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Cadeia do frio minimiza desperdício de alimentos

Ao garantir condições ideais de temperatura desde a produção até o consumo, refrigeração minimiza perdas e promove sustentabilidade na indústria alimentícia.

Embora o Brasil seja um dos principais produtores globais de alimentos, é também um dos países com alto índice de desperdício, chegando a 30% da produção, equivalente a 46 milhões de toneladas anuais, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este processo resulta em perdas econômicas significativas, estimadas em R$ 61,3 bilhões por ano.

Além disso, ocupamos a décima posição no ranking de desperdício alimentar no mundo, conforme dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Mundialmente, a entidade revela que 54% do desperdício ocorre na colheita, enquanto 46% das perdas são registradas em armazenamento, transporte e consumo. No contexto brasileiro, 10% ocorrem no campo, 30% na distribuição e armazenamento e 50% no transporte, com os consumidores respondendo por 10% do desperdício total.

A situação poderia ser ainda pior, não fossem os fortes investimentos em pesquisa e desenvolvimento que a cadeia do frio sempre realizou em busca de aprimoramento da eficiência dos equipamentos usados para conservação de alimentos, em todas as etapas entre a lavoura e a mesa do consumidor.

O frio é utilizado para a preservação da qualidade do produto, retardando a atividade enzimática e a consequente oxidação. A diminuição da temperatura e da atividade de água no alimento inibe a possível ação bacteriana e prolonga o tempo de prateleira.

Portanto, o HVAC-R há muito entendeu que é um dos protagonistas na redução do desperdício alimentar, e a refrigeração desempenha um papel crucial na logística de transporte de alimentos perecíveis, evitando perdas significativas ao longo do caminho.

O processo de conservação dos alimentos começa nas vastas extensões agrícolas, onde a colheita é o ponto de partida da jornada dos alimentos para todas as regiões do país. Neste estágio, a tecnologia pós-colheita é aplicada em galpões, silos, estufas e câmaras refrigeradas, promovendo, nesses ambientes, o controle meticuloso de temperatura e umidade, de modo a preservar a vida útil e os atributos nutricionais de grãos, sementes, lácteos, frutas e legumes.

O mesmo processo ocorre com o abate de bovinos, suínos, aves, pescados e frutos do mar, entre outros itens, que essencialmente precisam, logo de início, ser armazenados, conservados e beneficiados em ambientes de baixas temperaturas, como se vê nas linhas de produção dos frigoríficos.

“O desperdício de alimentos acontece principalmente em situações como variações de temperatura no transporte, avarias em embalagens durante o manuseio, expiração do prazo de validade”, afirma Isabela Perazza, diretora regional da Global Cold Chain Alliance (GCCA), associação representante da indústria de armazenamento com temperatura controlada que promove as melhores práticas no setor de armazenamento e logística com temperatura controlada por meio de pesquisas, benchmarking, networking e educação.

A executiva comenta não existir um indicador que mostre a quantidade exata de produtos desperdiçados. “Porém, sabemos que é uma pequena porcentagem, se levarmos em conta o volume do que é produzido no Brasil hoje. Existe um cuidado muito grande para que tais perdas não aconteçam. De qualquer forma, mesmo essa pequena porcentagem significa toneladas de alimentos que poderiam ter tido um melhor destino”, complementa.

Transporte refrigerado

Considerada um dos grandes gargalos do agronegócio brasileiro, a logística envolvendo os produtos agrícolas deve ser precedida de toda uma estratégia de transporte e armazenamento, afinal caminhões e contêineres frigoríficos percorrem longas distâncias até chegar aos pontos de venda.

É neste ponto que a logística refrigerada desempenha papel vital. Veículos equipados com sistemas de refrigeração avançados garantem que a temperatura adequada seja mantida durante todo o trajeto. Seja por estradas, ferrovias, rios ou oceanos, a integridade dos alimentos é preservada, evitando o desgaste precoce e assegurando que cheguem aos destinos em condições ideais.

“A adequada refrigeração no transporte, em todo caminho percorrido, é um fator crítico para que os alimentos cheguem ao seu destino dentro da temperatura e com as propriedades nutricionais intactas, sem que haja perdas. O transporte pode ser um grande gargalo, caso não esteja com o equipamento de refrigeração adequado ou com a manutenção em dia”, argumenta Isabela.

