integrado à instalação elétrica da residência, comércio ou indústria, sendo os módulos fotovoltaicos instalados no telhado ou em áreas livres de sombreamento. Porém, esta não é a única alternativa, a unidade geradora pode ser instalada em local diferente da unidade consumidora, utilizando-se do sistema de distribuição para a circulação da energia. Neste caso, a energia entregue à concessionária de energia, pela unidade geradora solar, será abatida do consumo da unidade consumidora.

Tecnologias de armazenamento de energia solar podem ser aplicadas tanto na eficiência do sistema de climatização, como na gestão de consumo e qualidade de energia

Vinicius Suppion, especialista técnico-regulatório da ABSOLAR

“O consumidor não precisa ser proprietário de um sistema de geração individual. Ele pode fazer parte de consórcio, cooperativa ou outras formas associativas previstas em Lei que permitam integrar empreendimento de geração de energia solar fotovoltaica, com a disponibilização da energia gerada às unidades consumidoras indicadas pelos integrantes. A instalação para abastecimento de estabelecimentos sem acesso ao sistema elétrico também é possível a partir do uso de baterias. Sabemos que sistemas de climatização costumam estar entre as maiores cargas das unidades consumidoras que os utilizam, se tornando onerosos quanto ao consumo de eletricidade. Esta é, em muitos casos, a principal limitação para que o sistema de climatização possa ser livremente utilizado e para que se atinja o resultado esperado pelo usuário. A energia solar fotovoltaica é uma solução para que se tenha disponibilidade de energia elétrica com custo inferior a consumir eletricidade da rede, trazendo, como vantagem adicional, independência dos constantes aumentos de tarifa de energia elétrica. O sistema solar fotovoltaico irá trabalhar como uma fonte de energia de baixo custo para o sistema de climatização e outras cargas que demandem alto consumo de energia elétrica. Muitas vezes, o que limita um projeto de climatização é o consumo energético. Desta forma, a energia solar permite a utilização de um sistema adequado à necessidade do cliente em termos de ambiente, não visando obter o melhor resultado possível dentro de um limite de gasto de energia. Por exemplo, instalações que se utilizam de sistemas de climatização menos demandantes em termos de energia, como climatizadores evaporativos, ventiladores de baixa pressão ou sistemas de microaspersão, poderiam migrar para sistemas de ar-condicionado, sejam eles de expansão direta ou indireta, o que permitirá uma maior faixa de controle da temperatura e de outras características do ambiente”, explica Suppion.

Bruno Herbert, presidente da ABESCO

Na visão de Bruno Herbert, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (ABESCO), uma das grandes vantagens de utilizar energia solar é a questão do benefício financeiro. “Projetos com energia solar tem um payback de, mais ou menos, quatro anos. Obviamente, uma empresa capacitada vai dimensionar o consumo da unidade, seja ela residencial, comercial ou industrial, e desenvolver um projeto para aquele consumo específico. Tanto para o sistema de climatização como para refrigeração, qualquer uso que se faça da energia elétrica, a geração distribuída permite que você possa gerar sua própria energia num ponto de consumo ou de forma remota, e utilizar o sistema de compensação. É desta forma que está funcionando atualmente a energia solar no Brasil. Em outras palavras, eu posso ter uma propriedade rural e criar a minha fazenda solar compensando os créditos, ou seja, posso gerar 1.000 kWh, que é a unidade de energia, consumir apenas 500 e ficar esses créditos de 500 kWh, que podem ser utilizados em até 60 meses. Para integrar a energia solar e sistema de climatização em edifícios comerciais e residenciais, por exemplo, a limitação muitas vezes é o espaço. Então, esses edifícios precisam ter uma estrutura, além da sua carga leve em consideração a carga de itens como telhado etc. Já existem edifícios com arquitetura pensada para suportar em sua cobertura um projeto de energia solar, levando em consideração a sobrecarga no peso”, explica.

Considerações de projeto

Integração da energia solar e sistemas de climatização requer planejamento, levando em consideração as características específicas do local, as necessidades de energia do edifício e as condições climáticas.

