Ferramentas para um trabalho bem-feito no dia a dia

Essenciais no HVAC-R e reconhecidas pela constante evolução tecnológica, as ferramentas – analógicas e digitais (incluindo até com acesso wireless) – utilizadas no mercado do frio têm feito toda a diferença no trabalho desenvolvido pelos profissionais.

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De maneira geral, os grandes players do segmento investem continuamente em novos produtos, buscando atender à crescente demanda no setor.

Fazem parte desta lista manifolds, bombas de vácuo, vacuômetros, alicates multímetros, anemômetro e recicladoras/recolhedoras de gases, flangeadores, cortadores de tubos, balanças, detectores de vazamento e curvadores, entre outras ferramentas.

Fundamentais tanto para iniciantes quanto para veteranos do segmento, esses itens levaram algumas empresas inclusive a investir, ao longo dos anos, em pesquisa e desenvolvimento de ferramentas próprias, processo que interrompeu parte da importação de produtos genéricos acabados, principalmente da China.

No mercado há 24 anos e uma das referências no Brasil, a Dufrio atingiu este patamar, ao desenvolver a marca DuGold, nova linha de produtos premium, com alto padrão de qualidade, dividida em categorias de ferramentas elétricas e manuais e acessórios.

Destacam-se, neste rol, o manifold analógico DuGold DG536HP, usado para medir o fluxo de gases refrigerantes e sua pressão no interior de um sistema. Possui visor de líquido, três mangueiras de 90 centímetros cada, com conexão de 5/ 16″ e 1/4″, compatíveis com os gases refrigerantes R-410A, R-22, R-134a e R-404A. O kit acompanha manômetros com capa de silicone e maleta.

Mais uma ferramenta é o alicate multímetro amperímetro DuGold DG266, aparelho de medição digital com visor de LCD, que permite fazer teste de isolamento e de voltagem, medir correntes, resistência, condutividade, entre outras funções. A bateria tem autonomia de 150 horas.

Já o kit curvador de tubo DuGold DG999, conjunto de ferramentas utilizadas para curvar tubos com precisão e sem amassar as paredes do mesmo, vem dentro de uma resistente maleta. Além do cortador e de um escariador de rebarba, acompanha o item um curvador com seis bases (1/4″, 3/8″, 1/2″, 5/8″, 3/4″ e 7/8″).

“Nossa linha de ferramentas passou por modificações neste ano, período em que focamos em reconstruí-la, com mais de 50 produtos em desenvolvimento. Essas novidades serão lançadas até o primeiro semestre do próximo ano”, projeta o CEO Guillermo Zanon, descrevendo que esta perspectiva positiva vem após as dificuldades enfrentadas pelo mercado durante a pandemia, marcada por uma retomada a partir do primeiro trimestre de 2021. Além das mais de 20 lojas próprias espalhadas pelo Brasil, venda pelo e-commerce e apoio da plataforma Dufrio Parceiros, os produtos da empresa podem ser encontrados em varejistas especializados no setor.

O plano atual, salienta o executivo, “é expandir ainda mais a presença da empresa no mercado nacional, inclusive por meio do desenvolvimento de uma nova linha de ferramentas para uso com fluidos refrigerantes menos poluentes, como o R-32”, revela. Bastante famosa pelos anéis de união de tubos sem solda para fabricantes de refrigeradores, seu negócio principal, a Vulkan está igualmente de olho neste segmento, investindo recursos em novas ferramentas, visto que seus dois principais carros-chefes são os manifolds e as bombas de vácuo.

Em meados deste ano, a empresa começou a introduzir no mercado brasileiro de refrigeração e ar condicionado sua mais nova ferramenta – uma bomba de alto vácuo com 21 CFM de capacidade. Dotada de palhetas rotativas de alta velocidade, tem acionamento direto do motor e é selada a óleo.

“Esta bomba tem alta vazão, alta pressão final e baixo nível de ruído. Pode ser utilizada para sistema de baixo, médio e alto vácuo”, lista o diretor de vendas da Vulkan Lokring para a América Latina, Mauro Mendonça.

Outra grande aposta é o alicate Lokring Vulkan HMRK, voltado à realização eficiente de solda fria em tubos de refrigeração. Segundo o fabricante, o sistema Lokring proporciona vedação segura e permanente e pode ser usado em conexões de tubulações de materiais, formas e diâmetros diferentes, evitando o processo de brasagem, que emite gases tóxicos. Além disso, não deixa qualquer resíduo que possa contaminar os circuitos de refrigeração. Vem com conexões de 1/4″, 3/16″, 3/8″, 5/16″, 5/8″, 3/4″ e 7/8″.