Atualmente, o processo logístico utiliza o rastreamento da temperatura dentro do veículo e das caixas dos produtos, por meio de sensores.  Com este recurso de monitoramento a distância, é possível mapear os desvios e, com base nesta informação, corrigi-los.

“A área de antecâmara, onde ocorre o trânsito dos produtos, tem temperatura controlada, ou seja, sofre climatização. E dentro dos nossos registros de qualidade, há um acompanhamento constante da temperatura das câmaras para que elas estejam de acordo com a rotulagem dos produtos”, explica Vivianne Moreira Leite, responsável técnica e diretora de operações da Cap Logística Frigorificada.

Para minimizar perdas durante o transporte e o armazenamento, a empresa adota estratégias focadas em gestão de estoque com FIFOs (primeiro que entra, primeiro que sai) e relatórios de não conformidade em descargas e carregamentos. “É fundamental a observação de boas práticas em armazenagem e transporte para evitar avarias em embalagens primárias e secundárias”, finaliza.

Varejo

Assim como nas demais etapas do percurso entre a lavoura e a casa do consumidor, a cadeia do frio também desempenha papel decisivo na prevenção de perdas de alimentos no varejo, desencadeando uma série de processos interligados que garantem a qualidade e a segurança dos produtos no armazenamento e nas prateleiras.

Nos estabelecimentos, câmaras frigoríficas, expositores de bebidas e ilhas e balcões refrigerados mantêm a temperatura ideal para produtos perecíveis, prolongando a validade e permitindo que os consumidores tenham acesso a alimentos frescos por períodos mais longos. Esse elo da corrente compreende manipulação, armazenamento e conservação adequados a fim de preservar as características sensoriais e nutricionais. A importância desse sistema vai além da mera conservação, impactando diretamente na redução do desperdício alimentar.

“Deixar de manter o produto nas temperaturas corretas pode resultar em degradação da textura, descoloração e crescimento microbiano. Além disso, um produto de qualidade leva a um cliente satisfeito e à proteção global da saúde pública”, argumenta Isabela Perazza, da GCCA.

Consumidor e meio ambiente

O final do ciclo, na casa do consumidor, também demanda a continuidade da refrigeração adequada. Equipamentos como geladeiras e freezers garantem que os produtos mantenham a qualidade mesmo após a compra, incentivando um consumo consciente e reduzindo o descarte de alimentos.

O mínimo de desperdício também significa redução do impacto ambiental. Quando produtos perecíveis são descartados devido à falta de controle na temperatura, não apenas recursos preciosos são perdidos, mas também ocorre a emissão desnecessária de gases de efeito estufa relacionados à produção e decomposição dos alimentos.

O combate às perdas de alimentos tem arregimentado pessoas e organizações dispostas a fazer a diferença. Um exemplo deste movimento vem da GCCA Brasil, que tem parceria com o Mesa Brasil Sesc, o principal banco de alimentos do País.

O convênio visa a doação de produtos dentro da validade e próprios para consumo, mas que por algum motivo – como avaria na embalagem secundária – não podem ser comercializados. “Dessa forma, as empresas conseguem destinar produtos de alto valor nutricional a pessoas em situação de vulnerabilidade social”, arremata Isabela.

Carrier vende negócio de refrigeração comercial para Haier

A Carrier Global Corporation anunciou neste mês de dezembro um acordo definitivo para vender seu negócio global de refrigeração comercial à Haier, seu parceiro de joint venture de longa data, por um valor empresarial de US$ 775 milhões, incluindo aproximadamente US$ 200 milhões de passivos líquidos de pensão. Esta transação representa cerca de 16,5 vezes o EBITDA esperado para 2023, marcando mais um passo significativo na transformação do portfólio da empresa. A decisão de vender o negócio de refrigeração comercial é parte de uma estratégia mais ampla de desinvestimento, com acordos definitivos já em vigor para a saída de negócios que representam aproximadamente metade do EBITDA que a Carrier está desinvestindo.

