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Carnes e leite impulsionam HVAC-R

Iniciada no primeiro trimestre de 2020, a pandemia do novo coronavírus evidenciou ainda mais o papel de protagonismo da refrigeração industrial nos processos de armazenagem, transporte e preservação de alimentos e produtos médicos, a exemplo das vacinas.

Se por um lado o fechamento compulsório de bares e restaurantes atrapalhou fortemente o HVAC-R nacional, por outro, acabou impulsionando as demandas geradas por grandes e médias redes supermercadistas e por pequenos estabelecimentos deste segmento.

Paralelamente à covid-19, o atual momento de incertezas climáticas e descontrole das condições macroeconômicas levaram diversos países, inclusive o Brasil, a aumentar seus estoques reguladores de proteína animal, a fim de garantir o abastecimento e a segurança alimentar.

“Este cenário contribuiu significativamente para o crescimento da indústria nesta atividade e a ampliação dos frigoríficos brasileiros, já que essas atividades necessitam de equipamentos para resfriamento e congelamento”, diz o vice-presidente de refrigeração da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), Ricardo dos Santos, executivo da Mayekawa, companhia que atua na área de refrigeração industrial.

Ricardo dos Santos, executivo da Mayekawa

Ao mesmo tempo, pontua ele, o País terá forte investimento no segmento de logística com temperatura controlada, uma vez que o mercado observa o andamento da construção de vários novos centros de armazenamento refrigerado. Com isso, não só o segmento de carnes se beneficiou, mas também o de leite e derivados, que acabou pegando carona nessas mudanças positivas. “A busca por entrepostos refrigerados não é um fenômeno novo, mas sim a crescente procura por espaços refrigerados complexos e muito específicos. Até porque a indústria de armazenamento refrigerado tem sido fortemente impulsionada pelas vendas on-line e a crescente demanda do consumidor por produtos frescos de alimentação saudável e por produtos farmacêuticos que requerem armazenamento especializado”, explica Ricardo. No entendimento do VP da Abrava, esta guinada levou à construção de mais centros de distribuição de pequeno porte localizados regionalmente, para ajudar a diminuir o tempo de entrega e aumentar a vida útil dos produtos.

“Muitas empresas estão alugando espaços, com localização ideal, e os reformando para criar um ambiente de armazenamento refrigerado, com enfoque especial na eficiência energética, pois aproximadamente 25% do custo total de funcionamento de um CD refrigerado refere-se ao consumo de energia elétrica”, comenta. Igualmente importante para o segmento de leite e derivados, o frio tem papel essencial em uma das primeiras etapas pós-extração do animal, quando é necessário levar o produto, então a uma temperatura de 34 ºC, até 4 ºC, em um período de três a quatro horas, para garantir a segurança em relação a bactérias.

“Sem este processo, não se pode garantir a qualidade do leite, sendo necessário manter esta temperatura até que o produto chegue aos laticínios. No transporte refrigerado é igualmente importante, dando à cadeia do frio a grande responsabilidade de garantir a qualidade do leite que consumimos, bem como a sua condição para a produção de seus derivados”, descreve o gerente de vendas da Danfoss do Brasil, Eládio Pereira.

O executivo salienta que a multinacional é referência no mercado de leite em toda a América Latina, com produtos de alta tecnologia que atendem desde o pequeno produtor, a partir de um tanque de 300 litros, até grandes produtores e laticínios.

Segundo ele, os investimentos dos segmentos de carnes e leite têm sido fundamentais, nos últimos dois anos, para o crescimento do transporte refrigerado no Brasil, que não sentiu tanto os impactos da pandemia, uma vez que o consumo de alimentos da população migrou de bares e restaurantes para os supermercados, principalmente devido ao home office.

“O transporte frigorífico se intensificou por causa do aumento da demanda por alimentos. Como já estava preparado em relação a equipamentos e normas de qualidade e temperaturas, o grande desafio foi atender à crescente procura por novos equipamentos, o que ocorreu com êxito”, argumenta.

O executivo da Danfoss entende que, atualmente, o segmento de leite e derivados está bem coberto em relação à cadeia de refrigeração, por meio de resfriadores e conservadores de leite, além do transporte frigorífico.

Entretanto, assegura ele, as novas tecnologias que estão chegando ao setor agrícola, com intensificação da internet em zonas rurais, são consideradas os próximos desafios dos fabricantes de equipamentos de frio.

