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China inaugura data center submarino em Xangai com refrigeração do mar

Estrutura será inaugurada em setembro de 2025, com servidores operando em ambiente submerso conectado a parque offshore

A China começou em junho a construção de um data center subaquático a cerca de 9 km da costa de Xangai, com previsão de funcionamento em setembro de 2025.

Responsável pelo projeto, a Hailanyun Technology informou que o local utilizará refrigeração natural com a água do mar. A água é bombeada por tubulações até radiadores presos aos servidores, dissipando calor sem o uso intensivo de energia ou água para resfriamento.

Levando em conta avaliações da Academia Chinesa de Tecnologia da Informação e Comunicação (CAICT), o sistema consumirá cerca de 30% menos eletricidade do que centros de dados em terra.

Além disso, o sistema estará conectado a um parque eólico nas proximidades, que deverá fornecer aproximadamente 97% da energia necessária.

A primeira fase incluirá 198 armários de servidores, com capacidade para entre 396 e 792 computadores destinados a rodar inteligências artificiais, como treinamento de sistemas equivalentes ao GPT-3.5, em apenas um dia.

O projeto da Hailanyun encontra respaldo no legado do Projeto Natick, da Microsoft, que entre 2018 e meados de 2024 operou um data center submerso na costa da Escócia. O índice de falhas foi cerca de 75% menor em servidores submarinos do que em unidades similares em terra firme. O sistema submerso utilizava nitrogênio em vez de oxigênio nos tubos para os servidores e se destacou pela temperatura estável da água.

Entretanto, a Microsoft encerrou todas as operações subaquáticas em junho de 2024 e não planeja novas instalações dessa natureza no curto prazo.

Pesquisadores alertaram para impactos ambientais: o aquecimento das águas do entorno do data center submarino pode elevar ainda mais a temperatura durante ondas de calor marinhas e reduzir o oxigênio dissolvido, o que pode afetar a biodiversidade local.

Fonte: Canaltech

Descarte correto no HVAC-R torna-se prioridade com marco legal

Diante de normas ambientais mais rígidas e das metas discutidas na COP29, o setor de HVAC-R enfrenta o desafio de adotar práticas sustentáveis para a destinação de resíduos.

A logística reversa no setor de HVAC R é peça-chave para o avanço da sustentabilidade industrial, por meio de um conjunto de práticas e procedimentos que visam garantir que uma empresa esteja em conformidade com leis, regulamentos, normas internas e padrões éticos, o que chamamos de compliance ambiental no Brasil, além do cumprimento das metas assumidas pelo Brasil. A Lei nº 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), e detalhada pelos Decretos federais 10.240/2020 e 10.936/2022, exige que fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes organizem e viabilizem a devolução e destinação ambientalmente adequada de produtos e resíduos pós-consumo, incluindo eletroeletrônicos, como os sistemas de ar-condicionado e refrigeração. Este marco legal foi complementado por decretos e acordos setoriais, que regulamentam a operacionalização da logística reversa em diferentes segmentos. No setor HVAC-R, o desafio vai além do recolhimento: envolve o tratamento de componentes perigosos como gases refrigerantes, óleos e metais, cujo descarte inadequado pode causar sérios danos ambientais.

Durante a COP29, realizada no Azerbaijão, o Brasil reafirmou o compromisso de reduzir emissões do setor industrial e ampliar práticas de economia circular. A conferência reforçou o papel estratégico de segmentos como o HVAC-R na redução de gases de efeito estufa, especialmente por meio do controle no uso e descarte de refrigerantes com alto potencial de aquecimento global (GWP). A logística reversa, nesse contexto, passa a ser também um instrumento de mitigação climática.

Decretos e acordos setoriais

Com 50% dos gases refrigerantes ainda descartados de forma inadequada no Brasil, segundo o Ministério do Meio Ambiente e estimativas da indústria, há um caminho urgente a percorrer. A aplicação da logística reversa envolve coleta, transporte, triagem, tratamento e destinação ambientalmente adequada através de um processo operacional complexo que requer infraestrutura robusta e parcerias estratégicas. Isso inclui manuseio seguro de gases refrigerantes, óleos e componentes eletrônicos, cujo descarte incorreto pode contaminar solo, água e ar.