A Carrier Commercial Refrigeration, que será adquirida pela Haier, emprega mais de 4.000 pessoas globalmente e tem uma extensa rede de vendas e serviços na Europa e Ásia-Pacífico, com marcas como Profroid, Celsior e Green & Legal. A aquisição visa fortalecer a presença da Haier no setor de refrigeração comercial, permitindo à empresa expandir suas atividades para o varejo de alimentos e armazenamento refrigerado. O presidente da Carrier & CEO, David Gitlin, destacou que a execução do acordo demonstra o progresso contínuo na transformação do portfólio da empresa, que visa posicionar a Carrier como líder global em soluções inteligentes de clima e energia.

A Carrier espera que os recursos líquidos provenientes da transação ultrapassem US$ 500 milhões, sendo a intenção usar esses recursos para reduzir dívidas. A conclusão da transação está prevista para o segundo semestre de 2024, sujeita a condições habituais de conclusão e aprovações regulatórias, incluindo consultas aos conselhos de trabalhadores. Após a conclusão das transações planejadas, a Carrier pretende retomar recompras de ações quando sua alavancagem líquida retornar a aproximadamente 2 vezes o EBITDA.

Confirmadas data e local do Mercofrio 2024

O Mercofrio 2024 ocorrerá de 10 a 12 de setembro de 2024 no BarraShoppingSul, em Porto Alegre. Com o propósito central de promover conhecimento e inovação no setor de HVAC-R, o evento se destaca por integrar pesquisa acadêmica, indústria e mercado, oferecendo um espaço para apresentar tecnologias avançadas que impactam sistemas HVAC-R em seu ciclo de vida.

O Congresso Mercofrio contará com palestras de especialistas nacionais e internacionais, abordando temas cruciais como colaborações internacionais, sustentabilidade ambiental, eficiência energética, segurança, desenvolvimento de carreiras, inovação e competitividade de mercado. Os destaques incluem tecnologias para redução do impacto ambiental, soluções para maximizar eficiência energética e a definição de padrões de segurança e qualidade nos sistemas HVAC-R para proteção dos consumidores e do meio ambiente.

Além de proporcionar uma plataforma para a apresentação de trabalhos acadêmicos e pesquisas, o congresso visa incentivar a indústria a adotar novas tecnologias e métodos, elevando os padrões técnicos do setor e impulsionando a visibilidade global dos profissionais e pesquisadores envolvidos no campo de HVAC-R.

Com a Rádio Clima no ar, Anderson Andrioti dá seu recado!

Técnico da Conceito Ar Condicionado, empresa sediada em Londrina (PR), e formado em Direito pela Universidade Paranaense, Anderson Claudino Gonçalves Andrioti, migrou para a área de climatização em 2004. Como muitos profissionais, ele se apaixonou pelo setor e desde então, vem adquirindo expertise e inovando no mercado de climatização e refrigeração.

“Fiz como muitos brasileiros fazem, diante da necessidade de ganhar o pão de cada dia, aceitei o desafio de instalar um aparelho de ar condicionado para um conhecido e ganhar uma grana extra. Na época, comprei um flangeador bem baratinho, que já vinha com um corta tubo e fiz a instalação.  Eu já trabalhava como eletricista, então a parte elétrica foi moleza, daí em diante, nunca mais me imaginei fazendo outra coisa. Se hoje eu ganhar na megasena, amanhã, continuarei trabalhando com climatização!”, diz ele.

Ao longo desses 20 anos atuando no setor, ele diz que o mercado vem evoluindo muito e os profissionais também, mas o grande gargalo ainda continua sendo a falta de conhecimento, as vezes por falta de oportunidades, como é o caso do pessoal que vive longe dos grandes centros, ou por falta de humildade: “No nosso caso, são os técnicos mais antigos que precisam deixar de lado velhos hábitos e dar ouvido a essa nova geração que, embora menos experiente, possui conhecimento das novas tecnologias de mercado e com muita disposição pra nos ensinar. Não há competição para que é bom, para quem chega no horário combinado, e principalmente, para quem respeita as normas técnicas”, pontua.

