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Honeywell pesquisa substituto de longo prazo para o R-410A

Após o anúncio acerca do desenvolvimento do R-466A, uma alternativa de baixo impacto climático para o R-410A, a Honeywell revelou que está trabalhando num outro substituto não inflamável com um potencial de aquecimento global (GWP, em inglês) ainda menor.

Durante a última conferência europeia sobre tecnologias de refrigeração e ar condicionado em Milão, Jean de Bernardi, gerente técnico da indústria química norte-americana na Europa, falou sobre os resultados dos testes de desempenho usando o R-466A e o novo fluido refrigerante em desenvolvimento em uma bomba de calor residencial.

Ensaios sobre seu desempenho teórico mostraram que o gás em desenvolvimento, inicialmente denominado HDR147, pode ter uma eficiência 2% maior que a do R-410A, informou Bernardi.

A Honeywell despertou enorme interesse dos fabricantes de equipamentos no ano passado quando anunciou o lançamento do R-466A, uma mistura de R-32, R-125 e um novo componente, o trifluoroiodometano (CF3I). Além de ser atóxico e não inflamável (A1), o seu GWP é de cerca de 733, uma redução considerável em relação ao GWP do R-410A.

O HDR147 ainda está para ser avaliado pela Associação Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar Condicionado (Ashrae), mas dizem que ele tem um GWP de cerca de 400, sendo um potencial substituto de longo prazo para o R-410A em novos equipamentos.

Assim como o R-466A, o HDR147 possui CF3I em sua fórmula, mas seus outros componentes não foram revelados.

Fabricante de chillers adota rival do R-32

A Kaltra agora está oferecendo em uma de suas linhas de chillers condensados a água modelos compatíveis com o R-452B, um fluido refrigerante à base de hidrofluorolefina (HFO) desenvolvido para substituir o hidrofluorcarbono (HFC) R-410A em novos equipamentos.

Tal como o R-410A – uma mistura de R-32 (50%) e R-125 (50%) –, ele usa os mesmos dois componentes, mas com adição de 26% de R-1234yf , 67% de R-32 e apenas 7% de R-125.

Segundo a indústria alemã de sistemas de refrigeração e ar condicionado, a nova mistura oferece um ótimo equilíbrio entre desempenho, segurança e compatibilidade para substituir o R-410A, superando outras alternativas disponíveis no mercado.

“Os novos resfriadores de líquido demonstram taxas de eficiência similares ou de 2% a 5% mais altas que as dos modelos com R-410A”, revela a Kaltra, destacando que essas máquinas são “capazes de operar com uma faixa mais ampla de temperaturas de evaporação”.

“Seu design modular e novo software de controle ainda permitem o uso de vários chillers virtualmente como um único sistema, otimizando, dessa forma, a eficiência em cargas parciais”, acrescenta.

De acordo com o Quinto Relatório de Avaliação (AR5) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o potencial de aquecimento global (GWP, em inglês) do R-452B é de 676, cerca de 65% menor que o do R-410A.

Inofensiva à camada de ozônio, a substância é comercializada tanto pela Chemours quanto pela Honeywell, sob as marcas Opteon XL55 e Solstice L41y, respectivamente.

O composto foi desenvolvido para concorrer com o R-32, substituindo o R-410A, particularmente, em bombas de calor, rooftops, sistemas VRF e chillers de média pressão condensados a ar e a água.

Assim como o R-32, o R-452B é classificado como levemente inflamável (A2L) pela Associação Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar Condicionado (Ashrae), embora a Chemours sustente que ele seja o menos inflamável de todos os principais substitutos existentes para o R-410A.

De acordo com a Honeywell, o R-452B possibilita uma carga até 10% menor em comparação com o equipamentos existentes que utilizam o R-410A.

A indústria química também afirma que seu envelope de operação mais amplo permite que o equipamento alcance temperaturas de evaporação baixas, superando o R-32 no modo de aquecimento e atingindo temperaturas mais altas em bombas de calor e chillers.

Carga de inflamáveis em sistemas de refrigeração deve subir para 500 g

Em resposta às regulamentações ambientais que visam proteger a camada de ozônio e reduzir o aquecimento global, o mercado de refrigeração e ar condicionado está mudando rapidamente em todo mundo.

