Selo certifica qualidade do ar em ambientes internos

Iniciativa da NSF e da Brasindoor estabelece parâmetros técnicos para avaliação e auditoria de locais públicos climatizados


A NSF, organização internacional voltada à segurança ambiental e sanitária, e a Brasindoor (Sociedade Brasileira do Meio Ambiente e Controle da Qualidade do Ar Interno) lançaram, em julho de 2024, o Selo de Qualidade do Ar Interno. A certificação é destinada a edifícios, fábricas, hospitais, hotéis, escolas, shoppings, restaurantes e demais espaços de uso coletivo que estejam em conformidade com normas de higiene e segurança relativas à qualidade ambiental do ar.

O objetivo do selo é indicar que o ambiente atende critérios técnicos de controle de poluentes e ventilação, conforme parâmetros estabelecidos pela Brasindoor, em consonância com regulamentações como a Resolução ANVISA 09/2003, que determina, entre outros aspectos, o limite de concentração de dióxido de carbono em 1.000 ppm em ambientes climatizados.

De acordo com dados da EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA), o ar em ambientes internos pode apresentar níveis de poluição de duas a cinco vezes superiores aos do ar externo. A média de permanência da população nesses espaços ultrapassa 90% do tempo diário, segundo a cartilha da Qualidade do Ar Interior (PNQAI/ABRAVA).

Para obtenção do selo, a empresa interessada passa por auditoria conduzida por profissional treinado pela NSF, com duração entre quatro e seis horas. São verificados aspectos técnicos e operacionais do sistema de climatização e ventilação. A avaliação também considera a presença de fontes poluentes e a manutenção periódica dos equipamentos.

O processo resulta em um relatório técnico e, caso os requisitos sejam atendidos, na emissão do selo de certificação. Segundo Fabiane Zanoti, diretora-geral da NSF LATAM, a medida busca alinhar práticas de gestão do ar interior às diretrizes ESG (Environmental, Social and Governance), incentivando a implementação de procedimentos contínuos de melhoria da qualidade do ar.

Para Leonardo Cozac, presidente da Brasindoor, a certificação tem o papel de identificar locais que adotam práticas adequadas de controle da qualidade do ar e reduzir riscos relacionados à chamada Síndrome do Edifício Doente — quadro em que cerca de 20% dos ocupantes apresentam sintomas relacionados à exposição a contaminantes em ambientes fechados.

A iniciativa é voltada à prevenção de efeitos adversos à saúde, como irritações, crises alérgicas e doenças respiratórias agravadas por poluentes biológicos, químicos ou físicos.