A ABRAVA (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento) e a ABREE (Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos) desempenham papel-chave na orientação das empresas sobre conformidade legal e destinação adequada.

“Ainda na discussão recente, destacam-se os temas de resíduos e logística reversa, que vêm recebendo atenção e atualizações por parte do governo, incluindo recolhimento de fluidos refrigerantes, especialmente na área normativa e regulatória, capacitação e certificação, especialmente neste momento de entrada de novas soluções. Esperamos contribuir, por meio do Departamento Nacional do Meio Ambiente da Abrava, com todo o setor, neste momento de constantes mudanças e desafios. A descarbonização da economia e adoção de práticas ESG, incluindo a logística reversa e descarte consciente, são transformações que muitos já consideram irrevogáveis, cabendo a todos nós encontrar nos desafios, as oportunidades”, destacou Thiago Pietrobon, presidente DNMA e CEO da Ecosuporte.

Apesar das regulamentações, empresas enfrentam obstáculos para implementar logística reversa eficaz. Entre os

principais desafios estão custo inicial elevado, infraestrutura deficiente em regiões remotas, e complexidade regulatória, especialmente para rastreamento de materiais e gestão dos resíduos perigosos. Um ponto satisfatório é que a adoção de certificados de crédito de reciclagem como o CCRLR, CERE e Certificado de Massa Futura, previstos no Decreto nº/ 11.413/2023, oferece maior flexibilidade para cumprimento das metas de descarte. Eles funcionam como mecanismos de compensação ambiental, permitindo que empresas cumpram suas metas de reciclagem por meio da aquisição de créditos gerados por recicladores certificados.

Exemplos de Boas Práticas

O Grupo Polar tem investido em logística reversa como parte de sua estratégia de sustentabilidade. A empresa utiliza a parceira EuReciclo para compensar a reciclagem de suas embalagens pós-consumo, buscando reduzir o impacto ambiental de seus produtos. Além disso, o Grupo Polar foca na gestão de resíduos pós-consumo e na busca por soluções circulares para suas embalagens. ”Hoje, compensamos 100% dos nossos produtos acabados destinados ao mercado em termos de embalagens pré e pós-consumo. Colocamos em torno de 554 toneladas de produtos acabados no mercado e tudo foi compensado”, informa Amir Musleh, engenheiro ambiental da Polar.

A Daikin, por exemplo, em parceria com ABREE, orienta consumidores a encaminhar aparelhos de ar condicionado usados a pontos de coleta credenciados, garantindo desmontagem segura e reciclagem responsável dos componentes e gases.

“A ABREE é a entidade gestora da qual a Daikin é associada para logística reversa dos produtos eletrodoméstico ou eletroeletrônico e respectivas embalagens. Sabemos que produtos eletroeletrônicos e eletrodomésticos descartados no lixo comum impossibilitam a sua reciclagem causando grandes danos ao ambiente, portanto orientamos que procure por um ponto de recebimento. Esse modelo evidencia a logística reversa como parte da cadeia de responsabilidade compartilhada entre fabricantes, distribuidores, comerciantes e consumidores”, destaca Nilson Murayama, Gerente Sênior de Marketing.

Também a Midea Carrier possui um programa de logística reversa chamado Descarte Consciente, que visa o descarte correto de eletrodomésticos e eletroeletrônicos pós-consumo, contribuindo para a sustentabilidade. O programa inclui coleta em domicílio para alguns estados e pontos de coleta em diversas regiões do país, além de incentivar o descarte consciente por meio de descontos na compra de novos produtos.

“Em parceria com a ABREE, oferecemos pontos de coleta em diversas regiões do país. O consumidor pode levar seu eletrodoméstico ou eletroeletrônico a um desses pontos para descarte correto. Os produtos recolhidos são encaminhados para reciclagem ou outras formas de destinação ambientalmente adequada, seguindo as diretrizes da Lei nº 12.305/10, que estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos”, informa Michele Tobias, gerente de marketing da Midea.