Como resultado desse processo, os chamados refrigerantes naturais, a exemplo dos hidrocarbonetos (HCs), estão sendo introduzidos em uma ampla gama de sistemas do gênero, devido ao seu impacto climático baixíssimo.

No caso específico dos HCs, a norma 60335-2-89, da Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC), limita a 150 gramas a carga de fluidos refrigerantes inflamáveis (A3) em sistemas frigoríficos hermeticamente selados com unidade de refrigeração incorporada ou remota, por questões de segurança.

Todavia, uma votação importante sobre o aumento desse limite começou em 1º de março na IEC, processo que deve ser finalizado no outono. Caso a revisão da norma seja aprovada, a carga permitida de HCs subirá para 500 g, e a regra será aplicada a fluidos como o propano (R-290) e o isobutano (R-600a) em equipamentos de refrigeração comercial, o que provavelmente deve ampliar o uso deles em todo o planeta.

A ECOS, uma organização não governamental (ONG) ambientalista global especializada em padronização e políticas técnicas de produtos, avalia que essa revisão “altera, positivamente, o padrão anterior, que impõe barreiras ao uso de refrigerantes inflamáveis, por meio de limites apertados de carga”.

Num artigo publicado na edição de fevereiro da revista Accelerate America, a diretora executiva do Conselho Norte-Americano de Refrigeração Sustentável (NASRC, em inglês), Danielle Wright, diz que, “para muitos varejistas, especialmente redes nacionais de supermercados, os sistemas de refrigeração independentes que usam R-290 são a solução ideal e o caminho mais rápido para a conformidade regulatória em lojas novas e existentes”.

Segundo ela, a lista de benefícios é longa: economia de energia, custos reduzidos de capital, índice praticamente zero de emissões de CO₂ e flexibilidade de comercialização, além de manutenção e serviços simplificados.

“Mas a carga máxima de 150 g impede que esses benefícios sejam plenamente alcançados, colocando os supermercados dos EUA em desvantagem diante das crescentes pressões regulatórias”, argumenta.

Desde 2014, o subcomitê SC61C trabalhou para atualizar o padrão global IEC 60335-2-89. Portanto, a votação do projeto final de revisão da norma, conhecido como Final Draft International Standard (FDIS), representa o último passo de um processo de longas fases.

Depois de várias revisões e um exame minucioso da pesquisa e dos dados de segurança, todos os sinais apontam que o voto a favor da mudança será maioritário, escreve Wright.

Embora o Senado do EUA ainda não tenha ratificado a Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal, prossegue a especialista, a indústria norte-americana de supermercados também deverá seguir as tendências tecnológicas globais e reduzir o uso de hidrofluorcarbonos (HFCs) nos próximos anos.

“Estados como Califórnia e Nova York já estão adotando cronogramas rigorosos de redução de HFCs. Agora, mais do que nunca, os varejistas precisam de opções para lidar com as regulamentações pendentes”, diz.

Desde 1º de janeiro, os supermercados californianos não podem mais utilizar gases fluorados de alto potencial de aquecimento global (GWP), como o R-404A e o R-507A, em sistemas de refrigeração comercial novos e modernizados e unidades de condensação remotas; unidades independentes retrofitadas; novas unidades independentes de média temperatura dotadas de compressor com capacidade inferior a 2,2 mil BTU/h e sem evaporador inundado.

A partir de 2020, os refrigerantes de alto GWP serão banidos de outras aplicações. Segundo a legislação local, os fabricantes não podem vender equipamentos ou produtos que usam HFCs proibidos fabricados após suas respectivas datas de proibição.

Quem também parece disposto a restringir ainda mais o uso de HFCs em sistemas de refrigeração é o governo da Dinamarca. O Ministério do Meio Ambiente do país europeu considera proibir totalmente, a partir de 2020, novas plantas com esses gases, informa a Associação Dinamarquesa da Indústria de Refrigeração e Bombas de Calor (AKB, em dinamarquês).

Por sinal, a Dinamarca tem liderado iniciativas de redução de HFCs desde 2001, quando adotou sua primeira legislação nacional sobre o tema. Isso incluiu a proibição de seu uso para determinados fins, medidas tributárias e suporte para pesquisa e desenvolvimento de tecnologias alternativas.

Em fevereiro, o Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão anunciou que vai aumentar os subsídios para o desenvolvimento de substâncias de baixo GWP nos próximos anos.