“A digitalização desses processos, o monitoramento remoto de temperaturas e da produção darão maior credibilidade ao produtor e agregarão valor ao leite, quando o mesmo for repassado aos grandes frigoríficos e cooperativas, beneficiando toda a cadeia produtiva”, complementa.

Para os técnicos em refrigeração e de outros segmentos do HVAC-R, enfatiza o executivo, a grande dificuldade ficará em torno das grandes distâncias e da dificuldade de locomoção até os produtores que possuem equipamentos de resfriamento de leite, a maioria dos quais estabelecidos na zona rural.

“Isto resultará em uma assistência técnica de maior valor devido aos custos relacionados à locomoção. Como a maioria dos técnicos está localizada nas grandes cidades, é preciso entender a limitação existente para a disponibilidade de pessoal qualificado, pois vai haver desequilíbrio entre a demanda de serviços e a mão de obra especializada disponível em determinada região”, analisa.

Este é o mesmo ponto de vista do vice-presidente de refrigeração da Abrava, Ricardo dos Santos, ainda que tenha expandido as mesmas dificuldades para a indústria, “visto que a constante ampliação e construção de novas fábricas de alimentos e centros de distribuição refrigerados tem apresentado ao empresariado o enorme desafio de encontrar mão de obra qualificada para operação e manutenção dos sistemas de refrigeração”, conclui ele, projetando que o setor do frio terá muito espaço para crescer nos próximos anos.

Por que o preço do fluido refrigerante disparou?

O mercado mundial de fluidos refrigerantes está passando por um momento de alta instabilidade no que tange ao abastecimento. A China, maior produtora mundial dessa commodity, enfrenta a escassez de matérias-primas em diversos segmentos.

Aliado a isso, questões de saúde pública, por conta da covid-19, e de logística têm causado atrasos e aumentos no custo de transporte, segundo empresas da área de refrigeração e ar condicionado.

Dentro de todo esse contexto, os preços dos produtos, dispararam nos últimos dias e seguem aumentando. A alta do dólar também influencia o preço dos fluorquímicos.

Segundo o diretor de comunicação e marketing da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), Paulo Neulaender, diversos fatores têm pressionado os preços dos fluidos refrigerantes.

“Em meio a crise sanitária, o Brasil diminuiu suas importações em 2020, usando muito o estoque local”, explica o especialista. “O mercado voltou a se aquecer a partir de junho, e isso fez aumentar o consumo dos fluidos refrigerantes”, acrescenta.

Para piorar a situação, o frete marítimo internacional subiu mais de 500% nos últimos 15 meses. A demora dos EUA em aderir a Emenda de Kigali, pacto climático que visa reduzir a produção e o consumo de HFCs, também pressiona os preços desses compostos.

“Os EUA vêm comprando fluidos refrigerante da China para aumentar seu estoque local. Para os chineses, compensa mais vender para os clientes de lá do que para os brasileiros, pois os norte-americanos pagam melhor”, diz.

“Devemos continuar sofrendo com esta questão dos fluidos refrigerantes até janeiro do ano que vem. E não somente em relação a fluidos. Também estamos percebendo falta de outros insumos para a manutenção do setor de HVAC-R”, ressalta.

Evento em Florianópolis reúne engenheiros e projetistas

A Revista do Frio é uma das apoiadoras e  estará presente na 1ª Edição do Global Meeting Dannenge 2021, que acontece de 16 a 18 de Setembro de 2021, no Jurerê Internacional, em Florianópolis – SC – Brasil.

O Global Meeting Dannenge, realizado pela Dannenge International, é um evento multidisciplinar que reunirá engenheiros, projetistas, instaladores do mercado de HVAC e outros profissionais de setores clientes para compartilhar suas percepções, ideias e inovações! Além das palestras técnicas, acontecem eventos paralelos com entretenimento, intercâmbio de culturas, networking e outras atrações.

Serão 3 dias de evento com palestras técnicas dedicadas ao setor de HVAC com enfoque na Qualidade do Ar Interior, Eficiência Energética e Sustentabilidade das Edificações. Contaremos com a presença de profissionais nacionais e internacionais, entre eles, Sebastián Brain e Alejandro Rodas (Oxigena Chile), Carlos Lima (JCI-Hitachi), Rafael de Moura (Mercato Automação), Matheus Lemes (Trane Brasil), Celso Simões Alexandre (Trox Americas), Luis Claudio Almeida (Trox Brasil), Ricardo Cherem de Abreu (RGF Environmental/ Dannenge International), Fernando Abreu (Dannenge International), Eduardo Prado (Tecno Serviços), Eduardo Hugo Muller (Muller Engenharia- ASBRAV), Arnaldo Basile (ABRAVA), Edson Alves (SMACNA BRASIL) e Carlos Trombini (ANPRAC).

