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Conforto térmico faz toda diferença no ambiente de trabalho

Vista já há algum tempo como uma das necessidades primordiais no ambiente de trabalho, a correta climatização aplicada dentro dos parâmetros normativos atua positivamente para o bem-estar e a produtividade da equipe.

Tema que ao longo dos anos ganhou importância e espaço na gestão das empresas, a produtividade dos colaboradores no ambiente de trabalho tem levado a uma intensa busca por maneiras de melhorar a eficiência desse público. Uma das formas mais simples, porém, muitas vezes negligenciada, é a garantia do conforto térmico.

Temperaturas inadequadas podem afetar negativamente o desempenho dos funcionários, gerando desconforto físico e distração mental. Quando o ambiente está muito quente, a pessoa tende a suar muito, sentir fadiga, enjoo, sonolência, dor de cabeça, falta de concentração e até mesmo irritabilidade. Por outro lado, temperaturas muito baixas podem deixar os colaboradores mais propensos a contrair doenças como resfriados e gripes. Consequentemente, haverá aumento do absenteísmo e dos custos médicos.

Além disso, o conforto térmico também está relacionado com a satisfação dos funcionários, influenciando diretamente a motivação e o bem-estar da equipe. Quando as condições de temperatura são ideais, as pessoas se sentem mais confortáveis e satisfeitas, certamente resultando em aumento de produtividade.

Para garantir o conforto térmico no ambiente de trabalho, é fundamental cuidar da regulagem da temperatura. Isso pode ser feito por meio da instalação de sistemas de ventilação, exaustão e ar-condicionado ou aquecimento, com ajuste de temperatura de acordo com a época do ano e as condições climáticas do local. Da mesma forma, também são úteis o uso de persianas, lâmpadas fluorescentes e de LED, materiais refletivos e de isolamento térmico.

Outras medidas podem ser adotadas para garantir o conforto térmico no ambiente de trabalho, como a disponibilização de bebidas e alimentos refrescantes em dias quentes, assim como bebidas quentes, aquecedores portáteis ou cobertores em dias frios.

“Definir o conforto térmico envolve diversas variáveis, não apenas temperatura. Variáveis como umidade relativa do ar, velocidade do ar, atividade do usuário, vestimenta, exposição à radiação solar, entre outras, também influenciam”, explica engenheiro Leonardo Cozac, presidente do Plano Nacional de Qualidade do Ar Interno (PNQAI) e membro do Qualindoor Abrava.

Segundo ele, atividades em repouso, como as realizadas em escritório, normalmente exigem temperaturas de conforto mais elevadas que as relativas a ações em movimento. Isto justifica a necessidade de um bom projeto do sistema para atender as diferentes necessidades.

“Com o aquecimento global, a tendência é que os ambientes fechados precisem de mais sistemas de climatização e com melhor eficiência energética”, argumenta.

Para o especialista, o caminho para se chegar a este nível no HVAC-R passar, obrigatoriamente, pela adoção do Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC). Ferramenta de gestão da manutenção do sistema de climatização, o PMOC é peça fundamental para garantia de um adequado conforto térmico e qualidade do ar interno.

O engenheiro destaca ainda o impacto da Resolução Anvisa 09, de 16 de janeiro de 2003, a qual estabelece a temperatura que os ambientes climatizados no país devem manter.

De acordo com essa legislação, “a faixa recomendável de operação das Temperaturas de Bulbo Seco, nas condições internas para verão, deverá variar de 23 ºC a 26 ºC, com exceção de ambientes de arte, que deverão operar entre 21 ºC e 23 ºC. A faixa máxima de operação deverá variar de 26,5 ºC a 27 ºC, com exceção das áreas de acesso, que poderão operar até 28 ºC. A seleção da faixa depende da finalidade e do local da instalação. Para condições internas para inverno, a faixa recomendável de operação deverá variar de 20 ºC a 22 ºC”.

“Estes aspectos de conforto térmico estão inseridos na legislação brasileira por meio da Consolidação das Leis do Trabalho e suas orientações e limites definidos nas NR-15 Atividades Insalubres e seus anexos e atualmente na nova revisão da NR-17 Ergonomia no Ambiente Laboral”, afirma o engenheiro Paulo Reis, presidente do Comitê Nacional das NRs e ESG da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

“Além das normas técnicas, é importante avaliar e distinguir os diferentes grupos de trabalho, sabendo diferenciar temperaturas entre ambientes e funções, e também, entre homens e mulheres, que apresentam uma pequena diferença na temperatura ideal de trabalho”, complementa a empresária Patrice Tosi, diretora da Indústrias Tosi.