O aumento vem depois que o Ministério do Meio Ambiente do país asiático confirmou em dezembro do ano passado um orçamento de € 58 milhões para instalações com refrigerantes naturais no ano fiscal de 2019.

A medida recém-anunciada ajudará o Japão a “cumprir sua obrigação de redução de HFCs a partir de 2029, fortalecendo nossos esforços para desenvolver e introduzir fluidos refrigerantes usando novas alternativas”, disse Hideyuki Naoi, vice-diretor do Ministério da Economia.

Em junho do ano passado, o Japão revisou sua Lei de Proteção da Camada de Ozônio para controlar a produção e importação de HFCs. A nova legislação entrou em vigor em 1º de janeiro de 2019, assim como a Emenda de Kigali, pacto ratificado pelos japoneses em dezembro.

Esse acordo, aprovado pelas partes do Protocolo de Montreal na capital Ruanda, em 2016, obriga os países desenvolvidos signatários a reduzir o uso de HFCs em 85% até 2036, com base no consumo entre 2011 e 2013.

A ação também deverá ajudar esses países a atingir as metas de redução de emissões de dióxido de carbono (CO2) do Acordo de Paris.

Fluidos refrigerantes propano (R-290) e isobutano (R-600a) em loja da Frigelar

Caso seja aprovada, revisão de norma da IEC será aplicada a fluidos como o propano (R-290) e o isobutano (R-600a) | Foto: Nando Costa/Pauta Fotográfica

Oportunidades de negócios

A indústria global de refrigerantes de baixo GWP avança aproveitando oportunidades lucrativas em nações desenvolvidas, assim como nos países em desenvolvimento.

Para os especialistas, a crescente demanda por sistemas de refrigeração e condicionadores de ar, juntamente com a eliminação dos clorofluorcarbonos (CFCs) e hidroclorofluorcarbonos (HCFCs) em todas as regiões do planeta, gerou um impacto positivo para o segmento, aumentando o consumo de substâncias mais ecológicas.

Um relatório recém-publicado pela Fact.MR, empresa global de pesquisa de inteligência de mercado, indica que o mercado de refrigerantes de baixo GWP vai registrar uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 8,1% entre 2019 e 2027.

Embora o cronograma de adoção de refrigerantes amigáveis ao clima possa variar por região ou país, em função de requisitos regulatórios individuais, as indústrias de compressores têm uma visão global focada na busca por refrigerantes de menor impacto climático.

“Em uma visão de curto a médio prazo, as regulamentações locais reduzirão ou banirão significativamente o uso de HFCs com alto GWP em aplicações de refrigeração”, reforça a Tecumseh, fabricante de compressores herméticos alternativos, rotativos e scroll, com capacidade de 1/15 a 30 cavalos de potência (hp), além de uma linha completa de unidades e sistemas de condensação para uso em aplicações residenciais e comerciais de refrigeração e ar condicionado.

Fundada em 1934, a companhia norte-americana – cujos equipamentos são fabricados em quatro continentes, incluindo a América Sul, onde a multinacional possui uma planta em São Carlos (SP) – acredita que os refrigerantes de baixo ou baixíssimo GWP serão a escolha principal dos fabricantes e usuários de sistemas de refrigeração comercial.

Num comunicado divulgado à imprensa no início do ano, a multinacional destaca que já dedicou recursos consideráveis na avaliação de refrigerantes de baixo GWP. Por isso, a empresa tem fornecido ao mercado compressores homologados para compostos desse tipo, assim como outras grandes indústrias do setor.

Agência holandesa apreende estoque ilegal de R-134a

Uma blitz realizada no início deste mês num depósito de autopeças em Roterdã, na Holanda, resultou na apreensão de mais de 1,6 tonelada do fluido refrigerante R-134a, uma das substâncias controladas pela legislação europeia pertinente aos gases de efeito estufa fluorados (f-gases, em inglês).

A Inspetoria de Meio Ambiente e Transporte dos Países Baixos, trabalhando em uma denúncia das autoridades alfandegárias holandesas, descobriu 123 cilindros – descartáveis e ilegais – de 13,6 quilos que haviam sido importados fora do sistema de cotas da União Europeia.

Desde o ano passado, o site britânico Cooling Post tem relatado uma série de violações no segmento. Aumento de preços e problemas no fornecimento de hidrofluorcarbonos (HFCs) de alto potencial de aquecimento global (GWP) incentivaram o contrabando e as importações ilegais de gases em cilindros descartáveis, revela a publicação.