Duas grandes paixões

Há três anos, Anderson começou um novo projeto juntando duas grandes paixões: o rádio e a climatização, nascia então a Rádio Clima, em plena pandemia e diante de todas as incertezas, através da live que ele intitula como a mais democrática do Brasil.

“Eu assistia todas as lives do setor, mas percebia que só participavam pessoas de renome e os ‘pinduradores’ não tinham oportunidade para expressar suas opiniões, suas críticas etc., E foi justamente para dar voz a esses profissionais que eu criei a Rádio Clima. No começo eram apenas cinco ou seis pessoas assistindo e interagindo, levei muito não, cheguei a fazer propaganda gratuita para alguns amigos, mas sempre seguindo o princípio de nunca oferecer para o meu público produtos que eu mesmo não usasse. Os anos foram passando e a Rádio Clima foi crescendo, novos patrocinadores foram chegando e o que era só um hobby foi ficando cada vez mais profissional”.

No começo, Anderson conta que muitos não entendiam a proposta da live, achavam que só servia para rechaçar os fabricantes de ar condicionado e de ferramental, mas com o tempo, as pessoas e, principalmente os fabricantes, entenderam que não tem como se estabelecer uma relação sincera, sem franqueza.

“A Rádio Clima aponta os ‘erros’, mas não com o intuito depreciativo, e sim, com a intenção de que o fabricante possa, dentro das possibilidades técnicas, evoluir. Hoje, já passaram pela Rádio Clima os principais nomes do setor HVAC-R, entre engenheiros e fabricantes, que puderam ter a experiência de ouvir as reclamações e elogios de técnicos do interior do Nordeste, do Sul do Brasil, ao vivo, sem cortes e sem maquiagem. Em qualquer extremo do nosso país, os técnicos dizem que o produto anunciado na Rádio Clima pode comprar de olhos fechados, e isso não tem dinheiro que pague, nosso lema sempre foi ‘credibilidade não se impõe, se conquista’. Graças a Deus, a minha família, os amigos, em especial, o grupo do Fundão – o melhor grupo de WhatsApp do Brasil, têm o maior respeito e admiração pela Rádio Clima, que caiu no gosto dos ‘pinduradores’ e já são milhares de profissionais alcançados, com conteúdo de qualidade e troca de experiências”.

Com muito carisma, Anderson possui muitos amigos e gosta de estar com sua família, ao lado de sua esposa, Tatiani, de suas duas filhas: Maria Victoria, com 22 anos, e Isadora, com 10 anos. Para ele, a família é seu alicerce, razão pelo qual ele nunca pensou em desistir.

“Faça sempre o melhor, faça como se estivesse fazendo para você e logo o mercado saberá quem você é”, conclui.

A família é seu alicerce, razão pelo qual ele nunca pensou em desistir

Novas regras para geladeiras preocupam a indústria

O governo federal do Brasil anunciou uma mudança significativa nas regras para a fabricação de geladeiras, prevista para entrar em vigor a partir de 2024. A medida consiste em novos índices mínimos de eficiência energética para refrigeradores domésticos, estabelecendo metas para o Programa de Metas para Refrigeradores e Congeladores de uso doméstico. O Ministério de Minas e Energia (MME) justifica a iniciativa como uma maneira de promover economia de energia para os consumidores, além de atrair investimentos para a indústria brasileira.

Entretanto, a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) expressou preocupação com a mudança, antecipando um aumento nos preços, especialmente para a população de renda mais baixa.

As novas regras estabelecem duas etapas para a implementação, começando em 31 de dezembro de 2024, com a proibição da fabricação de equipamentos que não atendam a um índice máximo de 85,5% do consumo padrão. A segunda etapa, iniciando em 31 de dezembro de 2025, eleva esse índice para 90%. A expectativa é que os produtos disponíveis nas lojas a partir de 2028 sejam, em média, 17% mais eficientes energeticamente.

A Eletros argumenta que os produtos brasileiros já possuem alto nível de eficiência energética, mas a mudança nas regras impondo prazos curtos resultará em aumento nos custos de produção, tornando as geladeiras mais caras. A entidade planeja buscar diálogo com o governo para destacar os prejuízos e impactos negativos que antevê com as novas regulamentações, na esperança de uma revisão.