A executiva argumenta que desde a implementação do PMOC surgiram diversos benefícios na qualidade do ar interior no ambiente de trabalho e, consequentemente, para o conforto térmico. “O PMOC ajudou a elevar a qualidade do ar, aumentar a eficiência energética e reduzir os custos de operação e manutenção, além de melhorar a segurança, o conforto e a saúde dos usuários”, pontua.

Parâmetros legais

No Brasil, cabe à Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro) compilar, estudar e orientar todos os órgãos, entidades e empresas no país sobre a qualidade no trabalho e as consequências do não atendimento às normas regulamentadoras.

Reis entende que para melhorar o ambiente de trabalho, o instrumento legal é o PGR, por meio da análise preliminar dos riscos ocupacionais e ambientais e da análise dos parâmetros de conforto laboral medidos regularmente dos locais de trabalho, quais sejam – Índice de Iluminamento, Índice de Exposição ao Calor e Metabólico (temperatura e umidade), Índice da Dose de Ruído Diário no Local de Trabalho e o Índice e Velocidade do Ar Ambiente.

De acordo com o engenheiro, estes parâmetros devem atender, sempre na condição mais rígida, aos valores apresentados nas NRs e/ou em norma da ABNT para locais específicos e controlados.

“É importante assegurar que o ar respirado em ambientes fechados esteja, no mínimo, dentro desses parâmetros. Assim, contribui-se para evitar contaminações variadas e a existência de ambientes com excesso de poluentes, temperaturas muito baixas ou muito altas, entre outros aspectos”, enfatiza.

O especialista explica que locais fechados com alta concentração de pessoas como shopping centers, agências bancárias, salas de telemarketing (callcenter) e escolas devem ter especial atenção à renovação do ar, inclusive com monitoramento constante do nível de CO2, com o objetivo de manter uma eficiente renovação do ar.

“Portanto, os serviços especializados de manutenção nos sistemas de climatização assumem papel importante na vida das pessoas em geral, determinado pelo tempo em que as mesmas ficam expostas a ambientes artificialmente condicionados”, completa Reis.

Condições para um ambiente laboral confortável e sustentável, segundo as normas regulamentadoras

NR-15 – Atividades e Operações Insalubres

Anexo 1 – Nível de Ruído

Anexo 2 – Nível de Ruído a impacto

Anexo 3 – Limite de exposição ocupacional ao calor e taxa metabólica por tipo de atividade

NR-17 – Nos locais de trabalho em ambientes internos onde são executadas atividades que exijam manutenção da solicitação intelectual e atenção constantes, devem ser adotadas medidas de conforto acústico e de conforto térmico, conforme disposto nos subitens seguintes:

17.8.3 – Iluminação em conformidade com os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho estabelecidos na Norma de Higiene Ocupacional nº 11 (NHO 11) da Fundacentro – Avaliação dos Níveis de Iluminamento em Ambientes Internos de Trabalho, versão 2018.

17.8.4.1 – A organização deve adotar medidas de controle do ruído nos ambientes internos com a finalidade de proporcionar conforto acústico nas situações de trabalho.

17.8.4.1.1 – O nível de ruído de fundo para o conforto deve respeitar os valores de referência para ambientes internos de acordo com sua finalidade de uso estabelecidos em normas técnicas oficiais ABNT.

17.8.4.1.2 – Para os demais casos, o nível de ruído de fundo aceitável para efeito de conforto acústico será de até 65 dB(A), nível de pressão sonora contínuo equivalente ponderado em A e no circuito de resposta Slow (S).

17.8.4.2 – A organização deve adotar medidas de controle da temperatura, da velocidade do ar e da umidade com a finalidade de proporcionar conforto térmico nas situações de trabalho, observando-se o parâmetro de faixa de temperatura do ar entre 18 e 25°C para ambientes climatizados.

17.8.4.2.1 – Devem ser adotadas medidas de controle da ventilação ambiental para minimizar a ocorrência de correntes de ar aplicadas diretamente sobre os trabalhadores.

17.8.5 – Fica ressalvado o atendimento dos itens 17.8.3 e 17.8.4.2 nas situações em que haja normativa específica com a devida justificativa técnica de que não haverá prejuízo à segurança ou à saúde dos trabalhadores.

2º dia do Circuito dos Instaladores – Santos/SP

 

1º dia do Circuito dos Instaladores – Santos/SP

Expectativas otimistas para 2023

Setor de HVAC-R espera faturar R$ 36,6 bilhões neste ano, um aumento de 7% em relação aos R$ 34,2 bilhões faturados em 2022, de acordo com projeções da Abrava. A perspectiva é que o faturamento de 2023 seja o maior dos últimos 15 anos.

Boas oportunidades são esperadas para a indústria brasileira de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração em 2023, embora a economia brasileira se encontre em um ponto desafiador, com muitas demandas sociais e um cenário macrocomplexo.