No início do ano, o Coolektiv exigiu ações poder público depois de ter revelado que a quantidade de refrigerantes ilegais vendidos no bloco econômico no ano passado foi equivalente a 20% da cota legal de comercialização de f-gases.

O grupo alemão de especialistas em refrigeração também expressou temores de que os produtos ilegais estejam contaminados e possam colocar os usuários em risco.

Referindo-se às explosões e mortes causadas por R-134a contaminado em 2011, o Coolektiv disse que “os riscos de acidentes seguidos por ferimentos e danos materiais não podem ser rejeitados na situação atual”.

O grupo também aponta que o uso de refrigerantes fora dos padrões definidos pela Ashrae gera um efeito negativo na eficiência dos sistemas de refrigeração e ar condicionado.

Carel triplica participação em projetos com CO₂

A Carel, fabricante italiano de componentes. triplicou o número de seus projetos de sistemas de refrigeração com dióxido de carbono (R-744) e inversores de frequência em 2018, informou a multinacional num comunicado à imprensa.

Os sistemas vendidos durante o ano de 2018 economizaram quase três mil MWh de energia, evitando o lançamento de 1,5 mil tonelada de CO₂ no meio ambiente, destacou a Carel no comunicado.

Além disso, a empresa estimou que seus projetos de 2018 reduzem 2,5 mil toneladas de emissões CO₂ em comparação com as soluções com o hidrofluorcarbono (HFC) R-404A de mesma capacidade. Isso representa uma economia total líquida de quatro mil toneladas de CO₂ – o equivalente a nenhum carro circulando pelo centro de Londres por 20 dias.

Os produtos para CO₂ da Carel incluem controladores, válvulas de alta pressão e ejetores moduladores eletrônicos.

“Soluções com refrigerantes naturais representam o presente e não mais o futuro”, disse Matteo Dal Corso, especialista em aplicações para o varejo da Carel.

Falta de refrigeração afeta mais de 1 bilhão de pessoas

OSLO (Reuters) – Mais de um bilhão de pessoas estão ameaçadas pela falta de ar condicionado e refrigeração para refrescá-las e preservar alimentos e remédios, à medida que o aquecimento global provoca temperaturas mais elevadas, mostrou um estudo nesta segunda-feira (16).

A demanda maior de eletricidade para geladeiras, ventiladores e outros aparelhos vai agravar a mudança climática provocada pelo homem, a menos que os geradores de energia troquem os combustíveis fósseis por energias mais limpas, segundo o relatório do grupo sem fins lucrativos Sustainable Energy for All.

Cerca de 1,1 bilhão de pessoas da Ásia, África e América Latina –470 milhões em áreas rurais e 630 milhões de moradores de favelas nas cidades– correm riscos em meio aos 7,6 bilhões de habitantes do planeta, segundo o estudo.

“A refrigeração se torna cada vez mais importante” por causa da mudança climática, disse Rachel Kyte, chefe do grupo e representante especial do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Energia Sustentável para Todos, à Reuters.

Em uma pesquisa de 52 países, os mais ameaçados incluíram Índia, China, Moçambique, Sudão, Nigéria, Brasil, Paquistão, Indonésia e Bangladesh, de acordo com o relatório.

“Temos que proporcionar refrigeração de uma maneira super eficiente”, disse Rachel. As empresas podem encontrar grandes mercados, por exemplo desenvolvendo aparelhos de ar condicionado de baixo custo e alta eficiência para vender para as classes médias crescentes de países tropicais.

E soluções mais simples, como pintar telhados de branco para que reflitam a luz do sol e reprojetar edifícios para que permitam a liberação do calor, também ajudariam.

A agência de saúde da ONU diz que o calor ligado à mudança climática deve causar 38 mil mortes adicionais por ano em todo o mundo entre 2030 e 2050. Em maio, durante uma onda de calor, mais de 60 pessoas morreram em Karachi, no Paquistão, quando as temperaturas ultrapassaram os 40 graus Celsius.

Em áreas remotas de países tropicais, muitas pessoas não têm eletricidade e as clínicas muitas vezes não conseguem armazenas vacinas e medicamentos que precisam ser refrigerados, segundo o estudo, e em favelas o fornecimento de energia muitas vezes é intermitente.