É importante destacar que o governo esclareceu que os consumidores não precisam adquirir novas geladeiras se seus equipamentos estiverem em bom estado de funcionamento, sendo as obrigações e datas-limite aplicadas apenas aos fabricantes, importadores e comerciantes. O objetivo é retirar gradualmente do mercado os equipamentos menos eficientes, alinhando-se aos esforços do país para a transição energética e redução das emissões de gás carbônico.

Zona Franca de Manaus aumenta produção de ar-condicionado com duas novas fábricas

A Zona Franca de Manaus (ZFM) terá duas novas fábricas de ar-condicionado no próximo ano, construídas pelas empresas Bel Micro e Friovix, ambas originárias de Minas Gerais e já atuantes como distribuidoras no setor.

A Friovix, com projeto aprovado em maio deste ano, investirá R$ 73 milhões para produzir modelos split e de parede, gerando 67 empregos.

O Estadão apurou que a empresa comprou a fábrica da Komeco, que também produzia aparelhos de ar-condicionado e deixou de operar. Procurada, a direção da Friovix informou que somente dará mais detalhes após a inauguração da fábrica, prevista para março de 2024.

A Bel Micro, cujo projeto foi aprovado em outubro de 2023, investirá R$ 70 milhões nos próximos cinco anos para fabricar aparelhos de ar-condicionado, televisores e fornos de micro-ondas em sua planta em Manaus.

A empresa já iniciou a produção terceirizada de aparelhos de ar-condicionado, com a expectativa de começar a operar na nova fábrica no meio do próximo ano. Quando atingir a capacidade total, a previsão é que a fábrica produza 300 mil unidades por ano, com foco em aparelhos split entre 9 mil e 36 mil BTUs destinados à população de menor renda. A empresa, que já atua na distribuição de outras marcas de ar-condicionado, ressalta que a incursão na fabricação não se deve apenas às condições climáticas, mas à experiência nos canais de venda.

O Brasil é o segundo maior produtor global de ar-condicionado, fabricando cerca de 5 milhões de unidades anualmente, ficando atrás apenas da Ásia, que registra uma produção superior a 130 milhões de unidades. O potencial de consumo no país é impulsionado pelas previsões meteorológicas de aumento de temperaturas, atribuído ao fenômeno climático El Niño.

Abrava Exporta leva 11 empresas brasileiras à Feira AHR Expo Chicago 2024

De 22 a 24 de janeiro, o Programa Abrava Exporta, uma parceria entre a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), levará onze empresas do setor HVAC-R para participar da Feira AHR Expo 2024, em Chicago, Estados Unidos. As empresas participantes incluem Asmontec, Bundy Refrigeration, EQ Tech (Frigoking), Globus, Joape, Mecalor (Kilmatix) RLX Refrigerants, Serraff, Thermomatic, Trox e Unada Motor. A exposição oferecerá uma oportunidade significativa para essas empresas apresentarem seus produtos em um dos maiores eventos do setor HVAC-R, com uma audiência diversificada de outros países.

Na última edição da Feira realizada em Atlanta, em 2023, o Programa registrou resultados excepcionais, com um volume total de negócios alcançando U$ 11,9 milhões, incluindo U$ 2,88 milhões em negócios realizados durante o evento e 954 contatos estabelecidos ao longo dos três dias da exposição. A expectativa para a edição de 2024 é superar esses resultados, impulsionada pela demanda internacional por produtos HVAC-R e pela visibilidade proporcionada pelas ações de promoção comercial realizadas em outros países para as empresas exportadoras brasileiras.

Leila Vasconcellos, Gestora do Programa, destaca que a participação das empresas brasileiras na Feira AHR nos Estados Unidos tem contribuído significativamente para o aumento das exportações, a expansão do conhecimento, o estabelecimento de novos relacionamentos comerciais, a ampliação da base de distribuição em outros países, a abertura de novos mercados internacionais e a internacionalização das empresas brasileiras do setor.