A retomada dos serviços foi responsável por impulsionar o aumento da renda e do emprego em 2022, impactando positivamente a maioria do setor, que possuía uma grande demanda reprimida.

Enfim, após dois anos de pandemia, 2022 dificilmente seria pior do que 2021.

Para 2023, projeta-se que o setor deverá manter um dinamismo acima da média, mesmo com a previsão de um crescimento menos intenso da economia em geral.

Uma das grandes expectativas é que as exportações de carnes resfriadas e congeladas aumentem, impulsionando o setor de refrigeração industrial.

O segmento de ar condicionado residencial deve crescer menos neste ano, “mas devemos levar em conta que a base de comparação com 2021 é bastante elevada”, ressalva o trecho de um boletim econômico da Abrava.

Já recuperação do poder de compra, via queda da inflação, começa a dar sinais positivos varejo, “especialmente nos supermercados, favorecendo os segmentos ligados à refrigeração comercial, que deverá apresentar ligeira recuperação em 2023”.

No setor automotivo, por sua vez, a idade da frota e as barreiras para adquirir veículos novos devem manter os negócios aquecidos.

No entanto, cautela também é necessária. Afinal de contas, a guerra no leste europeu continua, temos inflação em alta nos Estados Unidos, crise energética na União Europeia e a ameaça permanente em que a covid se transformou em todo o mundo.

CONBRAVA 2023 recebe resumos de trabalho até o dia 02 de fevereiro

Entre os dias 13 e 15 de setembro de 2023, acontecerá o XVIII CONBRAVA – Congresso Brasileiro de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação, Aquecimento e Tratamento de Ar.

O congresso, que acontece no São Paulo Expo, se encontra na fase de chamada de trabalho para submissão do resumo até o dia 02 de fevereiro.

Para esta edição, além do tema “AVACR rumo ao um futuro sustentável e saudável”, os subtemas também já foram definidos. A novidade desta edição é que eles estão classificados em 4 categorias, são elas:

Ar Condicionado

  • Qualidade, segurança e saúde nos ambientes internos
  • Legado da COVID-19 para o AVACR – Aprendizado para eventuais pandemias e/ou crises sanitárias
  • Salas limpas e ambientes controlados (Clean Room)

Aplicações

  • AVAC-R inserido na geração distribuída e cogeração
  • Aquecimento e Refrigeração a gás natural, biogás ou recuperação de calor
  • Ar-condicionado e Refrigeração no setor de transportes
  • Ventilação e aplicações: pressurização, extração de fumaça e cozinhas industriais
  • Ar Condicionado em estabelecimentos assistenciais de saúde
  • Ar Condicionado para Centro de processamentos de dados (Data Centers)

Refrigeração

  • Fluidos refrigerantes (aplicação, uso, manuseio, segurança, qualidade e novas tecnologias)
  • Refrigeração comercial e industrial: manufatura, estocagem, transporte, comércio e segurança alimentar
  • Refrigeração em supermercados e indústrias alimentícias

Geral

  • Etiquetagem e Certificação, Ecoeficiência, zero balance – projetos e instalações
  • Fontes alternativas de energia: geotermia, fotovoltaica e aquecimento solar
  • Sustentabilidade – soluções para minimizar o impacto no aquecimento global
  • ESG – Conexões com o setor AVACR
  • Inovação tecnológica em AVACR
  • Simulação de sistemas e processos de AVACR
  • Comissionamento, Qualificação e Validação
  • Automação de sistemas, Indústria 4.0 e Inteligência Artificial

Equipamentos e Sistemas

  • Eficiência energética e retrofit de equipamentos e instalações
  • PMOC e o gerenciamento da manutenção, operação e boas práticas
  • Tratamento de águas para sistemas de AVACR
  • Segurança na instalação, operação e manutenção de sistemas AVACR

Jelly Fish lança bomba de calor água/água com produção simultânea 

A Jelly Fish, divisão de água quente da Indústrias Tosi, anuncia a nova linha de bombas de calor água/água WW (Water & Water), disponíveis em 3 modelos: HOT 55 WW 58, HOT 55 WW 52 I (compressor Inverter), ambas para água quente até 55ºC, e a BC 64 WW, para aquecimento de piscina.

A novidade é que o equipamento ao invés de absorver o calor do ar de um ambiente externo, absorve calor de um sistema de água, que pode tanto ser a água gelada de retorno dos fancoils como também água de condensação, seja de um sistema de ar condicionado ou de resfriamento industrial. Todos os modelos utilizam o processo de aproveitamento de calor da água e não do ar, como das bombas de calor tradicionais.

