WEG fabricará ventiladores pulmonares em Santa Catarina
A companhia catarinense WEG S.A. anunciou a assinatura de um acordo de transferência de tecnologia com a Leistung Equipamentos Ltda., fabricante de equipamento médico-hospitalares, para produzir respiradores artificiais que serão utilizados por pacientes com covid-19.
O acordo ocorre no contexto dos esforços da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) e da Associação Catarinense de Medicina (ACM), para a ampliação da disponibilidade nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) do estado e do País de ventiladores pulmonares, aparelhos considerados cruciais nos casos graves da doença causada pelo novo coronavírus.
O presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, destaca que a iniciativa mostra a capacidade técnica e o engajamento social da indústria catarinense. “A Fiesc e os Institutos Senai de Inovação, ao lado da ACM, fazem um papel de articulação. Identificamos que existem produtores nacionais, com capacidade de produção limitada, adequada ao mercado existente antes do surgimento do novo coronavírus, e que existem empresas com capacidade de realizar a produção em grandes escalas”, explica. Ele informa que outros projetos do gênero estão em negociação. “Cada ventilador pode salvar de 10 a 20 vidas”, acrescenta.
“A Fiesc, que sempre teve um papel fundamental no desenvolvimento da indústria catarinense, tem também dado apoio a projetos que visam minimizar os impactos causados pela covid-19 no Brasil. Neste momento, por exemplo, está nos auxiliando na interlocução com as autoridades governamentais competentes, o que tem se mostrado decisivo para o avanço do projeto de fabricação dos ventiladores pulmonares em curso na WEG”, explica Manfred Peter Johann, diretor superintendente da WEG Automação.
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Pelo contrato assinado entre as empresas, a WEG passa a ter a licença para produzir o respirador com base técnica no aparelho de ventilação mecânica pulmonar “Luft-3” da Leistung. Conforme o anúncio da Weg, a empresa vai utilizar a estrutura das suas fábricas de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, para produzir os respiradores e trabalha com a possibilidade de fazer ajustes ao projeto para agilizar a produção.
A projeção é fabricar 50 ventiladores por dia, com entregas a partir da segunda quinzena de maio. A implantação da linha de produção seguirá todos os protocolos sanitários de higienização e demais medidas protetivas recomendadas pelas autoridades de saúde para as indústrias, destacou a Weg.
Mais Respiradores
Esta é uma das frentes de ação para a ampliação do número de respiradores nos hospitais do país, intitulada Mais Respiradores e coordenada em âmbito nacional pela Fiesc e Senai-SC. As outras são a importação, a adaptação de produtos similares e o conserto de máquinas que estavam danificadas. No âmbito da importação, a Fiesc e a ACM articularam, na semana passada, a aquisição, pelo governo catarinense, de 200 aparelhos chineses. O trabalho contou com parceria da Intelbras.
A frente voltada para a adaptação de produtos similares está atuando no sentido de adequar aparelhos veterinários para uso humano. Técnicos dos institutos Senai, com apoio de médicos indicados pela ACM, estão pesquisando soluções a serem agregadas por uma indústria do estado de São Paulo e pode vir a produzir mil máquinas por mês. Mas estes aparelhos seriam indicados para casos menos graves.
A quarta frente de ação consiste no conserto de máquinas danificadas. Na semana passada, equipe do Instituto Senai em Joinville, reforçada por técnicos da Whirpool e da GM, iniciou a manutenção de 17 aparelhos recebidos da rede pública catarinense.
O desenvolvimento dos projetos de incremento da produção nacional, de adequação de produtos similares e de consertos de máquinas foram contemplados pelo Edital de Inovação na Indústria, mantido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). No total, foram destinados R$ 10 milhões para essas duas e mais quatro iniciativas focadas no enfrentamento do coronavírus.