Full Gauge é única no hemisfério sul
Tudo começou em 1984, em uma pequena garagem de 14 metros quadrados, nos fundos de casa. Naquela época, o custo de uma linha telefônica era para poucos e, para ligar para os primeiros clientes, Antônio Gobbi, hoje com 62 anos, ia para as filas dos orelhões. “Muitas vezes eu ficava esperando o pessoal na minha frente, pendurado na linha para pedir músicas nas rádios”, recorda bem-humorado. Junto com o sócio Flávio Berguer, Gobbi construiu o que hoje é a única empresa do hemisfério sul do planeta a produzir instrumentos digitais para sistemas de automação industrial, comercial e residencial, como controladores de temperatura para equipamentos de refrigeração. Já são mais de 5 mil clientes em 62 países. Em 2018, o faturamento foi de R$ 100 milhões.
A Full Gauge conta com 300 funcionários espalhados por cinco andares de 750 metros quadrados cada e uma obra em andamento para levantar outros três andares de 900 metros quadrados cada. A ampliação física acompanha um avanço que Gobbi prefere não estimar pois, segundo ele, a tendência é “crescer indefinidamente”.
Mesmo com a economia do país estagnada, a empresa cresceu 22% nos últimos sete meses em relação ao mesmo período do ano passado. Somente em julho, registrou um aumento de 43% em vendas, isso só no mercado interno. No mercado externo o crescimento foi de 15%.
Subindo até o último andar – de acesso restrito – pelo elevador acionado por digitais, Gobbi revela uma surpresa. Do lado de fora do terraço reservado para reuniões e confraternizações está o hangar onde ele “estaciona” seu helicóptero. “Esse é o meu brinquedo”, diverte-se. Piloto há 12 anos, ele diz que usa a aeronave para passear, levar os amigos para voar e ir à praia. Para o trabalho ele vai à pé, pois mora a 300 metros da empresa. Apesar de ter ganhado o mundo, suas raízes permanecem bem firmes onde tudo começou: no bairro Niterói.
Fonte: Diário de Canoas