Para Marcos Santamaria Alves Corrêa, engenheiro de aplicação da Indústrias Tosi, diante da crise Europeia envolvendo a utilização de combustíveis fósseis, em especial o gás, com leis restritivas para sistemas de aquecimento em novas instalações, as bombas de calor água/água estão no topo como alternativa sustentável, eficiente e com baixo custo operacional.

“Hoje, a melhor alternativa para aquecimento de água até 75°C é a utilização de bombas de calor, que além de trazerem menor custo operacional também são produtos ambientalmente amigáveis, pois não operam através da queima de combustíveis fósseis e exaustão de gases de combustão, bem como não dependem do transporte através de caminhões como ocorre com o gás GLP e a biomassa. É por este motivo que estão sendo aprovadas leis em países da Europa banindo o uso de combustíveis fósseis para novas instalações de sistemas de aquecimento, como na Áustria (a partir de 2023), Alemanha (a partir de 2024) e Holanda (a partir de 2026)”, informa.

Marcelo Tosi, diretor da Indústrias Tosi, aponta vantagens e um futuro promissor na utilização das novas bombas de calor.

“O mercado brasileiro ainda não tem o hábito de utilizar bombas de calor no aquecimento de água sanitária para uso em chuveiros e torneiras como ocorre nos Estados Unidos, Europa e Ásia. A grande vantagem do uso de bombas de calor é que ao utilizarem o processo do ciclo frigorífico na produção de água quente, estes equipamentos são capazes de multiplicar a energia elétrica, gerando mais energia térmica do que a energia elétrica consumida, pois o calor rejeitado em seus condensadores é a soma do calor absorvido em seus evaporadores com a energia elétrica consumida pelos compressor, de tal forma que, para cada kW de energia elétrica fornecida ao compressor, podemos ter de 3 kW a 9 kW de energia térmica produzida, dependendo das condições operacionais”, aponta.

Segundo a empresa, em termos de economia, a nova linha de bombas de calor água/água proporciona uma redução de custo operacional, podendo chegar até 85% quando comparados com o gás.

Mesmo sem grandes inovações, sistemas focam em economia de energia

Nas últimas três décadas, processos de recuperação de calor passaram por desenvolvimentos tecnológicos que aumentaram a eficiência com menor consumo energético.

Em busca de alternativas que ajudem a baixar os valores das contas de luz, edifícios comerciais, hospitais, estabelecimentos de ensino, complexos industriais e varejistas – especialmente redes supermercadistas e shoppings centers – têm investido em uma série de soluções energeticamente eficientes e de aplicação variada. Uma dessas opções são os sistemas de recuperação de calor, cada vez mais difundidos no mercado nacional e rompendo certa resistência que se observava há alguns anos entre o empresariado.

Mesmo com este cenário positivo, os equipamentos hoje disponíveis continuam sendo aqueles já tradicionais e conhecidos, conforme afirma o engenheiro Thiago Boroski, coordenador de eficiência energética e contas corporativas da alemã TROX Technik. “Não há um sistema inovador que tenha conquistado destaque, mas sim, desenvolvimentos tecnológicos que aumentaram a eficiência dos sistemas existentes”, pondera.

Mirando somente para o sistema de ar condicionado, os dispositivos de recuperação de calor mais tradicionais são os tanques de termoacumulação de água gelada, as rodas entálpicas, os recuperadores de calor de fluxo cruzado e os módulos de ciclo entálpico.

Segundo o executivo, é necessário destacar também as pequenas unidades de recuperação de calor para baixas vazões de ar, aplicadas em sistemas VRF, que se tornaram uma solução amplamente difundida. “Temos ainda os chillers com módulos de recuperação de calor, aplicados em sistemas com água quente. No entanto, seus ganhos em eficiência energética e consumo elétrico são extrínsecos ao sistema de ar condicionado e demandam uma análise sistêmica de todas as instalações e utilidades”, comenta.

Os carros-chefes da companhia alemã são as unidades de tratamento de ar modulares (UTA), modelo TKZ, as quais foram introduzidas no mercado nacional há cerca de 30 anos, com foco na aplicação em instalações de laboratórios, salas limpas e hospitais. Desde então, informa a multinacional, elas vêm sendo aprimoradas para ampliar seu leque de aplicações.

Atualmente, em virtude de sua flexibilidade de composição de módulos e amplitude de capacidades, as UTAs da empresa são aplicadas em diversos projetos, desde hospitais e salas limpas até shopping centers e edifícios comerciais.

Boroski detalha que os sistemas permitem grau de filtragem desde G4 até H14 e são utilizados em aplicação de serpentinas de resfriamento e aquecimento com emissores UV-C; módulos de resistências elétricas para reaquecimento; baterias de umidificação; módulos de ventilação com ventiladores centrífugos e plenum fan; aplicação de módulos de recuperação de calor por ciclo entálpico; arranjo dos módulos em dois andares para aplicação de roda entálpica ou recuperador de calor de fluxo cruzado.