Outros grandes fabricantes como Samsung, Gree, Embraco – Nidec, e Eletrolux também mantêm programas de descarte correto.

Aplicação da logística reversa envolve coleta, transporte, triagem, tratamento e destinação adequada através de um processo operacional

Caminhos e recomendações

Embora os obstáculos sejam muitos como falta de infraestrutura em regiões periféricas, alto custo para micro e pequenas empresas, ausência de incentivos fiscais e necessidade de mais acordos setoriais regionalizados, a adoção de tecnologias como IoT (Internet das Coisas), blockchain (tecnologia de banco de dados distribuído e descentralizado) e rastreamento digital de resíduos vem ganhando força no setor, permitindo maior controle e transparência sobre a jornada dos resíduos, da origem ao destino. Essas ferramentas também ajudam na elaboração de relatórios de conformidade e de desempenho ambiental exigidos em auditorias e processos de certificação ESG.

Segundo a SMACNA Brasil, entidade técnica do setor, a integração da logística reversa à cadeia do HVAC-R é uma tendência irreversível, com impacto direto na reputação das empresas, na eficiência dos processos e na redução da pegada de carbono. A organização reforça que a sustentabilidade no setor também passa por refrigeração com fluidos de baixo GWP, eficiência energética e design para desmontagem, facilitando o reaproveitamento de peças e materiais no fim da vida útil dos produtos.

Algumas recomendações incluem:

– Fortalecer os acordos setoriais, com metas claras e fiscalização regionalizada;

– Investir em educação técnica e certificações ambientais (ISO 14001, por exemplo);

– Criar redes locais de coleta e centros de triagem, especialmente fora dos grandes centros urbanos;

– Incluir a logística reversa nos planos de ESG e responsabilidade socioambiental, com indicadores de performance;

– Aproveitar incentivos de créditos de reciclagem como ferramenta de viabilidade econômica para pequenas e médias empresas.

O setor está diante de uma mudança de paradigma: mais do que atender à legislação, as empresas que investirem em logística reversa estruturada e responsável estarão à frente na agenda ambiental global, contribuindo para um futuro mais eficiente e de menor impacto.

JAPÃO – Fujitsu General mantém nome após venda para Paloma Rheem

Empresa japonesa foi adquirida pela Paloma Rheem Holdings por US$ 1,63 bilhão

JAPÃO – A Fujitsu General informou que continuará utilizando seu nome e marcas registradas “por um certo período” após a conclusão da compra pela Paloma Rheem Holdings, finalizada na última sexta-feira (22). O acordo, no valor de US$ 1,63 bilhão, havia sido anunciado em janeiro.

Com a operação, o negócio de ar condicionado da Fujitsu General passa a integrar o Paloma Rheem HD Group (PRG). Em comunicado, a empresa japonesa declarou que manterá foco no desenvolvimento de tecnologias como bombas de calor, inversores, compressores e motores, em colaboração com companhias do grupo comprador.

Segundo a Fujitsu General, a integração deve permitir a expansão nos mercados doméstico e internacional, além de ampliar a inovação por meio da combinação de tecnologias de ar condicionado e aquecimento de água.

O PRG, fundado em 1911 no Japão, adquiriu a americana Rheem em 1988. O grupo possui presença em 15 países, operações em 85 mercados, 36 fábricas, 17 centros de pesquisa e desenvolvimento e cerca de 19 mil funcionários. No exercício fiscal encerrado em dezembro de 2024, registrou vendas de aproximadamente 1 trilhão de ienes (US$ 6,8 bilhões).