PMOC transforma trajetória da indústria de climatização

A pandemia do novo coronavírus acabou tendo um efeito positivo em torno da qualidade do ar interior, visto que empresas e governos passaram a dar mais atenção a este requisito em edificações de grande circulação de pessoas.

Três anos e meio após a entrada em vigor da Lei 13.589, de 4 de janeiro de 2018, o Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) modificou positivamente o HVAC-R nacional. Deu um novo rumo não só ao regramento para a execução de projetos, mas também alterou a maneira como o mercado passou a encarar a capacitação profissional e a importância da qualidade do ar interior (QAI).

As atribuições em torno do PMOC provocaram ainda uma controvérsia entre engenheiros e técnicos e suas respectivas entidades representativas, sobre quem poderia ou não desenvolver projetos e executá-los. Para resolver a rusga e enfrentando a contrariedade do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), o Conselho Federal dos Técnicos Industriais (CFT) editou a Resolução 68, que abriu caminho para os refrigeristas capacitados atuarem no planejamento, execução e avaliação da manutenção de sistemas de refrigeração e climatização.

“Com o PMOC, o mercado de manutenção e operação de sistemas de climatização melhorou bastante”, observa o engenheiro Arnaldo Lopes Parra, diretor de relações institucionais da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), enfatizando que não cabe à sua entidade regulamentar, fiscalizar ou mesmo determinar as atribuições legais desta ou daquela classe profissional.

“As empresas do setor, incluindo prestadores de serviço, laboratórios de análises e fabricantes de produtos de limpeza, se prepararam para melhor atender à demanda crescente. Na outra ponta, setores-clientes, a exemplo de comércios, escritórios, clínicas, hospitais e indústrias, que ainda não estavam prestando atenção às obrigações com a QAI, se sensibilizaram e buscaram se adaptar”, afirma o especialista, lembrando que esse processo acabou se refletindo no aumento da procura por profissionais da área, busca de conhecimento e ampliação do mercado como um todo.

Em verdade, o PMOC surgiu a partir da Portaria 3.523/1998, que aprovou regulamento técnico contendo medidas básicas referentes aos procedimentos de verificação visual do estado de limpeza, remoção de sujidades por métodos físicos e manutenção do estado de integridade e eficiência de todos os componentes dos sistemas de climatização, para garantir a qualidade do ar de interiores e prevenção de riscos à saúde dos ocupantes de ambientes climatizados.

De acordo com o artigo 6º da Portaria, assinada pelo então ministro da Saúde, José Serra, “os proprietários, locatários e prepostos, responsáveis por sistemas de climatização com capacidade acima de 5 TR (15.000 kcal/h = 60.000 BTU/h), deverão manter um responsável técnico habilitado”.

As atenções voltadas ao PMOC e à QAI foram ampliadas também a partir da pandemia de Covid-19, iniciada no primeiro trimestre de 2020. “Este período serviu para o público em geral entender a importância da QAI. Houve uma crescente preocupação de grandes empresas, para assegurar que seus sistemas atendessem plenamente

“Com o PMOC, o mercado de manutenção e operação de sistemas de climatização melhorou bastante”, avalia o diretor de relações institucionais da Abrava, Arnaldo Parra

às normas e leis já existentes e suprimir eventuais pontos de insalubridade, evitando demandas trabalhistas decorrentes de problemas associados com má QAI, ou mesmo demandas civis por conta de clientes ou fornecedores que se sintam afetados”, explica Parra.

O diretor da Abrava entende que a legislação atual é boa e caminha para melhorias, assim que evoluir para um novo regulamento técnico, a fim de atender diretamente à Lei nº 13.589/2018. “Como ainda estamos longe de ter adquirido uma consciência coletiva em relação à QAI, as leis precisam devem ser usadas como instrumento disciplinador, mas o justo seria que as pessoas buscassem seus direitos de respirar um ar mais puro, da mesma forma como nos preocupamos hoje com a qualidade da água que bebemos”, complementa.