Aurélio Souza, conselheiro da ABGD

De acordo com Aurélio Souza, conselheiro da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), todos os sistemas de climatização podem ser combinados com a energia solar. “Sistemas de climatização são consumidores de energia elétrica, e a energia solar é um produtor de energia elétrica, então não existe distinção. Qualquer tamanho, qualquer porte, obviamente quanto maior o sistema, maior seria a usina solar. Ressalto também que estamos falando de sistema de refrigeração tradicionais. Existe a possibilidade de fazer o frio com calor e nesse caso você poderia usar a energia solar térmica para a produção de calor e usar, por exemplo, chillers de adsorção. Com isso, você produz energia térmica e produção de frio usando, não somente a eletricidade, mas a fração de energia térmica do sol ou a energia do espectro infravermelho, que gera calor. As considerações de projeto são os mesmos requisitos de conexão de um sistema solar com a rede de energia, então são definidos por normas técnicas e regulatórias que foram consolidadas pelas concessionárias de energia, então cada concessionário tem uma especificação, mas basicamente pelos sistemas de climatização serem uma carga elétrica, ao se conectar a energia solar na própria rede do prédio, do comércio ou da indústria, não tem que se mexer em quase nada na rede interna, basicamente é um projeto de conexão à rede da concessionária de energia como definido nas Resoluções 482 e 687 e suas atualizações, e por fim, a Lei 14.300 e cada concessionária tem o seu padrão técnico a ser seguido que pode diferenciar um do outro”.

Souza acrescenta que, a tecnologia de armazenamento de energia solar pode ser aplicada de diversas formas, tanto na eficiência do sistema de climatização, como na gestão de consumo e qualidade de energia. O armazenamento também garante uma melhor qualidade da rede interna de energia e permite o despacho da energia solar. Então, nos horários que a energia solar é mais barata ela é armazenada nas baterias, e no horário em que a energia consumida é mais cara, você pode usar a energia das baterias que foi gerada pelo sol. Isso pode ser aplicado, por exemplo, em sistemas de climatização que operam no horário da ponta, se beneficiando de uma energia mais barata, gerada ao longo do dia e armazenada e consumida quando ela é mais cara.

Painéis solares cada vez mais eficientes, inversores híbridos, geração de energia remota e sistemas de climatização mais eficientes e sustentáveis com o uso de inversores com controle inteligente são itens apontados por Sergio Martins de Oliveira, diretor técnico da ABESCO.

“O sistema de climatização, estando instalado na rede de distribuição elétrica do cliente, poderá se utilizar da energia solar gerada. Utilizando-se das proteções, monitoramento e supervisão adequada, todo kWh necessário poderá ser suprido pela geração solar. Há muitos benefícios nessa conversão, os principais são a redução de demanda do sistema distribuidor de energia, redução dos custos na conta de energia, baixo custo com manutenção e longa vida útil. Inicialmente, desenvolver o projeto e aprovar junto à concessionária, viabilizar o investimento, seja financiado, seja com recursos próprios, é o grande desafio para estes clientes, além da disponibilidade de áreas para implantação da captação da energia solar, bem como a infraestrutura para interligar ao sistema elétrico existente. O desafio de armazenar se depara com a qualidade e vida útil de baterias atualmente em uso, que pode ser suprimida com novas tecnologias recentes. A geração de energia limpa combinada com o uso inteligente, controlado e automatizado especificados em projeto dos sistemas de climatização, contribuem diretamente na redução das emissões de carbono e redução das mudanças climáticas. Novas regras para sistemas solares foram implantadas em 2023. Com isso, cobranças incidentes nas contas de energia foram introduzidas para compensar o uso do ‘’fio’’ da concessionária.  Essa compensação aumentou no tempo de amortização do investimento necessário, incentivando o uso da energia solar no setor de HVAC-R”, aponta Oliveira.

Levando em consideração as premissas de projeto, é importante entender a demanda por energia elétrica do cliente para que se possa dimensionar corretamente o sistema solar fotovoltaico. Ainda, caso se opte pela geração local, é necessário estar atento à disponibilidade de área sem sombreamento para a instalação dos módulos fotovoltaicos, lembrando que se pode também optar pela geração remota.

“A regulamentação define os requisitos técnicos para a implementação e utilização das tecnologias. Atualmente, no país, até onde conhecemos, não há requisitos técnicos específicos para a implementação de um sistema solar fotovoltaico para atendimento de instalações com sistemas de climatização, que sejam diferentes de requisitos para sistemas para atendimento de outros tipos de cargas. Porém, a energia solar fotovoltaica conta com diversos benefícios que permitem a redução do custo dos equipamentos e o uso da rede para a injeção e compensação de energia. A principal tendência é que a partir de estudos específicos possam se estabelecer padrões que permitam a otimização do resultado da associação de ambos os sistemas e a garantia da segurança e da qualidade da instalação. Garantir que cargas com ampla demanda de energia sejam abastecidas com eletricidade gerada por meio de fontes renováveis e limpas é essencial para a redução das emissões de carbono, visto que a energia elétrica da rede também provém de fontes fósseis. Para o atendimento das metas de mitigação da mudança climática, é essencial que não apenas a descarbonização do setor elétrico seja feita, mas também uma grande ampliação do setor elétrico por meio de fontes limpa e renováveis, se tornando possível a transição de setores que ainda hoje se utilizam amplamente de combustíveis fósseis, como é o caso do setor de transportes, para a energia elétrica limpa”, revela o especialista da ABSOLAR.