Klimatix anuncia nova linha de evaporadoras na Febrava 2025

Marca do Grupo Mecalor retorna à feira com portfólio ampliado e lançamento de equipamentos para sistemas de água gelada

A Klimatix, marca do Grupo Mecalor voltada ao setor HVAC-R, prepara o lançamento de uma nova linha de evaporadoras para sistemas de água gelada durante a Febrava 2025. O anúncio ocorre no contexto de consolidação da empresa no mercado, dois anos após sua estreia na feira.

A linha de evaporadoras, que inclui modelos cassete 4 vias e duto para conforto, passa a complementar o portfólio da Klimatix, que já oferecia chillers e equipamentos de precisão. “Antes o cliente via apenas o chiller Klimatix, agora verá a solução completa”, afirma João Paulo Mesquita, gerente de negócios da empresa.

No estande da Febrava, a marca também exibirá equipamentos já disponíveis, como chillers e unidades de precisão, entre eles o chiller scroll com gás refrigerante R-454B, de baixo GWP, integrante da linha RLCA. O modelo recebeu o Selo Inovação da Febrava.

De acordo com Mesquita, a presença na feira é estratégica para ampliar conexões e reforçar a marca. “A feira reúne os principais decisores e influenciadores do setor. É a oportunidade perfeita para apresentar nosso avanço, fortalecer relacionamentos e abrir novas frentes de negócio”, diz.

Segundo o executivo, 2025 marca um período de crescimento em diversas linhas de produtos, com resultados compatíveis com as metas do Grupo Mecalor. “Este foi um ano de consolidação e de preparação para um crescimento ainda mais acelerado. Estamos prontos para dar os próximos passos”, conclui.

Copeland levará soluções climáticas à FEBRAVA 2025

Empresa apresentará tecnologias em HVAC-R com foco em refrigerantes de baixo GWP e monitoramento remoto

A Copeland, fornecedora global de soluções climáticas, participará da FEBRAVA 2025, que será realizada de 9 a 12 de setembro no São Paulo Expo, em São Paulo. A empresa exibirá tecnologias em HVAC-R voltadas à eficiência energética, ao uso de refrigerantes de baixo potencial de aquecimento global (GWP) e ao monitoramento digital de sistemas.

De acordo com a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA), o setor de HVAC-R no Brasil deve alcançar R$ 54 bilhões em 2025. Nesse contexto, a Copeland apresentará produtos como as unidades condensadoras ZX e ZXV, projetadas para aplicações de média e baixa temperatura, incluindo versões com modulação digital (ZXD) e velocidade variável (ZXV).

A empresa também destacará seus compressores scroll, otimizados para refrigerantes naturais como R-290, A2Ls e CO2; os inversores de frequência EVM, voltados a aplicações comerciais; o sistema de monitoramento remoto XWEB, acompanhado dos controladores XER; e o compressor centrífugo isento de óleo com tecnologia Aerolift™, indicado para resfriadores refrigerados a ar ou água. Esse último foi reconhecido com o Prêmio Selo de Inovação FEBRAVA 2025.

Além da exposição, a Copeland realizará coletiva de imprensa em 9 de setembro, às 14h30, no estande da ABRAVA (nº G09). Participarão Daniel Rohe, gerente geral da América do Sul; Fernando Llopart, vice-presidente da América Latina; Joana Canozzi, diretora de serviços de engenharia América do Sul; e André Stoqui, diretor de negócios América do Sul.

Adias Sol.Ar estreia na Febrava com foco em relacionamento e negócios

Empresa participa pela primeira vez da feira e aposta em experiências interativas para ampliar presença no setor

A Adias Sol.Ar participará pela primeira vez como expositora na Febrava, que ocorrerá de 9 a 12 de setembro no São Paulo Expo. A presença é parte da estratégia da companhia para ampliar sua atuação e consolidar parcerias no setor de refrigeração e climatização.

O estande da empresa terá atividades interativas, como a Máquina de pegar bonés e a ação “Sequestro Laranja”, que premiará visitantes com um passeio em shopping e R$ 2 mil em compras.

De acordo com Eduardo Bachur, diretor de marketing da Adias Sol.Ar, a participação na feira busca reforçar o relacionamento com clientes e parceiros. “A Febrava é uma vitrine essencial para empresas que querem se consolidar no mercado”, afirmou.