Além disso, muitos agricultores e pescadores não têm acesso a uma “cadeia fria” para preservar e transportar produtos para os mercados. Peixes frescos estragam em questão de horas se foram guardados a 30 graus Celsius, mas se mantém comestíveis por dias quando resfriados.

 

Fonte: Reuters – Alister Doyle

PBH capacita professores do Senai-SP

Senai-SP é a primeira escola parceira do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH) a realizar a fase de “Treinamento dos Treinadores”, para a capacitação dos professores que darão aulas nos cursos de boas práticas em sistemas de ar condicionado do tipo janela e mini-split.

Professores recebendo treinamento em sala de aula

Professores da Escola Senai “Oscar Rodrigues Alves” participaram de treinamento para qualificar refrigeristas durante a segunda fase do PBH

Os cursos, que fazem parte da segunda etapa do PBH, foram ministrados na semana de 13 a 17 de novembro, na Escola Senai Oscar Rodrigues Alves, no bairro do Ipiranga, na capital paulista.

O PBH é coordenado diretamente pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e, no caso do setor de serviços, os projetos são implementados pela Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da agência GIZ.

Durante o treinamento, os especialistas da GIZ apresentaram a nova apostila e demais materiais e equipamentos do curso, explicando cada passo da metodologia que deve ser aplicada em aula, para melhor aprendizagem dos futuros alunos, que são, em sua maioria, técnicos atuantes no mercado, que se inscrevem com o objetivo de se aperfeiçoarem profissionalmente.

Os cursos para os técnicos do setor começaram no fim de novembro. Segundo o diretor do Senai Ipiranga, Eduardo Macedo, estão previstas quatro turmas, com 16 alunos cada, até o final deste ano; e para 2018 mais de 50 turmas.

Na segunda etapa do PBH serão capacitados 9.238 técnicos em cursos de boas práticas em sistemas de ar condicionado e refrigeração comercial e em cursos para uso seguro e eficiente de fluidos alternativos de baixo potencial de aquecimento global (GWP, em inglês).

Além dos cursos no estado de São Paulo, serão iniciadas turmas, em 2018, em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Mato Grosso, Goiás, Amazonas, Rondônia, Maranhão, Bahia, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

 

Vazamentos de fluidos refrigerantes

Um dos grandes objetivos dos treinamentos oferecidos pelo PBH é conscientizar os profissionais do setor sobre a importância da prevenção de vazamentos de fluidos refrigerantes.

Recentemente, o MMA e a GIZ lançaram o vídeo “Manutenção correta dos aparelhos de ar condicionado: benefícios sociais, ambientais e financeiros”, produção que revela que o Brasil despeja na atmosfera 11 mil toneladas do hidroclorofluorcarbono (HCFC) R-22 todos os anos.

Além de afetar a camada de ozônio e contribuir para o aquecimento global, os vazamentos de R-22 geram um prejuízo de R$ 500 milhões para o País.

Professores do SENAI aprimorando sobre o PBH

Escola técnica da zona sul de São Paulo está oferecendo cursos gratuitos de boas práticas em sistemas de ar condicionado para
profissionais do setor

Durante a cerimônia de lançamento da produção, o secretário de Mudança do Clima e Florestas do MMA, Everton Frask Lucero, lembrou que o Brasil é um dos maiores importadores de substâncias destruidoras da camada de ozônio. “Somos o quinto maior consumidor mundial de HCFCs”, disse.

“Graças ao trabalho que está sendo feito [por ministérios, agências internacionais, entidades e parceiros privados], nós já nos antecipamos às metas do Protocolo Montreal, pois já reduzimos 34% do consumo de HCFCs, em relação à linha de base [média de consumo em 2009 e 2010]”, informou.

“A nossa meta, e de todos os países em desenvolvimento, é chegar a 2020 com a redução do consumo em 35%. Então, com esse resultado alcançado, podemos dizer que estamos bem adiantados”, comemorou.

Preços dos HFCs disparam na Europa

Os fornecedores de compostos refrigerantes insistem que não estão exagerando nos alertas urgentes quanto à disponibilidade futura de substâncias com alto potencial de aquecimento global (GWP, na sigla em inglês), como o hidrofluorcarbono (HFC) R-404A.