“Os gabinetes dos módulos são montados com painéis de tamanhos padronizados e aparafusados entre si, proporcionando rigidez extremamente alta ao gabinete. A superfície interna do gabinete é totalmente lisa, facilitando a limpeza do interior do módulo, o que atende às normas internacionais de recomendações sobre higiene e limpeza, tais como DIN 1946 e VDI 6022, além das normas DIN 24194 e DW 143, quanto à exigência de estanqueidade”, explica.

O executivo salienta que todos os painéis são intercambiáveis, e painéis adicionais podem ser acrescidos em caso de reforma, com ampliação de capacidade da máquina e introdução de novos módulos. Os painéis são do tipo sanduíche, construídos em chapa de aço galvanizado, com espessura de 45 mm e isolamento em poliuretano expandido isento de CFC no próprio painel, o que proporciona isolação termoacústica e elevada rigidez mecânica ao conjunto.

“Justamente pela sua concepção modular, as unidades de tratamento de ar, modelo TKZ, passaram a ser aplicadas como solução em sistemas de recuperação de calor, recebendo módulos recuperadores de calor de fluxo cruzado ou módulos com roda entálpica em arranjos de gabinetes de dois andares, ou ainda introduzindo módulos de ciclo entálpico para controle das vazões de retorno e de bypass a montante do módulo de admissão de ar externo”, ressalta Boroski.

De forma indireta, os sistemas de recuperação de calor diminuem expressivamente o consumo de energia elétrica das instalações, por reduzirem a demanda do sistema de ar condicionado, fazendo com que os equipamentos operem em cargas parciais, energeticamente mais eficientes, ou até mesmo entrem em stand by.

“Os ganhos em eficiência energética dependem diretamente do conceito aplicado ao sistema de recuperação de calor e também do seu correto dimensionamento. No entanto, com base nos cálculos estimativos e no histórico de instalações existentes, é possível afirmar que essa faixa é ampla, podendo variar de 15% até 50% em alguns casos específicos”, complementa o engenheiro da TROX.

Um sistema dedicado para tratamento do ar externo (DOAS), com recuperação de calor por roda entálpica ou fluxo cruzado, pode reduzir o consumo elétrico do sistema de ar condicionado em aproximadamente 20%, em função da redução da carga térmica acoplada ao ar externo.

“Essa redução é proporcionalmente maior à medida que for maior a taxa de ar externo, podendo ser um indicativo de aplicações preferenciais em edificações comerciais ou com alta taxa de ocupação. Levando-se em conta que um sistema de ar condicionado chega a ser responsável por 50% do consumo elétrico de um edifício comercial, pode-se falar em uma redução de até 10% no consumo total de energia elétrica”, enfatiza Boroski.

Termoacumulação

Da mesma forma, locais onde são aplicados sistemas de recuperação de calor, como hospitais, clínicas, laboratórios, indústrias alimentícias e de eletrônicos, entre outros, onde há grande circulação de pessoas, também demandam esses processos, inclusive porque existe hoje uma maior preocupação com o grau de filtragem e renovação do ar interno.

A empresária, Patrice Tosi, diretora das Indústrias Tosi, destaca as características de três ramos da economia que se beneficiam direta e indiretamente do processo de refrigeração e de recuperação de calor – empresas farmacêuticas, que fabricam vacinas, ampolas, seringas, cartuchos etc., e necessitam de baixa temperatura; alimentícias, que demandam alto grau de pureza do ar e operam com baixas temperaturas para a manutenção da qualidade dos produtos, desde o início da cadeia de produção até a embalagem e estoque final; e fabricantes de peças injetadas em borracha ou plástico, que precisam de água gelada para manter suas máquinas em pleno funcionamento.

“Além da necessidade de se ter baixas temperaturas em determinados processos, algumas regiões do Brasil demandam ar condicionado em suas produções para evitar perdas em paradas de linhas por excesso de calor gerado pelo clima externo, aliado ao calor dissipado pelas máquinas internas à produção, além de dar maior conforto térmico para os operários”, comenta.

Para Thiago Boroski, coordenador de eficiência energética e contas corporativas da TROX Technik, um sistema de termoacumulação possui características de implementação e operação que devem ser observadas com atenção para que possa entregar os resultados esperados. Em aplicações de alta capacidade térmica e com demandas sazonais, ele pode trazer ganhos no consumo elétrico que chegam até 40%.