Entre os produtos apresentados estarão o ar condicionado Inverter Cassete da LG e o TCL Fresh In. O espaço contará também com painel de LED interativo, brindes exclusivos e condições especiais para fechamento de contratos.

Segundo a empresa, a meta é fortalecer relacionamentos e se posicionar como parceira estratégica para o setor, oferecendo tecnologia, atendimento e capacidade de entrega.

Laboratório em refrigeração natural é inaugurado no Rio

Unidade da Firjan-SENAI-Benfica terá curso gratuito para profissionais do setor

Foi inaugurado no Rio de Janeiro o segundo laboratório de capacitação em fluidos naturais do país. O espaço, chamado “Laboratório Modelo Mini Supermercado com Fluidos Refrigerantes Naturais: CO₂ e R-290”, funciona na unidade Firjan-SENAI-Benfica.

A iniciativa faz parte do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH) – Projeto Setor de Serviços, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), GIZ, Firjan-SENAI e Eletrofrio.

O primeiro laboratório voltado ao tema havia sido inaugurado em Curitiba, na escola FAPRO-ETP.

Além da infraestrutura, o espaço oferecerá o novo curso do PBH, intitulado “Capacitação para o uso Seguro e Eficiente de CO₂ e R-290 em Sistemas de Refrigeração Comercial”. As aulas são gratuitas, com 150 vagas disponíveis em 2025 para profissionais do setor, incluindo engenheiros e técnicos. A formação será oferecida tanto no Rio de Janeiro quanto em Curitiba.

O impacto da refrigeração de alta performance nos data centers

Com investimentos crescentes em refrigeração de alta eficiência, sistemas redundantes e fontes de energia renovável, data centers garantem estabilidade térmica e segurança operacional em ambientes críticos

A digitalização global colocou os data centers no centro da infraestrutura do século XXI e a refrigeração está no núcleo deste sistema. Com o setor avaliado em US$ 3,4 bilhões em 2024 e projetado para crescer 9,8% ao ano até 2030, esse segmento cresce aceleradamente, impulsionado por demandas de computação em nuvem, IA e Internet das Coisas. O Brasil tem ganhado destaque no cenário internacional como um polo estratégico de Data Centers, mobilizado por sua capacidade de atrair investimentos em infraestrutura, pela maturidade digital crescente e pela posição geográfica privilegiada na América Latina. Estima-se que a receita do setor atinja US$ 5,63 bilhões em 2025, com um CAGR (Taxa de Crescimento Anual Composta) de 5,82% até 2029, segundo a Statista.

Outra projeção, da Grand View Research, aponta que o mercado brasileiro de Data Centers pode alcançar US$ 6,84 bilhões até 2030, impulsionado pela demanda por serviços em nuvem, armazenamento seguro de dados e conectividade de baixa latência. O Estado de São Paulo concentra a maioria dessas instalações, liderando toda a América Latina com 50% dos investimentos regionais.

Segundo a Agência Internacional de Energia, os data centers consomem entre 1% e 1,5% da eletricidade global, com proporção crescente conforme o setor se expande. Em muitas instalações, 30% a 40% dessa energia é destinada exclusivamente à refrigeração. Para manter a estabilidade térmica, empresas nacionais e internacionais têm adotado estratégias robustas de gestão térmica e energética.

Além de investir em soluções térmicas avançadas, como energia renovável, contenção térmica ativa, resfriamento adaptativo, resfriamento a ar de alta eficiência e sistemas híbridos ar-líquido, as empresas estão fortalecendo a segurança operacional por meio de redundância energética, sistemas de backup robustos, e proteção contra falhas de conectividade. Essas práticas asseguram operação contínua mesmo diante de falhas críticas.

