Verão embala expectativas do comércio de refrigeração e ar condicionado

O ano de 2016 não está sendo fácil. As turbulências de natureza política e econômica arrefeceram as atividades empresariais, entre as quais o comércio de refrigeração e ar condicionado. No entanto, o setor está otimista, principalmente por causa do verão.

Publicidade

Com as temperaturas mais elevadas, a diminuição das incertezas no cenário político e a leve melhora de alguns indicadores econômicos, os consumidores devem voltar às lojas neste fim de ano. “A indústria e o varejo já se preparam para a próxima estação”, informa Rodrigo Teixeira, gerente de marketing de produto da Midea Carrier.

Atualmente, os splits representam o maior mercado em volume de vendas no segmento climatização. Nos últimos anos, foram milhões de unidades vendidas, ao mesmo tempo em que o tradicional aparelho de janela também continuou forte e os portáteis ganharam força.

“Agora, vemos as máquinas do tipo inverter ganhando fôlego, à medida que o consumidor percebe a vantagem da economia de energia, que em nossos novos produtos chega a até 74% em relação aos modelos convencionais”, revela Teixeira, lembrando que o fabricante apresentará ao mercado este ano os produtos da recém-lançada submarca Springer Midea.

Quem também aposta na eficiência energética como diferencial competitivo é a Premium Ar Condicionado. De acordo com o diretor comercial do fabricante nacional de sistemas de expansão direta e indireta, Rafael Del Compare, a estratégia adotada pela empresa para superar a crise é a contínua fidelização de seus clientes.

“A qualidade do atendimento, aliada à qualidade dos nossos equipamentos, ao prazo de entrega e às condições comerciais competitivas, fizeram com que mantivéssemos bons resultados este ano”, justifica.

Devido ao cenário econômico atual, o setor também observa outras mudanças no comportamento dos consumidores. “Em vez de trocar seus aparelhos, muitas famílias e empresas estão optando pela manutenção e conserto. Assim, nota-se o aumento de vendas de peças de reposição e das ferramentas necessárias”, explica o diretor comercial da Refrigeração Cacique, Rogério Rosalles.

“A situação atual do País ainda não permitiu que alcançássemos o crescimento esperado, mas utilizamos os meses de menor demanda para investir em nossa equipe, proporcionar treinamentos e fechar parcerias com clientes e fornecedores. Por isso, acreditamos que todos esses esforços darão resultado nos próximos meses”, acrescenta.

Para o empresário, o investimento no conhecimento técnico dos refrigeristas prepara esses profissionais não apenas para o mercado de climatização e refrigeração residencial, mas também para atuar em indústrias e comércios, onde esses sistemas são necessários. “Para tanto, consolidamos parcerias com a escola técnica Thermo Cursos e fornecedores”, diz.

Segundo o gerente de marketing da Capital Refrigeração, Vinícius de Morais, o ritmo dos investimentos em novas instalações desacelerou este ano, mas não parou. “Já o orçamento das empresas destinado à manutenção foi ampliado. Com isso, o mercado de reposição não sofreu nenhum impacto”, confirma.

“Com ou sem crise, atendemos o cliente da melhor maneira possível. Tendo isso como objetivo principal, nossos reinvestimentos no negócio estão sempre ligados às pessoas e aos processos de gestão”, enfatiza.

A Friopeças também investe no relacionamento com os refrigeristas, arquitetos e engenheiros, a fim de aproximar esse público da empresa, ampliando a receita e o nível de recomendação da marca. “A partir de outubro, vamos convidar os parceiros a fazerem parte do nosso Clube de Relacionamento, para acumularem pontos em troca de indicações ou compras e para terem acesso a conteúdos exclusivos”, revela o diretor de vendas e marketing da rede, Hermínio Costa.

“Apesar da crise, a maior parte do nosso planejamento foi mantida – tanto de compras, quanto de investimentos – desde o início do ano, assim como nossas metas de vendas, que são desafiadoras. Estamos acompanhando os movimentos do mercado e seguimos confiantes na retomada do crescimento do País”, completa.

Para continuar crescendo este ano, o Grupo ClimaRio reduziu custos e cortou despesas. “Também melhoramos a maneira de atender nosso cliente, valorizamos mais ainda os pedidos de pequeno valor e diversificamos a divulgação da marca em canais de comunicação e regiões em que não atuávamos”, diz o diretor comercial da empresa, Leandro Santi.

Para o executivo, as recentes mudanças no cenário político do País geraram uma expectativa, ainda que pequena, de melhora para os próximos meses. “Um ponto fundamental é que os colaboradores que hoje estão na empresa possuem plena consciência que o dia seguinte deve ser melhor do que o dia anterior”, salienta.