Embora seu preço tenha dobrado no ano passado, as empresas avisam que, em breve, a questão será menos sobre a capacidade dos usuários finais de arcarem com fluidos de alto GWP e mais sobre se poderão realmente obter alguns deles.

Esta foi a mensagem predominante durante uma apresentação especial realizada pelo distribuidor IDS Climalife, com sede em Bristol, no Reino Unido, segundo reportagem publicada pelo Cooling Post.

O diretor executivo da empresa, Alan Harper, salientou que a “lua de mel” dos gases fluorados (f-gases) acabou. “Os preços vão continuar a subir neste ano e pode haver limitações na oferta”, explicou. “No ano que vem, a preocupação não será o preço, e sim a disponibilidade”.

Redução acelerada

No momento, a Europa está a apenas alguns meses da redução obrigatória dos f-gases em 2018, quando deverá fazer um corte de 37% no teto base de emissão. Em termos práticos, isso significa que a indústria europeia terá de se contentar com um máximo de 115 milhões de toneladas equivalentes de dióxido de carbono (MtCO2eq) – pouco mais de dois terços dos 168 MCo2eq consumidos em 2015.

Atingir ou não a meta inicial de 2018 depende de uma série de medidas. Reduzir a quantidade de vazamento é uma delas, mas ainda mais urgente é a necessidade de substituir os refrigerantes com alto GWP, como o R-404A.

Honeywell anunciou que não venderá R-404A e R507 no mercado europeu no ano que vem

Como os equipamentos que utilizam R-404A ainda sendo produzidos, há temores de que esses alertas similares aos feitos durante a eliminação do hidroclorofluorcarbono (HCFC) R-22 – e, antes disso, durante a substituição dos clorofluorcarbonos (CFCs) – sejam ignorados por parte dos usuários finais.

A Parceria Europeia para a Energia e o Meio Ambiente (EPEE) estimou que os supermercados europeus terão de converter ou substituir 50% de seus sistemas com R-404A, a fim de alcançarem a redução de 2018.

“Isso claramente não está acontecendo”, reiterou o diretor técnico da Climalife, Peter Dinnage. “Parte do problema são as pessoas colocando o R-404A em novos equipamentos”, acrescentou.

O R-404A, que possui um GWP de 3.922, ao lado de todos os outros refrigerantes com GWP acima de 2.500, será banido nos novos equipamentos estacionários de refrigeração a partir de 2020.

Crucialmente, para aqueles que ainda comprarem equipamentos com R-404A, em 2020 também haverá a imposição de uma proibição a todos sistemas que emitirem nível superior a 40 tCO2eq (cerca de 10kg). Os fluidos R-507 e R-422D também serão afetados por essa proibição.

Em recente comunicado distribuído à imprensa, a Honeywell anunciou que encerrará as vendas de R-404A e R-507 na União Europeia em 2018.

Os produtores argumentam que há diversas opções disponíveis. O CO2 está sendo adotado em muitos sistemas novos de refrigeração em supermercados. Também há uma série de novas alternativas de baixo GWP sendo disponibilizada para equipamentos novos e retrofits.

Entre esses gases mais ecológicos, estão o R-448A e o R-449A, compostos à base de hidrofluorolefina (HFO) que possuem índices de GWP de aproximadamente 1.300, uma redução de cerca de 65% em relação ao R-404A.

Em âmbito global, a indústria de compressores segue atualizando seus equipamentos, a fim de permitir o uso mais amplo de fluidos refrigerantes de baixo impacto climático, conforme noticiou a reportagem de capa da edição deste mês da Revista do Frio.

Danfoss qualifica 19 famílias de produtos para gases de baixo GWP

A Danfoss acaba de concluir um extenso programa de qualificação de 19 famílias de equipamentos para refrigerantes de baixo potencial de aquecimento global (GWP, em inglês), incluindo compressores, unidades condensadoras, válvulas, trocadores de calor e outros componentes.

A estratégia da empresa é atender aos novos regulamentos do setor, com destaque para a norma europeia F-gas, o Programas de Novas Políticas Alternativas (SNAP) dos EUA e o Protocolo de Montreal.

Por causa desse cenário regulatório, diferentes refrigerantes estão surgindo como substitutos viáveis para o R-404A, sujeito a proibições ou reduções em 2017, nos EUA, e a partir de 2020, na Europa.