“A evolução da inteligência artificial, especialmente no contexto da IA generativa, está impulsionando a demanda por estruturas de processamento cada vez mais potentes e sustentáveis de Data Centers com resfriamento de alta eficiência. À medida que modelos avançados exigem progressivamente um maior poder computacional, os centros de dados precisam lidar com um volume crescente de calor gerado pelos servidores. O desafio é crítico, sobretudo em infraestruturas que utilizam aceleradores para o treinamento de grandes modelos de linguagem e cargas de inferência, exigindo soluções térmicas inovadoras para manter a estabilidade operacional e a eficiência energética”, revela o CEO da ODATA, Ricardo Alário.

Delta Cube é um sistema de resfriamento a ar projetado para resfriar densidades de potência de até 50 kW por rack

Inovações e práticas emergentes

Na vanguarda da sustentabilidade, há iniciativas de incorporar energia renovável própria: Universidades como a USP, com apoio da FAPESP, lideram pesquisas em gestão energética para reduzir a pegada de carbono dos data centers. Um exemplo é o grupo liderado por Daniel Cordeiro, que desenvolve tecnologias para integração de painéis solares ou turbinas eólicas em operações.

Grandes multinacionais também sinalizam compromisso com energia limpa. Em 2023, o Google afirmou que 64% da energia usada em seus data centers era renovável, chegando a 90% em alguns locais, mas alertou que 75% de sua pegada de carbono vem de emissões indiretas, como produção de hardware. A Microsoft reportou que 96% de suas emissões também são indiretas.

Operadoras como Equinix implementam sistemas de contenção de corredores quente e frio, controle adaptativo de airflow com sensores inteligentes, telhados verdes e uso de células de combustível para reduzir PUE (Eficiência no Uso de Energia) operacional e consumo energético. A exportação de calor residual também tem ganhado atenção no Brasil, com projetos que reaproveitam calor de data centers para aquecimento comunitário ou industrial.

Servidores de IA de alto desempenho operam com densidades térmicas elevadas, que tornam insuficientes os métodos tradicionais de dissipação de calor. Portanto, sem um resfriamento eficaz, o superaquecimento pode comprometer a confiabilidade do hardware, reduzir a vida útil dos equipamentos e, ainda, aumentar exponencialmente o consumo de energia.

“Além das pressões internas de operação, as organizações ainda enfrentam um cenário climático desafiador. O aquecimento global e as ondas de calor cada vez mais frequentes elevam a complexidade da refrigeração dos servidores, tornando essencial o desenvolvimento de estratégias ambientalmente sustentáveis para manter a resiliência da infraestrutura digital”, diz Alário.

Caso de sucesso: ODATA SP04

Um exemplo de inovação e adoção de tecnologia emergente de resfriamento é o DC SP04, novo Data Center da ODATA, inaugurado no início de 2025. Instalado em Osasco, na Grande São Paulo, o novo campus recebeu um investimento total de R$ 2,6 bilhões e contará com capacidade de 48 MW de TI. Trata-se do primeiro Data Center a integrar a tecnologia Delta Cube (Delta³), um sistema de resfriamento a ar de alta eficiência e toda a operação é alimentada com 100% de energia proveniente de fontes renováveis e de autoprodução nacional, desenvolvida pela Aligned Data Centers.

“O Delta Cube é um sistema de resfriamento a ar projetado para resfriar densidades de potência de até 50 kW por rack permitindo aos data centers maximizar o uso do espaço com economia de energia e sem desperdício de ar e água, devido à sua combinação com o design de circuito fechado de água da ODATA. Além disso, é preparado para ser facilmente integrado com sistemas de refrigeração líquida para atender de maneira rápida as novas demandas de alta densidade das aplicações de Inteligência Artificial, Machine Learning e Deep Learning”, informa o CEO da ODATA.

Diferente dos métodos convencionais que simplesmente empurram ar frio para o data hall, o Delta Cube captura e remove o calor na fonte, resultando em um ambiente hiper escalável e extremamente eficiente que se adapta dinamicamente às demandas de cargas de TI dos clientes, capaz de suportar diversas densidades de potência chegando a até 50 kW por rack na mesma fileira, sem deixar capacidade ociosa.

