ONU discute pacto global por melhoria da qualidade do ar interno
Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento representa o país em encontro na sede da organização, em Nova York
A Organização das Nações Unidas (ONU) realizará no próximo dia 23, em Nova York, um encontro dedicado à qualidade do ar interno (QAI). O Brasil será representado pela Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava). O evento reunirá líderes políticos, cientistas e especialistas para discutir ações globais sobre o tema.
Na ocasião, será lançado o Global Pledge for Healthy Indoor Air (Pacto Global pela Qualidade do Ar Interno), que convida governos e organizações a firmarem compromisso internacional voltado a ambientes internos mais saudáveis.
A pauta ganhou urgência sanitária e econômica. Pesquisas reunidas pela ONU indicam que as pessoas passam cerca de 90% do tempo em espaços fechados, onde a ventilação insuficiente e a concentração de poluentes elevam o risco de doenças respiratórias e reduzem produtividade, desempenho cognitivo e eficiência em escolas e locais de trabalho. A crise climática agrava o cenário ao intensificar queimadas, ondas de calor e eventos extremos que aumentam a exposição a poluentes.
O Brasil chega ao debate com a ABNT NBR 17037, de 2023, que definiu parâmetros de temperatura (21 °C a 26 °C) e umidade relativa (35% a 65%), além de critérios dinâmicos de ventilação baseados na qualidade do ar externo. A norma também estabeleceu limites para material particulado, exigindo medições feitas por laboratórios acreditados.
“Ventilar bem, monitorar e gerir a qualidade do ar são decisões de saúde pública que reduzem doenças e melhoram a vida cotidiana, especialmente num contexto de clima em mudança”, afirma Leonardo Cozac, presidente da Abrava.
O encontro contará com representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Internacional do Trabalho (OIT), ONU Meio Ambiente e pesquisadores de instituições como Harvard Healthy Buildings Program, Brown University, ISIAQ, ASHRAE, IWBI e World Heart Federation. A proposta é compartilhar experiências, difundir práticas e firmar parcerias internacionais.