“Uma análise superficial de um sistema de termoacumulação dimensionado apenas para operação nos horários de ponta da tarifação energética já permite identificar uma redução de consumo elétrico da ordem de 15%, mesmo sabendo que na prática o sistema opera também para compensação dos picos de carga térmica e alívio da demanda da central de água gelada ao longo do dia, o que já torna essa redução maior”, completa.

Saiba como funciona um sistema de recuperação de calor

O sistema de recuperação de calor aplicado ao sistema de ar condicionado se baseia no princípio termodinâmico fundamental da conservação da energia armazenada em um fluido, que acaba por ser transferida para outro fluido, através de gradientes de energia térmica estabelecidos por diferenciais de temperatura e umidade absoluta entre eles.

Nas aplicações em que a recuperação de calor é justaposta no lado do ar, em rodas entálpicas e recuperadores de calor por fluxo cruzado, o fluxo de ar exaurido do ambiente carrega uma energia térmica por já ter passado pelo resfriamento no condicionador, garantindo um diferencial de temperatura em relação ao ar exterior que está sendo introduzido no ambiente.

No momento em que esses dois fluxos de ar passam pelo recuperador em sentidos opostos, esse diferencial de temperatura estabelece um gradiente de energia térmica que leva à condição de equilíbrio de entalpias. Em outras palavras, ocorre a troca de calor entre os fluxos de ar de exaustão e ar externo até o máximo de energia térmica permitido pelo diferencial de temperatura inicial. Assim, como resultado, o ar mais quente tem sua temperatura reduzida antes de ser introduzido no condicionador, o que colabora com a redução da demanda térmica intrínseca ao ar externo.

No caso de sistemas de termoacumulação, a recuperação de energia se dá pela utilização de um volume de água gelada que foi carregado de energia térmica em um momento de baixa demanda térmica da instalação e fora do horário de pico da tarifação energética, tendo sido conservado em um tanque termicamente isolado.

Assim, toda essa energia térmica aplicada ao volume de água se mantém até o momento em que é reintroduzida no sistema para trocar calor nas serpentinas dos condicionadores de ar. Neste caso, a conservação da energia térmica se dá não pela transferência entre dois fluxos de fluido, mas pela utilização de um volume de fluido como estoque mantido em condições termicamente isoladas.

Analisando-se de forma mais ampla, de um ponto de vista sistêmico, é possível ainda afirmar que a energia térmica conservada na água gelada acaba, por fim, sendo recuperada pelo volume de ar que passa pelas serpentinas dos condicionadores, quando se efetiva a troca de calor entre os dois fluidos.

Leylla Lisboa: Trabalho coletivo e cooperativo na gestão de equipe

Mineira, nascida em Serra Azul de Minas, Leylla Christian Lisboa, construiu uma carreira forte e sólida ao longo dos oito anos de atuação no setor de HVAC-R. Aos 37 anos, é sócia da Circuito Soluções em Climatização, localizada em Belo Horizonte (MG).

Formada em Administração de Empresas e Engenharia Mecânica, Leylla iniciou sua carreira profissional em 2015 com a ajuda de seu irmão e sócio, Gotardo Lisboa, incentivada pela amiga Millena.

“Iniciei minha história profissional na refrigeração em 2015. Me sentia um pouco deslocada na área, insegura, com pouco conhecimento. Em 2016, meu maior desafio foi ter a coragem de trabalhar em campo, recebendo a ajuda do meu irmão e sócio, meu principal pilar em campo, e de uma amiga que me incentivou, a Millena, pois a maioria achava que com minha formação superior em administração de empresas não deveria trabalhar instalando e limpando máquinas de ar condicionado. Na Circuito Soluções em Climatização, entre 2015 e 2021, atuei em vários cargos, desde auxiliar de mecânico até chegar a posição de Gestora e Engenheira Mecânica responsável, o que me permitiu solidificar a experiência e as competências neste domínio. Em 2018, escutei uma mecânica carioca dizer que: ‘Não fui eu que escolhi a refrigeração, e sim, a refrigeração me escolheu’”, diz Leylla.

Ela acrescenta que usar o ar condicionado em casa, no trabalho e principalmente no carro, deixou de ser algo supérfluo para se tornar um item de bem-estar coletivo e individual: “Os equipamentos de ar-condicionado são vistos por toda parte, um produto indispensável, tanto em residências quanto em comércios, hospitais, clínicas e muitos outros. Um produto com o qual trabalhamos e atuamos tanto nas manutenções corretivas, quanto nas preventivas e no segmento de implantação de sistemas. Foram muitos desafios durante esses anos de trabalho árduo, dedicação, privações, prioridades e estudos, tendo em vista o cumprimento não apenas dos protocolos a serem seguidos, cronogramas a serem cumpridos, mas a frente da área técnica e de obras, uma mulher. Fui conquistando clientes e parceiros através de valores como honestidade, simplicidade e uma pitada de carisma”.