O Delta Cube responde de forma rápida e fácil a variação das cargas de TI, fazendo otimizações em tempo real. Os arrays (também chamado de arranjo ou vetor) do Delta Cube são acoplados aos racks, permitindo que o sistema de remoção de calor adapte sua intensidade instantaneamente com base na demanda dos servidores. A velocidade dos ventiladores reage em tempo real a mudança das cargas de TI, suportando dinamicamente as necessidades atuais e futuras.

“A tecnologia utiliza menos energia e, combinada com um sistema de circuito fechado de água, elimina o desperdício de água e aumenta a eficiência da operação, reduzindo o impacto ambiental”, acrescenta Alário.

O investimento em potência fria, sob controle, é uma exigência essencial para data centers modernos. Em um cenário de expansão acelerada, garantir estabilidade térmica e eficiência energética não é mais opcional, é condição para a competitividade digital e a responsabilidade sustentável do setor.

SP04 adotou sistema de resfriamento a ar de alta eficiência com 100% de energia proveniente de fontes renováveis

Elgin anuncia portfólio completo e novos lançamentos na Febrava 2025

Empresa terá dois estandes e presença do ex-jogador Cafu no São Paulo Expo

A Elgin participará da Febrava 2025, de 9 a 12 de setembro, no São Paulo Expo, em São Paulo (SP), com dois estandes. A feira reúne fabricantes e fornecedores dos setores de refrigeração, ar-condicionado, ventilação e aquecimento (AVACR).

No principal espaço da empresa, de 450 m², estarão expostas soluções em climatização e refrigeração comercial e industrial, segmento reforçado pela aquisição da Refrio Coils & Coolers. Também serão apresentados ventiladores, freezer horizontal e frigobares. Entre os lançamentos estão o ar-condicionado Eco Inverter 3, o Cassete 1 Via One Air de 18 mil BTUs e os frigobares de 47L, 70L e 93L, incluindo modelo na cor preta.

O segundo estande, de 91 m², será voltado a treinamentos, com workshops diários para até 50 profissionais por sessão, em extensão das atividades da Caravana Elgin. Vinte técnicos de dez cidades brasileiras, vencedores da Caravana 2025, participarão das atividades no local.

No dia 12 de setembro, às 15h, o ex-jogador Cafu, embaixador da marca e figura central da campanha de marketing da Elgin, estará presente para interação com visitantes.

De acordo com Anderson Bruno, vice-presidente comercial da Elgin, a Febrava é uma oportunidade para apresentar novidades em climatização e refrigeração e estreitar relações com clientes e parceiros.

A empresa também confirmou presença na edição do Rio de Janeiro da feira, entre 6 e 8 de outubro, no Riocentro, apoiada pelo Sindratar-RJ, voltada a soluções para grandes complexos industriais.

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Serviço
Febrava 2025 – Feira Internacional de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação, Aquecimento e Tratamento de Ar
Data: 9 a 12 de setembro de 2025, das 13h às 20h
Local: São Paulo Expo – São Paulo/SP
Estandes: E20 (principal) e C86 (Caravana Elgin)

Trane participa do ESG Summit 2025 em São Paulo

Engenheiro Giancarlo Delatore apresenta palestra sobre propósito da Trane Technologies nos dias 28 e 29 de agosto

A Trane confirmou presença no ESG Summit 2025, programado para os dias 28 e 29 de agosto, no hotel Meliá Paulista, em São Paulo.

O fórum reúne debates sobre práticas de sustentabilidade, governança e impacto social. Assim como no ano anterior, a empresa contará com a participação de Giancarlo Delatore, engenheiro de energia e aplicação sênior da Trane, como palestrante.

Delatore fará uma apresentação de 40 minutos sobre o propósito da Trane Technologies, definido como “Desafiar corajosamente o que é possível para um mundo sustentável”.

O evento integra a agenda de iniciativas ligadas à gestão energética e à adoção de tecnologias voltadas ao desempenho ambiental e operacional de empresas e edificações.