Quando se trata de aplicações em refrigeração comercial e unidades condensadoras, uma mudança para o R-407A e R-407F já ocorreu em muitas áreas, reduzindo o impacto climático em cerca de 50%.

Agora, o catálogo de equipamentos da empresa para a área refrigeração comercial inclui opções que operam com R-448A, R-449A, R-452A, além do propano (R-290) e do dióxido de carbono (CO2), enquanto a área de ar-condicionado está mudando para R-1234ze(E), R-32, R-452B e R-454B.

“Fazendo um programa de qualificação deste calibre, esperamos garantir um caminho viável para nossos clientes em refrigeração comercial e ar condicionado”, diz Torben Funder-Kristensen, chefe de relações públicas da divisão de refrigeração e ar condicionado da multinacional dinamarquesa.

Honeywell encerrará vendas de R-404A

Em comunicado distribuído à imprensa nesta segunda-feira (10/4), a Honeywell diz que planeja encerrar as vendas dos refrigerantes Genetron 404A (R-404A) e Genetron AZ-50 (R-507) na União Europeia em 2018.

Um dos principais produtores mundiais desses compostos, a companhia explicou que está tomando essa medida “em antecipação à escassez esperada de produtos com alto potencial de aquecimento global [GWP, em inglês], devido ao cronograma de redução previsto na F-gas [diretiva da UE que trata da eliminação dos gases fluorados com efeito estufa]”.

Os preços do R-404A e do R-507 de todos os fabricantes e distribuidores aumentaram substancialmente este ano, em antecipação ao corte de 37% em dióxido de carbono equivalente (CO2e) obrigatório no próximo ano.

Diversas companhias já reajustaram os preços dos gases de alto GWP, como forma de alertar o mercado europeu sobre a baixa oferta prevista para o ano que vem, mas a Honeywell é o primeiro fabricante a anunciar que deixará de fornecer esses fluidos à base de hidrofluorcarbonos (HFCs).

Este último anúncio, certamente, irá inflacionar o preço do R-404A, o que pode levar os outros fabricantes a tomar medidas semelhantes.

“Em função da grande redução obrigatória de cotas a ser implementada em 1º de janeiro de 2018, espera-se que uma eliminação acelerada de produtos de alto GWP será necessária”, informa a multinacional.

“Isso significa que os clientes precisam adotar soluções ambientalmente mais adequadas, a fim de se preparar para a escassez de fluidos de alto GWP em 2018, e para atender plenamente às exigências da F-gas até o final de 2019”, esclarece.

Com cotas baseadas em CO2e, nenhum fabricante quer continuar vendendo gases de alto GWP, como o R-404A. Toda a cadeia produtiva, enfim, gastou milhões de dólares desenvolvendo novos fluidos de menor impacto climático.

A Honeywell destaca suas próprias alternativas com GWP mais baixo, tais como o R-407F e o R-407A, junto com alternativas mais novas, como o R-448A, um refrigerante à base de hidrofluorolefina (HFO).

A empresa diz que trabalhará com sua rede de distribuidores autorizados para ajudar os clientes e parceiros a adotar a próxima geração de refrigerantes que melhor atendam às suas necessidades, mas adverte que quantidades significativamente reduzidas de R-404A e R-507 serão disponibilizadas para amenizar problemas pontuais no período de transição.

Especialistas já advertiram que a transição estabelecida pela F-gas exigiria a adaptação de pelo menos 50% dos atuais sistemas com R-404A. Mas os relatórios técnicos sugerem que a Europa está muito aquém deste objetivo e, pior, os novos equipamentos que utilizam o R-404A continuam a ser fabricados, importados e instalados em grande número.

O R-404A, com seu GWP de 3.922, é o gás mais utilizado no continente em equipamentos de refrigeração estacionários, comumente usados em sistemas comerciais de baixa temperatura, como os instalados em supermercados. O R-507 tem um GWP de 3.985 e, embora menos comum, também é utilizado em sistemas de baixa e média temperatura.

Tanto o R-404A como o R-507 foram introduzidos na década de 1990 para substituir os clorofluorcarbonos (CFCs) R-502 e R-12, e mais tarde, o hidroclorofluorcarbono (HCFC) R-22, devido aos efeitos nocivos desses gases à camada de ozônio.

Naquela época, o aquecimento global e o impacto dos refrigerantes de alto GWP não foram levados em conta durante a transição tecnológica exigida.