 

Trabalho coletivo e cooperativo

“O trabalho coletivo e cooperativo são características na minha gestão com a minha equipe. Não é preciso trabalhar em nosso setor para notar que a força de trabalho na indústria de ar condicionado, refrigeração, ventilação e aquecimento é formada em sua maioria por homens. Apesar dos números ainda serem baixos em relação a participação feminina no setor, cada vez mais elas estão se tornando instaladoras, projetistas, empresárias e especialistas no assunto, assumindo papéis de liderança e provando que não é o gênero que influencia na competência de exercer suas habilidades. As diversas mudanças sociais e econômicas do Brasil fomentaram a presença de mulheres no setor HVAC-R. Precisamos de mais mulheres para que nosso segmento cresça através do trabalho e esforço de todas as pessoas que lutam para entregar melhores resultados. Mas o maior diferencial dos últimos anos foi ver instituições como a Abrava, através do Comitê de Mulheres, abrindo portas com o intuito de fortalecer o mercado, de unir forças e, principalmente, para que nenhuma mulher se sinta sozinha nessa caminhada e que possa procurar o comitê para treinamentos, qualificações e união”.

Ela destaca o empreendedorismo e a criatividade como ferramentas que possibilitam as mulheres derrubarem barreiras e vencerem os preconceitos, buscando parcerias e tecendo uma rede de conexões, objetivando a independência econômica e social.

“O mercado busca por bons profissionais e para quem acha que a mulher neste setor não tem espaço, me considero um exemplo, pois somos todos iguais perante a um sistema de climatização, seja instalado por um homem ou uma mulher. Estamos no mundo não para medir forças e sim para somar, onde o profissionalismo pesa mais que o gênero”.

Criada em um pequeno povoado, numa cidade com menos de 4 mil habitantes, seus pais Jose Braz e Maria de Fatima, sempre deram valor à educação formal, junto com seus irmão e irmãs, Juciara, Braz Hallamyr, Leydy, Soraya e Gotardo.

“Tivemos uma infância tão bem vivida e inocente. Minha vida em família sempre foi e será algo especial, tenho os melhores pais, irmãs e irmãos! Minha maior conquista pessoal é saber que tem outras mulheres e pessoas que se espelham em mim e na minha força, na minha fé, para também seguirem adiante, saber que você inspira outras mulheres, outras pessoas, isso é engrandecedor”, conclui Leylla

Setor do frio busca projetos energeticamente mais eficientes

Segmento de trocadores de calor oferece ao mercado tecnologia de duplo tubo (tube in tube), casco e tubos, serpentina, aletados e placas brasadas.

O constante avanço tecnológico dos equipamentos dos segmentos que compõem o HVAC-R inclui também uma forte corrida pela ampliação cada vez maior da eficiência energética dos sistemas de refrigeração e aquecimento. Neste sentido, a indústria tem investido em projetos de trocadores de calor que atendam (e até superem) as expectativas da cadeia produtiva do frio.

Trocadores de calor são dispositivos que transferem calor de um meio para outro, e têm diversas aplicações. O processo depende da área de troca térmica, portanto, quanto maior a área, maior a troca de calor, permitindo com que se opere com diferencial de temperatura menor.

Entre os principais tipos de trocadores estão o tube in tube, geralmente aplicado em sistemas que demandam pequenas capacidades; o casco e tubo, em que um trocador de calor passa ar frio por um núcleo de aletas para resfriar um líquido; a serpentina, a qual permite a troca de calor entre dois fluidos; aletados, indicados para sistemas que geram baixa temperatura, como câmaras frigoríficas; e as placas brasadas, as quais permitem a passagem de fluidos com maior facilidade.

Trocadores de calor Sondex, da Danfoss

Os trocadores estão presentes em diversos processos. Um resfriador de óleo hidráulico, por exemplo, remove o calor do óleo quente usando água fria ou ar. Ao contrário, para aquecer uma piscina, um permutador pode utilizar a água quente de uma caldeira ou proveniente de aquecimento solar.

Igualmente, bombas de calor também são utilizadas em piscinas. À medida que este equipamento circula a água, ela passa por um filtro e por um aquecedor. Em seguida, um ventilador aspira o ar externo e o direciona sobre a bobina do evaporador.

Fabricante de equipamentos de ar condicionado e de bombas de calor para aquecimento de água, as Indústrias Tosi utilizam todos esses tipos de trocadores de calor. As serpentinas são de fabricação própria e têm quatro geometrias diferentes para tubos de 1/2″, duas geometrias para tubos de 3/8″ e uma para tubos de 7 mm.