“Cada vez mais, a tendência é de ferramentas mais leves, com maior uso de alumínio, desde que mantenha a qualidade, performance e confiabilidade. Praticidade também é algo que tem dado retorno positivo para nós. Design é algo que o estilo alemão, nossa origem, ama, mas em termos de influência disto no nosso segmento e consequente retorno, no Brasil, tem sido baixo”, afirma Mendonça.

Da mesma forma, o manifold analógico VLCT-636V apresenta escalas que atendem diferentes tipos de gases para sistemas de ar condicionado. O aparelho é capaz de medir a pressão (de 600 psi a 3.000 psi) dos principais fluidos refrigerantes, como o R-12, R-22, R-134a e R-404A, e possui vedação dupla o’ring, que garante o máximo desempenho do produto.

O executivo aponta que o crescimento das vendas de refrigeradores novos durante a pandemia contribuiu decisivamente para dar fôlego financeiro ao core business, proporcionado suporte aos investimentos em novidades para o setor previstos para 2022. No País, a Vulkan tem uma planta em Itatiba (SP), com cerca de 300 funcionários.

“Nossas ferramentas chegam a todas as regiões do Brasil, com destaque ao Nordeste, onde nosso negócio de acessórios para HVAC-R cresceu mais em 2021. Ao contrário de nosso core business (os anéis Lokring), em que as exportações são muito grandes, exportamos modestamente para Argentina e Colômbia, mas pretendemos crescer”, ressalta.

Para Mendonça, manifolds, bombas de vácuo e ferramentas de conformação de tubos precisam ser cada vez mais competitivos em custos, mas sempre confiáveis. “Este é o segredo, o que o mercado quer e precisa: simplicidade, confiabilidade, durabilidade e baixo custo”, complementa.

Na avaliação geral das indústrias e varejistas, o mercado de ferramentas continuará avançando com o contínuo avanço tecnológico nesse segmento, facilitando, com isso, a atuação dos profissionais do setor de refrigeração.

Reciclagem e regeneração em alta

No comércio, especificamente, a disparada dos preços dos fluidos refrigerantes tem impulsionado a procura por duas ferramentas primordiais, mas que, infelizmente, a maioria dos refrigeristas brasileiros não possui: recicladoras e tanques de recolhimento.

“Reciclar compostos do gênero significa reduzir contaminantes como umidade, acidez e material particulado, permitindo que eles sejam reintroduzidos com segurança e eficácia em seu sistema de origem”, ressalta o professor Sérgio Eugênio da Silva, diretor da escola paulistana Super Ar, informando que a grande maioria das reciclagens ocorre no campo para redução dos contaminantes por meio da separação do óleo e da realização da filtragem.

“Geralmente, isso é feito durante o processo de recolhimento do fluido frigorífico, na fase líquida ou de vapor, com a utilização de equipamentos que realizam tanto o recolhimento quanto a reciclagem”, explica.

Segundo o empresário, a reciclagem no local do serviço tem como vantagem a redução dos custos de transporte. Ademais, os clorofluorcarbonos (CFCs), hidroclorofluorcarbonos (HCFCs) e hidrofluorcarbonos (HFCs) recolhidos pelos técnicos e mecânicos podem ser vendidos a empresas especializadas no processo de regeneração.

“Regenerar significa limpar quimicamente o fluorproduto contaminado para que ele fique com o mesmo grau de pureza de uma substância virgem, em conformidade com as normas AHRI 700 e ABNT 15960 e 16667”, salienta.

“Antes do Protocolo de Montreal, um dos acordos multilaterais mais bem-sucedidos da história, os gases clorados eram vistos como produtos químicos baratos e inofensivos para o meio ambiente, tanto que eram comumente lançados na atmosfera durante os serviços de manutenção – em seguida, os refrigeristas recarregavam os sistemas com produtos virgens. Enfim, era um cenário em que o desperdício compensava”, lembra.

“No entanto, a destruição da camada de ozônio e a crise climática são duas questões ambientais que mudaram drasticamente esse paradigma na nossa indústria. Os prestadores de serviços sérios passaram a ter a responsabilidade de recolher e reusar refrigerantes. E isso é cada vez mais necessário”, avalia o engenheiro, acrescentando que os profissionais do setor nunca devem misturar diferentes tipos de fluidos em um mesmo tanque ou cilindro no ato do recolhimento, pois muitas centrais de regeneração não fazem a separação das misturas.

“Por fim, todas as atividades relacionadas aos procedimentos de instalação e manutenção de sistemas de refrigeração doméstica, comercial, industrial e automotiva exigem ferramentas de qualidade e mão de obra devidamente qualificada para manejá-las com segurança e fazer um trabalho bem-feito, observando com rigor normas de segurança e boas práticas”, Alta dos gases refrigerantes tem impulsionado a demanda por recolhedoras/recicladoras conclui.