Similar visão tem o engenheiro Alexandre Fernandes, professor especializado em PMOC na Escola Técnica Profissional de Curitiba e da Faculdade Profissional (Fapro) e diretor de fiscalização e normas do Conselho Regional dos Técnicos Industriais (CRT) da 4ª Região – Paraná e Santa Catarina.

Para ele, não há dúvidas de que a legislação melhorou o mercado para a cadeia produtiva do HVAC-R, pois o que era uma portaria do governo passou a ser uma lei respaldada pelo Congresso Nacional e pela Presidência da República. “O PMOC foi muito fortalecido, além da força da lei, também existe a publicidade da mesma, que acaba gerando força para que o assunto manutenção de climatização fique em pauta”, salienta.

O docente acredita que a legislação deve ser dinâmica, para que as leis se adaptem às mudanças da sociedade, afinal toda lei tem seu próprio tempo de maturação. “De fato, tanto a Lei 13.589/2018 quanto a Portaria 3.523/1998 são muito inteligentes e baseadas em princípios. Elas estão para quem trabalha com manutenção no HVAC-R do mesmo modo que a Constituição dos Estados Unidos está para a sua população. Quando temos leis baseadas em princípios, elas não precisam mudar”, argumenta Fernandes.

Ao contrário, a Resolução 9, de 16 de janeiro de 2003, necessita ser atualizada para ser mais dinâmica, ressalva o professor da Fapro. A legislação em questão determina a publicação de orientação técnica elaborada por grupo técnico assessor, sobre padrões referenciais de qualidade do ar interior, em ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo.

“Eu nada mudaria na Portaria 3.523/1998 e na Lei 13.589/2018, apenas promoveria uma pequena atualização na Resolução 9, pois nela encontram-se os parâmetros para a aplicação da lei, que podem e devem progredir. Um exemplo é a renovação do ar, que simplesmente poderia ter estabelecido o uso dos parâmetros da NBR 16401 da versão em vigor, o mesmo ocorrendo na questão da filtragem”, realça Fernandes.

Ensino

Outro legado que o PMOC trouxe ao HVAC-R brasileiro foi a rápida adaptação dos currículos de ensino, seja em cursos técnicos, graduação ou pós-graduação. O tema passou a ser muito mais enfatizado, e em determinados casos, como na Escola Técnica Profissional de Curitiba e na Faculdade Profissional (Fapro), até o juramento feito na formatura cita o PMOC, e os formandos juram fazê-lo de forma correta, independentemente de fiscalização.

“A manutenção 4.0 é uma realidade em países desenvolvidos e nós ainda estamos mudando de corretiva para preventiva. Ela poderia ser uma das atualizações da RE-09, ou seja, a preditiva, e as empresas que tenham mais manutenção automatizada podem não precisar de periodicidade obrigatória, trocando um filtro, por exemplo, apenas quando for necessário”, indica Fernandes. O diretor do CRT-PR/SC conta que entre 2002 e 2010 foi responsável pelo PMOC (8.000 TR) da montadora francesa Renault e de outras multinacionais, “e independentemente de haver uma lei, eles fariam o PMOC, pois a manutenção nas corporações de porte faz parte do currículo intrínseco dos profissionais, e as instituições em geral deveriam estar mais perto da indústria, formando profissionais mais preparados para os casos reais do dia a dia”, conclui.

Paulo Francini morre aos 79 anos, vítima da covid-19

O economista Paulo Francini morreu na última quarta-feira (10), aos 79 anos. O ex-presidente da Abrava e do Sindratar-SP foi vítima de uma parada respiratória ocorrida após superar a fase mais crítica da covid-19, doença diagnosticada em janeiro.

Francini também foi diretor titular do departamento de pesquisas e estudos econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) por muitos anos, onde coordenou negociações entre sindicatos patronais e de trabalhadores

Atualmente, ele era vice-presidente do Conselho Superior de Economia da entidade. Em nota, o presidente da casa, Paulo Skaf, declarou que Francini era conhecido por sua inteligência, carisma e bom humor.

Mário Lantery, ex-presidente da Abrava, morre aos 100 anos

Mary Moreira e Mário Lantery durante a entrega do Troféu Oswaldo Moreira 2012, no qual o empresário foi agraciado com o prêmio “Homem do Setor” | Foto: Nando Costa/Pauta Fotográfica

Mário Lantery, um dos maiores empreendedores da indústria brasileira do frio, morreu na última sexta-feira (8), aos 100 anos, em decorrência de causas naturais.