COP28 é criticada por uso de HFC e HCFC na organização do evento

A Agência de Investigação Ambiental (EIA) criticou os organizadores da COP28 por empregarem sistemas de ar condicionado que utilizam refrigerantes HFC e HCFC prejudiciais ao clima. Essas críticas surgiram logo após mais de 60 países, incluindo os anfitriões Emirados Árabes Unidos, apoiaram o Global Cooling Pledge (Compromisso Global de Resfriamento), comprometendo-se a reduzir as emissões do setor de refrigeração em 68% até 2050.

A EIA descobriu que as unidades de ar condicionado em Quatro dos 94 edifícios da COP28 utilizaram refrigerantes como R410A e R22, com eficiência abaixo dos padrões energéticos globais. A organização estima que as unidades nesses edifícios contenham mais de 300 kg de R410A e mais de 130 kg de R22. A EIA apela à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC) para exigir que os países anfitriões desenvolvam planos transparentes de aquisição para garantir o resfriamento sustentável.

A ativista climática Sophie Geoghegan expressou decepção com a utilização de sistemas de resfriamento ineficientes com gases fluorados prejudiciais ao clima durante a COP28, destacando a necessidade de implementação de práticas sustentáveis ​​em eventos climáticos futuros. Enquanto os HCFC, como o R22, estão sendo eliminados gradualmente, os HFC, como o R410A, estão sendo eliminados através da Emenda Kigali ao Protocolo de Montreal. A EIA destaca a urgência de medidas rápidas para controlar o crescimento da demanda por HFC e insta a UNFCCC a solicitar aos anfitriões de países que elaborem planos transparentes para aquisições sustentáveis ​​e relacionadas com as emissões relacionadas aos eventos climáticos.

Novembro registra aumento nos preços de ar-condicionado

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço do ar-condicionado no Brasil teve um aumento significativo de 4,2% em novembro.

Essa elevação representa a maior registrada para o produto desde novembro de 1994, ano marcado pelo início da adoção do Real como moeda, que foi de 5,26%.

Atualmente, o custo médio desse item é três vezes superior à taxa de inflação em 2023, destacando-se um avanço de 13,97% no acumulado do ano até novembro, em comparação com a variação geral de inflação, que foi de 4,04% no mesmo período.

COP28: G20 pode liderar redução de emissões em refrigeração

O relatório apresentado na COP28 em Dubai destaca que medidas podem reduzir as emissões do setor de refrigeração em pelo menos 60% até 2050. Os países do G20 representam 73% do potencial de redução de emissões, e o setor de resfriamento atualmente consome 20% da eletricidade global, com previsão de duplicar até 2050. A falta de acesso a serviços de refrigeração afeta cerca de 1,2 bilhão de pessoas, acarretando riscos à saúde, perda de renda para agricultores e obstáculos no acesso a vacinas.

O compromisso global sobre refrigeração, apoiado por mais de 60 países, visa reduzir o impacto climático do setor. O relatório, intitulado “Mantendo a Cabeça Fria: Atendendo à Demanda de Resfriamento e Reduzindo Emissões”, destaca três áreas fundamentais: resfriamento passivo, padrões mais elevados de eficiência energética e redução mais rápida das substâncias refrigerantes que aquecem o clima. A implementação dessas medidas reduziria as emissões do setor em 60%, e a rápida descarbonização da rede elétrica reduziria as emissões setoriais em 96%, proporcionando acesso universal ao resfriamento, aliviando a pressão nas redes de energia e economizando trilhões de dólares até 2050.

O relatório enfatiza a necessidade de colaboração entre os setores para aprimorar os resultados.

Recomendações

Permitir que mais de 3,5 bilhões de pessoas se beneficiem de geladeiras, condicionadores de ar ou resfriamento passivo até 2050:

Reduzir as contas de energia para os usuários finais em US$1 trilhão em 2050, e em US$17 trilhões acumulativamente entre 2022 e 2050;

Diminuir as necessidades de pico de energia entre 1,5 e 2 terawatts (TW) – quase o dobro da capacidade total de geração da União Europeia hoje; e

Evitar investimentos em geração de energia da ordem de US$4 a US$5 trilhões.

Veja mais em:

O último relatório do PNUMA, lançado na #COP28, descreve como reduzir as emissões em todo o setor de refrigeração face à aceleração da #CriseClimática e ao aumento das temperaturas.