Também são de fabricação própria os trocadores de calor do tipo tube in tube, utilizados como condensadores em selfs de condensação a água e em bombas de calor para aquecimento de água. Já os trocadores de calor do tipo casco e tubos e de placas brasadas são adquiridos de fornecedores que podem tanto ser nacionais como importados.

“No caso das serpentinas, são tendências a diminuição do diâmetro dos tubos, para 7 mm ou 5 mm, e o uso de trocadores do tipo microcanal. Atualmente, está ocorrendo o aumento na participação do mercado dos trocadores a placa brasadas. Estamos acompanhando esta tendência, inclusive reconfigurando serpentinas para tubos de 7 mm e utilizando mais trocadores a placas brasadas”, explica o engenheiro de aplicação e de produto da Tosi, Marcos Santamaria Alves Corrêa.

O especialista explica que, no caso dos chillers de condensação a ar, a forma de se aumentar a eficiência energética é elevando o número de “V” de serpentinas. “Com maior área de troca e maior vazão de ar, é possível se reduzir a temperatura e, consequentemente, a pressão de condensação. Isto vai reduzir o trabalho a ser realizado pelo compressor para a rejeição do calor e o consumo de energia”, descreve.

A multinacional Danfoss também aposta em trocadores de calor, incluindo placas soldadas, com gaxeta e microcanais. Esses equipamentos foram desenhados de modo a aumentar a troca de calor e diminuir a carga de fluido refrigerante no sistema.

Evaporador de sistema de refrigeração comercial

“De 90% a 95% de todos os componentes, compressores e trocadores de calor são utilizados pela nossa empresa na fabricação de chillers, splitões ou VRFs. Além disso, investe em tecnologia para desenvolver projetos e sistemas HVAC-R com água gelada”, comenta o gerente regional de aplicação e serviços da Danfoss na América Latina, Eduardo de Castro Drigo.

Em seu portfólio, a companhia dinamarquesa dispõe de trocadores de calor SondBlock e de placa soldada, que foram projetados para uso em meio agressivo, temperatura extrema e/ou alta pressão. Os trocadores de calor casco e placas (SPS) são voltados para condensação e aquecimento a vapor, enquanto os trocadores de calor espirais são indicados para aplicações que requerem tratamento específico de fluidos desafiadores.

No caso dos trocadores de calor espirais Sondex, eles foram projetados para manipular lamas, sedimentos, água de esgoto, polpas de celulose, hidrocarbonetos com alta viscosidade e líquidos com risco de incrustação contendo fibras e sólidos.

 Eficiência energética

Em todos os trocadores de calor ocorrem tecnicamente duas trocas térmicas. Na primária, a condução de gás acontece através da tubulação que o envolve, transportando-o para as aletas. Na secundária, há troca de calor entre as aletas e o ar a ser resfriado.

“Os materiais da tubulação têm influência na troca primária, em consequência dos diferentes coeficientes de condutividade térmica entre eles. A escolha do material para atender às caraterísticas da aplicação e do seu fluido refrigerante requer um perfeito dimensionamento para a melhor eficiência do sistema de refrigeração”, detalha o CEO da Mipal, Cláudio Palma.

A empresa trabalha hoje com tubos de cobre, alumínio e aço inox. A escolha desses materiais está relacionada diretamente às características da aplicação e para todos os fluidos refrigerantes. Seus carros-chefes são os evaporadores de médio perfil, médio alto perfil, alto perfil, alta vazão, condensadores remotos e serpentinas trocadoras de calor.

“Todo foco da tecnologia está voltado à eficiência energética para todos os fluidos refrigerantes disponíveis no mercado. A Mipal está indo além deste passo, inovando em seus produtos para atender à crescente demanda nacional e internacional de equipamentos projetados para propiciar uma instalação com design diferenciado, com operação e manutenção rápida e segura”, salienta o executivo.

Nos últimos meses, a companhia lançou três novas linhas de evaporadores com um conceito totalmente inovador, levando em consideração todas as necessidades de manutenção, operação e dos refrigeristas, projetistas e instaladores. “O resultado são equipamentos com amplo acesso ao seu interior, sem necessidade do uso de qualquer ferramenta, tornando a manutenção fácil, rápida e extremamente segura. E uma manutenção bem feita, garante o bom rendimento e a eficiência do produto”, complementa Palma.

O CEO da Mipal alerta que equipamentos de baixo rendimento provocam a ineficiência total do sistema, e isso reflete em mais gasto de energia elétrica e maior custo operacional, refletindo em perdas. “Recomendamos que sempre sejam seguidas as orientações do fabricante para o dimensionamento, instalação e operação, e as boas práticas do mercado, além de se usar equipamentos de qualidade reconhecida”, enfatiza.