Presidente da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) entre 1972 e 1974, o empresário foi um dos fundadores, nos anos 1950, da Coldex, companhia adquirida pela Trane em 1972.

Sua carreira no setor, entretanto, começou anos antes. “Em junho de 1941, fui contratado por uma firma cujo nome sequer conhecia: Carrier Corporation. Entrei lá não pelos meus conhecimentos de ar condicionado, mas simplesmente porque falava inglês”, contou Lantery durante a cerimônia de entrega do Troféu Oswaldo Moreira 2012.

Na ocasião, o empresário foi agraciado pela organização do prêmio máximo do HVAC-R brasileiro com o título de “Homem do Setor”.

Segundo a Abrava, a missa virtual de sétimo dia de seu falecimento será realizada amanhã (14), às 10h. Para participar do evento religioso, clique aqui.

Liminar isenta associadas da Abrava de cumprir rodízio em SP

Empresas associadas da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) estão liberadas do rodízio de veículos na cidade de São Paulo, conforme determina uma liminar expedida pelo desembargador Jacob Valente, na última quarta-feira (13), a pedido do departamento jurídico da entidade patronal.

Com essa decisão, seus associados poderão circular todos os dias pelas ruas da capital sem serem multados pelas autoridades. No mandado de segurança, a Abrava sustentou que suas representadas exercem atividades essenciais à vida, como a manutenção preventiva e corretiva de sistemas de ventilação e ar condicionado.

A liminar ainda determinou que a administração municipal disponibilize meios para que as associadas da Abrava cadastrem os veículos utilizados em suas operações durante a pandemia de covid-19.

O desembargador observou que o decreto que impôs o rodízio não dispôs sobre os veículos utilizados nas atividades ligadas à refrigeração e climatização, de inegável importância, inclusive, no que tange aos serviços hospitalares e de necrotério e, por isso, concedeu a tutela, desde que utilizados por funcionários em efetivo serviço.

Para ler a decisão judicial, clique aqui.

Governo de SP libera reabertura de lojas e oficinas de refrigeração

Com base num parecer do Comitê Administrativo Extraordinário da Covid-19 em São Paulo, as lojas e prestadoras de serviços de refrigeração e ar condicionado instaladas no estado podem voltar a reabrir suas portas aos clientes nos próximos dias.

O grupo responsável por tomar as medidas emergenciais durante a pandemia da doença respiratória salientou, em resposta a uma solicitação da Abrava, “que estabelecimentos comerciais de assistência técnica de produtos eletroeletrônicos não estão atingidos pela quarentena” decretada pelo governador João Dória (PSDB).

O comitê esclareceu que as atividades do segmento de refrigeração e ar condicionado  “são congêneres às atividades de assistência técnica de produtos eletroeletrônicos, estando liberadas para funcionamento, observadas as normas sanitárias no contexto da covid-19”.

Do ponto de vista jurídico, “nossa interpretação é de que essa autorização de abertura é válida somente para as empresas associadas à Abrava”, ressalta o presidente executivo da entidade, Arnaldo Basile.

Portas abertas

A unidade de São Paulo da Zeon, localizada na Alameda Glete, voltou a prestar atendimento presencial no balcão hoje (3/4), tomando todos os cuidados necessários, como disponibilização de álcool em gel, uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e distanciamento entre as pessoas, de forma a evitar aglomerações nas dependências da loja e prevenir a proliferação do novo agente do coronavírus (Sars-CoV-2).

“Esclarecemos que os pedidos de peças, acessórios, equipamentos e insumos de refrigeração e ar condicionado também podem ser feitos aos nossos vendedores por telefone ou WhatsApp, ou por meio da nossa central de televendas”, diz um comunicado do varejista.

“Dispomos de caminhões, carros e motos para a realização imediata das entregas na Grande São Paulo. As mercadorias compradas remotamente também poderão ser retiradas em nossa loja, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h”, informa o comunicado do comércio.

Indústria do frio pede medidas econômicas contra efeitos da covid-19

O agravamento da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), cenário que deve aumentar o número de desempregados no País, levou o Conselho Nacional de Climatização e Refrigeração (CNCR) a solicitar ao governo federal a tomada de medidas econômicas, trabalhistas e tributárias específicas para o setor do frio.