Ele acrescenta que existe uma variedade de artigos acadêmicos que demonstram os benefícios da associação de sistemas solares fotovoltaicos à sistemas de climatização. A International Energy Agency (IEA) tem um grupo de estudos focado neste tema, com diversas publicações disponíveis, o projeto se chama Solar Heating & Cooling Programme (SHC). O SHC também trabalha para o desenvolvimento de padrões para a utilização destes sistemas de forma conjunta.

Desafios e oportunidades

Apesar do potencial e do crescimento observado, o setor enfrenta desafios. A alta carga tributária, a burocracia para a implementação de projetos de energia renovável e a necessidade de maior conscientização e capacitação técnica são algumas das barreiras que ainda precisam ser superadas. No entanto, as oportunidades superam esses desafios, especialmente quando consideramos a economia gerada a longo prazo e os benefícios ambientais associados ao uso de energia solar.

Existem vários casos de sucesso no Brasil de integração da energia solar em sistemas de HVAC-R, tanto em ambientes comerciais quanto industriais. Empresas estão investindo em sistemas fotovoltaicos para alimentar suas operações de refrigeração e ar-condicionado, reduzindo significativamente seus custos com energia elétrica e minimizando sua pegada de carbono.

Além disso, a tendência é que tecnologias como o armazenamento de energia solar avancem, permitindo que sistemas de HVAC-R operem com ainda mais eficiência e independência da rede elétrica. A inovação em painéis solares mais eficientes e em sistemas de HVAC-R otimizados para o uso com energia renovável também é uma tendência forte no mercado brasileiro.

Segundo Suppion, o valor dos sistemas solares fotovoltaicos reduziu muito nos últimos anos, mas ainda pode ser um valor considerável caso o consumidor queira pagá-lo com recursos próprios e de uma única vez. Para contornar o problema do custo dos equipamentos, hoje existem várias linhas de financiamento para sistemas solares fotovoltaicos que permitem um desembolso gradual, amenizado pela redução da conta de energia elétrica pela operação do sistema.

Com a criação de normas técnicas, resoluções e a própria Lei incentivando a energia solar, entre outras políticas governamentais, como os programas de eficiência energética criado pela Agência Nacional de Energia Elétrica, aplicações da energia solar fotovoltaica nos projetos de eficiência energética são impulsionadas.

“Existe o marco regulatório, existe financiamento, existe a lei, então basicamente é uma decisão econômica do consumidor de energia ou do sistema de refrigeração ser alimentado com energia solar. Uma boa fonte de informação e estudos de caso são os projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e do PEE, que é o Programa de Eficiência Energética da ANEEL, onde existe especificamente uma classificação para projetos que prevê a utilização de energia solar, com projetos comerciais e industriais, e preparos para utilizar a energia solar, seja num shopping ou num supermercado, e certamente esse sistema de energia solar que estiver conectado está abastecendo esses sistemas de refrigeração. O Brasil possui uma matriz energética bastante limpa do ponto de vista de geração de energia. Então, as emissões associadas à geração de energia do Brasil são maiores que a média quando se partem as usinas termoelétricas a gás ou a carvão. E essas usinas têm partido principalmente para suprir demandas do pico de energia e baixo nível de água nos reservatórios das hidroelétricas. Hoje, esse pico de energia está muito associado à refrigeração como um todo. É evidente que nos últimos anos, a refrigeração passou a ter uma participação maior no consumo de energia no horário da ponta que ocorre à tarde por conta das ondas de calores extremos associados à mudança climática. Então, usando energia solar para abastecer os sistemas de climatização e refrigeração, você diminui a necessidade de se valer de termoelétricas a gás e a carvão, economiza água nos reservatórios, e com isso, diminui as emissões associadas à geração de energia no setor elétrico brasileiro. Acho que é um casamento perfeito e isso vai ser cada vez mais uma questão primordial para as empresas, comércios e indústrias, principalmente quando eles olham a redução de emissões associadas ao seu escopo 1 em 2 de emissões de gás e efeito estufa”, conclui o conselheiro da ABDG