Endereçada ao presidente Jair Bolsonaro e aos ministros Paulo Guedes (Economia) e Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), a carta assinada pelo presidente da entidade, Newton Victor, expõe a preocupação com a presente e futura situação de fabricantes, importadores, distribuidores, mantenedores, projetistas e instaladores.

O conselho procura demonstrar aos dirigentes que o HVAC-R nacional, já achatado por uma carga tributária de 44,8% – 16,7 pontos percentuais acima do total da economia –, certamente contribuirá para elevar ainda mais as perdas do setor, visto que, mesmo antes da covid-19, a competitividade da indústria já estava se deteriorando frente ao mercado internacional.

A carta reforça que, na esfera federal, as contribuições previdenciárias e PIS/Cofins respondem, aproximadamente, por um terço do total de impostos.

Desta forma, a organização pediu ao governo a suspensão imediata do pagamento dos impostos e encargos sociais pela indústria de transformação e seus prestadores de serviços desde já, até por, no mínimo, 180 dias, contados do anúncio oficial do término da pandemia causada pelo coronavírus.

Para os contribuintes optantes pelo lucro real, por apuração anual, foi solicitada a suspensão das estimativas mensais. Neste caso, o montante total seria recolhido quando do ajuste anual, após o término do estado de calamidade pública.

No caso do ICMS, o conselho pediu que haja entendimento do governo federal com os governos estaduais para a prorrogação imediata e até por, no mínimo, 180 dias, contados do anúncio oficial do término da pandemia.

“Nosso pedido tem o objetivo de nos ajudar a enfrentar a atual situação causada pela covid-19 e assegurar milhares de empregos que nossa cadeia produtiva propõe”, salientou Newton Victor.

Assinaram a carta a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), Associação Nacional dos Profissionais de Refrigeração e Ar Condicionado (Anprac), Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação (Asbrav), Sistema Sincopeças Assopeças Assomotos – Ceará (Rede Sindicar), Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e Material Elétrico de Florianópolis (SIMMMEF), Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação (SBCC), além dos Sindicatos das Indústrias de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar nos Estados da Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Todas essas entidades signatárias representam um mercado que movimenta em torno de R$ 37 bilhões e emprega direta e indiretamente mais de 250 mil pessoas.

Teletrabalho

Modalidade de trabalho que já estava em evolução em todo mundo, o home office está sendo adotado pelas empresas para não parar, mas no caso dos fabricantes, essa facilidade tem mais o perfil de quem atua nas áreas administrativa, comercial e de vendas. No caso de colaboradores do suporte técnico, poderá ser usado para atendimento a clientes a distância.

“O empregador pode pedir ao seu empregado trabalhar em casa, caracterizando, assim, a modalidade do teletrabalho ou home office, sendo aplicadas as regras dos artigos. 75-A e seguintes da CLT. Deverá ser feito um aditamento no contrato com todas as atuais condições, como horário, controle, atividades”, explica a advogada Tânia Gurgel, professora de pós-graduação e sócia da TAF Consultoria Empresarial.

Abrava pede reabertura de lojas de refrigeração em SP

A Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) protocolou um pedido na prefeitura de São Paulo para que a administração municipal reveja as restrições impostas às lojas do segmento na cidade durante a crise do coronavírus.

Desde sexta-feira (20), o comércio de refrigeração e ar condicionado está proibido de fazer atendimento presencial em balcão, conforme disposto no decreto 59.285, publicado na última quarta-feira (18). Na Alameda Glete, principal polo comercial do setor, os varejistas começaram a fazer vendas só remotamente, via telefone ou internet.

Justamente por causa do surto de covid-19, a Abrava sustenta que “é inadmissível equipamentos e sistemas de refrigeração e ar condicionado trabalharem fora das condições minimamente adequadas de operação, manutenção e controle”.

Por isso, “é imprescindível que o setor comercial mantenha ativo seu foco operacional, que é o pronto atendimento ao usuário consumidor, seja ele pessoa física ou jurídica”.

Enfim, a Abrava pede que o poder público considere “as atividades comerciais e os serviços de refrigeração e ar condicionado essenciais para garantir a operacionalidade justa e perfeita dos segmentos imprescindíveis para a saúde e o abastecimento alimentar da população”.

Segundo o entidade, o mesmo pedido também já foi enviado à prefeitura de Belo Horizonte e ao governo do Ceará.